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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO

Superintendência Regional do DNIT no Estado do Ceará

Exercício - 2022

20 de janeiro de 2023
20 de janeiro de 2023
Controladoria-Geral da União (CGU)
Secretaria Federal de Controle Interno (SFC)

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO
Órgão: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT
Unidade Auditada: Superintendência Regional do DNIT no estado do Ceará
Município/UF: Fortaleza/CE
Relatório de Avaliação: # 905208
Missão
Elevar a credibilidade do Estado por meio da participação social, do controle
interno governamental e do combate à corrupção em defesa da sociedade.

Avaliação
O trabalho de avaliação, como parte da atividade de auditoria interna, consiste
na obtenção e na análise de evidências com o objetivo de fornecer opiniões ou
conclusões independentes sobre um objeto de auditoria. Objetiva também
avaliar a eficácia dos processos de governança, de gerenciamento de riscos e de
controles internos relativos ao objeto e à Unidade Auditada, e contribuir para o
seu aprimoramento.
POR QUE A CGU REALIZOU ESSE
QUAL FOI O TRABALHO?
TRABALHO O Termo de Compromisso nº 767/2011 foi
REALIZADO selecionado mediante análise de risco, que
considerou o universo de contratos e
PELA CGU? convênios vigentes durante o exercício de
2021, sob a responsabilidade da
Trata-se de Auditoria
Superintendência Regional do DNIT no estado
objetivando a avaliação da
do Ceará, que abrangem a execução,
execução das obras de
manutenção e recuperação de obras
duplicação do Anel Viário de
rodoviárias.
Fortaleza, objeto do Termo de
Compromisso nº 767/2011,
firmado pelo DNIT com o
Governo de Estado do Ceará. QUAIS AS CONCLUSÕES
ALCANÇADAS PELA CGU? QUAIS
AS RECOMENDAÇÕES QUE
DEVERÃO SER ADOTADAS?
Verificaram-se deficiências em serviços
executados no âmbito do Contrato nº
011/2018, cujas obras foram paralisadas,
causando riscos/prejuízos à Rodovia e aos
usuários, agravados pela deficiência do
projeto executivo.
Ademais, detectou-se alteração irregular na
liderança do Consórcio contratado, bem como
tentativa de celebração de aditivo também
irregular e descumprimento dos critérios de
pagamento previstos no Contrato, que gerou
atraso na obra, sem a devida sanção ao
Consórcio contratado.
Por fim, o Contrato nº 011/2018 foi rescindido
sem atendimento a requisitos técnicos e
aplicação das penalidades devidas, além de ter
sido verificada inércia por parte do DNIT no
acompanhamento do TC nº 767/2011-00.
Foi recomendado que o DNIT reavaliasse a
qualidade dos serviços executados por
intermédio do Contrato nº 011/2018 e
condicionasse a aprovação da Prestação de
Contas do TC nº 767/2011 à conclusão dos
reparos dos serviços defeituosos executados,
dentre outros.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CGU - Controladoria-Geral da União


DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
SICRO - Sistema de custos referenciais de obras – DNIT
SR/DNIT/CE – Superintendência Regional do DNIT no estado do Ceará
UL – Unidade Local
CBUQ - Concreto Betuminoso Usinado a Quente
LD - Pista Lado Direito
LE - Pista Lado Esquerdo
TC - Termo de Compromisso
SOP - Superintendência de Obras Públicas
DER - Departamento Estadual de Rodovias
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 6

RESULTADOS DOS EXAMES 7

1) Informações sobre o TC 767/2011 e Contratos Firmados. 7

2) Deficiência em serviços executados por meio do Contrato nº 011/2018. 9

3) Paralização das obras pelo Consórcio contratado causando riscos/prejuízos à Rodovia


e aos usuários. 11

4) Deficiências no projeto executivo elaborado pelo Contrato nº 011/2018 que


comprometem a segurança e o fluxo dos veículos. 13

5) Alteração da composição e liderança do Consórcio contratado, sem o atendimento


das condicionantes dos Órgãos Jurídicos e em confronto com o Edital de Licitação. 15

6) Celebração de Aditivo de Reequilíbrio Econômico-Financeiro sem análise prévia da


fiscalização da obra e da Supervisora contratada, bem como sem atentar para as
responsabilidades previstas na Matriz de Risco. 18

7) Descumprimento dos critérios de pagamento previstos no Contrato e Edital de


Licitação, gerando atraso no cronograma físico-financeiro, sem a devida sanção ao
Consórcio contratado. 23

8) Rescisão unilateral do Contrato nº 011/2018 sem atendimento a requisitos técnicos e


aplicação das penalidades devidas. 27

9) Inércia por parte do DNIT quanto ao acompanhamento do Termo de Compromisso nº


767/2011. 31

RECOMENDAÇÕES 37

CONCLUSÃO 38

ANEXOS 39

I – MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE AUDITADA E ANÁLISE DA EQUIPE DE AUDITORIA 39


INTRODUÇÃO
O presente relatório trata dos resultados da avaliação da execução das obras de duplicação
do Anel Viário de Fortaleza, objeto do Termo de Compromisso nº 767/2011, firmado entre o
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT e o Governo de Estado do
Ceará, em 19.12.2011.

O Termo de Compromisso nº 767/2011 foi selecionado mediante análise de risco, que


considerou o universo de contratos e convênios vigentes durante o exercício de 2021, sob a
responsabilidade da Superintendência Regional do DNIT no estado do Ceará, que têm como
objetos a execução, a manutenção e a recuperação de obras rodoviárias localizadas no estado.

Ressalte-se que o TCU já realizou três trabalhos de fiscalização nas obras do Anel Viário de
Fortaleza, sendo dois relacionadas ao Processo TC-005.912/2015-6, que redundaram nos
Acórdãos nº 2726/2017-Plenário e 2262/2018-Plenário, e outro tratado no Processo TC
010.314/2019-9, que ainda tramita na Corte de Contas. Assim, para evitar sobreposição de
esforços, o escopo da presente auditoria abrangeu a verificação das obras que constituíram o
objeto do Contrato nº 011/2018, firmado com o Consórcio Anel Viário, bem como a análise
das novas licitações para a contratação dos remanescentes da obra, após a rescisão deste
último contrato.

Conforme Matriz de Planejamento elaborada ao final da fase de planejamento da presente


auditoria, foram definidas as seguintes questões de auditoria:

a) O processo licitatório observou os normativos legais, permitindo a participação


isonômica de todos os interessados e a obtenção da melhor proposta para a
Administração?
b) O orçamento de referência da licitação possui os elementos mínimos que atendem aos
requisitos legais e asseguram a adequação do preço estimado da contratação?
c) Os quantitativos de serviços estimados nos orçamentos são compatíveis com as
necessidades da obra?
d) As alterações contratuais foram realizadas de forma regular?
e) As desapropriações e remoções de interferências estão ocorrendo de forma
tempestiva sem prejuízo ao cronograma de execução da obra?
f) Os serviços executados estão com qualidade adequada?
g) O acompanhamento/fiscalização realizado pelo DNIT é adequado?

Além dos trabalhos de inspeção física da obra, realizados nos dias 18 e 25.05.2022, foram
realizados testes, análises e consolidação de informações coletadas, em estrita observância às
normas de auditoria aplicáveis ao serviço público federal. Registre-se que nenhuma restrição
foi imposta à realização dos exames.
Cumpre informar que a SOP e a SR/DNIT/CE apresentaram manifestações em relação ao
conteúdo do relatório preliminar, as quais estão reproduzidas no anexo desta versão final do
relatório, acompanhadas das respectivas análises da equipe de auditoria. Portanto, os
achados de auditoria apresentados consideraram as referidas manifestações.

6
RESULTADOS DOS EXAMES
1) Informações sobre o TC 767/2011 e Contratos Firmados.
O TC nº 767/2011 foi firmado, em 19.12.2011, entre o DNIT e o Governo do Estado do Ceará,
tendo como interveniente executor o Departamento Estadual de Rodovias – DER, para a
execução das obras de duplicação do Anel Viário de Fortaleza, compreendendo trechos da BR-
020 e BR-222, com extensão total de 32,30 km. Inicialmente, o Termo de Compromisso tinha
vigência até 31.12.2015, que foi estendida por meio de Termos Aditivos até 30.06.2023.

Ressalte-se que, por meio do 6º Termo Aditivo ao TC nº 767/2011, de 14.10.2019, a


Superintendência de Obras Públicas – SOP passou a ser o interveniente executor das obras de
duplicação do Anel Viário de Fortaleza.

O Anel Viário de Fortaleza é uma importante via de integração entre as principais rodovias
que interligam a capital do Estado ao seu interior (CE-040, CE-060, CE-065, BR-116, BR-020 e
BR-222) e ao restante do País. Esta Rodovia também funciona como uma importante via de
transporte de cargas, interligando os portos marítimos do estado do Ceará (Complexo
Portuário do Pecém e Porto do Mucuripe), bem como serve de via de interligação entre os
principais municípios que compõe a Região Metropolitana de Fortaleza, além de fazer parte
do Plano de Logística de Transporte do Porto de Pecém.

O TC nº 767/2011 foi firmado no valor inicial de R$ 200.465.573,22, tendo este valor sido
alterado para R$ 257.224.513,58, por meio do 5º Termo Aditivo ao Termo de Compromisso,
de março de 2019, sem previsão de contrapartida estadual, já tendo sido empenhados R$
241.795.576,00 e repassados R$ 232.838.000,00, conforme Ordens Bancárias relacionadas na
Tabela 01:

Tabela 01: Ordens Bancárias expedidas por meio do TC 767/2011

Data OB VALOR (R$)


19/08/2019 2019OB851537 32.372.426,78
27/02/2015 2015OB809763 44.465.573,22
10/02/2015 2015OB804740 44.465.573,22
10/02/2015 2015OB000175 -44.465.573,22
31/05/2013 2013OB832317 45.206.695,00
31/05/2013 2013OB832318 793.305,00
08/08/2012 2012OB844980 69.206.695,00
08/08/2012 2012OB844979 10.793.305,00
26/03/2012 2012OB815205 30.000.000,00
Total 232.838.000,00
Fonte: Portal da Transparência Federal, 08.03.2022.

Foram celebrados os seguintes contratos objetivando a construção e supervisão das obras do


Anel Viário de Fortaleza:

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Quadro 01: Contratos firmados de execução e supervisão das obras.

Contrato Contratada Objeto Valor (R$) Data Vigência Execução


(%)
235/2010 Consórcio Galvão – EIT Obras 188.929.842,29 05/03/2010 Dez/15 61,35%
016/2017 Consórcio TORC/VIA Obras 86.985.397,14 17/05/2017 Mar/18 3,92%
011/2018 Consórcio Sousa Obras 83.572.547,57 12/04/2018 Jul/21 66,71%
Reis/Jurema/Geosistemas
336/2010 JBL Engenharia Ltda Supervisão 6.490.901,99 07/04/2010 Out/21 -
Fonte: Instrumentos de Contratos e Aditivos firmados.

Os Contatos nº 235/2010 e 336/2010 foram firmados pelo DNIT antes mesmo da celebração
do TC nº 767/2011, o qual foi celebrado com o objetivo de minimizar os problemas
enfrentados pelA SR/DNIT/CE com as interferências e as desapropriações que prejudicavam o
cumprimento do cronograma físico-financeiro do empreendimento, tendo sido tais contratos
sub-rogados ao Governo do Estado do Ceará, quando da celebração do referido Termo de
Compromisso. Conforme a SR/DNIT/CE, o ente beneficiado poderia melhor articular a retirada
dessas interferências com as companhias de serviços públicos (Chesf, CGGAS e Cagece).

Tendo em vista que o TCU já realizou trabalhos de fiscalização nas obras do Anel Viário de
Fortaleza, conforme já mencionado neste Relatório, o escopo do presente trabalho de
auditoria consistiu da verificação do Contrato nº 011/2018, que teve como objeto a
elaboração dos Projetos Básicos e Executivos e execução dos remanescentes da duplicação e
melhoramentos do Anel Viário de Fortaleza, firmado com o Consórcio Anel Viário, formado
inicialmente pelas empresas Sousa Reis, Jurema e Geosistemas, com liderança da primeira.

Registre-se que, por meio do 2o Termo Aditivo ao Contrato nº 011/2018, datado de


11.05.2020, a empresa Cosampa Projetos e Construções Ltda. foi incluída como líder do
Consórcio, conforme tratado mais adiante, no presente Relatório de Auditoria.

Compôs, ainda, o escopo da presente auditoria a análise dos Editais RDC Presencial nº
20210002-SOP e RDC Presencial nº 20210003-SOP, que trataram da contratação dos
remanescentes da obra, após a rescisão do Contrato nº 011/2018, ocorrida em 30.07.2021.

Ressalte-se que o Edital RDC Presencial nº 20210002-SOP foi fracassado, tendo em vista que
a única proposta de preços apresentada se encontrava acima do valor estimado pela
Administração, bem como o Edital RDC Presencial nº 20210003-SOP foi deserto, em virtude
do não comparecimento de nenhuma empresa interessada no certame. Não foram
detectadas impropriedades quando da análise dos referidos procedimentos licitatórios.

Por fim, por ocasião dos trabalhos de auditoria, verificou-se que a SOP havia iniciado novo
processo licitatório objetivando a contratação dos remanescentes das obras do Anel Viário,
contudo esta nova licitação não fez parte do escopo do presente trabalho.

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2) Deficiência em serviços executados por meio do Contrato nº
011/2018.
As obras de duplicação do Anel Viário de Fortaleza executadas por meio do Contrato nº
011/2018, firmado com o Consórcio Anel Viário, referiram-se, resumidamente, à restauração
do pavimento flexível da pista existente (LD), incluindo a construção do acostamento, ciclovia,
retornos, bem como construção dos viadutos de intersecção da BR-020 com as CE-040, CE-
060 e CE-065, tendo em vista que as obras de duplicação da pista nova já haviam sido
concluídas pelo Contrato nº 235/2010, celebrado com o Consórcio Galvão-EIT. A imagem a
seguir retrata os serviços executados e pendentes de execução no âmbito do Contrato nº
011/2018:

Imagem 01: Avanço Físico das obras objeto do Contrato nº 011/2018:

Fonte: Documento fornecido pela Supervisora da obra – JBR Engenharia Ltda.

Em inspeção física realizada nas referidas obras, objeto do Contrato nº 011/2018, verificaram-
se diversos defeitos, tanto nos trechos executados em pavimento flexível (Binder + CBUQ),
quanto nos trechos executados em pavimento rígido, localizados nas intersecções com as
rodovias estaduais (Concreto de Cimento Portland com Formas Deslizantes), conforme
descrito a seguir.

I) Crateras tomando mais de meia faixa de rolamento, localizadas na BR-020, Km 416,10 – LD


e Km 408,84 - LD, cujos trechos já haviam sido recuperados (Binder + CBUQ):

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Foto 01 – BR-020 – Km 416,10 – Cratera ocupando Foto 02 – BR-020 – Km 408,84 – Cratera ocupando
mais de meia faixa da via. mais de meia faixa da via.

II) Trecho executado em pavimento rígido, com extensão aproximada de 800m (BR-020 - Km
414,95 a 414,15 - LD), localizado sob o Viaduto com a intersecção com a CE-065, apresentando
diversos defeitos nas placas de Concreto:

Fotos 03 e 04 – BR-020 – Km BR-020 - Km 414,95 a 414,15 – Defeitos diversos no pavimento rígido.

III) Trecho localizado na BR-020, entre os Km 419,20 e 408,34 - LD, em que havia sido concluída
a recuperação do revestimento (Binder + CBUQ), apresentando desgaste prematuro, com a
ocorrência de diversas panelas e remendos já efetuados.

Fotos 05 e 06 – BR-020 – Km BR-020 – Trecho 419,20 a 408,34 – LD – Trecho apresentando panelas, remendos
e desgaste.

10
Tratando do presente tema, cabe destacar trecho do voto do relator, constante do Acórdão
nº 2355/2017 – Plenário (Processo nº 007.648/2012-0):

Cabe aos gestores públicos verificar a durabilidade e a robustez das obras públicas
concluídas, por meio de avaliações periódicas, especialmente durante o período de
garantia quinquenal (art. 618 do Código Civil). Por conseguinte, quando constatadas
falhas na solidez e qualidade dos serviços, durante o prazo quinquenal de garantia,
devem os gestores notificar a contratada para a correção de deficiências construtivas
e, caso os reparos não sejam realizados, ajuizar o devido processo judicial.

3) Paralização das obras pelo Consórcio contratado causando


riscos/prejuízos à Rodovia e aos usuários.
Com a paralização, em março/2021, das obras de duplicação do Anel Viário de Fortaleza,
objeto do Contrato nº 011/2018, firmado com o Consórcio Anel Viário, liderado pela empresa
Cosampa Projetos e Construções LTDA, a inexecução/execução parcial de serviços previstos
em contrato vem ocasionando riscos/prejuízos aos usuários da Rodovia, bem como desgaste
precoce dos serviços executados, conforme as situações descritas a seguir.

I) Presença de desnível (degrau) acentuado entre a Pista de Rolamento e o Acostamento,


chegando a superar 30 cm, o que causa significativos riscos de acidentes aos usuários das vias
(capotamento de veículos leves ou tombamento de Caminhões).

Ressalte-se que os desníveis se devem à inexecução de grande parte do acostamento previsto


para a pista antiga, nos trechos em que foram concluídos os serviços de recuperação da faixa
de rolamento, conforme ilustrado nas fotos a seguir:

Fotos 07 e 08 – BR-020 – Km 416,03 e 410,87 – Desnível entre a pista de rolamento e o acostamento.

II) Inexecução dos retornos previstos em projeto (nove na BR-020 e um na BR-222), o que vem
ocasionando significativos riscos aos usuários, que são obrigados a utilizar os retornos de
forma improvisada ao longo da Rodovia, sem faixa de aproximação, causa de frequentes
colisões, conforme fotos a seguir:

11
Foto 09 – BR-020 – Km 430,72 – Est. 115 – Local Foto 10 – BR-020 – Km 423,34 – Est. 484 – Local
previsto em projeto para o Retorno 01 previsto projeto em para o Retorno 05

Ressalte-se que, além dos retornos previstos em projetos, estão sendo utilizados outras
dezenas de retornos improvisados, contribuindo para o agravamento dos acidentes, conforme
fotos a seguir:

Foto 11 – BR-020 – Retorno irregular Foto 12 – BR-020 – Retorno irregular.

III) Deficiência na sinalização horizontal e vertical, tendo em vista que tais serviços não foram
medidos/executadas antes da paralização das obras, sendo constatada a sua
ausência/deficiência em diversos trechos da Rodovia, o que compromete a segurança dos
usuários, conforme se observa nas fotos a seguir:

Fotos 13 e 14 – Rodovia com sinalização horizontal provisória já deficiente e com raras sinalizações verticais.

12
IV) Trecho localizado entre as Est. 614 e 657+5 (Km 420,74 a 419,875 - LD), com 865 m de
extensão, que não sofreu intervenção por parte do Consórcio contratado, embora previsto
para ser recuperado, encontrando-se completamente danificado, inclusive com
comprometimento das camadas inferiores do pavimento (base e sub-base), o que causa
significativos prejuízos aos usuários devido aos enormes e frequentes congestionamentos de
veículos e consequente aumento do tempo de deslocamento, do consumo de combustíveis,
necessidade adicionais de reparos nos veículos, dentre outros efeitos negativos.

Fotos 15 e 16 – BR-020 – Km 420 - Trecho com o revestimento deteriorado e com comprometimento das
camadas inferiores do pavimento.

V) Trecho de 750 m localizado na BR-020, entre os Km 414,15 e 413,4 (Est. 943+10 a 981 - LD),
em que havia sido apenas iniciado o serviço de recuperação (uma camada de Binder), antes
do abandono da obra pelo Consórcio contratado, o que ocasionou o desgaste prematuro do
revestimento, conforme fotos a seguir:

Fotos 17 e 18 – BR-020 – Km BR-020 - Km 414,15 a 413,4 – Trecho apresentando defeitos diversas panelas.

4) Deficiências no projeto executivo elaborado pelo Contrato nº


011/2018 que comprometem a segurança e o fluxo dos veículos.
Em inspeção física efetuada nas obras de duplicação do Anel Viário de Fortaleza, objeto do
Contrato nº 011/2018, firmado com o Consórcio Anel Viário, liderado pela Empresa Cosampa

13
Projetos e Construções LTDA., verificaram-se deficiências no Projeto Executivo elaborado pelo
referido Consórcio que comprometem a segurança e o fluxo dos veículos.

Verificou-se que o referido projeto não previu os alargamentos das pontes existentes (sobre
o rio Coaçu, rio Gavião e rio Siqueira), além do Viaduto da Linha Tronco Sul (BR-020) e o
Viaduto da Linha Tronco Norte (BR-222), de formar a contemplar a ciclovia executada ao longo
de todo o trecho do Anel Viário, causando uma descontinuidade da ciclovia na pista do lado
direito (pista existente) e comprometendo a segurança dos usuários, conforme fotos a seguir:

Fotos 21 e 22 – BR-020 – Km 415,65 e 415,58– Ponte sobre o Rio Siqueira (LD) sem ciclofaixa.

Ademais, verificou-se que também não foi previsto o alargamento do viaduto localizado na
interseção da BR-020 com a BR-116. Tendo em vista que uma das duas faixas do viaduto
existente é utilizada para acesso às alças de retorno, o não alargamento do viaduto sobre a
BR-116 vem ocasionando uma redução de duas para uma faixa na Rodovia BR-020, nos dois
sentidos, causando risco de acidentes e congestionamentos no horário de pico do trânsito.
Outrossim, também ficou impossibilitada a execução da ciclofaixa nos dois sentidos da
Rodovia BR-020, ao longo do referido viaduto, também comprometendo a segurança dos
usuários, conforme fotos a seguir:

Foto 23 – BR-020 - Km 429,16 e Foto 24 – BR-020 - – Início do Viaduto sobre a BR-116 (LD), com redução
Km 429,75 – Início do Viaduto sobre a BR-116 (LE), de faixa e sem ciclovia.
com redução de faixa e sem ciclovia.

14
5) Alteração da composição e liderança do Consórcio contratado,
sem o atendimento das condicionantes dos Órgãos Jurídicos e em
confronto com o Edital de Licitação.
O Processo nº 00501758/2020 tratou de solicitação, datada de 16.01.2020, de alteração da
composição e liderança do Consórcio Souza Reis/Jurema/GEOSISTEMAS - ANEL VIÁRIO,
contratado, por meio do Contrato nº 011/2018, para a elaboração dos Projetos Básicos e
Executivos e execução dos remanescentes da duplicação e melhoramentos do Anel Viário de
Fortaleza.

O requerimento (fls. 2/5 do processo) foi formulado pela Construtora Sousa Reis Ltda., até
então líder do Consórcio Anel Viário, elencando como motivação para a alteração o
deferimento do processamento de Recuperação Judicial da própria Construtora Souza Reis,
nos termos da Lei Federal nº 11.101/2005, através de decisão proferida em 11.12.2019. No
requerimento, foi arguido, também, o fato da Construtora Jurema Ltda. se encontrar
excessivamente compromissada com outros contratos (pouca liquidez), bem como a
inadimplência crescente de parte de seus clientes.

