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ROVIDÊNCIA DIVINA
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2~ADVÇÃO, INTRODVÇÃO E NOTAS:
CARDO DA CUNHA LIMA
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2bIÇÃO BILINGVE
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)V/ALEXANDRIA
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Títulos originais: De Providentia
De Constantia Sapientis
© Copyright, 2000. Editora Nova Alexandria Ltda .
Todos os direitos reservados
ISBN 85-86075-57-4
Sêneca, L. A. 4 a.C.-64
21000058064
SUMÁRIO
21000058064
FILOSOFIA PARA A VIDA
de exemplo"; "o destino nada tira a não ser o que deu"; "é enor-
me a fraqueza do espírito toda vez que a razão o abandona".
de exemplo"; "o destino nada tira a não ser o que deu"; "é enor-
me a fraqueza do espírito toda vez que a razão o abandona".
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\pesar de o pedido não ter sido bem aceito pelo imperador, ele
.e afasta da vida pública: pouco sai de casa e evita receber visi-
as, dedicando a maior parte do tempo ao estudo filosófico. Esta-
'ª encerrada a era de poder de Sêneca. Acredita-se que foi neste
nomento de retiro que ele escreveu importantes obras, como as
:artas Morais a Lucílio e as Questões Naturais, e também, prova-
relmente, os tratados Sobre a Providência Divina e Sobre a Firmeza
lo Homem Sábio. Convém lembrar que, além dessas obras de in-
1estigação filosófica, Sêneca já havia escrito tragédias e também
1ma sátira, a Apocoloquintose.
Em 65, passados três anos de recolhimento, Sêneca tem seu
10me envolvido na conspiração pisoniana e, coagido por Nero,
tcaba por se suicidar, cortando os pulsos. Ao que tudo indica, ele
~ra inocente. A intenção de Nero era remover uma voz incômoda
~respeitada. Para Sêneca, o gesto final teve um caráter político e
ilosófico. Além de projetar-se como mártir e exaltar sua posição
>olítica, seus últimos momentos, cuidadosamente modelados
.obre os de Sócrates (e Catão), pretenderam exemplificar a morte
ligna e sábia de que ele próprio falara, por vezes, em seus livros.
10
intrinsecamente lógicos e ordenados, pois são elementos desse
todo divino, conformes a uma disposição divina, a providência.
Sendo assim, o destino perde qualquer caráter trágico e se
torna algo natural, um elemento da estrutura inteiramente racio-
nal do mundo: ele é a expressão de uma disposição imutável na
rdem das coisas, sob uma lei eterna e providencial.
Nesse universo de bondade sobrepujante, a existência do
mal recebe várias explicações, das quais é interessante ressaltar
três: a) o mal é fruto de uma " desarmonia" entre o homem e seu
destino pessoal, isto é, resultante da ação equivocada do indiví-
duo; b) o mal é providencial, útil para provocar ações ainda me-
lhores; c) o mal é aparente, isto é, algo que para o homem, devido
à sua visão parcial do mundo, parece mau, mas, na verdade, den-
tro do plano de organização universal, é algo bom.
Diante dessa cosmologia, a sabedoria, fim supremo, pode
er definida como a compreensão da teia de acontecimentos, que
leva à adesão racionalmente justificada à natureza, isto é, ao bem.
Por sua vez, o bem se relaciona com a virtude de forma
imediata e automática: a virtude não é um caminho para o bem,
mas o próprio bem no indivíduo . Entre as "virtudes", uma das
mais comumente associadas ao estoicismo é a "paciência", en-
tendida como a capacidade de suportar serenamente qualquer
adversidade: é legendário (chegando ao anedótico) o desprezo
estóico pela dor e pela morte.
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OS DOIS TRATADOS:
POR UMA VIDA SÁBIA E SERENA
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Nesse mesmo sentido, ele pergunta logo a seguir: "por caminho
plano se vai às alturas?" (Const. Sap. 1.2).
Ademais, o que o homem do povo enxerga indevidamente
como "falta de resposta" Séneca afirma ser a altivez e a magnani-
midade condizentes com o sábio, que se caracteriza por agir
sempre de modo racional e equilibrado, ciente da estrutura
providencial do mundo. Qualquer postura diferente apenas com-
prova a falta de autocontrole, a destemperança; exaltar-se, enfu-
recer-se com as ofensas de pessoas de caráter inferior (ainda que
socialmente superiores) é deixar-se dominar pelas paixões, o
oposto do comportamento maduro do sábio . Como diz o filóso-
fo, "revela que não tem nem um pouco de inteligência ou
autoconfiança quem é afetado pela ofensa" (Const. Sap. 10.3).
