1. Sua infância. "Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados, por causa do seu nome." (Lc10:21; ICo3:1,2; IJo2:12) A palavra no original grego que descreve a infância do crente na Bíblia é Teknós. Os “teknós” são todos os filhos recém-nascidos, os bebês ou criancinhas em Cristo. Eles foram nascidos segundo a vontade de Deus. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (Jo 1:12,13) Quando nascemos de novo já temos o Espírito, pois somos nascidos do Espírito, mas ainda não aprendemos a ser guiados pelo Espírito. As nossas faculdades ainda não estão exercitadas... O propósito do Senhor é que cresçamos espiritualmente, e não fiquemos como meninos inconstantes, e para isto Ele proveu para os seus filhos toda a suficiência através do Espírito, mediante o ministério da Palavra e dos santos aperfeiçoados; dos filhos amadurecidos (Efésios 4.11-14).* A vida espiritual é consequência da vivificação espiritual. O bebê chora porque nasceu; ele não nasceu porque chora.** Após o novo nascimento essa criancinha começa a desenvolver-se espiritualmente passando pela segunda fase.
2. Sua juventude. "Jovens, eu vos escrevo, porque tendes vencido o Maligno. Jovens,
eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno." (IJo2:13b,14c) Jovens é o termo que João usava para designar os crentes fortalecidos na luta contra o diabo e o mal (relacionado com Efésios 6:10-18). Nesta fase, o cristão experimenta diversas vitórias pela graça de Deus: a) Vitória sobre o Maligno; b) Fortalecimento na graça; c) Acolhimento da Palavra de Deus, etc. Poderemos atingir a santidade somente se vivermos pela Palavra revelada de Deus.¹ A santificação é sempre uma obra gradual em todos os filhos de Deus. Não nos tornamos santos de repente, pelo fato de fazer de Cristo nosso Senhor; devemos ser santos a cada momento, porque Ele é Senhor.² Nesta fase está em vista a formação de Cristo no homem interior do crente de fé em fé e de glória em glória. “meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós;” (Gl 4:19) A expressão “até ser Cristo formado em vós”, pode ser traduzida por “até que Cristo ocupe todo o vosso ser”. Este é o propósito que Deus planejou para todos os Seus. Não há maneira pela qual, por nós mesmos, possamos gerar santificação. Nossa santificação é Cristo. Não há maneira pela qual possamos ser bons. Nossa bondade é Cristo. Não há maneira pela qual possamos ser santos. Nossa santidade é Cristo.³ Nesta fase da formação de Cristo no homem interior do crente está em vista a sua fase final, descrita a seguir.
3. Sua maturidade. "até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno
conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Pais, eu vos escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o princípio." (Ef 4:13; I Jo 2:13a,14b) Enquanto que a palavra que descreve a infância do crente na Bíblia é “Teknós”, a palavra que define um filho de Deus maduro é “Huiós". Pais é o termo que o apóstolo João aplica aos idôneos na fé. Em todos esses termos mencionados o objetivo é um só: a conformidade à imagem de Cristo. “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.” (Rm 8: 29-30) Antes da fundação do mundo, o Pai planejou uma cena de glória pela qual o Seu Filho Amado ocupasse a centralidade, e a Igreja, sendo a Sua esposa, compartilhasse dessa glória que há de ser revelada brevemente. (ver 2 Ts 1:10) Assim como a nossa salvação é a vida de Cristo em nós (Jo 1:12), nossa santificação é menos de nós e mais de Cristo (Jo 3:30), o que necessariamente resultará em nossa glorificação, que é a conformidade à imagem de Cristo (Gl 4:19). Através dessas fases do cristão podemos ver que não há inércia na vida cristã, “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito... Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.” (Pv 4:18; 2Co 4;6) O Espírito Santo foi enviado para levar-nos a esta realidade que glorifica ao Senhor. "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito." (2 Co 3:18) Amém