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RELATÓRIO DE APURAÇÃO

Prefeitura Municipal de Tejuçuoca/CE


Exercício 2022

24 de julho de 2023
Controladoria-Geral da União (CGU)
Secretaria Federal de Controle Interno (SFC)

RELATÓRIO DE APURAÇÃO
Órgãos: Ministério do Desenvolvimento Regional, Ministério da Educação,
Ministério do Esporte (atual Ministério da Cidadania), Ministério da Cidadania e
Ministério do Turismo
Unidade Auditada: Prefeitura Municipal de Tejuçuoca
Município/UF: Tejuçuoca/CE
Relatório de Apuração: 1089048
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Missão
Elevar a credibilidade do Estado por meio da participação social, do controle
interno governamental e do combate à corrupção em defesa da sociedade.

Avaliação
O serviço de apuração consiste na execução de procedimentos com a finalidade
de averiguar atos e fatos inquinados de ilegalidade ou de irregularidade
praticados por agentes públicos ou privados, na utilização de recursos públicos
federais.

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POR QUE A CGU REALIZOU ESSE
QUAL FOI O TRABALHO?
TRABALHO A Auditoria visou avaliar a regularidade e a
REALIZADO eficácia dos recursos aplicados no âmbito de
três contratos de repasse firmados com a Caixa
PELA CGU? Econômica Federal - CAIXA, quatro termos de
compromisso firmados com o Fundo Nacional
Trata-se de auditoria
de Desenvolvimento da Educação - FNDE e um
realizada na Prefeitura
termo de compromisso firmado com
Municipal de
Tejuçuoca/CE e Gerência Ministério do Desenvolvimento Regional -
Executiva de Governo MDR, de responsabilidade do município de
Tejuçuoca, inclusive quanto ao
Fortaleza – GIGOV FO, da
acompanhamento realizado pela CAIXA e
Caixa Econômica Federal –
FNDE.
CAIXA, em conformidade
com o Plano de Trabalho QUAIS AS CONCLUSÕES
nº 1089048, destinada a
verificar a aplicação de
ALCANÇADAS PELA CGU? QUAIS
recursos federais oriundos AS RECOMENDAÇÕES QUE
do Fundo Nacional de DEVERÃO SER ADOTADAS?
Desenvolvimento da
Educação - FNDE, Caixa Existência de seis obras inacabadas e
Econômica Federal - CAIXA abandonadas, quais sejam: escola de 12 salas
e Ministério do na sede municipal, escola de 6 salas em Monte
Desenvolvimento Regional Carmelo, escola de 6 salas em São Bento,
- MDR, no montante de R$ quadra poliesportiva em Açude, estádio
8.724.252,00, objetivando municipal e balneário municipal, em
a execução de oito obras decorrência da demora em dar início efetivo às
no município de obras e por falhas na execução e na
Tejuçuoca/CE. fiscalização de obras, esta última de
responsabilidade da Prefeitura Municipal de
Tejuçuoca, gerando diversos apontamentos,
tanto pelo FNDE quanto pela CAIXA,
que demandam tempo para resolução e/ou
não são resolvidos e acabam por impactar o
cronograma de execução e a utilização dos
recursos federais, havendo necessidade de
maior aporte de recursos municipais e/ou
supressão de serviços inicialmente previstos. A
obra de construção da quadra poliesportiva de
Boa Ação, embora dada como concluída pela
CAIXA, encontra-se abandonada e sem a
cobertura, deixando de atender à população
do seu entorno.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CAIXA Caixa Econômica Federal
CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CC Conta Corrente
CGU Controladoria-Geral da União
CNIS Cadastro Nacional de Informações Sociais
CR Contrato de Repasse
CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
GIDUR FO Gerência de Desenvolvimento Urbano Fortaleza
GIGOV FO Gerência Executiva de Governo Fortaleza
MDR Ministério do Desenvolvimento Regional
OGU Orçamento Geral da União
PC Prestação de Contas
PCP Prestação de Contas Parcial
PCF Prestação de Contas Final
PMT Prefeitura Municipal de Tejuçuoca
PT Plano de Trabalho
RAE Relatório de Acompanhamento de Engenharia
RAIS Relação Anual de Informações Sociais
RFB Receita Federal do Brasil
RNP Registro Nacional do Profissional
TC Termo de Compromisso
TCE Tomada de Contas Especial
TCE/CE Tribunal de Contas do Estado do Ceará
TCU Tribunal de Contas da União
TP Tomada de Preços

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8

RESULTADOS DOS EXAMES 10

1. Histórico dos Contratos de Repasse nºs 0275835-96/2008, 0333751-22/2010,


35798/2011 e 0361815-75/2011. 10

2. Histórico dos Termos de Compromisso - TC nºs PAC2 066545/2013, PAR 22430/2014,


PAR 22432/2014 e PAR 30210/2014. 20

3. Histórico do Termo de Compromisso nº 0501/2017. 30

4. Obras de construção de Quadra Coberta e três Escolas, contratadas em 2013 e 2014,


junto ao FNDE, estão paralisadas e abandonadas, deixando de gerar o benefício esperado
à população do Município de Tejuçuoca. 31

5. Obras de construção de Balneário Público e de Estádio Municipal, contratadas junto


aos Ministérios do Turismo e do Esporte, estão paralisadas e abandonadas, sem gerar
benefício à população de Tejuçuoca. 44

6. Intempestividade da CAIXA em notificar a Prefeitura Municipal de Tejuçuoca sobre o


aporte de recursos federais e do ente municipal em providenciar a prestação de contas
parcial de medição paga, fatos que contribuíram para paralisação da obra de construção
do Estádio Municipal. 48

7. Ausência de aplicação financeira, pela CAIXA, de recursos federais repassados, no


montante de R$ 563.053,60, no âmbito dos Contratos de Repasse nºs 0333751-22/2010
e 0275835-96/2008. 52

8. Omissão na instauração de TCE em razão do atraso de quatro anos para apresentação


da prestação de contas final pela Prefeitura Municipal de Tejuçuoca, referente à
construção de Quadra Poliesportiva Coberta na localidade de Boa Ação, objeto do CR
0275835-96/2008. 54

9. Não disponibilização, pela Prefeitura Municipal de Tejuçuoca, de documentação


(licitações e processos de pagamentos) de convênios e contratos de repasse e/ou
disponibilização de processos de forma incompleta, dificultando a análise do Controle
Interno. 57

10. Contratação da empresa VAP Construções Ltda, pelo valor de R$ 1.081.170,89, para
execução da pavimentação em piçarra do trecho que liga a sede do Município à localidade
de São Bento (Lote I da CP 2018.03.16.01), em detrimento de oito empresas que
apresentaram preços menores. 60

11. Estrutura metálica da Quadra Coberta na localidade de Açude em Tejuçuoca,


executada em desacordo com o projeto, colocando em risco a sua estabilidade e
comprometendo a segurança dos usuários. 61
6
12. Ausência de providências, por parte da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca, para que
a empresa contratada recuperasse a cobertura da Quadra da localidade de Boa Ação, que
desmoronou após a sua conclusão e que se encontra sem manutenção e equipamentos
esportivos, comprometendo o benefício esperado. 63

13. Indícios de falta de capacidade operacional de empresas contratadas pela Prefeitura


Municipal de Tejuçuoca, para realização de obras com recursos objeto de repasses
federais. 67

CONCLUSÃO 75

ANEXOS 77

I – MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA E ANÁLISE DA EQUIPE DE AUDITORIA 77

7
INTRODUÇÃO
O presente relatório trata dos resultados da apuração dos fatos atinentes à execução de três
escolas do ensino fundamental, duas quadras esportivas cobertas, um estádio municipal, um
balneário municipal e uma estrada vicinal, decorrentes das transferências de recursos da
União para a Prefeitura Municipal de Tejuçuoca – PMT, os quais foram selecionados em razão
de critérios de criticidade e relevância, porquanto, sete dessas obras estão inacabadas,
paralisadas ou sem manutenção, deixando de atender à comunidade do Município.

A auditoria abrangeu o período compreendido entre os exercícios 2008 a 2022, tendo o


objetivo de averiguar a regularidade dos procedimentos adotados na execução dos referidos
contratos de repasse e termos de compromisso, mediante o conhecimento de como é
realizada a mútua cooperação da execução entre a Caixa Econômica Federal (CAIXA) e a PMT
em três empreendimentos (estádio, balneário e quadra), haja vista que cabe à CAIXA, através
de sua Gerência de Governo em Fortaleza (GIGOV FO), manter o acompanhamento da
execução, bem como o ateste da aquisição dos bens e da realização dos serviços pelo
Contratado, constantes do objeto previsto nos Planos de Trabalho, dentre outras atribuições
correlatas.
Ademais, buscou-se conhecer o acompanhamento da execução das obras de construção de
três escolas e uma quadra coberta, que é realizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação – FNDE, mediante consultas realizadas ao SIMEC (Sistema Integrado de
Monitoramento, Execução e Controle), módulo Obras 2.0, do Ministério da Educação.
Destarte, a presente auditoria teve o escopo descrito a seguir:
Tabela 1 – Escopo da Auditoria (em Reais)
Descrição Objeto Contratante Valor Repasse Valor Repasse Valor Total do
Federal Federal Investimento
Contratado Liberado
CR nº 0275835- Construção de CAIXA 250.000,00 248.319,96 257.732,00
96/2008 Quadra
Poliesportiva
Coberta na
localidade de Boa
Ação
CR nº 0333751- Construção do CAIXA 585.000,00 585.000,00 601.474,19
22/2010 Balneário

Municipal
CR nº 361815/75- Construção do CAIXA 700.000,00 700.000,00 757.971,22
2011 Estádio Municipal
TC 06645/2013 Construção de FNDE 510.000,00 275.400,00 510.000,00
Quadra Coberta
com Vestiário na
localidade de Açude
TC 22430/2014 Construção de FNDE 3.534.000,00 1.731.660,00 3.534.000,00
Escola com 12 salas
na Sede
TC 22432/2014 Construção de FNDE 1.021.956,00 510.978,00 1.021.956,00
Escola com 6 salas
8
Descrição Objeto Contratante Valor Repasse Valor Repasse Valor Total do
Federal Federal Investimento
Contratado Liberado
na localidade de
Monte Carmelo
TC 30210/2014 Construção de FNDE 1.022.196,00 204.439,20 1.022.196,00
Escola com 6 salas
na localidade de
São Bento
TC 0501/2017 Recuperação de MDR 1.100.000,00 1.080.090,80 1.101.100,00
Estrada Vicinal no
trecho que liga a
Sede à localidade
São Bento
Total 8.724.252,00 5.335.887,96 8.806.429,41

Impende registrar que houve limitações, impostas pela Prefeitura Municipal de Tejuçuoca, aos
trabalhos de auditoria, haja vista a indisponibilidade de processos licitatórios e de pagamentos
de medições de obras e/ou a sua disponibilização incompleta, fato que está consignado em
Item 9 deste Relatório. Ademais, o Município deixou de atender pedido de informações
requerido e reiterado por meio de solicitação de auditoria.

Mencione-se que as aludidas obras decorrem de avenças que foram firmadas, originalmente,
em administrações municipais anteriores, contudo, dependem de ações da gestão atual, que
manifestou interesse formal em dar continuidade à finalização das obras iniciadas, as quais
encontram-se inacabadas e/ou em situação de abandono, conforme verificado nas inspeções
físicas realizadas por esta CGU-Regional/CE.

Os achados de auditoria foram comunicados à Prefeitura Municipal de Tejuçuoca por meio do


Relatório Preliminar, o que ensejou a apresentação de manifestações que se encontram
reproduzidas no Anexo I do presente Relatório Final, juntamente com as respectivas análises
da equipe de auditoria.

9
RESULTADOS DOS EXAMES

1. Histórico dos Contratos de Repasse nºs 0275835-96/2008,


0333751-22/2010, 35798/2011 e 0361815-75/2011.

1.1. CR 0275835-96/2008 Nº SICONV (Convênio 642315) - Construção de Quadra


Poliesportiva Coberta.
O Contrato de Repasse nº 0275835-96/2008 foi firmado, em 31.12.2008, sob a égide da
Portaria Ministerial MPOG/MF/CGU nº 127, de 29.05.2008, entre a CAIXA, na qualidade de
Contratante e mandatária da União, e a Prefeitura Municipal de Tejuçuoca, na qualidade de
Contratada, para construção de uma quadra poliesportiva coberta, na localidade de Boa Ação,
em Tejuçuoca/CE, com vigência inicial até 30.12.2009, no valor global de R$ 257.732,00,
sendo R$ 250.000,00 de repasse federal e R$ 7.732,00 de contrapartida municipal. O extrato
do CR foi publicado no DOU em 20.09.2010.
A PMT apresentou, conforme Ofício nº 122/2009, de 17.03.2009, documentação exigida pela
CAIXA, cuja pertinência dependia de análise técnica a ser realizada até 28.07.2009.
A CAIXA emitiu, em 23.06.2009, a Manifestação Técnica de Engenharia 000/2009, baseada no
Laudo de Análise Técnica de Engenharia – OGU, de 29.04.2009, considerando o
empreendimento proposto viável sob os aspectos de engenharia e apto à aprovação e à
continuidade da operação pertinente.
A PMT instaurou a Tomada de Preços nº 2009.08.26.01.TP.ADM (documentação não
disponibilizada), na qual se sagrou vencedora a empresa SOMAQ Construção e Prestação de
Serviços Ltda., CNPJ nº 09.112.247/0001-74, com valor total de R$ 256.000,00, para
construção de quadra poliesportiva coberta na Escola Mamede Barroso, na localidade de Boa
Ação, em Tejuçuoca/CE.
O Contrato nº 2009.08.26.01.TP.ADM foi firmado em 23.10.2009, mesma data da Ordem de
Serviço que autorizou o início da obra.
Consta no Documento Posição SIAPF, de 21.12.2009, que o CR foi sobrestado por solicitação
da CGU e, ainda, apresentava outras pendências que tratavam do seguinte:
Informar regime de execução referente ao objeto contratado, tendo em vista a
aceitação pela CAIXA dos elementos técnicos de engenharia apresentados; em caso
de licitação, apresentar os seguintes elementos de contratação:
-Aviso de Licitação e Publicação do Aviso (informando o período de divulgação);
-Extrato de Contratação e Publicação do Extrato (informando o período de
divulgação);
-Termo de Adjudicação e Homologação;
-Contrato com a empresa vencedora;
-Cronograma físico-financeiro (em caso de obra civil de engenharia);

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-Orçamento ou Proposta da empresa vencedora;
-Declaração de Advogado afirmando que o processo licitatório atendeu a todos os
dispositivos constantes na legislação em vigor em especial a Lei 8.666/93 e suas
alterações, inclusive quanto à forma de publicação (no caso de Pregão, citar a Lei
10.520).
A CAIXA informou à PMT, por intermédio do Ofício n° 1638/2010/GIDUR/FO, de 02.07.2010,
que autorizou o início de execução do objeto – CT no 0275.835-96, tendo em vista a análise e
aceitação do resultado da licitação apresentada, quanto a custo e objeto.
Verifica-se que, entre a contratação da empresa SOMAQ (23.10.2009) e a emissão da AIO pela
CAIXA (02.07.2010), decorreram 252 dias para análise de licitação e custos da contratação.
Os repasses federais ocorreram em duas parcelas, conforme discriminado na tabela a seguir:

Tabela 2 – Liberação dos Repasses Federais (em Reais)


Parcela Número da OB Data da OB Valor
(R$)
001 0800537 29.04.2010 250.000,00
002 0000000 18.10.2018 1.680,04 (1)
Total 248.319,96
Fonte: GIGOV FO/CAIXA
Obs.: (1) Valor devolvido ao Tesouro Nacional

De acordo com o Documento CAIXA “Posição SIAPF”, de 13.07.2010, houve solicitação, em


25.06.2009, de recursos ao Ministério Gestor, contudo, apenas em 29.04.2010 o repasse
federal foi integralmente disponibilizado, conforme demonstrado na Tabela 2.
Ainda sobre o documento citado, verifica-se que registrava as seguintes pendências:
Engenharia
01 RESULTADO DO PROCESSO LICITATÓRIO CONSIDERADO APTO COM AS
RECOMENDAÇÕES CITADAS ABAIXO:
01.1 A PREFEITURA E A LICITANTE VENCEDORA DEVERÃO APRESENTAR UMA
DECLARAÇÃO INFORMANDO O BDI CONSIDERADO.
01.2 A CARTA PROPOSTA, O CONTRATO, O TERMO DE
HOMOLOGAÇÃO/ADJUDICAÇÃO E O EXTRATO PUBLICADO INDICAM PARA O ITEM
01 - CONSTRUÇÃO DE QUADRA – O VALOR DE R$ 257.100,00; MAS A PLANILHA DE
ORÇAMENTO E O CRONOGRAMA (APROVADOS NA PRESENTE VRPL APRESENTAM O
VALOR DE R$ 256.000,00
01.3 APRESENTAR ART DE EXECUÇÃO E ORDEM DE SERVIÇO, ATÉ 1ª MEDIÇÃO.
Gerencial
PERÍODO PRÉ-ELEITORAL: Apresentar até 19/07/2010 pedido de liberação de
recursos acompanhado de medição da etapa de OBRA/SERVIÇOS ocorrida até
02/07/2010. Apresentar também até 19/07/2010, para
BENS/MÁQUINAS/EQUIPAMENTOS pedido de liberação de recursos acompanhado
da nota fiscal dos bens adquiridos, emitida até 02/07/2010.

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Regime de Construção
Apresentar aditivo de prorrogação de vigência com a empresa SOMAQ
CONSTRUÇÕES E PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS vencido em 19/02/2010. O aditivo
apresentado em 15/04/2007 (sic), não informa o prazo de vigência.

Apresenta-se, na Tabela 3, a discriminação dos valores pagos à empresa SOMAQ Construção


e Prestação de Serviços Ltda.:

Tabela 3 – Pagamentos efetuados à empresa SOMAQ


Nota Fiscal - NF Data NF Data do Pagamento Valor da NF/Pagamento
(R$)
2 20.07.2011 20.07.2011 22.222,80
26 26.03.2012 28.03.2012 33.005,84
87 13.05.2015 02.06.2015 13.176,21
97 25.01.2017 20.02.2017 187.595,35
Total 256.000,20
Fonte: Processos de pagamento disponibilizados pela PMT.

Mostra-se a seguir, a título exemplificativo, o esforço que é realizado por todos os envolvidos
(PMT, CAIXA e SOMAQ) e que resultou no pagamento da 1ª medição à empresa SOMAQ, no
valor de R$ 22.222,80, em 20.07.2011, ou seja, um ano após a apresentação do primeiro
pedido para desbloqueio à CAIXA:

Tabela 4: Tempo de tramitação de desbloqueio e pagamento da 1ª medição da construção


da quadra
Prefeitura Municipal de Tejuçuoca Vistorias CAIXA
Pedido de Medição Data Valor (R$) Data Valor Atestado (R$)
1 19.07.10 7.110,36 10.11.10 13.443,56
2 19.10.10 57.298,28 06.04.11 8.779,24
3 15.03.11 95.861,05 06.05.11 0,00
Total Atestado e Desbloqueado pela CAIXA 22.222,80
Fonte: Documentação disponibilizada peal CAIXA.

Observa-se que o pagamento só foi realizado após três pedidos de medição pela PMT e três
vistorias realizadas pela CAIXA, tendo decorrido quase um ano entre o primeiro pedido e a
última vistoria.

12
A glosa significativa de valores realizada pela CAIXA, nos pedidos de medição 2 e 3, indicam
que a fiscalização da obra, de responsabilidade da PMT, não cumpriu adequadamente suas
atribuições.
Quanto à segunda medição paga em 28.03.2012, verifica-se que o pedido de medição
apresentado, pela PMT, em 29.04.2011, foi de R$ 104.046,45, sendo atestado pela CAIXA tão
somente o valor de R$ 33.005,64, por meio da vistoria realizada em 26.08.2011.
Ademais, existe demora na tramitação do desbloqueio de recursos, haja vista que a 1ª
Prestação de Contas Parcial, no valor de R$ 22.222,80, foi aprovada em 05.01.2012, condição
para liberação de recursos da segunda parcela/medição, entretanto, o recurso da 2ª
parcela/medição, no valor de R$ 33.005,64, somente foi liberado em 14.03.2012.
Com relação ao desbloqueio da 3ª parcela, verifica-se a mesma sistemática anterior. O pedido
de medição apresentado pela PMT, em 09.08.2011, foi no valor de R$ 48.341,61, sendo
atestado pela CAIXA, o valor de R$ 13.176,21, conforme vistoria realizada em 02/05/2012.
A PCP da 2ª parcela no valor de R$ 33.005,54 (desbloqueio em 14.03.2012) foi apresentada
pela PMT à CAIXA, conforme Ofício nº 175/2012, de 08.11.2012, sendo aprovada em
13.12.2012, conforme Documento “OGU – Relatório de Prestação de Contas Parcial e
Autorização de Saque”.
Observe-se que, no RAE 05, emitido em 02.05.2012, atestando o valor de R$ 13.176,21, consta
a verificação de existência de fissuras nas arquibancadas e trincas no piso cimentado.
A PMT, por meio do Ofício 08/10-005/2012, de 08.10.2012, solicitou prorrogação da vigência
do CR, haja vista necessitar de tempo suficiente para sanar as pendências de engenharia.
Posteriormente, a PMT, por meio do Ofício 0123/30/09/2013, de 30.09.2013, solicitou nova
prorrogação de vigência do CR, alegando necessitar de mais tempo para sanar as pendências
que motivaram a realização de glosas pela CAIXA.
A CAIXA, por meio do Ofício 02367/2014/GIGOV/FO, de 09.10.2014, comunicou à PMT que o
objeto pactuado estava paralisado desde 12.04.2012, data do último boletim de medição
apresentado, o que totalizava 910 (novecentos e dez) dias. Ressaltou as pendências de
Engenharia constantes do RAE 5: fissuras das arquibancadas e trincas no piso cimentado, que
ensejaram a realização de glosa no valor total de R$ 39.978,59, além da falta de apresentação
da PCP referente ao valor de R$ 13.176,21. Por fim, comunicou a concessão de 30 dias, a partir
do recebimento do citado ofício, para regularização da situação relatada ou devolução à conta
do Tesouro Nacional do montante liberado, atualizado monetariamente e com juros de mora.
A regularização das fissuras e trincas da arquibancada foi verificada na inspeção física
realizada pela CAIXA, conforme RAE 9, emitido em 18.05.2015, quando foi constatado que a
empresa construtora demoliu e construiu nova arquibancada, que, por ocasião da vistoria,
não apresentava ocorrência de fissuras.
Embora a PCP da 2ª parcela tenha sido aprovada em 13.12.2012, o desbloqueio da 3ª parcela,
no valor de R$ 13.176,21, somente foi realizado pela CAIXA em 17.03.2014 e o pagamento à
empresa SOMAQ em 02.06.2015, ou seja, após a regularização da arquibancada e outras
pendências de engenharia.

13
A PCP da 3ª parcela, no valor de R$ 13.176,21 (desbloqueio em 17.03.2014), foi apresentada
pela PMT à CAIXA, conforme Ofício nº 129/05-01-2016/ASS, de 05.01.2016, sendo aprovada
em 11.05.2016, conforme Documento “OGU – Relatório de Prestação de Contas Parcial”.
A PCP da 4ª parcela, no valor de R$ 187.595,35 (desbloqueio em 16.01.2017), foi apresentada
pela PMT à CAIXA, conforme Ofício nº 188/2017 – GP/EF, de 21.09.2017, sendo aprovada em
02.10.2018, conforme Documento “OGU – Relatório de Prestação de Contas Parcial”.
A obra, embora dada como concluída no exercício de 2017, teve a prestação de contas final
aprovada pela CAIXA somente em 29.04.2022. Atualmente, a quadra encontra-se em total
estado de abandono, conforme verificado por esta CGU, durante inspeção física realizada em
03.08.2022, fato que está consignado no Item 12 deste Relatório.

1.2. CR 0333751-22/2010 (SICONV 742662) – Construção de Infraestrutura em Balneário


Público no município de Tejuçuoca/CE.
O Contrato de Repasse nº 0333751-22/2010 foi firmado, em 10.09.2010, sob a égide da
Portaria Ministerial MPOG/MF/CGU nº 127, de 29.05.2008, entre a CAIXA, na qualidade de
Contratante e mandatária da União, e a Prefeitura Municipal de Tejuçuoca, na qualidade de
Contratada, para construção de um balneário no município de Tejuçuoca/CE, com vigência
inicial até 30.06.2014, no valor global de R$ 596.940,00, sendo R$ 585.000,00 de repasse
federal e R$ 11.940,00 de contrapartida municipal. O extrato do CR foi publicado no DOU em
20.09.2010.
De acordo com a documentação disponibilizada pela CAIXA, a PMT, por meio do Ofício nº
18/05-054/2011, de 18.05.2011, pediu prorrogação à GIDUR de cláusula suspensiva por mais
180 dias, a fim de ter prazo suficiente para elaboração do projeto técnico de engenharia.
Houve reiteração do pedido, conforme Ofício 27/07-014/2011, de 27.07.2011, e Ofício 08/11-
014/2011, de 08.11.2011.
Mencione-se que a PMT, por meio do Ofício 196/2011, de 30.11.2011, encaminhou à
GIDUR/FO “Documento de Regularidade da área (Autorização do DNOCS)”, de 29.11.2011, no
qual consta o seguinte:
... Autoriza o Município de Tejuçuoca, (...), a utilização precária por 20 (vinte) anos
de uma área não operacional e propriedade do DNOCS, medindo 1,0000 hectare,
encravada em terreno de propriedade do DNOCS representado pelo Lote 02/D, com
uma área total de 2,4007 hectares, no lugar denominado Boqueirão, distrito de
Tejuçuoca, que se limita ao norte com o rio Tejuçuoca, ao sul com terra de (...), ao
leste com o Lote 01/D de (...) e a oeste com o Lote 03/D de (...). Esta Autorização não
exime a Prefeitura Municipal de obtenção das citadas licenças ambientais
necessárias.