Foi requerida a inclusão da Construtora Cosampa Projetos e Construções Ltda. no Consórcio


e alteração da liderança e dos percentuais de participação de cada empresa, conforme
discriminado a seguir:

Quadro 02: Proposta de alteração da Liderança e Composição do Consórcio Anel Viário:


Empresa Condições Vigentes Proposta de Alteração
% Participação Liderança % Participação Liderança
Const. Sousa Reis 48,5 Sim 48,5 -
Const. Jurema 48,5 - 2 -
Geosistemas 3 - 3 -
COSAMPA 46,5 Sim
Fonte: Requerimento de proposta de alteração da liderança e composição do Consórcio Anel Viário, datado de
16.01.2020.

Ressalte-se que, quando da formalização do 1° Termo Aditivo ao contrato particular de


constituição do Consórcio, em 17.02.2020, tratado no Processo nº 02317318/2020, o
percentual de participação da Construtora Sousa Reis ficou em 2% e da Construtora Jurema
em 48,5%, permanecendo as demais condições constantes do quadro acima.

Foram anexados ao requerimento inicial os seguintes documentos:

• Anexo 01 (fls. 06/21) - Cópia da decisão judicial de deferimento do processamento de


RECUPERAÇÃO JUDICIAL da CONSTRUTORA SOUZA REIS LTDA;
• Anexo 02 (fls. 22/37) – Cópia de procedimentos análogos de alteração de composição
de consórcio realizados pelo DNIT;

15
• Anexo 03 (fls. 38/50) - Minuta do 1º Termo Aditivo ao contrato de constituição do
consórcio, e
• Anexo 04 (fls. 51/242) – Documentos de Habilitação da empresa COSAMPA, descrita
no “EDITAL RDC ELETRÔNICO nº 20170001- DER.

Na sequência do Processo nº 00501758/2020, constou o Parecer 004/2020 (fls. 272/285), de


28.01.2020, da Procuradoria-Geral do Estado do Ceará, que tratou da análise quanto à
possibilidade levantada pela SOP de alterações na composição e na liderança do Consórcio
por ela contratada. O parecer mostrou-se favorável ao pleito, desde que fossem obedecidas
as seguintes condicionantes:

i) Seja motivada a alteração com base em razões que atenda a Administração


convincentes para o acolhimento do pedido;
Ii) que a alteração proposta se adeque aos ditames e princípios gerais da
Administração Pública, revelando-se, acima de tudo, medida que, além de pautada
no interesse público, se revele necessária/relevante para a execução do objeto
almejado com a contratação;
III) não exista vedação a respeito de alterações dessa natureza no edital de licitação
ou contrato celebrado;
IV) que a referida alteração atenda às regras internas estabelecidas pelo DNIT,
devendo contar com a sua aprovação;
v) seja averiguado tecnicamente que a nova composição do consórcio atende a todos
os requisitos de habilitação e qualificação exigidos originalmente em edital de
licitação;
VI) sejam mantidas as demais cláusulas e condições do contrato;
VII) não haja prejuízo à execução do objeto pactuado; e
VIII) haja a anuência expressa da Administração à continuidade do contrato.

Prosseguindo no Processo nº 00501758/2020, desta feita sem a devida numeração, constou


o Parecer nº 028/2020, de 29.01.2020, da Coordenadoria Jurídica da SOP, também favorável
à alteração da composição do Consórcio Anel Viário, condicionado à inclusão no termo que
serviria para efetivar o pedido, de cláusulas em que as consorciadas se comprometessem a
permanecer cumprindo todos os compromissos exigidos no edital à época da licitação, bem
como que a nova composição percentual das empresas consorciadas não prejudicasse a
execução do objeto do contrato.

Em seguida, constou Despacho do Procurador Autárquico da SOP, também datado de


29.01.2020, sugerindo a remessa à área técnica da SOP para a observância das condicionantes
constantes do Parecer Jurídico.

Logo após, como única peça técnica tratando da análise das condicionantes jurídicas, constou
declaração do Diretor de Engenharia Rodoviária, também de 29.01.2020, informando que a
documentação exigida para comprovação da habilitação e qualificação apresentada pela
empresa Cosampa Projetos e Construções Ltda. estaria em conformidade com o que foi
solicitado/condicionado nos pareceres jurídicos, bem como atenderia às exigências contidas
no Edital de Licitação Edital RDCi nº 0001/2017.

16
Ulteriormente, constou o Despacho do Superintendente da SOP, ainda em 29.01.2020, não se
reportando à declaração anterior do Diretor de Engenharia, mas apenas aprovando os
fundamentos do Parecer nº 028/2019 em seu inteiro teor.

Por fim, constou o 2o Termo Aditivo ao Contrato nº 011/2918, de 11.05.2020, que teve como
finalidade a inclusão/o ingresso da empresa Cosampa Projetos e Construções Ltda. no
CONSÓRCIO Souza Reis/Jurema/GEOSSISTEMAS — Anel Viário, que se passou a denominar
CONSÓRCIO COSAMPA/JUREMA/Sousa Reis/GEOSSISTEMAS – Anel Viário, permanecendo
inalteradas as demais cláusulas e disposições constantes do contrato original.

No que concerne ao atendimento das condicionantes constantes dos Pareceres Jurídicos


retromencionados, verificou-se que não foram incluídas, no Termo Aditivo, cláusulas em que
as consorciadas se comprometessem a permanecer cumprindo todos os compromissos
exigidos no edital à época da licitação, bem como que a nova composição percentual das
empresas consorciadas não prejudicasse a execução do objeto do contrato, conforme tratado
no Parecer nº 028/2020, de 29.01.2020, da Coordenadoria Jurídica da SOP.

Ressalte-se que, após o ingresso da empresa Cosampa como líder do consórcio, foram
medidos, a preços iniciais (PI), apenas R$ 19.444.879,38, ou 23,27% do total contratado, tendo
o Contrato nº 011/2018 sido rescindido unilateralmente pela SOP, em 30.07.2021, mesmo
existindo diversos serviços passíveis de execução e sem a devida aplicação das penalidades
previstas em contrato, conforme tratado adiante, neste Relatório de Auditoria. A Tabela 02
retrata os valores medidos nos períodos em que as duas empresas se alternaram na liderança
do Consórcio Anel Viário:

Tabela 02 – Valores medidos para o Contrato nº 011/2018, considerando a liderança do


Consórcio.
Valores Pagos - PI
Lider Consórcio % Total
(R$)
Sousa Reis 36.303.009,38 43,44
Cosampa 19.444.879,38 23,27
Total Acumulado 55.747.888,76 66,71
Saldo Contratual 27.824.358,81 33,29
Total Contratado 83.572.247,57
Fonte: Medições dos serviços executados – Contrato nº 011/2018

No que concerne à condicionante de que “não exista vedação a respeito de alterações dessa
natureza no edital de licitação ou contrato celebrado”, o item 11.1 do Edital RDC ELETRÔNICO
nº 20170001/DER limitou a participação em consórcio a no máximo três empresas, conforme
segue:

11.1. Será permitida a participação de pessoas jurídicas organizadas em consórcio,


limitado a 3 (três) EMPRESAS, envolvendo 1 (uma) empresa de “projeto” e até 2
(duas) empresas de “construção”.

17
No entanto, após o 2o Termo Aditivo ao Contrato nº 011/2918, a nova composição do
Consórcio Anel Viário passou a ser formada por quatro empresas, conflitando com as
disposições do item 11.1 do Edital RDC ELETRÔNICO Nº 20170001/DER.

Verificou-se, ainda, que não ocorreu prévia consulta/aprovação da SR/DNIT/CE acerca da


alteração, outro condicionante constante do Parecer no 004/2020, de 28.01.2020, da
Procuradoria-Geral do Estado do Ceará, haja vista que, embora tenha formalizada a alteração
na composição do Consórcio, em 11.05.2020 (2o Termo Aditivo ao Contrato nº 011/2918),
somente em 17.07.2020, a SOP comunicou à SR/DNIT/CE da alteração, por meio do Ofício nº
858/2020-SUPER/SOP, e apenas no intuito de questionar se esta alteração implicaria em
necessidade de Termo Aditivo ao Termo de Compromisso.

6) Celebração de Aditivo de Reequilíbrio Econômico-Financeiro sem


análise prévia da fiscalização da obra e da Supervisora contratada,
bem como sem atentar para as responsabilidades previstas na Matriz
de Risco.
Em 19.12.2019, a Construtora Sousa Reis Construções, então líder do Consórcio Sousa
Reis/Jurema/Geosistemas - Anel Viário, apresentou à SOP, solicitação de Reequilíbrio
Financeiro do Contrato nº 011/2018, por meio do documento CSR/JUREMA/GEOSISTEMAS-
DER-C119-191210, constante às fls. 02/12, do Processo nº 11452751/2019, aberto também
no dia 19.12.2019, às 10:42 horas.
No referido documento, a empresa alega ter tido necessidade de executar os serviços em
condições totalmente diversas das inicialmente planejadas, em face de circunstâncias alheias
ao seu controle e responsabilidade, relacionadas à inclusão dos serviços preliminares, de
administração local da obra, de proteção mecânica de gasoduto da Petrobrás, de estocagem
de material e de manutenção de desvios de obras, razão pela qual requereu ressarcimento no
valor de R$ 13.384.368,27, conforme descrito em planilha não anexada ao processo.
No mesmo processo, consta exaustivo Despacho da DIRER-SOP/CE (fls. 16/62), sem autoria,
datado do mesmo dia 19.12.2019, contemplando análise individualizada dos valores
pleiteados pela Construtora Sousa Reis, concluindo ao final que o valor do reequilíbrio
financeiro devido seria de R$ 7.200.137,35.
Na sequência do Processo nº 11452751/2019, à fl. 63, constou Despacho do Diretor de
Engenharia Rodoviária da SOP/CE, datado de 01.06.2020, já após a inclusão da empresa
Cosampa Projetos e Construções Ltda. como líder no Consórcio Anel Viário, em substituição à
Construtora Sousa Reis (formalizada em 11.05.2020), com o seguinte teor:
Estamos emitindo o parecer técnico referente ao processo de reequilíbrio financeiro
do Contrato nº 011/2018 – RDC Eletrônico 2017001/DER, solicitado pelo Consórcio
Souza Reis – Jurema - Geosistemas, para as obras de duplicação de pistas do Anel
Viário de Fortaleza.
O Consórcio reivindicou um valor de R$ 13.384.368,29 a preços de dezembro/2019,
com base na Tabela SEINFRA.

18
Após levantamentos feitos na obra, com a ajuda da Supervisora JBR e da Fiscalização
da SOP, encontramos justificativas técnicas para serviços executados no valor de R$
7.200.137,35, calculados com base na Tabela SEINFRA nº 26 de dezembro/2019 para
ficar compatível com a data do valor solicitado.
Este parecer reflete o ponto de vista técnico da execução da obra. Sugerimos que
este pedido de reequilíbrio financeiro seja analisado sob o ponto de vista jurídico
para a sua melhor fundamentação.” (Grifou-se)

Em seguida constou, às fls. 90/101 do mesmo processo, o Parecer n° 270/2020, de 14.06.2020,


da Coordenadoria Jurídica da SOP, que assim concluiu:
Expositis, à luz das disposições normativas pertinentes, em especial o disposto no
art. 9°, §4°, inciso I da Lei Federal n° 12.462/2011, opinamos pela concessão de
revisão do preço ajustado inicialmente com espeque reequilíbrio econômico-
financeiro do Contrato n° 011/2018, nos termos exarados no Parecer Técnico de fls.
16/62 e Despacho conclusivo à fl. 63, ambos oriundos da DIRER/SOP. Frise-se,
apenas, a necessidade de comprovar tecnicamente a situação que ensejou o "caso
fortuito", de comprovada repercussão no contrato, sob pensa (sic) de risco de
apontamento por parte do Controle Externo. (Grifou-se)

Cabe ainda destacar os trechos a seguir do Parecer n° 270/2020:


Desta feita, em obediência a legislação vigente, bem os preceitos instituídos alhures
mencionados, sugere-se, por precaução, dar conhecimento ao DNIT, tendo em vista
ser o mesmo parte interessada na demanda ora suscitada.”
[....}
“Resta claro, portanto, a existência nos autos de manifestação da área competente
sobre os cálculos atribuídos como devidos para se proceder com o reequilíbrio
econômico financeiro do Contrato n° 011/2018, bem como anuência e aprovação do
Superintendente da SOP acerca dos mesmos, portanto, sendo de inteira
responsabilidade da Diretoria de Engenharia Rodoviária a observância da legalidade
e/ou viabilidade do respectiva justificativa técnica, de modo a observar as
informações contidas na mesma, já que ao Jurídico cabe apenas verificar a existência
dos requisites constantes na Lei.

Na sequência do Processo nº 11452751/2019, à fl. 102, contou Despacho do Superintendente


da SOP, também datado de 14.06.2020, autorizando a elaboração do Aditivo, sem a prévia
consulta ao DNIT, tampouco contemplando comprovação técnica da situação que ensejou o
"caso fortuito", conforme sugerido pela Assessoria Jurídica da SOP, apresentando o seguinte
teor:
Acolho e aprovo o Parecer Jurídico n° 270/2020, constante do Processo
Administrativo n° 11452751/2019 em seu inteiro teor, no qual, muito embora tendo
ciência das ressalvas procedidas pela Assessoria Jurídica da SOP, AUTORIZO a
elaboração do aditivo para RECOMPOSIÇÃO DO EQUILÍBRIO ECONOMICO -
FINANCEIRO DO CONTRATO N° 011/2018, firmado entre o extinto DER e o
CONSÓRCIO SOUZA REAIS / JUREMA / GEOSSISTEMAS - ANEL VlÁRIO, nos termos
exarados no Parecer Técnico de fls., 16/62 e Despacho conclusivo à fl., 63, ambos
oriundos da Diretoria de Engenharia Rodoviária - DIRER/SOP, cujo objeto contratual
e a CONTRATAÇÃO INTEGRADA DE EMPRESA PARA OS SERVIÇOS DE ELABORAÇÃO
DOS PROJETOS BÁSICO E EXECUTIVO E EXECUÇÃO DAS OBRAS REMANESCENTES DE
DUPLICAÇÃO E MELHORAMENTOS DO ANEL VlÁRIO DE FORTALEZA, visto a
existência de justificativa técnica constante nos autos, de modo a comprovar os
valores atribuídos como devidos a empresa requerente, já que é de responsabilidade
da Diretoria de Engenharia Rodoviária a observância da legalidade e/ou viabilidade

19
da respectiva justificativa, bem como dos cálculos constantes na mesma, de modo a
observar as informações ali inseridas. (Grifou-se)

Após a inclusão das certidões do Consórcio, bem como confirmação de dotação orçamentária
disponível, foi firmado o 4o Termo Aditivo ao Contrato nº 011/2018 (fls. 109/110), datado de
03.08.2020 (publicado no DOE de 14.08.2020), que objetivou o reequilíbrio econômico-
financeiro do Contrato nº 011/2018, assinado pelo Superintendente da SOP e pelo sócio da
Construtora Cosampa Projetos e Construções Ltda, nova Líder do Consórcio.
Ressalte-se que, ao contrário do esperado, no corpo do Aditivo, bem como na publicação no
DOE, não é informado o valor que seria acrescido ao contrato com o reequilíbrio econômico-
financeiro, sendo apenas referenciado o processo administrativo que tratava do tema, não
disponível para acesso público, conforme Cláusula Primeira do Termo Aditivo a seguir:
CLAUSULA PRIMEIRA- DO OBJETO
O aditivo ora epigrafado tem por objeto o reequilíbrio econômico-financeiro do
Contrato nº 011/2018, em conformidade com as informações constantes no Parecer
Técnico da Diretoria de Engenharia Rodoviária DIRER/SOP, incluso às fls. 16/63 do
processo administrativo n° 11452751/2019.

Na sequência do processo, à fl. 112, a Assessoria Jurídica da SOP proferiu Despacho, datado
de 17.08.2020, remetendo o processo para a Superintendência da SOP e sugerindo, mais uma
vez, que fosse solicitada prévia anuência do DNIT acerca da matéria.
Conforme fls. 113/114 do processo, a SOP encaminhou o Ofício n° 1172 / 2020-SUPER/SOP,
de 03.09.2020, comunicando à SR/DNIT/CE sobre a elaboração de Aditivo ao Contrato no
011/2018, bem como solicitando a elaboração de Aditivo ao TC n° 767/2011, com a finalidade
de proceder inclusão na Clausula Décima Segunda do referido termo, dos seguintes serviços:
1 - Construção do canteiro de obras;
2 - Administração local da obra;
3 - Proteção mecânica de serviços públicos interferentes;
4 - Estocagem de Material;
5 - Aquisição de material de jazida;
6 - Acesso ao condomínio Jardins Ibiza;
7 - Ligação provisória da pista sul (LE) do anel viário no segmento da interseção da
rodovia CE-065; e,
8 - Caminhos de serviço, desvios de tráfego e retornos.

À fl. 115 do processo, constou o Ofício n° 121243/2020/NAA - CE/SRE – CE, de 05.10.2020, em


que a SR/DNIT/CE, em resposta ao expediente da SOP e após análise dos autos do Processo
nº 11452751/2019, considerou que, no pedido de Equilíbrio Econômico-financeiro, não havia
qualquer manifestação da empresa de supervisão das obras, tampouco da fiscalização da SOP,
razão pela qual solicitou que fosse incluída manifestação da Fiscalização e Supervisão das
obras com justificativas mais claras para que se pudesse realizar uma análise mais apurada do
assunto.
Neste ponto, cabe destacar a contradição constante do Despacho do Diretor de Engenharia
Rodoviária da SOP/CE (fl. 63 do Processo nº 11452751/2019), datado de 01.06.2020, quando
afirma que os levantamentos feitos nas obras para a mensuração dos valores do
replanilhamento haviam sido efetuados com a ajuda da Supervisora JBR e da Fiscalização da
SOP.

20
Em seguida, às fls. 117/118 do processo, constou novo expediente da SR/DNIT/CE (Ofício n°
130865/2020/SRE-CE), datado de 27.10.2020, também se reportando ao Ofício n° 1172/ 2020-
SUPER/SOP, desta feita esclarecendo que não caberia ao DNIT nenhuma análise acerca do
aditivo em questão.
Ressalte-se que, ao contrário do afirmado pela SR/DNIT/CE, a Cláusula Quarta do TC nº
767/2011 prevê que as ações incluídas, como na presente situação, deveriam ter sido
submetidas ao DNIT para aprovação, conforme segue:
CLÁUSULA QUARTA
DO ACRÉSCIMO O ALTERAÇÃO
A cada ação incluída ou alterada na concepção do objeto avençado, corresponderá
à lavratura de Termo Aditivo ao Termo de Compromisso, a ser apresentado pelo
ENTE FEDRADO BENEFICIADO, à UNIDADE GESTORA, devidamente motivado e
justificado, para fins de aprovação, observada as disposições aplicáveis da Lei nº
8.666/93. (Grifou-se)
Em função do primeiro expediente da SR/DNIT/CE e a pedido, desta feita do Superintendente
Adjunto de Rodovias da SOP, por meio do Despacho datado de 30.10.2020, fl. 119 do Processo
nº 11452751/2019, o referido processo foi remetido para análise, manifestação e parecer da
Diretoria de Engenharia Rodoviária, juntamente com a Supervisora JBR e a fiscalização da SOP.
Às fls. 120/122 do mesmo processo, constou o documento Ct n° 14/2020-C254, datado de
23.11.2020, da empresa JBR Engenharia, contratada para Supervisão das obras de duplicação
do Anel Viário de Fortaleza, que concordou parcialmente com as quantidades dos serviços
anteriormente aprovadas, sem, no entanto, apresentar memória de cálculo dos quantitativos
informados, ou mesmo informar os valores devidos.
Na sequência, constou, às fls. 123/135, documento sem data ou autoria, também discordando
parcialmente dos quantitativos aprovados, no entanto contemplando memória de cálculos
destes quantitativos, bem como os valores envolvidos, que supostamente deveriam ser
reduzidos de R$ 7.200.137,35, para R$ 4.275.673,48.
À fl. 136 do mesmo processo, constou novo Despacho do Diretor de Engenharia da SOP,
datado de 03.12.2020, informando que, em face da manifestação da Supervisora JBR, far-se-
iam necessárias correções nos valores do Reequilíbrio Econômico-financeiro do Contrato n°
011/2018, em razão de redução do volume de movimentação de terra e por conta de que
parte dos quantitativos de ligações provisórias e desvios de tráfego já haviam sido pagos nas
medições parciais do Consorcio Construtor. Ademais, informa o seguinte:
Fomos informados que haverá novas reivindicações do Consorcio Construtor, em
complementação ao presente processo de reequilíbrio econômico-financeiro. Sendo
assim, considerando-se a atual necessidade de correção de quantitativos e valores
deste processo e o fato que nenhum pagamento ainda não foi efetuado, esta DIRER
sugere a anulação do processo em pauta e a criação de novo processo, incluindo as
correções aqui enumeradas e também a inclusão dos novos itens, tudo baseado no
Edital RDC Eletrônico n° 20170001-DER, em particular ao estabelecido na Matriz de
Risco.
Em seguida, à fl. 137 do Processo nº 11452751/2019 (última folha), o Superintendente
Adjunto de Rodovias – SOP solicitou posicionamento do Consórcio, em razão da diferença
financeira no reequilíbrio solicitado.

