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24 de julho de 2023
Controladoria-Geral da União (CGU)
Secretaria Federal de Controle Interno (SFC)
RELATÓRIO DE APURAÇÃO
Órgãos: Ministério do Desenvolvimento Regional, Ministério da Educação,
Ministério do Esporte (atual Ministério da Cidadania), Ministério da Cidadania e
Ministério do Turismo
Unidade Auditada: Prefeitura Municipal de Tejuçuoca
Município/UF: Tejuçuoca/CE
Relatório de Apuração: 1089048
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Missão
Elevar a credibilidade do Estado por meio da participação social, do controle
interno governamental e do combate à corrupção em defesa da sociedade.
Avaliação
O serviço de apuração consiste na execução de procedimentos com a finalidade
de averiguar atos e fatos inquinados de ilegalidade ou de irregularidade
praticados por agentes públicos ou privados, na utilização de recursos públicos
federais.
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POR QUE A CGU REALIZOU ESSE
QUAL FOI O TRABALHO?
TRABALHO A Auditoria visou avaliar a regularidade e a
REALIZADO eficácia dos recursos aplicados no âmbito de
três contratos de repasse firmados com a Caixa
PELA CGU? Econômica Federal - CAIXA, quatro termos de
compromisso firmados com o Fundo Nacional
Trata-se de auditoria
de Desenvolvimento da Educação - FNDE e um
realizada na Prefeitura
termo de compromisso firmado com
Municipal de
Tejuçuoca/CE e Gerência Ministério do Desenvolvimento Regional -
Executiva de Governo MDR, de responsabilidade do município de
Tejuçuoca, inclusive quanto ao
Fortaleza – GIGOV FO, da
acompanhamento realizado pela CAIXA e
Caixa Econômica Federal –
FNDE.
CAIXA, em conformidade
com o Plano de Trabalho QUAIS AS CONCLUSÕES
nº 1089048, destinada a
verificar a aplicação de
ALCANÇADAS PELA CGU? QUAIS
recursos federais oriundos AS RECOMENDAÇÕES QUE
do Fundo Nacional de DEVERÃO SER ADOTADAS?
Desenvolvimento da
Educação - FNDE, Caixa Existência de seis obras inacabadas e
Econômica Federal - CAIXA abandonadas, quais sejam: escola de 12 salas
e Ministério do na sede municipal, escola de 6 salas em Monte
Desenvolvimento Regional Carmelo, escola de 6 salas em São Bento,
- MDR, no montante de R$ quadra poliesportiva em Açude, estádio
8.724.252,00, objetivando municipal e balneário municipal, em
a execução de oito obras decorrência da demora em dar início efetivo às
no município de obras e por falhas na execução e na
Tejuçuoca/CE. fiscalização de obras, esta última de
responsabilidade da Prefeitura Municipal de
Tejuçuoca, gerando diversos apontamentos,
tanto pelo FNDE quanto pela CAIXA,
que demandam tempo para resolução e/ou
não são resolvidos e acabam por impactar o
cronograma de execução e a utilização dos
recursos federais, havendo necessidade de
maior aporte de recursos municipais e/ou
supressão de serviços inicialmente previstos. A
obra de construção da quadra poliesportiva de
Boa Ação, embora dada como concluída pela
CAIXA, encontra-se abandonada e sem a
cobertura, deixando de atender à população
do seu entorno.
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CAIXA Caixa Econômica Federal
CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CC Conta Corrente
CGU Controladoria-Geral da União
CNIS Cadastro Nacional de Informações Sociais
CR Contrato de Repasse
CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
GIDUR FO Gerência de Desenvolvimento Urbano Fortaleza
GIGOV FO Gerência Executiva de Governo Fortaleza
MDR Ministério do Desenvolvimento Regional
OGU Orçamento Geral da União
PC Prestação de Contas
PCP Prestação de Contas Parcial
PCF Prestação de Contas Final
PMT Prefeitura Municipal de Tejuçuoca
PT Plano de Trabalho
RAE Relatório de Acompanhamento de Engenharia
RAIS Relação Anual de Informações Sociais
RFB Receita Federal do Brasil
RNP Registro Nacional do Profissional
TC Termo de Compromisso
TCE Tomada de Contas Especial
TCE/CE Tribunal de Contas do Estado do Ceará
TCU Tribunal de Contas da União
TP Tomada de Preços
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
10. Contratação da empresa VAP Construções Ltda, pelo valor de R$ 1.081.170,89, para
execução da pavimentação em piçarra do trecho que liga a sede do Município à localidade
de São Bento (Lote I da CP 2018.03.16.01), em detrimento de oito empresas que
apresentaram preços menores. 60
CONCLUSÃO 75
ANEXOS 77
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INTRODUÇÃO
O presente relatório trata dos resultados da apuração dos fatos atinentes à execução de três
escolas do ensino fundamental, duas quadras esportivas cobertas, um estádio municipal, um
balneário municipal e uma estrada vicinal, decorrentes das transferências de recursos da
União para a Prefeitura Municipal de Tejuçuoca – PMT, os quais foram selecionados em razão
de critérios de criticidade e relevância, porquanto, sete dessas obras estão inacabadas,
paralisadas ou sem manutenção, deixando de atender à comunidade do Município.
Municipal
CR nº 361815/75- Construção do CAIXA 700.000,00 700.000,00 757.971,22
2011 Estádio Municipal
TC 06645/2013 Construção de FNDE 510.000,00 275.400,00 510.000,00
Quadra Coberta
com Vestiário na
localidade de Açude
TC 22430/2014 Construção de FNDE 3.534.000,00 1.731.660,00 3.534.000,00
Escola com 12 salas
na Sede
TC 22432/2014 Construção de FNDE 1.021.956,00 510.978,00 1.021.956,00
Escola com 6 salas
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Descrição Objeto Contratante Valor Repasse Valor Repasse Valor Total do
Federal Federal Investimento
Contratado Liberado
na localidade de
Monte Carmelo
TC 30210/2014 Construção de FNDE 1.022.196,00 204.439,20 1.022.196,00
Escola com 6 salas
na localidade de
São Bento
TC 0501/2017 Recuperação de MDR 1.100.000,00 1.080.090,80 1.101.100,00
Estrada Vicinal no
trecho que liga a
Sede à localidade
São Bento
Total 8.724.252,00 5.335.887,96 8.806.429,41
Impende registrar que houve limitações, impostas pela Prefeitura Municipal de Tejuçuoca, aos
trabalhos de auditoria, haja vista a indisponibilidade de processos licitatórios e de pagamentos
de medições de obras e/ou a sua disponibilização incompleta, fato que está consignado em
Item 9 deste Relatório. Ademais, o Município deixou de atender pedido de informações
requerido e reiterado por meio de solicitação de auditoria.
Mencione-se que as aludidas obras decorrem de avenças que foram firmadas, originalmente,
em administrações municipais anteriores, contudo, dependem de ações da gestão atual, que
manifestou interesse formal em dar continuidade à finalização das obras iniciadas, as quais
encontram-se inacabadas e/ou em situação de abandono, conforme verificado nas inspeções
físicas realizadas por esta CGU-Regional/CE.
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RESULTADOS DOS EXAMES
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-Orçamento ou Proposta da empresa vencedora;
-Declaração de Advogado afirmando que o processo licitatório atendeu a todos os
dispositivos constantes na legislação em vigor em especial a Lei 8.666/93 e suas
alterações, inclusive quanto à forma de publicação (no caso de Pregão, citar a Lei
10.520).
A CAIXA informou à PMT, por intermédio do Ofício n° 1638/2010/GIDUR/FO, de 02.07.2010,
que autorizou o início de execução do objeto – CT no 0275.835-96, tendo em vista a análise e
aceitação do resultado da licitação apresentada, quanto a custo e objeto.
Verifica-se que, entre a contratação da empresa SOMAQ (23.10.2009) e a emissão da AIO pela
CAIXA (02.07.2010), decorreram 252 dias para análise de licitação e custos da contratação.
Os repasses federais ocorreram em duas parcelas, conforme discriminado na tabela a seguir:
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Regime de Construção
Apresentar aditivo de prorrogação de vigência com a empresa SOMAQ
CONSTRUÇÕES E PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS vencido em 19/02/2010. O aditivo
apresentado em 15/04/2007 (sic), não informa o prazo de vigência.
Mostra-se a seguir, a título exemplificativo, o esforço que é realizado por todos os envolvidos
(PMT, CAIXA e SOMAQ) e que resultou no pagamento da 1ª medição à empresa SOMAQ, no
valor de R$ 22.222,80, em 20.07.2011, ou seja, um ano após a apresentação do primeiro
pedido para desbloqueio à CAIXA:
Observa-se que o pagamento só foi realizado após três pedidos de medição pela PMT e três
vistorias realizadas pela CAIXA, tendo decorrido quase um ano entre o primeiro pedido e a
última vistoria.
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A glosa significativa de valores realizada pela CAIXA, nos pedidos de medição 2 e 3, indicam
que a fiscalização da obra, de responsabilidade da PMT, não cumpriu adequadamente suas
atribuições.
Quanto à segunda medição paga em 28.03.2012, verifica-se que o pedido de medição
apresentado, pela PMT, em 29.04.2011, foi de R$ 104.046,45, sendo atestado pela CAIXA tão
somente o valor de R$ 33.005,64, por meio da vistoria realizada em 26.08.2011.
Ademais, existe demora na tramitação do desbloqueio de recursos, haja vista que a 1ª
Prestação de Contas Parcial, no valor de R$ 22.222,80, foi aprovada em 05.01.2012, condição
para liberação de recursos da segunda parcela/medição, entretanto, o recurso da 2ª
parcela/medição, no valor de R$ 33.005,64, somente foi liberado em 14.03.2012.
Com relação ao desbloqueio da 3ª parcela, verifica-se a mesma sistemática anterior. O pedido
de medição apresentado pela PMT, em 09.08.2011, foi no valor de R$ 48.341,61, sendo
atestado pela CAIXA, o valor de R$ 13.176,21, conforme vistoria realizada em 02/05/2012.
A PCP da 2ª parcela no valor de R$ 33.005,54 (desbloqueio em 14.03.2012) foi apresentada
pela PMT à CAIXA, conforme Ofício nº 175/2012, de 08.11.2012, sendo aprovada em
13.12.2012, conforme Documento “OGU – Relatório de Prestação de Contas Parcial e
Autorização de Saque”.
Observe-se que, no RAE 05, emitido em 02.05.2012, atestando o valor de R$ 13.176,21, consta
a verificação de existência de fissuras nas arquibancadas e trincas no piso cimentado.
A PMT, por meio do Ofício 08/10-005/2012, de 08.10.2012, solicitou prorrogação da vigência
do CR, haja vista necessitar de tempo suficiente para sanar as pendências de engenharia.
Posteriormente, a PMT, por meio do Ofício 0123/30/09/2013, de 30.09.2013, solicitou nova
prorrogação de vigência do CR, alegando necessitar de mais tempo para sanar as pendências
que motivaram a realização de glosas pela CAIXA.
A CAIXA, por meio do Ofício 02367/2014/GIGOV/FO, de 09.10.2014, comunicou à PMT que o
objeto pactuado estava paralisado desde 12.04.2012, data do último boletim de medição
apresentado, o que totalizava 910 (novecentos e dez) dias. Ressaltou as pendências de
Engenharia constantes do RAE 5: fissuras das arquibancadas e trincas no piso cimentado, que
ensejaram a realização de glosa no valor total de R$ 39.978,59, além da falta de apresentação
da PCP referente ao valor de R$ 13.176,21. Por fim, comunicou a concessão de 30 dias, a partir
do recebimento do citado ofício, para regularização da situação relatada ou devolução à conta
do Tesouro Nacional do montante liberado, atualizado monetariamente e com juros de mora.
A regularização das fissuras e trincas da arquibancada foi verificada na inspeção física
realizada pela CAIXA, conforme RAE 9, emitido em 18.05.2015, quando foi constatado que a
empresa construtora demoliu e construiu nova arquibancada, que, por ocasião da vistoria,
não apresentava ocorrência de fissuras.
Embora a PCP da 2ª parcela tenha sido aprovada em 13.12.2012, o desbloqueio da 3ª parcela,
no valor de R$ 13.176,21, somente foi realizado pela CAIXA em 17.03.2014 e o pagamento à
empresa SOMAQ em 02.06.2015, ou seja, após a regularização da arquibancada e outras
pendências de engenharia.
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A PCP da 3ª parcela, no valor de R$ 13.176,21 (desbloqueio em 17.03.2014), foi apresentada
pela PMT à CAIXA, conforme Ofício nº 129/05-01-2016/ASS, de 05.01.2016, sendo aprovada
em 11.05.2016, conforme Documento “OGU – Relatório de Prestação de Contas Parcial”.
A PCP da 4ª parcela, no valor de R$ 187.595,35 (desbloqueio em 16.01.2017), foi apresentada
pela PMT à CAIXA, conforme Ofício nº 188/2017 – GP/EF, de 21.09.2017, sendo aprovada em
02.10.2018, conforme Documento “OGU – Relatório de Prestação de Contas Parcial”.
A obra, embora dada como concluída no exercício de 2017, teve a prestação de contas final
aprovada pela CAIXA somente em 29.04.2022. Atualmente, a quadra encontra-se em total
estado de abandono, conforme verificado por esta CGU, durante inspeção física realizada em
03.08.2022, fato que está consignado no Item 12 deste Relatório.
Mencione-se que, por exigência da legislação sobre a matéria, a regularização somente veio
com a Matrícula nº 3.467, registrada no Registro Geral do Cartório de Registro de Imóveis da
Comarca de Itapajé/CE, na qual consta que a Prefeitura adquiriu a área pelo valor de R$ 233,00
(duzentos e trinta e três reais), conforme Escritura de Compra e Venda de 12.12.2011.
De acordo com o Laudo de Análise Técnica de Engenharia – OGU, de 01.06.2012, o
empreendimento proposto foi considerado viável sob os aspectos de engenharia com as
seguintes pendências: “Apresentar Declaração do regime de execução da obra e Apresentar
Licença Ambiental”.
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A Manifestação Técnica de Engenharia nº 000/2012 Setor Público – OGU, de 06.06.2012,
conclui, baseada no Laudo de Análise Técnica, que a proposta estava apta à aprovação com as
pendências citadas e acréscimo da necessidade de um novo Plano de Trabalho, em razão da
alteração da contrapartida municipal.
A Autorização de Início de Obra – AIO foi expedida pela CAIXA em 29.06.2012, embora
houvesse pendências denominadas Tomador, Alteração Contratual, Engenharia e Gerencial.
Ressalte-se que, conforme consta do Relatório Situação do Processo, de 05.07.2012, a data da
AIO foi corrigida para a data do efetivo início em 06.02.2012.
A alteração da AIO coincidiu com a data de efetivação da contratação da empresa Raça
Construções Transportes Serviços Ltda. - ME, CNPJ nº 10.510.277/0001-18, ocorrida em
06.02.2012.
A PMT solicitou, em 05.09.2012, por meio do Ofício 05/09-061/2012, a prorrogação de
vigência da cláusula suspensiva do CR, por mais 180 dias, em razão de necessidade de tempo
suficiente para “Aprovação do Projeto Técnico de Engenharia”.
O Plano de Trabalho - PT foi alterado para fazer constar o novo valor de contrapartida
municipal, passando o valor total do investimento para R$ 601.474,19, tendo sido aprovado
pela CAIXA em 19.11.2012.
Verifica-se que, no Cronograma de Desembolso do PT, os valores de Repasse Federal e do
Município seriam desembolsados em uma única parcela no mês de setembro de 2010.
Os repasses federais ocorreram em quatro parcelas, conforme discriminado na tabela a seguir:
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Tabela 6 – Pagamentos efetuados à empresa Raça
Nota Fiscal - NF Data NF Data do Pagamento Valor da NF/Pagamento
(R$)
101 10.04.2013 15.04.2013 52.635,55
116 17.02.2016 29.02.2016 94.261,47
134 17.12.2020 22.12.2020 133.552,75
Total 280.449,77
Fonte: Processos de pagamento disponibilizados pela PMT.