Mencione-se que, por exigência da legislação sobre a matéria, a regularização somente veio
com a Matrícula nº 3.467, registrada no Registro Geral do Cartório de Registro de Imóveis da
Comarca de Itapajé/CE, na qual consta que a Prefeitura adquiriu a área pelo valor de R$ 233,00
(duzentos e trinta e três reais), conforme Escritura de Compra e Venda de 12.12.2011.
De acordo com o Laudo de Análise Técnica de Engenharia – OGU, de 01.06.2012, o
empreendimento proposto foi considerado viável sob os aspectos de engenharia com as
seguintes pendências: “Apresentar Declaração do regime de execução da obra e Apresentar
Licença Ambiental”.
14
A Manifestação Técnica de Engenharia nº 000/2012 Setor Público – OGU, de 06.06.2012,
conclui, baseada no Laudo de Análise Técnica, que a proposta estava apta à aprovação com as
pendências citadas e acréscimo da necessidade de um novo Plano de Trabalho, em razão da
alteração da contrapartida municipal.
A Autorização de Início de Obra – AIO foi expedida pela CAIXA em 29.06.2012, embora
houvesse pendências denominadas Tomador, Alteração Contratual, Engenharia e Gerencial.
Ressalte-se que, conforme consta do Relatório Situação do Processo, de 05.07.2012, a data da
AIO foi corrigida para a data do efetivo início em 06.02.2012.
A alteração da AIO coincidiu com a data de efetivação da contratação da empresa Raça
Construções Transportes Serviços Ltda. - ME, CNPJ nº 10.510.277/0001-18, ocorrida em
06.02.2012.
A PMT solicitou, em 05.09.2012, por meio do Ofício 05/09-061/2012, a prorrogação de
vigência da cláusula suspensiva do CR, por mais 180 dias, em razão de necessidade de tempo
suficiente para “Aprovação do Projeto Técnico de Engenharia”.
O Plano de Trabalho - PT foi alterado para fazer constar o novo valor de contrapartida
municipal, passando o valor total do investimento para R$ 601.474,19, tendo sido aprovado
pela CAIXA em 19.11.2012.
Verifica-se que, no Cronograma de Desembolso do PT, os valores de Repasse Federal e do
Município seriam desembolsados em uma única parcela no mês de setembro de 2010.
Os repasses federais ocorreram em quatro parcelas, conforme discriminado na tabela a seguir:

Tabela 5 – Liberação dos Repasses Federais


Parcela Número da OB Data da OB Valor
(R$)
001 0806927 10.12.2012 6.727,50
002 0807837 19.12.2012 44.460,00
003 0802600 20.11.2015 241.312,50
004 0803448 22.12.2020 292.500,00
Total 585.000,00
Fonte: GIGOV FO/CAIXA

A pendência do licenciamento ambiental foi sanada apenas em 13.03.2013, mediante


expedição da Licença de Instalação nº 035/2013 – DICOP – GECON – SEMACE, com prazo de
vigência até 12.03.2017.
Apresenta-se, a seguir, a discriminação dos valores pagos à empresa Raça Construções
Transportes Serviços Ltda.:

15
Tabela 6 – Pagamentos efetuados à empresa Raça
Nota Fiscal - NF Data NF Data do Pagamento Valor da NF/Pagamento
(R$)
101 10.04.2013 15.04.2013 52.635,55
116 17.02.2016 29.02.2016 94.261,47
134 17.12.2020 22.12.2020 133.552,75
Total 280.449,77
Fonte: Processos de pagamento disponibilizados pela PMT.

Note-se que, no período compreendido entre 01.03.2016 e 21.12.2020 (1.756 dias), a


empresa Raça não foi remunerada, embora a CAIXA continuasse a vistoriar a obra e emitir os
seguintes documentos que atestam a realização de serviços: RAE 5, de 22.11.2018, no valor
de R$ 93.751,60, e RAE 6, de 21.06.2019, no valor de R$ 39.801,12.
Constata-se que a falta de liberação de recursos coincide com o término do licenciamento
ambiental que vigorou até 12.03.2017 e cumprimento de condicionantes contidas na Licença
de Instalação nº 8/2019 – DICOP - GECON da SEMACE, de 22.04.2019, e retiradas na alteração
efetuada, pelo órgão ambiental, em 15.07.2020, as quais impediam a realização de obra no
local.
Destaque-se aqui o Ofício nº 03.06.001/2019, de 03.06.2019, dentre outros apresentados no
mesmo sentido, no qual a PMT informa sobre dificuldades em obter a renovação do
licenciamento ambiental:
(...) A aludida obra encontra-se em execução. Tivemos dificuldades no decorrer da
obra, principalmente no tocante a renovação do licenciamento ambiental, mas que
já está sendo providenciado. Considerando a evolução da obra, de acordo com o
boletim de medição encaminhado em 27/05/2019, o qual está em análise e
considerando os enormes benefícios que a conclusão da obra em questão irá trazer
para o desenvolvimento de nossa econômica, é que estamos fazendo o pedido de
prorrogação. (...).

O atraso da obra decorrente da regularização ambiental foi de 1.219 dias, referente ao


período de 13.03.2017 a 14.07.2020.
Após os atrasos decorrentes de falta de pagamento e de renovação do licenciamento
ambiental, a PMT emitiu Declaração, em 09.02.2022, sobre a finalização em 21.06.2021 do
seu contrato com a empresa Raça Construções, Transportes e Serviços Ltda., por decurso de
prazo contratual previsto no Aditivo Contratual nº 19, celebrado em 23.12.2020.
A PMT instaurou a Tomada de Preços nº 2021.07.02.01-001, cuja abertura ocorreu em
12.07.2021, para dar continuidade à obra, na qual se sagrou vencedora a empresa MS Obras
e Serviços Ltda., CNPJ nº 41.356.135/0001-71, e, por conseguinte, firmou em 16.09.2021, o
Contrato nº 2021.07.02.01-001, no valor de R$ 375.246,39.
De acordo com o documento “Histórico da Demanda”, de 24.11.2021, que trata de Alteração
Contratual, verifica-se que foi solicitado o aumento de contrapartida para conclusão das obras
do CR 0333751-22, em razão de data-base para realização de nova licitação, uma vez que havia
grande defasagem de preços (contrato antigo). Consta, também, que a PMT já suprimiu da

16
planilha orçamentária anteriormente aprovada alguns serviços não imprescindíveis às
funcionalidades do empreendimento. As supressões foram objeto de análise pela CAIXA com
a emissão de parecer de reprogramação acatando o novo valor que ensejou o aumento da
contrapartida, além dos limites da Lei de Diretrizes Orçamentária – LDO.
Conforme consta do Ofício 550/2021/CGCI/DIETU/GSNINFRA, de 24.11.2021, o Coordenador-
Geral de Gestão de Contratos de Infraestrutura Turística e o Diretor do Departamento de
Infraestrutura Turística do Ministério do Turismo, considerando parecer favorável da
GEOTR/CAIXA, não verificaram óbice na aceitação do pleito do tomador para ampliação da
contrapartida no CR, possibilitando a sua plena execução e garantia de funcionalidade do
objeto pactuado.
A CAIXA informou à PMT, conforme Ofício nº 0936/2022/GIGOV/FO, de 14.06.2022, que os
elementos referentes ao resultado do processo licitatório com a empresa MS Obras e Serviços
Ltda. foram analisados e aceitos, quanto ao custo e ao objeto, podendo dar prosseguimento
ao empreendimento, apresentando as medições.
Considerando que não houve a emissão de relatórios de execução de serviços enviados à
CAIXA, a obra, atualmente, encontra-se paralisada e abandonada por mais de 321 dias, desde
16.09.2021 (data da assinatura do contrato com a empresa MS) até 03.08.2022 (data da
inspeção física realizada pela CGU), fato que está registrado no Item 05 deste Relatório.

1.3. CR 0361815-75/2011 (Siafi 756096/2011) – Construção do Estádio Municipal de


Tejuçuoca/CE.
O Contrato de Repasse nº 0361818-75/2011 foi firmado, em 16.12.2011, sob a égide da
Portaria Ministerial MPOG/MF/CGU nº 127, de 29.05.2008, entre a CAIXA, na qualidade de
Contratante e mandatária da União, e a Prefeitura Municipal de Tejuçuoca, na qualidade de
Contratada, para construção de um estádio no município de Tejuçuoca/CE, com vigência inicial
até 30.06.2014, no valor global de R$ 714.300,00, sendo R$ 700.000,00 de repasse federal e
R$ 14.300,00 de contrapartida municipal.
Ressalte-se que a Portaria Ministerial MPOG/MF/CGU nº 507, de 24.11.2011, publicada no
DOU em 28.11.2011, já estava em vigor quando da formalização do aludido CR.
De acordo com a documentação disponibilizada pela CAIXA, apenas em 10.06.2013, tendo por
base a elaboração do Laudo de Análise Técnica de Engenharia, a proposta foi qualificada apta
à aprovação com as seguintes pendências: apresentar ART de projetos, de orçamento e de
fiscalização definitivas, apresentar projetos aprovados pelo corpo de bombeiros, apresentar
a declaração de viabilidade da concessionária de água e apresentar declaração de
responsabilidade de execução de infraestrutura.
A CAIXA aprovou, em 10.10.2013, o Plano de Trabalho contendo duas metas de
“CONSTRUÇÃO DE ESTÁDIO NO MUNICÍPIO DE TEJUÇUOCA-CE”, sendo uma de R$ 700.000,00,
de responsabilidade do Ministério do Esporte e outra de R$ 38.857,50, de responsabilidade
da PMT, com cronograma de desembolso estabelecido para junho de 2012.
Os repasses federais, diferentemente do plano de trabalho inicialmente aprovado, ocorreram
em cinco parcelas, conforme discriminado na tabela a seguir:

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Tabela 7 – Liberação dos Repasses Federais
Parcela Número da OB Data da OB Valor
(R$)
001 0802723 12.11.2013 350.000,00
002 0801591 14.08.2020 81.060,00
003 0801975 17.12.2020 126.000,00
005 0800242 28.07.2021 58.660,00
006 0800547 28.10.2021 84.280,00
Total 700.00,00
Fonte: GIGOV FO/CAIXA

A PMT contratou, em 18.06.2013, para execução da obra, a empresa Domingos & Cassiano
Comércio e Serviços Ltda, CNPJ nº 11.209.992/0001-88, pelo valor de R$ 724.744,09,
fundamentado na Tomada de Preços nº 2013.05.29.02 – Cultura, na Lei nº 8.666/93 e na
proposta de preços da contratada.
Houve atraso no início da realização dos serviços contratados junto à empresa Domingos &
Cassiano, em razão de diversas pendências de ordem administrativa e de engenharia, inclusive
de outros contratos de repasse, as quais estão registradas nos Relatórios de Situação do
Processo, de 10.06.2013 e 23.09.2014, elaborados pela CAIXA.
O início efetivo das obras somente foi autorizado em 04.02.2015 no valor de R$ 724.744,09.
O atraso decorrente das pendências relacionadas pela CAIXA foi de 688 dias, considerado
entre a data da contratação (18.03.2013) e a data de autorização para início da obra
(04.02.2015).
Esse fato, evidentemente, traz prejuízo ao objeto contratado, considerando que o repasse
federal não sofre reajuste e a PMT, se for o caso, tem que arcar com os custos de majoração
de materiais e serviços que compõem a planilha orçamentária e/ou diminuir a qualidade dos
materiais e/ou itens contratados.
Apresenta-se, a seguir, a discriminação dos valores pagos à empresa Domingos e Cassiano:

Tabela 8 – Pagamentos efetuados à empresa Domingos e Cassiano


Nota Fiscal - NF Data NF Data do Pagamento Valor da NF/Pagamento
(R$)
251 28.05.2015 01.06.2015 145.937,81
295 09.09.2015 09.09.2015 92.133,48
351 29.02.2016 04.03.2016 110.967,50
Total 349.038,79
Fonte: Processos de pagamento disponibilizados pela PMT.

18
Informe-se que, no processo de pagamento da terceira medição disponibilizado pela PMT,
está anexada, indevidamente, uma quarta medição, a qual não foi paga e registra o valor de
R$ 78.450,43, correspondente ao executado no período e acumulado de R$ 426.233,15 (sic).
Cabe observar que os pagamentos comprovadamente realizados à empresa Domingos e
Cassiano atingiram o montante de R$ 349.038,79, ou seja, correspondentes a 48,16% do total
contratado.
Mencione-se que, até as três primeiras medições emitidas pela Domingos e Cassiano, não
houve qualquer vistoria em campo pelos engenheiros e/ou empresas credenciados pela
CAIXA, haja vista a seguinte informação:
... Os referidos desbloqueios foram baseados na apresentação de RRE – Relatório
Resumido do Empreendimento, documento utilizado para demonstrar a execução
físico-financeira do objeto. Para estas liberações não houve vistorias em campo, pois
o marco de 50% do objeto não tinha sido atingido;
A CAIXA, posteriormente, empreendeu vistorias em 22.08.2016, 22.10.2018 e 04.04.2019,
atestando o cumprimento da obra no valor total de R$ 350.143,40, valor este R$ 1.104,61
maior que o valor total desbloqueado (R$ 349.038,79).
Note-se aqui uma diferença considerável entre o atestado pela CAIXA (R$ 350.143,40) e o
valor acumulado da quarta medição (R$ 426.233,15).
Mencione-se que a PMT apresentou à CAIXA, em 28.05.2019, o Ofício 28.05.001/2019,
informando a impossibilidade de conclusão das obras pela empresa contratada e que iria
realizar novo procedimento licitatório para contratar os serviços remanescentes. Anexo ao
citado Ofício, foi disponibilizado o Termo de Rescisão Amigável de 15.01.2019.
Ante a rescisão aludida, houve a realização de novo procedimento licitatório para
continuidade da obra do estádio (Tomada de Preço 2019.08.08.01), sagrando-se vencedora a
empresa Guanabara Construções Transportes e Serviços EIRELI ME, CNPJ nº 10.905.621/0001-
78, a qual firmou, em 11.10.2019, o Contrato nº 2019.10.11.01, no valor de R$ 407.827,82.
Observe-se que entre o pagamento da última medição à empresa Domingos e Cassiano
ocorrido, em 04.03.2016, até 11.10.2019, data de início da retomada da obra pela Guanabara,
transcorreram 1.316 dias de paralisação da obra.
Apresenta-se, a seguir, a discriminação dos valores pagos à empresa Guanabara:

Tabela 9 – Pagamentos efetuados à empresa Guanabara Construções


Nota Fiscal - NF Data Valor da NF Data do Valor do Pagamento
Pagamento
(R$) (R$)
527 31.08.2020 116.633,23 09.09.2020 116.633,23
551 21.12.2021 199.915,87 16.03.2021 142.293,53
Totais 316.549,10 258.926,76
Fonte: Processos de pagamento disponibilizados pela PMT.

19
O pagamento da Nota Fiscal 551 deveria ter sido realizado à empresa Guanabara, no valor de
R$ 199.915,87, contudo, segundo a CAIXA, foram liberados apenas R$ 142.923,53, por não
existir saldo suficiente de recursos creditado pelo Ministério Gestor, conforme consta do
Ofício nº 0415/2021/GIGOV FO, de 26.04.2021, enviado à Procuradoria da República em
Itapipoca/CE.
Mencione-se que a PMT apresentou à CAIXA, conforme Ofício nº 14.03.001/2021 (sic), de
14.03.2022, replanilhamento do projeto aprovado para conclusão dos serviços, justificando
que o contrato com a empresa Guanabara vencera e não havia interesse da parte dela na
renovação devido à defasagem dos preços. Ademais, solicitou a análise e aprovação da
documentação encaminhada para que pudessem concluir a obra em questão.
Considerando que não houve a emissão de relatório de execução da obra emitido pela CAIXA,
a obra, atualmente, encontra-se paralisada e abandonada, situação observada durante
vistoria realizada pela CGU em agosto de 2022, conforme descrito no Item 5 deste Relatório.

2. Histórico dos Termos de Compromisso - TC nºs PAC2 066545/2013,


PAR 22430/2014, PAR 22432/2014 e PAR 30210/2014.
2.1. TC PAC nº PAC2 06645/2013 (ID 1005395) – Construção de uma Quadra Poliesportiva
escolar coberta na localidade de Açude em Tejuçuoca/CE.
A PMT firmou o TC PAC 2 06645/2013 com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
– FNDE, a fim de executar a construção de 01 (uma) quadra esportiva escolar coberta, no valor
de R$ 510.000,00, considerando o que dispõe a Lei nº 11.578, de 26.11.2007, e conforme
projeto fornecido ou aprovado pelo Fundo.
O documento foi validado, em 11.11.2013, pelo Prefeito Municipal à época e traz 26
condicionantes que devem ser observadas pelo ente municipal.
As liberações de recursos do TC 2066445/2013, por parte do FNDE, ocorreram da seguinte
forma:

Tabela 10 – Liberações FNDE referente ao Termo 6645


Parcela Data Pagamento Valor do Pagamento Percentual do Pagamento
(R$) (%)
1ª 13.06.2014 102.000,00 20,00
2ª 30.06.2014 153.000,00 30,00
3ª 15.12.2015 20.400,00 4,00
Total 275.400,00 54,00
Fonte: FNDE

A PMT instaurou, a fim de dar cumprimento à execução do objeto, a Tomada de Preços nº


2013.12.03.05, sagrando-se vencedora a empresa AFORTE Construções e Reformas Ltda. –

20
ME, CNPJ nº 15.033.561/0001-64, conforme Contrato nº 2014.01.07.01, no valor de R$
502.453,02, a qual executou 47,77% do empreendimento, tendo sido rescindido o referido
contrato, unilateralmente, em 28.11.2018, conforme a seguinte justificativa:
CLÁUSULA TERCEIRA – DA JUSTIFICATIVA
3.1 CONSIDERANDO a ocorrência da paralisação e inexecução há qual não foi
informada a esta administração no tocante a processo TOMADA DE PREÇO nº
2013.12.03.05 TP FME cujo objeto é CONTRATAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DA
QUADRA POLIESPORTIVA PEQUENA CAIÇARA E CONSTRUÇÃO DA QUADRA
POLIESPORTIVA COM VESTUÁRIO DE AÇUDE NO MUNICÍPIO DE TEJUÇUOCA CE
Diante da provocação do ministério da educação e constatada ausência de
informações junto ao SIMEC consta como obra paralisada (1015343) escola sede no
município de Tejuçuoca a Secretaria notificou a empresa contratada não obtendo
resposta da mesma dentro do prazo notificado.”

Apresenta-se, a seguir, a execução financeira dessa contratação:

Tabela 11 - Execução Financeira do 1º Contrato firmado com a AFORTE Construções e


Reformas Ltda.
Medição Data Nota Fiscal nº Data NF Data do Total do Pagamento
Pagamento
(R$)
1 12.03.2014 36 13.03.2014 04.07.2014 25.346,44
2 01.07.2014 61 01.08.2014 01.08.2014 9.927,44
3 04.12.2014 70 04.12.2014 04.12.2014 13.684,57
4 16.12.2014 71 16.12.2014 16.12.2014 20.274,61
5 13.03.2015 79 13.03.2015 13.03.2015 27.990,03
6 07.04.2015 82 07.04.2015 08.04.2015 36.662,90
7 07.04.2015 86 30.04.2015 30.04.2015 26.985,05
8 15.05.2015 88 15.05.2015 19.05.2015 39.659,94
9 17.08.2015 90(1) 17.08.2015 18.08.2015 43.027,95
24.183,00(3)
10 - 91(2) 23.09.2015 21.064,41
Total (4) 288.806,35
Fonte: Medições e notas fiscais disponibilizadas (em PDF) pelo fiscal do Contrato (1ª a 3ª medições e 5ª a 9ª
medições), dados do Portal da Transparência do TCE (1ª a 10ª Medições) e dados SIMEC consultados em
10.10.2022 (1ª a 9ª medições).
(1)
O valor bruto da NF 90 é de R$ 67.210,96, sendo o pagamento efetuado em duas parcelas.
(2)
Consta no histórico do extrato bancário que o valor de R$ 24.183,00 é referente a “Pagamento de Boleto”.
(3)
O valor bruto da NF 91, conforme dados do TCE, é de R$ 38.110,56, entretanto, somente foi pago o valor de
R$ 21.064,41.
(4)
Valores pagos da CC 115789 da Agência 4150 do Banco do Brasil S/A (CC específica do TC).

21
Verifica-se, de acordo com a aba Execução Financeira do SIMEC, a existência de dados
relacionados aos pagamentos efetuados à AFORTE, no montante de R$ 267.741,94, referentes
às medições 1 a 9.
Ademais, a PMT não disponibilizou os respectivos processos de pagamento.
Da análise da Tabela 11, verifica-se que a empresa AFORTE acumulou pagamentos que
representam 57,48% do total contratado (R$ 502.453,02). Caso seja considerando o valor
pendente de R$ 17.046,15, referente à NF 91, de 23.09.2015, o acúmulo sobe para 60,87%.
Ressalte-se que os pagamentos efetuados pela PMT à AFORTE, no montante de R$
288.806,35, superam em R$ 13.406,35, os repasses liberados pelo FNDE, indicando que foram
utilizados os rendimentos da conta de fundos/poupança.
De acordo com dados existentes no SIMEC, verifica-se que a PMT instaurou, no intuito de dar
continuidade às obras, a Tomada de Preços nº 2019.02.13.01, da qual se sagrou vencedora e,
por conseguinte, contratada, a empresa EB Soares Construções Ltda., CNPJ nº
02.778.929/0001-71, pelo valor de R$ 393.011,66, conforme contrato assinado em
17.07.2019.
Não se verificou no SIMEC, existência de serviços pagos referente a essa segunda contratação,
contudo, em consulta ao Tribunal de Constas do Estado do Ceará – TCE/CE, constam os
seguintes pagamentos:

Tabela 12 - Execução Financeira do 2º Contrato firmado com a EB Soares Construções Ltda.


Medição NF Nº Data Valor Bruto Data Valor do Pagamento (1)
Pagamento
(R$) (R$)
1 002 20.11.2019 73.360,26 27.11.2019 36.000,00
10.12.2019 37.360,26
2 005 17.02.2020 69.640,68 21.02.2020 40.000,00
18.03.2020 29.640,68
Total 143.000,94 143.000,94
Fonte: TCE/CE.
(1)
Pagamento ocorrido com recursos da CC 0001011030 da Ag. 041505 do Banco do Brasil S/A.

Mencione-se que, de acordo com o TCE/CE, consta registro de que a licitação é a Tomada de
Preços nº 2019.02.13.01, de 13.02.2019, mesma registrada no SIMEC, porém, a avença é
outra, qual seja, Contrato nº 262902 e Original 2019071601, de 14.11.2019.
De acordo com a aba “Execução Financeira Contratação” do SIMEC, a obra encontra-se
paralisada, com percentual aproveitável do contrato anterior (AFORTE) de 47,77%, e do
contrato atual (EB SOARES) de 53,62%, sendo que o percentual executado, somando o
anterior e o atual, é de 75,78%.
Note-se que o avanço físico pago e executado do contrato anterior (AFORTE) foi de 53,29%,
conforme documentação registrada no SIMEC.

22
Com relação à contratação atual (EB SOARES), não constam pagamentos registrados no
SIMEC, embora a PMT tenha efetuado pagamentos no valor de R$ 143.000,94,
correspondentes a um percentual de avanço físico de 36,39% da contratação atual (R$
393.011,66).
Consta que a vigência do TC foi repactuada para 10.11.2022, muito embora a prestação de
contas dos recursos já utilizados não tenha sido enviada, conforme consulta realizada, em
14.10.2022, ao SIMEC (Acesso Público). O saldo bancário (Conta Corrente + Conta Poupança
+ Fundo) encontra-se zerado.
Ressalte-se que a última vistoria realizada pela supervisora do FNDE ocorreu em 14.06.2022,
sendo constatado, dentre outros problemas, os mesmos fatos apontados por esta equipe de
fiscalização, os quais estão relatados no Item 11 deste Relatório.

2.2. TC nº 22430/2014 (ID 1007231) - Construção de Escola de 12 (doze) Salas de Aula no


Centro de Tejuçuoca/CE.
A PMT firmou o TC PAR nº 22430/2014 com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE, a fim de executar as atividades inerentes à construção de 1 (uma) unidade
escolar de Ensino Fundamental por meio do apoio financeiro no âmbito do Plano de Ações
Articuladas – PAR, com valor aprovado de R$ 3.533.999,99 e vigência de 720 dias a partir da
primeira parcela de liberação dos recursos, conforme extrato do TC publicado no DOU de
27.01.2014. Ressalte-se que, no SIMEC, consta que o valor pactuado foi de R$ 3.534.000,00.
Consta no SIMEC que o TC foi validado, em 19.01.2016, pelo Prefeito Municipal à época, com
registro de início de vigência em 01/2014 e sem registro do fim.
O Prefeito atual fez nova validação ao documento em 31.05.2022, comprometendo-se a
executar as ações elaboradas no Plano de Ações Articuladas – PAR, conforme extrato do termo
e com 25 condicionantes estabelecidas. O Cronograma de Execução Físico-Financeiro registra
o “MÊS INICIAL: 05/2022” e o “MÊS FINAL: 17.02.2023”.
As liberações de recursos do TC no PAR 22430/2014, por parte do FNDE, ocorreram da seguinte
forma:

Tabela 13 - Liberações FNDE referente ao TC PAR 22430/2014


Parcela Data Pagamento Valor do Pagamento Percentual do Pagamento
(R$) (%)
1ª 27.01.2014 176.700,00 5,00
2ª 01.12.2014 530.100,00 15,00
3ª 14.12.2015 176.700,00 5,00
4ª 28.12.2016 141.360,00 4,00
5ª 24.09.2021 141.360,00 4,00
6ª 30.09.2021 565.440,00 16,00
Total 1.731.660,00 49,00
Fonte: FNDE

23
A PMT instaurou, a fim de dar cumprimento à execução do objeto, a Tomada de Preços nº
2014.01.31.01.TP, sagrando-se vencedora a empresa OGC Serviços de Limpeza Ltda., CNPJ nº
00.789.209/0001-86, conforme Contrato nº 2014.06.20.01, no valor de R$ 3.500.038,00, a
qual executou 29,47% do empreendimento, tendo sido rescindido o referido contrato,
unilateralmente, em 28.11.2018, conforme a seguinte justificativa:
CLÁUSULA TERCEIRA – DA JUSTIFICATIVA
3.1 CONSIDERANDO a ocorrência da paralisação dos serviços de CONTRATAÇÃO
PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA DE 12 SALAS PADRÃO FNDE NA SEDE DO
MUNICÍPIO DE TEJUÇUOCA-CE, onde a Prefeitura não foi informada, no tocante a
processo tomada de Preço Nº 2014.01.31.01.TP cujo objeto:
Mediante provocação do ministério da educação e constatada ausência de
informações junto ao SIMEC consta como obra paralisada (1007231) escola sede no
município de Tejuçuoca, esta Secretaria notificou a empresa contratada, não
obtendo resposta da mesma dentro do prazo notificado.

Apresenta-se, a seguir, a execução financeira dessa contratação:

Tabela 14 - Execução Financeira do 1º Contrato firmado com a OGC Serviços de Limpeza


Ltda. - ME
Medição Data NF Data NF Data Total
Pagamento
(R$)
1 16.10.2014 24 07.11.2014 10.11.14 88.524,19
2 08.12.2014 28 09.12.2014 09.12.2014 59.510,56
3 30.12.2014 31 15.01.2015 15.01.2015/ 56.235,81
21.01.2015
4 03.02.2015 32 04.02.2015 04.02.2015 144.681,72
5 03.03.2015 35 04.03.2015 04.03.2015 112.464,54
6 26.03.2015 37 Ilegível 26.03.2015 256.023,55
7 20.01.2016 75 03.03.2016 04.03.2016 123.270,16
8 26.04.2016 81 26.04.2016 27.04.2016 43.345,05
9 24.05.2016 84 24.05.2016 25.05.2016 14.698,20
10 05.07.2017 117 27.07.2017 31.07.2017 68.473,74
11 01.11.2017 123 16.11.2017 17.11.2017 64.312,94
Total 1.031.540,46
Fonte: SIMEC e fiscalização da PMT.