21
Às fls. 02/05, do Processo nº 02748876/2021, que deu continuidade ao Processo nº
11452751/2019, constou o posicionamento do Consórcio Anel Viário, seguido por novo
Despacho do Diretor de Engenharia Rodoviária da SOP, de 13.04.2021, ratificando seu
posicionamento anterior e opinando pela anulação do 4º Termo Aditivo ao Contrato nº
011/2018, considerando que o referido instrumento havia apresentado desconformidades
que foram constatadas apenas depois do Aditivo publicado.
Logo em seguida, às fls. 13/18 do Processo nº 02748876/2021, constou o Parecer nº
350/2021, da Coordenadoria Jurídica da SOP, de 11.05.2021, concluindo pela necessidade de
anulação do 4º Termo Aditivo ao Contrato nº 011/2018, seguido por Despacho do
Superintendente da SOP (fl. 19), datado de 12.05.2021, autorizando a anulação do referido
Aditivo.
Por fim, às fls. 21/22 deste último processo, constou o Termo de Anulação do 4º Termo Aditivo
ao Contrato nº 011/2018, datado de 12.05.2021, assinado pelo Superintendente da SOP.
Cabe ressaltar que, embora o Aditivo não tenha sido levado adiante, as análises efetuadas
pelas áreas técnicas e jurídicas da SOP não levaram em consideração a alocação de risco
previstas nas Matrizes de Risco 1A e 1B, Anexo VII do RDC Eletrônico nº 20170001-DER, bem
como a Cláusula Décima Sexta do Contrato nº 011/2018, a seguir:
CLAUSULA DÉCIMA SEXTA - DOS ADITIVOS, DA MATRIZ DE RISCOS E DA
RECOMPOSIÇÃO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
16.1 Fica vedada a celebração de termos aditivos a este Contrato. exceto se
verificada uma das seguintes hipóteses.
16.2 Recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, devido a caso fortuito ou
força maior:
16.3 Necessidade de alteração do projeto ou das especificações para melhor
adequação técnica aos objetivos da contratação, a pedido da administração pública,
desde que não decorrentes de erros ou omissões por parte da CONTRATADA
observados os limites previstos no § 1° do art. 65 da Lei n° 8.666/93.
16.4 0 caso fortuito e a força maior que possam ser objeto de cobertura de seguros
oferecidos no Brasil a época de sua ocorrência ou que estejam previstos na Matriz
de Risco são de responsabilidade da CONTRATADA.
16.5 Da Matriz de Risco
16.6 A Matriz de Risco e o instrumento que define as responsabilidades do
CONTRATANTE e da CONTRATADA na execução do contrato.
16.7 A CONTRATADA é integral e exclusivamente responsável por todos os riscos
relacionados ao objeto do ajuste, inclusive, sem limitação. conforme estabelecido na
MATRIZ DE RISCO 1A e 1B
16.8 A CONTRATADA não é responsável pelos riscos relacionados ao objeto do ajuste
quando a responsabilidade for do CONTRATANTE, conforme estabelecido na MATRIZ
DE RISCO 1A e IB
16.9 Constitui peca integrante deste Contrato, independentemente de transcrição
no instrumento respectivo, o Anexo VIII - Matriz de Risco 1A e IB.

Portanto, verifica-se que parte dos serviços que seriam aditados estão claramente definidos
nas Matrizes de Risco 1A e 1B, como de responsabilidade da Contratada ou Seguradora,
conforme quadro a seguir:

22
Quadro 03: Comparativo entre os serviços Aditivados com a Matriz de Risco 1B:
Família de Item de Serviço Item de Serviço – Materialização Alocação
Serviço Aditivado Matriz – 1B
Mudança da origem de
4 - Estocagem de material e/ou acréscimo
Material; Material de de número de fontes, Contratada
Terraplenagem
5 - Aquisição de material Jazida quaisquer que sejam os Seguradora
de jazida motivos causadores da
necessidade de alteração.
6 - Acesso ao condomínio
Jardins Ibiza;
7 - Ligação provisória da
pista sul (LE) do anel
Custos adicionais para Contratada
viário no segmento da Desvios de
manutenção e operação
interseção da rodovia CE- Tráfego Seguradora
de desvios de tráfegos
065; e,
8 - Caminhos de serviço,
desvios de tráfego e
retornos.
Fonte: RDC Eletrônico nº 20170001-DER.

Por todo o exposto, verificou-se que a SOP celebrou Termo Aditivo de reequilíbrio econômico-
financeiro do Contrato nº 011/2018 sem análise prévia da fiscalização da obra e da
Supervisora contratada, bem como sem atentar para as responsabilidades previstas na Matriz
de Risco previstas contratualmente. Tal Aditivo foi anulado somente após alerta efetuado pela
SR/DNIT/CE e pela área Jurídica da SOP.

7) Descumprimento dos critérios de pagamento previstos no


Contrato e Edital de Licitação, gerando atraso no cronograma físico-
financeiro, sem a devida sanção ao Consórcio contratado.
O Contrato nº 011/2018, firmado com o Consórcio Anel Viário, em 12.04.2018, para a
elaboração dos Projetos Básicos e Executivos e execução dos remanescentes da duplicação e
melhoramentos do Anel Viário de Fortaleza, previu, em relação ao Cronograma Físico-
Financeiro, o seguinte:

7.1 O CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO deverá ser ajustado ao efetivo início dos


serviços, quando da emissão da ORDEM DE SERVIÇO.
[...]
7.7 O CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO, parte integrante deste Contrato, deverá
representar todo o caminho crítico do projeto/empreendimento, o qual não poderá
ser alterado sem motivação circunstanciada independente da não alteração do prazo
final.
23
[...]
7.10 A CONTRATADA deverá manter as entregas de cada etapa de obra/serviços,
estabelecidas no CRONOGRAMA FÍSICO – FINANCEIRO, sujeitando a CONTRATADA a
penalidades a título de multa, incidente no percentual não realizado de cada etapa
de serviço, conforme a CLÁUSULA DÉCIMA TERCEIRA – DAS SANÇÕES
ADMINISTRATIVAS.
7.11 O CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO deverá representar todas as ATIVIDADES
da planilha orçamentária, com grau de detalhamento compatível com o
planejamento da execução da CONTRATADA.
7.12 A CONTRATADA deverá efetuar seu próprio planejamento, levando em conta a
produtividade de suas máquinas, equipamentos e mão de obra sem, contudo,
exceder o prazo estabelecido na CLÁUSULA QUARTA – DOS PRAZOS E DO LOCAL DOS
SERVIÇOS deste contrato.
7.13 Além das obrigações descritas neste contrato, compete à CONTRATADA cumprir
fielmente os prazos de término de cada etapa de acordo com o CRONOGRAMA
FÍSICO-FINANCEIRO.

Ademais, o Contrato previu que as medições seriam pagas em conformidade com as etapas
previstas no cronograma físico-financeiro, conforme segue:

8.2.1 Os serviços serão medidos, de acordo com os eventos preestabelecidos no


Quadro 02 – Critérios de Pagamento (Anexo III), após sua devida conclusão. Será
permitido o pagamento de parcelas de uma etapa, de acordo com a Instrução de
Serviço nº. 02/2004-DNIT.
8.2.2 As medições das etapas concluídas após o prazo previsto no cronograma físico-
financeiro contratual poderão ser efetivadas, sem prejuízo da aplicação das
penalidades previstas.
8.2.3 As medições serão feitas mensalmente, respeitando no mínimo o percentual
de cada parcela, de acordo com o cronograma físico-financeiro adotado e aceito pelo
CONTRATANTE.
[...]
8.2.6 Somente poderá ser efetivada a medição dos eventos que atingirem o
percentual previsto para a etapa caso não haja atraso superior a 3 (três) meses de
um dos eventos previsto nas etapas anteriores.

Conforme tratado no Processo nº 3889568/2018, o Consórcio Anel Viário apresentou, em


18.05.2018, o Cronograma Físico-financeiro da obra, em atendimento ao item 12.2 do Edital
RDC Eletrônico nº 20170001-DER, que previa a disponibilização de uma segunda versão do
cronograma a ser entregue à Administração em até 60 (sessenta) dias após a assinatura do
Contrato. Este novo cronograma alterou a previsão para a execução de todas as etapas da
obra para o período de maio/2018 a junho/2020 (26 meses) e deveria ser o balizador para as
medições dos serviços a serem realizadas no Contrato nº 011/2018.

Questionada a apresentar os processos que formalizaram as alterações do cronograma, a SOP


encaminhou dois processos tratando de alterações do Cronograma Físico-Financeiro
contratado.

O primeiro processo (nº 6485700/2018) tratou de solicitação de alteração do Cronograma


apresentado pelo Consórcio Anel Viário, em 09.08.2018, desta feita com previsão para a
24
execução da obra no período de maio/2018 a abril/2020 (24 meses), tendo o Consórcio
justificado as alterações em razão da execução do empreendimento em condições bastante
diversas daquelas previamente estabelecidas, com frentes sobremaneira restritas, devido a
interferências com redes de energia, gás, água e esgoto, bem como presença de rede de fibra
óptica e adutoras, tendo o de acordo da Comissão de Fiscalização e da Supervisora, conforme
despachos constantes às fls. 9/10 do referido processo.

Já o segundo processo (nº 7954003/2018) requereu nova alteração no Cronograma Físico-


Financeiro da obra, apresentado pelo Consórcio Anel Viário, em 25.09.2018, mantendo o
período previsto para a execução da obra também para maio/2018 a abril/2020, porém com
ajustes efetuados nas etapas de execução dos serviços.

Ressalte-se que foram apresentadas as mesmas alegações do pleito anterior. No entanto,


desta feita, constou apenas despacho de membro da Comissão de Fiscalização da SOP
encaminhando o pleito ao Diretor de Engenharia Rodoviária da SOP, sem posicionamento
quanto à sua aprovação, conforme tratado à fl. 07 do retromencionado processo.

A partir de então, o cronograma físico-financeiro da obra foi sendo alterado mensalmente,


apenas refletindo a realização das obras pelo Consórcio contratado.

Questionado a apresentar justificativas para as diversas alterações ocorridas no Cronograma


Físico-Financeiro das Obras, sem a devida aprovação da SOP, haja vista que o Consórcio
Contratado requereu apenas duas alterações no referido cronograma, a SOP informou, por
meio do Ofício n° 437-2022/SPAR/SOP, de 26.05.2022, que no Relatório Periódico RP-78
(Novembro/2018) constaria solicitação do Consórcio (Doc. CA07-181106), visando à
compatibilidade das medições parciais (Serviços Executados) e do Cronograma Físico-
financeiro, bem como o Parecer nº 517/2018, exarado pela Procuradoria Jurídica do DER sobre
a demanda do Consórcio.

Conforme o documento nº CA07-181106, datada de 06.11.2018, o Consórcio Anel Viário alega


que o não atingimento das metas mensais estabelecidas no cronograma não poderia ser
imputado aos Consórcio, em razão, principalmente, da falta de liberação das frentes de
serviço da obra, por motivos alheios à responsabilidade e controle do Consórcio. Alega, ainda,
que o Termo de Compromisso já havia disponibilizado ao empreendimento,
aproximadamente, 42 milhões para a execução da obra, dos quais apenas 6 milhões haviam
sido desembolsados até aquele momento, o que caracterizaria um descompasso entre o
avanço físico e o financeiro, tendo em vista que os recursos disponíveis estariam
comprometidos com os serviços já executados e ainda não medidos e pagos.

Por fim solicita, em que pese o constante no Edital de Licitação, no caso de antecipação física
do cronograma, uma vez que já existiria saldo de empenho necessário para sua cobertura, que
sua remuneração fosse efetuada pelos serviços efetivamente executados.

O Parecer nº 517/2018 da Procuradoria Jurídica do DER, datado de 26.11.2018, concluiu pelo


deferimento da solicitação do Consórcio Anel Viário, no que tange à alteração do critério de
medição, por considerar que o Consórcio havia fundamentado sua solicitação, alegando que
o não cumprimento do percentual mínimo de cada parcela, em determinadas etapas, ocorreu
25
por motivos alheios à sua responsabilidade e controle, em razão da permanência de diversas
interferências.

Ademais, haveria previsão contratual que possibilitaria o pagamento proporcional, conforme


trecho a seguir:

Com efeito, em sintonia com os aspectos relacionados ao exame jurídico em pauta,


há previsão contratual quanto à possibilidade de pagamento proporcional,
conforme Cláusula Oitava, Subitem 8.2.1. Vejamos:
“8.2.1 - Os serviços serão medidos, de acordo com os eventos preestabelecidos no
Quadro 02 – Critérios de Pagamento (Anexo III), após sua devida conclusão. SERÁ
PERMITIDO O PAGAMENTO DE PARCELAS DE UMA ETAPA ...” (Grifou-se)

Embora o subitem 8.2.1 permitisse o pagamento de parcelas de uma etapa, especificamente


em situações pontuais, tal cláusula não respaldava a completa desvirtuação do cronograma
físico-financeiro da obra

Ressalte-se que o Parecer, ao transcrever o texto do subitem 8.2.1 do Contrato, omitiu a


informação de que os pagamentos deveriam estar “de acordo com a Instrução de Serviço nº
02/2004-DNIT”, conforme texto a seguir:

“8.2.1 - Os serviços serão medidos, de acordo com os eventos preestabelecidos no


Quadro 02 – Critérios de Pagamento (Anexo III), após sua devida conclusão. SERÁ
PERMITIDO O PAGAMENTO DE PARCELAS DE UMA ETAPA, de acordo com a
Instrução de Serviço nº 02/2004-DNIT.”

A propósito, a Instrução de Serviço nº 02/2004-DNIT” dispõe o seguinte:

Art. 7º - As medições das obras corresponderão à conclusão de etapas do


cronograma físico-financeiro contratual.
Art. 8º - As medições das parcelas concluídas após o prazo previsto no cronograma
físico-financeiro contratual poderão ser efetivadas, sem prejuízo da aplicação das
penalidades previstas.
[...]
Art. 10º - Os serviços serão medidos mensalmente, respeitado no mínimo o
percentual de cada parcela, de acordo com o cronograma físico-financeiro adotado
e aprovado.
[...]
Art. 14º - Se, para um determinado evento, o cronograma estiver atrasado, o mesmo
somente será considerado atendido no momento em que os percentuais
acumulados executados coincidirem ou ultrapassarem os previstos, podendo ser
medido juntamente com as demais parcelas previstas para a etapa em andamento.
Art. 15º - Somente poderá ser efetivada a medição dos eventos que atingirem o
percentual previsto para a etapa caso não haja atraso superior a três meses de um
dos eventos previstos nas etapas anteriores. (Grifou-se)

Como se observa no texto transcrito, as Cláusulas contratuais observaram as disposições da


Instrução de Serviço nº 02/2004-DNIT, as quais, inclusive, previam o pagamento de multas,

26
caso as etapas não fossem plenamente executadas no respectivo período previsto no
cronograma físico-financeiro.

Cabe ainda destacar que, embora algumas interferências e desapropriações tenham


perdurado pendentes de solução, tais situações eram restritas a trechos pontuais das
intersecções da BR-020 com algumas rodovias estaduais, existindo diversas frentes de serviços
desimpedidas que não foram devidamente atacadas pelo Consórcio contratado, tais como a
conclusão da restauração da rodovia existente, do acostamento e ciclovia da mesma via, além
de todos os retornos, entre outras. Portanto, não havia razão que amparasse a desvirtuação
do cronograma físico-financeiro para fins de pagamento da forma como foi realizada.

Do exposto, observa-se que o DER e a SOP permitiram o total descumprimento do cronograma


físico-financeiro da obra por parte do consórcio contratado, sem a aplicação das devidas
penalidades previstas em contrato, gerando atraso na obra, o que culminou com o abandono
pela contratada, quando não mais tinha interesse em executar os serviços pendentes.

8) Rescisão unilateral do Contrato nº 011/2018 sem atendimento a


requisitos técnicos e aplicação das penalidades devidas.
Conforme tratado no Processo nº 02344996/2021 (fls. 02/31), em 03.03.2021, o Consórcio
Anel Viário, liderado pela Construtora Cosampa Projetos e Construções Ltda., detentor do
Contrato nº 011/2018 com a SOP, alegando problemas com interferências (desapropriações,
gasodutos e postes de energia), quadro chuvoso acima da média histórica, pandemia do
Covid-19, agravamento da crise econômico-financeira e prejuízo recorrente do Consórcio,
informou que estaria encerrando a execução do referido contrato e solicitou o reequilíbrio
econômico-financeiro dos serviços efetivamente executados, bem como a rescisão amigável
do contrato.
Às fls. 35/39, constou Parecer Técnico do Diretor de Engenharia Rodoviária da SOP, de
18.03.2021, que considerou que haveria alegações procedentes (Gasoduto Transpetro e
desapropriações na faixa de domínio sob responsabilidade do DNIT, bem como o momento
excepcional vivenciado em face da Pandemia) e outras improcedentes (quadro chuvoso;
diversos problemas com interferências e desapropriações já estavam sanadas; agravamento
da crise econômico-financeira e prejuízo recorrente do Consórcio). Ademais, sugeriu que o
contrato fosse rescindido de forma amigável ou litigiosa, a depender da decisão do
Superintendente da SOP.
Às fls. 76/77 do processo, constou o Ofício nº 61535/2021/NAA-CE/SRE-CE, de 13.05.2021, no
qual a SR/DNIT/CE, tendo em vista a possível rescisão do Contrato nº 011/2018, informou à
SOP que restariam diversas pendências relacionadas à execução da obra que caracterizariam
a inexecução parcial do contrato pelo Consórcio contratado, bem como ressaltou que a SOP
deveria observar que a ausência de soluções para tais pendências ensejaria a aplicação de
penalizações ao Consórcio. Das pendências elencadas que envolviam o Consórcio contratado,
destacam-se as seguintes:
• ausência de demolição de imóveis já desapropriados;
27
• necessidade de recomposição de cercas danificadas ao longo da faixa de domínio;
• não apresentação do Projeto Executivo da alteração da interseção da BR-020 com a
CE-060, embora tenha sido cobrada várias vezes pelo DNIT;
• não cumprimento de diversas solicitações de melhoria da sinalização e fechamento de
acessos irregulares;
• não execução dos retornos projetados, tornando o tráfego vulnerável e passível de
acidentes, embora tenham sido feitas diversas solicitações para tal, e
• não correção de laudos de desapropriação elaborados pelo Consórcio Construtor.
Na sequência do Processo, constou, às fls. 90/102, o Parecer nº 608/2021, da Coordenadoria
Jurídica da SOP, datado de 25.06.2021, que tratou da análise da solicitação de rescisão do
Contrato nº 011/2018 e do Ofício nº 61535/2021/NAA-CE/SRE-CE.
O referido Parecer tratou individualmente das alegações do Consórcio Anel Viário que
motivariam a rescisão contratual, destacando, ainda, que, caso o Superintendente da SOP
viesse a autorizar a Rescisão do Contrato nº 011/2018, que se faria necessária a elaboração
do Relatório de Vistoria das obras e “As Buil”, nos termos o Acórdão nº 0332/2019, do Tribunal
de Contas do Estado do Ceará – TCE, a seguir:
Acórdão Nº 0332/2019
(...) B) remeter Ofício Circular a todos os Jurisdicionados, nos termos do art. 3º da Lei
nº 12.509/1995, DETERMINANDO a observância, quando de qualquer rescisão
contratual de obra/serviços de engenharia, da elaboração prévia de Relatório de
Vistoria, assinado pela fiscalização e empresa contratada, especificando os serviços
até então executados, encontro de contas, registros fotográficos, planilha de custo
e relatório “As Built” dos serviços executados, quitação e outras informações
acerca do andamento/desenvolvimento do objeto da obra/serviço, devendo tal
Relatório, obrigatoriamente, ser parte integrante do Termo de Rescisão
Contratual, conforme proposição da Gerência de fiscalização de Obras de
Engenharia e Meio Ambiente no Certificado nº 0074/2018 (...) (Grifou-se)
Ademais, o referido Parecer assim concluiu:
Considerando que o artigo 78, inciso I, III e V, c/c artigo 79, I, da Lei de Licitações e
Contratos, prevê a possibilidade de rescisão contratual unilateral, posto que, a
contratada descumpriu com os prazos previstos no referido contrato, houve
paralização da obra sem prévia comunicação a esta entidade, bem como ficou
constatado que ocorreu a lentidão do cumprimento do objeto contratual, entre
outros pontos indicados nos documentos constantes dos processos; e considerando
que o artigo 87, prevê a possibilidade de aplicação das penalidades de advertência,
multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato, suspensão
temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a
Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos, bem como perda integral da
garantia de execução do contrato, prevista no subitem 13.3, a) do aludido
Contrato, encaminhamos o presente processo para ulterior deliberação da
autoridade máxima desta Superintendência de Obras Públicas – SOP. (Grifo Nosso)
Ademais, caso esta autarquia estadual decida por rescindir unilateralmente o
contrato nº 011/2018, deverá providenciar a confecção do Relatório de Vistoria e
“As Built”, exigido no Acórdão nº 0332/2019, do TCE, às fl[s. 56/60, o qual deve,
obrigatoriamente, ser parte integrante do pretenso Termos de Rescisão Contratual.
[...]
Por fim, cabe a autoridade competente, no caso o Superintendente da SOP, no
exercício do poder discricionário que lhe é conferido, determinar a aplicação da(s)
penalidade(s) conveniente ao caso concreto, conforme o disposto na Lei Federal
nº 8.666/93 e no instrumento contratual. (Grifou-se)

28
Na sequência do processo, à fl. 104, constou o Despacho do Superintendente da SOP, datado
de 25.06.2021, aprovando o Parecer nº 608/2021 e autorizando a rescisão unilateral do
Contrato nº 011/2018. No Despacho, a título de punição, determinou tão somente multa nos
termos da Cláusula Décima Quarta, subitem 14.2.3 do referido Contrato, ou seja, multa de 5%
sobre o valor total contratado, por descumprimento do prazo de execução do objeto da
licitação, bem como encaminhou os autos à Diretoria de Engenharia para elaboração do
Relatório de Vistoria, consoante o disposto no item b) do Acórdão nº 0332/2019 e notificação
à empresa contratada acerca da rescisão contratual.
Em seguida, constou a Notificação Extrajudicial do Consórcio (fls. 104/105), de 05.07.2021,
comunicando da rescisão unilateral do Contrato e aplicação de penalidade, seguido da
resposta do Consórcio Anel Viário à referida Notificação (fls. 108/118), datada de 12.07.2021,
cujas alegações foram todas refutadas, conforme análise efetuada pelo Diretor de Engenharia
Rodoviária da SOP, por meio de Despacho (fls. 136/138), datado de 20.07.2021.
Ressalte-se que, em seu Despacho, o Diretor de Engenharia Rodoviária da SOP também
informa que a Supervisora da Obra, empresa JBR Engenharia Ltda., havia apresentado a
“Situação Atual da Obra”, que equivaleria e atenderia aos objetivos do “Relatório de Vistoria”
solicitado pelo Superintendente da SOP.
No entanto o documento elaborado pela Supervisora, CI nº 13/2021 – C254 (fls. 119/121), de
12.07.2021, apenas contemplou um breve histórico do empreendimento, uma descrição
resumida dos serviços executados e pendentes de execução, além de um Relatório Fotográfico
da obra (fls. 122/133).
Portanto, referido documento não preenchia todos os requisitos do Acórdão TCE nº
0332/2019, tendo em vista que não foi assinado pela fiscalização e empresa contratada,
tampouco contemplou planilha de custo, quitação das partes e, principalmente, o “As Built”
dos serviços executados.
Também não foi constituída Comissão e, consequentemente, providenciada a elaboração de
Relatório de arrolamento da situação dos serviços, quando da rescisão contratual, em que
pese previsão no Contrato nº 011/2018, conforme cláusulas a seguir:
15.8 Ocorrendo rescisão do Contrato, o CONTRATANTE constituirá “Comissão” para
arrolamento da situação dos serviços, no momento da sua paralização e concederá
prazo corrido de 48 (quarenta e oito) horas para que a CONTRATADA indique seu
representante.
15.9 Vencido o prazo e não indicando a CONTRATADA o seu representante ou não
comparecendo o indicado para execução dos trabalhos, a “Comissão” fará o
respectivo arrolamento.”
15.10 Em quaisquer hipóteses as partes declaram aceitar incondicionalmente o
relatório de arrolamento feito. (Grifou-se)

Ademais, o Contrato nº 011/2018 também previa, conforme cláusula 8.1.2, que os serviços
executados pelo Consórcio Contratado deveriam ser recebidos pela SOP, em consonância com
as disposições contidas na Instrução de Serviço/DNIT nº 13, de 04.11.2013. Questionado sobre
o tema, a SOP, por meio do Ofício nº 340-2022/SUPAR/SOP, de 19.05.2022, assim se
pronunciou:
Na Instrução de Serviço nº 13, de 04.11.2013, no Art.2º - Procedimentos
Administrativos, item 2.8 é relatado o que segue:

29
"Quando, por qualquer razão não se concluir o objeto do Contrato, para instruir o
processo de rescisão será lavrado o Termo de Vistoria ou o de Avaliação, no prazo
de 5(cinco) dias úteis da data determinada no despacho rescisório, ou ainda, data da
paralização da obra, o que primeiro ocorrer...”
O pedido de rescisão contratual partiu do consórcio contratado e, devido a esta
decisão repentina, a SOP procedeu a apuração dos serviços realizados no período
vigente, fundamentando a Medição Final, aplicando as sanções administrativas
cabíveis, celebrando a rescisão desejada com a aplicação de multa e acionando a
seguradora do contrato.
Desta forma não foram adotados os procedimentos contidos na Instrução de serviço
nº 13, datada de 04/11/2013.