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planilha orçamentária anteriormente aprovada alguns serviços não imprescindíveis às
funcionalidades do empreendimento. As supressões foram objeto de análise pela CAIXA com
a emissão de parecer de reprogramação acatando o novo valor que ensejou o aumento da
contrapartida, além dos limites da Lei de Diretrizes Orçamentária – LDO.
Conforme consta do Ofício 550/2021/CGCI/DIETU/GSNINFRA, de 24.11.2021, o Coordenador-
Geral de Gestão de Contratos de Infraestrutura Turística e o Diretor do Departamento de
Infraestrutura Turística do Ministério do Turismo, considerando parecer favorável da
GEOTR/CAIXA, não verificaram óbice na aceitação do pleito do tomador para ampliação da
contrapartida no CR, possibilitando a sua plena execução e garantia de funcionalidade do
objeto pactuado.
A CAIXA informou à PMT, conforme Ofício nº 0936/2022/GIGOV/FO, de 14.06.2022, que os
elementos referentes ao resultado do processo licitatório com a empresa MS Obras e Serviços
Ltda. foram analisados e aceitos, quanto ao custo e ao objeto, podendo dar prosseguimento
ao empreendimento, apresentando as medições.
Considerando que não houve a emissão de relatórios de execução de serviços enviados à
CAIXA, a obra, atualmente, encontra-se paralisada e abandonada por mais de 321 dias, desde
16.09.2021 (data da assinatura do contrato com a empresa MS) até 03.08.2022 (data da
inspeção física realizada pela CGU), fato que está registrado no Item 05 deste Relatório.
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Tabela 7 – Liberação dos Repasses Federais
Parcela Número da OB Data da OB Valor
(R$)
001 0802723 12.11.2013 350.000,00
002 0801591 14.08.2020 81.060,00
003 0801975 17.12.2020 126.000,00
005 0800242 28.07.2021 58.660,00
006 0800547 28.10.2021 84.280,00
Total 700.00,00
Fonte: GIGOV FO/CAIXA
A PMT contratou, em 18.06.2013, para execução da obra, a empresa Domingos & Cassiano
Comércio e Serviços Ltda, CNPJ nº 11.209.992/0001-88, pelo valor de R$ 724.744,09,
fundamentado na Tomada de Preços nº 2013.05.29.02 – Cultura, na Lei nº 8.666/93 e na
proposta de preços da contratada.
Houve atraso no início da realização dos serviços contratados junto à empresa Domingos &
Cassiano, em razão de diversas pendências de ordem administrativa e de engenharia, inclusive
de outros contratos de repasse, as quais estão registradas nos Relatórios de Situação do
Processo, de 10.06.2013 e 23.09.2014, elaborados pela CAIXA.
O início efetivo das obras somente foi autorizado em 04.02.2015 no valor de R$ 724.744,09.
O atraso decorrente das pendências relacionadas pela CAIXA foi de 688 dias, considerado
entre a data da contratação (18.03.2013) e a data de autorização para início da obra
(04.02.2015).
Esse fato, evidentemente, traz prejuízo ao objeto contratado, considerando que o repasse
federal não sofre reajuste e a PMT, se for o caso, tem que arcar com os custos de majoração
de materiais e serviços que compõem a planilha orçamentária e/ou diminuir a qualidade dos
materiais e/ou itens contratados.
Apresenta-se, a seguir, a discriminação dos valores pagos à empresa Domingos e Cassiano:
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Informe-se que, no processo de pagamento da terceira medição disponibilizado pela PMT,
está anexada, indevidamente, uma quarta medição, a qual não foi paga e registra o valor de
R$ 78.450,43, correspondente ao executado no período e acumulado de R$ 426.233,15 (sic).
Cabe observar que os pagamentos comprovadamente realizados à empresa Domingos e
Cassiano atingiram o montante de R$ 349.038,79, ou seja, correspondentes a 48,16% do total
contratado.
Mencione-se que, até as três primeiras medições emitidas pela Domingos e Cassiano, não
houve qualquer vistoria em campo pelos engenheiros e/ou empresas credenciados pela
CAIXA, haja vista a seguinte informação:
... Os referidos desbloqueios foram baseados na apresentação de RRE – Relatório
Resumido do Empreendimento, documento utilizado para demonstrar a execução
físico-financeira do objeto. Para estas liberações não houve vistorias em campo, pois
o marco de 50% do objeto não tinha sido atingido;
A CAIXA, posteriormente, empreendeu vistorias em 22.08.2016, 22.10.2018 e 04.04.2019,
atestando o cumprimento da obra no valor total de R$ 350.143,40, valor este R$ 1.104,61
maior que o valor total desbloqueado (R$ 349.038,79).
Note-se aqui uma diferença considerável entre o atestado pela CAIXA (R$ 350.143,40) e o
valor acumulado da quarta medição (R$ 426.233,15).
Mencione-se que a PMT apresentou à CAIXA, em 28.05.2019, o Ofício 28.05.001/2019,
informando a impossibilidade de conclusão das obras pela empresa contratada e que iria
realizar novo procedimento licitatório para contratar os serviços remanescentes. Anexo ao
citado Ofício, foi disponibilizado o Termo de Rescisão Amigável de 15.01.2019.
Ante a rescisão aludida, houve a realização de novo procedimento licitatório para
continuidade da obra do estádio (Tomada de Preço 2019.08.08.01), sagrando-se vencedora a
empresa Guanabara Construções Transportes e Serviços EIRELI ME, CNPJ nº 10.905.621/0001-
78, a qual firmou, em 11.10.2019, o Contrato nº 2019.10.11.01, no valor de R$ 407.827,82.
Observe-se que entre o pagamento da última medição à empresa Domingos e Cassiano
ocorrido, em 04.03.2016, até 11.10.2019, data de início da retomada da obra pela Guanabara,
transcorreram 1.316 dias de paralisação da obra.
Apresenta-se, a seguir, a discriminação dos valores pagos à empresa Guanabara:
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O pagamento da Nota Fiscal 551 deveria ter sido realizado à empresa Guanabara, no valor de
R$ 199.915,87, contudo, segundo a CAIXA, foram liberados apenas R$ 142.923,53, por não
existir saldo suficiente de recursos creditado pelo Ministério Gestor, conforme consta do
Ofício nº 0415/2021/GIGOV FO, de 26.04.2021, enviado à Procuradoria da República em
Itapipoca/CE.
Mencione-se que a PMT apresentou à CAIXA, conforme Ofício nº 14.03.001/2021 (sic), de
14.03.2022, replanilhamento do projeto aprovado para conclusão dos serviços, justificando
que o contrato com a empresa Guanabara vencera e não havia interesse da parte dela na
renovação devido à defasagem dos preços. Ademais, solicitou a análise e aprovação da
documentação encaminhada para que pudessem concluir a obra em questão.
Considerando que não houve a emissão de relatório de execução da obra emitido pela CAIXA,
a obra, atualmente, encontra-se paralisada e abandonada, situação observada durante
vistoria realizada pela CGU em agosto de 2022, conforme descrito no Item 5 deste Relatório.
20
ME, CNPJ nº 15.033.561/0001-64, conforme Contrato nº 2014.01.07.01, no valor de R$
502.453,02, a qual executou 47,77% do empreendimento, tendo sido rescindido o referido
contrato, unilateralmente, em 28.11.2018, conforme a seguinte justificativa:
CLÁUSULA TERCEIRA – DA JUSTIFICATIVA
3.1 CONSIDERANDO a ocorrência da paralisação e inexecução há qual não foi
informada a esta administração no tocante a processo TOMADA DE PREÇO nº
2013.12.03.05 TP FME cujo objeto é CONTRATAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DA
QUADRA POLIESPORTIVA PEQUENA CAIÇARA E CONSTRUÇÃO DA QUADRA
POLIESPORTIVA COM VESTUÁRIO DE AÇUDE NO MUNICÍPIO DE TEJUÇUOCA CE
Diante da provocação do ministério da educação e constatada ausência de
informações junto ao SIMEC consta como obra paralisada (1015343) escola sede no
município de Tejuçuoca a Secretaria notificou a empresa contratada não obtendo
resposta da mesma dentro do prazo notificado.”
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Verifica-se, de acordo com a aba Execução Financeira do SIMEC, a existência de dados
relacionados aos pagamentos efetuados à AFORTE, no montante de R$ 267.741,94, referentes
às medições 1 a 9.
Ademais, a PMT não disponibilizou os respectivos processos de pagamento.
Da análise da Tabela 11, verifica-se que a empresa AFORTE acumulou pagamentos que
representam 57,48% do total contratado (R$ 502.453,02). Caso seja considerando o valor
pendente de R$ 17.046,15, referente à NF 91, de 23.09.2015, o acúmulo sobe para 60,87%.
Ressalte-se que os pagamentos efetuados pela PMT à AFORTE, no montante de R$
288.806,35, superam em R$ 13.406,35, os repasses liberados pelo FNDE, indicando que foram
utilizados os rendimentos da conta de fundos/poupança.
De acordo com dados existentes no SIMEC, verifica-se que a PMT instaurou, no intuito de dar
continuidade às obras, a Tomada de Preços nº 2019.02.13.01, da qual se sagrou vencedora e,
por conseguinte, contratada, a empresa EB Soares Construções Ltda., CNPJ nº
02.778.929/0001-71, pelo valor de R$ 393.011,66, conforme contrato assinado em
17.07.2019.
Não se verificou no SIMEC, existência de serviços pagos referente a essa segunda contratação,
contudo, em consulta ao Tribunal de Constas do Estado do Ceará – TCE/CE, constam os
seguintes pagamentos:
Mencione-se que, de acordo com o TCE/CE, consta registro de que a licitação é a Tomada de
Preços nº 2019.02.13.01, de 13.02.2019, mesma registrada no SIMEC, porém, a avença é
outra, qual seja, Contrato nº 262902 e Original 2019071601, de 14.11.2019.
De acordo com a aba “Execução Financeira Contratação” do SIMEC, a obra encontra-se
paralisada, com percentual aproveitável do contrato anterior (AFORTE) de 47,77%, e do
contrato atual (EB SOARES) de 53,62%, sendo que o percentual executado, somando o
anterior e o atual, é de 75,78%.
Note-se que o avanço físico pago e executado do contrato anterior (AFORTE) foi de 53,29%,
conforme documentação registrada no SIMEC.
22
Com relação à contratação atual (EB SOARES), não constam pagamentos registrados no
SIMEC, embora a PMT tenha efetuado pagamentos no valor de R$ 143.000,94,
correspondentes a um percentual de avanço físico de 36,39% da contratação atual (R$
393.011,66).
Consta que a vigência do TC foi repactuada para 10.11.2022, muito embora a prestação de
contas dos recursos já utilizados não tenha sido enviada, conforme consulta realizada, em
14.10.2022, ao SIMEC (Acesso Público). O saldo bancário (Conta Corrente + Conta Poupança
+ Fundo) encontra-se zerado.
Ressalte-se que a última vistoria realizada pela supervisora do FNDE ocorreu em 14.06.2022,
sendo constatado, dentre outros problemas, os mesmos fatos apontados por esta equipe de
fiscalização, os quais estão relatados no Item 11 deste Relatório.
23
A PMT instaurou, a fim de dar cumprimento à execução do objeto, a Tomada de Preços nº
2014.01.31.01.TP, sagrando-se vencedora a empresa OGC Serviços de Limpeza Ltda., CNPJ nº
00.789.209/0001-86, conforme Contrato nº 2014.06.20.01, no valor de R$ 3.500.038,00, a
qual executou 29,47% do empreendimento, tendo sido rescindido o referido contrato,
unilateralmente, em 28.11.2018, conforme a seguinte justificativa:
CLÁUSULA TERCEIRA – DA JUSTIFICATIVA
3.1 CONSIDERANDO a ocorrência da paralisação dos serviços de CONTRATAÇÃO
PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA DE 12 SALAS PADRÃO FNDE NA SEDE DO
MUNICÍPIO DE TEJUÇUOCA-CE, onde a Prefeitura não foi informada, no tocante a
processo tomada de Preço Nº 2014.01.31.01.TP cujo objeto:
Mediante provocação do ministério da educação e constatada ausência de
informações junto ao SIMEC consta como obra paralisada (1007231) escola sede no
município de Tejuçuoca, esta Secretaria notificou a empresa contratada, não
obtendo resposta da mesma dentro do prazo notificado.
24
01.12.2014 (2ª parcela), o valor de R$ 706.800,00, ou seja, somente foi possível efetuar o
pagamento com os rendimentos da conta de fundos/poupança.
Com relação à 10ª medição (05.07.2017), verifica-se que o acumulado era de R$ 967.227,52,
enquanto as liberações do FNDE acumulavam, até 28.12.2016 (4ª parcela), o valor de R$
1.024.860,00, suficiente para realizar o pagamento desde dezembro de 2016.
Por meio da Tomada de Preços nº 2019.02.13.03, sagrou-se vencedora a empresa Guanabara
Construções Ltda., CNPJ nº 010.905.562/0001-78, com valor total de R$ 1.859.601,89, para a
execução do remanescente de obras, sendo firmado, em 24.06.2019, o Contrato nº
2019.06.4.02, com ordem de início dos serviços em 25.06.2019.
Não se identificou no SIMEC (relação de pagamentos), a existência de serviços pagos
referentes a essa segunda contratação, contudo, a PMT disponibilizou a primeira medição
paga à empresa Guanabara, referente à Nota Fiscal nº 453, de 19.08.2019, no valor de R$
59.577,51.
As movimentações de recursos foram debitadas da Conta Corrente (CC) no 11612-2 PM
TEJUCUOCA-PAR, Ag. 4150-5, do Banco do Brasil, mediante transferência bancária ocorrida
em 23.08.2019, no valor de R$ 15.000,00, ou seja, inferior ao valor dos serviços realizados e
registrados na 1ª medição.
Da análise dos extratos bancários, o motivo do pagamento inferior à medição foi por absoluta
falta de recursos financeiros (posição 10/2019) na CC específica do TC (saldo zero), bem como
na conta de investimento (saldo de R$ 788,24).
Ressalte-se que a conta de investimento registra em julho de 2022, após as liberações de
recursos em 2021, o saldo de R$ 753.533,54, o qual está sem utilização desde 23.08.2019.
De acordo com a aba “Execução Financeira Contratação” do SIMEC, a obra encontra-se
paralisada, com percentual aproveitável do contrato anterior (OGC) de 29,47%, e do contrato
atual (Guanabara) de 29,01%, sendo que o percentual executado, somando o anterior e o
atual, é de 49,93%.
Consta que a vigência do TC foi repactuada para 17.02.2023, muito embora a prestação de
contas dos recursos já utilizados não tenha sido enviada, conforme consulta realizada, em
14.10.2022, ao SIMEC (Acesso Público). O saldo bancário (Corrente + Conta Poupança + Fundo)
é de R$ 760.496,82.
Ressalte-se que o Relatório de Inconformidades e Restrições elaborado pelo FNDE, após a
última vistoria realizada pela supervisora do FNDE, em 14.06.2022, registra, dentre outros
problemas, os mesmos fatos apontados por esta equipe de fiscalização, os quais estão
relatados no Item 4 deste Relatório.
2.3. TC 22432/2014 (ID 1007232) – Construção de Escola de Seis Salas de Aula na localidade
de Monte Carmelo em Tejuçuoca/CE.
A PMT firmou o TC PAR nº 22432/2014 com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE, a fim de executar as atividades inerentes à construção de uma unidade
escolar de Ensino Fundamental por meio do apoio financeiro no âmbito do Plano de Ações
Articuladas – PAR, no valor de R$ 1.021.956,00, com prazo de 720 dias a partir da primeira
parcela, conforme extrato do TC publicado no DOU de 27.01.2014.
25
Registre-se que o extrato foi publicado com erro na numeração do TC, tendo sido indicado o
código 22431/2014. No mesmo DOU, consta a publicação do TC PAR nº 22432/2014 tendo
como partícipe a Prefeitura Municipal de Tianguá/CE. Ressalte-se que toda a documentação
extraída do SIMEC registra a construção da Escola como vinculada ao Termo de Compromisso
no 22432/2014.
Verifica-se que o documento foi validado, em 26.11.2018, pela Prefeita Municipal à época e
traz 25 condicionantes que deviam ser observadas pelo ente municipal.