14
Sêneca prossegue analisando as mais variadas situaçõe:
ligadas ao tema, sempre preconizando as vantagens da indife
rença, num constante treino e teste da paciência, método sugeri
do por ele para aproximar um homem comum da firmeza inaba
lável do sábio. O teor dos conselhos finais reafirma essa mesm;
idéia básica de ignorar todo tipo de provocação ou insulto.
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SOBRE A PROVIDÊNCIA DIVINA
DE PROVIDENTIA
L. Annaeus Seneca
ad Lucilium
DE PROVIDENTIA
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Lúcio Aneu Sêneca
a Lucílio 1
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SOBRE A PROVJD~IA DIVINA
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ÜE PROVTDENTIA
2.2 Nec hoc dico, non sentit illa, sed uincit, et alioqui
1uietus placidusque contra incurrentia attollitur. Ornnia
tduersa exercitationes putat. Quis autem, uir modo et erectus
td honesta, non est laboris adpetens iusti et ad officia cum
>ericulo promptus?
Cui non industrio otium poena est?
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SOBRE A PROVTD ~NCIA DIVINA
2.2 Não estou querendo dizer que ele não sente os ataques
externos, mas que os derrota e, adernais, põe-se a enfrentá-los
com calma e tranqüilidade . Ele considera todas as adversidades
corno exercícios. Mas quem, tendo um mínimo de hombridade e
mpenhando-se em ser respeitado, não almeja um justo sacrifí-
cio nem está pronto para os deveres perigosos?
A que pessoa ativa e laboriosa não é um castigo ficar sem
fazer nada?
Para animar suas festas, alguns romanos compravam escravos que exer-
ciam o papel de bufões, fazendo piadas e até provocando os presentes. O
mesmo fato é comentado por Sêneca no próximo tratado, De Constantia
Sapientis, 11.3.
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SOBRE A PROVTD ~NCIA DIVINA
2.2 Não estou querendo dizer que ele não sente os ataques
externos, mas que os derrota e, ademais, põe-se a enfrentá-los
com calma e tranqüilidade . Ele considera todas as adversidades
como exercícios. Mas quem, tendo um mínimo de hombridade e
mpenhando-se em ser respeitado, não almeja um justo sacrifí-
cio nem está pronto para os deveres perigosos?
A que pessoa ativa e laboriosa não é um castigo ficar sem
fazer nada?
Para animar suas festas, alguns romanos compravam escravos que exer-
ciam o papel de bufões, fazendo piadas e até provocando os presentes. O
mesmo fato é comentado por Sêneca no próximo tratado, De Constantia
Sapientis, 11.3.
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DE PROVJDENTIA
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Sc>BRE A PROVIDÊNCIA D1VTNA
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DE PROVJDENTIA
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SOBRE A PROVlDÉNOA DNINA
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DE PROVJDENTIA
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SOBRE A PROVJDÍ:NCIA DIVINA
2.12 Eis por que penso que o golpe foi pouco certeiro e efi
caz: não foi suficiente aos deuses imortais contemplar Catão umé
vez; toda a sua valentia foi preservada e chamada novamentt
para que se apresentasse numa tarefa mais difícil; com efeito, é
coragem com que se dá o primeiro passo em direção à morte nãc
' tão grande quanto a que se deve ter numa segunda tentativa
Por que não teriam observado com prazer um aluno seu se esva·
indo num fim tão ilustre e memorável?
A morte consagra aqueles cujo fim é louvado até pelos qm
o temem.
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DE PROVTDENTIA
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SoBRE A PROVJD~CIA DNINA
3.1 Mas com o discurso que vem logo a seguir vou demons
trar que não são males o que parece ser: por ora afirmo que esse
fatos que tu chamas de espinhosos, de funestos e abomináveis
ocorrem, primeiro, para o bem das próprias pessoas; segunda
para o bem de toda a humanidade, pois os deuses devotam mai
or atenção ao conjunto dos homens do que aos indivíduos en
particular. Além disso, que eles ocorrem aos que os desejam e, si
não os desejam, fazem por merecer o mal.
Tenho a acrescentar que esses fatos se devem ao destino •
surgem aos bons pela mesma lei que os faz bons.
Enfim, vou te persuadir a nunca ter pena de um homem dt
bem, pois ele pode ser chamado de infeliz, mas não pode ser infeliz
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DE PROVIDENTIA
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SoBRE A PRovrornc1A D1vINA
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DE PROVIDENTIA
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SOBRE A PROVJDt:NCJA DNINA
Sula (Lucius Comelius Sulla Felix), após ocupar vários cargos políticos e
militares, inicialmente como aliado d e Mário, foi preterido d iante deste
no comando do exército romano contra Mitridates, em 88 a .C. Fingindo
aceitar o fato, buscou o apoio de suas tropas e deu um golpe militar,
invadindo Roma e instalando-se no poder. Seus métodos violentos cho-
caram inclusive seus aliados, forçando-o a deixar Roma após um ano.