Da análise da Tabela 14, verifica-se que, entre as medições 6 (26.03.2015) e 7 (20.01.2016),


houve demora excessiva de 300 dias para apresentação de novas medições dos serviços
executados e, entre as medições 9 (24.05.2016) e 10 (05.07.2017), 407 dias.
Comparando com as liberações de recursos do FNDE, verifica-se que o acumulado até a 6ª
medição (26.03.2015) era de R$ 717.440,37, enquanto as liberações do FNDE acumulavam até

24
01.12.2014 (2ª parcela), o valor de R$ 706.800,00, ou seja, somente foi possível efetuar o
pagamento com os rendimentos da conta de fundos/poupança.
Com relação à 10ª medição (05.07.2017), verifica-se que o acumulado era de R$ 967.227,52,
enquanto as liberações do FNDE acumulavam, até 28.12.2016 (4ª parcela), o valor de R$
1.024.860,00, suficiente para realizar o pagamento desde dezembro de 2016.
Por meio da Tomada de Preços nº 2019.02.13.03, sagrou-se vencedora a empresa Guanabara
Construções Ltda., CNPJ nº 010.905.562/0001-78, com valor total de R$ 1.859.601,89, para a
execução do remanescente de obras, sendo firmado, em 24.06.2019, o Contrato nº
2019.06.4.02, com ordem de início dos serviços em 25.06.2019.
Não se identificou no SIMEC (relação de pagamentos), a existência de serviços pagos
referentes a essa segunda contratação, contudo, a PMT disponibilizou a primeira medição
paga à empresa Guanabara, referente à Nota Fiscal nº 453, de 19.08.2019, no valor de R$
59.577,51.
As movimentações de recursos foram debitadas da Conta Corrente (CC) no 11612-2 PM
TEJUCUOCA-PAR, Ag. 4150-5, do Banco do Brasil, mediante transferência bancária ocorrida
em 23.08.2019, no valor de R$ 15.000,00, ou seja, inferior ao valor dos serviços realizados e
registrados na 1ª medição.
Da análise dos extratos bancários, o motivo do pagamento inferior à medição foi por absoluta
falta de recursos financeiros (posição 10/2019) na CC específica do TC (saldo zero), bem como
na conta de investimento (saldo de R$ 788,24).
Ressalte-se que a conta de investimento registra em julho de 2022, após as liberações de
recursos em 2021, o saldo de R$ 753.533,54, o qual está sem utilização desde 23.08.2019.
De acordo com a aba “Execução Financeira Contratação” do SIMEC, a obra encontra-se
paralisada, com percentual aproveitável do contrato anterior (OGC) de 29,47%, e do contrato
atual (Guanabara) de 29,01%, sendo que o percentual executado, somando o anterior e o
atual, é de 49,93%.
Consta que a vigência do TC foi repactuada para 17.02.2023, muito embora a prestação de
contas dos recursos já utilizados não tenha sido enviada, conforme consulta realizada, em
14.10.2022, ao SIMEC (Acesso Público). O saldo bancário (Corrente + Conta Poupança + Fundo)
é de R$ 760.496,82.
Ressalte-se que o Relatório de Inconformidades e Restrições elaborado pelo FNDE, após a
última vistoria realizada pela supervisora do FNDE, em 14.06.2022, registra, dentre outros
problemas, os mesmos fatos apontados por esta equipe de fiscalização, os quais estão
relatados no Item 4 deste Relatório.

2.3. TC 22432/2014 (ID 1007232) – Construção de Escola de Seis Salas de Aula na localidade
de Monte Carmelo em Tejuçuoca/CE.
A PMT firmou o TC PAR nº 22432/2014 com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE, a fim de executar as atividades inerentes à construção de uma unidade
escolar de Ensino Fundamental por meio do apoio financeiro no âmbito do Plano de Ações
Articuladas – PAR, no valor de R$ 1.021.956,00, com prazo de 720 dias a partir da primeira
parcela, conforme extrato do TC publicado no DOU de 27.01.2014.
25
Registre-se que o extrato foi publicado com erro na numeração do TC, tendo sido indicado o
código 22431/2014. No mesmo DOU, consta a publicação do TC PAR nº 22432/2014 tendo
como partícipe a Prefeitura Municipal de Tianguá/CE. Ressalte-se que toda a documentação
extraída do SIMEC registra a construção da Escola como vinculada ao Termo de Compromisso
no 22432/2014.
Verifica-se que o documento foi validado, em 26.11.2018, pela Prefeita Municipal à época e
traz 25 condicionantes que deviam ser observadas pelo ente municipal.
As liberações de recursos do TC PAR no 22432/2014, por parte do FNDE, ocorreram da seguinte
forma:

Tabela 15 – Liberações FNDE referente ao TC 22432/2014


Parcela Data Pagamento Valor do Pagamento Percentual do Pagamento
(R$) (%)
1ª 18.02.2014 204.391,20 20,00
2ª 14.01.2015 306.586,80 30,00
Total 510.978,00 50,00
Fonte: FNDE

A PMT instaurou, a fim de dar cumprimento à execução do objeto, a Concorrência nº


2014.01.31.01 - FME, sagrando-se vencedora do Lote 01, referente à construção de uma
escola de seis salas padrão FNDE na localidade de Monte Carmelo, a empresa VTS Construções
e Locações – EIRELI, CNPJ nº 17.625.097/0001-20, conforme Contrato nº 2014.06.20.01, no
valor de R$ 1.000.824,66, cujo extrato foi publicado no DOU, em 26.06.2014, e retificado no
DOU de 02.07.2014, a fim de constar correção na sua vigência: “(...) onde-se lê até 19 de
Setembro de 2013, leia-se 20 de dezembro de 2014, (...)”.
Apresenta-se, a seguir, a execução financeira dessa contratação:

Tabela 16 - Execução Financeira do 1º Contrato firmado com a VTS Construções e Locações


– EIRELI
Medição Data Nota Fiscal nº Data NF Data do Valor (R$)
Pagamento (1)
1 03.07.2014 18 03.07.2014 04.07.2014 8.701,82
2 30.07.2014 25 31.07.2014 31.07.2014 17.941,08
3 04.09.2014 32 04.09.2014 05.09.2014 56.250,25
4 26.09.2014 33 26.09.2014 26.09.2014 107.941,65
5 23.10.2014 39 24.10.2014 24.10.2014 17.948,19
6 52 (3) 20.03.2015 67.185,02
7 23.02.2015 57 23.02.2015 23.02.2015 71.290,57
8 20.03.2015 60 20.03.2015 20.03.2015 49.997,17

26
9 16.04.2015 63 (4) 15.04.2015 16.04.2015 54.096,36
10 06.05.2015 65 06.05.2015 06.05.2015 50.695,28
TOTAL 502.047,39
Fonte: Processos de pagamento em “PDF” disponibilizados pela PMT.
(1)
Pagamentos debitados da CC 11613-0 da Agência 4150-5 do Banco do Brasil S/A.
(2)
Processo de pagamento da 6ª medição não disponibilizado
(3)
Dados da Nota Fiscal 52 disponibilizados no SIMEC.
(4)
Nota Fiscal nº 63 não consta no processo de pagamento.

Da análise da Tabela 16, verifica-se que a empresa VTS acumulou avanço físico e/ou financeiro
de 50,16% do total contratado (R$ 1.000.824,66).
A VTS Construções e Locações EIRELI – EPP teve o contrato rescindido, de forma amigável, em
15.03.2019, tendo como fundamentação o Inciso XII do Art. 78 (razões de interesse público,
de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima
autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no
processo administrativo a que se refere o contrato) conjuntamente com o inciso II do art. 79
(amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que
haja conveniência para a Administração), todos da Lei nº 8.666/93 e suas alterações
posteriores.
Ressalte-se que, na documentação disponível, não se identificou o termo de rescisão assinado
pela empresa VTS, constando apenas documentos que trazem referências à rescisão amigável
(Ofício 27/2019, de 15.03.2019, excertos do Termo de Rescisão, extrato da rescisão e da
publicação efetuada no flanelógrafo da PMT).
De acordo com a aba “Execução Financeira Contratação” do SIMEC, a obra encontra-se
“Inacabada”, com percentual aproveitável do contrato anterior (VTS) de 55,11%, e do contrato
atual (não consta formalização de nova licitação nem de contrato firmado) de 0%, sendo que
o percentual executado, somando o anterior e o atual, é de 55,11%.
Note-se que o avanço físico pago do Contrato anterior (VTS) foi de 50,16%, conforme
documentação registrada no SIMEC.
O Engenheiro Civil, Registro Nacional do Profissional (RNP) 060415087-3, elaborou Laudo
Técnico em 07.06.2020, que retrata a situação de execução da obra e traz comentários e
soluções para os problemas identificados, inclusive para as restrições e inconformidades
registradas pela empresa contratada pelo FNDE para supervisionar a obra.
O atual Prefeito, por meio do Ofício 112/2022, de 28.07.2022, solicita ao FNDE pedido de
repactuação do TC, a fim de retomar o empreendimento.
Embora a repactuação ainda não tenha sido realizada, verifica-se que a prestação de contas
foi enviada, conforme consulta realizada, em 14.10.2022, ao SIMEC (Acesso Público). O saldo
bancário (Conta Corrente + Conta Poupança + Fundo) encontra-se com R$ 1,20.
Mencione-se que, em visita realizada por esta CGU, em 03/08/2022, verificou-se que a obra
está abandonada e com os mesmos problemas identificados pela empresa supervisora das
obras contratada pelo FNDE, os quais serão objeto de registro no Item 4 deste Relatório.

27
2.4. TC 30210/2014 (ID 1015343) - Construção de Escola de Seis Salas de Aula na localidade
de São Bento em Tejuçuoca/CE.
A PMT firmou o TC PAR nº 30210/2014 com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE, a fim de executar as atividades inerentes à construção de uma unidade
escolar de Ensino Fundamental por meio do apoio financeiro no âmbito do Plano de Ações
Articuladas – PAR, no valor de R$ 1.022.196,00, com prazo de 720 dias a partir da primeira
parcela, conforme extrato do TC publicado no DOU de 27.01.2014.
Identificou-se, conforme consulta realizada, em 14.10.2022, ao SIMEC, a validação do
documento em 27.12.2018, pelo Prefeita Municipal à época, que traz 25 condicionantes que
devem ser observadas pelo ente municipal.
Mencione-se que o referido TC encontra-se vencido, haja vista que o seu Cronograma de
Execução Físico-Financeiro registra as seguintes datas: “MÊS INICIAL: 12/2018 E MÊS FINAL:
30/06/2019”.
A única liberação de recursos do TC 30210/2014, por parte do FNDE, ocorreu da seguinte
forma:

Tabela 17 – Liberação FNDE referente ao Termo 30210/2014


Parcela Data Pagamento Valor do Pagamento Percentual do
(R$) Pagamento (%)
1ª 04.07.2014 204.439,20 20,00
Total 204.439,20 20,00
Fonte: FNDE

A PMT instaurou, a fim de dar cumprimento à execução do objeto, a Tomada de Preços nº


2014.05.28.01-FME, sagrando-se vencedora a empresa AFORTE Construções e Reformas Ltda.
– ME, CNPJ nº 15.033.561/0001-64, conforme Contrato nº 2014.12.23.01, de 23.12.2014, no
valor de R$ 1.001.536,75.
Apresenta-se, a seguir, a execução financeira dessa contratação:

Tabela 18 - Execução Financeira do 1º Contrato firmado com a AFORTE Construções e


Reformas Ltda.
Medição Data Nota Fiscal no Data NF Data do Total
Pagamento (1)
(R$)
1 - 73 10.02.2015 10.02.2015 203.520,55
2 - 95 09.11.2015 10.11.2015 11.013,27
TOTAL 214.533,82
Fonte: Processos de pagamento disponibilizados pela PMT e SIMEC.
(1)
Pagamentos debitados da CC 11.800-1 da Ag. 4150-5 do Banco do Brasil S/A.

28
Posteriormente, em 28.11.2018, o referido contrato foi rescindido, unilateralmente, de
acordo com a seguinte justificativa:
CLÁUSULA TERCEIRA – DA JUSTIFICATIVA
3.1. CONSIDERANDO a ocorrência da paralisação e inexecução há qual não foi
informada a esta administração no tocante a processo Concorrência Pública nº
2014.05.28.01 -FME cujo objeto é CONTRATAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA
ESCOLA DE 06 SALAS PADRÃO FNDE NA LOCALIDADE DE SÃO BENTO NO MUNICÍPIO
DE TEJUÇUOCA CE
Diante da provocação do ministério da educação e constatada ausência de
informações junto ao SIMEC consta como obra paralisada (1015343) escola sede no
município de Tejuçuoca, esta Secretaria notificou a empresa Contratada, não
obtendo resposta da mesma dentro do prazo notificado.
Destarte, em obediência ao Princípio da Eficiência e Moralidade, a Prefeitura
Municipal de Tejuçuoca – Ce, através de sua Secretaria de Infraestrutura resolve
RESCINDIR UNILATERALMENTE o contrato Nº 2014122301.
A PMT, a fim de dar continuidades às obras de construção da Escola da localidade de São
Bento, firmou, em 24.06.2019, o Contrato nº 2019.06.24.01 com a empresa Guanabara
Construções Transportes e Serviços -EIRELI ME, CNPJ nº 10.905.621/0001-78, decorrente da
Concorrência Pública nº 2019.02.13.02, no valor de R$ 855.143,37, porém, não há registros
de medições no SIMEC.
A Prefeita de Tejuçuoca, por meio do Ofício nº 09.09.002/2019, de 09.09.2019, encaminhou
ao FNDE a seguinte manifestação:
Vimos através deste, demonstrar nossa manifestação expressa de interesse para a
assinatura de novo Termo de Compromisso de retomada de obras, sendo que as
mesmas já iniciadas e necessitamos executar os serviços restantes, conforme listado
a seguir:
ID (1015343) - Construção de Espaço Educativo de 6 salas – Tejuçuoca-CE.
Informamos ainda que as mesmas estão em fase de processo licitatório para a
retomada dos serviços.
A Prefeita, posteriormente, por meio do Ofício 18.09.002/2019, de 18.09.2019, solicitou ao
FNDE a repactuação de três obras inacabadas a saber:
 ID 1015343 - ESCOLA LOCALIDADE DE SÃO BENTO
 ID 1000530 - PAC 2 – Cobertura de Quadra Escolar 001
 ID 1007232 - Escola Localidade Monte Carmelo

Em resposta, por e-mail enviado em 14.11.2019, o Engenheiro Civil Sênior do FNDE


(Cumprimento do Objeto/CODAN/CGEST/DIGAPP/FNDE/MEC) informou que as solicitações
seriam analisadas em breve. Além disso, acrescentou que, para prosseguimento de nova
pactuação, era necessário preencher a prestação de contas parcial, preenchendo por
completo a aba Cumprimento do Objeto e, em seguida, enviar para análise do FNDE.
O Engenheiro Civil, RNP 060415087-3, elaborou Laudo Técnico em 07.06.2020, que retrata a
situação de execução da obra e traz comentários e soluções para os problemas identificados,
inclusive para as restrições e inconformidades elaborados registradas pela empresa
contratada pelo FNDE para supervisionar a obra.

29
O atual Prefeito, por meio do Ofício 112/2022, de 28.07.2022, solicita ao FNDE pedido de
repactuação do TC, a fim de retomar o empreendimento.
Embora a repactuação ainda não tenha sido realizada, verifica-se que a prestação de contas
foi enviada, conforme consulta realizada, em 14.10.2022, ao SIMEC (Acesso Público). O saldo
bancário (Conta Corrente + Conta Poupança + Fundo) encontra-se zerado.
Ressalte-se que, em visita realizada por esta CGU, em 01.08.2022, verificou-se que a obra está
abandonada e com os mesmos problemas identificados pela empresa supervisora das obras
contratada pelo FNDE, os quais serão objeto de registro no Item 4 deste Relatório.

3. Histórico do Termo de Compromisso nº 0501/2017.


O TC 0501/2017 foi firmado entre a PMT e o Ministério do Desenvolvimento Regional - MDR
tendo por objeto a “Pavimentação em piçarra no trecho que liga a sede do município à
localidade de São Bento, em Tejuçuoca/CE”, com recursos no valor total de R$ 1.101.100,00,
sendo R$ 1.100.000,00 de repasse federal e R$ 1.100,00 de contrapartida municipal, tendo
início de vigência em 19.01.2018 e fim em 08.01.2022.

Tabela 19 - Liberação de recursos pelo MDR


Parcela Data Pagamento Valor do Pagamento Percentual do Pagamento
(R$) (%)
1ª 26.03.2018 550.000,00 50,00
2ª 14.09.2018 530.090,80 48,19
Total 1.080.090,80 98,19
Fonte: Portal da Transparência do Governo Federal

A Concorrência Pública nº 2018.03.16.01 foi realizada em 04.06.2018 e teve como vencedora


a empresa VAP Construções Ltda, CNPJ nº 00.565.011/0001-19, pelo valor de R$ 1.081.170,89.
A autorização para início das obras data de 18.06.2018, conforme Ordem de Serviço S/N.
Apresentam-se, a seguir, os pagamentos, efetuados, pela PMT, à empresa VAP:

30
Tabela 20 - Relação de Pagamentos efetuados à empresa VAP
Medição nº Data Medição Nota Fiscal nº Data Pagamento Valor Medição
(R$)
1 06.07.2018 655 20.07.2018 56.475,64
2 06.08.2018 672 10.08.2018 460.953,76
3 18.09.2018 678 20.09.2018 301.178,89
26.09.2018 262.562,60
Total 1.081.170,89
Fonte: Processos de pagamento disponibilizados pela PMT.

Não se identificou, na inspeção in loco realizada no dia 01.08.2022, falhas na execução da


obra.

4. Obras de construção de Quadra Coberta e três Escolas, contratadas


em 2013 e 2014, junto ao FNDE, estão paralisadas e abandonadas,
deixando de gerar o benefício esperado à população do Município de
Tejuçuoca.
Em inspeção física realizada em agosto de 2022, verificou-se que as obras de construção das
Escolas da sede municipal (12 salas) e das localidades de Monte Carmelo e São Bento estão
inacabadas, paralisadas e/ou abandonadas, conforme registros fotográficos a seguir:
Quadra Coberta na localidade de Açude

Foto 01 - Vista lateral da Quadra com falha grave de Foto 02 - Vista interna da Quadra – Localidade de
execução de sua estrutura metálica - Localidade de Açude em Tejuçuoca/CE – 03.08.2022
Açude, em Tejuçuoca/CE – 03.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

31
Foto 03 - Vista interna do Vestiário da Quadra - Foto 04 - Vista em frente ao Vestiário da Quadra –
Localidade de Açude, em Tejuçuoca/CE – Localidade de Açude, em Tejuçuoca/CE – 03.08.2022
03.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

Escola 12 salas na sede do Município

Foto 05 - Vista frontal da Escola 12 salas da Sede, em Foto 06 - Vista do pátio interno da Escola 12 salas da
Tejuçuoca/CE – 02.08.2022 Sede, em Tejuçuoca/CE – 02.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

32
Foto 07 - Vista interna de uma das salas com Foto 08 - Vista entre blocos tomados por matagal e
pavimento tomado por mato – Escola 12 salas da pilar com ferragens expostas – Escola 12 salas da Sede,
Sede, em Tejuçuoca/CE - 02.08.2022 em Tejuçuoca/CE - 02.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

Foto 09 - Vista geral dos blocos inclusive mostrando Foto 10 - Vista da calçada e dos pilares executados em
desnível acentuado do terreno – Escola 6 salas da descordo com o projeto – Escola 6 salas da Localidade
Localidade de Monte Carmelo, em Tejuçuoca/CE - de Monte Carmelo, em Tejuçuoca/CE -03.08.2022.
03.08.2022.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

33
Foto 11 - Vista interna entre blocos tomados por Foto 12 - Vista interna de uma das salas mostrando
matagal - Escola 6 salas na Localidade de Monte utilização de tubo flexível (garganta) ao invés de
Carmelo, em Tejuçuoca/CE - 03.08.2022. conduíte rígido - Escola 6 salas na Localidade de Monte
Carmelo, em Tejuçuoca/CE - 03.08.2022.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

Escola 6 salas na localidade de São Bento

Foto 13 - Vista de um dos blocos tomados por Foto 14 - Vista do pátio com estrutura com ferragens
matagal - Escola 6 salas da Localidade de São Bento, expostas - Escola 6 salas da Localidade de São Bento,
em Tejuçuoca/CE - 01.08.2022 em Tejuçuoca/CE - 01.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

34
Foto 15 - Vista de um dos blocos com ferragens Foto 16 - Vista de um dos blocos com pilares
expostas – Escola 6 salas da Localidade de São Bento, executados em desconformidade com o projeto -
em Tejuçuoca/CE - 01.08.2022 Escola 6 salas da Localidade de São Bento, em
Tejuçuoca/CE - 01.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

As irregularidades e falhas verificadas nas obras estão registradas nos “Relatórios de


Restrições e Inconformidades” elaborados por empresas supervisoras contratadas pelo FNDE
para fiscalização das obras, os quais são inseridos no SIMEC.
Ressalte-se que o item 7.2.9 - Restrições e Inconformidades da Cartilha de Orientações ao
Gestor Público - Obras 2.0 do FNDE, estabelece que:
Esta aba será preenchida, primordialmente, pela equipe técnica do FNDE e empresas
supervisoras contratadas pelo FNDE. Durante o monitoramento ou supervisão das
obras, os técnicos apontarão as falhas encontradas e lançarão estas na aba restrições
e inconformidades e colocarão também as providências que devem ser tomadas
pelas instituições. Ressalta-se que restrições e inconformidades são
conceitualmente diferentes, pois as primeiras, por representarem riscos, geram
suspensão do pagamento até que sejam solucionadas e as segundas não, porém
devem ser justificadas conforme orientado no item providência esperada, visando
não se constituir em motivos de glosa para a prestação de contas.

Repise-se que existem diversas restrições registradas pelo FNDE, ao longo da vigência dos
quatro termos de compromisso, as quais, enquanto não sanadas, impedem a realização de
novos repasses federais, a saber:

35
Quadro 1 - Relatório de Restrições não sanadas da Quadra Açude
Data da
Descrição
Inclusão
03/05/2017 Pilares executados em desconformidade com o projeto. - Há complementos metálicos não
especificados que foram utilizados entre arcos metálicos e pilares estruturais. - Há chapas
metálicas sobre pilares estruturais previstas para ancoragem de arcos metálicos foram
executadas com comprimento superior a especificação do projeto. Tipo de risco: - Solicitar
cálculo e detalhamento do sistema de fixação de arcos metálicos sobre pilares estruturais.
03/05/2017 Lajes executadas em desconformidade com o projeto. - O enchimento entre nervuras de lajes
não está executado em EPS. - Nervuras das lajes (L3, L4, L7 e L8) estão invertidas em relação
ao projeto. Tipo de risco: - Solicitar cálculo estrutural que assegure a solidez do
empreendimento.
03/05/2017 Fundações executadas em desconformidade com o projeto. - Há tijolos cerâmicos sob vigas
baldrames não previstos. - As vigas baldrames V1 e V10, não estão locadas conforme projeto
EST 03/11 que especifica que deveriam estar implantados na face interna dos blocos para
pilares trapezoidais (executado no meio do pilar trapezoidal. * Há tijolos cerâmicos, não
previstos no projeto, em volta dos blocos de fundação (espécie de forma permanente).
01/05/2019 Solicitação de criação de obra vinculada.
29/07/2019 A rescisão contratual não se encontra inserida no sistema.
01/11/2019 Pilares executados em desconformidade com o projeto. Pilares P11/ P19/ p13/ P18 e vigas,
não estão aparentes na fachada 03 (trecho da alvenaria), em desacordo com o projeto
arquitetônico. Criado pilares no canto dos vestiários não previsto em projeto (ver item 4.3 do
relatório da supervisão anexado).
01/11/2019 Cobertura executada em desconformidade com o projeto. RESTRIÇÃO CRIADA PARA
ACOMPANHAMENTO DAS IDS 503313, 503314 E 503315. 1)Os arcos metálicos não estão
apoiados sobre pilares estruturais, peças metálicas fazem o apoio. - As diagonais dos arcos
metálicos foram executadas com o mesmo perfil dos banzos, divergentes do projeto EST 02/11
que especifica PEL 35x35x3mm. - Mãos francesas não executadas conforme especificação PEL
U76 (foram executados com cantoneiras). - Espaçadores Diagonais ED1 e ED da extremidade e
centro de cobertura não foram executados com varões de 12,5, em desacordo com o projeto.
- Os Espaçadores E1, E2, E3 e E4 não foram executados em varões de diâmetro 12.5mm. - Perfil
E5 e E6 PEL U 50 não foi executado conforme projeto EST 01/11. - A emenda central dos arcos
está parafusada, em desacordo com o projeto que prevê soldada. * A emenda central dos arcos
metálicos foi realizada com a utilização de cantoneiras, em desacordo com o projeto que prevê
o mesmo perfil dos banzos. * As duas linhas de terças da cumeeira estão deslocadas da
emenda central dos arcos. 2)As duas linhas de terças centrais foram executadas com
afastamento superior ao previsto no Projeto Estrutural (Prancha 01/11). 3)Não foram
executadas as mãos francesas previstas nas extremidades dos arcos.
01/07/2022 Implantação executada em desconformidade com o projeto Existe uma escavação em frente
a Fachada 03 e não há nenhuma sinalização/proteção para que sejam evitados acidentes. Tipo
de risco: Solicitar aterramento de escavação.

01/07/2022 Implantação executada em desconformidade com o projeto Há desníveis não aterrados no


entorno do empreendimento. Tipo de risco: Solicitar aterramento de escavação.

01/07/2022 Pilares executados em desconformidade com o projeto. -Há peça metálica não especificada
entre o pilar trapezoidal que escora o arco treliçado; -Ancoragem de arco treliçado em
desconformidade ao projetado. Tipo de risco: Solicitar cálculo e detalhamento do sistema de
fixação de arcos metálicos sobre pilares estruturais.

36
Data da
Descrição
Inclusão
01/07/2022 Lajes executadas em desconformidade com o projeto. O enchimento entre nervuras de lajes
não está executado em EPS. - Nervuras das lajes (L3, L4, L7 e L8) estão invertidas em relação
ao projeto. Tipo de risco: Solicitar cálculo estrutural que assegure a solidez do
empreendimento.
01/07/2022 Fundações executadas em desconformidade com o projeto
Fonte: Consulta SIMEC em 17.10.2022.