As liberações de recursos do TC PAR no 22432/2014, por parte do FNDE, ocorreram da seguinte
forma:
26
9 16.04.2015 63 (4) 15.04.2015 16.04.2015 54.096,36
10 06.05.2015 65 06.05.2015 06.05.2015 50.695,28
TOTAL 502.047,39
Fonte: Processos de pagamento em “PDF” disponibilizados pela PMT.
(1)
Pagamentos debitados da CC 11613-0 da Agência 4150-5 do Banco do Brasil S/A.
(2)
Processo de pagamento da 6ª medição não disponibilizado
(3)
Dados da Nota Fiscal 52 disponibilizados no SIMEC.
(4)
Nota Fiscal nº 63 não consta no processo de pagamento.
Da análise da Tabela 16, verifica-se que a empresa VTS acumulou avanço físico e/ou financeiro
de 50,16% do total contratado (R$ 1.000.824,66).
A VTS Construções e Locações EIRELI – EPP teve o contrato rescindido, de forma amigável, em
15.03.2019, tendo como fundamentação o Inciso XII do Art. 78 (razões de interesse público,
de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima
autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no
processo administrativo a que se refere o contrato) conjuntamente com o inciso II do art. 79
(amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que
haja conveniência para a Administração), todos da Lei nº 8.666/93 e suas alterações
posteriores.
Ressalte-se que, na documentação disponível, não se identificou o termo de rescisão assinado
pela empresa VTS, constando apenas documentos que trazem referências à rescisão amigável
(Ofício 27/2019, de 15.03.2019, excertos do Termo de Rescisão, extrato da rescisão e da
publicação efetuada no flanelógrafo da PMT).
De acordo com a aba “Execução Financeira Contratação” do SIMEC, a obra encontra-se
“Inacabada”, com percentual aproveitável do contrato anterior (VTS) de 55,11%, e do contrato
atual (não consta formalização de nova licitação nem de contrato firmado) de 0%, sendo que
o percentual executado, somando o anterior e o atual, é de 55,11%.
Note-se que o avanço físico pago do Contrato anterior (VTS) foi de 50,16%, conforme
documentação registrada no SIMEC.
O Engenheiro Civil, Registro Nacional do Profissional (RNP) 060415087-3, elaborou Laudo
Técnico em 07.06.2020, que retrata a situação de execução da obra e traz comentários e
soluções para os problemas identificados, inclusive para as restrições e inconformidades
registradas pela empresa contratada pelo FNDE para supervisionar a obra.
O atual Prefeito, por meio do Ofício 112/2022, de 28.07.2022, solicita ao FNDE pedido de
repactuação do TC, a fim de retomar o empreendimento.
Embora a repactuação ainda não tenha sido realizada, verifica-se que a prestação de contas
foi enviada, conforme consulta realizada, em 14.10.2022, ao SIMEC (Acesso Público). O saldo
bancário (Conta Corrente + Conta Poupança + Fundo) encontra-se com R$ 1,20.
Mencione-se que, em visita realizada por esta CGU, em 03/08/2022, verificou-se que a obra
está abandonada e com os mesmos problemas identificados pela empresa supervisora das
obras contratada pelo FNDE, os quais serão objeto de registro no Item 4 deste Relatório.
27
2.4. TC 30210/2014 (ID 1015343) - Construção de Escola de Seis Salas de Aula na localidade
de São Bento em Tejuçuoca/CE.
A PMT firmou o TC PAR nº 30210/2014 com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE, a fim de executar as atividades inerentes à construção de uma unidade
escolar de Ensino Fundamental por meio do apoio financeiro no âmbito do Plano de Ações
Articuladas – PAR, no valor de R$ 1.022.196,00, com prazo de 720 dias a partir da primeira
parcela, conforme extrato do TC publicado no DOU de 27.01.2014.
Identificou-se, conforme consulta realizada, em 14.10.2022, ao SIMEC, a validação do
documento em 27.12.2018, pelo Prefeita Municipal à época, que traz 25 condicionantes que
devem ser observadas pelo ente municipal.
Mencione-se que o referido TC encontra-se vencido, haja vista que o seu Cronograma de
Execução Físico-Financeiro registra as seguintes datas: “MÊS INICIAL: 12/2018 E MÊS FINAL:
30/06/2019”.
A única liberação de recursos do TC 30210/2014, por parte do FNDE, ocorreu da seguinte
forma:
28
Posteriormente, em 28.11.2018, o referido contrato foi rescindido, unilateralmente, de
acordo com a seguinte justificativa:
CLÁUSULA TERCEIRA – DA JUSTIFICATIVA
3.1. CONSIDERANDO a ocorrência da paralisação e inexecução há qual não foi
informada a esta administração no tocante a processo Concorrência Pública nº
2014.05.28.01 -FME cujo objeto é CONTRATAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA
ESCOLA DE 06 SALAS PADRÃO FNDE NA LOCALIDADE DE SÃO BENTO NO MUNICÍPIO
DE TEJUÇUOCA CE
Diante da provocação do ministério da educação e constatada ausência de
informações junto ao SIMEC consta como obra paralisada (1015343) escola sede no
município de Tejuçuoca, esta Secretaria notificou a empresa Contratada, não
obtendo resposta da mesma dentro do prazo notificado.
Destarte, em obediência ao Princípio da Eficiência e Moralidade, a Prefeitura
Municipal de Tejuçuoca – Ce, através de sua Secretaria de Infraestrutura resolve
RESCINDIR UNILATERALMENTE o contrato Nº 2014122301.
A PMT, a fim de dar continuidades às obras de construção da Escola da localidade de São
Bento, firmou, em 24.06.2019, o Contrato nº 2019.06.24.01 com a empresa Guanabara
Construções Transportes e Serviços -EIRELI ME, CNPJ nº 10.905.621/0001-78, decorrente da
Concorrência Pública nº 2019.02.13.02, no valor de R$ 855.143,37, porém, não há registros
de medições no SIMEC.
A Prefeita de Tejuçuoca, por meio do Ofício nº 09.09.002/2019, de 09.09.2019, encaminhou
ao FNDE a seguinte manifestação:
Vimos através deste, demonstrar nossa manifestação expressa de interesse para a
assinatura de novo Termo de Compromisso de retomada de obras, sendo que as
mesmas já iniciadas e necessitamos executar os serviços restantes, conforme listado
a seguir:
ID (1015343) - Construção de Espaço Educativo de 6 salas – Tejuçuoca-CE.
Informamos ainda que as mesmas estão em fase de processo licitatório para a
retomada dos serviços.
A Prefeita, posteriormente, por meio do Ofício 18.09.002/2019, de 18.09.2019, solicitou ao
FNDE a repactuação de três obras inacabadas a saber:
ID 1015343 - ESCOLA LOCALIDADE DE SÃO BENTO
ID 1000530 - PAC 2 – Cobertura de Quadra Escolar 001
ID 1007232 - Escola Localidade Monte Carmelo
29
O atual Prefeito, por meio do Ofício 112/2022, de 28.07.2022, solicita ao FNDE pedido de
repactuação do TC, a fim de retomar o empreendimento.
Embora a repactuação ainda não tenha sido realizada, verifica-se que a prestação de contas
foi enviada, conforme consulta realizada, em 14.10.2022, ao SIMEC (Acesso Público). O saldo
bancário (Conta Corrente + Conta Poupança + Fundo) encontra-se zerado.
Ressalte-se que, em visita realizada por esta CGU, em 01.08.2022, verificou-se que a obra está
abandonada e com os mesmos problemas identificados pela empresa supervisora das obras
contratada pelo FNDE, os quais serão objeto de registro no Item 4 deste Relatório.
30
Tabela 20 - Relação de Pagamentos efetuados à empresa VAP
Medição nº Data Medição Nota Fiscal nº Data Pagamento Valor Medição
(R$)
1 06.07.2018 655 20.07.2018 56.475,64
2 06.08.2018 672 10.08.2018 460.953,76
3 18.09.2018 678 20.09.2018 301.178,89
26.09.2018 262.562,60
Total 1.081.170,89
Fonte: Processos de pagamento disponibilizados pela PMT.
Foto 01 - Vista lateral da Quadra com falha grave de Foto 02 - Vista interna da Quadra – Localidade de
execução de sua estrutura metálica - Localidade de Açude em Tejuçuoca/CE – 03.08.2022
Açude, em Tejuçuoca/CE – 03.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
31
Foto 03 - Vista interna do Vestiário da Quadra - Foto 04 - Vista em frente ao Vestiário da Quadra –
Localidade de Açude, em Tejuçuoca/CE – Localidade de Açude, em Tejuçuoca/CE – 03.08.2022
03.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
Foto 05 - Vista frontal da Escola 12 salas da Sede, em Foto 06 - Vista do pátio interno da Escola 12 salas da
Tejuçuoca/CE – 02.08.2022 Sede, em Tejuçuoca/CE – 02.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
32
Foto 07 - Vista interna de uma das salas com Foto 08 - Vista entre blocos tomados por matagal e
pavimento tomado por mato – Escola 12 salas da pilar com ferragens expostas – Escola 12 salas da Sede,
Sede, em Tejuçuoca/CE - 02.08.2022 em Tejuçuoca/CE - 02.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
Foto 09 - Vista geral dos blocos inclusive mostrando Foto 10 - Vista da calçada e dos pilares executados em
desnível acentuado do terreno – Escola 6 salas da descordo com o projeto – Escola 6 salas da Localidade
Localidade de Monte Carmelo, em Tejuçuoca/CE - de Monte Carmelo, em Tejuçuoca/CE -03.08.2022.
03.08.2022.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
33
Foto 11 - Vista interna entre blocos tomados por Foto 12 - Vista interna de uma das salas mostrando
matagal - Escola 6 salas na Localidade de Monte utilização de tubo flexível (garganta) ao invés de
Carmelo, em Tejuçuoca/CE - 03.08.2022. conduíte rígido - Escola 6 salas na Localidade de Monte
Carmelo, em Tejuçuoca/CE - 03.08.2022.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
Foto 13 - Vista de um dos blocos tomados por Foto 14 - Vista do pátio com estrutura com ferragens
matagal - Escola 6 salas da Localidade de São Bento, expostas - Escola 6 salas da Localidade de São Bento,
em Tejuçuoca/CE - 01.08.2022 em Tejuçuoca/CE - 01.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
34
Foto 15 - Vista de um dos blocos com ferragens Foto 16 - Vista de um dos blocos com pilares
expostas – Escola 6 salas da Localidade de São Bento, executados em desconformidade com o projeto -
em Tejuçuoca/CE - 01.08.2022 Escola 6 salas da Localidade de São Bento, em
Tejuçuoca/CE - 01.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
Repise-se que existem diversas restrições registradas pelo FNDE, ao longo da vigência dos
quatro termos de compromisso, as quais, enquanto não sanadas, impedem a realização de
novos repasses federais, a saber:
35
Quadro 1 - Relatório de Restrições não sanadas da Quadra Açude
Data da
Descrição
Inclusão
03/05/2017 Pilares executados em desconformidade com o projeto. - Há complementos metálicos não
especificados que foram utilizados entre arcos metálicos e pilares estruturais. - Há chapas
metálicas sobre pilares estruturais previstas para ancoragem de arcos metálicos foram
executadas com comprimento superior a especificação do projeto. Tipo de risco: - Solicitar
cálculo e detalhamento do sistema de fixação de arcos metálicos sobre pilares estruturais.
03/05/2017 Lajes executadas em desconformidade com o projeto. - O enchimento entre nervuras de lajes
não está executado em EPS. - Nervuras das lajes (L3, L4, L7 e L8) estão invertidas em relação
ao projeto. Tipo de risco: - Solicitar cálculo estrutural que assegure a solidez do
empreendimento.
03/05/2017 Fundações executadas em desconformidade com o projeto. - Há tijolos cerâmicos sob vigas
baldrames não previstos. - As vigas baldrames V1 e V10, não estão locadas conforme projeto
EST 03/11 que especifica que deveriam estar implantados na face interna dos blocos para
pilares trapezoidais (executado no meio do pilar trapezoidal. * Há tijolos cerâmicos, não
previstos no projeto, em volta dos blocos de fundação (espécie de forma permanente).
01/05/2019 Solicitação de criação de obra vinculada.
29/07/2019 A rescisão contratual não se encontra inserida no sistema.
01/11/2019 Pilares executados em desconformidade com o projeto. Pilares P11/ P19/ p13/ P18 e vigas,
não estão aparentes na fachada 03 (trecho da alvenaria), em desacordo com o projeto
arquitetônico. Criado pilares no canto dos vestiários não previsto em projeto (ver item 4.3 do
relatório da supervisão anexado).
01/11/2019 Cobertura executada em desconformidade com o projeto. RESTRIÇÃO CRIADA PARA
ACOMPANHAMENTO DAS IDS 503313, 503314 E 503315. 1)Os arcos metálicos não estão
apoiados sobre pilares estruturais, peças metálicas fazem o apoio. - As diagonais dos arcos
metálicos foram executadas com o mesmo perfil dos banzos, divergentes do projeto EST 02/11
que especifica PEL 35x35x3mm. - Mãos francesas não executadas conforme especificação PEL
U76 (foram executados com cantoneiras). - Espaçadores Diagonais ED1 e ED da extremidade e
centro de cobertura não foram executados com varões de 12,5, em desacordo com o projeto.
- Os Espaçadores E1, E2, E3 e E4 não foram executados em varões de diâmetro 12.5mm. - Perfil
E5 e E6 PEL U 50 não foi executado conforme projeto EST 01/11. - A emenda central dos arcos
está parafusada, em desacordo com o projeto que prevê soldada. * A emenda central dos arcos
metálicos foi realizada com a utilização de cantoneiras, em desacordo com o projeto que prevê
o mesmo perfil dos banzos. * As duas linhas de terças da cumeeira estão deslocadas da
emenda central dos arcos. 2)As duas linhas de terças centrais foram executadas com
afastamento superior ao previsto no Projeto Estrutural (Prancha 01/11). 3)Não foram
executadas as mãos francesas previstas nas extremidades dos arcos.
01/07/2022 Implantação executada em desconformidade com o projeto Existe uma escavação em frente
a Fachada 03 e não há nenhuma sinalização/proteção para que sejam evitados acidentes. Tipo
de risco: Solicitar aterramento de escavação.
01/07/2022 Pilares executados em desconformidade com o projeto. -Há peça metálica não especificada
entre o pilar trapezoidal que escora o arco treliçado; -Ancoragem de arco treliçado em
desconformidade ao projetado. Tipo de risco: Solicitar cálculo e detalhamento do sistema de
fixação de arcos metálicos sobre pilares estruturais.
36
Data da
Descrição
Inclusão
01/07/2022 Lajes executadas em desconformidade com o projeto. O enchimento entre nervuras de lajes
não está executado em EPS. - Nervuras das lajes (L3, L4, L7 e L8) estão invertidas em relação
ao projeto. Tipo de risco: Solicitar cálculo estrutural que assegure a solidez do
empreendimento.
01/07/2022 Fundações executadas em desconformidade com o projeto
Fonte: Consulta SIMEC em 17.10.2022.
Destaque-se que a última inclusão, no SIMEC, realizada pela empresa supervisora, foi em
01.07.2022 e pela PMT em 19.09.2022.
Com relação às inconformidades ainda não sanadas, verifica-se que trazem, por exemplo, as
seguintes descrições:
implantação executada em desconformidade (desníveis não aterrados no entorno do
empreendimento);
vigas baldrames não impermeabilizadas;
lajes executadas em desconformidade com o projeto;
vedações e/ou divisórias executadas em desconformidade com a especificação
(cobogós nivelados com a laje e alvenaria de parede divisória executada em altura
inferior à de projeto);
cobertura executada em desconformidade com o projeto. Os arcos metálicos não
estão apoiados sobre pilares estruturais, peças metálicas fazem o apoio (incluída em
03.05.2015 e consta como restrição em 01.11.2019);
instalações elétricas executadas em desconformidade com o projeto, e
outras inconformidades.
37
Quadro 2 - Relatório de Restrições não sanadas da Escola 12 salas da Sede
Data da Descrição
Inclusão
08/03/2018, Em decorrência do monitoramento realizado por meio do Sistema Integrado de
26/12/2021 e Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (SIMEC) e de supervisão
03/03/2022 realizada por empresa contratada pelo FNDE, verificamos que existe uma grande divergência
entre o percentual de execução da obra informado em vistoria pelo fiscal do estado
responsável pela obra (44,62%) e o da empresa de supervisão (27,60%).