Conforme o mencionado item 2.8 da Instrução de Serviço nº 13/DNIT, quando da rescisão do


Contrato nº 011/2018, a SOP deveria ter lavrado Termo de Vistoria assinado pela Fiscalização
do Contrato e Supervisora, de acordo com modelos anexos à Instrução de Serviço, com
verificação circunstanciada do estado em que as obras seriam recebidas.
Portanto, a simples realização da medição final dos serviços, que apenas atestou os serviços
executados no último mês antes da paralização, não atendeu às exigências da Norma do DNIT
e cláusula 8.1.2 do Contrato nº 011/2018.
Às fls. 141/143 do Processo nº 02344996/2021, constou o Despacho elaborado pela Gerência
de Projetos Rodoviários da SOP, também tratando da análise da resposta apresentada pelo
Consórcio Anel Viário, que assim concluiu:
Concluímos pela falta de justificativa plausível para a rescisão do contrato e
paralização, desta forma, o consórcio deveria prosseguir com a execução da obra, o
que não ocorreu. Ocorreu o abandono da obra, que caracterizou na impossibilidade
de cumprimento do cronograma da obra. Salientamos ainda, que a paralização e
abandono ocorreu sem concordância e comunicação prévia à SOP.

Às fls. 144/159 do processo, a Procuradoria Jurídica da SOP mais uma vez se pronunciou
acerca do pedido de Rescisão Unilateral, por meio do Parecer nº 1115/2021, de 23.07.2021,
opinando pela regularidade da rescisão de forma unilateral do Contrato nº 011/2018, com
aplicação de penalidade, considerando as manifestações técnicas apontadas nos pareceres e
relatório constante dos autos.
Por fim, às fls. 179/181, por meio do Termo de Rescisão Unilateral do Contrato nº 011/2018,
assinado pelo Superintendente da SOP, em 30.07.2021, procedeu-se à rescisão do Contrato
nº 011/2018, com aplicação de Penalidade de Multa, nos termos da Cláusula Décima Quarta,
subitem 14.2.3 do Contrato, a seguir:
14.2.3 5% (cinco por cento) sobre o valor total contratado, por descumprimento do
prazo de execução do objeto da licitação, sem prejuízo da aplicação do disposto nos
subitens 14.3.1 e 14.3.2. (Grifou-se)

No entanto, além punição acima, o atraso injustificado, seguido de abandono da obra pelo
Consórcio contratado ensejaria a aplicação de outras punições previstas no Contrato nº
011/2018, conforme cláusulas contratuais a seguir:
14.1 O licitante que não cumprir integralmente as obrigações assumidas, garantido
o contraditório e a ampla defesa, está sujeito às seguintes sanções:
14.1.1 Advertência
14.1.2 Multa;
14.1.3 Suspensão temporária de participação em licitação;

30
Declaração de inidoneidade;
14.1.5 Impedimento de licitar e contratar com a Administração Federal.
[....]
14.2 MULTA é a sanção pecuniária que será imposta ao fornecedor, por atraso
injustificado na entrega ou execução do contrato, e será aplicada nos seguintes
percentuais:
14.2.1 0,33% (trinta e três centésimos por cento) por dia de atraso na execução do
objeto da licitação, calculado sobre o valor correspondente à parte inadimplente,
até o limite de 9,9% (nove, vírgula, nove por cento), que corresponde a até 30
(trinta) dias de atraso;
[....]
“14.2.4 15% (QUINZE POR CENTO) em caso de recusa injustificada do adjudicatário
em assinar o contrato ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo
estabelecido pelo DER, recusa na conclusão do serviço, ou rescisão do contrato,
calculado sobre a parte inadimplente. (Grifou-se)

Ademais, conforme item 14.7 do Contrato, a multa poderia ser aplicada cumulativamente com
outras sanções, segundo a natureza e a gravidade da falta cometida, consoante o previsto na
Lei nº 8.666/93 e no art. 2º da Instrução Normativa/DG DNIT nº 01/2013.
Nesse sentido, o Contrato prevê a aplicação de penalidade de “Impedimento de Licitar e
Contratar com a Administração” em situações aplicáveis ao presente caso, quais sejam:
14.14.3 Ensejar o retardamento da execução ou da entrega do objeto da licitação
sem motivo justificado;
[.....]
14.14.7 Der causa à inexecução total ou parcial do contrato.

Portanto, considerando o atraso injustificado e o abandono da obra pelo Consórcio Anel


Viário, comprovados pelas áreas técnicas e jurídicas da SOP, bem como o prejuízo/riscos de
acidentes que o abandono da obra vem causando aos usuários da Rodovia, mesmo após
reiterados solicitações de correções efetuadas pela SR/DNIT/CE, considera-se que a
penalidade aplicada (descumprimento de prazo de execução) pelo Superintendente da SOP
não foi proporcional às faltas cometidas pelo Consórcio, bem como as punições previstas em
contrato.
Ressalte-se que, embora a rescisão tenha sido concretizada em 30.07.2021, somente em
02.02.2022 o Consórcio foi notificado a realizar o pagamento. No entanto, em razão da
ausência de quitação do débito, o Superintendente Adjunto de Rodovias da SOP autorizou,
em 01.04.2022, a inscrição do débito em dívida ativa e no CADIN. Contudo não foram inseridos
no processo os documentos comprobatórios da efetivação das inscrições.

9) Inércia por parte do DNIT quanto ao acompanhamento do Termo


de Compromisso nº 767/2011.
De acordo com as Cláusulas Sexta e Décima do Termo de Compromisso nº 767/2011, compete
ao DINT, dentre outras atribuições, fiscalizar a execução dos serviços em conformidade com
o projeto de engenharia e suas respectivas revisões, providenciar as desapropriações que se
fizeram necessárias e proceder à remoção das interferências relativas à Petrobras na faixa de
domínio.

31
No entanto, pelos fatos apontados abaixo, verifica-se que a SR/DNIT/CE não cumpriu
fielmente com suas atribuições de fiscalizadora/supervisora do termo de compromisso.
a) Ofício nº 74353/2020/NAA-CE/SER-CE, da SR/DNIT/CE, de 26.06.2020, em resposta ao
Ofício nº 9668/2020/NAC3-CE/CEARA/CGU, de 18.06.2020, desta CGU, informa que havia
disponível, até aquele momento, apenas os relatórios de acompanhamento elaborados pela
empresa supervisora das obras referentes aos meses de maio/2018 (nº 72) a junho/2019 (nº
86), tendo apresentado os demais, do nº 01 ao nº 62, apenas em 09.07.2020, por meio do
Ofício nº 80201/2020/NAA-CE/CEARA/SER-CE, do nº 63 ao nº 67, em 18.08.2020, por meio do
Ofício nº 99726/2020/NAA-CE/SER-CE e do nº 68 ao nº 71, apenas em 12.04.2021, por meio
do Ofício 45875/2021/NAA-CE/SER-CE, todos extemporaneamente solicitados à SOP, tendo
esse último sido apresentado quase dez meses após a solicitação. A indisponibilidade de
informações absolutamente essenciais para o acompanhamento do Termo de Compromisso,
como os Relatórios de Supervisão da obra, evidencia que não havia um acompanhamento
efetivo, especialmente até maio/2018.
b) Item “h” do Ofício nº 46937/2022/NAA-CE/SER-CE, do DNIT/CE, de 17.03.2022, em resposta
à Solicitação de Auditoria nº 01/905208 desta CGU, que solicitou relatórios de
acompanhamento/andamento da execução elaborados pela equipe de fiscalização do
DNIT/CE, informa que o acompanhamento é realizado por meio de processo específico,
porém, não apresenta referido processo e, quando da necessidade de algum registro ou
solicitação, realiza-se dentro do processo de nº 50.603.000092/2019-25.
O Processo mencionado acima trata do acompanhamento do TC nº 767/2011, conforme
documentação anexa ao processo, porém foi iniciado somente a partir do exercício de 2019.
Em relação aos exercícios anteriores, foram disponibilizados apenas os processos de prestação
de contas, que não apresentam quaisquer relatórios e/ou pareceres da equipe de fiscalização:
• SEI nº 50600.033365/2013-52 (1ª Prestação de Contas);
• SEI nº 50600.072478/2014-54 (2ª Prestação de Contas), que apresenta o Memorando
nº 017/2014 – PORT 108/12 – TT-767/11 (fls. 03 a 04 – Vol. I), de 11.11.2014;
• SEI nº 50600.004329/2015-43 (3ª Prestação de Contas), com o Memorando nº
004/2015 – TT-767/11, de 20.02.2015, que trata do parecer da equipe de fiscalização
atestando que os serviços foram executados de acordo com as normas vigentes no
DNIT e os objetivos alcançados, bem como os recursos financeiros tiveram correta e
regular aplicação, porém não se vislumbra no processo quaisquer relatórios de
acompanhamento físico da obra, nem registro fotográfico, e
• SEI nº 50603.004192/2018-40 (4ª Prestação de Contas), que apresenta parecer da
equipe de fiscalização por meio da Nota Técnica nº 3/2019/SECONT - COENGE -
CE/COENGE - CAF - CE/SRE – CE, de 15.02.2019 (Doc. SEI 2645007), com relatório de
acompanhamento físico e registro fotográfico da obra (doc. SEI 2693733).
Importante ressaltar que a 4ª Prestação de Contas, referente ao período de janeiro a
dezembro de 2015, foi apresentada apenas em 06.12.2018, conforme Ofício nº 1590/2018 –
SUPER/DER. (Doc. SEI 2247676).

32
c) Depreende-se das portarias de nomeação das equipes de fiscalização1 do TC nº 767/2011,
que, de novembro/2012 a maio/2014, apenas um servidor tinha sido nomeado para a
fiscalização do referido termo de compromisso, o que contraria o §1º da Cláusula Sexta do TC
nº 767/2011, que prevê a nomeação de uma comissão para acompanhar a execução física das
obras do objeto do termo de compromisso.
d) A fragilidade do acompanhamento a cargo da SR/DNIT/CE é evidenciada, também, pela
ineficácia da atuação relativa à realocação do Gasfor I (Processo SEI nº 50603.000612/2012-
23), conforme se verifica no histórico dos fatos que serão retratados a seguir:
• em 15.08.2012, tratativas entre a SR/DNIT/CE e a Petrobras mostram que a
SR/DNIT/CE solicitava cronograma de realização, projeto de sinalização, ART e
cronograma de desativação do Gasfor I, juntamente com documentação tratando da
implantação do Gasfor II (Ofício nº 1504/2012 – DNIT/CE);
• em 30.08.2012, a Petrobras informava da impossibilidade de envio de ART dos serviços
e do projeto de sinalização, pois esses documentos seriam elaborados por empresa
montadora a ser contratada para remanejamento da tubulação do Gasfor, pendente
de celebração, em função da necessidade de conclusão das desapropriações e serviços
de terraplenagem prévios, que estariam sob a responsabilidade do DER/DNIT. Solicita
desconsiderar o envio dos documentos, permitindo a celebração do aditivo ao
contrato de permissão de uso ou autorizar a execução dos serviços de remanejamento
da tubulação da Gasfor, com posterior celebração desse aditivo (Ofício
ENGENHARIA/IETEG/IENE – 1061/2012.
• em 11.10.2012, a SR/DNIT/CE solicitava novamente a mesma documentação
anteriormente demandada por meio do Ofício nº 1504/2012 - DNIT/CE (Ofício nº
1885/2012 – SR/DNIT/CE);
• em 29.10.2012, a Petrobras informava à SR/DNIT/CE que os processos de realocação
do Gasfor I e sua desativação seriam executados por empresas distintas e que a
desativação estaria prevista para o exercício de 2014. Informa ainda que a Petrobrás
aguardaria da SR/DNIT/CE, em regime de urgência, autorização para realocação do
Garfor I. No entanto, não se reporta aos documentos requisitados pela SR/DNIT/CE
(Ofício ETM/ENG-GE/IEGN/IEGNNNE- 010/2012);
• ainda em 29.10.2012, a Petrobras solicitou demandas sob a responsabilidade tanto do
DER/CE quanto da SR/DNIT/CE, tais como, cronograma de terraplanagem e ajuste de
grade para a execução das realocações, desapropriações e liberação para execução
das obras (Ata de Reunião nº 0105/2012)2;
• em 17.08.2015, a SR/DNIT/CE solicitou, novamente, as mesmas documentações, já
demandadas ao longo do exercício de 2012, que tratassem da realocação do Gasfor I
e sua remoção, para a execução do Gasfor II (Ofício nº 2337/2015);
• em 31.01.2018, por meio do Ofício nº 3130/2018/NAA – CE/SER – CE-DNIT, a
SR/DNIT/CE notificou a Petrobras que efetuasse as alterações relacionadas em tabela
anexa ao referido ofício, com vistas à execução das obras de duplicação do Anel Viário,
com prazo de cumprimento estipulado em 180 dias;

1
Portarias nº 083, de 17.09.2010, nº 108, de 20.11.2012, nº 071, de 19.05.2014, nº 183, de 27.10.2015, nº 6369,
de 05.11.2020 e nº 2863, de 19.05.2021
2
Não há quaisquer registros no Processo SEI nº 50603.000612/2012-23, entre o final do exercício de 2012 e
/2015, bem como entre agosto/2015 e início de 2018, relacionados ao assunto aqui abordado.
33
• em 20.02.2018, por meio de correspondência eletrônica, a SEOP/DNIT/CE, ou à
Petrobras que as obras de duplicação haviam sido retomadas pelo DER/CE e solicitou
informações sobre a situação do Gasfor I, se fora ou não realocado, se ainda existia ou
não procedimento licitatório, tudo objetivando a instrução processual e a retomada
das tratativas referentes à regularização da situação do Gasfor;
• em 04.04.2018, foi realizada reunião, por meio de vídeo conferência com a
participação dos representantes da TAG, TRANSPETRO, DER/CE e SR/DNIT/CE,
oportunidade na qual foram explicitadas, por parte dos representantes da SR/DNIT/CE
e DER/CE, em linhas gerais, o novo projeto. Para que a TAG pudesse conhecer e avaliar
com detalhes técnicos o novo projeto da SR/DNIT/CE, de modo a estabelecer as
modificações necessárias no traçado e/ou proteção estrutural do Gasfor, solicitou o
envio de documentação complementar;
• em 17.04.2018, por meio do Ofício TAG/DTO/GCO 0007/2018 (Processo SEI nº
50603.000153/2018-73 anexo ao Processo SEI nº 50603.000612/2012-23), a Petrobras
informou à SR/DNIT/CE que foram realizadas diversas tratativas entre os anos de 2010
e 2013 relacionadas ao Gasfor com representantes do órgão, tendo sido realizada uma
obra pela TAG, com custos próprios, entre os meses de agosto e dezembro de 2014,
que possibilitariam a continuidade da duplicação do anel viário, porém a duplicação
não havia sido levada adiante pela SR/DNIT/CE, conforme cronograma e projeto
apresentado à época, e, naquele momento, o referido órgão pretendia realizar obra
baseada em um novo projeto, demandando novas providências por parte da
Petrobras/TAG;
• em 18.07.2018, Ofício TAG/OTC/GC° 0008/2018, da Petrobrás direcionado à
SR/DNIT/CE, nos mesmos termos do Ofício 007/2018, historiando o acontecido, afirma
que ainda não havia recebido os documentos solicitados, sem os quais não poderia
avançar no tema (estabelecer as modificações necessárias no traçado e/ou proteção
estrutural do Gasfor, face a esta nova condição). Após o recebimento da
documentação requerida, encaminhariam avaliação oportunamente, sem que tal fato
correspondesse à assunção de responsabilidade pela execução da eventual nova obra
de realocação;
• Em 31.07.2018, em contraste com a afirmativa apresentada pela Petrobras de que a
SR/DNIT/CE estaria participando das tratativas relacionados ao Gasfor I, a Comissão de
Fiscalização do TC nº 767/2011, informou à SR/DNIT/CE, por meio do Despacho/SER -
CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE, que todas as tratativas para a execução
dos serviços no período de agosto a dezembro de 2014, mesma época em que foram
realizadas as obras de realocação do Gasfor I, foram realizadas pelo DER/CE, e que a
referida comissão não possuía conhecimento das tratativas em relação a qualquer
projeto enviado à TAG. Informou, ainda, por ocasião de reunião presencial com a TAG
junto ao DER/CE, em 04.04.2018, que teve conhecimento de que já haviam sido
realizadas obras de realocação da rede para a execução das obras do Anel Viário de
Fortaleza, e ficou definido que o DER/CE, junto com uma equipe da TAG/PETROBRÁS,
dirigir-se-iam ao local das obras, e, assim, o DER/CE ficaria responsável por repassar
todas as informações relativas ao atual projeto. Por fim, solicitou notificar o DER/CE
(Interveniente Executor do TC-767/2011) para manifestação quanto ao solicitado pela
TAG, evidenciando que houve uma delegação de competência ao DER/CE pela
SR/DNIT/CE, em relação às tratativas quanto à interferência.

34
Verifica-se, portanto, pelos fatos apontados no Despacho/SER - CE/COENGE - CAF -
CE/SECONT - COENGE – CE, que a SR/DNIT/CE não estava atuando de forma proativa em
relação à remoção da interferência do gasoduto da Petrobrás, visto que informa que
desconhecia quaisquer obras que estariam sendo executadas pela TAG na sua faixa de
domínio. O assunto teve, ainda, os seguintes desdobramentos:
• em 24.05.2019, a SR/DNIT/CE, por meio do Ofício nº 43961/2019/NAA - CE/SRE – CE,
apresentou a documentação solicitada pela Petrobras, conforme reunião realizada
com a TAG, em 04.04.2018, porém informou que não havia recebido quaisquer
manifestações da Petrobras/TAG quanto à remoção ou mitigação do duto na
intersecção entre a BR-020 (4º anel viário) e CE-060 nas proximidades da CEASA, com
o objetivo de conclusão das obras de duplicação do anel viário;
• em 03.07.2020, Ofício CE-TAG DO - 0036/2020, da TAG, direcionado à SR/DNIT/CE,
reafirma que, no período de agosto a dezembro de 2014, a TAG havia realizado a obra
de realocação do gasoduto no trecho do Anel Viário de Fortaleza na BR-020/CE-60
(“Obras de Realocação”), de modo a possibilitar as obras de duplicação pretendida
pela SR/DNIT/CE. Na ocasião, a TAG arcou com todos os custos relacionados, no valor
de aproximadamente R$ 6 milhões; que as obras de realocação foram previamente
discutidas e aprovadas pelo DER/CE, atuando em cooperação e sob a supervisão e
aprovação da SR/DNIT/CE, conforme o TC Nº 767/2011; que após transcorridos cerca
de 4 anos da conclusão das obras de realocação do gasoduto, a SR/DNIT/CE enviou
ofício à TAG para informar sobre sua intenção de retomar a obra inicialmente prevista,
baseada em um novo projeto, e solicitar providências por parte da TAG; que para
subsidiar a análise dos impactos envolvidos, a TAG solicitou, em abril e julho de 2018,
o envio, pela SR/DNIT/CE, do novo projeto, tendo a TAG recebido o referido projeto
somente em fevereiro de 2020. Não obstante o histórico descrito acima, com objetivo
de atender ambas as partes com o mínimo de impacto possível, e considerando o
cronograma das obras em andamento pela TAG, foi apresentada uma alternativa
viável em relação à aludida interferência, que não envolvia deslocamento do gasoduto
da TAG. Diante disso, a TAG encaminhou, para análise da SR/DNIT/CE, os documentos
técnicos relacionados aos estudos desenvolvidos pela TAG quanto a essa nova
alternativa;
• em 20.07.2020, Despacho/SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE negou
quaisquer participações do Serviço de Construção - SECON no que diz respeito à obra
de realocação realizada pela TAG, ou seja, não houve supervisão da SR/DNIT/CE;
afirmou que a TAG informara de uma apresentação de um novo projeto, quando da
retomada das obras que foram informadas em 2018, porém o projeto tratado seria o
original das obras, com adaptações relacionadas a outras interferências, não
relacionadas ao gasoduto; que somente no ano de 2018 (abril) é que a SR/DNIT/CE foi
informada das obras de realocação do gasoduto neste local, e, a partir de uma reunião
ocorrida nesse mês, que se iniciaram as tratativas junto à SR/DNIT/CE, conforme
registrado em Despacho (DNIT) SECONT - COENGE – CE; apesar de a TAG informar que
somente recebeu os projetos solicitados em fevereiro de 2020, desconsiderando
qualquer envio por parte do DER/CE, a SR/DNIT/CE os encaminhou em maio de 2019,
conforme pode ser verificado através do Ofício 43961. Quanto à proposta de alteração
em si, considerou um acréscimo demasiado nas desapropriações da obra, basicamente
sobre a CEASA, que é de responsabilidade do Governo do Estado do Ceará, via

35
Superintendência de Obras Públicas - SOP, que ao mesmo tempo enviou outra
proposta de alteração do projeto através do processo nº 50603.001440/2020-15, com
menores impactos nas desapropriações e, conforme apresentado, sendo viável
tecnicamente. Por fim, sugeriu informar à TAG que a proposta apresentada esbarrava
na necessidade de acréscimo demasiado na desapropriação da CEASA e que a SOP
apresentou outra proposta com menor impacto, e
• em 17.09.2020, por meio do Ofício nº 1231/2020 – SUPER/SOP, a SOP confirmou que
a Petrobras/TAG teria feito uma realocação do gasoduto, fazendo um histórico sobre
a interferência aqui mencionada, e citou a participação do Superintendente do DER/CE
à época, de uma empresa projetista e um engenheiro calculista que poderiam
confirmar a realização dos serviços.
Ainda durante os exercícios de 2020, 2021 e início de 2022, por meio de diversos ofícios, a
SR/DNIT/CE solicitou à SOP informações atualizadas, quanto às tratativas relacionadas com a
TAG ou qualquer decisão quanto à realocação do gasoduto, tendo recebido resposta apenas
em 22.02.2022, por meio do Ofício nº 110/2022/SUPAR/SOP, informando que a interferência
do gasoduto Gasfor seria objeto de estudos pela SOP, porém somente após a recontratação
de uma empresa supervisora, visto que as obras do anel viária se encontram paralisadas.
Portanto, pela documentação que foi analisada no processo em referência, fica claro que as
tratativas no que diz respeito à interferência do gasoduto da Petrobrás, que deveriam ter sido
realizadas pela SR/DNIT/CE, conforme previsto no TC nº 767/2011, encontrava-se,
anomalamente, sob a responsabilidade do interveniente executor, antes o DER/CE e, hoje, a
SOP, e que desde o ano de 2010 não se vislumbrou sucesso quanto à solução para essa
interferência, dando causa para a ausência de frente de trabalho nos serviços que
necessitavam da resolução desse problema.
A ineficácia na solução da interferência do Gasfor com o Anel Viário, somado a outros aspectos
já referidos, evidencia fragilidade do acompanhamento do TC nº 767/2011, sob a
responsabilidade da SR/DNIT/CE, especialmente até o exercício de 2018.