Destaque-se que a última inclusão, no SIMEC, realizada pela empresa supervisora, foi em
01.07.2022 e pela PMT em 19.09.2022.
Com relação às inconformidades ainda não sanadas, verifica-se que trazem, por exemplo, as
seguintes descrições:
 implantação executada em desconformidade (desníveis não aterrados no entorno do
empreendimento);
 vigas baldrames não impermeabilizadas;
 lajes executadas em desconformidade com o projeto;
 vedações e/ou divisórias executadas em desconformidade com a especificação
(cobogós nivelados com a laje e alvenaria de parede divisória executada em altura
inferior à de projeto);
 cobertura executada em desconformidade com o projeto. Os arcos metálicos não
estão apoiados sobre pilares estruturais, peças metálicas fazem o apoio (incluída em
03.05.2015 e consta como restrição em 01.11.2019);
 instalações elétricas executadas em desconformidade com o projeto, e
 outras inconformidades.

Informe-se que, em 01.07.2022, todas as restrições retromencionadas foram alteradas para


inconformidades, o que permite a liberação de recursos para retomada da obra, embora não
tenha ocorrido qualquer modificação ou solução para as restrições anteriormente registradas,
conforme evidenciado na inspeção física realizada em agosto de 2022.
Mencione-se que a cobertura da quadra apresenta erro construtivo grave e sofre com os
efeitos da corrosão, o que afeta a usabilidade e segurança do ginásio, haja visto que envolve
risco de desabamento das estruturas metálicas.
Por fim, por sua relevância, as falhas construtivas da cobertura metálica da quadra foram
inseridas no Item 11 deste Relatório.

37
Quadro 2 - Relatório de Restrições não sanadas da Escola 12 salas da Sede
Data da Descrição
Inclusão
08/03/2018, Em decorrência do monitoramento realizado por meio do Sistema Integrado de
26/12/2021 e Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (SIMEC) e de supervisão
03/03/2022 realizada por empresa contratada pelo FNDE, verificamos que existe uma grande divergência
entre o percentual de execução da obra informado em vistoria pelo fiscal do estado
responsável pela obra (44,62%) e o da empresa de supervisão (27,60%).
08/03/2018 Pilares executados em desconformidade com o projeto. - Os pilares executados que não estão
colados a alvenaria, com exceção dos pilares circulares, possuem espessura de 10Cm e os
pilares que estão colados a alvenaria foram executados abafados (espessura do tijolo 9Cm).
Em 06/08/2015 Superada pelo FNDE. - A junta de dilatação bloco E entre pilares P41 e P42 /
P13 e P14 (projeto EST 24/34) foi revestida. Tipo de risco: - Superadas pelo FNDE.

08/03/2018 Vigas executadas em desconformidade com o projeto. - Há vigas que foram executados
abafadas (espessura do tijolo 9Cm); em 06/08/2015 Superada pelo FNDE. Tipo de risco: -
Superadas pelo FNDE.
08/03/2018 Implantação executada em desconformidade com o projeto - Há desníveis não aterrados no
entorno do empreendimento. Tipo de risco: - Solicitar execução de aterros compactados.

08/03/2018 Fundações executadas em desconformidade com o projeto. Há blocos cerâmicos não


especificados aplicados sob vigas baldrames. Justificada.
01/05/2019 Solicitação de criação de obra vinculada.
25/07/2019 O boletim de medição acumulada com o total executado pela empresa que teve o contrato
rescindido não se encontra inserido no sistema.
25/07/2019 A publicação da abertura de licitação para nova contratação não se encontra inserido no
sistema.
25/07/2019 A ART de fiscalização em nome do fiscal (engenheiro/arquiteto) responsável pela obra não se
encontra inserido no sistema.
Fonte: Consulta SIMEC em 17.10.2022.

Destaque-se que a última supervisão realizada pela empresa contratada pelo FNDE foi em
01.07.2022 e pela PMT foi em 19.09.2022.
Com relação às inconformidades ainda não sanadas, verifica-se que trazem, por exemplo, as
seguintes descrições:
 vigas baldrames não impermeabilizadas;
 o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) foi executado em
desconformidade com o projeto;
 alvenaria executada em desconformidade com a especificação. Contravergas não
executadas;
 ferragens expostas a intempérie e oxidadas;
 pilares não concretados totalmente e com ferragens expostas a intempérie e oxidadas;
 implantação executada em desconformidade com o projeto, havendo desníveis não
aterrados no entorno do empreendimento, e
 outras inconformidades.

38
Quadro 3 – Relatório de Restrições não sanadas da Escola 6 salas em Monte Carmelo
Data da Descrição
Inclusão
04/04/2015 Pilares executados em desconformidade com o projeto. -Os Pilares com junta de dilatação
entre si (P51 e P52, P35 e P36, P21 e P22, P9 e P10) do bloco pedagógico executados unificados;
Tipo de risco: Solicitar projeto estrutural com ART/RRT que garanta a estabilidade do
empreendimento;
06/08/2015 O contrato com a empreiteira encontra-se vencido.
24/09/2017 Pilares executados em desconformidade com o projeto. -Pilares do bloco pedagógico(P1, P3,
P5, P7, P8, P9, P10, P12, P14, P16, P17, P18, P19, P20, P21, P22, P23, P24, P25, P26, P28, P31,
P33, P35, P36, P38, P40, P42)) projetados com 12x40Cm e executados abafados(da largura do
tijolo)- superada em 14/9/17; -Pilares do bloco administrativo(P2, P3, P5, P6, P8, P9, P11, P12)
projetados com 12x40Cm e executados abafados(da largura do tijolo)- superada em 14/9/17;
-Pilares do bloco de serviço(P2, P3, P5, P6, P8, P9, P11, P12) projetados com 12x40Cm e
executados abafados(da largura do tijolo)- superada em 14/9/17;. Tipo de risco: Solicitar
projeto estrutural com ART/RRT que garanta a estabilidade do empreendimento;
24/09/2017 Vigas executadas em desconformidade com o projeto. -Vigas do bloco pedagógico(V244, V245,
V249, V250, V254, V255, V259, V260, V264, V265, V267, V268, V272, V273, V277, V278, V282,
V283) projetadas com 15x30Cm e executadas abafadas com a largura do tijolo-9Cm e com
altura inferior a projetada- superada em 06/08/15; -Vigas do bloco pedagógico(V201, V202,
V203, V204, V205, V206, V207, V208, V209, V210, V211, V212, V213, V214, V221, V222, V223,
V224, V225, V226, V227, V228, V215, V216, V217, V220)projetadas com 12x30Cm e
executadas abafadas (com a largura do tijolo 9cm) e com altura inferior a projetada- superada
em 06/08/15;. Tipo de risco: Solicitar projeto estrutural com ART/RRT que garanta a
estabilidade do empreendimento;
24/09/2017 Vigas executadas em desconformidade com o projeto. -Vigas do bloco pedagógico (V247,
V252, V257, V262, V270, V275, V280) projetadas executadas niveladas com o fundo das lajes
(invertidas) e executadas com parte abaixo do fundo das lajes (semi invertidas)- superada em
06/08/15; -Vigas da circulação do bloco pedagógico(V246, V251, V256, V261, V269, V274,
V279) projetadas executadas niveladas com o fundo das lajes (invertidas) e executadas abaixo
do fundo das lajes (apoiando as lajes); -Há viga rompida, com ferragens expostas, para
passagens de tubulações; . Tipo de risco: Solicitar projeto estrutural com ART/RRT que garanta
a estabilidade do empreendimento;
24/09/2017 Em decorrência do monitoramento realizado por meio do Sistema Integrado de
Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (SIMEC) e de supervisão
realizada por empresa contratada pelo FNDE, verificamos que existe uma grande divergência
entre o percentual de execução da obra informado em vistoria pelo fiscal do estado
responsável pela obra (55,13%) e o da empresa de supervisão (39,10%).
24/09/2017 Fundações executadas em desconformidade com o projeto
27/12/2018 Vigas executadas em desconformidade com o projeto. -Vigas do bloco pedagógico (V247,
V252, V257, V262, V270, V275, V280) projetadas executadas niveladas com o fundo das lajes
(invertidas) e executadas com parte abaixo do fundo das lajes (semi invertidas) - superada em
06/08/15; - Vigas da circulação do bloco pedagógico (V246, V251, V256, V261, V269, V274,
V279) projetadas executadas niveladas com o fundo das lajes (invertidas) e executadas abaixo
do fundo das lajes (apoiando as lajes); - Há vigas com ferragens expostas. - A junta de dilatação
estrutural entre vigas localizados na circulação do bloco pedagógico, não está com
espaçamento previsto. Ressalta-se que o projeto arquitetônico prevê espaçamento de 5,5 cm.
Tipo de risco: Solicitar projeto estrutural com ART/RRT que garanta a estabilidade do
empreendimento;

39
Data da Descrição
Inclusão
27/12/2018 Pilares executados em desconformidade com o projeto. - Foi executado treliças fabricadas para
lajes como armadura para pilares circulares da passarela. Tipo de risco: Solicitar correção das
desconformidades ou projeto estrutural com ART/RRT que garanta a estabilidade do
empreendimento;
27/12/2018 Pilares executados em desconformidade com o projeto. - A junta de dilatação estrutural entre
os pilares localizados na circulação e posterior do bloco pedagógico, não está com
espaçamento previsto. Ressalta-se que o projeto arquitetônico prevê espaçamento de 5,5 cm.
Tipo de risco: Solicitar correção das desconformidades ou projeto estrutural com ART/RRT que
garanta a estabilidade do empreendimento;
27/12/2018 Em decorrência do monitoramento realizado por meio do Sistema Integrado de
Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (SIMEC) e de supervisão
realizada por empresa contratada pelo FNDE, verificamos que existe uma grande divergência
entre o percentual de execução da obra informado em vistoria pelo fiscal do estado
responsável pela obra (55,13%) e o da empresa de supervisão (38,70%).
13/06/2019 Solicitação de criação de obra vinculada.
23/10/2020 Cumprimento do Objeto Diligenciado.

Destaque-se que, de acordo com os dados do SIMEC, a última supervisão realizada pela
empresa supervisora foi em 31.12.2018, não constando informação sobre a PMT.
Com relação às inconformidades ainda não sanadas, verifica-se que trazem, por exemplo, as
seguintes descrições:
 implantação executada em desconformidade com o projeto - O terreno não foi
terraplanado, havendo diferença de nível entre os blocos;
 vigas executadas em desconformidade com o projeto, havendo ferragens expostas
sem recobrimento;
 instalações elétricas executadas em desconformidade com o projeto - Eletrodutos
projetado e orçados de PVC rígido e aplicados eletrodutos de PVC flexível;
 o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) foi executado em
desconformidade com o projeto. Não foram visualizados os vergalhões projetados
para o SPDA estrutural;
 pilares executados em desconformidade com o projeto. (...) projetados com 12x40Cm
e executados abafados (da largura do tijolo);
 vigas executadas em desconformidade com o projeto. (...) projetadas com 15x30Cm e
executadas abafadas com a largura do tijolo - 9 cm e com altura inferior a projetada;
 não execução do ponto de gás na cozinha, e
 outras inconformidades.

40
Quadro 4 - Relatório de Restrições não sanadas da Escola 6 salas na localidade de São
Bento
Data da
Descrição
Inclusão
03/03/2018 Implantação executada em desconformidade com o projeto - A terraplanagem da lateral
direita do empreendimento não foi executada. Em 11/01/2016 Superada pelo FNDE. Tipo de
risco: - Superada pelo FNDE.
03/03/2018 Lajes executadas em desconformidade com o projeto. - Há vigas concretadas e não há espaço
para engastamento de lajes. As lajes não estão executadas engastadas em vigas, estão
apoiadas. Tipo de risco: Para garantir a solidez da edificação é necessário que todos os
elementos estruturais sejam executados conforme o previsto. Portanto é necessária a
correção das desconformidades e/ou apresentação de justificativa técnica acompanhada de
um novo cálculo estrutural que comprove a segurança do que está sendo construído.
03/03/2018 Pilares executados em desconformidade com o projeto. - Ferragens dos pilares circulares do
pátio central executados com quantidades inferiores às de projeto. - Ferragens dos pilares
bloco de serviço executados com quantidades inferiores às de projeto. -Alguns pilares do
bloco de serviço foram locados em locais divergente de projeto EST 19/22 e estão em
quantidades superiores. - As ferragens dos pilares do bloco pedagógico com seção em T foram
executados em quantidades inferiores à de projeto. - Junta de dilatação não está aparente
na parede posterior e frontal do bloco pedagógico. Ressalta-se que o projeto arquitetônico
prevê espaçamento de 5,5cm. - Há pilares do bloco pedagógico com seção em T da área
posterior e circulação que não foram executados assim P8 e P34. Tipo de risco: Para garantir
a solidez da edificação é necessário que todos os elementos estruturais sejam executados
conforme o previsto. Portanto é necessária a correção das desconformidades e/ou
apresentação de justificativa técnica acompanhada de um novo cálculo estrutural que
comprove a segurança do que está sendo construído.
03/03/2018 Vigas executadas em desconformidade com o projeto. - Junta de dilatação está revestida com
trincas na circulação do bloco pedagógico. Ressalta-se que o projeto arquitetônico prevê
espaçamento de 5,5 cm. - Há vigas executadas no bloco administrativo não prevista em
projeto EST 02/22. - Não foram deixados armação de arranque nas vigas do empreendimento,
para engastes das lajes. - Viga V262 sala leitura x sala informática do bloco pedagógico
executada não invertida divergente de especificação do projeto EST 10/22. Tipo de risco: Para
garantir a solidez da edificação é necessário que todos os elementos estruturais sejam
executados conforme o previsto. Portanto é necessária a correção das desconformidades
e/ou apresentação de justificativa técnica acompanhada de um novo cálculo estrutural que
comprove a segurança do que está sendo construído.
03/03/2018 Fundações executadas em desconformidade com o projeto
08/07/2019 A publicação da abertura de licitação para nova contratação não se encontra inserido no
sistema.
08/07/2019 O boletim de medição acumulada com o total executado pela empresa que teve o contrato
rescindido não se encontra inserido no sistema.
01/05/2019 Solicitação de criação de obra vinculada.
23/10/2020 Cumprimento do Objeto Diligenciado.
Fonte: Consulta SIMEC em 17.10.2022.

Destaque-se que, de acordo com os dados do SIMEC, a última supervisão realizada pela
empresa supervisora foi em 03.03.2018, não constando informação sobre a PMT.

41
Com relação às inconformidades ainda não sanadas, verifica-se que trazem, por exemplo, as
seguintes descrições:
 vigas baldrames expostas sem execução de impermeabilização;
 o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) executado em
desconformidade com o projeto. Não foram visualizados os vergalhões projetados
para o SPDA estrutural;
 instalações elétricas executadas em desconformidade com o projeto - Eletrodutos
projetado e orçados de PVC rígido e aplicados eletrodutos de PVC flexível;
 vedações e/ou divisórias executadas em desconformidade com a especificação
(ambientes diversos), e
 serviços Complementares executados em desconformidade com o projeto. Não foram
executados os peitoris das janelas das fachadas posteriores dos blocos
administrativo/pedagógico/serviço.

Existem situações outras que estão registradas no Histórico (Item 2 deste Relatório) dos
termos de compromisso que impactam o bom andamento das obras e o atingimento dos
objetivos do PAC2 e PAR, tais como:

a) TC PAC nº 206645/2013 – Construção de uma Quadra Poliesportiva escolar coberta na


Localidade de Açude em Tejuçuoca/CE
 rescisão, unilateral, em 28.11.2018, pela PMT, do Contrato nº 2014.01.07.01,
celebrado com a AFORTE, sem que haja responsabilização pelos vícios e defeitos de
construção incluídos no Relatório de Restrições e Inconformidade do SIMEC;
 existência de saldo a pagar à AFORTE, no valor de R$ 17.046,15, referente à 10ª
medição dos serviços executados;
 ausência de registro da 10ª medição da empresa AFORTE no SIMEC;
 ausência de informações, tanto por parte da PMT quanto do FNDE, a fim de esclarecer
a divergência entre o percentual do valor pago da primeira contratação (AFORTE),
57,48%, e o percentual aproveitável da obra, 47,77%, conforme consulta efetuada ao
SIMEC;
 ausência de apresentação da prestação de contas da primeira contratação, conforme
consulta efetuada ao SIMEC;
 realização, pela PMT, de uma segunda contratação, junto à empresa EB Soares,
inclusive com percentual de execução de serviços registrado no SIMEC (53,62%),
porém, sem a relação das medições e notas fiscais e sem recursos repassados pela
FNDE para fazer frente às despesas, e
 divergência entre os valores pagos à empresa EB SOARES, R$ 143.000,94,
correspondente a 36,39% do contrato atual, conforme consulta efetuada ao Portal da
Transparência do TCE/CE, e os existentes na aba “Execução Financeira Contratação”,
referentes à mesma avença, que registra 53,62% de avanço físico, sem que haja lastro
em repasses do FNDE.

42
b) TC nº 22430/2014 - Construção de Escola de 12 Salas de Aula na Sede, em Tejuçuoca/CE.
 rescisão unilateral, em 28.11.2018, pela PMT, do Contrato nº 2014.06.20.01.TP,
celebrado com a empresa OGC Serviços de Limpeza Ltda. (1ª contratação), CNPJ nº
00.789.209/0001-86, sem que haja sua responsabilização pelos vícios e defeitos de
construção incluídos no Relatório de Restrições e Inconformidade do SIMEC, bem
como pela grande divergência entre o percentual de execução da obra informado em
vistoria pela fiscalização de obras da PMT (44,62%) e o da empresa de supervisão
(27,60%);
 demora excessiva para realização de novos serviços pela empresa OGC, haja vista que
decorreram 300 dias entre as medições 6 (26.03.2015) e 7 (20.01.2016), e 407 dias
entre as medições 9 (24.05.2016) e 10 (05.07.2017);
 ausência de apresentação da prestação de contas da primeira contratação, conforme
consulta efetuada ao SIMEC, e
 existência de saldo a pagar à empresa Guanabara Construções Ltda. (2ª contratação),
CNPJ nº 010.905.562/0001-78, no valor de R$ 44.577,51, objeto da NF 453, de
19.08.2019, referente à 1ª medição dos serviços executados.

c) TC PAR nº 22432/2014 (ID 1007232) - Construção de Escola de 6 Salas de Aula na


Localidade de Monte Carmelo, em Tejuçuoca/CE.

 falta de evidências de que tenha havido rescisão amigável entre a PMT e a VTS
Construções e Locações – EIRELI, CNPJ nº 17.625.097/0001-20, haja visto que a
documentação disponibilizada não tem assinatura do responsável pela empresa,
inclusive, não se identificaram procedimentos para responsabilização da VTS pelos
vícios e defeitos incluídos no Relatório de Restrições e Inconformidade do SIMEC, e
 ausência de análise da prestação de contas da primeira contratação, conforme
consulta efetuada ao SIMEC.

d) TC PAR nº 30210/2014 (ID 1015343) - Construção de Escola de 6 Salas de Aula na


Localidade de São Bento, em Tejuçuoca/CE.

 rescisão, unilateral, em 28.11.2018, pela PMT, do Contrato nº 2014.12.23.01,


celebrado com a AFORTE, sem que haja responsabilização pelos vícios e defeitos de
construção incluídos no Relatório de Restrições e Inconformidade do SIMEC;
 ausência de análise da prestação de contas da primeira contratação, conforme
consulta efetuada ao SIMEC, e
 pagamentos realizados à AFORTE, no montante de R$ 214.533,82, superior ao valor de
recursos liberado pelo FNDE, R$ 204.439,20, podendo indicar uso, pela PMT, dos
rendimentos dos valores aplicados em fundos/poupança, sem que haja autorização
para tanto.

Ante o exposto, conclui-se que a ausência de liberação de recursos pelo FNDE, para conclusão
das três escolas e da quadra, decorre das restrições registradas, por empresas contratadas
43
para realizar a supervisão das obras, conforme discriminado nos Quadros 1, 2, 3 e 4, as quais,
juntamente com as inconformidades verificadas, indicam falhas e irregularidades na
fiscalização das obras, de responsabilidade do ente municipal, sobre a execução realizada por
construtoras contratadas, em desacordo com os projetos contratados e respectivas
especificações técnicas. Ademais, as administrações municipais, ao longo da vigência dos
termos de compromisso, têm se revelado incapazes de sanar as falhas identificadas, o que
culminou com a paralisação e abandono do que já fora edificado, deixando de atingir os
objetivos pretendidos e colocando em risco os recursos já investidos.
Ademais, a demora na finalização das obras termina por impactar a qualidade das obras e o
tesouro municipal, haja vista que são necessárias novas licitações e respectivas contratações,
nos quais os preços são majorados, sem que haja aumento do valor do repasse pelo FNDE.
As informações e documentos apresentados pela PMT, em resposta ao Relatório Preliminar
elaborado por esta CGUCE, indicam que a obra de construção da Escola de 12 salas foi
retomada, entretanto, não houve comprovação de aporte de novos recursos que possam
garantir a conclusão da obra, conforme descrito no Anexo I deste Relatório.

5. Obras de construção de Balneário Público e de Estádio Municipal,


contratadas junto aos Ministérios do Turismo e do Esporte, estão
paralisadas e abandonadas, sem gerar benefício à população de
Tejuçuoca.
Em inspeção física realizada em agosto de 2022, verificou-se que as obras de construção do
Balneário Público e do Estádio Municipal, estão inacabadas, paralisadas e abandonadas,
conforme registro fotográfico a seguir:
Balneário Público

44
Foto 17 - Vistas das alvenarias e pilares parcialmente construídos e abandonados (pilares de sustentação da
coberta e ferragens das esperas expostas às intempéries - Balneário Municipal da localidade de Boqueirão,
em Tejuçuoca/CE - 03.08.2022

Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

Foto 18 - Toda área do empreendimento encontra-se Foto 19 - Vista superior do empreendimento -


com uma densa cobertura de vegetação - Balneário Balneário Municipal da localidade de Boqueirão,
Municipal da localidade de Boqueirão, em Tejuçuoca/CE em Tejuçuoca/CE - 03.08.2022.
- 03.08.2022.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

Estádio Municipal

Foto 20 - Vista da entrada principal/bilheteria do Foto 21 - Vista do pavimento do campo de futebol


Estádio e do fechamento em muro de alvenaria - tomado por matagal - Estádio Municipal da
Estádio Municipal da localidade de Tesouras, em localidade Tesouras, em Tejuçuoca/CE - 02.08.2022
Tejuçuoca/CE - 02.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

45
Foto 22 - Vista de parte do alambrado de metal Foto 23 - Local de onde foi retirado o alambrado de
retirado do seu local de origem - Estádio Municipal da metal deixando o local acessível a pessoas, animais e
localidade Tesouras, em Tejuçuoca/CE – 02.08.2022 veículos - Estádio Municipal da localidade Tesouras,
em Tejuçuoca/CE - 02.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

Analisando a documentação disponibilizada pela CAIXA e mencionada no Histórico (Item 1


deste Relatório), verificam-se situações que contribuíram para a paralisação das obras e o seu
abandono:

a) Balneário Municipal
 demora, por parte da PMT, na elaboração do projeto técnico de engenharia, fato
determinante para que a “Autorização de Início de Obra – AIO” somente fosse
concedida pela CAIXA em 06.02.2012;
 necessidade de reformulação do projeto técnico e consequentemente do Plano de
Trabalho, de molde a pactuar um novo valor de contrapartida municipal, o que alterou
o valor de investimento total para R$ 601.474,19. A empresa Raça Construções
Transportes Serviços Ltda. - ME, CNPJ nº 10.510.277/0001-18, foi contratada em
06.02.2012, pelo valor de R$ 601.474,19, ou seja, igual ao novo valor do investimento
total do CR;
 a Licença Ambiental de Instalação demorou a ser concedida pela SEMACE, vindo a
ocorrer em 13.03.2013, com prazo de vigência até 12.03.2017;
 falhas na apresentação dos serviços medidos pela empresa RAÇA e, por conseguinte,
da fiscalização de obras da PMT que atestou os serviços, haja vista que eram glosados
por inexecução e impactavam o desbloqueio dos recursos pela CAIXA e os pagamentos
dos serviços efetivamente realizados, conforme demonstrado a seguir:
o RAE 1, de 11.07.2012 - atesto de R$ 6.893,30 e glosa de R$ 9.896,88;
o RAE 2, de 24.12.2012 - atesto de R$ 45.742,25 e glosa de R$ 92.662,05;

46
o RAE 3, de 30.01.2014 - glosa total de R$ 96.398,44, e
o RAE 4, de 26.01.2015 - atesto de R$ 94.261,47.
 a primeira medição no valor de R$ 52.635,55, correspondente ao RAE 1 e RAE 2,
somente foi paga em 15.04.2013;
 a 2ª medição no valor de R$ 94.261,47, correspondente ao RAE 3 e RAE 4, somente foi
paga em 29.02.2016, 1.050 dias após o pagamento da 1ª, haja vista pedido da PMT,
conforme demonstrado no Ofício nº 112-06-10/2015-ASS, de 06.10.2015, no qual
houve solicitação de prorrogação do prazo de vigência do CR por mais 360 dias,
constando o seguinte: “tendo em vista que, a obra encontra-se com 24,42%, onde
precisamos ter tempo suficiente para sanarmos as pendências relativas as glosas e
podermos prestar contas parcial e final”, e
 o pagamento da 3ª medição no valor de R$ 133.552,75, correspondente ao RAE 5, de
22.11.2018, no valor de R$ 93.751,60 e RAE 6, de 21.09.2019, no valor de R$ 39.801,72,
somente foi realizado em 22.12.2020, em razão de atraso de 1.219 dias, na
regularização de licenciamento ambiental, referente ao período de 13.03.2017 a
14.07.2020.