08/03/2018 Pilares executados em desconformidade com o projeto. - Os pilares executados que não estão
colados a alvenaria, com exceção dos pilares circulares, possuem espessura de 10Cm e os
pilares que estão colados a alvenaria foram executados abafados (espessura do tijolo 9Cm).
Em 06/08/2015 Superada pelo FNDE. - A junta de dilatação bloco E entre pilares P41 e P42 /
P13 e P14 (projeto EST 24/34) foi revestida. Tipo de risco: - Superadas pelo FNDE.
08/03/2018 Vigas executadas em desconformidade com o projeto. - Há vigas que foram executados
abafadas (espessura do tijolo 9Cm); em 06/08/2015 Superada pelo FNDE. Tipo de risco: -
Superadas pelo FNDE.
08/03/2018 Implantação executada em desconformidade com o projeto - Há desníveis não aterrados no
entorno do empreendimento. Tipo de risco: - Solicitar execução de aterros compactados.
Destaque-se que a última supervisão realizada pela empresa contratada pelo FNDE foi em
01.07.2022 e pela PMT foi em 19.09.2022.
Com relação às inconformidades ainda não sanadas, verifica-se que trazem, por exemplo, as
seguintes descrições:
vigas baldrames não impermeabilizadas;
o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) foi executado em
desconformidade com o projeto;
alvenaria executada em desconformidade com a especificação. Contravergas não
executadas;
ferragens expostas a intempérie e oxidadas;
pilares não concretados totalmente e com ferragens expostas a intempérie e oxidadas;
implantação executada em desconformidade com o projeto, havendo desníveis não
aterrados no entorno do empreendimento, e
outras inconformidades.
38
Quadro 3 – Relatório de Restrições não sanadas da Escola 6 salas em Monte Carmelo
Data da Descrição
Inclusão
04/04/2015 Pilares executados em desconformidade com o projeto. -Os Pilares com junta de dilatação
entre si (P51 e P52, P35 e P36, P21 e P22, P9 e P10) do bloco pedagógico executados unificados;
Tipo de risco: Solicitar projeto estrutural com ART/RRT que garanta a estabilidade do
empreendimento;
06/08/2015 O contrato com a empreiteira encontra-se vencido.
24/09/2017 Pilares executados em desconformidade com o projeto. -Pilares do bloco pedagógico(P1, P3,
P5, P7, P8, P9, P10, P12, P14, P16, P17, P18, P19, P20, P21, P22, P23, P24, P25, P26, P28, P31,
P33, P35, P36, P38, P40, P42)) projetados com 12x40Cm e executados abafados(da largura do
tijolo)- superada em 14/9/17; -Pilares do bloco administrativo(P2, P3, P5, P6, P8, P9, P11, P12)
projetados com 12x40Cm e executados abafados(da largura do tijolo)- superada em 14/9/17;
-Pilares do bloco de serviço(P2, P3, P5, P6, P8, P9, P11, P12) projetados com 12x40Cm e
executados abafados(da largura do tijolo)- superada em 14/9/17;. Tipo de risco: Solicitar
projeto estrutural com ART/RRT que garanta a estabilidade do empreendimento;
24/09/2017 Vigas executadas em desconformidade com o projeto. -Vigas do bloco pedagógico(V244, V245,
V249, V250, V254, V255, V259, V260, V264, V265, V267, V268, V272, V273, V277, V278, V282,
V283) projetadas com 15x30Cm e executadas abafadas com a largura do tijolo-9Cm e com
altura inferior a projetada- superada em 06/08/15; -Vigas do bloco pedagógico(V201, V202,
V203, V204, V205, V206, V207, V208, V209, V210, V211, V212, V213, V214, V221, V222, V223,
V224, V225, V226, V227, V228, V215, V216, V217, V220)projetadas com 12x30Cm e
executadas abafadas (com a largura do tijolo 9cm) e com altura inferior a projetada- superada
em 06/08/15;. Tipo de risco: Solicitar projeto estrutural com ART/RRT que garanta a
estabilidade do empreendimento;
24/09/2017 Vigas executadas em desconformidade com o projeto. -Vigas do bloco pedagógico (V247,
V252, V257, V262, V270, V275, V280) projetadas executadas niveladas com o fundo das lajes
(invertidas) e executadas com parte abaixo do fundo das lajes (semi invertidas)- superada em
06/08/15; -Vigas da circulação do bloco pedagógico(V246, V251, V256, V261, V269, V274,
V279) projetadas executadas niveladas com o fundo das lajes (invertidas) e executadas abaixo
do fundo das lajes (apoiando as lajes); -Há viga rompida, com ferragens expostas, para
passagens de tubulações; . Tipo de risco: Solicitar projeto estrutural com ART/RRT que garanta
a estabilidade do empreendimento;
24/09/2017 Em decorrência do monitoramento realizado por meio do Sistema Integrado de
Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (SIMEC) e de supervisão
realizada por empresa contratada pelo FNDE, verificamos que existe uma grande divergência
entre o percentual de execução da obra informado em vistoria pelo fiscal do estado
responsável pela obra (55,13%) e o da empresa de supervisão (39,10%).
24/09/2017 Fundações executadas em desconformidade com o projeto
27/12/2018 Vigas executadas em desconformidade com o projeto. -Vigas do bloco pedagógico (V247,
V252, V257, V262, V270, V275, V280) projetadas executadas niveladas com o fundo das lajes
(invertidas) e executadas com parte abaixo do fundo das lajes (semi invertidas) - superada em
06/08/15; - Vigas da circulação do bloco pedagógico (V246, V251, V256, V261, V269, V274,
V279) projetadas executadas niveladas com o fundo das lajes (invertidas) e executadas abaixo
do fundo das lajes (apoiando as lajes); - Há vigas com ferragens expostas. - A junta de dilatação
estrutural entre vigas localizados na circulação do bloco pedagógico, não está com
espaçamento previsto. Ressalta-se que o projeto arquitetônico prevê espaçamento de 5,5 cm.
Tipo de risco: Solicitar projeto estrutural com ART/RRT que garanta a estabilidade do
empreendimento;
39
Data da Descrição
Inclusão
27/12/2018 Pilares executados em desconformidade com o projeto. - Foi executado treliças fabricadas para
lajes como armadura para pilares circulares da passarela. Tipo de risco: Solicitar correção das
desconformidades ou projeto estrutural com ART/RRT que garanta a estabilidade do
empreendimento;
27/12/2018 Pilares executados em desconformidade com o projeto. - A junta de dilatação estrutural entre
os pilares localizados na circulação e posterior do bloco pedagógico, não está com
espaçamento previsto. Ressalta-se que o projeto arquitetônico prevê espaçamento de 5,5 cm.
Tipo de risco: Solicitar correção das desconformidades ou projeto estrutural com ART/RRT que
garanta a estabilidade do empreendimento;
27/12/2018 Em decorrência do monitoramento realizado por meio do Sistema Integrado de
Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (SIMEC) e de supervisão
realizada por empresa contratada pelo FNDE, verificamos que existe uma grande divergência
entre o percentual de execução da obra informado em vistoria pelo fiscal do estado
responsável pela obra (55,13%) e o da empresa de supervisão (38,70%).
13/06/2019 Solicitação de criação de obra vinculada.
23/10/2020 Cumprimento do Objeto Diligenciado.
Destaque-se que, de acordo com os dados do SIMEC, a última supervisão realizada pela
empresa supervisora foi em 31.12.2018, não constando informação sobre a PMT.
Com relação às inconformidades ainda não sanadas, verifica-se que trazem, por exemplo, as
seguintes descrições:
implantação executada em desconformidade com o projeto - O terreno não foi
terraplanado, havendo diferença de nível entre os blocos;
vigas executadas em desconformidade com o projeto, havendo ferragens expostas
sem recobrimento;
instalações elétricas executadas em desconformidade com o projeto - Eletrodutos
projetado e orçados de PVC rígido e aplicados eletrodutos de PVC flexível;
o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) foi executado em
desconformidade com o projeto. Não foram visualizados os vergalhões projetados
para o SPDA estrutural;
pilares executados em desconformidade com o projeto. (...) projetados com 12x40Cm
e executados abafados (da largura do tijolo);
vigas executadas em desconformidade com o projeto. (...) projetadas com 15x30Cm e
executadas abafadas com a largura do tijolo - 9 cm e com altura inferior a projetada;
não execução do ponto de gás na cozinha, e
outras inconformidades.
40
Quadro 4 - Relatório de Restrições não sanadas da Escola 6 salas na localidade de São
Bento
Data da
Descrição
Inclusão
03/03/2018 Implantação executada em desconformidade com o projeto - A terraplanagem da lateral
direita do empreendimento não foi executada. Em 11/01/2016 Superada pelo FNDE. Tipo de
risco: - Superada pelo FNDE.
03/03/2018 Lajes executadas em desconformidade com o projeto. - Há vigas concretadas e não há espaço
para engastamento de lajes. As lajes não estão executadas engastadas em vigas, estão
apoiadas. Tipo de risco: Para garantir a solidez da edificação é necessário que todos os
elementos estruturais sejam executados conforme o previsto. Portanto é necessária a
correção das desconformidades e/ou apresentação de justificativa técnica acompanhada de
um novo cálculo estrutural que comprove a segurança do que está sendo construído.
03/03/2018 Pilares executados em desconformidade com o projeto. - Ferragens dos pilares circulares do
pátio central executados com quantidades inferiores às de projeto. - Ferragens dos pilares
bloco de serviço executados com quantidades inferiores às de projeto. -Alguns pilares do
bloco de serviço foram locados em locais divergente de projeto EST 19/22 e estão em
quantidades superiores. - As ferragens dos pilares do bloco pedagógico com seção em T foram
executados em quantidades inferiores à de projeto. - Junta de dilatação não está aparente
na parede posterior e frontal do bloco pedagógico. Ressalta-se que o projeto arquitetônico
prevê espaçamento de 5,5cm. - Há pilares do bloco pedagógico com seção em T da área
posterior e circulação que não foram executados assim P8 e P34. Tipo de risco: Para garantir
a solidez da edificação é necessário que todos os elementos estruturais sejam executados
conforme o previsto. Portanto é necessária a correção das desconformidades e/ou
apresentação de justificativa técnica acompanhada de um novo cálculo estrutural que
comprove a segurança do que está sendo construído.
03/03/2018 Vigas executadas em desconformidade com o projeto. - Junta de dilatação está revestida com
trincas na circulação do bloco pedagógico. Ressalta-se que o projeto arquitetônico prevê
espaçamento de 5,5 cm. - Há vigas executadas no bloco administrativo não prevista em
projeto EST 02/22. - Não foram deixados armação de arranque nas vigas do empreendimento,
para engastes das lajes. - Viga V262 sala leitura x sala informática do bloco pedagógico
executada não invertida divergente de especificação do projeto EST 10/22. Tipo de risco: Para
garantir a solidez da edificação é necessário que todos os elementos estruturais sejam
executados conforme o previsto. Portanto é necessária a correção das desconformidades
e/ou apresentação de justificativa técnica acompanhada de um novo cálculo estrutural que
comprove a segurança do que está sendo construído.
03/03/2018 Fundações executadas em desconformidade com o projeto
08/07/2019 A publicação da abertura de licitação para nova contratação não se encontra inserido no
sistema.
08/07/2019 O boletim de medição acumulada com o total executado pela empresa que teve o contrato
rescindido não se encontra inserido no sistema.
01/05/2019 Solicitação de criação de obra vinculada.
23/10/2020 Cumprimento do Objeto Diligenciado.
Fonte: Consulta SIMEC em 17.10.2022.
Destaque-se que, de acordo com os dados do SIMEC, a última supervisão realizada pela
empresa supervisora foi em 03.03.2018, não constando informação sobre a PMT.
41
Com relação às inconformidades ainda não sanadas, verifica-se que trazem, por exemplo, as
seguintes descrições:
vigas baldrames expostas sem execução de impermeabilização;
o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) executado em
desconformidade com o projeto. Não foram visualizados os vergalhões projetados
para o SPDA estrutural;
instalações elétricas executadas em desconformidade com o projeto - Eletrodutos
projetado e orçados de PVC rígido e aplicados eletrodutos de PVC flexível;
vedações e/ou divisórias executadas em desconformidade com a especificação
(ambientes diversos), e
serviços Complementares executados em desconformidade com o projeto. Não foram
executados os peitoris das janelas das fachadas posteriores dos blocos
administrativo/pedagógico/serviço.
Existem situações outras que estão registradas no Histórico (Item 2 deste Relatório) dos
termos de compromisso que impactam o bom andamento das obras e o atingimento dos
objetivos do PAC2 e PAR, tais como:
42
b) TC nº 22430/2014 - Construção de Escola de 12 Salas de Aula na Sede, em Tejuçuoca/CE.
rescisão unilateral, em 28.11.2018, pela PMT, do Contrato nº 2014.06.20.01.TP,
celebrado com a empresa OGC Serviços de Limpeza Ltda. (1ª contratação), CNPJ nº
00.789.209/0001-86, sem que haja sua responsabilização pelos vícios e defeitos de
construção incluídos no Relatório de Restrições e Inconformidade do SIMEC, bem
como pela grande divergência entre o percentual de execução da obra informado em
vistoria pela fiscalização de obras da PMT (44,62%) e o da empresa de supervisão
(27,60%);
demora excessiva para realização de novos serviços pela empresa OGC, haja vista que
decorreram 300 dias entre as medições 6 (26.03.2015) e 7 (20.01.2016), e 407 dias
entre as medições 9 (24.05.2016) e 10 (05.07.2017);
ausência de apresentação da prestação de contas da primeira contratação, conforme
consulta efetuada ao SIMEC, e
existência de saldo a pagar à empresa Guanabara Construções Ltda. (2ª contratação),
CNPJ nº 010.905.562/0001-78, no valor de R$ 44.577,51, objeto da NF 453, de
19.08.2019, referente à 1ª medição dos serviços executados.
falta de evidências de que tenha havido rescisão amigável entre a PMT e a VTS
Construções e Locações – EIRELI, CNPJ nº 17.625.097/0001-20, haja visto que a
documentação disponibilizada não tem assinatura do responsável pela empresa,
inclusive, não se identificaram procedimentos para responsabilização da VTS pelos
vícios e defeitos incluídos no Relatório de Restrições e Inconformidade do SIMEC, e
ausência de análise da prestação de contas da primeira contratação, conforme
consulta efetuada ao SIMEC.
Ante o exposto, conclui-se que a ausência de liberação de recursos pelo FNDE, para conclusão
das três escolas e da quadra, decorre das restrições registradas, por empresas contratadas
43
para realizar a supervisão das obras, conforme discriminado nos Quadros 1, 2, 3 e 4, as quais,
juntamente com as inconformidades verificadas, indicam falhas e irregularidades na
fiscalização das obras, de responsabilidade do ente municipal, sobre a execução realizada por
construtoras contratadas, em desacordo com os projetos contratados e respectivas
especificações técnicas. Ademais, as administrações municipais, ao longo da vigência dos
termos de compromisso, têm se revelado incapazes de sanar as falhas identificadas, o que
culminou com a paralisação e abandono do que já fora edificado, deixando de atingir os
objetivos pretendidos e colocando em risco os recursos já investidos.
Ademais, a demora na finalização das obras termina por impactar a qualidade das obras e o
tesouro municipal, haja vista que são necessárias novas licitações e respectivas contratações,
nos quais os preços são majorados, sem que haja aumento do valor do repasse pelo FNDE.
As informações e documentos apresentados pela PMT, em resposta ao Relatório Preliminar
elaborado por esta CGUCE, indicam que a obra de construção da Escola de 12 salas foi
retomada, entretanto, não houve comprovação de aporte de novos recursos que possam
garantir a conclusão da obra, conforme descrito no Anexo I deste Relatório.
