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Segunda aula: Aula da Junia sobre Agricultura na Europa (não cai na prova)
Entendendo:
Pequeno minufundista – é dono da sua terra.
Pequeno posseiro – utiliza a terra, mas não é dono legalmente (usucapião).
Pequeno rendeiro – aluga a terra de outro senhor de terra.
Mas, todos são produtores da base da pirâmide da agricultura familiar que estão em
fase de empobrecimento e necessitam procurar complementar a renda da família com
empregos assalariados temporários.
Usucapião: quando uma pessoa tem posse por mais de 5 anos sem que o real
proprietário reivindique a posse. Termo utilizado só quando as terras são particulares.
Grileiro: não é posseiro, como já foi dito. Toma posse de uma área com grande
potencial especulativo e uso de falsificação de documentos para garantir a posse da
terra, além de violência. Nesse caso, a posse seria legal por conta do documento
(mesmo que falsificado). Também não são trabalhadores da terra, são apenas
especuladores imobiliários, ou seja, não utilizam a terra para produzir.
OBS: arrendamento é mais produtivo que a posse da terra, pois como no arrendamento
tem-se que pagar um aluguel, é necessário que se produza para ter dinheiro, enquanto
que a posse de terra não obriga ao dono dela a produzir.
o O sindicalismo rural brasileiro
O conceito de função social da terra, que não é incorporado pela lei brasileira,
deixa explícito que terra é para ser usada e não para ficar parada, pois terra é emprego e
se tem terra parada, há desemprego. A reforma agrária é apresentada como solução
significando um projeto social de mudança da sociedade, já que ela prega a distribuição
de renda e poder.
A Reforma Agrária tem que ser bem definida e planejada para ser válida. Que
terras podem ser desapropriáveis? Há duas classificações de terras em vigor: a do
Estatuto da Terra e a lei agrícola de 93 (mais utilizada hoje em dia). O Estatuto da Terra
cria uma unidade de medida que é o módulo rural (menor quantidade de terra necessária
para a produção gerar renda naquela área). A lei agrícola de 93 chama módulo rural de
módulo fiscal, mantendo o significado. O tamanho do módulo rural não define tamanho,
variando conforme a região. No Sudeste valia 50 ha. O módulo fiscal define o tamanho
por município (por cidade), onde há uma diminuição do tamanho do módulo, já que
releva a cidade e não o estado todo. O Estatuto da Terra cria, então, 4 tipos de fazenda
no país inteiro, baseado no módulo rural:
- minifúndio: pequena propriedade com área inferior a 50 ha, ou seja, um módulo rural.
Se segundo a definição um módulo é o viável para gerar renda, o minifúndio não é terra
suficiente para garantir a renda de uma família. Economicamente inviável.
- empresa rural: até 600x o módulo rural e produz 70% da sua área agricultável
(utilizada para plantação e pecuária, com exceção de área construída, reservas, rios, etc).
Propriedade padrão. Excluída de uma intervenção de Reforma Agrária porque sua
definição é perfeita (padrão).
- latifúndio por extensão: grande propriedade de terra que extrapola 600x o módulo
rural. Não importa o que ou quanto ele produza, o governo pode utilizá-la para Reforma
Agrária.
- latifúndio por exploração: grande propriedade de terra que extrapola 600x o módulo
rural e se produz menos de 70% da área agricultável. Área sujeita a Reforma Agrária.
Desta forma, defini-se que propriedades podem ser desapropriadas. Agora, deve-
se pensar em como será essa desapropriação. A forma de indenização: pelo valor de
mercado ou pelo valor declarado. A forma de pagamento: em espécie ou em títulos
públicos.
O último critério é a quem beneficiar com a reforma agrária. Pode ser um ex-
empregado, moradores próximos, mas trazer gente de fora é a última opção, tendo em
vista o respeito pelos laços familiares. Por exemplo, dar terra para alguém de
Sumidouro no Acre. Como entregar a terra, a forma de pagamento e a forma legal da
terra também são critérios a serem definidos. É proibido comercializar terras de reforma
agrária, apesar de que no Brasil muito se faz.
A seriedade do projeto de Reforma depende também do que o governo vai
proporcionar ao beneficiado depois, como exemplo, assistência técnica.