Repise-se que a demora na elaboração do projeto técnico da obra e aprovação pela CAIXA, a
apresentação de medições que eram, invariavelmente, glosadas parcial ou totalmente pela
CAIXA, demora na resolução das glosas apontadas e intempestividade na renovação das
licenças ambientais, dentre outras falhas correlatas, levaram a atrasos significativos no
pagamento das medições à empresa RAÇA e respectiva rescisão contratual, culminando na
paralisação da obra e abandono do que já foi executado.
Ressalte-se que, de acordo com o RAE nº 06, de 21.06.2019, a execução acumulada da obra
era de apenas 42,09%
A documentação apresentada demonstra que a CAIXA autorizou, em 14.02.2023, o
“Desbloqueio Operacional” de saldo de medição no valor de R$ 290.539,42, relativo à
contratação pretérita (gestões anteriores), mediante exigência de depósito de contrapartida
municipal no valor de R$ 31.325,50. Mencione-se que não há confirmação de que tenha
havido o pagamento, haja vista que restava depositar ainda o valor de R$ 27.261,57, a fim de
integralizar a contrapartida acordada.
Ressalte-se que a contratação vigente (MS Obras e Serviços Ltda.) teve “Desbloqueio
Engenharia”, em 08.02.2023, no valor de R$ 142.220,62, conforme o RAE 5/2023 da CAIXA.
Os procedimentos ocorridos após a inspeção realizada pela CGU, em 03.08.2022, demonstram
que a Prefeitura Municipal de Tejuçuoca resolveu as pendências junto à CAIXA, que impediam
a continuidade da obra, resultando em sua retomada, estando, atualmente, com realização
executada de R$ 570.989,16 (87,08%).”
As informações e documentos apresentados pela PMT, em resposta ao Relatório Preliminar
elaborado por esta CGUCE, indicam que a obra de construção do Balneário Municipal foi
retomada, entretanto, resta a comprovação do aporte de R$ 27.261,57, por parte da PMT, a
fim de integralizar a contrapartida acordada, conforme descrito no Anexo I deste Relatório.

47
b) Estádio Municipal
 o Contrato de Repasse foi assinado em 16.12.2011, no valor global de R$ 714.300,00,
entretanto, em razão de pendências administrativas e de projetos de engenharia, a
CAIXA apenas em 10.10.2013 aprovou o Plano de Trabalho contendo alteração no
valor do CR para R$ 738.857,00, bem como liberou, em 12.11.2013, repasse federal no
valor de R$ 350.000,00, de molde a dar início às obras de construção do Estádio;
 embora a contratação, no valor de R$ 724.744,09, da empresa Domingos e Cassiano,
responsável pela obra de construção do Estádio, tenha ocorrido em 18.06.2013, a
CAIXA, em razão de pendências administrativas e de engenharia, somente em
04.02.2015 autorizou o início efetivo da obra, no valor de R$ 724.744,09;
 existência de quarta medição não paga à empresa Domingos e Cassiano, no valor
executado no período de R$ 78.450,43 e acumulado de R$ 426.233,15;
 paralisação da obra por 1.316 dias, referente ao período de 04.03.2016 (pagamento
da última medição à empresa Domingos e Cassiano) até 11.10.2019 (data da
contratação da empresa Guanabara para retomada da obra);
 existência de saldo a pagar à empresa Guanabara, no valor de R$ 57.622,34, referente
à Nota Fiscal nº 551, de 21.12.2021, haja vista descontinuidade de envio de recursos
pelo Ministério Gestor, e
 falha da CAIXA em não comunicar, tempestivamente, à PMT e Câmara Municipal, o
envio de recursos no valor de R$ 58.660,00, em 29.07.2021, e no valor de R$ 84.280,00,
em 29.10.2021.
Mencione-se, ainda, como determinante para a paralisação da obra de construção do Estádio
de Futebol a descontinuidade de repasse dos recursos pelo Ministério do Turismo e a
notificação intempestiva, de responsabilidade da CAIXA, à PMT, do envio dos recursos
necessários para finalização da obra, fato que está apresentado no Item 6 deste Relatório.
De acordo com a CAIXA, a obra está com execução acumulada de 87,96% em relação ao valor
contratado.
As informações e documentos apresentados pela PMT, em resposta ao Relatório Preliminar
elaborado por esta CGUCE, indicam que a obra de construção do Estádio Municipal ainda
depende de autorização da CAIXA para início das obras, conforme descrito no Anexo I deste
Relatório.

6. Intempestividade da CAIXA em notificar a Prefeitura Municipal de


Tejuçuoca sobre o aporte de recursos federais e do ente municipal
em providenciar a prestação de contas parcial de medição paga, fatos
que contribuíram para paralisação da obra de construção do Estádio
Municipal.
De acordo com o Relatório de Acompanhamento de Engenharia - RAE nº 05, de 15.12.2020, e
Parecer Técnico Preliminar, de 17.12.2020, ambos elaborados pela GIGOV FO, verifica-se que

48
o valor aferido de serviços executados pela empresa Guanabara Construções, Transportes e
Serviços EIRELI, CNPJ nº 10.905.621/0001-78, foi de R$ 199.915,87 (2ª medição).
O desbloqueio e a disponibilização dos recursos, pela CAIXA, ocorreram em 18.12.2020, no
valor de R$ 126.000,0, os quais somados ao saldo da conta (R$ 321,05) e aporte de outros
valores de contrapartida (R$ 15.289,98 e R$ 682,50), perfizeram, em 16.03.2021, o montante
de R$ 142.293,53;
Embora a Guanabara tivesse emitido, em 21.12.2020, a Nota Fiscal nº 551, no valor de R$
199.915,87, o valor autorizado para pagamento pela CAIXA foi de R$ 142.293,53, em razão de
saldo insuficiente de repasse pelo Ministério gestor, conforme consta do e-mail da
GIGOVFO11 - Repasse Interior enviado, em 15.03.2021, à A3281 CE - AG Jurema/CE, com cópia
a outros destinatários, dentre eles a PMT. Dessa forma, restou um saldo a pagar de R$
57.622,34.
Ressalte-se que, de acordo com Ofício nº 0415/2021/GIGOV/FO, de 26.04.2021, em resposta
ao Ofício nº 94/2021-MPF/PRM/ITAPIPOCA/CE emitido, em 29.03.2021, por Procuradora da
República, foi informado, pela CAIXA, o seguinte:
(...)10. Em 13/12/2020 foi realizada nova vistoria que ensejou novo ateste no valor
de R$ 199.915,87. Deste valor, foi liberado em 15/03/2021 apenas R$ 142.923,53
por não existir saldo suficiente de recursos creditados pelo Ministério Gestor;
11. Atualmente a obra encontra-se com percentual executado de 87,96% em relação
ao valor contratado. Estamos no aguardo de créditos de recursos pelo Ministério
para complementar o desbloqueio da última medição; (...).

Da análise da conta corrente específica do CR, verifica-se que houve aporte de recursos, no
valor de R$ 58.660,00, em 29.07.2021, e, no valor de R$ 84.280,00, em 29.10.2021.
A CAIXA, por meio do Ofício nº 1435/2022/2022/GIGOV/FO, de 28.09.2022, informou o
seguinte:
1. Em resposta ao primeiro apontamento da auditoria onde é solicitado que se
esclareça o motivo pelo qual não foi efetuado o desbloqueio complementar no valor
de R$ 57.622,34, informamos que o tomador não realizou, até o momento,
prestação de contas parcial da parcela desbloqueada anteriormente no valor de R$
142.293,53, condição necessária para o desbloqueio da próxima parcela.
Fomos informados que o tomador rescindiu o contrato com a empresa Guanabara
Construções, Transportes e Serviços Eireli.
Tal informação foi obtida quando do recebimento de documentação para
reprogramação, em 14.03.2022, no referido contrato de repasse, com vistas à
atualização de preços para realização de novo processo licitatório objetivando a
execução dos serviços ainda não concluídos.
A justificativa apresentada não procede, pois cabia a CAIXA informar, tempestivamente, a
PMT, sobre o aporte de recursos do Ministério gestor, fato que somente veio a ocorrer em
setembro do corrente ano, ou seja, um ano e dois meses após o depósito ocorrido em
28.07.2021, conforme consulta realizada em 29.09.2022, por esta CGU-Regional/CE, à
Plataforma +Brasil, na qual consta a inclusão do Ofício nº 1450/2022/GIGOV/FO, de
27.09.2022, da Coordenadora de Filial e do Gerente de Filial da Gerência Executiva de Governo
Fortaleza/CE, encaminhado ao Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Tejuçuoca,
com cópia para o Prefeito Municipal de Tejuçuoca, que registra o seguinte:
49
1. Notificamos a V.Exa. os créditos de recursos financeiros, sob bloqueio, em
28/07/2021, no valor de R$ 58.660,00 (cinquenta e oito mil e seiscentos e sessenta
reais) e em 29/10/2021, no valor de R$ 84.280.00, (oitenta e quatro mil duzentos e
oitenta reais) na conta vinculada ao Contrato de Repasse nº 756096/2011 - Operação
0361815-75 firmado com o Município de Tejuçuoca, assinado em 16/12/2011, no
âmbito do Programa Esporte e Lazer na Cidade, sob a gestão do Ministério da
Cidadania, que tem por objeto “CONSTRUÇÃO DE ESTÁDIO”.
2. Informamos que o valor da contrapartida deverá ser depositado na conta
vinculada de acordo com o cronograma de desembolso.
Ressalte-se que se empreendeu visita, em agosto de 2022, ao município de Tejuçuoca, onde
se verificou, em razão da falta e/ou aporte de recursos de forma intempestiva, que a
construção do Estádio Municipal se encontra inacabada e paralisada, em situação de
abandono, tomada por matagal e com deterioração em parte do alambrado e respectiva
mureta.
Em nova manifestação, a CAIXA, por intermédio do Ofício nº 0157/2023/GIGOV/FO, de
25.01.2023, informou que:
Inicialmente, gostaríamos de esclarecer que o contrato de repasse 0361.815-75/2011,
não ficou sem desbloqueios devido a ação ou omissão da CAIXA, como podemos
comprovar a seguir:
No corpo da comunicação eletrônica (Anexo I), para desbloqueio da 1ª medição do
contrato da empresa Guanabara Construções, Transportes e Serviços EIRELI, CNPJ nº
10.905.621/0001-78, que foi autorizado em 08/09/2020, com valor de R$ 116.633,23,
a Prefeitura de Tejuçuoca foi informada sobre a necessidade de apresentação da
Prestação de Contas referente ao desbloqueio anterior para possibilitar o próximo.
A 2ª medição do contrato da empresa Guanabara, foi recepcionada na Caixa em
04/12/2020, conforme Protocolo 6676/2020 (Anexo II), a vistoria in loco foi realizada
pelo corpo técnico de engenharia da Caixa e o Relatório de Acompanhamento do
Empreendimento (RAE) foi emitido em 17/12/2020.
Em 25/01/2021, o Município de Tejuçuoca foi orientado, através de comunicação na
Plataforma+Brasil (Anexo III), a proceder com os tramites de inclusão de
documentação e depósito de contrapartida na Plataforma+Brasil para possibilitar o
desbloqueio da medição pela Caixa.
Nessa mesma comunicação de orientação, na Plataforma+Brasil (Anexo III), se
ressaltou que haveria a necessidade de apresentar a Prestação de Contas referente ao
desbloqueio da 1ª medição que, 5 meses após a liberação, ainda não havia sido
apresentada à Caixa para análise.
A Prefeitura de Tejuçuoca, apresentou a Caixa a documentação de prestação de contas
referente a liberação de 08/09/2020 para a empresa Guanabara, em 09/03/2021,
conforme protocolo 878/2021 (Anexo IV). Sendo a aprovação da documentação pela
Caixa na mesma data.
Com isso a Caixa efetuou novo desbloqueio, desta feita parcial, tendo em vista que a
medição atestada pela CAIXA, R$ 199.915,87, foi de valor superior ao recurso
disponível para pagamento da 2ª medição para a empresa Guanabara naquele
momento, e de fato a autorização foi no valor de R$ 142.293,53, incluindo a
contrapartida do município, no dia 15/03/2021, 06 dias após a apresentação da
documentação da prestação de contas do último desbloqueio, que ocorreu em
08/09/2020 (188 dias após o desbloqueio).

50
Ressaltamos que nesta mesma mensagem, de desbloqueio parcial (Anexo V), como de
costume, no item 3 da mensagem, informamos a necessidade de apresentação da
documentação de prestação de contas em no máximo 30 dias.
3. Assim que os pagamentos forem realizados, solicitamos a gentileza de
Vossa Excelência em providenciar, no prazo máximo de 30 dias, a
Comprovação da Execução Financeira deste desbloqueio.
Lembramos que, conforme informado para essa CGU/CE no Ofício nº
1435/2022/2022/GIGOV/FO, de 28.09.2022, a apresentação e aprovação da
documentação de prestação de contas referente ao desbloqueio parcial do dia
15/03/2021, que é condição para autorização de novo desbloqueio, seja saldo de
medição aprovada ou nova medição, não ocorreu até a presente data. Também não
recepcionamos a solicitação da Prefeitura para o desbloqueio do saldo remanescente
do pagamento a empresa Guanabara.
Posto isso, não podemos afirmar que a rescisão do contrato com a empresa Guanabara
Construções, Transporte e Serviços EIRELI, tenha sido ocasionado pela falta de
pagamento da medição atestada e aferida pela Caixa.
Caso fosse do interesse da Prefeitura de Tejuçuoca, o pagamento de eventual saldo de
medição à empresa na época, visando, por exemplo, evitar uma rescisão contratual, a
Portaria Interministerial Nº 507, de 24 de novembro de 2011, que rege o contrato,
prevê em seu ART. 64, § 2°, inciso II, subitem "c" alternativa para tal, alternativa essa
que não foi pleiteada:
c) no ressarcimento ao convenente por pagamentos realizados às próprias
custas decorrentes de atrasos na liberação de recursos pela concedente e em
valores além da contrapartida pactuada.
Pelo exposto, não temos como suspeitar, que o abandono da obra fora ocasionado
exclusivamente pela falta de pagamentos dos recursos de repasse, ou por atraso, uma
vez que a Prefeitura de Tejuçuoca não buscou informações na Caixa para solucionar a
questão do pagamento de eventual saldo de medição para efetuar a rescisão
contratual com a empresa Guanabara.
A Caixa somente tomou conhecimento da rescisão contratual quando recepcionamos
a documentação de reprogramação do contrato para a nova licitação que concluirá os
serviços pactuados no Plano de Trabalho do contrato de Construção do Estádio
Municipal.
Quanto à situação verificada na vistoria desta CGU, em agosto de 2022, na qual
verificou que a obra está paralisada e inacabada, informamos que a reprogramação do
contrato foi acatada pela Caixa em 11/07/2022, e somente em 23/01/2023
recepcionamos a documentação do novo processo licitatório para análise e emissão
de parecer visando a retomada das obras.
Informamos, também, que a vigência do contrato foi prorrogada até 19/06/2023,
prazo previsto pela Prefeitura de Tejuçuoca para a conclusão dos serviços restantes.

A CAIXA, em sua manifestação, registra que até o dia 25.01.2023, a Prefeitura Municipal de
Tejuçuoca ainda não apresentou a prestação de contas da 2ª medição de serviços executados
pela empresa Guanabara, a qual foi paga, parcialmente, em 16.03.2021, em razão de falta de
recursos suficiente para fazer frente ao total das despesas ocorridas.
Ademais, embora a cronologia dos fatos ocorridos tenha sido bem pontuada pela CAIXA,
verifica-se que não houve menção sequer à falha de comunicação, à PMT e respectiva Câmara
de Vereadores, do envio dos recursos federais à conta corrente do CR, a qual ocorreu apenas
em 27.09.2022, após os questionamentos da CGU, muito embora os recursos federais
estivessem disponíveis desde 28.07.2021.
51
A conjugação da falta de apresentação, pela PMT, à CAIXA, da prestação de contas da 2ª
medição e da demora da mandatária dos recursos em informar a existência de recursos
suficientes para dar seguimento ao contrato com a Guanabara, foram determinantes para a
paralisação da obra e, em consequência, para a rescisão contratual com a aludida empresa e
instauração de nova licitação.

7. Ausência de aplicação financeira, pela CAIXA, de recursos federais


repassados, no montante de R$ 563.053,60, no âmbito dos Contratos
de Repasse nºs 0333751-22/2010 e 0275835-96/2008.
Verifica-se, a partir da análise aos extratos bancários da CC 00647001-3, Agência 3281 –
Jurema, CE da CAIXA, criada para movimentação de recursos repassados pelo CR nº
756096/2011, visando à construção do Estádio Municipal de Tejuçuoca, que não houve
aplicação financeira dos aportes ocorridos em 29.07.2021 e 29.10.2021 (posição até
01.06.2022), no montante de R$ 142.940,00, fato em desacordo com o subitem 8.6.1 do
referido CR, que estabelece:
8.6.1 – Os recursos transferidos, enquanto não utilizados, serão aplicados em
caderneta de poupança se o prazo previsto para sua utilização for igual ou superior
a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou operação de
mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública federal, quando a sua
utilização estiver prevista para prazo menor que um mês.

A CAIXA, por meio do Ofício nº 1435/2022/2022/GIGOV/FO, de 28.09.2022, informou o


seguinte:
2.1 Relativamente à falta de aplicação financeira dos recursos disponibilizados pelo
Ministério Gestor em 29/07/2021 e 29/10/2021, informamos que a agência
detentora da conta já providenciou o desbloqueio, aplicação e recomposição dos
recursos.
Trata-se de contrato antigo, assinado em 12/2011, cuja aplicação de recursos é
efetuada manualmente pela CAIXA, tendo ocorrido falha operacional interna que
gerou tal ocorrência, a qual já se encontra em processo de regularização.
2.2 Vale esclarecer que o processo de aplicação passou por significativa melhoria, de
modo que os Contratos de Repasse firmados a partir de 01/06/2013 operam por
Ordem Bancária de Transferência Voluntária - OBTV, na Plataforma +Brasil.
2.2.1 Nesse caso, a aplicação em poupança é efetuada diretamente pelos
representantes legais do Contratado na referida Plataforma, se a previsão para seu
uso for igual ou superior a um mês, ou ocorre a aplicação automática em fundo de
aplicação financeira de curto prazo, quando sua utilização estiver prevista para
prazos menores que um mês, possibilitando maior segurança e conformidade às
transações efetuadas e evitando ocorrências semelhantes às do presente caso.

A justificativa apresentada ratifica a falta de aplicação financeira de recursos do CR


transferidos à CAIXA e carece, ainda, de comprovação efetiva da reposição dos valores.
Ademais, em reanálise dos extratos, identificou-se falta de aplicação do repasse federal de R$
126.000,00, no período de 18.12.2020 a 15.03.2021.
Quanto à falha operacional verificada e confirmada pela CAIXA, evidencia-se, também, a falta
de aplicação financeira, em relação aos CR 0333751-22/2010, referente à construção do
52
Balneário Municipal - saldo não aplicado de R$ 831,80, no período de 29.02.2016 a
09.05.2017, R$ 781,80, no período de 10.05.2016 a 21.12.2020 e R$ 292.500,00, no período
de 23.12.2020 a 27.10.2021, conforme análise da CC 00000042-2, Agência 3281- JUREMA, CE
da CAIXA, e
Apresenta-se a seguir tabela contendo, de forma consolidada, os valores que deixaram de ser
aplicados financeiramente:

Tabela 21: Valores não aplicados financeiramente por contrato de repasse (em Reais)
Contrato de Repasse Valor Não Aplicado Período Quantidade de Dias
756096/2011 58.660,00 29.07.21 a 01.06.22 307
84.280,00 29.10.21 a 01.06.22 215
126.000,00 18.12.20 a 15.03.21 87
0333751-22/2010 831,80 29.02.16 a 09.05.17 435
781,80 10.05.16 a 21.12.20 1.686
292.500,00 23.12.20 a 27.10.21 308
Total 563.053,60
Fonte: Extratos bancários disponibilizados pela CAIXA

Em nova manifestação, a CAIXA, por intermédio do Ofício nº 0157/2023/GIGOV/FO, de


25.01.2023, informou que:
(...) Para os contratos 0361.815-75/2011 e 0333751-22/2010, que ainda estão
vigentes, em execução e com recursos depositados em contas vinculadas (conta
corrente ou poupança), estamos efetuando os levantamentos junto aos processos
físicos e as comunicações da Prefeitura junto a agência Jurema (3281), visando a
esclarecer os apontamentos dessa auditoria.
Importante ressaltar, que todo o processo que visa à recomposição de valores para as
contas, segue um rito interno de análise e apuração dos fatos, e responsabilidades, se
for o caso, de diversas áreas, inclusive com a participação do tomador.
Deste modo, informamos que iniciamos o processo de alinhamento de procedimentos
entre as áreas envolvidas no processo de repasse de recursos da União, GIGOV/FO,
Superintendência Regional do Ceará e agências de relacionamento com os tomadores,
para poder mitigar os riscos de novas ocorrências
Em específico, para esses 2 contratos de repasse, o processo de apuração conjunto
interno com a GIGOV/FO, Superintendência Executiva de Governo Ceará e a agência
Jurema, para levantamento dos fatos relacionados ao trabalho de auditoria realizado
por essa CGU, ao apontamento de recursos de repasse não aplicados conforme a regra
do programa, já foi dado início, conforme comunicação eletrônica (Anexo XIII).
Informamos, inclusive, que haverá necessidade de esclarecimentos por parte da
Prefeitura de Tejuçuoca, quanto a possíveis movimentações na conta vinculada.
Conforme os relatos acima, solicitamos que essa Controladoria Geral da União/CE
conceda um prazo extra de 120 dias para que a Caixa apure e apresente a
comprovação, da efetiva recomposição dos rendimentos dos recursos que
supostamente não tiveram remuneração conforme regramento, para os contratos
0361.815-75/2011 e 0333751-22/2010.
53
A nova manifestação não justifica a falta de aplicação financeira dos repasses de recursos
informados na Tabela 21, apenas solicita prazo maior para apuração e efetiva recomposição
dos respectivos rendimentos que supostamente não tiveram remuneração.
De se observar que o assunto foi levado ao conhecimento da CAIXA, relativamente ao CR nº
756096/2011, desde 26.08.2022, e, quanto ao CR 0333751-22/2010, desde 30.11.2022, não
havendo ação efetiva para resolução do fato apontado.
As informações, extratos bancários e planilhas encaminhadas pela CAIXA, após a elaboração
do Relatório Preliminar, demonstram que houve a regularização dos saldos não aplicados e a
reposição dos valores às respectivas contas correntes, conforme descrito no Anexo I deste
Relatório.

8. Omissão na instauração de TCE em razão do atraso de quatro anos


para apresentação da prestação de contas final pela Prefeitura
Municipal de Tejuçuoca, referente à construção de Quadra
Poliesportiva Coberta na localidade de Boa Ação, objeto do CR
0275835-96/2008.
De acordo com a documentação disponibilizada pela CAIXA, verifica-se que a prestação de
contas final da obra de construção da quadra poliesportiva coberta em Boa Ação, foi recebida
pela CAIXA apenas em 25.04.2022 (houve envio anterior em 06.12.2018 - protocolo
7009/2018), ou seja, um atraso de aproximadamente quatro anos em relação ao pagamento
da medição final ocorrido em 20.02.2017, fato que contraria o Inciso I do Art. 59 da Portaria
Interministerial nº 424/2016, que estabelece que o prazo para apresentação da prestação de
contas final é de até 60 (sessenta) dias após o encerramento da vigência ou da conclusão da
execução do objeto, o que ocorrer primeiro.
Sobre o assunto a Caixa informou, por meio do Ofício nº 641/2022-GIGOV/FO, de 31.05.2022,
o seguinte:
Não podemos justificar a demora na apresentação da Prestação de Contas Final pela
Prefeitura Municipal de Tejuçuoca. Nesses casos resta-nos encaminhamento de
comunicação administrativa e a Notificação TCE, no caso de ausência de
manifestação pelo tomador:
· Comunicação Administrativa - Ofício 0566/2018, 25/04/2018 – AR de 17/05/2018;
· Notificação TCE – Ofício 1140/2018, 27/07/2018 – AR de 24/08/2018 (Documentos
seguem digitalizados.
8.2 Apesar de citar no conteúdo do protocolo 7009/2018 que a documentação era
referente à Prestação de Contas Final, o assunto tratado no ofício recebido referia-
se ao pagamento de 02 (duas) tarifas, sendo uma delas no valor de R$ 981,64
(vistoria extra) e outra no valor de R$ 132,00 (fotocópia).
8.3 O ofício do município 299/2018 encontra-se digitalizado junto à documentação
a ser encaminhada.
8.3.1 A prestação de contas final foi recebida na CAIXA em 25/04/2022 e aprovada
em 29/04/2022, estando em tramitação a aprovação no SIAFI.

54
As informações e documentos encaminhados pela CAIXA ratificam o descumprimento do
prazo para apresentação da prestação de contas final pela PMT e indicam que houve omissão
da CAIXA em instaurar a Tomada de Contas Especial, haja vista que todos os prazos concedidos
foram descumpridos pela PMT, conforme demonstrado a seguir:
 a Comunicação Administrativa de TCE foi emitida em 25.04.2018, conforme Ofício nº
0566/2018, sendo estabelecido o prazo máximo de 30 dias para que a então prefeita
apresentasse a prestação de contas parcial e final para encerramento do contrato;
 a primeira Notificação de TCE foi emitida em 27.07.2018, conforme Ofício nº
1140/2018, sendo estabelecido o prazo máximo de 45 dias para que a então prefeita
apresentasse a prestação de contas final do total dos recursos contratados ou
devolvesse o valor da dívida atualizado monetariamente e acrescido de juros até
27.07.2018 (R$ 312.820,16). Constou ainda que, na hipótese de que a situação
contratual não fosse regularizada no prazo concedido, poderia ser instaurada a TCE;
 a segunda Notificação de TCE foi emitida em 04.08.2021, conforme Ofício nº
1000/2021, sendo estabelecido, novamente, o prazo máximo de 45 dias para que o
prefeito atual apresentasse a prestação de contas final do total dos recursos
contratados ou devolvesse o valor da dívida atualizado monetariamente e acrescido
de juros até 04.08.2021 (R$ 345.756,07). Constou ainda que, em caso de que a situação
contratual não fosse regularizada no prazo concedido, poderia ser instaurada a TCE, e
 a PMT somente veio a apresentar a documentação da PCF em 25.04.2022.

Por fim, considerando o tempo decorrido entre a última inspeção em campo realizada pela
CAIXA (03.01.2017) e a aprovação da prestação de contas (29.04.2022), configuraria boa
prática administrativa e por medida de cautela e zelo, que a CAIXA envidasse esforço no
sentido de realizar inspeção física e elaborar parecer técnico, de molde a confirmar o
atingimento do objetivo previsto no plano de trabalho do CR e/ou alcance do benefício social
esperado com a execução da obra, na forma determinada, no Acórdão nº 6.527/2009-TCU –
2ª Câmara, à Embratur, para que, ao analisar as prestações de contas de convênios:
a) inclua, nos pareceres técnicos, avaliação expressa quanto à adequação das ações
efetivamente executadas, em relação aos itens especificados no Plano de Trabalho;
b) exija a devolução de recursos referentes a itens do Plano de Trabalho que não
forem executados, adotando as devidas providências para instauração da tomada de
contas especial;
c) avalie os resultados efetivos obtidos com a execução do objeto do convênio,
demonstrando o retorno obtido ou os efeitos advindos das ações.