36
RECOMENDAÇÕES
1 - Que o DNIT avalie a qualidade dos serviços executados por intermédio do Contrato nº
011/2018 e notifique à Convenente para que convoque o Consórcio Anel Viário a fim de
efetuar os reparos das falhas identificadas, a exemplo dos defeitos apontadas no presente
Relatório de Auditoria, nos termos do art. 618 do Código Civil (garantia quinquenal).
Achado n° 2

2 - Que o DNIT condicione a aprovação da Prestação de Contas do Termo de Compromisso


nº 767/2011 à conclusão dos reparos dos serviços defeituosos executados pelo Consórcio
Anel Viário no âmbito do Contrato nº 011/2018.
Achado n° 2

37
CONCLUSÃO
Após a execução dos testes de auditoria, de forma a responder as questões de auditoria
definidas para o presente trabalho, os resultados preliminares apontaram a ocorrência dos
seguintes achados de auditoria:

a) deficiência nos serviços executados por meio do Contrato nº 011/2018;

b) paralização das obras pelo Consórcio contratado causando riscos e prejuízos à Rodovia e
aos usuários;

c) deficiências no projeto executivo elaborado no âmbito do Contrato nº 011/2018, que


comprometem a segurança e o escoamento dos veículos;

d) alteração da composição e liderança do Consórcio contratado, sem o atendimento das


condicionantes dos Órgãos Jurídicos e em confronto com o Edital de Licitação.;

e) celebração de Aditivo de Reequilíbrio Econômico-Financeiro sem análise prévia da


fiscalização da obra e da Supervisora contratada, bem como sem atentar para as
responsabilidades previstas na Matriz de Risco;

f) descumprimento dos critérios de pagamento previstos no Contrato e no Edital de Licitação,


gerando atraso no cronograma físico-financeiro, sem a devida sanção ao Consórcio
contratado;

g) rescisão Unilateral do Contrato nº 011/2018 sem atendimento a requisitos técnicos e


aplicação das penalidades devidas, e

h) deficiência por parte do DNIT quanto ao acompanhamento do Termo de Compromisso nº


767/2011-00.

38
ANEXOS
I – MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE AUDITADA E ANÁLISE DA EQUIPE DE
AUDITORIA

Achado nº 2

Manifestação da unidade auditada

Por meio do Ofício nº 3573 - SUPER/SOP, de 13.10.2022, a SOP encaminhou o seguinte


esclarecimento:

“Relativamente aos defeitos supracitados, informamos que foram feitas notificações


cobrando recuperação dos defeitos surgidos no pavimento do Anel Viário de Fortaleza, tanto
no período da Souza Reis como líder do Consórcio, como também, no período da COSAMPA,
como líder.

A Rescisão Contratual litigiosa, ocorreu na data de 03 de agosto de 2021 (cópia do D. O.


anexo), considerando que não foram atendidas as notificações para correção dos defeitos.
Com o fito de não prejudicar o tráfego usuário a SOP-CE, após a rescisão, passou a recuperar
os defeitos no pavimento através de seus contratos de conservação/manutenção,
apropriando os custos para cobrá-los judicialmente em processo de indenização próprio.

Quanto à recomendação da CGU de se recorrer ao Art. 618 do Código Civil (Garantia


Quinquenal), cumpre informar que não foi possível acionar a garantia quinquenal, uma vez
que a Obra não foi concluída e entregue, sendo entendimento dos órgãos de controle que o
acionamento da garantia quinquenal se inicia com a entrega definitiva do objeto.”

Por meio do Despacho /SR-CE/COENGE-CAF-CE/SCT-CE, de 18.11.2022, a SR/DNIT/CE


apresentou o seguinte Esclarecimento:
“Esta SR/DNIT/CE, por meio da fiscalização do TC, veio ao longo do andamento das obras
notificando à SOP/CE (Ente Executor deste TC) para que corrigisse as patologias existentes na
obra, conforme se verifica nos documentos acostados, principalmente, no processo SEI nº
50603.000092/2019-25, dentre os quais citamos:
• OFÍCIO Nº 122926/2020/NAA - CE/SRE – CE (6653007), de 08/09/2020, noticia a
ocorrência de 2(dois) buracos profundos e perigosos próximos ao bordo da Rodovia
BR-020/CE (4º Anel Viário), altura do km 406, que vinha gerando constantes
reclamações por parte dos usuários e poderia causar acidentes com graves
consequências.
• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (7952235), de
15/04/2021: surgimentos de panelas no pavimento recém-restaurado da pista direita
(existente) nas proximidades do Km 408,5;
39
• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SCT – CE (8513333), de 25/06/2021, solicita
intervenção imediata no segmento compreendido do Km 406 ao 413 onde há diversos
buracos recém-abertos da pista direita (decrescente) que causam transtornos e
insegurança aos usuários da via;
• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (4559335), de
29/11/2019, em que foi detectado pela equipe de fiscalização do TC que entre as
estacas 51 e 59 o pavimento rígido executado na pista direita da interseção da CE-065
foi executado com juntas de ligação em desconformidade com o projeto executivo,
bem como apresentou fissura em uma das placas. Foi sugerido notificar à
Superintendência de Obras Públicas – SOP para apresentação de justificativas e ou
ações de correção quanto ao exposto.
• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SCT - CE (10994888), de 05/04/2022, informa
a presença de buracos, nos seguintes pontos: Km 420.1 ao 420.8 - trecho Pajuçara; Km
411.9 ao 414.2 (nesse trecho só está executado o binder sem a capa), concedendo
prazo definido no manual de manutenção e conservação do DNIT para a solução dos
problemas encontrados.
• Relatório de Vistoria nº 01/2022 (SEI nº ), de 07/04/2022, acompanhado de seus
anexos fotográficos(SEI nºs 11156990, 11157024 e 11157063), os quais foram
encaminhados à SOP por meio do OFÍCIO Nº73696/2022/NAA - CE/SRE – CE
(11159007), de 26/04/2022, com a com as seguintes informações/notificação:
“Trata-se do acompanhamento e fiscalização do Termo de Compromisso nº 767/2011,
tendo como objeto a "Conclusão das Obras de Duplicação e Melhoramento do Anel
Viário de Fortaleza - CE, na Rodovia BR-020/CE".
Sobre o assunto, informamos que foi realizada visita técnica pela equipe de fiscalização
na obra, objeto do referido TC, a qual está registrada no Relatório de Visita Técnica nº
01/2022 (11156947) e respectivos anexos 1a (11156990), Ib (11157024), 1c
(11157063) e Termo de Rescisão Contratual (11157155), o que foi registro,
principalmente, onde foram observados os seguintes pontos:
Conforme Termo de Rescisão Contratual anexo, o contrato nº 011/2018 firmado com
o Consórcio Cosampa/Souza Reis/Jurema/Geosistema foi rescindido em 30/07/2021,
estando a obra paralisada desde mar/2021, em total estado de abandono pelo Ente
Beneficiado, o que tem ocasionado sérios problemas de continuidade na sua
execução, bem como na manutenção e conservação dos serviços já executados. Além
disso, está provocando grandes transtornos aos transeuntes que trafegam pela
rodovia, causando e podendo ainda causar sérios acidentes no local;
Os principais problemas encontrados na rodovia estão relacionados à ausência de
conservação e manutenção, à falta de continuidade da obra e o início de serviços sem
a sua conclusão: a) ausência da execução dos retornos definidos em projeto. Essa
situação está forçando aos transeuntes a utilizarem retornos irregulares, causando ou
podendo causar acidentes de trânsito nestes locais (vide fotos 1 a 33 do Anexo Ia).
Vale ressaltar o DNIT vem constantemente cobrando a execução desse retorno, o que
pode ser comprovado com a verificação do processo nº 50603.000092/2019-25; b)
anomalias encontradas em campo, principalmente, fissuras, alçamento de placa e
fissuras/rachaduras nas placas do pavimento rígido, buracos e trilhas de roda no
pavimento flexível (vide Fotos 34 a 69 do Anexo Ib). Ao persistir a situação, além de
comprometer a boa trafegabilidade, estará comprometendo a durabilidade do
pavimento, além de causar acidentes de trânsito; c) desníveis existentes, em vários
pontos, entre a pista de rolamento e o acostamento, os quais estão acima do
permitido (vide fotos 71, 75 e 76 do Anexo Ic). Tal situação poderá dar ensejo acidentes
de trânsito; e d) buracos em grandes dimensões e profundidades em locais com

40
serviços ainda não concluídos. Tal situação está inviabilizando a utilização da rodovia
com engarrafamentos quilométricos. (vide fotos 72 a 74 do Anexo Ic).
Portanto, baseado no referido Relatório de Visita nº 01/2022, encaminhamos o
presente comunicando a situação precária encontrada, solicitando que sejam
acionados os consórcios executores de cada um desses trechos para que façam as
correções necessárias, dentro do prazo estabelecido pela Legislação, no que diz
respeito a garantia dos serviços executados.
Ademais, entende a comissão de fiscalização que ao perdurar o estado de abandono
pelo qual se encontra a obra e da ausência de conservação e manutenção da rodovia
por parte do Ente Beneficiado, que estão presentes fatos que comprovam dano ao
empreendimento, bem como comprometimento do objetivo social proposto.
Para o atendimento desse expediente, fixamos o prazo de 10 (dez) dias corridos,
contados do recebimento deste, sob pena de aplicação de penalidades cabíveis.
Sem mais para o momento, colocamo-nos à disposição para maiores
esclarecimentos.” [Grifamos]
Como se observa, esta SR/DNIT/CE vem notificando ao longo do andamento das obras as
patologias encontradas, solicitando providências da SOP/CE para solucionar esses
problemas.”

Análise da equipe de auditoria

Quanto aos esclarecimentos apresentados pela SOP, não foi encaminhada documentação
comprobatória das notificações efetuadas ao Consórcio contratado, que comprovasse a sua
atuação para a regularização das falhas verificadas, em parte causada pela deficiência no
acompanhamento da execução da obra.

Ademais, os defeitos apontados são característicos de serviços executados fora dos padrões
de qualidade exigidos pelas normas do DNIT. Portanto, trata-se de necessidade de intervenção
cujos serviços, usualmente, não estão contemplados no escopo de contratos de
conservação/manutenção.

Ressalte-se que não foi apresentada nenhuma comprovação acerca da apropriação de custos
ou fornecido alguma referência de valores a serem apropriados.

Já os esclarecimentos apresentados pela SR/DNIT/CE apenas corroboram com as falhas


apontadas no presente relatório. Cabe registrar que, em face da recente estadualização do
Anel Viário de Fortaleza, restará tão somente apreciar da prestação de contas do presente
Termo de Compromisso, considerando as falhas verificadas na execução dos serviços.

Achado nº 3

Manifestação da unidade auditada

Por meio do Ofício nº 3573 - SUPER/SOP, de 13.10.2022, a SOP encaminhou o seguinte


esclarecimento:

“Item l- Desníveis acentuados no bordo da pista:

41
A SOP-CE. sinalizou através do DETRAN-CE, a faixa de bordo da pista e posterirormente,
implantou placas de obras indicativas do desnível. Pista/acostamentos ao longo do trecho.

Item II - A partir da conclusão de segmentos duplicados a SOP-CE e o DNIT-CE, fizeram várias


cobranças, por escrito, da execução dos Retornos Projetados sem terem sido atendidos pelo
Consorcio Construtor, que alegava a necessidade de aditivo contratual para incluir os custos
da parte dos retornos referentes às faixas de aceleração e desaceleração, que no entender do
Consorcio não estão contemplados no orçamento licitado.

Item III - O Consorcio Construtor não fez a Sinalização Definitiva Projetada mas tão somente a
sinalização de obras, muitas vezes, deficientes e que não são remuneradas.

Para suprir esta deficiência. a SOP-CE através do DETRAN-CE. fez a Sinalização Horizontal e
também, a Sinalização Vertical, esta última, com placas de obras e placas obedecendo o
modelo projetado.

Item IV - O intervalo da Pista Norte, não executado citado pela CGU, nesse item, deteriorou-
se e rapidamente pela ação do intenso tráfego de cargas pesadas no Anel Viário. Para não
ocorrer a paralisação do tráfego nesse intervalo a SOP, está fazendo serviços de
conservação/manutenção. A situação da via nesse intervalo, é agravada porque a pista antiga
possui um greide enterrado, que será elevado pelo projeto, por ocasião da retomada das
obras.

Item V - O intervalo da Pista Norte, entre o km 414,15 e km 413,4, com o pavimento asfáltico
executado apenas até a camada de Binder, já com ocorrência de buracos tipo "panelas", pela
à ação de tráfego, está também contemplado pelo serviço de conserva da SOP, através de
operações de "tapa buracos", até que ocorra a retomada das obras para não prejudicar o
tráfego usuário da rodovia.

Nota Técnica: Os serviços de consertos e de conservação viária, que a SOP está fazendo nesse
trecho da BR-020, estão com seus custos apropriados para futuras cobranças judiciais, no
processo de rescisão contratual litigioso da SOP com o Consorcio Construtor, no que couber
de suas responsabilidades.”

Por meio do Despacho /SR-CE/COENGE-CAF-CE/SCT-CE, de 18.11.2022, a SR/DNIT/CE


apresentou o seguinte Esclarecimento:

“Esta SR/DNIT/CE, por meio da fiscalização do TC, veio ao longo do andamento das obras
notificando à SOP/CE (Ente Executor deste TC) sobre os problemas de descontinuidade da
obra, conforme se verifica nos documentos acostados, principalmente, ao processo SEI nº
50603.000092/2019-25, dentre os quais citamos:

• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (2459491), de 16/01/2019,


coma solicitação de notificação à SOP para o início imediato da construção dos retornos
projetados, de acordo com o projeto executivo aprovado, alertando inclusive para a

42
situação de grave risco para os usuários da rodovia devido a liberação de grande parte da
duplicação da via.
• Ofícios nº 23/2019/SECONT - COENGE - CE/COENGE - CAF - CE/SRE - CE-DNIT, reiterado
por meio do OFÍCIO Nº 89459/2019/NAA - CE/SRE – CE (4058758), de 17/09/2019,
ausências de retornos;
• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (5888453), de 26/06/2019,
em que solicita reiteração de Ofícios: a) Ofício nº 89459/2019/NAA - CE/SRE – CE
(4058752) - Execução dos retornos projetados da obra (após a retomada das obras e a
passagem do período de chuvas na região não há mais nenhum impedimento para início
destes serviços, visando a segurança dos usuários e operacionalidade da rodovia); b) Ofício
nº 68521/2019/NAA - CE/SRE – CE – Envio de relatórios de supervisão das obras, os quais
foram apresentados somente do período de maio/2018 a fev/2019; c) Ofício nº
125231/2019/NAA - CE/SRE - CE - Apresentação de justificativas quanto a juntas do
pavimento rígido em desconformidade com o projeto executivo; d) Ofício nº
45874/2020/NAA -CE/SRE - CE - Apresentar informações atuais das obras.
• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (6810381), de 03/11/2020,
para notificar o Ente Executor, nos seguintes termos:

“[...] Tendo em vista as diversas solicitações feitas à Superintendência de Obras


Públicas - SOP, Interveniente Executor do Termo de Compromisso, sem o devido
atendimento ou justificativa, conforme demonstrado na Planilha Resumo anexada ao
processo (6810359).
Tendo em vista que o não atendimento das solicitações trata de descumprimento das
cláusulas constantes do TC.
Tendo em vista que diante da verificação do descumprimento de cláusulas do TC, a
Administração poderá realizar as ações constantes na Cláusula Décima Terceira,
conforme segue abaixo:
Constatadas quaisquer irregularidades e descumprimento pelo ENTE FEDERADO
BENEFICIADO das condições estabelecidas neste Termo de Compromisso, a UNIDADE
GESTORA deverá suspender a liberação das parcelas previstas, como também
determinará à instituição financeira oficial a suspensão do saque dos valores da conta
vinculada do INTERVENIENTE EXECUTOR, até que haja regularização da(s)
pendência(s), (...) (grifo nosso)
Sugerimos, notificar novamente a SOP reiterando os ofícios listados na Planilha
Resumo (6810359), estabelecendo um prazo de 10 (dez) dias para atendimento, como
última tentativa antes da aplicação das penalidades cabíveis.”

• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (7614821), de 01/03/2021,


a respeito da análise da documentação enviada pelo Ofício 1569/SUPAR/SOP (6871250),
dado ao conhecimento da SOP/CE por meio do OFÍCIO Nº 40697/2021/NAA - CE/SRE – CE
(7843044), de 30/03/2021, nos seguintes termos:

“a) Providências quanto à efetiva demolição de imóveis já desapropriados, no âmbito


das Obras de Duplicação do Anel Viário, nas imediações da interseção com a CE-065.
b) Saneamento da recomposição das cercas danificadas ao longo da faixa de domínio
do Anel Viário de Fortaleza, de forma a resguardá-la da invasão por parte de
particulares.
c) Apresentar relatórios de supervisão de Janeiro/2018 a Abril/2018 (nº 68 a 71), e os
relatórios a partir de Setembro/2020.
d) Projeto executivo para aprovação como Revisão de Projeto em Fase de Obras - RPFO
da alteração na interseção da BR-020 (Anel Viário de Fortaleza) com a CE-060,

43
justificada pela presença de gasoduto GASFOR de responsabilidade da TAG
(Transportadora Associada de Gás S/A).
e) Informações acerca de recuperação de pista, melhorias de sinalização e fechamento
de acessos irregulares no âmbito das Obras de Duplicação do Anel Viário.
f) Informações acerca da execução dos retornos projetados nas Obras de Duplicação
do Anel Viário.
g) Apresentar cronograma atualizado das obras.
h) Correção dos laudos de desapropriação D-036, D-055, D-128, D-128A, D-128B, D-
129, I-65B, I-65C, em atendimento ao OFÍCIO Nº 7158/2021/NAA - CE/SRE - CE
(7364919).
i) Aproveitar a oportunidade para atualizar o DNIT quanto ao andamento das obras e
contratos.”

Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SCT – CE (8155467), 12/05/2021, relativo à análise da


documentação enviada pela SOP/CE do ofício nº 151/2021-SUPAR/SOP (8036405), de
27/04/2021, que deu ensejo ao Ofício nº 40697/2021/NAA-CE/SRE-CE (7843044), de
30/03/2021, apresentando ainda as seguintes pendências:

“a. Providências quanto à efetiva demolição dos imóveis já desapropriados, no âmbito


das Obras de Duplicação do Anel Viário, nas imediações da interseção com a CE-065 e
nas imediações do entroncamento com o Nova Metrópole;
b. As solicitações de recomposição das cercas danificadas ao longo da faixa de domínio
foram feitas várias vezes pelo DNIT e as área não cercadas estão totalmente
vulneráveis e passíveis de invasões. Assim, tendo em vista a possível rescisão do
contrato com o Consórcio, deve a SOP observar a não realização desse serviço e
considerar como inexecução parcial do contrato, realizando as devidas ações de
penalização. Caso haja nova contratação, considerar a execução deste serviço no novo
contrato;
c. Apresentar relatórios de supervisão de obras a partir de setembro/2020;
d. As solicitações para apresentação do Projeto executivo para aprovação como
Revisão de Projeto em Fase de Obras – RPFO da alteração da interseção da BR-020
(Anel Viário de Fortaleza) com a CE-060, justificada com a presença de gasoduto –
GASFOR de responsabilidade da TAG (Transportadora Associada de Gás S/A) foram
feitas várias vezes pelo DNIT.
Assim, tendo em vista a possível rescisão do contrato com o Consórcio, deve a SOP
observar a não realização desse serviço e considerar como inexecução parcial do
contrato, realizando as devidas ações de penalização. Caso haja nova contratação,
considerar a execução deste serviço no novo contrato;
e. Comprovar a execução da recuperação de pista, conforme informado pela SOP, por
meio do ofício nº 151/2021/SUPAR-SOP (8036405);
f. As solicitações para a execução da melhoria da sinalização e o fechamento dos
acessos irregulares foram feitas várias vezes pelo DNIT e a sua inexecução torna o
tráfego na rodovia vulnerável e passível de acidentes. Assim, tendo em vista a possível
rescisão do contrato como Consórcio, deve a SOP observar a não realização desse
serviço e considerar como inexecução parcial do contrato, realizando as devidas ações
de penalização. Devido a urgência que o caso requer, deverá a SOP verificar a
possibilidade de executar as melhorias na sinalização e providenciar o fechamento dos
acessos irregulares;
g. As solicitações para execução dos retornos projetados foram feitas várias vezes pelo
DNIT e sua inexecução torna o tráfego vulnerável e passível de acidentes. Tendo em
vista a possível rescisão do contrato com o Consórcio, deve a SOP observar a não
realização desse serviço e considerar como inexecução parcial do contrato, realizando
as devidas ações de penalização. Caso haja nova contratação, considerar a execução
deste serviço no novo contrato;

44
h. Tendo em vista a possível a rescisão do contrato com o Consórcio e uma vez que o
DNIT fez várias solicitações para as correções dos laudos I-65, D-128, D-128A, D-128B
e D-129, deve a SOP observar a não realização desse serviço e considerar como
inexecução parcial do contrato, realizando as devidas ações de penalização. Dessa
forma, deve-se providenciar as correções dos laudos I-65, D-128, D-128A, D-128B e D-
129 e o envio em caráter de urgência do laudo D-267, conforme solicitado por e-mail
e Ofício nº 49553/2021/NAA - CE/SRE – CE (7982671) em 19/04/2021.”