Então, instalou-se na Grécia e, mesmo em situação irregular, comandou
tropas romanas naquela região, obtendo conquistas e acordos que lhe
deram muito prestígio. Em 84, voltou a rebelar-se e invadir a Itália,
auferindo apoio de muitos aristocratas e derrotando, em 83, os legalistas.
Reinstalado no poder, recebeu o título de ditador e promoveu uma gran-
de revolução, implantando reformas na estrutura política (consideradas
por vezes moralizantes) e fazendo perseguições e massacres cruéis. Acre-
ditando-se um predestinado, atribuiu a si mesmo o cognome Felix ("Fe-
liz" ). Embora seja uma figura polêmica e contraditória, Sêneca se utiliza
daquela imagem mais difundida, a de um tirano sanguinário e atroz.
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DE PROVIDENTIA
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SOBRE A PROVJDÊNClA DIVNA
Ele disse: "Que possam ver tais coisas os que a tua felicidade 10 pc
gou de surpresa em Roma: que vejam o sangue abundante no fórum
e as cabeças dos senadores acima do lago de Servílio - lá é, n
verdade, o espoliário 12 da proscrição sulana - e turbas de assass
nos vagando dispersas por toda a cidade, e muitos milhares de c
dadãos romanos trucidados num único lugar, depois da palavt
empenhada, ou melhor, por causa da própria palavra empenhad;
que vejam isso os que não podem estar exilados."
3.8 O quê? ... Então é Lúcio Sula feliz 13 porque, quando desce a
fórum, seu caminho é aberto a golpes de espada? Porque admite que<
cabeças de homens de d ignidade consular lhe sejam mostradas,
contabiliza o valor de cada assassinato através do questor14 e de regi:
tros públicos? E tudo isso faz ele, ele que propôs a Lei Cornélia15 •
10
Trocadilho composto a partir do fato de que Sula se atribuiu o cognorn
Feliz (Felix).
11
Forum : praça central de Roma . Cf. nota ~6 .
12
Spoliarium, derivado de spolio, spoliare ("despir, despojar, privar, espol
ar"), era o lugar contiguo aos anfiteatros onde os gladiadores morte
tinham as roupas e armas arrancadas. Sêneca, aqui, cria uma for1
metáfora.
13
Outro trocadilho com o nome completo adotado por Sula, justament
Lúcio Sula Feliz.
14
Funcionário público do alto escalão, encarregado da contabilidade oficia
15
Referência à lex Comei ia de sicariis et ueneficiis (Lei Cornélia sobre assass
nos e envenenamentos), uma das leis estabelecidas em 81, durante a
reformas empreendidas por Sula, e que se destinava a reprimir essE
crimes.
16
Sêneca se refere à ortura que lendariamente Régulo sofreu: ele foi amai
rado numa cama de pregos e suas pálpebras foram cortadas, impedir
do-o de fechar os olhos.
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DE PROVIDENTIA
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SoBRE A PROVIDÊNCIA ÜNINA
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Mecenas (Gaius Maecenas) foi dos primeiros a prestar apoio às aspira-
ções de Otávio Augusto. Essa firme amizade transformou Mecenas numa
figura política de grande importância . Homem riquíssimo e dado ao luxo
e à suntuosidade, seu nome tornou-se sinônimo de patrono de poetas e
artistas. Para o círculo de Sêneca, no entanto, Mecenas era uma figura
muito depreciada. Seu casamento com Terência (irmã de Aulus Terentius
Varro Murena) acabou em divórcio.
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DE P ROVIDENTIA
4.2 Magnus uir es: sed unde seio, si tibi fortuna non dat
facultatem exhibendae uirtutis?
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SOBRE A PROYJD~NCIA DIVINA
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Referência ao episódio hoje conhecido por Primeiro Triunvirato, acordo
de partilha de poder e territórios entre Crasso, Júlio César e Pompeu.
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Vatínio (Gaius Vatinius), homem ambicioso, conseguiu ascensão políti-
ca ao se tomar uma peça dentro do projeto de conquista do poder de,
Júlio César, que precisava de apoio no senado. Graças a isso-e ao subor-
no - Vatínio bateu Catão na eleição para pretor, em 55 a.C. Vatínio pas-
sou para a História como um protó ·podo bajulador interesseiro e sub-
serviente. Cf. o segundo tratado, De Constantia Sapientio, 1.3; 2.1; 17.3.