Ressalte-se que a obra apresenta sérios defeitos e vícios de construção, conforme relatado no
item 12 deste Relatório.
Em nova manifestação, A CAIXA, por intermédio do Ofício nº 157/2023/GIGOV/FO, de
25.01.2023, informou que:
(...) a referida obra de Construção de Quadra Poliesportiva Coberta teve sua
conclusão em 20.02.2017, quando foi efetuado o pagamento da última medição dos
serviços referentes ao contrato de repasse.
Porém, nesse caso em específico, as obras foram concluídas, as medições foram
pagas e suas respectivas notas fiscais e comprovantes de impostos apresentados
durante a execução do contrato, restando apenas a apresentação de declarações,

55
relatórios e ou documentos da prefeitura, como por exemplo: Relatório de
Cumprimento e Aceitação do Objeto, conforme anexo ao fim desta mensagem.
(Anexo XIV).
Essa obra foi atestada pela Prefeitura de Tejuçuoca e os serviços aferidos pela
engenharia da Caixa e os munícipes, que são os principais beneficiários do recurso,
já estão utilizando o equipamento. Desta maneira fica caracterizada a funcionalidade
da obra.
Não havia indícios de prejuízo ao Erário que amparassem a abertura de TCE em
função somente da referida pendência para a prestação de contas final.
Lembrando que a Tomada de Contas Especial é uma medida de exceção pois
somente é adotada quando forem esgotadas todas as medidas administrativas para
saneamento das irregularidades, que causam prejuízo ao erário, o que não estava
caracterizado no caso desta operação.
Importante ressaltar que a Prefeitura de Tejuçuoca se esquivou por diversas vezes
de apresentar a documentação da Prestação de Contas Final do Contrato. Não por
falta de cobrança da Caixa, já demonstrada na documentação encaminhada para
esse trabalho de auditoria e, também, na resposta do Ofício 641/2022 GIGOVFO, de
31.05.2022.
A CAIXA recepcionou a documentação de prestação de contas final, apresentada
pela Prefeitura de Tejuçuoca, depois de diversas cobranças, o que ocorreu em
25.04.2022.
Em 29.04.2022, a Caixa aprovou a prestação de contas do contrato.
Acerca das recomendações à Caixa quanto a boas práticas relativas à etapa de
comprovação da conclusão do objeto, reforçamos que quando do envio do último
boletim de medição por parte do Convenente, a vistoria in loco realizada pela Caixa
constatou acerca da conclusão do objeto tal qual como fora projetado. Tal vistoria
foi registrada no RAE - Relatório de Acompanhamento de Engenharia - e as principais
constatações acerca da execução da obra e da conclusão física do objeto foram ali
apontadas. Assim, a aferição de todos os serviços previstos (execução de 100% de
obra) bem como a menção expressa à conclusão da obra no citado documento
constituem indicativos suficientes do alcance da finalidade do objeto, em termos
físicos.
Complementamos, ainda, que não há previsão legal e normativa de que nova vistoria
deva ser realizada por ocasião da prestação de contas final tardia. Entendemos que
a etapa de constatação da conclusão do objeto diz respeito à execução física de fato,
constatada em vistoria e consubstanciada no RAE.
Entendemos que a PCF também tem por objetivo a demonstração e a verificação de
resultados e contém elementos que permitem avaliar a execução do objeto e o
alcance das metas previstas, o que ocorreu em total convergência com a execução
física constatada à época da conclusão dos serviços.
No tocante aos defeitos e vícios de construção, constatados pela CGU em
agosto/2022, mais de cinco anos após a última vistoria realizada pela CAIXA, em que
pese não termos sido informados quais seriam os defeitos e vícios identificados,
salientamos que é atribuição do Convenente executar e fiscalizar a consecução do
objeto, assegurando a qualidade técnica dos projetos e de sua execução, incluindo a
execução e fiscalização dos trabalhos necessários à consecução do objeto pactuado,
designando profissional habilitado no local da intervenção com a respectiva ART ou
RRT de fiscalização.
Também cabe ao Convenente observar, na sua integralidade, os requisitos de
qualidade técnica dos projetos e de execução dos produtos e serviços contratados,
em conformidade com as normas brasileiras e os normativos dos programas, ações
56
e atividades, determinando a correção de vícios que possam comprometer a fruição
do benefício pela população beneficiária.
Reforçamos, ainda, que é responsabilidade do Convenente a gestão e manutenção
indispensáveis ao funcionamento dos equipamentos e/ou instalações resultantes da
execução do contrato de repasse, em observância aos objetivos estabelecidos no
programa de investimentos da União.

A CAIXA, em sua manifestação, confirma que a Prefeitura Municipal de Tejuçuoca se esquivou


de apresentar a “documentação da Prestação de Contas Final do Contrato, entretanto, não
assiste razão ao argumentar que fez diversas cobranças para apresentação da prestação de
contas final, haja vista que os expedientes encaminhados foram três e nas seguintes datas:
25.04.2018 (pedido da prestação de contas parcial e final), 25.07.2018 e 04.08.2021(pedidos
da prestação de contas final), muito embora a obra estivesse concluída desde 20.02.2017”.
Por fim, não se sustenta a afirmação da CAIXA de que estaria legitimada a adotar medida de
exceção da abertura de Tomada de Contas Especial, em face da suposta inexistência de
indícios de prejuízo ao Erário, ainda mais quando se considera que, no lapso temporal de cinco
anos, decorrido entre a última inspeção e a aprovação da PCF, a Caixa não retornou ao
município a fim de verificar a situação do empreendimento, conforme já mencionado.
À CAIXA, cabe observar as previsões legais, infralegais e jurisprudenciais, aplicando-as
objetivamente aos casos concretos sob sua responsabilidade. No tocante à análise das
prestações de contas, há previsão normativa insculpida na Portaria Interministerial
MP/MF/CGU nº 424, de 30.12.2016:
CAPÍTULO V
DA PRESTAÇÃO DE CONTAS
Art. 59. O órgão ou entidade que receber recursos na forma estabelecida nesta
Portaria estará sujeito a prestar contas da sua boa e regular aplicação, observando-
se o seguinte:(...)
III- o prazo para apresentação da prestação de contas final será de até 60 (sessenta)
dias após o encerramento da vigência ou a conclusão da execução do objeto, o que
ocorrer primeiro; e
(...)
3º Se, ao término do prazo estabelecido, o convenente não apresentar a prestação
de contas nem devolver os recursos nos termos do § 2º deste artigo, o concedente
registrará a inadimplência no SICONV por omissão do dever de prestar contas e
comunicará o fato ao órgão de contabilidade analítica a que estiver vinculado, para
fins de instauração de tomada de contas especial sob aquele argumento e adoção
de outras medidas para reparação do dano ao erário, sob pena de responsabilização
solidária.

9. Não disponibilização, pela Prefeitura Municipal de Tejuçuoca, de


documentação (licitações e processos de pagamentos) de convênios

57
e contratos de repasse e/ou disponibilização de processos de forma
incompleta, dificultando a análise do Controle Interno.
Considerando os dados das oito obras que constituem o escopo desta Auditoria, houve
solicitação à Prefeitura Municipal de Tejuçuoca – PMT da documentação necessária para
análise documental e posterior inspeção física, entretanto, os arquivos digitais foram enviados
de forma incompleta/desorganizada ou nem foram enviados, conforme demonstrado a
seguir:
a) Tomada de Preços nº 2013.05.29.02 – Cultura (Construção do Estádio Municipal):
 o arquivo tem 249 páginas e o processo está numerado somente até a página 182,
onde consta a página 109 do Diário Oficial do Estado;
 existem páginas em que se vê o carimbo, porém, não se identifica a numeração;
 páginas sem numeração entre 112 e 113, 113 e 114, 114 a 115 e 115 e 116, e
 as páginas 130 e 131 estão duplicada e são diferentes.

A PMT informou, em 05.05.2022, que se trata de irregularidades cometidas pelas gestões


anteriores, não sendo possível realizar, neste momento, qualquer retificação no processo
original.
b) Tomada de Preços 2019.08.08.01 (Construção do Estádio Municipal):
 o arquivo inicia à fl. 112 e o último registro de página é a de nº 932, referente ao
“Extrato de Publicação", referente ao Contrato nº 2019.10.11.01, Tomada de Preço nº
2019.08.08.01", e
 o arquivo contempla apenas 838 páginas, o que ratifica que o processo está
incompleto.
A PMT informou, em 05.05.2022, que o processo original se encontra completo, conforme
arquivo enviado em anexo.
Embora a PMT afirme que o processo está completo, verifica-se, a partir do arquivo enviado,
que o processo continua incompleto, haja vista que começa à fl. 112, com a inserção do
“Cronograma Físico Financeiro” da obra, assinado pelo engenheiro civil RNP 0604150873.
c) Concorrência 2014.01.31.01 - FME (Construção das Escolas de Monte Carmelo e da Sede):
 o arquivo inicia à fl. 100 e o último registro de página é a de nº 2521, referente ao
“Atestado de Visita” da empresa Serra Verde Serviços e Construções Ltda., e
 o arquivo contempla apenas 649 páginas, o que demonstra que o processo está
incompleto.
A PMT informou, em 05.05.2022, que se trata de irregularidade cometida pelas gestões
anteriores, não sendo possível realizar, neste momento, qualquer retificação no processo
original.
d) Concorrência 2014.05.28.01 – FME (Construção da Escola São Bento):
 o arquivo tem 1932 páginas, porém, as páginas numeradas vão até 2047 e mais duas
páginas sem numeração, e
 as páginas 63 a 70, 89 a 225 e 404 a 413 estão faltando, além de existiram duas páginas
514.
58
A PMT informou, em 05.05.2022, que se trata de irregularidade cometida pelas gestões
anteriores, não sendo possível realizar, neste momento, qualquer retificação no processo
original.
e) Concorrência 2019.02.13.02 – FME (Construção da Escola São Bento):
 o arquivo contempla 4126 páginas e a numeração das páginas vai até 4141, ou seja,
verifica-se que, excluindo a folha 1 da capa, faltam 16 páginas;
 existência de numeração alternativa criada (276 A, 276 B, 277A e 3996A);
 possível erro na numeração das páginas, saltando de 1779 para 1800, de 1889 para
1900, de 2689 para 2699, de 2899 para 3000 e de 3143 para 3194;
 numeração faltante (1479, 1526, 1939, 2419, 2737 e 3989);
 fora de ordem (2705, 2706, 2865, 3948 e 3949), e
 numeração duplicada de páginas (1224, 1503, 1736, 1737, 1751, 2031, 2072, 2171,
2253, 2312, 2334, 2335, 2604, 2887, 3117, 3120, 3304, 3596, 3597, 3725, 3816,
3834,3835 e 3836).
A PMT informou, em 05.05.2022, que se trata de irregularidade cometida pelas gestões
anteriores não sendo possível realizar, neste momento, qualquer retificação no processo
original. Com relação às páginas fora de ordem, informou que o erro foi devidamente corrigido
no processo original.
Ademais, não foram disponibilizados os seguintes processos licitatórios:
 2009082601TP ADM - Construção de Quadra Poliesportiva Coberta na localidade Boa
Ação, objeto do CR 0275835-96/2008 (Siafi 642315);
 2011.11.29.01.TP.ADM - Construção do Balneário Municipal, objeto do CR 033751-
22/2010, e
 Licitação original (inicial) da Construção de Quadra Escolar Coberta com Vestiário na
localidade de Açude, objeto do TC PAC 06645/2013.

A PMT informou, em 05.05.2022, que os aludidos processos licitatórios não foram localizados
nos arquivos da Prefeitura.
Por fim, não foram disponibilizados os processos de pagamentos dos contratos de execução
(original e atual) das obras, os quais devem conter, no mínimo, as notas fiscais, planilhas de
medição da obra, decorrentes da(o):
 Medição da VTS Construções e Locações - EIRELI (Construção da Escola de 06 sala em
Monte Carmelo), referente ao Contrato oriundo da CP 2014013101 FME;
 Contrato nº 2019.06.24.01, firmado em 24.06.2019 com Guanabara Construções,
Transportes e Serviços EIRELI ME (Construção da Escola de 06 Salas - São Bento), no
valor de R$ 855.143,37;
 Contrato nº 001-2011.11.29.01 TP.ADM, firmado com a Raça Const., Transportes e
Serviços Ltda., no valor de R$ 601.474,19 (Construção do Balneário Municipal) e do(s)
Contrato(s) que deu ou deram continuidade às obras;
 Contrato da construção da "Quadra Poliesportiva Coberta" na localidade de Boa Ação,
objeto do CR 0275835-96/2008, e
 Contrato(s) da construção da "Quadra Escolar Coberta com Vestiário" na localidade de
Açude, objeto do TC PAR 22430/2014.

59
A falta e/ou incompletude da documentação restringiu os trabalhos de auditoria, não cabendo
à PMT se escusar da responsabilidade em manter, em arquivo próprio, os processos de
licitação e pagamentos solicitados, de forma completa e organizada, inclusive para repassar à
administração que a suceder, a documentação de convênios e contratos de repasse, a qual
deve ficar disponível pelo prazo de dez anos, contado da data em que foi aprovada a prestação
de contas, conforme estabelece os termos do § 3º do Art. 3º da Portaria Interministerial
MP/MF/CGU nº 127, de 29.05.2008.
Caso a administração anterior não tenha disponibilizado a documentação completa, cabe
adoção das medidas administrativas cabíveis e, se for o caso, medidas judiciais.

10. Contratação da empresa VAP Construções Ltda, pelo valor de R$


1.081.170,89, para execução da pavimentação em piçarra do trecho
que liga a sede do Município à localidade de São Bento (Lote I da CP
2018.03.16.01), em detrimento de oito empresas que apresentaram
preços menores.
Analisando a Concorrência Pública nº 2018.03.16.01, que teve por objeto a “Pavimentação
em piçarra do trecho que liga a sede do município a localidade de São Bento e pavimentação
em pedra tosca de vias da sede do município de Tejuçuoca/CE”, conforme edital emitido em
19.03.2018, verifica-se que a vencedora do Lote I (pavimentação em piçarra) foi a empresa
VAP Construções Ltda., CNPJ nº 00.565.011/0001-19, com o valor de R$ 1.081.170,89.
Ressalte-se que o preço da empresa VAP é superior ao das oito empresas habilitadas a
participar da licitação, elencadas no Quadro 5:

Quadro 5 - Relação de empresas que ofertaram propostas ao Lote I da CP 2018.03.16.01


Item Empresa CNPJ Valor da Proposta Lote I
(R$)
1 Construtora Neves Nogueira Ltda. ME 41.388.083/0001-15 1.044.631,86
2 Milenium Serviços EIRELI ME 11.952.190/0001-63 1.019.653,37
3 R3 Construções e Transportes Ltda. 12.268.154/0001-48 1.004.791,31
4 HJS Construções EIRELI 20.000.230/0001-68 941.199,71
5 CNT Construtora Nova Terra EIRELI EPP 12.314.392/0001-42 975.310,82
6 Fácil Construções Ltda. ME 10.520.049/0001-29 918.257,07
7 Gold Serviços e Construções EIRELI 10.940.340/0001-56 915,911,30
8 VM Construções Locações Eventos Ltda. ME 13.752.986/0001-06 757.627,41
Fonte: “Ata da Sessão Pública de Abertura das Propostas da Tomada de Preços 2018.03.16.01” elaborada em
04.06.2018.

Consta na “Ata da Sessão Pública de Abertura das Propostas da Tomada de Preço nº


2018.03.16.01”, de 04.06.2018 (fls. 1814 a 1816), que “as propostas serão analisadas pelo

60
engenheiro da prefeitura municipal: engenheiro civil I. C. F., INSCRITO NO CPF: ***.061.633-
**, CREA: 14143-d”, entretanto, não consta a análise e, em seguida, às fls. 1817 em diante, é
efetuada a homologação e adjudicação do Lote I (fls. 1828) e II, indo até a formalização dos
contratos e posterior distrato amigável com a empresa IMMA Construções Ltda., CNPJ
21.542.230/0001-52(fls. 1844 a 1845), vencedora do Lote II.
Ressalte-se que os dois últimos documentos encartados são: “Licença Simplificada Por Auto
Declaração nº 108/2018 -DICOP -GECON” expedida pela SEMACE (fls. 1847), referente à obra
em comento, e ART nº 060783769100034 (fls. 1848 e última) da obra de construção do Estádio
Municipal, esta última anexada indevidamente.

11. Estrutura metálica da Quadra Coberta na localidade de Açude em


Tejuçuoca, executada em desacordo com o projeto, colocando em
risco a sua estabilidade e comprometendo a segurança dos usuários.
Em inspeção física, realizada no dia 03.08.2022, à obra de construção de uma quadra
poliesportiva com vestiários na localidade de Açude, no município de Tejuçuoca/CE,
financiada com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional – FNDE (TC PAC2
06645/2013 - FNDE/MEC), verificou-se que o empreendimento apresenta diversos problemas
estruturais, com elevado risco de desabamento de sua cobertura, inclusive com serviços
diferentes do previsto em projeto, conforme se verifica nos registros fotográficos a seguir:

Foto 24 - Rompimento de mão francesa, ocasionada Foto 25 - Apoios dos arcos treliçados nos pilares
pelo elevado estado corrosivo do material – trapezoidais em desconformidade com o previsto em
Localidade de Açude, em Tejuçuoca/CE. projeto, visto que deveriam estar totalmente
apoiados sobre a base, por meio de chapas de 197cm
de comprimento por 15cm de largura conforme
previsto em projeto – Localidade de Açude, em
Tejuçuoca/CE.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

61
Foto 26 - Deterioração do arco treliçado, ocasionado Foto 27 - Inclinação do banzo superior em relação
pelo elevado estado corrosivo do material - Localidade ao banzo inferior do arco treliçado, o que indica
de Açude, em Tejuçuoca/CE - 03.08.2022 movimentação da estrutura em relação ao seu
centro geométrico - Localidade de Açude, em
Tejuçuoca/CE.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

Foto 28 - Estrutura metálica não prevista em projeto, Foto 29 - Emenda de concreto novo realizada
entre o pilar trapezoidal e o arco treliçado - Localidade sobre os pilares trapezoidais, com desgaste
de Açude, em Tejuçuoca/CE - 03.08.2022. aparente do concreto e das armaduras expostas,
ocasionados por realização dos serviços em
desacordo com o projeto e especificações técnicas
- Localidade de Açude, em Tejuçuoca/CE -
03.08.2022.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

A primeira empresa contratada para a execução da obra foi a AFORTE Construções e Reformas
Ltda., CNPJ nº 15.033.561/0001-64, com valor total de R$ 502.453,02, que, segundo o Sistema
Integrado de Monitoramento do Ministério da Educação - SIMEC, por meio da Tomada de

62
Preços nº 2013.12.03.05 TP FME, executou 47,77% do empreendimento, com rescisão
contratual em 28.11.2018.
A execução financeira dessa contratação compreende pagamentos de dez medições de
serviços realizados, os quais foram efetuados no período de 13.03.2014 a 23.09.2015, no
montante de R$ 288.806,35, com utilização da conta específica do TC PAC2 nº 06645/2013.
Repise-se que o total pago diverge do valor registrado no SIMEC, que é de R$ 267.741,94,
referentes às nove primeiras medições.
Posteriormente, em decorrência da Tomada de Preços nº 2019.02.13.01, houve a contratação
da empresa EB Soares Construções Ltda., CNPJ nº 02.778.929/0001-71, pelo valor de R$
393.011,66, para dar continuidade às obras, com ordem de início dos serviços em 17.07.2019.
Não se verificou, no SIMEC, existência de serviços pagos referente a essa segunda contratação,
embora haja registros no TCE/CE de pagamentos que totalizam o valor de R$ 143.000,94, os
quais foram efetuados em conta diversa da específica do referido TC.
De acordo com a aba “Restrições e Inconformidades” do SIMEC, a obra encontra-se paralisada,
com percentual de execução total de 75,78% e 53,63% do contrato atual, tendo sua última
vistoria sido realizada em 14.06.2022 pela supervisora do FNDE, que constatou, dentre outros
problemas, os mesmos fatos apontados por esta equipe de fiscalização.
Impende destacar que não foram encontrados no local tapumes e/ou outros elementos de
isolamento do espaço físico do empreendimento, podendo-se concluir que há um elevado
risco de dano físico da população que se encontra no entorno da obra.
A documentação apresentada pela PMT, em resposta ao Relatório Preliminar elaborado por
esta CGUCE, demonstra que houve a recomposição estrutural da coberta metálica, sendo de
conhecimento do SIMEC, entretanto, verificou-se que a obra não foi retomada, conforme
descrito no Anexo I deste Relatório.

12. Ausência de providências, por parte da Prefeitura Municipal de


Tejuçuoca, para que a empresa contratada recuperasse a cobertura
da Quadra da localidade de Boa Ação, que desmoronou após a sua
conclusão e que se encontra sem manutenção e equipamentos
esportivos, comprometendo o benefício esperado.
Em inspeção física, realizada no dia 03.08.2022, à obra de construção de uma quadra
poliesportiva coberta, na localidade de Boa Ação, em Tejuçuoca/CE, financiada com recursos
do Ministério do Esporte (CR CAIXA 0275835-96/2008). No Relatório de Acompanhamento de
Engenharia – RAE nº 13, de 10.01.2017, da Caixa, supervisora do contrato de repasse, constam
evidências da conclusão da obra, inclusive registro fotográfico. Todavia, a obra encontra-se
em situação de abandono, bastante deteriorada, apenas com a estrutura de sustentação da
cobertura, sem o telhado, conforme se verifica nos registros fotográficos abaixo.

63
Foto 30 - Estrutura de sustentação da cobertura sem Foto 31 - Rachaduras, fissuras e deterioração de todo
telhado – Localidade de Boa Ação, em Tejuçuoca/CE o piso - Localidade de Boa Ação, em Tejuçuoca/CE –
– 03.08.2022. 03.08.2022.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

Foto 32 - Rachaduras ao longo de toda a mureta que Foto 33 - Revestimento das arquibancadas com
apoia os alambrados - Localidade de Boa Ação, em desgaste acentuado - Localidade de Boa Ação, em
Tejuçuoca/CE – 03.08.2022. Tejuçuoca/CE – 03.08.2022.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

64
Foto 34 - Alambrado danificado - Localidade de Boa Foto 35 - Acúmulo de sujeita e vegetação ao longo de
Ação, em Tejuçuoca/CE – 03.08.2021. toda a quadra - Localidade de Boa Ação, em
Tejuçuoca/CE – 03.08.2021.
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

O valor total gasto na obra foi de R$ 256.000,00, cujos pagamentos foram efetuados no
período de 20.07.2011 a 20.02.2017.
De acordo com o Histórico da contratação elaborado por esta CGUCE, verificam-se atrasos
significativos no preparo, envio e análise documental, cumprimento das exigências da CAIXA,
pedido e liberações de recursos, bem como no repasse de recursos pelo Ministério dos
Esportes, os quais comprometeram a tempestividade na execução da obra executada pela
empresa SOMAQ Construção e Prestação de Serviços Ltda., CNPJ nº 09.112.247/0001-74,
contratada em 23.10.2009, no valor de R$ 256.000,00, conforme demonstrado a seguir:
 embora o contrato com a empresa SOMAQ tenha sido assinado em 23.10.2009, a
autorização para início da obra somente foi concedida pela CAIXA em 02.07.2010, ou
seja, decorreram 252 dias para apresentação de documentação e análise da licitação
e custos da contratação;
 caso a empresa SOMAQ tivesse iniciado os serviços em 23.10.2009, conforme
autorização concedida pela PMT, não seria possível realizar qualquer pagamento até
29.04.2010, data em que o repasse federal foi integralizado no valor de R$ 250.000,00;
 falhas na fiscalização da obra, de responsabilidade da PMT, bem como da empresa
SOMAQ, haja vista que foram apresentados três pedidos de medição à CAIXA, no
período de 19.07.10 a 15.03.2011, os quais redundaram em glosas significativas, pelos
engenheiros credenciados da CAIXA, em razão de serviços não executados, e,
portanto, levaram ao atraso no pagamento da 1ª medição, o qual somente veio a
ocorrer em 20.07.2011, um ano depois do primeiro pedido;
 situação semelhante ocorreu em relação à segunda medição, a qual foi apresentada,
em 29.04.2011, no valor de R$ 104.046,45, sendo atestado pela CAIXA e liberado, em
14.03.2012, o valor de R$ 33.005,64;
 conforme o RAE nº 05, de 02.05.2012, o qual atestou o valor de R$ 13.176,21 (3ª
medição), consta a verificação de fissuras nas arquibancadas e trincas no piso
cimentado. Ante a péssima qualidade dos serviços executados, a obra ficou paralisada

65
desde 12.04.2012 até 18.05.2015, data da emissão RAE 09, onde foi constatado, pela
CAIXA, que a empresa demoliu e construiu nova arquibancada e a quadra não
apresentava ocorrências de fissuras;
 demora na apresentação, pela PMT, da prestação de contas da 3ª medição paga em
02.06.2015, no valor de R$ 13.176,21, que ocorreu somente em 05.01.2016 e,
consequentemente, foi aprovada pela CAIXA em 11.05.2016;
 demora na liberação de recursos pela CAIXA, para o pagamento da 4ª medição (final)
no valor de R$ 187.595,35, o que somente veio a ocorrer em 16.01.2017, em razão de
diversas pendências registradas pela data da ocorrência e de responsabilidade da PMT,
a saber: 20.12.2016 (Protocolo Finalizado 3861/2016 {OGU Autorização
Desbloqueio/BM/Operacional Autor Desbloqueio} finalizada em 20/12/2016 16:14:23
- Finalizada com Pendências - Obs: - Ausência de ART - Contrato vencido, aguardando
autorização de prorrogação pelo Ministério.), 12.12.2016 (Protocolo Finalizado
3860/2016 (OGU Autorização Desbloqueio/BM/Arq-Eng Vistoria) finalizada em
12/12/2016 17:41:34 - Improcedência - Obs: documentação com incoerência nos
dados apresentados), 01.11.2016 (Protocolo Finalizado 1994/2016 (OGU Autorização
Desbloqueio/BM/Arq-Eng Vistoria) finalizada em 01/11/2016 16:48:53 - Finalizada
com Pendências - Obs: BM ENTREGUE COM INCOERÊNCIAS), 12.09.2016 (OF
1340/2016 – Comunicação Administrativa TCE CR 0275.835-96 – Objeto Inconcluso),
08/09/2016 (Protocolo Finalizado 1804/2016 {OGU Alteração Contratual /Prorrogação
de Vigência) finalizada em 08/09/2016 13:02:14 - Finalizada com Pendências - Obs;
Pedido negado,) e 22.07.2016 (Protocolo Finalizado 536/2016 (OGU Autorização
Desbloqueio/BM/Arq-Eng Vistoria) finalizada em 22/07/2016 09:45:18 -
Improcedência - Obs: 13ª Medição apresentada está incompatível com o orçamento
da empresa vencedora e com os valores atestados pela Caixa até a última vistoria) .
 demora na apresentação, pela PMT, da prestação de contas final, a qual ocorreu,
efetivamente, em 25.04.2022, muito embora os serviços de construção da quadra
tenham sidos concluídos em 20.02.2017, fato que, também, está registrado no Item 8
deste Relatório.

