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(19) 3251-1012 O ELITE RESOLVE IME 2014 DISCURSIVAS – QUÍMICA

QUÍMICA Sendo V2 o volume total da mistura nessa nova situação.


QUESTÃO 01
1,0 mol de ácido acético é adicionado a uma solução de 1,0 mol de 4 x 2 − 15 x + 10 = 0
álcool etílico e 36 g de água. Aguarda-se que o meio formado atinja o
equilíbrio à temperatura Teq , quando se verifica que a sua composição −b ± b 2 − 4ac 15 ± 65
x= = = 2,88 mol ou 0,87 mol
2a 8
contém 0,5 mol de éster e o restante de ácido acético, etanol e H 2O .
Calcule quantos mols de éster poderiam ser formados no equilíbrio, à O valor de x = 2,88 não faz sentido, já que partimos de apenas 1 mol
mesma temperatura Teq , se 2,0 mols de etanol puro fossem de ácido acético e 2 mol de etanol puro.
misturados a 1,0 mol de ácido acético num recipiente seco. Logo, o valor para o número de mol de éster produzido é:
Resolução
0,87 mol.
A reação que ocorre entre o ácido acético e o álcool etílico é uma
reação de esterificação, e pode ser caracterizada pela seguinte QUESTÃO 02
equação química: Determine as fórmulas estruturais planas de todos os compostos
O derivados do benzeno que satisfazem as seguintes imposições:
O i) em 1 mol do composto encontram-se 16 g de oxigênio e 7 mols de
+ H2O carbono;
+ HO O ii) o elemento carbono corresponde a 77,78% em massa do composto;
OH e
Como se vê, a reação segue a proporção estequiométrica de 1:1 em iii) em 21,6g do composto encontram-se 1,6 g de hidrogênio.
relação de reagentes e produtos. Resolução
A partir das imposições, temos:
No exercício foi proposto que 1 mol de ácido acético foi adicionado a 1 i) Em 1 mol do composto há:
mol de álcool etílico e 36 g de água. Pela análise da massa molar, • 16 g de oxigênio, o que corresponde a 1 mol de O;
tem-se: • Além disso, em 1 mol do composto há 7 mols de C.
1 mol H2O 18 g ii) O elemento carbono corresponde a 77,78% em massa do
X 36 g composto:
mcarbono mcarbono
X=2 mol de H2O = 77,78% ⇔ = 77,78% ⇔
mcomposto mO + mC + moutros
Também foi dito que o equilíbrio é atingido na temperatura Teq, sendo 12 × 7
que há no equilíbrio 0,5 mol de éster e o restante de ácido acético, ⇔ = 77,78% ⇔
etanol e H2O. 16 + 12 × 7 + moutros
Se há 0,5 mol de éster no equilíbrio, podemos montar o seguinte
esquema, considerando a estequiometria da reação: 12 × 7 − 77,78% × (16 + 12 × 7 )
⇔ moutros = ⇒
77,78%
Ac. Acético Álcool Éster (mol) Água (mol)
(mol) (mol) ⎧⎪moutros = 8g

Início 1 1 0 2 ⎪⎩mcomposto = mC + mO + moutros = 12 × 7 + 16 + 8 = 108g
Reage 0,5 0,5 - -
iii) em 21,6g do composto encontram-se 1,6 g de hidrogênio, logo:
Forma - - 0,5 0,5
1,6 g de H 21,6 g de composto
Fim 1-0,5 = 0,5 1-0,5 = 0,5 0,5 2+0,5 = 2,5 mH g de H 108 g de composto
Sendo assim, no equilíbrio, temos as seguintes quantidades de cada
1,6 × 108
substância. mH = ⇔ mH = 8g logo mH = moutros , portanto, o composto tem
21,6
Ác Acético = 0,5 mol
a fórmula plana C7H8O e suas fórmulas estruturais são:
Álcool = 0,5 mol
Éster = 0,5 mol CH3
CH3 CH3
Água = 2,5 mol CH2 OH O
OH CH3
Montando a expressão da constante de equilíbrio, temos:
0,5 2,5
( )x ( ) OH
[éster ] x [agua] V V
K= = =5 OH