• OFÍCIO Nº 73696/2022/NAA - CE/SRE – CE (11159007), de 26/04/2022, que teve por base


o Relatório de Vistoria nº 01/2022 (SEI nº 11156947, de 07/04/2022, acompanhado de
seus anexos (SEI nºs 11156990, 11157024 e 11157063), com a seguinte notificação:

“Trata-se do acompanhamento e fiscalização do Termo de Compromisso nº 767/2011,


tendo como objeto a "Conclusão das Obras de Duplicação e Melhoramento do Anel
Viário de Fortaleza - CE, na Rodovia BR-020/CE".
Sobre o assunto, informamos que foi realizada visita técnica pela equipe de fiscalização
na obra, objeto do referido TC, a qual está registrada no Relatório de Visita Técnica nº
01/2022 (11156947) e respectivos anexos 1a (11156990), Ib (11157024), 1c
(11157063) e Termo de Rescisão Contratual (11157155), o que foi registro,
principalmente, onde foram observados os seguintes pontos:
Conforme Termo de Rescisão Contratual anexo, o contrato nº 011/2018 firmado com
o Consórcio Cosampa/Souza Reis/Jurema/Geosistema foi rescindido em 30/07/2021,
estando a obra paralisada desde mar/2021, em total estado de abandono pelo Ente
Beneficiado, o que tem ocasionado sérios problemas de continuidade na sua
execução, bem como na manutenção e conservação dos serviços já executados. Além
disso, está provocando grandes transtornos aos transeuntes que trafegam pela
rodovia, causando e podendo ainda causar sérios acidentes no local;
Os principais problemas encontrados na rodovia estão relacionados à ausência de
conservação e manutenção, à falta de continuidade da obra e o início de serviços sem
a sua conclusão: a) ausência da execução dos retornos definidos em projeto. Essa
situação está forçando os transeuntes a utilizarem retornos irregulares, causando ou
podendo causar acidentes de trânsito nestes locais (vide fotos 1 a 33 do Anexo Ia).
Vale ressaltar que o DNIT vem constantemente cobrando a execução desse retorno, o
que pode ser comprovado com a verificação do processo nº 50603.000092/2019-25;
b) anomalias encontradas em campo, principalmente, fissuras, alçamento de placa e
fissuras/rachaduras nas placas do pavimento rígido, buracos e trilhas de roda no
pavimento flexível (vide Fotos 34 a 69 do Anexo Ib). Ao persistir a situação, além de
comprometer a boa trafegabilidade, estará comprometendo a durabilidade do
pavimento, além de causar acidentes de trânsito; c) desníveis existentes, em vários
pontos, entre a pista de rolamento e o acostamento, os quais estão acima do
permitido (vide fotos 71, 75 e 76 do Anexo Ic). Tal situação poderá dar ensejo a
acidentes de trânsito; e d) buracos em grandes dimensões e profundidades em locais
com serviços ainda não concluídos. Tal situação está inviabilizando a utilização da
rodovia com engarrafamentos quilométricos. (vide fotos 72 a 74 do Anexo Ic).
Portanto, baseado no referido Relatório de Visita nº 01/2022, encaminhamos o
presente comunicando a situação precária encontrada, solicitando que sejam
acionados os consórcios executores de cada um desses trechos para que façam as
correções necessárias, dentro do prazo estabelecido pela Legislação, no que diz
respeito a garantia dos serviços executados.
Ademais, entende a comissão de fiscalização que ao perdurar o estado de abandono
pelo qual se encontra a obra e da ausência de conservação e manutenção da rodovia
por parte do Ente Beneficiado, que estão presentes fatos que comprovam dano ao
empreendimento, bem como comprometimento do objetivo social proposto.
Para o atendimento desse expediente, fixamos o prazo de 10 (dez) dias corridos,
contados do recebimento deste, sob pena de aplicação de penalidades cabíveis.

45
Sem mais para o momento, colocamo-nos à disposição para maiores
esclarecimentos.” [Grifamos]

Portanto, como se observa nos despachos acima, esta SR/DNIT/CE, veio ao longo do
andamento das obras notificando o Ente Executor (SOP/CE) para que, dentre outras ações,
executasse os retornos projetados e realizasse os serviços de acordo com o projeto aprovado.

Ademais, alertou ainda para uma possível rescisão do contrato firmado com o Consórcio
Executor da Obra, devendo considerar como inexecução parcial e realizar as devidas ações de
penalização.”

Análise da equipe de auditoria

Os esclarecimentos apresentados pela SOP não contestam os fatos apontados no achado de


auditoria, apenas apresentam iniciativas que supostamente mitigariam os riscos e prejuízos
aos usuários.

No entanto, as iniciativas adotadas pela SOP em relação à sinalização da faixa de bordo e


implantação de placas indicativas do desnível são soluções paliativas, que não eliminam o risco
de acidentes em função do desnível existente entre a pista de rolamento e o acostamento.

Ademais, não resta esclarecido se a sinalização horizontal e vertical implantada atenderia às


Normas vigentes do DNIT e da ABNT, garantindo maior segurança aos usuários.

Da mesma forma, os serviços de conservação/manutenção realizados nos trechos reportados


nos itens IV e V, embora necessários, também não se constituem em solução para os
problemas gerados pelo abandono da obra pelo Consórcio Anel Viário.

Quanto aos esclarecimentos de que os Consórcio Construtor havia se negado a executar os


retornos projetados, alegando a necessidade de aditivo contratual para incluir custos
supostamente não contemplados no orçamento licitado, a Matriz de Risco 1A, anexa ao Edital
RDC nº 20170001 – DER, prevê que possíveis acréscimos decorrentes da materialização do
“Aumento de Custo de Implantação e Inadequação dos Serviços” seriam de responsabilidade
da Contatada e/ou Seguradora, não se justificando aditivo contratual.

Ressalte-se que não foi apresentada nenhuma comprovação acerca da apropriação de custos
ou fornecido alguma referência de valores a serem apropriados.

Quanto aos esclarecimentos apresentados pela SR/DNIT/CE, observa-se que as diversas


cobranças do DNIT para que se exigisse do Consórcio contratado o cumprimento de suas
obrigações contratuais não foram devidamente consideradas pela SOP, haja vista que em
nenhum momento o Consórcio contratado foi penalizado, mesmo com as reiteradas falhas
verificadas.

Ressalte-se que o a única sanção administrativa aplicada ao Consórcio Anel Viário foi a multa
por descumprimento do prazo de execução do objeto da licitação, efetuada somente após o
abandono da obra pelo Consórcio.

46
Achado nº 4

Manifestação da unidade auditada

Por meio do Ofício nº 3573 - SUPER/SOP, de 13.10.2022, a SOP encaminhou o seguinte


esclarecimento:

“O empreendimento de duplicação de pistas e melhoramentos do Anel Viário de Fortaleza,


colocado em licitação pelo DNIT, através do Edital no 251/09-03, com data de 15.05.2009, tem
como referência o "Projeto Final de Engenharia para Duplicação e Melhoramento da Rodovia
BR-020-CE, trecho Contorno de Fortaleza", elaborado pela Consultora NBR, em janeiro de
2006, contratado e aprovado pelo DNIT.

Tal projeto foi a referência para a licitação do Edital no 251/09-03 em que foi contratado o
Consorcio Construtor GALVÃO / EIT, que em linhas gerais implantou a Pista Sul em pavimento
rígido de placas de concreto, vindo a rescindir litigiosamente o contrato nº UT
03.1.0.00.235/2010-00, em 22.12.2015. Após a rescisão com o Consorcio GALVÃO/EIT e do
Contrato e do Distrato com o Consorcio TORC/VIA, ocorreu o Contrato no 011/2018 do DER-
CE com o Consorcio Souza Reis/Geossistema/Jurema, agora tendo por objeto a "Elaboração
dos Projetos Básico e Executivo e Execução das Obras Remanescentes do Anel Viário de
Fortaleza".

Ademais, observa-se que o remanescente tem também como referência o mesmo Projeto
elaborado pela Consultora NBR, de janeiro de 2006, contratado e aprovado pelo DNIT. O
Projeto da NBR, estabeleceu os serviços da duplicação de pistas e melhoramentos do Anel
Viário, inclusive a planilha orçamentária que norteou a licitação e que gerou o Contrato do
Consorcio GALVÃO/ElT e também o Contrato para execução do remanescente firmado com o
Consórcio Souza Reis/Geossistema/Jurema. O Projeto da NBR aprovado pelo DNIT, não
contempla qualquer alargamento do Viaduto do Anel sobre a BR-116/CE, como também não
contempla alargamento das três pontes citadas, e nem alargamento dos três viadutos,
também citados na Pista existente.

O empreendimento atual de duplicação de pistas no Anel Viário de Fortaleza, é apenas uma


etapa das necessidades exigidas pelo tráfego crescente com o desenvolvimento da região.
Pela incipiência da ocupação lindeira de empreendimentos comerciais e industriais na sua
área de influência, já se verifica a necessidade de implantação de Ruas Laterais,
complementando a ocupação da Faixa de Domínio, para separar o tráfego local do tráfego de
passagem. Também pode-se já prever a iluminação da via com a implantação das Ruas
Laterais.”

47
Por meio do Despacho /SR-CE/COENGE-CAF-CE/SCT-CE, de 18.11.2022, a SR/DNIT/CE
apresentou o seguinte Esclarecimento:

“Relacionado ao assunto, com relação às Obras de Arte Especiais que não teriam largura
apropriada para comportar as ciclovias projetadas na adequação da pista existente, os
projetos executivos não previram o alargamento desta obra, sendo verificada a necessidade
de adequação dos projetos quando da execução dos projetos no período de execução do
contrato 11/2018. Por não haver previsão no Edital de licitação do contrato (RDCi), haveria a
necessidade de uma adequação contratual.

Em 2020 a Fiscalização solicitou análise de viabilidade sobre o item, junto com outras
necessidades para adequação do projeto (em síntese: adequação de solução de
pavimentação, geometria, bloqueio de acessos irregulares, contenções, marginal de acesso à
bairro isolado, etc), porém a proposta de adequação das OAE´s não foi apresentada pela
contratada e não houve mais tempo hábil para esta ação, tendo em vista a paralisação
definitiva da obra em 2021.

Desde então, quando das tratativas para a realização de uma nova contratação por ser
necessário um projeto estrutural de alargamento destas obras DNIT, diante de não possuir
contrato específico, solicitou à SOP em 27/04/2021 (reunião para tratar da nova licitação),
porém não houve a concordância por motivos de necessidade de urgência na contratação das
obras.”

Análise da equipe de auditoria

Os esclarecimentos apresentados pela SOP e SR/DNIT/CE não contestam as deficiências


apontadas, que comprometem a segurança dos usuários, apenas tentam justificar por que
não constaram do projeto aprovado ou de readequações contratuais, razão pela qual a
manifestação não possui o condão de modificar o posicionamento da equipe de auditoria
acerca do fato descrito.

Achado nº 5

Manifestação da unidade auditada

Por meio do Ofício nº 3573 - SUPER/SOP, de 13.10.2022, a SOP encaminhou o seguinte


esclarecimento:

“Em face da alteração do consorcio é apropriado esclarecer que a finalidade da espécie se


reverte em uma associação de empresas, sem personalidade jurídica que tem por objetivo a
comunhão de esforços para a consecução de interesses comuns das empresas consorciadas.
Com efeito, trata-se de uma relação contratual, que tem como pressupostos mínimos os
capitulados no art. 279 da Lei das S/A's. Como ventilado inicialmente, a participação dessa
figura jurídica em licitações e como parte em contratos administrativos têm disciplina no art.
33 da Lei Federal nº 8.666/1993 e no art. 15 da Lei Federal nº 8.987/1995.

48
Contudo, a Lei Federal nº 8.666/1993 e a Lei Federal nº 8.987/1995 não regulam de maneira
expressa a modificação, por substituição de consorciada, da estrutura da contratada após a
assinatura de contratos administrativos. A nosso ver, a doutrina mais balizada entende que
não haverá óbice à alteração da composição do consórcio em contratos administrativos já
firmados, tanto que não haja vedação expressa no edital de licitação ou no contrato que deu
origem a avença (TORRES. 2018).

Pela via transversa, a lógica caminha no sentido de que, sendo omisso o edital quanto à
possibilidade ou não de alteração dos constituintes do consórcio após a assinatura do contrato
administrativo, a medida estaria autorizada (TORRES, 2018). Apesar disso, para a adoção da
medida, o Tribunal de Contas da União impõe a observância de alguns requisitos. Vamos a
eles:

a) que a alteração tenha se dado por motivo justificado (fato novo posterior à
assinatura do contrato);
b) que a empresa que substituirá a retirante preencha todos os requisitos de
habilitação previstos no edital de licitação que deu origem à avença;
c) que a aceitação da justificação - pautada no motivo novo a alicerçar o pedido - pela
administração pública tenha como suporte o princípio da continuidade da relação
contratual o atendimento do interesse público;
d) que a modificação do consorcio não prejudique o objeto do contrato, ou seja, que
não existam risco de inadimplemento contratual decorrente da substituição de
empresas no consórcio.

Observa-se na presente situação fática, no que concerne à condicionante de que "não exista
vedação a respeita de alterações dessa natureza no edital de licitação ou Contrato celebrada",
o item 11.1 do Edital RDC Eletrônico na 20170001/DER limitou a participação em consorcio a
no máximo três empresas.

Ocorre que, considerando os motivos ensejadores da solicitação de alteração da composição


do consorcio, dentre eles a determinação do processamento da Recuperação Judicial
(Processo no 0196784-41.2A19.8.06.0001) da empresa Construtora Souza Reis LTDA e a
situação econômica-financeira da empresa Construtora Jurema LTDA se fez necessária a
aludida alteração.

E ainda, segundo consta no 1º (Primeiro) Aditivo ao Contrato de Constituição do Consórcio


Souza Reis/Jurema/Geosistemas - Anel Viário apesar da existência de uma quarta empresa, os
percentuais de participação da Construtora Jurema LTDA (2,00%) e da Geosistemas (3,00%)
são irrisórios face ao percentual da empresa Cosampa, líder do Consorcio.

Ademais, penso não restar dúvidas de que a alteração do consórcio pós-reestruturação, em


vez de regra, tem na verdade caráter excepcional, uma vez que, por princípio, a atividade
administrativa não pode estar sujeita à ruptura causada por atos dos administrados,
totalmente alheios à vontade e à capacidade de interferência do administrador público.
Devendo ser ressaltado, ainda, que não houve desnaturação do contrato, principalmente uma
alteração essencial do objeto ou da equação econômico-financeira advinda da licitação, o
procedimento permanece inteiramente válido, sendo até contraproducente desconsiderá-lo,
com desperdício de tempo e dinheiro além de atraso na execução do objeto pretendido.

49
Por fim, e não menos importante, se deve reservar ainda necessidade de reservar
expressamente espaço para a ação discricionária da Administração a ser desencadeada em
resposta a particularidades de que tenha conhecimento acerca da reestruturação e que
possam ser repudiados pelos princípios gerais da Administração Pública.

Assim. no caso em apreço, tendo a empresa consorciada requerido a continuidade da


execução contratual, e tendo a mesma comprovado que estava apta técnica e
economicamente a assumir às obrigações, não se viu óbice ao ingresso da empresa
Construtora Cosampa no Consórcio, visto que foi posto em consideração a continuidade
contratual em prol da eficiência e do interesse público. Outro aspecto que se levou em
consideração para efetivar a preludia alteração foi a impossibilidade de substituição da
empresa que se em encontrava em recuperação judicial, diante da possibilidade de
substituição das empresas ser entendida como "possível” fraude aos credores existentes.

Nesta esteira, esta SOP entendeu cabível a modificação do consorcio com o acréscimo de mais
uma empresa ao feito, já que não existiu alteração ao escopo licitado originalmente,
mantendo-se as condições de habilitação inalteradas, em nada modificava os regramentos
elencados no contrato a alteração do consorcio supracitado.”

Por meio do Despacho /SR-CE/COENGE-CAF-CE/SCT-CE, de 18.11.2022, a SR/DNIT/CE


apresentou o seguinte Esclarecimento:

“Nada a acrescentar à manifestação da SOP/CE.”

Análise da equipe de auditoria

Em que pese os esclarecimentos apresentados, a SOP não cumpriu as condicionantes


estabelecidas no Parecer 004/2020, da Procuradoria-Geral do Estado do Ceará, sendo que as
argumentações ora apresentadas, principalmente em relação ao descumprimento do item
11.1 do Edital RDC nº 20170001/DER, não foram consideradas à época da assinatura do
Segundo Termo Aditivo ao Contrato nª 011/2018/DER, razão pela qual a manifestação não
possui o condão de modificar o posicionamento da equipe de auditoria acerca do fato
descrito.

Achado nº 6

Manifestação da unidade auditada

Por meio do Ofício nº 3573 - SUPER/SOP, de 13.10.2022, a SOP encaminhou o seguinte


esclarecimento:

“Consoante toda explanação feita pela CGU podemos observar que esta SOP ciente dos
equívocos ocorridas na condução do pedido de reequilíbrio econômico-financeiro, corrigiu

50
suas falhas com a anulação do aditivo. Ademais, é oportuno ressaltar que a administração
pública pode rever seus atos, conforme preleciona a Súmula 473/STF: "A administração pode
anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não
se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial".”

Por meio do Despacho /SR-CE/COENGE-CAF-CE/SCT-CE, de 18.11.2022, a SR/DNIT/CE


apresentou o seguinte Esclarecimento:

“Nada a acrescentar à manifestação da SOP/CE.”

Análise da equipe de auditoria

Embora o Aditivo tenha de fato sido anulado e, por conseguinte, não tenha redundado em
prejuízo ao erário, as falhas graves praticadas pelos gestores da SOP merecem registro, de
forma a possibilitar eventuais apurações pelos órgãos competentes, aos quais o presente
relatório será encaminhado.

Achado nº 7

Manifestação da unidade auditada

Por meio do Ofício nº 3573 - SUPER/SOP, de 13.10.2022, a SOP encaminhou o seguinte


esclarecimento:

“O Cronograma da Obra, expressa a sequência executiva com os prazos necessários, em


função do volume de serviços e da produtividade viável.

O Cronograma Físico-Financeiro e estabelecido pela Construtora na fase de planejamento da


obra, em função do valor da sua proposta de preços. Após o processo licitatório, o Cronograma
passa a fazer parte do Contrato, podendo ser alterado no decorrer da execução da obra,
mediante justificativas legais e contratuais.

No caso da obra de duplicação de pistas do Anel Viário de Fortaleza, os fatos que motivaram
as alterações do Cronograma, estão informados nos Relatórios Mensais da Obra, constando
de atrasos na:

* remoção de gasoduto da TRANSPETRO;

* remoção de rede elétrica e telefônica;

* nas desapropriações;

* remoção de adutoras;

51
* remoção de gasoduto da CEGAS.

É também de se notar que na execução de uma obra rodoviária, há um caminho crítico onde
as atividades são interdependentes, como por exemplo, o projeto aprovado pelo DNIT,
vinculou a compensação do solo do corte da trincheira da interseção do Anel/CE-040, com os
aterros da interseção do Anel/CE-060.

Ocorreu que a execução da trincheira de origem dos solos for liberada sem ter sido liberada a
execução dos aterros de destino dos solos, obrigando a construtora estocar o solo,
desdobrando a operação de “escavação carga e transporte do material” que teve de ser
executada de duas vezes, aumentando o tempo de execução os seus custos, o valor da obra e
a alteração do Cronograma. Não se trata de mudança da fonte de materiais, mas sim de atraso
no Cronograma da obra, por interferência imprevisível e estranha a vontade das partes do
Contrato (Art. 57 da Lei 8666/93).”

Por meio do Despacho /SR-CE/COENGE-CAF-CE/SCT-CE, de 18.11.2022, a SR/DNIT/CE


apresentou o seguinte Esclarecimento:

“Nada a acrescentar à manifestação da SOP/CE.”

Análise da equipe de auditoria

Conforme já tratado neste Relatório, embora algumas interferências e desapropriações


tenham perdurado pendentes de solução, tais situações eram restritas a trechos pontuais das
intersecções da BR-020 com algumas rodovias estaduais, existindo diversas frentes de serviços
desimpedidas que não foram devidamente atacadas pelo Consórcio contratado, tais como a
conclusão da restauração da rodovia existente, do acostamento e ciclovia da mesma via, além
de todos os retornos, dentre outras.

A propósito, algumas desapropriações concluídas foram sequer foram demolidas pelo


Consórcio Anel Viário, embora tenham sido objeto de reiteradas cobranças por parte da
SR/DNIT/CE.

Ademais, caso alguma situação, que não de responsabilidade da contratada, tenha de fato
comprometido o cumprimento do cronograma, deveria ter sido devidamente motivada,
apreciada pela fiscalização e supervisão da obra, para que só então fosse efetuado o devido
ajuste formal do Cronograma da obra.

Contudo, o que se verificou foi a completa desvirtuação do cronograma físico-financeiro da


obra, a partir da terceira medição da obra, desconsiderando todas as Cláusulas em contrário
previstas no Edital RDC nº 20170001-DER e Contrato nº 011/2018, baseado tão somente em
um Parecer da Procuradoria Jurídica do DER que não carreou elementos suficientemente
robustos para amparar o fato ora descrito.

Como consequência, é razoável considerar que tais decisões permitiram que o Consórcio
contratado optasse por executar apenas os serviços financeiramente mais rentáveis, para em
seguida abandonar a obra, o que tem, inclusive, dificultado a recontratação dos serviços

52
remanescentes, considerando o desinteresse dos licitantes, diante das sucessivas licitações
desertas.

Achado nº 8

Manifestação da unidade auditada

Por meio do Ofício nº 3573 - SUPER/SOP, de 13.10.2022, a SOP encaminhou o seguinte


esclarecimento:

“Consoante o presente tópico é oportuno informar que esta SOP adotou todas as medidas
possíveis para implementação das sanções ao consórcio, contudo após aplicação de
penalidade recebeu um ofício da Controladoria Geral do Estado - CGE determinando a
suspensão da penalidade para maiores apurações do feito. Neste azo, informamos que o
processo de rescisão contratual e aplicação de penalidade encontra-se direcionado à CGE para
complementação da instrução do Processo Disciplinar. conforme ofício 44/2022-CGE
(anexo).”

Por meio do Despacho /SR-CE/COENGE-CAF-CE/SCT-CE, de 18.11.2022, a SR/DNIT/CE


apresentou o seguinte Esclarecimento:

“Nada a acrescentar à manifestação da SOP/CE.”

Análise da equipe de auditoria

Os esclarecimentos apresentados não contestam os apontamentos constante no presente


achado, que são mantidos na íntegra.

Ressalte-se que, conforme Despacho anexo ao Ofício 44/2022-CGE, de 14.07.2022, da


Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado do Ceará – CGE, que reanalisou a descabida
rescisão unilateral do Contrato nº 011/2018, a suspensão da multa aplicada ao Consórcio Anel
Viário, em caráter provisório, foi em decorrência da ausência de procedimento de
Investigação Preliminar ao Processo Administrativos de Responsabilização, em atendimento
ao Decreto estadual nº 33.951/2021.

Achado nº 9

Manifestação da unidade auditada

Por meio do Ofício nº 3573 - SUPER/SOP, de 13.10.2022, a SOP encaminhou o seguinte


esclarecimento:

53
“Esta abordagem diz respeito a atuação do DNIT-CE, com relação ao TC-767/2011 e a obra de
duplicação de pistas do Anel Viário de Fortaleza, a quem cabe responder à CGU.”