De acordo com o Plano de Trabalho apresentado pela PMT para a aprovação do projeto, a
construção da quadra coberta tinha como objetivo estimular a prática regular de exercícios
físicos para a população, sem restrições de faixa etária, atuando como fator de integração
social e de saúde, além de beneficiar as escolas públicas da área que não dispõem de
instalações para as aulas de educação física. No entanto, verifica-se que tal objetivo não logrou
êxito, haja vista a situação de abandono em que se encontra o equipamento
esportivo/recreativo.
Ademais, houve relatos de desabamento de toda a cobertura do empreendimento após a sua
conclusão, os quais foram verbalizados a esta equipe de auditoria durante a inspeção física
realizada à quadra.
Ressalte-se que a PMT foi instada a se manifestar sobre os questionamentos elencados a
seguir, por meio da Solicitação de Auditoria nº 1089048/07, de 17.08.2022, reiterada pela
Solicitação de Auditoria nº 09, de 29.09.2022, entretanto, não houve manifestação:
5.1. Quais as medidas que estão sendo tomadas para que o empreendimento esteja
apto ao uso da comunidade local?

66
5.2. Já foi definido um cronograma para a solução dos problemas existentes no
equipamento? Caso exista, solicita-se que seja disponibilizado.
5.3. No caso de ter ocorrido o desabamento da cobertura do empreendimento,
responder as seguintes questões:
5.3.1. Em que data ocorreu o fato?
5.3.2. Foram realizadas perícias no local para a elucidação das causas do
desabamento?
5.3.3. A empresa responsável pela execução da obra foi acionada para recuperar os
prejuízos causados pelo desabamento dentro do prazo de garantia previsto na
legislação que rege o assunto?
5.3.4. Houve apuração de responsabilidades pelos prejuízos causados pelo
desabamento?

13. Indícios de falta de capacidade operacional de empresas


contratadas pela Prefeitura Municipal de Tejuçuoca, para realização
de obras com recursos objeto de repasses federais.
Verificaram-se, a partir de informações disponíveis em sistemas eletrônicos do Governo
Federal, indícios de que empresas contratadas pela Prefeitura Municipal de Tejuçuoca/CE não
tivessem capacidade operacional para realização de obras objeto dos contratos de repasse e
dos termos de compromisso firmados junto ao Governo Federal, haja visto os fatos
colacionados.
1) AFORTE Construções e Reformas Ltda. (CNPJ 15.033.561/0001-64), contratada em 2013,
pelo valor de R$ 502.453,02, para execução da construção da Quadra Poliesportiva na
localidade de Açude, em Tejuçuoca, cuja 1ª medição da obra foi paga em 13.06.2014 e a 3ª
medição (última) em 15.12.2015.
A empresa não foi localizada no endereço informado no cadastro da Receita Federal do Brasil
(RFB), rua Francisco Almeida Sanford, 348, em Tejuçuoca/CE. No local, funciona um
armarinho, conforme registro fotográfico a seguir:

67
Foto 36 - Rua Francisco Almeida Sanford, em Foto 37 - Endereço informado onde funciona um
Tejuçuoca/CE – 04.08.2022 armarinho, em Tejuçuoca/CE – 04.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

Atualmente (dados até 12-2019), não possui empregados na Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS). Constavam, anteriormente, as seguintes quantidades:

Quadro 6 – Quantidade de empregados por ano


Ano Número de Empregados
2013 1
2014 1
2015 1
Fonte: RAIS

Constam os seguintes vínculos empregatícios declarados no Cadastro Nacional de


Informações Sociais (CNIS), por intervalo de competência:

Quadro 7 – Quantidade de empregados por intervalo de competência


Intervalo de Competência Número de Empregados
04/2015 a 08/2015 1
01/2015 a 05/2015 1
09/2014 a 01/2015 1
Fonte: CNIS

2) Domingos & Cassiano Comércio e Serviços Ltda. (CNPJ: 11.209.992/0001-88), contratada


em 18.06.2013, pelo valor de R$ 724.744,09, para execução da construção do Estádio
68
Municipal de Tejuçuoca, entretanto, a primeira medição da obra somente foi paga em
28.05.2015 e a última (3ª medição) em 04.03.2016.
A empresa não foi localizada no endereço cadastrado na RFB, rua Alameda da Conchas, 63,
bairro Marechal Rondon, em Caucaia/CE. De acordo com o registro fotográfico a seguir, no
local funciona um armarinho:

Foto 38 - Alameda das Conchas, em Caucaia/CE – Foto 39 - Endereço informado onde funciona um
05.08.2022 depósito de construção – 05.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

Atualmente, não possui empregados na RAIS (atualização 12/2019). Constavam,


anteriormente, as seguintes quantidades:

Quadro 8 – Quantidade de empregados por ano


Ano Número de Empregados
2011 1
2012 8
2013 6
2014 5
2015 4
2016 2
2017 1
2018 1
Fonte: RAIS

69
Sem registros, no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), de admissões e
demissões, no período de 2017 até 2019 e a partir de 2020 (dados atualizados até 04/2021).
Constam os seguintes vínculos empregatícios declarados no CNIS, por intervalo de
competência:

Quadro 9 – Quantidade de empregados por intervalo de competência


Intervalo de Competência Número de Empregados
05/2013 4
03/2016 a 07/2016 1
04/2015 a 08/2015 1
01/2015 a 05/2015 1
09/2014 a 01/2015 3
Fonte: CNIS

3) SOMAQ Construções e Prestação de Serviços EIRELI (CNPJ: 09.112.247/0001-74),


contratada em 23.10.2009, para construção de quadra poliesportiva coberta na Escola
Mamede Barroso na localidade de Boa Ação, em Tejuçuoca/CE, sendo a 1ª medição paga em
201.07.2011 e a última (4ª) em 25.01.2017.
A empresa não funciona no endereço informado no cadastro da RFB, avenida Mozart Pinheiro
de Lucena, 1580 Sala 08, bairro Vila Velha, em Fortaleza/CE. No local funciona, um escritório
de advocacia, conforme registro fotográfico a seguir:

Foto 40 - Centro Comercial na Avenida Mozart Foto 41 - Endereço informado onde funciona um
Pinheiro de Lucena, 1580, Bairro Vila Velha, em escritório de advocacia – 28.11.2022
Fortaleza/CE – 28.11.2022

70
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

Não possui empregados na RAIS (atualização 12/2019). Constavam, anteriormente, as


seguintes quantidades:

Quadro 10 – Quantidade de empregados por ano


Ano Número de Empregados
2011 8
2012 10
2013 7
2014 3
2015 2
Fonte: RAIS

Sem registros, no CAGED, de admissões e demissões, no período de 2017 até 2019 e a partir
de 2020 (dados atualizados até 04/2021). Sem informação de vínculos empregatícios
declarados no CNIS no período de 2013 a 2017.

4) Raça Construções Transportes Serviços Ltda. - ME (CNPJ nº 10.510.277/0001-18), ocorrida


em 06.02.2012.
O endereço informado no cadastro da RFB, rua Dr. Gerôncio Brígido Neto, 893, bairro
Imaculada Conceição, em Canindé/CE, foi localizado, porém, encontrava-se fechado no
momento da visita, conforme registro fotográfico a seguir:

Foto 42 - Endereço onde funciona a empresa Raça Construções Transportes Serviços Ltda. – ME, em
Canindé/CE - 04.08.2022

71
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

Não há informação encontrada na RAIS (atualização 12/2019), acerca da “Quantidade de


funcionários e Soma Salário Base X ano”.
Não há registros, no CAGED, de admissões e dispensas de empregados, no período de 2017 a
2019 e a partir de 2020 (dados atualizados até 04/2021). Não há informação no CNIS, acerca
de “Registro de admissões e dispensas de empregados, sob regime da CLT”, no período de
01/2013 a 12/2017.

5) VTS Construções e Locações – EIRELI (CNPJ nº 17.625.097/0001-20), contratada em 2014,


no valor de R$ 1.000.824,66, para construção de uma escola de 06 salas padrão FNDE (obra
inacabada, abandonada e paralisada) na localidade de Monte Carmelo, em Tejuçuoca/CE,
sendo a 1ª medição paga em 04.07.2014 e a última (10ª) em 06.05.2015.
Endereço informado no cadastro da RFB, rua Delis Carvalho 268 - Altos, Sala 101, bairro Monte
Castelo, em Itapagé/CE, conforme registro fotográfico a seguir:

Foto 43 - Rua Delis Carvalho, em Itapajé/CE – Foto 44 - A mãe do proprietário mora no térreo e a
04.08.2022 empresa fica na parte de cima (local precário e em
construção) – 04.08.2022
Fonte: elaboração pela equipe de auditoria

A empresa possui 1 a 3 empregados na RAIS (atualização 12/2019). Constavam,


anteriormente, as seguintes quantidades:

Quadro 11 – Quantidade de empregados por ano


Ano Número de Empregados
2014 1

72
2017 1
2018 1
2019 1
Fonte: RAIS

Não há registros, no CAGED, de admissões e dispensas de empregados, sob o regime da CLT,


de 2017 a 2019 e a partir de 2020 (dados atualizados até 04/2021).
Não constam vínculos empregatícios declarados no CNIS no período de 01/2013 a 08/2017):

6) Com relação ao Cadastro Específico do INSS - CEI, o qual foi substituído pelo Cadastro
Nacional de Obras – CNO, da Receita Federal do Brasil, verificou-se que, de acordo com
informações contidas no Ofício nº 41/2023 VR03RF DEVAT Eqrt4/EOPP/DRF/FOR, de
08.01.2023, as quais foram elaboradas por auditor da Equipe Regional de Acompanhamento
dos Órgãos do Poder Público da 3ª Região Fiscal da Superintendência da Receita Federal na 3ª
Região Fiscal, das oito obras objeto desta auditoria, decorrentes da realização de 11 licitações
identificadas, apenas obras de quatro licitações têm registro nos aludidos cadastros, conforme
demonstrado a seguir:

Quadro 12 – Quantidade de empregados/mês registrados no CEI/CNO


Empresa/CNPJ CEI/CNO Período Quant. Licitação
Declarado Empregados/mês
Guanabara Construções 90001.27720/70 08/2020 a 05 TP 2019.08.08.01
e Transportes Serviços 09/2021 (Construção do
EIRELI Estádio
ME/10.905.621/0001- Municipal)
78
AFORTE Construções e 51223.50941/79 04 a 01 TP 2013.12.03.05
Reformas 06/2014 (Construção da
Ltda./15.033.561/0001- Quadra em
64 Açude)
AFORTE Construções e 51230.28350/79 s/declaração 00 TP 2014.05.28.01
Reformas (Construção da
Ltda./15.033.561/0001- Escola de São
64 Bento)
VAP Construções 51243.86482/70 07 a 06 CP 2018.03.16.01
Ltda./00.565.011/0001- 08/2018 (Pavimentação
19 em Piçarra da
sede à São Bento)
Fonte: Informações dos sistemas da Receita Federal do Brasil

73
Considerando as medições elaboradas pelas empresas e os respectivos pagamentos efetuados
pela PMT, estão regulares quanto aos cadastros e períodos declarados de execução das obras
apenas as empresas Guanabara e VAP.
A empresa AFORTE, embora tenha efetuado o registro no CEI, quanto à obra de construção
da quadra da localidade de Açude, os dados informados, pela RFB, não condizem com as
medições e pagamentos efetuados, os quais ocorreram no período de 03/2014 a 09/2015.
Com relação à construção da Escola São Bento, não há registro de período de execução
declarado nem de empregados utilizados, embora a empresa tenha elaborado duas medições
no montante de R$ 214.533,82.
Com relação às empresas Domingos & Cassiano, SOMAQ, Raça, VTS e Construtora Sobralense,
a RFB não encontrou registros das obras no CEI ou CNO.
Assim, a falta de registro no CEI ou CNO ou registro com períodos curtos de execução de obras
e com número de empregados aquém dos necessários para o porte das obras contratadas,
constituem infringência aos seguintes dispositivos da Instrução Normativa - IN RFB nº 2061,
de 20.12.2021, que revogou a IN nº 1845, de 22.11.2018:
“Art. 18. A inscrição no CNO deverá ser realizada no prazo de até de 30 (trinta) dias,
contado da data do início da obra, na qual deverão ser informados todos os seus
responsáveis.
(...)
§ 3º Em caso de omissão de informação ou prestação de informação inexata ou
incompleta, o responsável pela obra ficará sujeito à multa estabelecida pelo inciso
III do caput do art. 57 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001.”

Por fim, cabe ressaltar que todas as empresas referidas tiveram os contratos rescindidos e as
obras estão inacabadas, abandonadas e paralisadas, a exceção das obras de pavimentação em
piçarra e da quadra da localidade de Boa Ação, as quais foram concluídas, porém, esta última
apresenta indícios de defeitos e vícios de construção, haja vista o estado de
deterioração/abandono em que se encontra, conforme relatado no Item 12 deste Relatório.

74
CONCLUSÃO
A presente auditoria foi baseada em dois aspectos: o acompanhamento realizado pela CAIXA
e pelo FNDE e a atuação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca na execução do objeto
pactuado nos oito contratos de repasse e termos de compromisso e respectivos planos de
trabalho.
A partir dos exames realizados, pode-se concluir que a CAIXA desempenhou suas atribuições
de acordo com os normativos legais com vistas a atender às demandas apresentadas pelo
Município de Tejuçuoca, principalmente, na reformulação de planos de trabalho, de modo a
garantir a continuidade da execução das obras programadas nos aludidos contratos de
repasse. Entretanto, foi caracterizado o descumprimento de regras legais referentes à
ausência de instauração tempestiva de tomada de contas especial, aprovação de prestação
de contas final sem observar se o objeto foi atendido e está sendo utilizado pela população,
falta de aplicação financeira de recursos federais em três contratos de repasse e notificação
intempestiva de envio de recursos pelo Ministério do Turismo, o que contribuiu para
paralisação e abandono da obra de construção do Estádio Municipal.
Um dos fatores que possivelmente favoreceu a ocorrência das falhas detectadas foi a
deficiência nos controles internos, que não foram capazes de detectar e interromper as
ocorrências apontadas.
Com relação à Prefeitura Municipal de Tejuçuoca, os problemas identificados têm origem em
projetos técnicos de engenharia mal elaborados e na demora em concluir as obras de
construção de seis das oito obras objeto dos referidos contratos de repasse e termos de
compromisso, agravados pela deficiente fiscalização realizada por seu quadro de engenheiros,
haja vista que os serviços de construção contratados das três escolas estão repletos de
restrições e inconformidades de engenharia detectadas pelo FNDE, as quais foram
confirmadas pela equipe de auditoria na inspeção física realizada às obras.
As aludidas restrições do FNDE terminam por impactar o recebimento de recursos federais,
haja vista que as administrações municipais da PMT não conseguem propor soluções que
viabilizem a retomada das obras.
Ressalte-se que licitações para retomada das obras e respectivos contratos são impactados,
ante o alongado tempo de paralisação das obras, pelo aumento dos custos de materiais de
construção e serviços de engenharia e exigências da CAIXA e FNDE, o que vai determinar,
considerando que o Município tem interesse em dar continuidade às obras, a utilização de
recursos próprios, a fim de finalizar as seis obras que estão paralisadas. Quanto à Quadra de
Boa Ação, dada como concluída pela CAIXA, verificou-se que não cumpre o objetivo pactuado
junto ao Governo Federal, nem tampouco está beneficiando a comunidade escolar e a
população do seu entorno.
Quanto às licitações e processos de pagamentos que não foram localizados pela Prefeitura
Municipal de Tejuçuoca e/ou estão incompletos, houve prejuízo ao andamento dos trabalhos
de auditoria, cabendo responsabilização à atual Administração Municipal, haja vista que não
demonstrou adotar as medidas cabíveis, sejam administrativas e/ou judiciais, para que a
documentação esteja arquivada e a disposição dos órgãos de controle e para futuras
prestações de contas.

75
De forma clara e objetiva, apresentam-se as respostas às questões de auditoria que pautaram
a execução deste trabalho, à luz do escopo aprovado:
1 - O objeto executado está de acordo com o previsto no plano de trabalho do instrumento
de repasse pactuado?
Não. Existem seis obras inacabadas, paralisadas e abandonadas, e, uma outra, dada como
concluída, que está abandonada, sem manutenção, não trazendo qualquer benefício à
população do seu entorno.
2 - Há indícios de irregularidade no processo de contratação da empresa responsável pela
execução do objeto?
Sim. Em pelo menos um caso, houve contratação de empresa de engenharia, em detrimento
de outras seis que apresentaram o menor preço em suas propostas de preço.

3 - Existe sobrepreço e/ou superfaturamento de serviços previstos no orçamento do plano


de trabalho pactuado com a União Federal, tendo como base as tabelas de preços
referenciais (Sinape, Sicro, etc.)?

Não.

4. Há medição e pagamento de serviços executados em desconformidade com as


especificações definidas em projeto?

Sim. Diversos serviços foram executados em desacordo com as especificações técnicas de


projeto, impactando a liberação de recursos e inviabilizando a continuidade e conclusão das
obras, o que impede o atingimento dos benefícios sociais esperados.

76
ANEXOS
I – MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA E ANÁLISE DA EQUIPE
DE AUDITORIA
A Prefeitura Municipal de Tejuçuoca encaminhou, em 17.03.2023, em resposta ao Ofício nº
3225/2023/NAC3-CE/CEARÁ/CGU, esclarecimentos preliminares, bem como pedido de
dilação de prazo para envio de esclarecimentos complementares.
Houve a concessão de prazo adicional e a PMT apresentou, em 03.04.2023, os esclarecimentos
adicionais e documentação respectiva.
Mencione-se que boa parte das manifestações encaminhadas se referem a itens que dizem
respeito a informações gerais dos quatro contratos de repasse e quatro termos de
compromisso formalizados com a União e objeto desta apuração. Ante essa situação, houve
a necessidade de alocar os esclarecimentos de acordo com os achados de auditoria,
juntamente à análise da equipe de auditoria, conforme segue:

Achado 4 - Construção de Escola de 12 (doze) Salas de Aula

Manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca


A PMT, em sua manifestação preliminar, conforme documento
“Esclarecimentos_CGU_Tejuçuoca”, de 17.03.2023, apresentou as seguintes informações:
“O empreendimento foi relicitado, tendo como vencedora a empresa WU CONSTRUÇÕES E
SERVIÇOS EIRELI, estando, atualmente, em execução, inclusive com providências para a
realização da medição, conforme relatório técnico do Engenheiro (anexo).”
A PMT, em sua manifestação complementar, conforme documento “RELATÓRIO
PRELIMINAR”, de 03.04.2023, apresentou as seguintes informações:
“Em vistoria realizada pela CGU, pontuou-se que existe divergência entre o percentual de
execução da obra informado em vistoria pelo fiscal do estado responsável pela obra e o da
empresa de supervisão.
Pois bem, conforme destacado no Laudo técnico em anexo, o empreendimento acima
mencionado foi relicitado, através de Concorrência Nº 2022.05.16.01- ADM, tendo sido
publicado no dia 30/05/2022, com data de abertura para o dia 30/06/2022.
Após todos os procedimentos licitatórios foi qualificada com vencedora a empresa WU
CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS EIRELI -CNPJ: 10.932.123/0001-14, com valor para a execução das
obras de R$ 3.328.983,78.
A obra passou, até o momento (março/2023), por 01 (uma) medição, no valor total de R$
454.431,80, correspondente a 13,65% do contrato atual. (grifo do autor)
Segue abaixo relatório fotográfico da obra atualmente. Vejamos:

77
Nota-se, portanto, que o empreendimento foi relicitado, tendo como vencedora a empresa
WU CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS EIRELI, estando, atualmente, em execução, inclusive com a
realização da uma medição, correspondente a 13,65% do contrato atual.”

Análise da equipe de auditoria


De acordo com informações da PMT, a obra de construção da Escola de 12 salas da sede foi
retomada, fato confirmado mediante consulta realizada ao SIMEC (acesso público), haja vista
que constam a data de início da execução (04.01.2023) e a data do término do contrato com
a WU, prevista para 16.05.2023.
Ressalte-se que, embora a obra esteja em andamento, o percentual de execução
correspondente à última vistoria do município foi de apenas 0,05% e o percentual de execução
acumulado é de 49%.
Por fim, não houve aporte de novos recursos por parte do FNDE, haja vista que para o
pagamento da aludida medição, realizado em 13.04.2023, utilizou-se o saldo de fundos de
investimentos, no valor de apenas R$ 86.961,81.

Achado 4 - Construção de Escola de Seis Salas de Aula na localidade de Monte


Carmelo

Manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca

A PMT, em sua manifestação complementar, conforme documento “RELATÓRIO


PRELIMINAR”, de 03.04.2023, apresentou as seguintes informações:
“Dispôs o relatório técnico que em visita realizada por esta CGU em 03/08/2022, verificou-se
que a obra estava abandonada e com os mesmos problemas identificados pela empresa
supervisora das obras contratada pelo FNDE.
Convém reforçar, nesta ocasião, que a atual administração recebeu a referida obra já em
estado de descaso. Não obstante, visando a continuidade do empreendimento, providenciou
as medidas cabíveis para a repactuação do convênio celebrado por parte da gestão anterior.
É importante pontuar que, sem a devida repactuação da obra, não há possibilidade de
alimentação de sistema (SIMEC) com realização de vistorias, inserção de medições ou
qualquer outra providência que possa ser tomada.
Em verdade, tais medidas serão adotadas tão logo se conclua as tratativas de repactuação do
convênio, conforme medidas adotas e comprovadas por meio de “print” da tela do FNDE,
onde consta a solicitação de repactuação e inclusões de arquivos datados de 19/12/2022.
Vejamos:
Nota-se, portanto, o Município vem depreendendo esforços para reiniciar a execução da obra,
prosseguindo com as medidas cabíveis para sanar os problemas técnicos-jurídico para que
seja possível gerenciar uma obra inacabada.”

78
Análise da equipe de auditoria
Conforme informações complementares da PMT, a situação continua a mesma, a obra
abandonada e sem a formalização da repactuação do TC, muito embora o atual Prefeito, por
meio do Ofício 112/2022, de 28.07.2022, tenha solicitado ao FNDE a retomada do
empreendimento.
Reafirme-se que o último aporte de recursos realizado pelo FNDE ocorreu, em 14.01.2015 e,
o último pagamento de medição executada pela VTS Construções e Locações foi realizado, em
06.05.2015.
De acordo com consulta realizada ao SIMEC (acesso público), verifica-se que a obra está na
situação de “Inacabada – PC Técnica Concluída”. Ademais, o respectivo TC está com prazo de
vigência expirado desde 28.02.2019.

Achado 4 - Construção de Escola de Seis Salas de Aula na localidade de São


Bento

Manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca


A PMT, em sua manifestação complementar, conforme documento “RELATÓRIO
PRELIMINAR”, de 03.04.2023, apresentou as seguintes informações:
“Dispõe a Auditoria que em visita realizada por esta CGU, em 01.08.2022, verificou-se que a
obra está abandonada e com os mesmos problemas identificados pela empresa supervisora
das obras contratada pelo FNDE.
Pois bem, dispôs o Laudo técnico que o empreendimento se encontra em estado de
abandono, cabendo reforçar, nesta ocasião, que a atual administração recebeu a referida obra
já em estado de descaso.
Não obstante, visando a continuidade do empreendimento, providenciou as medidas cabíveis
para a repactuação do convênio celebrado por parte da gestão anterior.
É importante pontuar que, sem a devida repactuação da obra, não há possibilidade de
alimentação de sistema (SIMEC) com realização de vistorias, inserção de medições ou
qualquer outra providência que possa ser tomada.
Em verdade, tais medidas serão adotas tão logo se conclua as tratativas de repactuação do
convênio, conforme medidas adotas e comprovadas por meio de “print” da tela do FNDE,
onde consta a solicitação de repactuação e inclusões de arquivos datados de 19/12/2022.
Vejamos:
Nota-se, portanto, o Município vem depreendendo esforços para reiniciar a execução da obra,
prosseguindo com as medidas cabíveis para sanar os problemas técnicos-jurídico para que
seja possível gerenciar uma obra inacabada, buscando, dessa forma, a repactuação da mesma
para fins de sanar os problemas técnicos apresentados.”

79
Análise da equipe de auditoria
A obra de construção da Escola de seis salas de aula de São Bento reproduz a mesma situação
da Escola de Monte Carmelo, ou seja, depende de repactuação pelo FNDE do TC.
De acordo com consulta realizada ao SIMEC (acesso público), verifica-se que a obra está na
situação de “Inacabada – PC Técnica Concluída”. Ademais, o respectivo TC está com prazo de
vigência expirado desde 30.06.2019.

Achado 5 - Construção do Balneário Municipal

Manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca


A PMT, em sua manifestação preliminar, conforme documento
“Esclarecimentos_CGU_Tejuçuoca”, de 17.03.2023, apresentou as seguintes informações:
“O referido empreendimento foi relicitado, tendo como vencedora a empresa MS Obras e
Serviços Ltda. Atualmente, conforme consta no Portal da Transparência do Governo (anexo),
o convênio encontra-se em execução, com previsão para término em 30/06/2023 e data
Limite p/ Prestação de Contas em 30/06/2023.
Informa-se, ainda, que houve regularização da conta do convênio, estando a mesma apta para
movimentação, bem como Parecer favorável do MTUR quanto ao aumento de contrapartida
c/c Ofício de Autorização de Reinício de Objeto, conforme documentação em anexo. Informa-
se, por fim, que a obra, atualmente, se encontra com percentual aproximado de 80% (oitenta
por cento) concluída, conforme relatório técnico do Engenheiro (anexo). Vejamos (...)”
A PMT, em sua manifestação complementar, conforme documento “RELATÓRIO
PRELIMINAR”, de 03.04.2023, apresentou as seguintes informações:
“A equipe técnica pontuou que a obra encontrava-se paralisada e abandonada por mais de
321 dias, desde 16.09.2021 (data da assinatura do contrato com a empresa MS) até
03.08.2022 (data da inspeção física realizada pela CGU), fato que está registrado no Item 05
do referido Relatório.
Pois bem, conforme se extrai das informações constantes no Laudo Técnico, o
empreendimento acima mencionado foi relicitado, através de Tomada de Preços Nº
2021.07.02.01/2021, tendo sido publicado no dia 12/07/2021, com data de abertura para o
dia 27/07/2021.
Após a realização de todos os procedimentos licitatórios, foi qualificada como vencedora a
empresa MS OBRAS E SERVIÇOS - 41.356.135/0001-71, com valor para a execução das obras
de R$ 375.246,39 (trezentos e setenta e cinco mil e duzentos e quarenta e seis reais e trinta e
nove centavos).
A obra passou, até o momento (março/2023), por 03 (três) medições, que somadas dão um
montante executado de R$ 290.539,43, correspondente a 77,42% do contrato da empresa e
87,08% do convênio. Informa-se, ainda, que a obra continua em execução e atualmente o
percentual encontra-se acima dos 87,08% atestados por parte da Caixa Econômica Federal.
Vejamos:
Segue, ainda, relatório fotográfico da obra atualmente:

80
Nota-se, portanto, que o referido empreendimento foi relicitado, tendo como vencedora a
empresa MS Obras e Serviços Ltda.
Atualmente, conforme consta no Portal da transparência do Governo (anexo), a obra se
encontra regularizada, com previsão para término em 30/06/2023 e data Limite p/ Prestação
de Contas em 30/06/2023.
Informa-se, ainda, que houve regularização da conta do convênio, estando a mesma apta para
movimentação, bem como Parecer favorável do MTUR quanto ao aumento de contrapartida
c/c Ofício de Autorização de Reinício de Objeto, conforme documentação em anexo.”