[ácido ] x [álcool ] ( 0,5 )x 0,5 ) QUESTÃO 03


V V As aminas biogênicas (AB) são bases orgânicas tóxicas produzidas
Sendo V o volume total da mistura. pela descarboxilação de aminoácidos por microrganismos, que podem
ser encontradas como contaminantes em diversos alimentos. Dadas
Na segunda hipótese do problema, foi proposto que 2,0 mols de etanol as estruturas das AB feniletilamina (1), putrescina (2), cadaverina (3),
puro fossem misturados a 1,0 mol de ácido acético, num recipiente espermidina (4) e espermina (5) abaixo, determine o nome de cada
seco. Nessa nova situação, temos uma dessas moléculas de acordo com as normas da IUPAC.
Ac. Acético Álcool Éster (mol) Água (mol)
(mol) (mol)
Início 1 2 0 0
Reage x x - -
Forma - - x x
Fim 1-x 2-x x x
Como a temperatura Teq não foi alterada, a constante de equilíbrio
nessa nova situação permanece a mesma.
Montando a expressão da constante de equilíbrio
x x
( ).( )
V2 V2
K= =5
1− x 2 − x
( ).( )
V2 V2

1
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Resolução Pela proporção estequiométrica, para cada 1 mol de TNT, forma-se


17
(1) mols de gases N2 e CO2 , após o equilíbrio térmico, além de
NH2 2
restar 21 mols de N2 que não reagiu proveniente do ar atmosférico.
17 59
HO Deste modo, para cada mol de TNT, há + 21 = mols de gases.
2 2
4 – (2 – aminoetil) – 1 – hidróxibenzeno
Logo, sabendo-se que a massa molar do TNT é 227 g mol , temos:
(2)
59
1 mol TNT mols de gases
NH2 2
NH2
butano – 1,4 – diamina 59
227 g mols
2
(3) m 59 mols

H2N NH2 m = 454 g

QUESTÃO 05
pentano – 1,5 - diamina 1,00 kg de carbonato de cálcio, na temperatura de 298 K, é introduzido
(4) em um forno que opera a 101 kPa. O forno é então aquecido até a
H2N
temperatura Tc na qual ocorrerá a calcinação do carbonato de cálcio.
N
H
NH2 Sabendo-se que o módulo da variação da energia livre de Gibbs da
N – (3 – aminopropil)butano – 1,4 – diamina reação de calcinação à temperatura Tc é igual a 10,7 kJ/mol,
determine a temperatura de calcinação Tc e a quantidade de calor
(5)
H2N
H
N
necessária à completa calcinação do carbonato. Despreze os efeitos
N
H
NH2 de mistura e considere que, para o sistema reacional, aplicam-se as
N, N´ - bis – (3 – aminopropil)butano – 1,4 diamina seguintes equações:

QUESTÃO 04 ΔT
* ΔG = ΔH − T ΔS * ΔH = ΔHf 0 + CpΔT * ΔS = ΔSf 0 + Cp
O TNT (2,4,6 - trinitrotolueno) é um composto químico com T
propriedades combustíveis e explosivas. Em condições específicas e
controladas, m gramas de TNT entram em combustão completa em Dados:
presença de ar estequiométrico sem detonar ou explodir. Os produtos Entalpias e entropias de formação a 298 K e capacidades caloríficas
dessa reação foram coletados e transferidos para um sistema de médias:
captura de 820 L. Ao atingirem equilíbrio térmico com o ambiente Substância ΔHf º (kj / mol ) ΔSf º (J / mol .K ) Cp (J / mol .k )
( 27 º C ), a pressão registrada no sistema de captura foi de 1,77 atm. -394 213 54,0
CO2 (g)
Assumindo que a hipótese do gás ideal é válida, que o ar é uma
CaO(s ) -636 39,0 56,0
mistura de N2 e O2 na proporção volumétrica de 4:1, que todo o
nitrogênio existente nos produtos está na forma de uma única CaCO3 (s) -1207 94,0 110
substância simples e que não existem produtos sólidos, determine o Resolução
valor de m. A reação descrita no problema é a seguinte:
Resolução CaCO3 ⎯⎯ Δ
→ CaO + CO2
A fórmula estrutural do TNT é:
CH3 Foi dado no enunciado que o módulo para ΔG na temperatura de Tc é
O2 N NO2
igual a 10,7 kJ/mol. Como na temperatura Tc a calcinação é um
processo espontâneo, sabemos que ΔG possui valor negativo, logo
ΔG = -10,7 kJ/mol.
Foi pedido o valor da temperatura de calcinação, logo precisamos
esquematizar uma expressão que relacione o valor de ΔG dado e a
NO2 temperatura Tc de calcinação. Para isso, vamos calcular o valor de
A equação de combustão pode ser escrita como: ΔG para cada substância, considerando que no processo global
temos:
21 3 5
C7 H5O6 N3( s ) + O2( g ) ⎯⎯→ N2( g ) + 7CO2( g ) + H2O( g ) ΔG = ΔG produtos – ΔG reagentes
4 2 2
Como os produtos dessa reação são coletados e colocados num Para o CaCO3:
sistema que atinge o equilíbrio térmico a 27°C, a água então é ΔG = ΔH − Tc ΔS
liquefeita. Assim, resta no sistema os outros dois produtos ( N2 e
CO2 ) gasosos além do N2 proveniente do ar atmosférico e que não ΔH = ΔHf 0 + CpΔT = -1207000 + 110 ΔT
reage.
ΔT ΔT
A proporção volumétrica entre N2 e O2 no ar atmosférico é de 4:1, ΔS = ΔSf 0 + Cp = 94 + 110
T T
que é a mesma proporção em mols. Assim, se a quantidade de O2
ΔT
21 ΔGCaCO3 = -1207000 + 110 ΔT - Tc(94 + 110 )
consumida na reação, por mol de TNT, é de mols, a de N2 será T
4
21 Para o CaO:
quatro vezes maior, ou seja, 4 ⋅ = 21 mols.
4 ΔG = ΔH − Tc ΔS

Calculando o número de mols de gases no sistema final, temos: ΔH = -636000 + 56 ΔT


P ⋅ V = n ⋅ R ⋅ T → 1,77 ⋅ 820 = n ⋅ 0,082 ⋅ ( 27 + 273 ) ΔT
ΔS = 39 + 56
n = 59 mols T
2
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geral em razão de sua pressão de vapor relativamente elevada e de