Por meio do Despacho /SR-CE/COENGE-CAF-CE/SCT-CE, de 18.11.2022, a SR/DNIT/CE


apresentou o seguinte Esclarecimento:
“Na conclusão do item em tela, a Auditoria revela que houve ineficácia na solução da
interferência do GASFOR, que somados a outros aspectos, evidencia fragilidade do
acompanhamento do TC nº 767/2011, sob a responsabilidade da SR/DNIT/CE, especialmente
até o exercício de 2018.
Entretanto, conforme descrito no Relatório de Auditoria, item INTRODUÇÃO, como o escopo
da presente auditoria abrangeu a verificação das obras que constituíram o objeto do Contrato
nº 011/2018, ao nosso ver, torna-se incompatível com o período elencado no item.
Cabe ressaltar que as ações desta SR/DNIT/CE e Equipe de Fiscalização designada para
fiscalização deste Termo de Compromisso estão adstritas às normas e diretrizes definidas na
LEI Nº 11.578/2007, que dispõe sobre as transferências obrigatórias de recursos financeiros,
a qual este Termo de Compromisso está vinculado.
De acordo com o Art. 3º da referida lei, as transferências de recursos para execução do objeto
pactuado estão condicionadas ao cumprimento dos seguintes requisitos: I – identificação do
objeto a ser executado; II – metas a serem atingidas; III – etapas ou fases de execução; IV –
plano de aplicação dos recursos financeiros; V – cronograma de desembolso; VI – previsão de
início e fim da execução do objeto, bem como da conclusão das etapas ou fases programadas;
e VII – comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto
estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a
entidade ou órgão descentralizador, quando a ação compreender obra ou serviço de
engenharia. [grifamos]
Como se observa no artigo acima, essa lei não deixa muito claro quanto aos pontos a serem
observados no momento da fiscalização do termo de compromisso para fins de liberação de
recursos, limitando-se apenas a informar que se deve observar as metas a serem atingidas
(inciso II) e as etapas ou fases de execução (inciso III).
Por outro lado, a Portaria Interministerial nº 424/2016 que estabelece normas para
transferências de recursos mediante convênios e contratos de repasse, estabelece no seu art.
2º que esta portaria não se aplica às transferências de recursos regulamentadas pela Lei nº
11.578/2007, com exceção do disposto no Capítulo I do Título I, o qual estabelece apenas
disposições gerais, não se adentrando em questões fiscalizações e acompanhamentos de
Termos de Compromissos.
Em virtude de tal situação e pelo fato de o DNIT não haver, até então, regulado o assunto, a
SR/DNIT/CE e a então Equipe de Fiscalização solicitou, em 10/02/2012, por meio do
Memorando nº 037/2012 UL Fortaleza (11141467), orientações quanto à forma pela qual
deveria agir em relação ao acompanhamento e fiscalização deste Termo de Compromisso.
Em resposta a tal solicitação, a Diretoria de Infraestrutura Rodoviária, encaminhou em
04/07/2012 orientações (vide documento SEI nº 11141506) a respeito, nos seguintes termos:

54
“Em resposta ao questionamento formulado por esta Diretoria, entendo que nos ajustes
firmados mediante Termo de Compromisso, deve a fiscalização do DNIT ficar adstrita à
regularidade da aplicação dos recursos financeiros transferidos e ao cumprimento do objeto
do ajuste, sendo de responsabilidade do ente federado beneficiado a fiscalização da execução
dos contratos celebrados com terceiros para viabilizar a execução do objeto do Termo de
Compromisso.”
Portanto, ficou entendido que a ação desta SR/DNIT/CE e da Equipe de Fiscalização deste TC
ficaria restrita apenas à comprovação da execução do objeto em si, sem adentrar nos aspectos
da gestão da obra, acompanhamento das medições, acompanhamento do cronograma, já que
tais funções deveriam ser do Ente Executor.
Entretanto, apesar desta orientação, esta SR/DNIT/CE e equipe de fiscalização deste TC veio
agindo, ao longo do andamento das obras deste TC, além do que determina a Lei nº
11.578/2007 e referida orientação, atuando de forma ativa na execução da obra, conforme se
observa nos apontamentos a seguir.
Na alínea "a" do item "9. Inércia por parte do DNIT quanto ao acompanhamento do Termo de
Compromisso nº 767/2011" do presente Relatório de Auditoria aponta que: "[...] A
indisponibilidade de informações absolutamente essenciais para o acompanhamento do
Termo de Compromisso, como os Relatórios de Supervisão da obra, evidencia que não havia
um acompanhamento efetivo, especialmente até maio/2018", e da alínea “d” que retratada
à fragilidade do acompanhamento a cargo da SR/DNIT/CE e pela ineficácia da atuação relativa
à realocação do Gasfor I (Processo SEI nº 50603.000612/2012-23).
No que diz respeito à questão da indisponibilidade dos Relatórios de Supervisão, entendemos
que se houve falha, foi apenas no aspecto formal, uma vez que o fato de o DNIT não haver
arquivado em seu banco de dados/processos esses Relatórios de Supervisão da obra, não
comprova de per si que havia falha na fiscalização deste TC.
Registre-se que a fiscalização das obras do Anel Viário de Fortaleza, objeto do referido TC, era
realizada pela Equipe de Fiscalização da SR/DNIT/CE por meio de vistorias in loco, as quais
eram acompanhadas pela Supervisora, conforme se verifica nos documentos acostados,
principalmente, ao processo SEI nº 50603.000092/2019-25.
No Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (3688391), acostado ao
referido processo, informa que desde 2012 esse acompanhamento era feito em conjunto com
a Supervisora por meio de um relatório Sucinto e, mesmo assim, eram feitas verificações in
loco pela então equipe de fiscalização, além de solicitações posteriores para dar suporte a
essa fiscalização.
A comprovação dessa afirmativa pode ser evidenciada por meio da leitura de diversos
despachos feitos pela equipe de fiscalização, os quais estão acostadas em vários processos,
mais especificamente no processo SEI nº 50603.000092/2019-25, contendo uma série de
solicitações e notificações feitas ao Ente Executor, dentre elas:
• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (2459491), de
16/01/2019, com a solicitação de notificação à SOP para o início imediato da
construção dos retornos projetados, de acordo com o projeto executivo aprovado,
alertando inclusive para a situação de grave risco para os usuários da rodovia devido
a liberação de grande parte da duplicação da via;

55
• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (3688391), de
25/07/2019, em que solicita notificação à SOP para que reitere uma notificação feita
através Ofício nº 2864/2019/SECONT - COENGE - CE/COENGE - CAF - CE/SRE - CE-DNIT
(2522654), de outubro/2018, para “apresentação mensal de relatórios de execução
dos serviços objeto deste TC (obras e supervisão)”, conforme determina o Parágrafo
Segundo da Cláusula Sexta – DA SUPERVISÃO E FISCALIZAÇÃO do Termo de
Compromisso. No referido Despacho, informa ainda que “A obra se desenvolve desde
janeiro de 2012 através deste TC e que vinha sendo apresentado relatório sucinto das
atividades e informações financeiras, sendo que desde a nova contratação através de
RDCi nada mais nos foi apresentado, nos restando somente o acompanhamento in loco
das obras, sem a apresentação de nenhuma documentação formal”;
• Ofício nº 23/2019/SECONT - COENGE - CE/COENGE - CAF - CE/SRE - CE-DNIT, reiterado
por meio do OFÍCIO Nº 89459/2019/NAA - CE/SRE – CE (4058758), de 17/09/2019, com
notificações devido à ausência de retornos;
• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (4559335), de
29/11/2019, em que foi detectado pela equipe de fiscalização do TC que entre as
estacas 51 e 59 o pavimento rígido executado na pista direita da interseção da CE-065
foi executado com juntas de ligação em desconformidade com o projeto executivo,
bem como apresentou fissura em uma das placas. Foi sugerido notificar à
Superintendência de Obras Públicas – SOP para apresentação de justificativas e ou
ações de correção quanto ao exposto;
• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (5474786), de
23/04/2019, em que solicita manifestação do Ente Executor quanto à situação atual
das obras e contratos relacionados ao empreendimento, nos seguintes quesitos a)
Informar se já foi efetivada a inclusão de mais uma empresa no Consorcio responsável
pelas obras, nos enviando documentação comprobatória para arquivo nesta SR, b)
Apresentar cronograma físico financeiro atual, contemplando novo prazo para a
execução, e c) Informar as tratativas quanto aos projetos ainda não aprovados
(sinalização e obras complementares) e a documentação referente à necessidades de
Revisão de Projetos em Fase de Obras necessárias e já discutidas entre o
DNIT/SOP/Consórcio;
• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (5888453), de
26/06/2019, em que solicita reiteração de Ofícios: a) Ofício nº 89459/2019/NAA -
CE/SRE – CE (4058752) - Execução dos retornos projetados da obra (após a retomada
das obras e a passagem do período de chuvas na região não há mais nenhum
impedimento para início destes serviços, visando a segurança dos usuários e
operacionalidade da rodovia); b) Ofício nº 68521/2019/NAA - CE/SRE – CE – Envio de
relatórios de supervisão das obras, os quais foram apresentados somente do período
de maio/2018 a fev/2019; c) Ofício nº 125231/2019/NAA - CE/SRE - CE - Apresentação
de justificativas quanto a juntas do pavimento rígido em desconformidade com o
projeto executivo; d) Ofício nº 45874/2020/NAA - CE/SRE - CE - Apresentar
informações atuais das obras;
• OFÍCIO Nº 122926/2020/NAA - CE/SRE – CE (6653007), de 08/09/2020, noticia a
ocorrência de 2 (dois) buracos profundos e perigosos próximos ao bordo da Rodovia
BR-020/CE (4º Anel Viário), altura do km 406, que vinha gerando constantes

56
reclamações por parte dos usuários e poderia causar acidentes com graves
consequências;
• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (7952235), de
15/04/2021: surgimentos de panelas no pavimento recém-restaurado da pista
direita (existente) nas proximidades do Km 408,5;
• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SCT – CE (8513333), de 25/06/2021, solicita
intervenção imediata no segmento compreendido do Km 406 ao 413 onde há diversos
buracos recém-abertos da pista direita (decrescente) que causam transtornos e
insegurança aos usuários da via;
• Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SCT - CE (10994888), de 05/04/2022, em que
notifica a presença de buracos, principalmente nos seguintes pontos: Km 420.1 ao
420.8 - trecho Pajuçara; e Km 411.9 ao 414.2 (nesse trecho só está executado o binder
sem a capa).
[grifamos]
Como se observa, esta SR/DNIT/CE, por meio da equipe de fiscalização, veio realizando, ao
longo do andamento das obras, vistorias em campo, as quais embasavam as notificações ao
Ente Executor (SOP/CE), dessa forma cumprindo sua responsabilidade no acompanhamento
deste Termo de Compromisso.
Ademais, de acordo com o Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE
(3688391) acima, verifica-se que desde 2012 as vistorias eram realizadas com a apresentação
da Supervisora do Relatório Sucinto das atividades e informações financeiras, sendo
constantemente cobrado por esta Regional os Relatórios de Supervisão.
Entretanto, como a SOP/CE não estava atendendo as notificações feitas pela equipe de
fiscalização, foi elaborado o Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE
(6810381), de 03/11/2020, para notificar o Ente Executor, nos seguintes termos:
“[...]
Tendo em vista as diversas solicitações feitas à Superintendência de Obras Públicas - SOP,
Interveniente Executor do Termo de Compromisso, sem o devido atendimento ou justificativa,
conforme demonstrado na Planilha Resumo anexada ao processo (6810359).
Tendo em vista que o não atendimento das solicitações trata de descumprimento das cláusulas
constantes do TC.
Tendo em vista que diante da verificação do descumprimento de cláusulas do TC, a
Administração poderá realizar as ações constantes na Cláusula Décima Terceira, conforme
segue abaixo:
Constatadas quaisquer irregularidades e descumprimento pelo ENTE FEDERADO BENEFICIADO
das condições estabelecidas neste Termo de Compromisso, a UNIDADE GESTORA deverá
suspender a liberação das parcelas previstas, como também determinará à instituição
financeira oficial a suspensão do saque dos valores da conta vinculada do INTERVENIENTE
EXECUTOR, até que haja regularização da(s) pendência(s), (...) (grifo nosso)
Sugerimos, notificar novamente a SOP reiterando os ofícios listados na Planilha Resumo
(6810359), estabelecendo um prazo de 10 (dez) dias para atendimento, como última
tentativa antes da aplicação das penalidades cabíveis.” [grifamos]

57
Verifica-se acima que esta SR/DNIT/CE estava envidando todos os esforços necessários para
que o Ente Executor atendesse as notificações realizadas, enfatizando, inclusive, para possível
suspensão de liberações de recursos, demonstrando, assim, total compromisso entre suas
ações e as necessárias à fiscalização.
Foi somente em 11/11/2020 que o Ente Executor encaminhou, por meio do Ofício
1569/SUPAR/SOP (6871250), os documentos e informações solicitadas pelos despachos
acima.
Por meio do Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (7614821), de
01/03/2021, foi feita a análise da documentação, o que resultou em nova notificação, dada
ao conhecimento da SOP/CE por meio do OFÍCIO Nº 40697/2021/NAA - CE/SRE – CE
(7843044), de 30/03/2021, nos seguintes termos:
“a) Providências quanto à efetiva demolição de imóveis já desapropriados, no âmbito das
Obras de Duplicação do Anel Viário, nas imediações da interseção com a CE-065.
b) Saneamento da recomposição das cercas danificadas ao longo da faixa de domínio do Anel
Viário de Fortaleza, de forma a resguardá-la da invasão por parte de particulares.
c) Apresentar relatórios de supervisão de Janeiro/2018 a Abril/2018 (nº 68 a 71), e os
relatórios a partir de Setembro/2020.
d) Projeto executivo para aprovação como Revisão de Projeto em Fase de Obras - RPFO da
alteração na interseção da BR-020 (Anel Viário de Fortaleza) com a CE-060, justificada pela
presença de gasoduto GASFOR de responsabilidade da TAG (Transportadora Associada de Gás
S/A).
e) Informações acerca de recuperação de pista, melhorias de sinalização e fechamento de
acessos irregulares no âmbito das Obras de Duplicação do Anel Viário.
f) Informações acerca da execução dos retornos projetados nas Obras de Duplicação do Anel
Viário.
g) Apresentar cronograma atualizado das obras.
h) Correção dos laudos de desapropriação D-036, D-055, D-128, D-128A, D-128B, D-129, I65B,
I-65C, em atendimento ao OFÍCIO Nº 7158/2021/NAA - CE/SRE - CE (7364919).
i) Aproveitar a oportunidade para atualizar o DNIT quanto ao andamento das obras e
contratos.” [grifamos]
Uma vez que a SOP não vinha atendendo às notificações, foi elaborado o Despacho / SRE -
CE/COENGE - CAF - CE/SCT – CE (8027288), de 26/04/2021, com a solicitação de reunião
formal com a SOP com a seguinte pauta: - Desenvolvimento dos trabalhos de levantamentos
para projeto de remanescente das obras e necessidades de adequações para nova licitação; -
Notificações da SR/CE pendentes de tratativas ou justificativas; - Regularização da entrega de
relatórios de andamento de obras; - Adequação contratual da supervisora e possível rescisão
perante o Acórdão 86/2020; - Situação atual das obras e possíveis problemas operacionais do
segmento.
A SOP, por meio do ofício nº 151/2021-SUPAR/SOP (8036405), de 27/04/2021, encaminhou
novos documentos e informações que haviam sido solicitadas por meio do Ofício nº
40697/2021/NAACE/SRE-CE (7843044), de 30/03/2021, as quais foram analisadas por meio

58
do Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SCT – CE (8155467), 12/05/2021, apresentando
ainda as seguintes pendências:
“a. Providências quanto à efetiva demolição dos imóveis já desapropriados, no âmbito das
Obras de Duplicação do Anel Viário, nas imediações da interseção com a CE-065 e nas
imediações do entroncamento com o Nova Metrópole;
b. As solicitações de recomposição das cercas danificadas ao longo da faixa de domínio foram
feitas várias vezes pelo DNIT e as área não cercadas estão totalmente vulneráveis e passíveis
de invasões. Assim, tendo em vista a possível rescisão do contrato com o Consórcio, deve a
SOP observar a não realização desse serviço e considerar como inexecução parcial do contrato,
realizando as devidas ações de penalização. Caso haja nova contratação, considerar a
execução deste serviço no novo contrato;
c. Apresentar relatórios de supervisão de obras a partir de setembro/2020;
d. As solicitações para apresentação do Projeto executivo para aprovação como Revisão de
Projeto em Fase de Obras – RPFO da alteração da interseção da BR-020 (Anel Viário de
Fortaleza) com a CE-060, justificada com a presença de gasoduto – GASFOR de
responsabilidade da TAG (Transportadora Associada de Gás S/A) foram feitas várias vezes pelo
DNIT. Assim, tendo em vista a possível rescisão do contrato com o Consórcio, deve a SOP
observar a não realização desse serviço e considerar como inexecução parcial do contrato,
realizando as devidas ações de penalização. Caso haja nova contratação, considerar a
execução deste serviço no novo contrato;
e. Comprovar a execução da recuperação de pista, conforme informado pela SOP, por meio
do ofício nº 151/2021/SUPAR-SOP (8036405);
f. As solicitações para a execução da melhoria da sinalização e o fechamento dos acessos
irregulares foram feitas várias vezes pelo DNIT e a sua inexecução torna o tráfego na rodovia
vulnerável e passível de acidentes. Assim, tendo em vista a possível rescisão do contrato com
o Consórcio, deve a SOP observar a não realização desse serviço e considerar como inexecução
parcial do contrato, realizando as devidas ações de penalização. Devido a urgência que o caso
requer, deverá a SOP verificar a possibilidade de executar as melhorias na sinalização e
providenciar o fechamento dos acessos irregulares;
g. As solicitações para execução dos retornos projetados foram feitas várias vezes pelo DNIT
e sua inexecução torna o tráfego vulnerável e passível de acidentes. Tendo em vista a possível
rescisão do contrato com o Consórcio, deve a SOP observar a não realização desse serviço e
considerar como inexecução parcial do contrato, realizando as devidas ações de penalização.
Caso haja nova contratação, considerar a execução deste serviço no novo contrato;
h. Tendo em vista a possível a rescisão do contrato com o Consórcio e uma vez que o DNIT fez
várias solicitações para as correções dos laudos I-65, D-128, D-128A, D-128B e D-129, deve a
SOP observar a não realização desse serviço e considerar como inexecução parcial do contrato,
realizando as devidas ações de penalização. Dessa forma, deve-se providenciar as correções
dos laudos I-65, D-128, D-128A, D-128B e D-129 e o envio em caráter de urgência do laudo D-
267, conforme solicitado por e-mail e Ofício nº 49553/2021/NAA - CE/SRE - CE (7982671) em
19/04/2021.” [Grifamos]
Como se observa no despacho acima, além das cobranças das pendências acima relatadas, a
equipe de fiscalização deste TC alertou à SOP para uma possível rescisão do contrato da
59
SOP/CE com o Consórcio Executor da Obra, a qual deveria observar a não realização desse
serviço e considerar como inexecução parcial do contrato, realizando as devidas ações de
penalização.
Por meio do Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SCT – CE (8995054), de 20/08/2021, foi
solicitada a reiteração das pendências apontadas no despacho acima, sugerindo ainda que o
processo fosse encaminhado à Coordenação de Obras Delegadas - CODEL/CGCONT para
ciência da situação e providências cabíveis, uma vez que o Ente Beneficiado estava em
descumprimento da cláusula Décima Terceira, alínea "d", deste Termo de Compromisso, o
que, dentre outras ações, poderia ensejar na suspensão de saques dos valores da conta
vinculada, Cláusula Décima Terceira do Termo de Compromisso.
Na sequência, a Equipe de Fiscalização deste TC fez nova vistoria em campo, dando ensejo ao
Relatório de Vistoria nº 01/2022 (SEI nº 11156947), de 07/04/2022, acompanhado de seus
anexos fotográficos (SEI nºs 11156990, 11157024 e 11157063), os quais foram encaminhados
à SOP por meio do OFÍCIO Nº 73696/2022/NAA - CE/SRE – CE (11159007), de 26/04/2022,
com a com as seguintes informações/notificação:
“Trata-se do acompanhamento e fiscalização do Termo de Compromisso nº 767/2011, tendo
como objeto a "Conclusão das Obras de Duplicação e Melhoramento do Anel Viário de
Fortaleza - CE, na Rodovia BR-020/CE".
Sobre o assunto, informamos que foi realizada visita técnica pela equipe de fiscalização na
obra, objeto do referido TC, a qual está registrada no Relatório de Visita Técnica nº 01/2022
(11156947) e respectivos anexos 1a (11156990), Ib (11157024), 1c (11157063) e Termo de
Rescisão Contratual (11157155), o que foi registro, principalmente, onde foram observados os
seguintes pontos:
Conforme Termo de Rescisão Contratual anexo, o contrato nº 011/2018 firmado com o
Consórcio Cosampa/Souza Reis/Jurema/Geosistema foi rescindido em 30/07/2021, estando a
obra paralisada desde mar/2021, em total estado de abandono pelo Ente Beneficiado, o que
tem ocasionando sérios problemas de continuidade na sua execução, bem como na
manutenção e conservação dos serviços já executados. Além disso, está provocando grandes
transtornos aos transuentes que trafegam pela rodovia, causando e podendo ainda causar
sérios acidentes no local;
Os principais problemas encontrados na rodovia estão relacionados à ausência de
conservação e manutenção, à falta de continuidade da obra e o início de serviços sem a sua
conclusão: a) ausência da execução dos retornos definidos em projeto. Essa situação está
forçando aos transuentes a utilizarem retornos irregulares, causando ou podendo causar
acidentes de trânsito nestes locais (vide fotos 1 a 33 do Anexo Ia). Vale ressaltar que o DNIT
vem constantemente cobrando a execução desse retorno, o que pode ser comprovado com a
verificação do processo nº 50603.000092/2019-25; b) anomalias encontradas em campo,
principalmente, fissuras, alçamento de placa e fissuras/rachaduras nas placas do pavimento
rígido, buracos e trilhas de roda no pavimento flexível (vide Fotos 34 a 69 do Anexo Ib). Ao
persistir a situação, além de comprometer a boa trafegabilidade, estará comprometendo a
durabilidade do pavimento, além de causar acidentes de trânsito; c) desníveis existentes, em
vários pontos, entre a pista de rolamento e o acostamento, os quais estão acima do
permitido (vide fotos 71, 75 e 76 do Anexo Ic). Tal situação poderá dar ensejo a acidentes de
trânsito; e d) buracos em grandes dimensões e profundidades em locais com serviços ainda