44
Foto 17 - Vistas das alvenarias e pilares parcialmente construídos e abandonados (pilares de sustentação da
coberta e ferragens das esperas expostas às intempéries - Balneário Municipal da localidade de Boqueirão,
em Tejuçuoca/CE - 03.08.2022
Estádio Municipal
45
Foto 22 - Vista de parte do alambrado de metal Foto 23 - Local de onde foi retirado o alambrado de
retirado do seu local de origem - Estádio Municipal da metal deixando o local acessível a pessoas, animais e
localidade Tesouras, em Tejuçuoca/CE – 02.08.2022 veículos - Estádio Municipal da localidade Tesouras,
em Tejuçuoca/CE - 02.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
a) Balneário Municipal
demora, por parte da PMT, na elaboração do projeto técnico de engenharia, fato
determinante para que a “Autorização de Início de Obra – AIO” somente fosse
concedida pela CAIXA em 06.02.2012;
necessidade de reformulação do projeto técnico e consequentemente do Plano de
Trabalho, de molde a pactuar um novo valor de contrapartida municipal, o que alterou
o valor de investimento total para R$ 601.474,19. A empresa Raça Construções
Transportes Serviços Ltda. - ME, CNPJ nº 10.510.277/0001-18, foi contratada em
06.02.2012, pelo valor de R$ 601.474,19, ou seja, igual ao novo valor do investimento
total do CR;
a Licença Ambiental de Instalação demorou a ser concedida pela SEMACE, vindo a
ocorrer em 13.03.2013, com prazo de vigência até 12.03.2017;
falhas na apresentação dos serviços medidos pela empresa RAÇA e, por conseguinte,
da fiscalização de obras da PMT que atestou os serviços, haja vista que eram glosados
por inexecução e impactavam o desbloqueio dos recursos pela CAIXA e os pagamentos
dos serviços efetivamente realizados, conforme demonstrado a seguir:
o RAE 1, de 11.07.2012 - atesto de R$ 6.893,30 e glosa de R$ 9.896,88;
o RAE 2, de 24.12.2012 - atesto de R$ 45.742,25 e glosa de R$ 92.662,05;
46
o RAE 3, de 30.01.2014 - glosa total de R$ 96.398,44, e
o RAE 4, de 26.01.2015 - atesto de R$ 94.261,47.
a primeira medição no valor de R$ 52.635,55, correspondente ao RAE 1 e RAE 2,
somente foi paga em 15.04.2013;
a 2ª medição no valor de R$ 94.261,47, correspondente ao RAE 3 e RAE 4, somente foi
paga em 29.02.2016, 1.050 dias após o pagamento da 1ª, haja vista pedido da PMT,
conforme demonstrado no Ofício nº 112-06-10/2015-ASS, de 06.10.2015, no qual
houve solicitação de prorrogação do prazo de vigência do CR por mais 360 dias,
constando o seguinte: “tendo em vista que, a obra encontra-se com 24,42%, onde
precisamos ter tempo suficiente para sanarmos as pendências relativas as glosas e
podermos prestar contas parcial e final”, e
o pagamento da 3ª medição no valor de R$ 133.552,75, correspondente ao RAE 5, de
22.11.2018, no valor de R$ 93.751,60 e RAE 6, de 21.09.2019, no valor de R$ 39.801,72,
somente foi realizado em 22.12.2020, em razão de atraso de 1.219 dias, na
regularização de licenciamento ambiental, referente ao período de 13.03.2017 a
14.07.2020.
Repise-se que a demora na elaboração do projeto técnico da obra e aprovação pela CAIXA, a
apresentação de medições que eram, invariavelmente, glosadas parcial ou totalmente pela
CAIXA, demora na resolução das glosas apontadas e intempestividade na renovação das
licenças ambientais, dentre outras falhas correlatas, levaram a atrasos significativos no
pagamento das medições à empresa RAÇA e respectiva rescisão contratual, culminando na
paralisação da obra e abandono do que já foi executado.
Ressalte-se que, de acordo com o RAE nº 06, de 21.06.2019, a execução acumulada da obra
era de apenas 42,09%
A documentação apresentada demonstra que a CAIXA autorizou, em 14.02.2023, o
“Desbloqueio Operacional” de saldo de medição no valor de R$ 290.539,42, relativo à
contratação pretérita (gestões anteriores), mediante exigência de depósito de contrapartida
municipal no valor de R$ 31.325,50. Mencione-se que não há confirmação de que tenha
havido o pagamento, haja vista que restava depositar ainda o valor de R$ 27.261,57, a fim de
integralizar a contrapartida acordada.
Ressalte-se que a contratação vigente (MS Obras e Serviços Ltda.) teve “Desbloqueio
Engenharia”, em 08.02.2023, no valor de R$ 142.220,62, conforme o RAE 5/2023 da CAIXA.
Os procedimentos ocorridos após a inspeção realizada pela CGU, em 03.08.2022, demonstram
que a Prefeitura Municipal de Tejuçuoca resolveu as pendências junto à CAIXA, que impediam
a continuidade da obra, resultando em sua retomada, estando, atualmente, com realização
executada de R$ 570.989,16 (87,08%).”
As informações e documentos apresentados pela PMT, em resposta ao Relatório Preliminar
elaborado por esta CGUCE, indicam que a obra de construção do Balneário Municipal foi
retomada, entretanto, resta a comprovação do aporte de R$ 27.261,57, por parte da PMT, a
fim de integralizar a contrapartida acordada, conforme descrito no Anexo I deste Relatório.
47
b) Estádio Municipal
o Contrato de Repasse foi assinado em 16.12.2011, no valor global de R$ 714.300,00,
entretanto, em razão de pendências administrativas e de projetos de engenharia, a
CAIXA apenas em 10.10.2013 aprovou o Plano de Trabalho contendo alteração no
valor do CR para R$ 738.857,00, bem como liberou, em 12.11.2013, repasse federal no
valor de R$ 350.000,00, de molde a dar início às obras de construção do Estádio;
embora a contratação, no valor de R$ 724.744,09, da empresa Domingos e Cassiano,
responsável pela obra de construção do Estádio, tenha ocorrido em 18.06.2013, a
CAIXA, em razão de pendências administrativas e de engenharia, somente em
04.02.2015 autorizou o início efetivo da obra, no valor de R$ 724.744,09;
existência de quarta medição não paga à empresa Domingos e Cassiano, no valor
executado no período de R$ 78.450,43 e acumulado de R$ 426.233,15;
paralisação da obra por 1.316 dias, referente ao período de 04.03.2016 (pagamento
da última medição à empresa Domingos e Cassiano) até 11.10.2019 (data da
contratação da empresa Guanabara para retomada da obra);
existência de saldo a pagar à empresa Guanabara, no valor de R$ 57.622,34, referente
à Nota Fiscal nº 551, de 21.12.2021, haja vista descontinuidade de envio de recursos
pelo Ministério Gestor, e
falha da CAIXA em não comunicar, tempestivamente, à PMT e Câmara Municipal, o
envio de recursos no valor de R$ 58.660,00, em 29.07.2021, e no valor de R$ 84.280,00,
em 29.10.2021.
Mencione-se, ainda, como determinante para a paralisação da obra de construção do Estádio
de Futebol a descontinuidade de repasse dos recursos pelo Ministério do Turismo e a
notificação intempestiva, de responsabilidade da CAIXA, à PMT, do envio dos recursos
necessários para finalização da obra, fato que está apresentado no Item 6 deste Relatório.
De acordo com a CAIXA, a obra está com execução acumulada de 87,96% em relação ao valor
contratado.
As informações e documentos apresentados pela PMT, em resposta ao Relatório Preliminar
elaborado por esta CGUCE, indicam que a obra de construção do Estádio Municipal ainda
depende de autorização da CAIXA para início das obras, conforme descrito no Anexo I deste
Relatório.
48
o valor aferido de serviços executados pela empresa Guanabara Construções, Transportes e
Serviços EIRELI, CNPJ nº 10.905.621/0001-78, foi de R$ 199.915,87 (2ª medição).
O desbloqueio e a disponibilização dos recursos, pela CAIXA, ocorreram em 18.12.2020, no
valor de R$ 126.000,0, os quais somados ao saldo da conta (R$ 321,05) e aporte de outros
valores de contrapartida (R$ 15.289,98 e R$ 682,50), perfizeram, em 16.03.2021, o montante
de R$ 142.293,53;
Embora a Guanabara tivesse emitido, em 21.12.2020, a Nota Fiscal nº 551, no valor de R$
199.915,87, o valor autorizado para pagamento pela CAIXA foi de R$ 142.293,53, em razão de
saldo insuficiente de repasse pelo Ministério gestor, conforme consta do e-mail da
GIGOVFO11 - Repasse Interior enviado, em 15.03.2021, à A3281 CE - AG Jurema/CE, com cópia
a outros destinatários, dentre eles a PMT. Dessa forma, restou um saldo a pagar de R$
57.622,34.
Ressalte-se que, de acordo com Ofício nº 0415/2021/GIGOV/FO, de 26.04.2021, em resposta
ao Ofício nº 94/2021-MPF/PRM/ITAPIPOCA/CE emitido, em 29.03.2021, por Procuradora da
República, foi informado, pela CAIXA, o seguinte:
(...)10. Em 13/12/2020 foi realizada nova vistoria que ensejou novo ateste no valor
de R$ 199.915,87. Deste valor, foi liberado em 15/03/2021 apenas R$ 142.923,53
por não existir saldo suficiente de recursos creditados pelo Ministério Gestor;
11. Atualmente a obra encontra-se com percentual executado de 87,96% em relação
ao valor contratado. Estamos no aguardo de créditos de recursos pelo Ministério
para complementar o desbloqueio da última medição; (...).
Da análise da conta corrente específica do CR, verifica-se que houve aporte de recursos, no
valor de R$ 58.660,00, em 29.07.2021, e, no valor de R$ 84.280,00, em 29.10.2021.
A CAIXA, por meio do Ofício nº 1435/2022/2022/GIGOV/FO, de 28.09.2022, informou o
seguinte:
1. Em resposta ao primeiro apontamento da auditoria onde é solicitado que se
esclareça o motivo pelo qual não foi efetuado o desbloqueio complementar no valor
de R$ 57.622,34, informamos que o tomador não realizou, até o momento,
prestação de contas parcial da parcela desbloqueada anteriormente no valor de R$
142.293,53, condição necessária para o desbloqueio da próxima parcela.
Fomos informados que o tomador rescindiu o contrato com a empresa Guanabara
Construções, Transportes e Serviços Eireli.
Tal informação foi obtida quando do recebimento de documentação para
reprogramação, em 14.03.2022, no referido contrato de repasse, com vistas à
atualização de preços para realização de novo processo licitatório objetivando a
execução dos serviços ainda não concluídos.
A justificativa apresentada não procede, pois cabia a CAIXA informar, tempestivamente, a
PMT, sobre o aporte de recursos do Ministério gestor, fato que somente veio a ocorrer em
setembro do corrente ano, ou seja, um ano e dois meses após o depósito ocorrido em
28.07.2021, conforme consulta realizada em 29.09.2022, por esta CGU-Regional/CE, à
Plataforma +Brasil, na qual consta a inclusão do Ofício nº 1450/2022/GIGOV/FO, de
27.09.2022, da Coordenadora de Filial e do Gerente de Filial da Gerência Executiva de Governo
Fortaleza/CE, encaminhado ao Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Tejuçuoca,
com cópia para o Prefeito Municipal de Tejuçuoca, que registra o seguinte:
49
1. Notificamos a V.Exa. os créditos de recursos financeiros, sob bloqueio, em
28/07/2021, no valor de R$ 58.660,00 (cinquenta e oito mil e seiscentos e sessenta
reais) e em 29/10/2021, no valor de R$ 84.280.00, (oitenta e quatro mil duzentos e
oitenta reais) na conta vinculada ao Contrato de Repasse nº 756096/2011 - Operação
0361815-75 firmado com o Município de Tejuçuoca, assinado em 16/12/2011, no
âmbito do Programa Esporte e Lazer na Cidade, sob a gestão do Ministério da
Cidadania, que tem por objeto “CONSTRUÇÃO DE ESTÁDIO”.
2. Informamos que o valor da contrapartida deverá ser depositado na conta
vinculada de acordo com o cronograma de desembolso.
Ressalte-se que se empreendeu visita, em agosto de 2022, ao município de Tejuçuoca, onde
se verificou, em razão da falta e/ou aporte de recursos de forma intempestiva, que a
construção do Estádio Municipal se encontra inacabada e paralisada, em situação de
abandono, tomada por matagal e com deterioração em parte do alambrado e respectiva
mureta.
Em nova manifestação, a CAIXA, por intermédio do Ofício nº 0157/2023/GIGOV/FO, de
25.01.2023, informou que:
Inicialmente, gostaríamos de esclarecer que o contrato de repasse 0361.815-75/2011,
não ficou sem desbloqueios devido a ação ou omissão da CAIXA, como podemos
comprovar a seguir:
No corpo da comunicação eletrônica (Anexo I), para desbloqueio da 1ª medição do
contrato da empresa Guanabara Construções, Transportes e Serviços EIRELI, CNPJ nº
10.905.621/0001-78, que foi autorizado em 08/09/2020, com valor de R$ 116.633,23,
a Prefeitura de Tejuçuoca foi informada sobre a necessidade de apresentação da
Prestação de Contas referente ao desbloqueio anterior para possibilitar o próximo.
A 2ª medição do contrato da empresa Guanabara, foi recepcionada na Caixa em
04/12/2020, conforme Protocolo 6676/2020 (Anexo II), a vistoria in loco foi realizada
pelo corpo técnico de engenharia da Caixa e o Relatório de Acompanhamento do
Empreendimento (RAE) foi emitido em 17/12/2020.
Em 25/01/2021, o Município de Tejuçuoca foi orientado, através de comunicação na
Plataforma+Brasil (Anexo III), a proceder com os tramites de inclusão de
documentação e depósito de contrapartida na Plataforma+Brasil para possibilitar o
desbloqueio da medição pela Caixa.
Nessa mesma comunicação de orientação, na Plataforma+Brasil (Anexo III), se
ressaltou que haveria a necessidade de apresentar a Prestação de Contas referente ao
desbloqueio da 1ª medição que, 5 meses após a liberação, ainda não havia sido
apresentada à Caixa para análise.
A Prefeitura de Tejuçuoca, apresentou a Caixa a documentação de prestação de contas
referente a liberação de 08/09/2020 para a empresa Guanabara, em 09/03/2021,
conforme protocolo 878/2021 (Anexo IV). Sendo a aprovação da documentação pela
Caixa na mesma data.
Com isso a Caixa efetuou novo desbloqueio, desta feita parcial, tendo em vista que a
medição atestada pela CAIXA, R$ 199.915,87, foi de valor superior ao recurso
disponível para pagamento da 2ª medição para a empresa Guanabara naquele
momento, e de fato a autorização foi no valor de R$ 142.293,53, incluindo a
contrapartida do município, no dia 15/03/2021, 06 dias após a apresentação da
documentação da prestação de contas do último desbloqueio, que ocorreu em
08/09/2020 (188 dias após o desbloqueio).
50
Ressaltamos que nesta mesma mensagem, de desbloqueio parcial (Anexo V), como de
costume, no item 3 da mensagem, informamos a necessidade de apresentação da
documentação de prestação de contas em no máximo 30 dias.
3. Assim que os pagamentos forem realizados, solicitamos a gentileza de
Vossa Excelência em providenciar, no prazo máximo de 30 dias, a
Comprovação da Execução Financeira deste desbloqueio.
Lembramos que, conforme informado para essa CGU/CE no Ofício nº
1435/2022/2022/GIGOV/FO, de 28.09.2022, a apresentação e aprovação da
documentação de prestação de contas referente ao desbloqueio parcial do dia
15/03/2021, que é condição para autorização de novo desbloqueio, seja saldo de
medição aprovada ou nova medição, não ocorreu até a presente data. Também não
recepcionamos a solicitação da Prefeitura para o desbloqueio do saldo remanescente
do pagamento a empresa Guanabara.
Posto isso, não podemos afirmar que a rescisão do contrato com a empresa Guanabara
Construções, Transporte e Serviços EIRELI, tenha sido ocasionado pela falta de
pagamento da medição atestada e aferida pela Caixa.