ΔT sua lenta degradação no ambiente.
ΔGCaO = -636000 + 56 ΔT -Tc(39 + 56 )
T Supondo que as energias livres padrão de formação ( ΔG 0f ) do
Para o CO2: tetracloreto de carbono, nos estados líquido e vapor a 25ºC , sejam
ΔG = ΔH − Tc ΔS −68,6 kJ / mol e −64,0 kJ / mol respectivamente, determine sua
pressão de vapor, à mesma temperatura, em função constante e
ΔH = -394000 + 54 ΔT (número de Neper)
Resolução
ΔT
ΔS = 213 + 54 O equilíbrio que ocorre entre as fases líquido e vapor pode ser descrito
T como:
ΔT ZZZ
X
CCA 4( l ) YZZ
Z CCA 4(v )
ΔGCO2 = -394000 + 54 ΔT -Tc(213 + 54 )
T
A constante de equilíbrio em termos de pressões parciais é:
Utilizando a expressão: ΔG = ΔG produtos – ΔG reagentes temos:
K p = pCCl 4
(
ΔGtotal = ΔGCO2 + ΔGCaO ) – ΔGCaCO3
O valor da variação da energia livre de Gibbs padrão para o processo
ΔT ( ΔG 0 ) pode ser calculado a partir dos dados fornecidos no enunciado:
−10700 J = − 394000 + 54ΔT − 213Tc − 54Tc
mol T
ΔT ΔG 0 = ΔGf0(CC A 4( v ) ) − ΔGf0(CC A 4( l ) ) = −64 − ( −68,6) = +4,6 kJ ⋅ mol−1
− 636000 + 56ΔT − 39Tc − 56Tc
T
ΔT A variação da energia livre de Gibbs ( ΔG ) pode ser relacionada com
+ 1207000 − 110ΔT + 94Tc + 110Tc a constante de equilíbrio, segundo a equação:
T
Analisando os termos dessa equação e fazendo as devidas ΔG = ΔG0 + R ⋅ T ⋅ ln K
simplificações, temos a seguinte expressão simplificada: Como a pressão de vapor é a pressão exercida pela fase gasosa
−10700 J = − 394000 − 213Tc − 636000 − 39Tc + 1207000 + 94Tc quando o equilíbrio líquido-gás é estabelecido, o valor de ΔG deve
mol ser igual a zero. Substituindo os valores, temos:
Isolando Tc, temos
ΔG = ΔG 0 + R ⋅ T ⋅ ln K p ⇒ 0 = 4600 + 8,314 ⋅ 298 ⋅ ln K p ,
Tc = 1188 K ⇒ ln K p = −1,86 ⇒ K p = e −1,86
Na segunda pergunta do enunciado, pede-se a quantidade de calor
−1,86
necessária à completa calcinação do carbonato. Sendo K p = pCCl 4 , temos que pCCl4 = e atm
Como a pressão é constante nas condições do problema, a
quantidade de calor trocado é exatamente o ΔH da reação. QUESTÃO 07
Como ΔH é função de estado, podemos calculá-lo por qualquer Dê a configuração eletrônica no estado fundamental do elemento
caminho reacional e o resultado será o mesmo. Dessa forma, cabe ao com número atômico Z = 79. Determine o período e o grupo da
candidato escolher a rota que lhe for mais conveniente. Tabela Periódica a que pertence o elemento.
Resolução
Nesse caso, consideraremos que a calcinação ocorreu em duas
Seguindo o diagrama de Linus Pauling:
etapas:
1s2
1°: Ocorre a reação a 298 K e todo carbonato de cálcio é consumido.
2° Aquece-se os produtos até o valor de Tc = 1188 K 2s2 2p6
Calculando o ΔH da primeira etapa:
ΔH1 = ΔHF. produtos – ΔHF. reagentes (a 298 K) 3s2 3p6 3d10
ΔH1 = -394000 – 636000 + 1207000 = 177000 J/mol
4s2 4p6 4d10 4f14
Calculando o ΔH da segunda etapa:
ΔH2 = 54(1188-298) + 56(1188-298) J/mol = 97900 J/mol 5s2 5p6 5d10
Obs.: ΔH2 = energia necessária para aquecer os produtos até a
temperatura de calcinação, na rota hipotética. 6s2 6p6 6d10
ΔHtotal = ΔH1 + ΔH2 = 177000 + 97900 = 274900 J/mol
7s2 7p6
No caso do problema, temos 1 kg de carbonato de cálcio:

1000 A distribuição eletrônica do ouro (Au) seria:


n= = 10 mol
100 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d9
Logo, o total de calor necessário é: Contudo, nessa situação os orbitais 5d, que podem acomodar no
máximo 10 elétrons, estão com 9. Se o átomo de ouro promover um
J
274900 x 10 mol = 2749000 J = 2749 kJ elétron do orbital 6s 2 para o orbital 5d 9 , o orbital d passa a estar
mol
completamente preenchido, o que confere uma maior estabilidade ao
QUESTÃO 06
átomo, dessa forma a configuração eletrônica final é:
O tetracloreto de carbono é um composto orgânico apolar, líquido à
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s1 4f14 5d10
temperatura ambiente. Dentre outras aplicações, foi amplamente
utilizado no século passado como solvente, como pesticida e na Como o subnível mais externo do átomo de ouro o 6s está na sexta
síntese de agentes refrigerantes. Seu emprego comercial, entretanto, camada o átomo se encontra no sexto período e como a soma dos
foi progressivamente reduzido quando se tornaram evidentes os seus elétrons nos subníveis 6s e 5d é 11 ele se encontra no grupo 11
efeitos nocivos à saúde humana e ao meio ambiente. Estudos (1B).
constataram que a inalação é a principal via de exposição ao
tetracloreto de carbono para trabalhadores e para a população em

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QUESTÃO 08 CH3 CH3


Estabeleça a relação entre as estruturas de cada par abaixo,
identificando-as como enantiômeros, diastereoisômeros, isômeros
constitucionais ou representações diferentes de um mesmo composto. H C* Br F C* H

F Br
C* = S C* = S
Como os dois compostos apresentam estereocentros S, eles são
representações diferentes do mesmo composto.
b) Os compostos apresentados são enantiômeros por serem imagens
especulares uns dos outros, conforme a figura abaixo:

H3C CH3 H3C CH3

c) Os compostos são representações diferentes dos mesmos


compostos, pois apresentam a mesma configuração, nos mesmos
estereocentros em cada composto, conforme a figura abaixo:
CH3 Cl

H C* Br H C** CH3

H C** Cl H C* CH3

CH3 Br
C* = S C* = S
C** = R
Resolução C** = R
Isômeros são compostos que possuem a mesma fórmula molecular, d) Os compostos são diasteroisômeros por serem isômeros ópticos
mas fórmulas estruturais diferentes. Os isômeros constitucionais se que não são imagens especulares uns dos outros:
diferem quanto à ordem com que seus átomos estão ligados.
Existe uma classe de isômeros, chamados de ópticos, que são CH3 CH3
compostos que possuem um, ou mais elementos com quatro ligantes
diferentes (na grande maioria dos casos se trata de Carbono),
conhecidos por elementos quirais ou estereocentros. Cada H C* Cl Cl C* H
estereocentro pode ser classificado segundo o sistema R.S., em que
se estabelece uma prioridade para cada um dos seus ligantes, de
acordo com suas massas atômicas, sendo 1 o ligante de maior H C** CH3 F C** H
prioridade (maior massa atômica) e o 4 de menor prioridade (menor
massa atômica). Em seguida, deve-se orientar o estereocentro no
espaço, de forma que o ligante de menor prioridade (4) esteja oposto F CH3
ao observador, conforme as figuras abaixo: C* = S C* = R
1 1
C**= S C** = S

4 Observador ou 4 Observador e) Os compostos são diasteroisômeros, pois um dos compostos é cis ,


2 3 o outro é trans, portanto eles não são imagens especulares uns dos
3 2 outros:
Após isso, deve-se traçar um caminho entre o ligante de maior
prioridade para o de menor prioridade. Quando a orientação desse
caminho for horário, o composto será denominado “R” e quando for
anti-horário, o composto será denominado “S”, conforme a figura
abaixo:

1 1 cis trans

QUESTÃO 09
C C Determine o pH no ponto de equivalência da titulação de 25,0 mL de
ou
3 2 2 3 ácido hipocloroso aquoso (K a = 3 x10 −8 ) com concentração 0,010
mol/L, com hidróxido de potássio 0,020 mol/L, realizada a 25 ºC.
Resolução
A reação de neutralização que ocorre nessa titulação pode ser escrita
R S como:
a) Cada composto em questão possui um único estereocentro, HCAO + KOH ⎯⎯→ KCAO + H2O
conforme a figura abaixo: A partir dos dados, pode-se calcular o número de mol de ácido a ser
neutralizado:

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n nácido
C= ⇒ 0,01 = ⇒ nácido = 2,5 ⋅ 10−4 mol
V 25 ⋅ 10 −3
Pela equação acima, temos que a proporção entre o ácido e a base é
de 1:1, assim

nbase = 2,5 ⋅ 10 −4 mol .