Análise da equipe de auditoria


A documentação apresentada demonstra que a CAIXA autorizou, em 14.02.2023, o
“Desbloqueio Operacional” de saldo de medição no valor de R$ 290.539,42, relativo à
contratação pretérita (gestões anteriores), mediante exigência de depósito de contrapartida
municipal no valor de R$ 31.325,50. Mencione-se que não há confirmação de que tenha
havido o pagamento, haja vista que restava depositar ainda o valor de R$ 27.261,57, a fim de
integralizar a contrapartida acordada.
Ressalte-se que a contratação vigente (MS Obras e Serviços Ltda.) teve “Desbloqueio
Engenharia”, em 08.02.2023, no valor de R$ 142.220,62, conforme o RAE 5/2023 da CAIXA.
Os procedimentos ocorridos após a inspeção realizada pela CGU, em 03.08.2022, demonstram
que a Prefeitura Municipal de Tejuçuoca resolveu as pendências junto à CAIXA, que impediam
a continuidade da obra, resultando em sua retomada, estando, atualmente, com realização
executada de R$ 570.989,16 (87,08%).”

Achado 5 - Construção do Estádio Municipal

Manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca


A PMT, em sua manifestação preliminar, conforme documento
“Esclarecimentos_CGU_Tejuçuoca”, de 17.03.2023, apresentou as seguintes informações:
“Informa-se que a obra foi reiniciada, tendo como vencedora a empresa R & G CONSTRUÇÕES
E LOCAÇÕES EIRELI, encontrando-se, atualmente, em início de execução, conforme relatório
técnico do Engenheiro (anexo).”
A PMT, em sua manifestação complementar, conforme documento “RELATÓRIO
PRELIMINAR”, de 03.04.2023, apresentou as seguintes informações:
“Pontuou a equipe técnica que, em vistoria realizada em agosto/2022, a obra se encontrava
paralisada e abandonada.
Pois bem, extrai-se do Laudo técnico em anexo, que o empreendimento ora mencionado,
atualmente, foi relicitado por meio de Tomada de Preços Nº 2022.08.16.01/2022, publicado
no dia 14/09/2022, com data de abertura para o dia 29/09/2022.

81
Após todos os procedimentos licitatórios foi qualificada com vencedora a empresa R&G
CONSTRUÇÕES E LOCAÇÕES EIRELI – 34.395.105/0001-09, com valor para a execução das
obras de R$ 141.306,19. Informa-se, ainda, que a obra ainda não passou por medições, no
entanto, a referida medida se encontra em início de execução.
Segue, inclusive, imagem do relatório da Caixa Econômica Federal, aprovando o Processo
Licitatório com parecer datado de 10/02/2023. Vejamos:
Segue também relatório fotográfico da obra atualmente. Vejamos:
(...)
Por todo o exposto, tem-se que a obra foi reiniciada, tendo como vencedora a empresa R & G
CONSTRUÇÕES E LOCAÇÕES EIRELI, encontrando-se, atualmente, em início de execução,
conforme laudo técnico do Engenheiro (anexo).”

Análise da equipe de auditoria


A documentação apresentada demonstra que a CAIXA, em 10.02.2023, verificou o resultado
da licitação promovida pela gestão municipal atual e o considerou viável, entretanto, para que
seja emitida nova Autorização de Início de Obra – AIO, a PMF ainda precisa regularizar as
seguintes pendências:
- Atender as pendências operacionais elencadas em 11/07/2022 e 09.02.2023;
- Anexar na aba “Anexos” do Transferegov documentação de contrapartida para
compor o novo valor de Investimento aceito (RP: R$ 700.000,00/CP: 107.998,69 / VI;
R$ 807.998,69). Como já foi aportado o valor de R$ 50.905,55 de contrapartida, basta
o tomados comprovar aporte financeiro dos R$ 57.093,14 restantes;
- Solicitar na aba “TAs” a alteração do valor de contrapartida.

Dessa forma, embora tenha sido informado que a obra foi reiniciada, não consta a
comprovação da AIO pela CAIXA e resolução das pendências existentes.

Achado 6

Manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca


Não houve manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca.

Análise da equipe de auditoria


Não há em face da ausência de manifestação.

82
Achado 7

Manifestação da CAIXA
Com relação a este item, a CAIXA encaminhou, por meio do Ofício nº 0399/2023/GIGOV/FO,
de 14.04.2023, os seguintes esclarecimentos adicionais:
“1. Em resposta aos questionamentos efetuados por esse Órgão de Controle, por meio da
Solicitação de Auditoria nº 1089048/10, 11 e 12, encaminhamos manifestação desta
Mandatária relativamente à situação dos contratos de Repasse OGU do município de
Tejuçuoca (0361.815- 75/2011 e 0333751-22/2010).
1.1 Por meio do Ofício nº 0157/2023/GIGOV/FO, de 25.01.2023, encaminhamos resposta aos
questionamentos efetuados restando pendentes os esclarecimentos sobre os saldos
creditados nas contas vinculadas aos contratos acima mencionados e solicitando a
recomposição das mesmas uma vez que os recursos depositados não haviam sido
devidamente aplicados. CR 0361915-75/2011 – 3281.013.190092-5 (ag/ope/cv) CR 0333751-
22/2210 – 3281.013.28724-4 (ag/op/cv)
2. Após análise financeira do período em questão e visando a atender aos apontamentos dessa
auditoria, a Superintendência Executiva de Governo Ceará, Agência Jurema e esta GIGOV/FO
concluíram o levantamento dos valores devidos para recomposição das contas vinculadas
conforme extratos encaminhados, anexo, a este ofício.
3. Assim, informamos que as referidas contas se encontram com saldos devidamente
regularizados.”

Análise do Controle Interno


As informações, extratos bancários e planilhas encaminhadas demonstram que houve a
regularização dos saldos não aplicados e a reposição, em 12.04.2023, às contas correntes
respectivas, dos valores devidos no montante de R$ 12.750,70.

Achado 8

Manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca


Não houve manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca

Análise da equipe de auditoria


Não há em face da ausência de manifestação.

83
Achado 9

Manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca


A PMT, em sua manifestação complementar, conforme documento “RELATÓRIO
PRELIMINAR”, de 03.04.2023, apresentou as seguintes informações:
“Pontuou-se, na resposta do Município à auditoria nº 1089048/02, o envio dos seguintes
documentos:
1. Pág. 105 da TP 2013.05.29.02;
2. Processo completo da Concorrência nº 2019.08.08.01 (Construção do Estádio
Municipal);
3. Envio do Processo 2021.07.02.01.TP – SEJUV;
4. Envio do Processo 2019.02.01.TP;
5. Envio do Processo 2019.02.13.TP;
6. Envio do Processo 2014.01.31.01-FME;
7. Envio do Processo 2018.03.16.01-TP;
8. Envio do Processo 2014.05.28.01;
9. Contrato de Construção da “quadra escolar Coberta com vestiário”, objeto da TC PAR
22430/2014.
Não obstante aos esforços desta Administração, não foram localizados nos arquivos da
prefeitura os seguintes documentos conforme já informado pelo Ente Municipal por ocasião
da manifestação acerca da Solicitação de auditoria (em anexo):
1. Processo licitatório nº 2009082601TP ADM, relacionada à construção de Quadra
Poliesportiva Coberta na localidade de Boa Ação;
2. Processo licitatório nº 2011.11.29.01.TP.ADM e 2021.07.02.01.TP-SEJUV, relacionado
à Construção de Infraestrutura em Balneário Público no município de Tejuçuoca/CE;
3. Não houve publicação do projeto “conforme concluído” (as built) das obras;
4. Não foram disponibilizadas as garantias contratuais e alterações ou complementações
apresentadas pela empresa contratada para a execução das obras;
5. Ato de designação formal de representante da administração, responsável pelo
acompanhamento e fiscalização dos contratos;
6. Cópia da matrícula CEI ou CNO das obras;
7. Diário de obra completo;
8. Ordens de serviço, paralização e reinício das obras;
9. Termos de recebimento provisório e definitivo das obras.
Diante da ausência das referidas documentações, convém pontuar que todas as obras
vistoriadas pela CGU foram iniciadas em meados de 2010 e 2014, ou seja, há mais de 10 (dez)
anos.
Por certo, a busca por documentação no acervo municipal se torna dificultosa, notadamente
porque, muito embora a administração pública tenha a obrigatoriedade de manter em seu
acervo todas as documentações pertinentes à execução de obras/convênios, não se pode
afastar o fato de que o trabalho humano é falho, havendo, em não raros casos, a perda de
documentação ou mesmo um arquivamento conturbado, que não permite identificar a
correlação entre eles, sendo esta a hipótese dos autos.
84
Explica-se:
Na transição de governo, a Gestão atual se deparou com um estado de total abandono e
descaso relacionado ao arquivamento das documentações, já que havia um amontoado de
documentos, totalmente desordenados e sem qualquer conservação ou cuidado em seu
armazenamento, implicando não só na inexistência de alguns arquivos, mas também em seu
irregular armazenamento, conforme certidão que segue em anexo, acompanhada de registros
fotográficos. (...)
Sabe-se, ainda, que a prestação de contas é inerente à toda aplicação e manuseamento de
recursos públicos, cabendo ao ordenador de despesas responsável por tal movimentação, não
só encaminhá-la aos órgãos fiscalizadores competentes, mas também providenciar o devido
arquivamento das mesmas, em razão de posterior necessidade.
Tais cuidados, entretanto, não foram tomados pelos Gestores à época responsáveis pelas
obras ora vistoriadas, isso porque, na atual gestão, há demasiada dificuldade na localização
dos registros documentais da aplicação dos recursos e da execução das obras em comento,
conforme verificado nas imagens acima colecionadas.
Compulsando o relatório de transição de governo, no “item 8.1 – OBRAS”, identifica-se que
muitos dos documentos pertinentes a execução das obras da municipalidade não foram
entregues, em descumprimento ao art. 67, da Lei 8.666/93, bem como ao art. 49, da Lei
8.212/91. Vejamos: (...)
Consta, ainda, no referido relatório de transição (fls. 76 a 91), a situação em que algumas obras
objetos desta vistoria se encontravam (totalmente abandonadas), tendo a atual gestão
prosseguido com os meios necessários à continuidade da execução dos serviços, conforme
demonstrado do tópico anterior.

B – DA AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO ATUAL GESTOR PELAS IRREGULARIDADES


PONTUADAS NA AUDITORIA:
Convém registrar que a responsabilidade pelas irregularidades e ilegalidade pontuadas acima
compete, tão somente, ao Gestor da época, razão pela qual informa-se que o Município de
Tejuçuoca/CE, por meio de seu Prefeito Municipal e ora manifestante, esta prosseguindo com
os meios administrativos e judiciais adequados à responsabilização dos gestores anteriores
pelas irregularidades detectadas e, eventualmente, não sanadas, a exemplo o
encaminhamento do relatório de transição ao Ministério Público, conforme informações já
prestadas à este órgão por ocasião da manifestação acerca da Solicitação de auditoria.
Ademais, convém informar que a atual Administração Pública vem honrando com os
compromissos de gestões anteriores, em obediência ao princípio da continuidade,
prosseguindo, como comprovado nos tópicos anteriores, com a repactuação dos convênios e
o prosseguimento das obras, o que demonstra sua eficiência perante a execução dos termos
pactuados.
Informa-se, inclusive, que o Munícipio, por meio da atual gestão, notificou as empresas
responsáveis pelas obras abaixo indicadas para dar continuidade aos serviços/obras licitadas,
conforme já informado a este órgão em maio/22. Vejamos: (...)

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1. TC 22432/2014 (ID 1007232) – Construção de Escola de Seis Salas de Aula na localidade de
Monte Carmelo em Tejuçuoca/CE, cuja empresa responsável foi a empresa Guanabara
Construções Transportes e Serviços-EIRELI ME, CNPJ nº 10.905.621/0001-78, decorrente da
Concorrência Pública nº 2019.02.13.02, no valor de R$ 855.143,37, porém, não há registros
de medições no SIMEC;
2. TC 30210/2014 (ID 1015343) - Construção de Escola de Seis Salas de Aula na localidade de
São Bento em Tejuçuoca/CE (ID da Obra: 101343), cuja empresa responsável foi a Guanabara
Construções Transportes e Serviços -EIRELI ME, CNPJ nº 10.905.621/0001-78, decorrente da
Concorrência Pública nº 2019.02.13.02, no valor de R$ 855.143,37;
3. TC 22432/2014 (ID 1007232) – Construção de Escola de Seis Salas de Aula na localidade de
Monte Carmelo em Tejuçuoca/CE, cuja empresa responsável foi a VTS Construções e Locações
– EIRELI, CNPJ nº 17.625.097/0001-20, conforme Contrato nº 2014.06.20.01, no valor de R$
1.000.824,66;
Cita-se, ainda, que as ocorrências mencionadas na transição de governo, tais como escassez
de informações, indisponibilidade de documentação e outras irregularidades foram noticiadas
ao Ministério Público em 15/02/2021, por meio de Notícia Crime, em virtude do desrespeito
ao orçamento público, prática de atos de improbidade e crime contra as finanças públicas.
Vejamos:
Ressalta-se que eventual responsabilidade do sucessor na prestação de contas somente
poderá ser atribuída quando o mesmo NÃO demonstrar que empreendeu medidas legais
visando ao resguardo do patrimônio público, não sendo esta a hipótese em comento,
conforme demonstrado alhures.
Compete ao prefeito sucessor apresentar as contas referentes aos recursos federais recebidos
por seu antecessor, quando este não o tiver feito ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as
medidas legais visando ao resguardo do patrimônio público com a instauração da competente
Tomada de Contas Especial, sob pena de co-responsabilidade.
Tal entendimento encontra arrimo na jurisprudência do Tribunal de Contas da União, que
firmou cognição no sentido de que a responsabilidade do sucessor é elidida mediante a
adoção de medidas legais visando ao resguardo do patrimônio público, conforme depreende-
se dos julgados abaixo colacionados:
TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. FUNASA. CONVÊNIO. GESTÃO DOS RECURSOS
PÚBLICOS FEDERAIS PELO PREFEITO ANTECESSOR. TERMO FINAL DA AVENÇA
COINCIDENTE COM O MANDATO DO PREFEITO SUCESSOR. SÚMULA TCU 230.
CITAÇÃO SOLIDÁRIA DOS EX#30; PREFEITOS. REVELIA DO ANTECESSOR. CONTAS
IRREGULARES. DÉBITO. MULTA. ADOÇÃO DE MEDI-DAS DE RESGUARDO DO
PATRIMÔNIO PÚBLICO PELO SUCESSOR. EXCLU-SÃO DA RESPONSABILIDADE NESTE
PROCESSO. A responsabilidade do sucessor, nesses casos, é elidida mediante a
prestação das contas ou a adoção das medidas legais visando ao resguardo do
patrimônio público, nos termos consignados pela Súmula nº 230 do TCU. (Grifou-se)
(TCU 01512420098, Relator: ANDRÉ DE CARVALHO, Data de Julgamento:
01/03/2011).
TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. RECURSOS DO PROGRAMA NACIONAL DE APOIO AO
TRANSPORTE ESCOLAR - PNATE/2016. PRESTAÇÃO DE CONTAS INTEMPESTIVA. NÃO
COMPROVAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PROGRAMA. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO E
MULTA. Julgam-se irregulares as contas da responsável, condenando-a ao
pagamento do débito apurado e da multa proporcional ao dano causado ao erário,

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em decorrência da não comprovação do correto emprego dos recursos públicos nas
finalidades do programa federal para o qual se destinava. [...] Nessa instrução,
concluiu-se pela exclusão da responsabilidade do sucessor, conforme análise a seguir
reproduzida: 16.3.5.1. O sucessor do responsável não pode figurar como
corresponsável pela omissão no dever de prestar contas dos recursos ora
questionados, uma vez que tomou as providências necessárias para o resguardo do
patrimônio público (peça 15), conforme registrado no relatório do tomador de
contas (peça 17). 16.3.5.2. Cumpre esclarecer que, em consulta realizada à
Procuradoria Federal no FNDE PROFE, emanou-se o entendimento, nos termos do
Parecer 767/2008, de que, para os casos de omissão, a corresponsabilidade somente
se aplica quando o prazo para prestação de contas recai sobre o mandato do prefeito
sucessor, desde que não adotadas as competentes medidas de resguardo ao erário.
16.3.5.3. No caso em exame, não há que se falar em corresponsabilidade, visto que,
apesar do prazo para prestação de contas ter se encerrado em 21/8/2017, durante
o período de gestão do sucessor, este adotou as medidas legais de resguardo ao
erário, conforme Representação protocolizada junto ao Ministério Público Federal.
A documentação em questão foi considerada suficiente pela Procuradoria Federal
no FNDE - PROFE como comprovação da adoção das referidas medidas. 16.3.5.4.
Tendo em vista as providências adotadas, não há evidências da disponibilização das
condições materiais mínimas e necessárias para que o sucessor pudesse apresentar
a prestação de contas. (Grifou-se) (TCU - TOMADA DE CONTAS ESPECIAL (TCE):
39102022 005.437/2019-9, Relator: MARCOS BEMQUERER, Data de Julgamento:
02/08/2022)
No caso dos autos, tem-se que a responsabilidade pelas irregularidades das obras e envio de
documentos NÃO deve ser atribuída ao atual gestor, vez que este gestor adotou e vem
adotando medidas efetivas com vistas a resguardar o erário mediante a responsabilização dos
ex-gestores.
Por todo o exposto, roga-se para que seja afastada qualquer responsabilidade deste Gestor
pelas irregularidades e ilegalidade apontadas no relatório preliminar anteriores ao seu
mandado, bem como não haja nenhum prejuízo a edilidade, porquanto vem adotando
medidas administrativas e judiciais para fins de responsabilização do(s) gestor(es) anteriores.”

Análise do Controle Interno


As informações e documentos apresentados demonstram que houve problemas na transição
do governo municipal da antecessora para a atual gestão, inclusive chama a atenção,
conforme fotografias apresentadas, o acondicionamento inadequado (amontoado no chão)
de inúmeras pastas de arquivo contendo documentos da PMT.
Repise-se, por oportuno, embora conste e-mail dirigido à Promotora de Justiça da Comarca
Vinculada de Tejuçuoca, que não foram apresentadas informações sobre a instauração de
ação judicial sobre as questões noticiadas e o andamento do processo.
Ressalte-se que das sete obras que estavam abandonadas e/ou paralisadas, no momento da
inspeção física realizada pela CGU, em agosto/2022, três já estão efetivamente em
andamento, quais sejam: Balneário Municipal, Escola 12 salas do Centro e Quadra da
localidade de Açude, demonstrando que a PMT está se esforçando para retomada de todas as
obras.
O Estádio Municipal ainda aguarda a Autorização da CAIXA e as Escolas das localidades de
Monte Carmelo e São Bento estão sendo objeto de pedido de repactuação junto ao FNDE.

87
Quanto à obra concluída da quadra da localidade de Boa Ação, ainda não se tem informações
sobre a execução de uma nova coberta para estrutura metálica existente, a fim de dar
funcionalidade ao empreendimento e acesso ao uso pela comunidade em geral.

Achado 10

Manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca


A PMT, em sua manifestação complementar, conforme documento “RELATÓRIO
PRELIMINAR”, de 03.04.2023, apresentou as seguintes informações:
“Com relação a esta obra, pontuou a CGU que a Contratação da empresa VAP Construções
Ltda, pelo valor de R$ 1.081.170,89, para execução da pavimentação em piçarra do trecho que
liga a sede do Município à localidade de São Bento (Lote I da CP 2018.03.16.01), em
detrimento de oito empresas que apresentaram preços menores, apresentou-se irregular.
Pois bem, conforme ressaltado pela própria CGU, trata-se de Concorrência Pública nº
2018.03.16.01, com edital emitido em 19.03.2018, sob a Gestão da Prefeita CPF: ***.321.543-
** (2017 - 2020), não havendo como a atual gestão justificar por qual motivo a empresa VAP
Construções Ltda foi a vencedora do certame. (grifo do autor)
Em verdade, a informação que se tem, atualmente, é que as propostas não foram
encaminhadas/analisadas pelo Engenheiro da Prefeitura Municipal, de modo que o
prosseguimento do processo licitatório, com a respectiva contratação da empresa, ocorreu
sem análise técnica. Há, ainda, a informação de que a referida obra foi finalizada e segundo
os próprios auditores da CGU não existem problemas de engenharia, conforme fls. 30 da
inspeção da CGU.”

Análise da equipe de auditoria


As informações apresentadas corroboram o achado de auditoria, haja vista que as propostas
de preços dos licitantes não passaram pela análise técnica do Engenheiro da PMT, portanto,
não há no processo licitatório elementos probatórios de que a proposta da licitante vencedora
tenha sido a de menor preço e mais vantajosa para a Administração.

Achado 11

Manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca

A PMT, em sua manifestação preliminar, conforme documento


“Esclarecimentos_CGU_Tejuçuoca”, de 17.03.2023, apresentou as seguintes informações:
“Destacou a Unidade Técnica que Estrutura metálica da Quadra Coberta foi executada em
desacordo com o projeto, colocando em risco a sua estabilidade e comprometendo a
segurança dos usuários.

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Em vista disso, cumpre esclarecer que foi providenciado a troca de toda a Estrutura Metálica
da Quadra que apresentava riscos aos usuários, após a referida troca, a obra se encontra em
andamento, conforme registro fotográfico do relatório em anexo. Vejamos:”
A PMT, em sua manifestação complementar, conforme documento “RELATÓRIO
PRELIMINAR”, de 03.04.2023, apresentou as seguintes informações:
“Destacou a Unidade Técnica que Estrutura metálica da Quadra Coberta foi executada em
desacordo com o projeto, colocando em risco a sua estabilidade e comprometendo a
segurança dos usuários.
Em vista disso, informa-se, em consonância ao Laudo em anexo, que a Prefeitura Municipal
de Tejuçuoca/Ce deu ênfase a correção da cobertura da quadra, visto que tal correção era de
fundamental importância para a continuidade das obras, em virtude de que a mesma
apresentava risco a segurança da população local e também dos funcionários que trabalham
na obra.
Em vista disso, cumpre esclarecer que foi providenciado a troca de toda a Estrutura Metálica
da Quadra que apresentava riscos aos usuários, após a referida troca, a obra se encontra em
andamento. Vejamos:
Com relação as restrições e inconformidades encontradas no sistema do SIMEC, por tratarem
de pendências executivas, as mesmas serão sanadas no decorrer da execução das obras.
Com relação a divergência de percentual apontados no sistema do SIMEC, diferença essa entre
a vistoria da Prefeitura e o Percentual aproveitável de obra, decorre de “glosas” feitas pela
equipe do FNDE relacionadas as restrições e inconformidades, ou seja, serviços apontados
pela fiscalização da prefeitura com determinado percentual de execução e que não são aceitos
pela equipe do FNDE por motivos técnicos.
Desta feita, restou sanada a falha pontuada no relatório de auditoria, estando a obra em
andamento e de acordo com o projeto base.”

Análise da equipe de auditoria


A documentação apresentada demonstra que houve a recomposição da coberta metálica,
inclusive constam, no SIMEC, fotos da correção efetuada, conforme consulta realizada em
24.04.2023, bem como registro do percentual de execução de 75% do valor contratado,
confirmando que a obra está na situação “em Execução”.
No entanto, em nova consulta realizada ao SIMEC, em 12.06.2023, verificou-se que a obra se
encontra na situação “paralisada”.

Achado 12

Manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca


A PMT, em sua manifestação complementar, conforme documento “RELATÓRIO
PRELIMINAR”, de 03.04.2023, apresentou as seguintes informações:

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“Pontuou a CGU que, apesar de a referida obra ter sido apontada como concluída e em
funcionalidade ainda no exercício de 2017, com a prestação de contas final aprovada em
29.04.2922, atualmente a quadra encontra-se em estado de abandono, devido a existência de
algumas impropriedades que impossibilitam seu uso. Acrescenta-se ainda, conforme
informação extraída do laudo técnico elaborado pelo Engenheiro do Município, em anexo,
que, em meados do primeiro semestre de 2017, com houve desabamento da estrutura da
quadra.
É crucial reforçar que a atual Gestão, em 2021, já recebeu a obra em estado de abandono,
sem qualquer funcionalidade, conforme consta no relatório de transição de governo, em
anexo, sendo, na época, logo no início da gestão, encaminhado ao Ministério Público Local
para fins de responsabilização dos ex-gestores, conforme demonstrar-se-á em maiores
detalhes em tópico próprio.
Neste cenário, convém informa que o Município, atualmente, vem depreendendo esforços e
possui interesse na recuperação/utilização da obra, contudo, prescinde de dentro do estudo
de viabilidade orçamentária do Município, para, com recursos próprios, sanar os problemas
técnicos e estruturais apresentados, para, ao final, atingir seu objetivo final, qual seja, entrega
e o uso pela população local.”

Análise da equipe de auditoria


A justificativa apresentada ratifica a situação de abandono da quadra da localidade de Boa
Ação, a qual, embora seja de responsabilidade da gestão anterior (01.01.2016 a 31.12.2020),
conforme mencionado pelo gestor municipal, cabe a atual administração garantir a plena
funcionalidade do equipamento, de modo a atender a comunidade do seu entorno,
independentemente da ação encaminhada ao Ministério Público Estadual.
Ressalte-se que consta em anexo o envio da “Notícia Crime – Prefeitura Municipal de
Tejuçuoca” e de relatórios e balanços contábeis levantados pela equipe de transição, dirigida
e encaminhada por e-mail, de 15.02.2021, à Promotoria de Justiça da Comarca Vinculada de
Tejuçuoca.
Reafirme-se que o documento não está acompanhado de protocolo de recebimento nem de
abertura de ação judicial por parte da mencionada promotoria.

Achado 13

Manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca


Não houve manifestação da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca

Análise da equipe de auditoria


Não há em face da ausência de manifestação.

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