Caso fosse do interesse da Prefeitura de Tejuçuoca, o pagamento de eventual saldo de
medição à empresa na época, visando, por exemplo, evitar uma rescisão contratual, a
Portaria Interministerial Nº 507, de 24 de novembro de 2011, que rege o contrato,
prevê em seu ART. 64, § 2°, inciso II, subitem "c" alternativa para tal, alternativa essa
que não foi pleiteada:
c) no ressarcimento ao convenente por pagamentos realizados às próprias
custas decorrentes de atrasos na liberação de recursos pela concedente e em
valores além da contrapartida pactuada.
Pelo exposto, não temos como suspeitar, que o abandono da obra fora ocasionado
exclusivamente pela falta de pagamentos dos recursos de repasse, ou por atraso, uma
vez que a Prefeitura de Tejuçuoca não buscou informações na Caixa para solucionar a
questão do pagamento de eventual saldo de medição para efetuar a rescisão
contratual com a empresa Guanabara.
A Caixa somente tomou conhecimento da rescisão contratual quando recepcionamos
a documentação de reprogramação do contrato para a nova licitação que concluirá os
serviços pactuados no Plano de Trabalho do contrato de Construção do Estádio
Municipal.
Quanto à situação verificada na vistoria desta CGU, em agosto de 2022, na qual
verificou que a obra está paralisada e inacabada, informamos que a reprogramação do
contrato foi acatada pela Caixa em 11/07/2022, e somente em 23/01/2023
recepcionamos a documentação do novo processo licitatório para análise e emissão
de parecer visando a retomada das obras.
Informamos, também, que a vigência do contrato foi prorrogada até 19/06/2023,
prazo previsto pela Prefeitura de Tejuçuoca para a conclusão dos serviços restantes.
A CAIXA, em sua manifestação, registra que até o dia 25.01.2023, a Prefeitura Municipal de
Tejuçuoca ainda não apresentou a prestação de contas da 2ª medição de serviços executados
pela empresa Guanabara, a qual foi paga, parcialmente, em 16.03.2021, em razão de falta de
recursos suficiente para fazer frente ao total das despesas ocorridas.
Ademais, embora a cronologia dos fatos ocorridos tenha sido bem pontuada pela CAIXA,
verifica-se que não houve menção sequer à falha de comunicação, à PMT e respectiva Câmara
de Vereadores, do envio dos recursos federais à conta corrente do CR, a qual ocorreu apenas
em 27.09.2022, após os questionamentos da CGU, muito embora os recursos federais
estivessem disponíveis desde 28.07.2021.
51
A conjugação da falta de apresentação, pela PMT, à CAIXA, da prestação de contas da 2ª
medição e da demora da mandatária dos recursos em informar a existência de recursos
suficientes para dar seguimento ao contrato com a Guanabara, foram determinantes para a
paralisação da obra e, em consequência, para a rescisão contratual com a aludida empresa e
instauração de nova licitação.
Tabela 21: Valores não aplicados financeiramente por contrato de repasse (em Reais)
Contrato de Repasse Valor Não Aplicado Período Quantidade de Dias
756096/2011 58.660,00 29.07.21 a 01.06.22 307
84.280,00 29.10.21 a 01.06.22 215
126.000,00 18.12.20 a 15.03.21 87
0333751-22/2010 831,80 29.02.16 a 09.05.17 435
781,80 10.05.16 a 21.12.20 1.686
292.500,00 23.12.20 a 27.10.21 308
Total 563.053,60
Fonte: Extratos bancários disponibilizados pela CAIXA
54
As informações e documentos encaminhados pela CAIXA ratificam o descumprimento do
prazo para apresentação da prestação de contas final pela PMT e indicam que houve omissão
da CAIXA em instaurar a Tomada de Contas Especial, haja vista que todos os prazos concedidos
foram descumpridos pela PMT, conforme demonstrado a seguir:
a Comunicação Administrativa de TCE foi emitida em 25.04.2018, conforme Ofício nº
0566/2018, sendo estabelecido o prazo máximo de 30 dias para que a então prefeita
apresentasse a prestação de contas parcial e final para encerramento do contrato;
a primeira Notificação de TCE foi emitida em 27.07.2018, conforme Ofício nº
1140/2018, sendo estabelecido o prazo máximo de 45 dias para que a então prefeita
apresentasse a prestação de contas final do total dos recursos contratados ou
devolvesse o valor da dívida atualizado monetariamente e acrescido de juros até
27.07.2018 (R$ 312.820,16). Constou ainda que, na hipótese de que a situação
contratual não fosse regularizada no prazo concedido, poderia ser instaurada a TCE;
a segunda Notificação de TCE foi emitida em 04.08.2021, conforme Ofício nº
1000/2021, sendo estabelecido, novamente, o prazo máximo de 45 dias para que o
prefeito atual apresentasse a prestação de contas final do total dos recursos
contratados ou devolvesse o valor da dívida atualizado monetariamente e acrescido
de juros até 04.08.2021 (R$ 345.756,07). Constou ainda que, em caso de que a situação
contratual não fosse regularizada no prazo concedido, poderia ser instaurada a TCE, e
a PMT somente veio a apresentar a documentação da PCF em 25.04.2022.
Por fim, considerando o tempo decorrido entre a última inspeção em campo realizada pela
CAIXA (03.01.2017) e a aprovação da prestação de contas (29.04.2022), configuraria boa
prática administrativa e por medida de cautela e zelo, que a CAIXA envidasse esforço no
sentido de realizar inspeção física e elaborar parecer técnico, de molde a confirmar o
atingimento do objetivo previsto no plano de trabalho do CR e/ou alcance do benefício social
esperado com a execução da obra, na forma determinada, no Acórdão nº 6.527/2009-TCU –
2ª Câmara, à Embratur, para que, ao analisar as prestações de contas de convênios:
a) inclua, nos pareceres técnicos, avaliação expressa quanto à adequação das ações
efetivamente executadas, em relação aos itens especificados no Plano de Trabalho;
b) exija a devolução de recursos referentes a itens do Plano de Trabalho que não
forem executados, adotando as devidas providências para instauração da tomada de
contas especial;
c) avalie os resultados efetivos obtidos com a execução do objeto do convênio,
demonstrando o retorno obtido ou os efeitos advindos das ações.
Ressalte-se que a obra apresenta sérios defeitos e vícios de construção, conforme relatado no
item 12 deste Relatório.
Em nova manifestação, A CAIXA, por intermédio do Ofício nº 157/2023/GIGOV/FO, de
25.01.2023, informou que:
(...) a referida obra de Construção de Quadra Poliesportiva Coberta teve sua
conclusão em 20.02.2017, quando foi efetuado o pagamento da última medição dos
serviços referentes ao contrato de repasse.
Porém, nesse caso em específico, as obras foram concluídas, as medições foram
pagas e suas respectivas notas fiscais e comprovantes de impostos apresentados
durante a execução do contrato, restando apenas a apresentação de declarações,
55
relatórios e ou documentos da prefeitura, como por exemplo: Relatório de
Cumprimento e Aceitação do Objeto, conforme anexo ao fim desta mensagem.
(Anexo XIV).
Essa obra foi atestada pela Prefeitura de Tejuçuoca e os serviços aferidos pela
engenharia da Caixa e os munícipes, que são os principais beneficiários do recurso,
já estão utilizando o equipamento. Desta maneira fica caracterizada a funcionalidade
da obra.
Não havia indícios de prejuízo ao Erário que amparassem a abertura de TCE em
função somente da referida pendência para a prestação de contas final.
Lembrando que a Tomada de Contas Especial é uma medida de exceção pois
somente é adotada quando forem esgotadas todas as medidas administrativas para
saneamento das irregularidades, que causam prejuízo ao erário, o que não estava
caracterizado no caso desta operação.
Importante ressaltar que a Prefeitura de Tejuçuoca se esquivou por diversas vezes
de apresentar a documentação da Prestação de Contas Final do Contrato. Não por
falta de cobrança da Caixa, já demonstrada na documentação encaminhada para
esse trabalho de auditoria e, também, na resposta do Ofício 641/2022 GIGOVFO, de
31.05.2022.
A CAIXA recepcionou a documentação de prestação de contas final, apresentada
pela Prefeitura de Tejuçuoca, depois de diversas cobranças, o que ocorreu em
25.04.2022.
Em 29.04.2022, a Caixa aprovou a prestação de contas do contrato.
Acerca das recomendações à Caixa quanto a boas práticas relativas à etapa de
comprovação da conclusão do objeto, reforçamos que quando do envio do último
boletim de medição por parte do Convenente, a vistoria in loco realizada pela Caixa
constatou acerca da conclusão do objeto tal qual como fora projetado. Tal vistoria
foi registrada no RAE - Relatório de Acompanhamento de Engenharia - e as principais
constatações acerca da execução da obra e da conclusão física do objeto foram ali
apontadas. Assim, a aferição de todos os serviços previstos (execução de 100% de
obra) bem como a menção expressa à conclusão da obra no citado documento
constituem indicativos suficientes do alcance da finalidade do objeto, em termos
físicos.
Complementamos, ainda, que não há previsão legal e normativa de que nova vistoria
deva ser realizada por ocasião da prestação de contas final tardia. Entendemos que
a etapa de constatação da conclusão do objeto diz respeito à execução física de fato,
constatada em vistoria e consubstanciada no RAE.
Entendemos que a PCF também tem por objetivo a demonstração e a verificação de
resultados e contém elementos que permitem avaliar a execução do objeto e o
alcance das metas previstas, o que ocorreu em total convergência com a execução
física constatada à época da conclusão dos serviços.
No tocante aos defeitos e vícios de construção, constatados pela CGU em
agosto/2022, mais de cinco anos após a última vistoria realizada pela CAIXA, em que
pese não termos sido informados quais seriam os defeitos e vícios identificados,
salientamos que é atribuição do Convenente executar e fiscalizar a consecução do
objeto, assegurando a qualidade técnica dos projetos e de sua execução, incluindo a
execução e fiscalização dos trabalhos necessários à consecução do objeto pactuado,
designando profissional habilitado no local da intervenção com a respectiva ART ou
RRT de fiscalização.
Também cabe ao Convenente observar, na sua integralidade, os requisitos de
qualidade técnica dos projetos e de execução dos produtos e serviços contratados,
em conformidade com as normas brasileiras e os normativos dos programas, ações
56
e atividades, determinando a correção de vícios que possam comprometer a fruição
do benefício pela população beneficiária.
Reforçamos, ainda, que é responsabilidade do Convenente a gestão e manutenção
indispensáveis ao funcionamento dos equipamentos e/ou instalações resultantes da
execução do contrato de repasse, em observância aos objetivos estabelecidos no
programa de investimentos da União.
57
e contratos de repasse e/ou disponibilização de processos de forma
incompleta, dificultando a análise do Controle Interno.
Considerando os dados das oito obras que constituem o escopo desta Auditoria, houve
solicitação à Prefeitura Municipal de Tejuçuoca – PMT da documentação necessária para
análise documental e posterior inspeção física, entretanto, os arquivos digitais foram enviados
de forma incompleta/desorganizada ou nem foram enviados, conforme demonstrado a
seguir:
a) Tomada de Preços nº 2013.05.29.02 – Cultura (Construção do Estádio Municipal):
o arquivo tem 249 páginas e o processo está numerado somente até a página 182,
onde consta a página 109 do Diário Oficial do Estado;
existem páginas em que se vê o carimbo, porém, não se identifica a numeração;
páginas sem numeração entre 112 e 113, 113 e 114, 114 a 115 e 115 e 116, e
as páginas 130 e 131 estão duplicada e são diferentes.
A PMT informou, em 05.05.2022, que os aludidos processos licitatórios não foram localizados
nos arquivos da Prefeitura.
Por fim, não foram disponibilizados os processos de pagamentos dos contratos de execução
(original e atual) das obras, os quais devem conter, no mínimo, as notas fiscais, planilhas de
medição da obra, decorrentes da(o):
Medição da VTS Construções e Locações - EIRELI (Construção da Escola de 06 sala em
Monte Carmelo), referente ao Contrato oriundo da CP 2014013101 FME;
Contrato nº 2019.06.24.01, firmado em 24.06.2019 com Guanabara Construções,
Transportes e Serviços EIRELI ME (Construção da Escola de 06 Salas - São Bento), no
valor de R$ 855.143,37;
Contrato nº 001-2011.11.29.01 TP.ADM, firmado com a Raça Const., Transportes e
Serviços Ltda., no valor de R$ 601.474,19 (Construção do Balneário Municipal) e do(s)
Contrato(s) que deu ou deram continuidade às obras;
Contrato da construção da "Quadra Poliesportiva Coberta" na localidade de Boa Ação,
objeto do CR 0275835-96/2008, e
Contrato(s) da construção da "Quadra Escolar Coberta com Vestiário" na localidade de
Açude, objeto do TC PAR 22430/2014.
59
A falta e/ou incompletude da documentação restringiu os trabalhos de auditoria, não cabendo
à PMT se escusar da responsabilidade em manter, em arquivo próprio, os processos de
licitação e pagamentos solicitados, de forma completa e organizada, inclusive para repassar à
administração que a suceder, a documentação de convênios e contratos de repasse, a qual
deve ficar disponível pelo prazo de dez anos, contado da data em que foi aprovada a prestação
de contas, conforme estabelece os termos do § 3º do Art. 3º da Portaria Interministerial
MP/MF/CGU nº 127, de 29.05.2008.
Caso a administração anterior não tenha disponibilizado a documentação completa, cabe
adoção das medidas administrativas cabíveis e, se for o caso, medidas judiciais.
60
engenheiro da prefeitura municipal: engenheiro civil I. C. F., INSCRITO NO CPF: ***.061.633-
**, CREA: 14143-d”, entretanto, não consta a análise e, em seguida, às fls. 1817 em diante, é
efetuada a homologação e adjudicação do Lote I (fls. 1828) e II, indo até a formalização dos
contratos e posterior distrato amigável com a empresa IMMA Construções Ltda., CNPJ
21.542.230/0001-52(fls. 1844 a 1845), vencedora do Lote II.
Ressalte-se que os dois últimos documentos encartados são: “Licença Simplificada Por Auto
Declaração nº 108/2018 -DICOP -GECON” expedida pela SEMACE (fls. 1847), referente à obra
em comento, e ART nº 060783769100034 (fls. 1848 e última) da obra de construção do Estádio
Municipal, esta última anexada indevidamente.
Foto 24 - Rompimento de mão francesa, ocasionada Foto 25 - Apoios dos arcos treliçados nos pilares
pelo elevado estado corrosivo do material – trapezoidais em desconformidade com o previsto em
Localidade de Açude, em Tejuçuoca/CE. projeto, visto que deveriam estar totalmente
apoiados sobre a base, por meio de chapas de 197cm
de comprimento por 15cm de largura conforme
previsto em projeto – Localidade de Açude, em
Tejuçuoca/CE.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
61
Foto 26 - Deterioração do arco treliçado, ocasionado Foto 27 - Inclinação do banzo superior em relação
pelo elevado estado corrosivo do material - Localidade ao banzo inferior do arco treliçado, o que indica
de Açude, em Tejuçuoca/CE - 03.08.2022 movimentação da estrutura em relação ao seu
centro geométrico - Localidade de Açude, em
Tejuçuoca/CE.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
Foto 28 - Estrutura metálica não prevista em projeto, Foto 29 - Emenda de concreto novo realizada
entre o pilar trapezoidal e o arco treliçado - Localidade sobre os pilares trapezoidais, com desgaste
de Açude, em Tejuçuoca/CE - 03.08.2022. aparente do concreto e das armaduras expostas,
ocasionados por realização dos serviços em
desacordo com o projeto e especificações técnicas
- Localidade de Açude, em Tejuçuoca/CE -
03.08.2022.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
A primeira empresa contratada para a execução da obra foi a AFORTE Construções e Reformas
Ltda., CNPJ nº 15.033.561/0001-64, com valor total de R$ 502.453,02, que, segundo o Sistema
Integrado de Monitoramento do Ministério da Educação - SIMEC, por meio da Tomada de
62
Preços nº 2013.12.03.05 TP FME, executou 47,77% do empreendimento, com rescisão
contratual em 28.11.2018.
A execução financeira dessa contratação compreende pagamentos de dez medições de
serviços realizados, os quais foram efetuados no período de 13.03.2014 a 23.09.2015, no
montante de R$ 288.806,35, com utilização da conta específica do TC PAC2 nº 06645/2013.