Calculando o volume da base utilizada:

n 2,5 ⋅ 10−4
C= ⇒ 0,02 = ⇒ Vbase = 1,25 ⋅ 10 −2 L
V Vbase

O volume final da titulação é igual a 37,5 mL (25 mL do ácido +


12,5 mL da base).

O número de mol de KCAO formado também é igual a 2,5 ⋅ 10 −4 mol


(proporção 1 ácido : 1 base : 1 sal). Assim, a concentração de KCAO
pode ser calculada como:

2,5 ⋅ 10−4 1
CKC AO = = ⋅ 10 −1 mol/L
37,5 ⋅ 10−3 15
O ânion do sal formado sofre hidrólise, alterando o pH do meio,
conforme o equilíbrio:
ZZZ
X
CAO(−aq ) + H2O( A ) YZZ −
Z HCAO( aq ) + OH( aq )

A expressão da constante de hidrólise é:


[HCAO ].[OH − ]
Kh = (I)
[CAO − ]

Temos ainda a relação entre K h , Kw e K a :

Kw
Kh = (II)
Ka

Substituindo II em I:

Kw [HCAO ].[OH − ]
=
Ka [CAO − ]

A concentração de HCAO é igual a de OH − e a concentração de


CAO − é igual a do sal KCAO , deste modo:
Ao se conduzir esta mesma reação em diversas temperaturas, obtêm-
kw [HCAO ].[OH − ] se diferentes valores para a constante de velocidade de reação k,
= ⇒ conforme os dados da Tabela 1.
ka [CAO − ]
10 −14 [OH − ]2 1 2 Tabela 1 – Efeito da temperatura na constante de velocidade k
= ⇒ [OH − ] = ⋅ 10 −7 = ⋅ 10−4 mol ⋅ L−1
3 ⋅ 10 −8
1 −1 45 3 Temperatura(ºC) 25 45 55 65
⋅ 10
15 Constante de −5 −4 −3
3,2 x10 5,1x10 1,7 x10 5,2 x10−3
velocidade, k (s −1 )
Calculando pOH:
Finalmente, com um tratamento matemático dos dados da Tabela A,
⎛ 2 ⎞ pode-se construir o Gráfico 2, o qual fornece uma relação entre a
pOH = − log[OH − ] ⇒ pOH = − log ⎜ ⋅ 10−4 ⎟ ⇒ constante de velocidade e a temperatura.
⎝ 3 ⎠ Com base nas informações fornecidas, considerando que In2 = 0,69 e
−4 1 que a constante universal dos gases é igual a 8,3 J/mol.K, determine:
pOH = − log10 + log3 − log2 ⇒
2
pOH = 4 + 0,48 − 0,15 ⇒ pOH = 4,33 a) a temperatura T1
b) a energia de ativação em, em kJ/mol, da reação
Logo,