60
não concluídos. Tal situação está inviabilizando a utilização da rodovia com engarrafamentos
quilométricos. (vide fotos 72 a 74 do Anexo Ic).
Portanto, baseado no referido Relatório de Visita nº 01/2022, encaminhamos o presente
comunicando a situação precária encontrada, solicitando que sejam acionados os consórcios
executores de cada um desses trechos para que façam as correções necessárias, dentro do
prazo estabelecido pela Legislação, no que diz respeito a garantia dos serviços executados.
Ademais, entende a comissão de fiscalização que ao perdurar o estado de abandono pelo qual
se encontra a obra e da ausência de conservação e manutenção da rodovia por parte do Ente
Beneficiado, que estão presentes fatos que comprovam dano ao empreendimento, bem
como comprometimento do objetivo social proposto.
Para o atendimento desse expediente, fixamos o prazo de 10 (dez) dias corridos, contados do
recebimento deste, sob pena de aplicação de penalidades cabíveis. Sem mais para o momento,
colocamo-nos à disposição para maiores esclarecimentos.” [Grifamos]
Tal relatório de visita técnica foi também enviado para à Coordenação de Obras Delegadas –
CODEL por meio do Despacho / SRE - CE/NAA – CE (11184140), de 26/04/2022, para adoção
das providências cabíveis, o que foi respondido pela CODEL por meio do OFÍCIO Nº
126099/2022/COCCONV/CGCONT/DIR/DNIT SEDE (11887501), de 11/07/2022, finalizando
nos seguintes termos:
“Diante do relatado pela referida Regional verifica-se clara violação às Cláusulas Décima
Primeira e Décima Segunda do TC 767/2011, o que ensejaria a aplicação do disposto na
Cláusula Décima Terceira do mesmo instrumento. Tal entendimento está em consonância
com o disposto na lei Lei n° 11.578/2007 e Lei 8.666/1993.
Ocorre que, conforme pode ser verificado nos autos do processo n. 50600.005813/2022-19, o
trecho objeto do TC 767/2011 foi transferido ao Estado do Ceará, conforme Publicação
Termo de Doação nº 95/22 (11810217) e Publicação Retificação Termo de Transferência
095/22 (11832262). Ademais, por meio do OFÍCIO Nº
124131/2022/COCCONV/CGCONT/DIR/DNIT SEDE (11859279) foi proposto o encerramento
de TC - 767/2011, de modo que, nesse momento, a aplicação do disposto na Cláusula Décima
Terceira do referido instrumento se mostraria inócuo.
Diante disso, restituímos o presente processo a essa Regional, a fim de que adote as
providências que lhe competem, conforme exposto no OFÍCIO Nº
118040/2022/COCCONV/CGCONT/DIR/DNIT SEDE (11775936).” [Grifamos]
Somente em 15/09/2022 que a SOP/CE respondeu ao OFÍCIO Nº 73696/2022/NAA - CE/SRE –
CE (11159007), de 26/04/2022, informando que já haviam sido iniciada, em 11 de agosto de
2022, a recuperação dos seguintes trechos: entre a Gerardo Bastos e a CE 060 (terraplenagem,
regularização, aterro com pó de pedra, sub-base e base), e entre a CE 040 e a BR 222 (TBA em
CBUQ), com expectativa para conclusão em 25/09/2022.
Por meio do Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SCT – CE (12563873), de 27/09/2022, foi
solicitado à SOP que fossem elaborados os seguintes documentos/informações: a)
Mapeamento de todas as patologias encontradas na obra referentes ao contrato nº 11/2018
(ainda em garantia); b) Mapeamento das demais patologias encontradas na obra referentes
aos outros contratos; c) Providências que estão sendo tomadas para solucionar essas
anomalias, como o acionamento do Consórcio dentro do prazo da garantia, contratação do
61
remanescente, sinalização dos trechos para evitar acidentes, etc; d) Cronograma de ação para
solucionar todas as patologias encontradas.
Portanto, baseado nos fatos acima apontados, verifica-se que esta SR/DNIT/CE, por meio da
equipe de fiscalização, vinha atuando de forma efetiva para que as obras do Anel Viário de
Fortaleza fossem executadas de acordo com o cronograma proposto, com o projeto aprovado
e dentro da qualidade dos serviços executados.
Ademais, entende esta SR/DNIT/CE que, diferente do que foi apontado no Relatório de
Auditoria, a equipe de fiscalização deste TC estava envidando todos os esforços para o bom
andamento do referido Termo de Compromisso, uma vez que vinha atuando, dentro dos seus
limites de competência, de forma efetiva para que as notificações realizadas fossem
atendidas.
Reforça-se esse entendimento quando esta SR/DNIT/CE, por meio da Equipe de Fiscalização
do TC, sugeriu a suspensão da liberação de recursos, como se verifica no Despacho / SRE -
CE/COENGE - CAF - CE/SCT – CE (8995054), de 20/08/2021, demonstrando, assim, total
consonância entre suas ações e as determinações contidas no referido Termo de
Compromisso.
No que diz respeito à suposta fragilidade do acompanhamento a cargo da SR/DNIT/CE e pela
suposta ineficácia da atuação relativa à realocação do Gasfor I, apontada na alínea “d” do
Resultado do Exame nº 9, o referido Relatório de Auditoria retrata ao histórico dos fatos
ocorridos no Processo SEI nº 50603.000612/2012-23.
Da leitura dos fatos narrados, entende esta SR/DNIT/CE que diferentemente do que foi
apontado no Relatório de Auditoria, o que se verifica na leitura desses fatos é exatamente o
oposto, uma vez que houve uma série de ofícios e tratativas junto ao interveniente executor
e à Petrobrás/TAG para que essa interferência fosse sanada.
A informação dada pela CGU de que os fatos apontados no Despacho/SER - CE/COENGE - CAF
- CE/SECONT - COENGE – CE, evidenciavam que a SR/DNIT/CE não estava atuando de forma
proativa em relação à remoção da interferência do gasoduto por desconhecer quaisquer obras
que estariam sendo executadas, entende-se que não justifica de per si tal evidência, haja vista
que esta SR/DNIT/CE não pode ser responsabilizada por atos alheios ao seu conhecimento e
à sua vontade como a que ocorreu no referido processo.
Registre-se que a própria SOP/CE juntamente com a Petrobrás tomaram para si a execução do
projeto e serviço dessa interferência sem o aval e o conhecimento da SR/DNIT/CE, e que o
fato de não haver sido detectado em campo a execução desse serviço pelo DNIT, não justifica
esse apontamento, uma vez que seria quase impossível, já que muitos serviços estavam sendo
executados ao mesmo tempo e também os equipamentos envolvidos nessa operação eram
praticamente imperceptíveis, conforme se verifica na foto do equipamento utilizado para tal
fim, a seguir:

62
Como se observa na foto acima, o simples posicionamento de um equipamento deste porte
não daria condições para que a Equipe de Fiscalização deste TC, a qual passava
esporadicamente no local, detectasse a execução da remoção da interferência do gasoduto
da Petrobrás, nem comprovaria que desconhecia quaisquer obras que estariam sendo
executadas pela TAG na sua faixa de domínio, uma vez que no decorrer do andamento das
obras, haviam vários equipamentos presentes e em plena execução em cada um dos trechos
da obra.
Portanto, baseado nas supostas evidências apontadas neste Relatório de Auditoria de que
havia “deficiência por parte do DNIT quanto ao acompanhamento do Termo de Compromisso
nº 767/2011-00”, entende esta SR/DNIT/CE exatamente o contrário, haja vista que, baseado
nos relatos acima, suas ações foram sempre no sentido de que a obra fosse executada dentro
dos padrões de qualidade estabelecidos pelo DNIT.
Ademais, entende que o simples fato de não haver em seu banco de dados/processos os
Relatórios de Supervisão e de que a SR/DNIT/CE não tomou conhecimento da execução da
retirada indevida do gasoduto da TAG não comprovam de per si a evidência de tal
apontamento, conforme se verifica nos relatos da presente defesa.
Dessa forma, entende esta SR/DNIT/CE que seja excluído do relatório de auditoria esse
apontamento, excluindo também qualquer tipo de responsabilização da Equipe de
Fiscalização deste Termo de Compromisso.”

Análise da equipe de auditoria

Inicialmente, impende frisar que a afirmação, por parte da SR/DNIT/CE, de que não cabe à
CGU avaliar a execução das obras em período anterior ao escopo da presente auditoria não
procede, visto que, apesar de os trabalhos se concentrarem no Contrato nº 011/2018 e
licitações posteriores, conforme descrito na Introdução deste relatório, a auditoria abrange
todo o objeto do Termo de Compromisso nº 767/2011.

O acompanhamento que incumbe ao Concedente tem caráter contínuo, relacionando-se com


toda a execução das obras. Nessa perspectiva, o acompanhamento mais ou menos eficaz pode

63
explicar diversas situações verificadas durante o trabalho de auditoria, ainda que sejam fatos
que remontem ao passado, razão pela qual não pode, não deve e não foi desconsiderado.

Ademais, a definição do escopo, nesse caso, tem como objetivo evitar redundância na atuação
dos órgãos de controle, o que não impede que um fato novo, não constatado e/ou relatado
em trabalhos anteriores, não seja objeto de avaliação por parte da equipe de auditoria.

A SR/DNIT/CE cita ainda artigo da Lei nº 11.578/2007 para justificar a ausência de


regulamentação do processo de acompanhamento e fiscalização dos termos de compromisso
quando afirma que “não deixa muito claro quanto aos pontos a serem observados no
momento da fiscalização do termo de compromisso para fins de liberação de recursos”.

No entanto, o artigo trata especificamente dos requisitos considerados condicionantes para a


transferência dos recursos do PAC aos Estados, Distrito Federal e Municípios por meio do
termo de compromisso, sem se ater ao processo de acompanhamento e fiscalização do
compromisso firmado.

Senão vejamos:

Art. 3º As transferências obrigatórias para execução das ações do PAC são


condicionadas ao cumprimento dos seguintes requisitos pelos Estados, Distrito
Federal e Municípios beneficiários, conforme o constante de termo de compromisso:
I – identificação do objeto a ser executado;
II – metas a serem atingidas;
III – etapas ou fases de execução;
IV – plano de aplicação dos recursos financeiros;
V – cronograma de desembolso;
VI – previsão de início e fim da execução do objeto, bem como da conclusão das
etapas ou fases programadas; e
VII – comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do
objeto estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento
recair sobre a entidade ou órgão descentralizador, quando a ação compreender obra
ou serviço de engenharia.

Cita ainda documento SEI nº 11141506, de 04/07/2012, da Diretoria de Infraestrutura


Rodoviária do Dnit, em resposta ao questionamento da SR/DNIT/CE com relação à forma de
atuação no acompanhamento e fiscalização do Termo de Compromisso nº 767/2011, tendo
recebido a seguinte orientação “deve a fiscalização do DNIT ficar adstrita à regularidade da
aplicação dos recursos financeiros transferidos e ao cumprimento do objeto do ajuste, sendo
de responsabilidade do ente federado beneficiado a fiscalização da execução dos contratos
celebrados com terceiros para viabilizar a execução do objeto do Termo de Compromisso”.

Tanto a SR/DNIT/CE quanto a Equipe de Fiscalização entenderam que a fiscalização “ficaria


restrita apenas à comprovação da execução do objeto em si, sem adentrar nos aspectos da
gestão da obra, acompanhamento das medições, acompanhamento do cronograma, já que
tais funções deveriam ser do Ente Executor”, conforme relatado na manifestação.

Acrescenta que, desde 2012, o acompanhamento era realizado por meio de um relatório
sucinto, elaborado conjuntamente com a supervisora, com verificações in loco pela então

64
equipe de fiscalização, além de solicitações posteriores para dar suporte à fiscalização,
conforme Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (SEI 3688391).

Complementa sua argumentação descrevendo o teor contido em despachos feito pela equipe
de fiscalização, retirados do processo acima mencionado, contendo solicitações e notificações
feitas ao ente executor do contrato.

Neste ponto, releva destacar que todos os despachos apresentados datam de janeiro de 2019
a abril de 2022, com solicitações de relatórios de execução dos serviços, problemas na
execução física das obras, dentre outras demandas.

Apresenta ainda despacho enviado à coordenação de engenharia do DNIT, em 03.11.2020,


com uma lista de 12 ofícios enviados ao ente executor entre julho e outubro de 2020, com
uma lista das pendências identificadas pela equipe de fiscalização e não cumpridas pela SOP,
inclusive alertando para que a liberação das parcelas previstas no termo de compromisso
poderia ser suspensa por descumprimento contratual.

Novas solicitações para o atendimento das mesmas pendências foram enviadas à SOP no
exercício de 2021 por meio de ofícios, inclusive alertando para uma possível rescisão
contratual da SOP com o consórcio construtor da obra, a qual deveria observar a não
realização desse serviço e considerar como inexecução parcial do contrato, realizando as
devidas ações de penalização.

Após a rescisão contratual realizada pela SOP de forma unilateral por descumprimento por
parte do Consórcio Cosampa/Souza Reis/Jurema/Geosistema dos termos contidos no
Contrato nº 011/2018, em 30.07.2021, a SR/DNIT/CE relata que nova vistoria foi realizada em
07.04.2022, o que ensejou solicitação à SOP para providências visando ao saneamento dos
mesmos problemas já identificados em vistorias anteriores, tais como ausência de
conservação e manutenção, falta de continuidade da obra e o início de serviços sem a sua
conclusão.

O mesmo relatório foi envido à Coordenação de Obras Delegadas – CODEL, em 26.04.2022,


que concluiu que houve clara violação às Cláusulas Décima Primeira e Décima Segunda do TC
767/2011, o que ensejaria a aplicação de penalidades ao ente executor, porém, com a
transferência do trecho objeto do referido TC ao governo do estado do Ceará, conforme
Termo de Doação nº 95/22, tal aplicação da cláusula se mostraria inócua.

Em 30.09.2022, a SR/DNIT/CE solicitou à SOP, por meio de ofício nº 178992/2022/NAA -


CE/SRE - CE (SEI 12619548), relatório com o mapeamento de todas as patologias encontradas
na obra referentes ao Contrato nº 11/2018 e dos contratos anteriores, e providências que
estão sendo tomadas para o saneamento dessas anomalias, juntamente com um cronograma
para a sua solução e envio de relatórios mensais de acompanhamento.

Impende informar que, mesmo antes da assinatura do termo de compromisso, quando a obra
ainda estava sob a responsabilidade direta da SR/DNIT/CE, uma empresa de supervisão foi
contratada para o acompanhamento e fiscalização do objeto, em 07.04.2010, sendo que o

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contrato foi sub-rogado para o antigo DER, hoje SOP, após a celebração do termo de
compromisso, em 18.01.2012.

Importante mencionar que o art. 7º da Lei nº 11.578, de 26.11.2007, cita claramente que a
concedente dos recursos é responsável pela fiscalização do termo de compromisso quando
prevê que “a fiscalização quanto à regularidade da aplicação dos recursos financeiros
transferidos será realizada pelas unidades gestoras da União perante as quais forem
apresentados os termos de compromisso, pelo TCU e CGU”. (grifo nosso)

Como se observa pelo histórico acima apresentado, fica evidente a fragilidade no


acompanhamento e fiscalização por parte da SR/DNIT/CE, visto que, até o exercício de 2019,
sequer havia um processo específico com a documentação comprobatória desse
acompanhamento, sendo realizada apenas por meio de relatórios sucintos, conforme o
contido no Despacho / SRE - CE/COENGE - CAF - CE/SECONT - COENGE – CE (3688391), de
25.07.2019, da equipe de fiscalização, no qual afirma que “A obra se desenvolve desde janeiro
de 2012 através deste TC e que vinha sendo apresentado relatório sucinto das atividades e
informações financeiras, sendo que desde a nova contratação através de RDCi nada mais nos
foi apresentado, nos restando somente o acompanhamento in loco das obras, sem a
apresentação de nenhuma documentação formal”. (grifo nosso)

Ainda de acordo com o despacho “em outubro de 2018 esta Comissão de Fiscalização do
referido TC realizou notificação através do Ofício nº Ofício nº 2864/2019/SECONT - COENGE -
CE/COENGE - CAF - CE/SRE - CE-DNIT (2522654) solicitando: apresentação mensal de
relatórios de execução dos serviços objeto deste TC (obras e supervisão), e que até o
momento não foi atendido”.

Ao final, a Comissão de Fiscalização solicita providências à SR/DNIT/CE no intuito de realizar


nova notificação, reiterando a solicitação anterior, para que seja regularizada a apresentação
dos relatórios supracitados.

Pela situação apontada também fica evidente a demora na atuação da equipe de fiscalização
no que diz respeito à tempestividade da solução das pendências relacionados ao TC nº
767/2011, visto que, somente após nove meses da notificação por meio de ofício é que solicita
providências à Superintendência.

Outro aspecto a ser explanado diz respeito à ineficácia no cumprimento da Cláusula Décima
Terceira (Do Descumprimento das Cláusulas do Termo de Compromisso) do TC nº 767/2011,
evidenciada no Processo nº 50603.000092/2019-25 e na manifestação apresentada, visto que,
desde o início do exercício de 2019, demandas por parte da equipe de fiscalização não eram
atendidas pelo ente executor, tais como relatórios de execução dos serviços, problemas na
execução física das obras, dentre outras.

Ainda, mesmo após a doação do trecho ao governo do estado do Ceará, as pendências na


execução física da obra ainda se encontravam sem solução, visto que a SR/DNIT/CE solicitou
à SOP a realização de um mapeamento com todos as patologias encontradas, após visita
técnica realizada no local da obra, demandando, ainda, quais as providências que estão sendo
tomadas e um cronograma de ação para solucionar essas anomalias.
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A SR/DNIT/CE afirma ainda que a ausência de relatórios de supervisão nos arquivos da
SR/DNIT/CE seria apenas uma falha formal, o que não caracterizaria ausência de fiscalização,
e que as vistorias in loco realizadas eram sempre acompanhadas pela empresa supervisora,
conforme documentos acostados principalmente ao Processo SEI nº 50603.000092/2019-25.

Esclarece-se primeiramente que os documentos acostados ao processo acima referido datam


do início do exercício de 2019, sem quaisquer registros anteriores a esse exercício. Ainda,
consta no processo, em anexo, diversos ofícios e despachos internos, com apenas um relatório
de vistoria técnica (SEI 11156947), de visitas realizadas ao local da obra nos dias 07, 11 e
13.04.2022.

Verifica-se, portanto, que apesar de a SR/DNIT/CE afirmar que, além da realização de visitas
in loco, produtos dessas visitas constam do processo referido, não se comprovou tal
afirmativa, como retratado acima.

Segundo Hely Lopes Meireles, em seu livro “O Direito Administrativo Brasileiro”, o ato
administrativo possui 5 requisitos básicos: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. A
forma é requisito vinculado e imprescindível à validade do ato. Todo ato administrativo é, em
princípio, formal e a forma exigida pela lei quase sempre é a escrita, assim possibilita a prova
de existência do ato.

Portanto, sem um desses requisitos, no caso específico a forma, o ato se tornaria inócuo e
sem validade jurídica.

A inércia da fiscalização ficou demonstrada quando da não apresentação por parte da


SR/DNIT/CE de relatórios de acompanhamento/andamento, nem de processo específico para
o acompanhamento do TC nº 767/2011 anteriormente ao exercício de 2019, de prestações de
contas sem registro de pareceres/ relatórios técnicos de fiscalização, nem registro fotográfico,
com exceção da 4ª Prestação de Contas (Processo SEI nº 50603.004192/2018-40), que foi
apresentada com atraso de quase três anos, conforme Ofício nº 1590/2018 – SUPER/DER.
(Doc. SEI 2247676).

Acórdão nº 273/2010 – Plenário, de 24.02.2010, já previa que a “Administração contratante


deve manter documentação comprobatória da adequada aferição dos quantitativos faturados
pela contratada por meio de medição-verificação dos serviços realizados em cada etapa, bem
como a respectiva memória de cálculo, de maneira a se resguardar de efetuar pagamentos a
partir de boletins de medição imprecisos e permitir a efetiva atuação dos órgãos de controle”.

Ainda, diversos acórdãos do TCU, tais como Acórdão 3221/2019-TCU-Primeira Câmara,


julgaram irregular a prestação de contas dos entes beneficiados dos recursos por meio de
convênios, por não comprovação da sua boa e regular aplicação, em razão da ausência de
documentação, o que fica demonstrado o quão importante é o registro e arquivamento
adequado do acompanhamento/andamento dos processos por todos os envolvidos na
aplicação do dinheiro público.

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Quanto à atuação relativa à realocação do Gasfor I (Processo SEI nº 50603.000612/2012-23),
a SR/DNIT/CE informa que houve uma série de ofícios e tratativas junto ao interveniente
executor e à Petrobrás/TAG para que essa interferência fosse sanada.

Acresce ainda que a própria SOP/CE juntamente com a Petrobrás tomaram para si a execução
do projeto e serviço dessa interferência sem o aval e o conhecimento da SR/DNIT/CE,
apresentando como evidência uma foto de um equipamento utilizado nesse tipo de serviço,
como exemplo, para justificar a dificuldade na identificação da obra que estaria sendo
executada, tendo em vista outras frentes de trabalhos realizadas ao mesmo tempo na faixa
de domínio.

Relata ainda que as visitas ao local, onde estavam sendo feitas as remoções e/ou quaisquer
obras que estariam sendo executadas pela TAG, eram esporádicas, o que dificultava ainda
mais a identificação dos serviços.

O cerne central do assunto aqui abordado diz respeito à sub-rogação informal do serviço de
remoção do Gasfor I ao antigo DER, atualmente SOP, para tratar de um serviço que deveria
ter sido tratado pela própria SR/DNIT/CE junto à Petrobrás, como previsto na letra “f” da
Cláusula Décima “Das Obrigações da Unidade Gestora” do TC 767/2011.

A própria SR/DNIT/CE admite que as tratativas estariam sendo realizadas entre a SOP/CE
diretamente com a Petrobrás, o que de fato ficou demonstrado nos fatos apontados neste
relatório, tendo a SR/DNIT/CE apenas um papel secundário na atuação dessa etapa da
execução do objeto.

Quanto ao registro fotográfico, apresentado para justificar a dificuldade em identificar o


serviço, a alegação se revela descabida, visto que outros elementos poderiam ter sido
identificados durante o longo período e grande extensão da área onde os serviços estavam
sendo realizados, ainda mais na sua faixa de domínio, área de sua jurisdição, e que, como
mesmo retratou em sua justificativa ao mencionar o caráter esporádico das visitas, não atuava
de forma efetiva e sistemática, a ponto de não perceber que serviços alheios à execução das
obras de duplicação estavam sendo realizados no local.

Do exposto, resta evidente a fragilidade do acompanhamento realizado pelo SR/DNIT/CE no


período entre 2012 e 2018, tendo havido uma melhora que não poderia deixar de ser
reconhecida a partir do exercício 2019, mas que não tem o condão de modificar o
posicionamento da equipe de auditoria acerca do fato descrito.

Finalmente, cabe frisar que o fato trazido à baila no relatório não se reveste de natureza que
justifique qualquer responsabilização, porém, certamente, sugere a necessidade de
aprimoramento dos procedimentos a serem empregados em futuros instrumentos de
transferência de recursos a entes subnacionais em que o DNIT atue como Concedente.

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