Repise-se que o total pago diverge do valor registrado no SIMEC, que é de R$ 267.741,94,
referentes às nove primeiras medições.
Posteriormente, em decorrência da Tomada de Preços nº 2019.02.13.01, houve a contratação
da empresa EB Soares Construções Ltda., CNPJ nº 02.778.929/0001-71, pelo valor de R$
393.011,66, para dar continuidade às obras, com ordem de início dos serviços em 17.07.2019.
Não se verificou, no SIMEC, existência de serviços pagos referente a essa segunda contratação,
embora haja registros no TCE/CE de pagamentos que totalizam o valor de R$ 143.000,94, os
quais foram efetuados em conta diversa da específica do referido TC.
De acordo com a aba “Restrições e Inconformidades” do SIMEC, a obra encontra-se paralisada,
com percentual de execução total de 75,78% e 53,63% do contrato atual, tendo sua última
vistoria sido realizada em 14.06.2022 pela supervisora do FNDE, que constatou, dentre outros
problemas, os mesmos fatos apontados por esta equipe de fiscalização.
Impende destacar que não foram encontrados no local tapumes e/ou outros elementos de
isolamento do espaço físico do empreendimento, podendo-se concluir que há um elevado
risco de dano físico da população que se encontra no entorno da obra.
A documentação apresentada pela PMT, em resposta ao Relatório Preliminar elaborado por
esta CGUCE, demonstra que houve a recomposição estrutural da coberta metálica, sendo de
conhecimento do SIMEC, entretanto, verificou-se que a obra não foi retomada, conforme
descrito no Anexo I deste Relatório.
63
Foto 30 - Estrutura de sustentação da cobertura sem Foto 31 - Rachaduras, fissuras e deterioração de todo
telhado – Localidade de Boa Ação, em Tejuçuoca/CE o piso - Localidade de Boa Ação, em Tejuçuoca/CE –
– 03.08.2022. 03.08.2022.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
Foto 32 - Rachaduras ao longo de toda a mureta que Foto 33 - Revestimento das arquibancadas com
apoia os alambrados - Localidade de Boa Ação, em desgaste acentuado - Localidade de Boa Ação, em
Tejuçuoca/CE – 03.08.2022. Tejuçuoca/CE – 03.08.2022.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
64
Foto 34 - Alambrado danificado - Localidade de Boa Foto 35 - Acúmulo de sujeita e vegetação ao longo de
Ação, em Tejuçuoca/CE – 03.08.2021. toda a quadra - Localidade de Boa Ação, em
Tejuçuoca/CE – 03.08.2021.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
O valor total gasto na obra foi de R$ 256.000,00, cujos pagamentos foram efetuados no
período de 20.07.2011 a 20.02.2017.
De acordo com o Histórico da contratação elaborado por esta CGUCE, verificam-se atrasos
significativos no preparo, envio e análise documental, cumprimento das exigências da CAIXA,
pedido e liberações de recursos, bem como no repasse de recursos pelo Ministério dos
Esportes, os quais comprometeram a tempestividade na execução da obra executada pela
empresa SOMAQ Construção e Prestação de Serviços Ltda., CNPJ nº 09.112.247/0001-74,
contratada em 23.10.2009, no valor de R$ 256.000,00, conforme demonstrado a seguir:
embora o contrato com a empresa SOMAQ tenha sido assinado em 23.10.2009, a
autorização para início da obra somente foi concedida pela CAIXA em 02.07.2010, ou
seja, decorreram 252 dias para apresentação de documentação e análise da licitação
e custos da contratação;
caso a empresa SOMAQ tivesse iniciado os serviços em 23.10.2009, conforme
autorização concedida pela PMT, não seria possível realizar qualquer pagamento até
29.04.2010, data em que o repasse federal foi integralizado no valor de R$ 250.000,00;
falhas na fiscalização da obra, de responsabilidade da PMT, bem como da empresa
SOMAQ, haja vista que foram apresentados três pedidos de medição à CAIXA, no
período de 19.07.10 a 15.03.2011, os quais redundaram em glosas significativas, pelos
engenheiros credenciados da CAIXA, em razão de serviços não executados, e,
portanto, levaram ao atraso no pagamento da 1ª medição, o qual somente veio a
ocorrer em 20.07.2011, um ano depois do primeiro pedido;
situação semelhante ocorreu em relação à segunda medição, a qual foi apresentada,
em 29.04.2011, no valor de R$ 104.046,45, sendo atestado pela CAIXA e liberado, em
14.03.2012, o valor de R$ 33.005,64;
conforme o RAE nº 05, de 02.05.2012, o qual atestou o valor de R$ 13.176,21 (3ª
medição), consta a verificação de fissuras nas arquibancadas e trincas no piso
cimentado. Ante a péssima qualidade dos serviços executados, a obra ficou paralisada
65
desde 12.04.2012 até 18.05.2015, data da emissão RAE 09, onde foi constatado, pela
CAIXA, que a empresa demoliu e construiu nova arquibancada e a quadra não
apresentava ocorrências de fissuras;
demora na apresentação, pela PMT, da prestação de contas da 3ª medição paga em
02.06.2015, no valor de R$ 13.176,21, que ocorreu somente em 05.01.2016 e,
consequentemente, foi aprovada pela CAIXA em 11.05.2016;
demora na liberação de recursos pela CAIXA, para o pagamento da 4ª medição (final)
no valor de R$ 187.595,35, o que somente veio a ocorrer em 16.01.2017, em razão de
diversas pendências registradas pela data da ocorrência e de responsabilidade da PMT,
a saber: 20.12.2016 (Protocolo Finalizado 3861/2016 {OGU Autorização
Desbloqueio/BM/Operacional Autor Desbloqueio} finalizada em 20/12/2016 16:14:23
- Finalizada com Pendências - Obs: - Ausência de ART - Contrato vencido, aguardando
autorização de prorrogação pelo Ministério.), 12.12.2016 (Protocolo Finalizado
3860/2016 (OGU Autorização Desbloqueio/BM/Arq-Eng Vistoria) finalizada em
12/12/2016 17:41:34 - Improcedência - Obs: documentação com incoerência nos
dados apresentados), 01.11.2016 (Protocolo Finalizado 1994/2016 (OGU Autorização
Desbloqueio/BM/Arq-Eng Vistoria) finalizada em 01/11/2016 16:48:53 - Finalizada
com Pendências - Obs: BM ENTREGUE COM INCOERÊNCIAS), 12.09.2016 (OF
1340/2016 – Comunicação Administrativa TCE CR 0275.835-96 – Objeto Inconcluso),
08/09/2016 (Protocolo Finalizado 1804/2016 {OGU Alteração Contratual /Prorrogação
de Vigência) finalizada em 08/09/2016 13:02:14 - Finalizada com Pendências - Obs;
Pedido negado,) e 22.07.2016 (Protocolo Finalizado 536/2016 (OGU Autorização
Desbloqueio/BM/Arq-Eng Vistoria) finalizada em 22/07/2016 09:45:18 -
Improcedência - Obs: 13ª Medição apresentada está incompatível com o orçamento
da empresa vencedora e com os valores atestados pela Caixa até a última vistoria) .
demora na apresentação, pela PMT, da prestação de contas final, a qual ocorreu,
efetivamente, em 25.04.2022, muito embora os serviços de construção da quadra
tenham sidos concluídos em 20.02.2017, fato que, também, está registrado no Item 8
deste Relatório.
De acordo com o Plano de Trabalho apresentado pela PMT para a aprovação do projeto, a
construção da quadra coberta tinha como objetivo estimular a prática regular de exercícios
físicos para a população, sem restrições de faixa etária, atuando como fator de integração
social e de saúde, além de beneficiar as escolas públicas da área que não dispõem de
instalações para as aulas de educação física. No entanto, verifica-se que tal objetivo não logrou
êxito, haja vista a situação de abandono em que se encontra o equipamento
esportivo/recreativo.
Ademais, houve relatos de desabamento de toda a cobertura do empreendimento após a sua
conclusão, os quais foram verbalizados a esta equipe de auditoria durante a inspeção física
realizada à quadra.
Ressalte-se que a PMT foi instada a se manifestar sobre os questionamentos elencados a
seguir, por meio da Solicitação de Auditoria nº 1089048/07, de 17.08.2022, reiterada pela
Solicitação de Auditoria nº 09, de 29.09.2022, entretanto, não houve manifestação:
5.1. Quais as medidas que estão sendo tomadas para que o empreendimento esteja
apto ao uso da comunidade local?
66
5.2. Já foi definido um cronograma para a solução dos problemas existentes no
equipamento? Caso exista, solicita-se que seja disponibilizado.
5.3. No caso de ter ocorrido o desabamento da cobertura do empreendimento,
responder as seguintes questões:
5.3.1. Em que data ocorreu o fato?
5.3.2. Foram realizadas perícias no local para a elucidação das causas do
desabamento?
5.3.3. A empresa responsável pela execução da obra foi acionada para recuperar os
prejuízos causados pelo desabamento dentro do prazo de garantia previsto na
legislação que rege o assunto?
5.3.4. Houve apuração de responsabilidades pelos prejuízos causados pelo
desabamento?
67
Foto 36 - Rua Francisco Almeida Sanford, em Foto 37 - Endereço informado onde funciona um
Tejuçuoca/CE – 04.08.2022 armarinho, em Tejuçuoca/CE – 04.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
Atualmente (dados até 12-2019), não possui empregados na Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS). Constavam, anteriormente, as seguintes quantidades:
Foto 38 - Alameda das Conchas, em Caucaia/CE – Foto 39 - Endereço informado onde funciona um
05.08.2022 depósito de construção – 05.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
69
Sem registros, no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), de admissões e
demissões, no período de 2017 até 2019 e a partir de 2020 (dados atualizados até 04/2021).
Constam os seguintes vínculos empregatícios declarados no CNIS, por intervalo de
competência:
Foto 40 - Centro Comercial na Avenida Mozart Foto 41 - Endereço informado onde funciona um
Pinheiro de Lucena, 1580, Bairro Vila Velha, em escritório de advocacia – 28.11.2022
Fortaleza/CE – 28.11.2022
70
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
Sem registros, no CAGED, de admissões e demissões, no período de 2017 até 2019 e a partir
de 2020 (dados atualizados até 04/2021). Sem informação de vínculos empregatícios
declarados no CNIS no período de 2013 a 2017.
Foto 42 - Endereço onde funciona a empresa Raça Construções Transportes Serviços Ltda. – ME, em
Canindé/CE - 04.08.2022
71
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
Foto 43 - Rua Delis Carvalho, em Itapajé/CE – Foto 44 - A mãe do proprietário mora no térreo e a
04.08.2022 empresa fica na parte de cima (local precário e em
construção) – 04.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria
72
2017 1
2018 1
2019 1
Fonte: RAIS
6) Com relação ao Cadastro Específico do INSS - CEI, o qual foi substituído pelo Cadastro
Nacional de Obras – CNO, da Receita Federal do Brasil, verificou-se que, de acordo com
informações contidas no Ofício nº 41/2023 VR03RF DEVAT Eqrt4/EOPP/DRF/FOR, de
08.01.2023, as quais foram elaboradas por auditor da Equipe Regional de Acompanhamento
dos Órgãos do Poder Público da 3ª Região Fiscal da Superintendência da Receita Federal na 3ª
Região Fiscal, das oito obras objeto desta auditoria, decorrentes da realização de 11 licitações
identificadas, apenas obras de quatro licitações têm registro nos aludidos cadastros, conforme
demonstrado a seguir:
73
Considerando as medições elaboradas pelas empresas e os respectivos pagamentos efetuados
pela PMT, estão regulares quanto aos cadastros e períodos declarados de execução das obras
apenas as empresas Guanabara e VAP.
A empresa AFORTE, embora tenha efetuado o registro no CEI, quanto à obra de construção
da quadra da localidade de Açude, os dados informados, pela RFB, não condizem com as
medições e pagamentos efetuados, os quais ocorreram no período de 03/2014 a 09/2015.
Com relação à construção da Escola São Bento, não há registro de período de execução
declarado nem de empregados utilizados, embora a empresa tenha elaborado duas medições
no montante de R$ 214.533,82.
Com relação às empresas Domingos & Cassiano, SOMAQ, Raça, VTS e Construtora Sobralense,
a RFB não encontrou registros das obras no CEI ou CNO.
Assim, a falta de registro no CEI ou CNO ou registro com períodos curtos de execução de obras
e com número de empregados aquém dos necessários para o porte das obras contratadas,
constituem infringência aos seguintes dispositivos da Instrução Normativa - IN RFB nº 2061,
de 20.12.2021, que revogou a IN nº 1845, de 22.11.2018:
“Art. 18. A inscrição no CNO deverá ser realizada no prazo de até de 30 (trinta) dias,
contado da data do início da obra, na qual deverão ser informados todos os seus
responsáveis.
(...)
§ 3º Em caso de omissão de informação ou prestação de informação inexata ou
incompleta, o responsável pela obra ficará sujeito à multa estabelecida pelo inciso
III do caput do art. 57 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001.”
Por fim, cabe ressaltar que todas as empresas referidas tiveram os contratos rescindidos e as
obras estão inacabadas, abandonadas e paralisadas, a exceção das obras de pavimentação em
piçarra e da quadra da localidade de Boa Ação, as quais foram concluídas, porém, esta última
apresenta indícios de defeitos e vícios de construção, haja vista o estado de
deterioração/abandono em que se encontra, conforme relatado no Item 12 deste Relatório.
74
CONCLUSÃO
A presente auditoria foi baseada em dois aspectos: o acompanhamento realizado pela CAIXA
e pelo FNDE e a atuação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca na execução do objeto
pactuado nos oito contratos de repasse e termos de compromisso e respectivos planos de
trabalho.
A partir dos exames realizados, pode-se concluir que a CAIXA desempenhou suas atribuições
de acordo com os normativos legais com vistas a atender às demandas apresentadas pelo
Município de Tejuçuoca, principalmente, na reformulação de planos de trabalho, de modo a
garantir a continuidade da execução das obras programadas nos aludidos contratos de
repasse. Entretanto, foi caracterizado o descumprimento de regras legais referentes à
ausência de instauração tempestiva de tomada de contas especial, aprovação de prestação
de contas final sem observar se o objeto foi atendido e está sendo utilizado pela população,
falta de aplicação financeira de recursos federais em três contratos de repasse e notificação
intempestiva de envio de recursos pelo Ministério do Turismo, o que contribuiu para
paralisação e abandono da obra de construção do Estádio Municipal.
Um dos fatores que possivelmente favoreceu a ocorrência das falhas detectadas foi a
deficiência nos controles internos, que não foram capazes de detectar e interromper as
ocorrências apontadas.
Com relação à Prefeitura Municipal de Tejuçuoca, os problemas identificados têm origem em
projetos técnicos de engenharia mal elaborados e na demora em concluir as obras de
construção de seis das oito obras objeto dos referidos contratos de repasse e termos de
compromisso, agravados pela deficiente fiscalização realizada por seu quadro de engenheiros,
haja vista que os serviços de construção contratados das três escolas estão repletos de
restrições e inconformidades de engenharia detectadas pelo FNDE, as quais foram
confirmadas pela equipe de auditoria na inspeção física realizada às obras.
As aludidas restrições do FNDE terminam por impactar o recebimento de recursos federais,
haja vista que as administrações municipais da PMT não conseguem propor soluções que
viabilizem a retomada das obras.
Ressalte-se que licitações para retomada das obras e respectivos contratos são impactados,
ante o alongado tempo de paralisação das obras, pelo aumento dos custos de materiais de
construção e serviços de engenharia e exigências da CAIXA e FNDE, o que vai determinar,
considerando que o Município tem interesse em dar continuidade às obras, a utilização de
recursos próprios, a fim de finalizar as seis obras que estão paralisadas. Quanto à Quadra de
Boa Ação, dada como concluída pela CAIXA, verificou-se que não cumpre o objetivo pactuado
junto ao Governo Federal, nem tampouco está beneficiando a comunidade escolar e a
população do seu entorno.