pH + pOH = 14 ⇔ pH = 14 − 4,33 ⇔ pH = 9,67 Resolução


QUESTÃO 10 a) O enunciado diz que o gráfico apresenta a mesma cinética de
A reação abaixo segue a mesma cinética do decaimento radioativo. decaimento radioativo, ou seja temos uma cinética de primeira ordem.
Com essa informação podemos escrever:
A→2B+½C d [ A] d [ A]
v = − k [ A] ⇒ = − k [ A] ⇒ = −kdt ⇒
Ao se acompanhar analiticamente o desenvolvimento desta reação na dt [ A]
temperatura T1, obtêm-se o Gráfico 1, o qual estabelece uma relação
1 ⎛ [ A] ⎞ ⎛ [ A]0 ⎞
entre a concentração molar da substância A no meio reacional e o ∫ [ A] d [ A] = −∫ kdt ⇒
ln ⎜ ⎟ = −k Δt ⇒ ln ⎜
⎝ [ A]0 ⎠ ⎝ [ A] ⎠
⎟ = k Δt
tempo de reação
Analisando o gráfico 1 podemos escolher dois pontos quaisquer e
substituir os valores nessa equação. Então podemos selecionar dois
pontos que facilitem as contas. Assim, por leitura do gráfico temos:

5
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⎧t = 0 s
Ponto 1: ⎨
⎩[ A]0 = 0,020mol/L
⎧t = 400s
Ponto 2: ⎨
⎩[ A] = 0,010mol/L
Substituindo os valores temos:
⎛ 0,02 ⎞ ln2
ln ⎜ ⎟ = k.400 ⇒ k = ⇒ k = 1,7 × 10−3 s −1
⎝ 0,01 ⎠ 400
Ao analisarmos a Tabela 1 vemos que a constante de velocidade é
igual a 1,7 × 10 −3 s −1 que equivale à temperatura de 55°C ou 328 K.

b) O valor da energia de ativação está relacionada com a constante de


velocidade através da equação de Arrhenius:
− Ea
k = A ⋅ e RT
onde:
• k é a constante cinética Equipe desta resolução
• A é a constante pré-exponencial
• Ea é a Energia de Ativação
• R é a constante universal dos gases
• T é a Temperatura

Aplicando-se a função ln na equação de arrhenius: Química


− Ea
E Roberto Bineli Muterle
lnk = ln A.e RT ⇒ ln k = ln A − a
RT Lucas dos Santos Vargette
Se chamarmos lnk de y e
1
de x obtemos: Rafael Capobiango Timo Peixoto
T
Tathiana de Almeida Guizellini
Ea
y = ln A − x
R
Como A, Ea e R são constantes, temos uma equação de 1° grau.
Portanto o gráfico 2 descreve uma reta, onde no eixo x temos valores
Revisão
1
Edson Vilela Gadbem
de e no eixo y valores de lnk. Dessa forma o coeficiente angular Eliel Barbosa da Silva
T
−E a Felipe Eboli Sotorilli
dessa reta deve ser igual a .
R
Para calcular o valor da energia de ativação é necessário calcular a
equação da reta do gráfico 2, mas, como no caso do gráfico 2, temos
os valores tabelados dos pontos é mais preciso usar os valores
fornecidos na tabela 1 em vez de utilizar a leitura de gráfico.
Digitação, Diagramação e
Seja α =
−E a
o coeficiente angular da reta dada:
Publicação
R Lucas Rubi Rosa
⎛k ⎞
ln ⎜ 2 ⎟
Δy ln k2 − ln k1
⇔α= ⎝ 1⎠
k
α= ⇔ α=
Δx 1 1 1 1
− −
T2 T1 T2 T1

Tomando-se dois pontos quaisquer da tabela, temos:


⎧⎪T1 = 25 + 273 = 298K ⎧⎪T2 = 45 + 273 = 318K
⎨ −5 -1
e ⎨ −4 -1
⎪⎩k1 = 3,2 × 10 s ⎪⎩k1 = 5,1× 10 s
⎛ 51× 10 −5 ⎞
ln ⎜ ⎟
3,2 × 10 −5 ⎠ ln (16 ) × 318 × 298
Obtemos: α = ⎝ ⇔ α≅− ⇔
1 1 20

318 298

4 × ln ( 2 ) × 318 × 298
α≅− ⇔ α ≅ −1,3 × 10−4
20
O coeficiente angular se relaciona com a Ea, por:
−E a
α= ⇔ Ea = −α.R ⇔
R
kJ
Ea = 1,3 × 10 4 × 8,3 ⇔ Ea = 108
mol

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