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DE PROVJDE'ITJA
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SOBRE A PROVJD~CIA DIVINA
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O imperador Tibério não apreciava os jogos, restringindo-os.
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DE PROVlDENTIA
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SoBRE A PROVJOt NCIA ÜIVll\A
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Sêneca faz alusão ao sistema de calefação das casas dos romanos endi-
nheirados, composto de canos embutidos por onde circulava água quente.
22 Cerimônia pública de flagelação (em grego, dim1111stígosis), que ocorria em
Esparta uma vez por ano, a fim de testar o caráter e a resistência dos jovens.
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DE PROVIDENTIA
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5oBRE A PROVIDÊNCIA DIVINA
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Pax Romana ("Paz romana") indica uma situação não-beligerante, de
ordem e segurança, obtida nas províncias romanas, através de acordos
de paz, que na prática representavam a sujeição de outros povos à civili-
zação romana . Símbolo do imperialismo de Roma, a expressão, nesse
trecho, indica justamente a extensão territorial do Estado romano.
lstro (ou Histro) é a denominação que recebe o curso inferior do rio
Danúbio . Esse nome foi cunhado pelos gregos (que, aliás, desconheciam
a completa extensão do rio): daí o emprego possível do agá na grafia,
um helenismo . Entre os escritores, Ister (ou Hister) tornou-se uma forma
alternativa poética para Dan1111i11s ("Danúbio"), rio que marcava o limite
das conquistas territoriais romanas .
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DE PROVIDENTIA
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SOBRE A PROVJDÊNClA DIVINA
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DE PROVlDENllA
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SOBRE A PROVJDÊNCIA DIVJNA
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D E PROVlDENTIA
5.6 Nihil cogor, nihil patior inuitus, nec seruio deo sed
assentior, eo quidem magis quod seio omnia certa et in
aeternum dieta lege decurrere.
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SOBRE A PROVlDÊNCIA Drv1NA
5.6 Não sou forçado a nada, não sofro nada contra a vonta-
de, e não sou servil a deus mas sim aquiescente, tanto mais que
sei que tudo é determinado e se passa segundo uma lei fixa e de
valor eterno.
28
Campus no original, provável referência ao Campo de Marte, local que, à
época imperial, era utilizado para recreação. Cf. nota 54.
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DE PROVIDENTIA
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SOBRE A PROVJDÊNO A DIVINA
5.8 Sendo assim, por que nos ind ºgnamos? Por que nos
queixamos? Para isso é que fomos feitos! Que a natureza use como
quiser os corpos, são seus: nós, alegres diante de tudo, e valentes,
pensemos que nada que perece é nosso.
O que é próprio d~ m-tromem de-bem? Oferecer-se ao des-
tino. É um grande consolo ser arrastado junto com todo o univer-
o. Seja o que for que nos ordenou a viver assim, a morrer assim,
sob a mesma imperiosa necessidade, ata também os deuses.
Um fluxo irrevogável transporta de modo igual as coisas
humanas e divinas: o próprio criador e condutor de todas as coi-
sas escreveu, sem dúvida, os fados, mas os segue. Para sempre
obedece, uma vez ordenou.
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DE PROVIDENTIA
6.1 "Quare tamen bonis uiris patitur aliquid mali deus fieri?"
Ille uero non patitur. Ornnia mala ab illis rernouit, scelera
~t flagitia et cogitationes inprobas et auida consilia et libidinem
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SoBRE A PROVIDt NCIA DIVINA
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Citação de Ovídio, M etamorfoses, 2 .63-9. Neste trecho, o deus Sol tenta
demover seu filho Faetonte (Phaéthon) da ambição de guiar a carruagem
pa terna .
30
Ovídi o, M etamorfoses, 2.79-81. Continuam as palavras do Sol. As respos-
tas de Faetonte são criação de Sêneca; todavia, a frase "Atrela o coche
que me deste" (iunge datos curros) ecoa o verso 2.74 da obra ovidiana,
finge datos curros ("finge que te dei o coche" ).
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SOBRE A PROVIDÊNOA DlvINA
6.8 Cada tempo, cada lugar vos ensine como é fácil renun-
ciar à natureza e atirar-lhe de volta sua dádiva; entre os próprios
altares e ritos solenes dos sacrifícios, enquanto se pede pela vida,
aprendei sobre a morte.
Touros descomunais, de porte impecável, tombam com um
minúsculo ferimento e animais de grandes forças são abatidos
ao golpe da mão de um homem; com uma delgada lâmina de
ferro se rompe o ligamento cervical e, depois que se corta a arti-
culação que une cabeça e pescoço, toda aquela massa extraordi-
nária desmorona.
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SoBRE A PROVJDÉ CI A ÜJV JNA
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