Quanto às licitações e processos de pagamentos que não foram localizados pela Prefeitura
Municipal de Tejuçuoca e/ou estão incompletos, houve prejuízo ao andamento dos trabalhos
de auditoria, cabendo responsabilização à atual Administração Municipal, haja vista que não
demonstrou adotar as medidas cabíveis, sejam administrativas e/ou judiciais, para que a
documentação esteja arquivada e a disposição dos órgãos de controle e para futuras
prestações de contas.
75
De forma clara e objetiva, apresentam-se as respostas às questões de auditoria que pautaram
a execução deste trabalho, à luz do escopo aprovado:
1 - O objeto executado está de acordo com o previsto no plano de trabalho do instrumento
de repasse pactuado?
Não. Existem seis obras inacabadas, paralisadas e abandonadas, e, uma outra, dada como
concluída, que está abandonada, sem manutenção, não trazendo qualquer benefício à
população do seu entorno.
2 - Há indícios de irregularidade no processo de contratação da empresa responsável pela
execução do objeto?
Sim. Em pelo menos um caso, houve contratação de empresa de engenharia, em detrimento
de outras seis que apresentaram o menor preço em suas propostas de preço.
Não.
76
ANEXOS
I – MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA E ANÁLISE DA EQUIPE
DE AUDITORIA
A Prefeitura Municipal de Tejuçuoca encaminhou, em 17.03.2023, em resposta ao Ofício nº
3225/2023/NAC3-CE/CEARÁ/CGU, esclarecimentos preliminares, bem como pedido de
dilação de prazo para envio de esclarecimentos complementares.
Houve a concessão de prazo adicional e a PMT apresentou, em 03.04.2023, os esclarecimentos
adicionais e documentação respectiva.
Mencione-se que boa parte das manifestações encaminhadas se referem a itens que dizem
respeito a informações gerais dos quatro contratos de repasse e quatro termos de
compromisso formalizados com a União e objeto desta apuração. Ante essa situação, houve
a necessidade de alocar os esclarecimentos de acordo com os achados de auditoria,
juntamente à análise da equipe de auditoria, conforme segue:
77
Nota-se, portanto, que o empreendimento foi relicitado, tendo como vencedora a empresa
WU CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS EIRELI, estando, atualmente, em execução, inclusive com a
realização da uma medição, correspondente a 13,65% do contrato atual.”
78
Análise da equipe de auditoria
Conforme informações complementares da PMT, a situação continua a mesma, a obra
abandonada e sem a formalização da repactuação do TC, muito embora o atual Prefeito, por
meio do Ofício 112/2022, de 28.07.2022, tenha solicitado ao FNDE a retomada do
empreendimento.
Reafirme-se que o último aporte de recursos realizado pelo FNDE ocorreu, em 14.01.2015 e,
o último pagamento de medição executada pela VTS Construções e Locações foi realizado, em
06.05.2015.
De acordo com consulta realizada ao SIMEC (acesso público), verifica-se que a obra está na
situação de “Inacabada – PC Técnica Concluída”. Ademais, o respectivo TC está com prazo de
vigência expirado desde 28.02.2019.
79
Análise da equipe de auditoria
A obra de construção da Escola de seis salas de aula de São Bento reproduz a mesma situação
da Escola de Monte Carmelo, ou seja, depende de repactuação pelo FNDE do TC.
De acordo com consulta realizada ao SIMEC (acesso público), verifica-se que a obra está na
situação de “Inacabada – PC Técnica Concluída”. Ademais, o respectivo TC está com prazo de
vigência expirado desde 30.06.2019.
80
Nota-se, portanto, que o referido empreendimento foi relicitado, tendo como vencedora a
empresa MS Obras e Serviços Ltda.
Atualmente, conforme consta no Portal da transparência do Governo (anexo), a obra se
encontra regularizada, com previsão para término em 30/06/2023 e data Limite p/ Prestação
de Contas em 30/06/2023.
Informa-se, ainda, que houve regularização da conta do convênio, estando a mesma apta para
movimentação, bem como Parecer favorável do MTUR quanto ao aumento de contrapartida
c/c Ofício de Autorização de Reinício de Objeto, conforme documentação em anexo.”
81
Após todos os procedimentos licitatórios foi qualificada com vencedora a empresa R&G
CONSTRUÇÕES E LOCAÇÕES EIRELI – 34.395.105/0001-09, com valor para a execução das
obras de R$ 141.306,19. Informa-se, ainda, que a obra ainda não passou por medições, no
entanto, a referida medida se encontra em início de execução.
Segue, inclusive, imagem do relatório da Caixa Econômica Federal, aprovando o Processo
Licitatório com parecer datado de 10/02/2023. Vejamos:
Segue também relatório fotográfico da obra atualmente. Vejamos:
(...)
Por todo o exposto, tem-se que a obra foi reiniciada, tendo como vencedora a empresa R & G
CONSTRUÇÕES E LOCAÇÕES EIRELI, encontrando-se, atualmente, em início de execução,
conforme laudo técnico do Engenheiro (anexo).”
Dessa forma, embora tenha sido informado que a obra foi reiniciada, não consta a
comprovação da AIO pela CAIXA e resolução das pendências existentes.
Achado 6
82
Achado 7
Manifestação da CAIXA
Com relação a este item, a CAIXA encaminhou, por meio do Ofício nº 0399/2023/GIGOV/FO,
de 14.04.2023, os seguintes esclarecimentos adicionais:
“1. Em resposta aos questionamentos efetuados por esse Órgão de Controle, por meio da
Solicitação de Auditoria nº 1089048/10, 11 e 12, encaminhamos manifestação desta
Mandatária relativamente à situação dos contratos de Repasse OGU do município de
Tejuçuoca (0361.815- 75/2011 e 0333751-22/2010).
1.1 Por meio do Ofício nº 0157/2023/GIGOV/FO, de 25.01.2023, encaminhamos resposta aos
questionamentos efetuados restando pendentes os esclarecimentos sobre os saldos
creditados nas contas vinculadas aos contratos acima mencionados e solicitando a
recomposição das mesmas uma vez que os recursos depositados não haviam sido
devidamente aplicados. CR 0361915-75/2011 – 3281.013.190092-5 (ag/ope/cv) CR 0333751-
22/2210 – 3281.013.28724-4 (ag/op/cv)
2. Após análise financeira do período em questão e visando a atender aos apontamentos dessa
auditoria, a Superintendência Executiva de Governo Ceará, Agência Jurema e esta GIGOV/FO
concluíram o levantamento dos valores devidos para recomposição das contas vinculadas
conforme extratos encaminhados, anexo, a este ofício.
3. Assim, informamos que as referidas contas se encontram com saldos devidamente
regularizados.”
Achado 8
83
Achado 9
85
1. TC 22432/2014 (ID 1007232) – Construção de Escola de Seis Salas de Aula na localidade de
Monte Carmelo em Tejuçuoca/CE, cuja empresa responsável foi a empresa Guanabara
Construções Transportes e Serviços-EIRELI ME, CNPJ nº 10.905.621/0001-78, decorrente da
Concorrência Pública nº 2019.02.13.02, no valor de R$ 855.143,37, porém, não há registros
de medições no SIMEC;
2. TC 30210/2014 (ID 1015343) - Construção de Escola de Seis Salas de Aula na localidade de
São Bento em Tejuçuoca/CE (ID da Obra: 101343), cuja empresa responsável foi a Guanabara
Construções Transportes e Serviços -EIRELI ME, CNPJ nº 10.905.621/0001-78, decorrente da
Concorrência Pública nº 2019.02.13.02, no valor de R$ 855.143,37;
3. TC 22432/2014 (ID 1007232) – Construção de Escola de Seis Salas de Aula na localidade de
Monte Carmelo em Tejuçuoca/CE, cuja empresa responsável foi a VTS Construções e Locações
– EIRELI, CNPJ nº 17.625.097/0001-20, conforme Contrato nº 2014.06.20.01, no valor de R$
1.000.824,66;
Cita-se, ainda, que as ocorrências mencionadas na transição de governo, tais como escassez
de informações, indisponibilidade de documentação e outras irregularidades foram noticiadas
ao Ministério Público em 15/02/2021, por meio de Notícia Crime, em virtude do desrespeito
ao orçamento público, prática de atos de improbidade e crime contra as finanças públicas.
Vejamos:
Ressalta-se que eventual responsabilidade do sucessor na prestação de contas somente
poderá ser atribuída quando o mesmo NÃO demonstrar que empreendeu medidas legais
visando ao resguardo do patrimônio público, não sendo esta a hipótese em comento,
conforme demonstrado alhures.
Compete ao prefeito sucessor apresentar as contas referentes aos recursos federais recebidos
por seu antecessor, quando este não o tiver feito ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as
medidas legais visando ao resguardo do patrimônio público com a instauração da competente
Tomada de Contas Especial, sob pena de co-responsabilidade.
Tal entendimento encontra arrimo na jurisprudência do Tribunal de Contas da União, que
firmou cognição no sentido de que a responsabilidade do sucessor é elidida mediante a
adoção de medidas legais visando ao resguardo do patrimônio público, conforme depreende-
se dos julgados abaixo colacionados:
TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. FUNASA. CONVÊNIO. GESTÃO DOS RECURSOS
PÚBLICOS FEDERAIS PELO PREFEITO ANTECESSOR. TERMO FINAL DA AVENÇA
COINCIDENTE COM O MANDATO DO PREFEITO SUCESSOR. SÚMULA TCU 230.
CITAÇÃO SOLIDÁRIA DOS EX#30; PREFEITOS. REVELIA DO ANTECESSOR. CONTAS
IRREGULARES. DÉBITO. MULTA. ADOÇÃO DE MEDI-DAS DE RESGUARDO DO
PATRIMÔNIO PÚBLICO PELO SUCESSOR. EXCLU-SÃO DA RESPONSABILIDADE NESTE
PROCESSO. A responsabilidade do sucessor, nesses casos, é elidida mediante a
prestação das contas ou a adoção das medidas legais visando ao resguardo do
patrimônio público, nos termos consignados pela Súmula nº 230 do TCU. (Grifou-se)
(TCU 01512420098, Relator: ANDRÉ DE CARVALHO, Data de Julgamento:
01/03/2011).
TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. RECURSOS DO PROGRAMA NACIONAL DE APOIO AO
TRANSPORTE ESCOLAR - PNATE/2016. PRESTAÇÃO DE CONTAS INTEMPESTIVA. NÃO
COMPROVAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PROGRAMA. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO E
MULTA. Julgam-se irregulares as contas da responsável, condenando-a ao
pagamento do débito apurado e da multa proporcional ao dano causado ao erário,
86
em decorrência da não comprovação do correto emprego dos recursos públicos nas
finalidades do programa federal para o qual se destinava. [...] Nessa instrução,
concluiu-se pela exclusão da responsabilidade do sucessor, conforme análise a seguir
reproduzida: 16.3.5.1. O sucessor do responsável não pode figurar como
corresponsável pela omissão no dever de prestar contas dos recursos ora
questionados, uma vez que tomou as providências necessárias para o resguardo do
patrimônio público (peça 15), conforme registrado no relatório do tomador de
contas (peça 17). 16.3.5.2. Cumpre esclarecer que, em consulta realizada à
Procuradoria Federal no FNDE PROFE, emanou-se o entendimento, nos termos do
Parecer 767/2008, de que, para os casos de omissão, a corresponsabilidade somente
se aplica quando o prazo para prestação de contas recai sobre o mandato do prefeito
sucessor, desde que não adotadas as competentes medidas de resguardo ao erário.
16.3.5.3. No caso em exame, não há que se falar em corresponsabilidade, visto que,
apesar do prazo para prestação de contas ter se encerrado em 21/8/2017, durante
o período de gestão do sucessor, este adotou as medidas legais de resguardo ao
erário, conforme Representação protocolizada junto ao Ministério Público Federal.
A documentação em questão foi considerada suficiente pela Procuradoria Federal
no FNDE - PROFE como comprovação da adoção das referidas medidas. 16.3.5.4.
Tendo em vista as providências adotadas, não há evidências da disponibilização das
condições materiais mínimas e necessárias para que o sucessor pudesse apresentar
a prestação de contas. (Grifou-se) (TCU - TOMADA DE CONTAS ESPECIAL (TCE):
39102022 005.437/2019-9, Relator: MARCOS BEMQUERER, Data de Julgamento:
02/08/2022)
No caso dos autos, tem-se que a responsabilidade pelas irregularidades das obras e envio de
documentos NÃO deve ser atribuída ao atual gestor, vez que este gestor adotou e vem
adotando medidas efetivas com vistas a resguardar o erário mediante a responsabilização dos
ex-gestores.
Por todo o exposto, roga-se para que seja afastada qualquer responsabilidade deste Gestor
pelas irregularidades e ilegalidade apontadas no relatório preliminar anteriores ao seu
mandado, bem como não haja nenhum prejuízo a edilidade, porquanto vem adotando
medidas administrativas e judiciais para fins de responsabilização do(s) gestor(es) anteriores.”
87
Quanto à obra concluída da quadra da localidade de Boa Ação, ainda não se tem informações
sobre a execução de uma nova coberta para estrutura metálica existente, a fim de dar
funcionalidade ao empreendimento e acesso ao uso pela comunidade em geral.
Achado 10
Achado 11
88
Em vista disso, cumpre esclarecer que foi providenciado a troca de toda a Estrutura Metálica
da Quadra que apresentava riscos aos usuários, após a referida troca, a obra se encontra em
andamento, conforme registro fotográfico do relatório em anexo. Vejamos:”
A PMT, em sua manifestação complementar, conforme documento “RELATÓRIO
PRELIMINAR”, de 03.04.2023, apresentou as seguintes informações:
“Destacou a Unidade Técnica que Estrutura metálica da Quadra Coberta foi executada em
desacordo com o projeto, colocando em risco a sua estabilidade e comprometendo a
segurança dos usuários.
Em vista disso, informa-se, em consonância ao Laudo em anexo, que a Prefeitura Municipal
de Tejuçuoca/Ce deu ênfase a correção da cobertura da quadra, visto que tal correção era de
fundamental importância para a continuidade das obras, em virtude de que a mesma
apresentava risco a segurança da população local e também dos funcionários que trabalham
na obra.
Em vista disso, cumpre esclarecer que foi providenciado a troca de toda a Estrutura Metálica
da Quadra que apresentava riscos aos usuários, após a referida troca, a obra se encontra em
andamento. Vejamos:
Com relação as restrições e inconformidades encontradas no sistema do SIMEC, por tratarem
de pendências executivas, as mesmas serão sanadas no decorrer da execução das obras.
Com relação a divergência de percentual apontados no sistema do SIMEC, diferença essa entre
a vistoria da Prefeitura e o Percentual aproveitável de obra, decorre de “glosas” feitas pela
equipe do FNDE relacionadas as restrições e inconformidades, ou seja, serviços apontados
pela fiscalização da prefeitura com determinado percentual de execução e que não são aceitos
pela equipe do FNDE por motivos técnicos.
Desta feita, restou sanada a falha pontuada no relatório de auditoria, estando a obra em
andamento e de acordo com o projeto base.”
Achado 12
89
“Pontuou a CGU que, apesar de a referida obra ter sido apontada como concluída e em
funcionalidade ainda no exercício de 2017, com a prestação de contas final aprovada em
29.04.2922, atualmente a quadra encontra-se em estado de abandono, devido a existência de
algumas impropriedades que impossibilitam seu uso. Acrescenta-se ainda, conforme
informação extraída do laudo técnico elaborado pelo Engenheiro do Município, em anexo,
que, em meados do primeiro semestre de 2017, com houve desabamento da estrutura da
quadra.
É crucial reforçar que a atual Gestão, em 2021, já recebeu a obra em estado de abandono,
sem qualquer funcionalidade, conforme consta no relatório de transição de governo, em
anexo, sendo, na época, logo no início da gestão, encaminhado ao Ministério Público Local
para fins de responsabilização dos ex-gestores, conforme demonstrar-se-á em maiores
detalhes em tópico próprio.
Neste cenário, convém informa que o Município, atualmente, vem depreendendo esforços e
possui interesse na recuperação/utilização da obra, contudo, prescinde de dentro do estudo
de viabilidade orçamentária do Município, para, com recursos próprios, sanar os problemas
técnicos e estruturais apresentados, para, ao final, atingir seu objetivo final, qual seja, entrega
e o uso pela população local.”
Achado 13
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