Um dos principais responsáveis pelo impacto na qualidade do solo e das águas
subterrâneas é a indústria do petróleo. O autor coloca que o solo é o destino de muitos compostos poluentes provenientes desse setor, que alteraram o equilíbrio e os ciclos naturais, e são considerados carcinogênicos e genotóxicos, o que faz com que a recuperação desse solo seja tratada de forma rápida e completa. O petróleo é constituído por substâncias tóxicas, recalcitrantes e por esse motivo, as técnicas de biorremediação e fitorremediação são inadequadas, motivo pelo qual os autores realizaram um estudo comparativo com diversas técnicas de remediação por oxidação química. Para este estudo, uma amostra de solo foi coletada na cidade de Nova Friburgo – RJ. O material foi seco, peneirado e guardado em ambiente seco ao abrigo da luz. Posteriormente, a amostra foi contaminada com petróleo em laboratório, a uma concentração de 5.000 mg kg-1 solo, valor aproximado ao que é encontrado em solos contaminados acidentalmente em derrames de petróleo, como no caso da REPAR – Refinaria Getúlio Vargas, citado pelos autores. Os autores utilizaram diferentes técnicas para o ensaio de remediação química do solo contaminado, entre eles os métodos convencionais, onde utilizaram os íons do KMnO 4 (permanganato de potássio) como agente oxidante e os processos oxidativos avançados, onde utilizaram diferentes reagentes para produzir o radical hidroxila (-OH -), que é altamente oxidante e pouco seletiva, com destaque para os reagentes de Fenton, que produzem o radical hidroxila a partir da catálise do H 2O2 (peróxido de hidrogênio ou água oxigenada) com íons de ferro em meio ácido e foto-Fenton, que conta com a adição da luz artificial ou solar. Fizeram também a aplicação de K 2S2O8 (persulfato de potássio), que por ação da temperatura, luz ou catálise por metais (Fe ou Ag), produz o radical –SO 4- como agente oxidante. O ensaio foi realizado submetendo 5 gramas da amostra à 15 mL da solução oxidante em triplicata, mantidas sob agitação e fotoirradiação com luz germicida e foram feitas quatro leituras em espectrômetro de fluorescência, com intervalos de 30 minutos. Os autores concluíram que a reação mais eficiente foi a de foto-Fenton, reduzindo 99,33% da carga poluidora em 120 minutos. O segundo melhor resultado foi obtido com a aplicação do reagente K2S2O8, que degradou 93,85% dos poluentes em 180 minutos. O processo Fenton, a aplicação de H2O2 e a reação com KMnO4 reduziram, respectivamente, 86,98%, 70,51% e 76,58% da carga poluidora em 180 minutos. Além de não apresentarem bons resultados, os reagentes H 2O2 e KMnO4 apresentam desvantagens. O H2O2 é instável em altas temperaturas e o KMnO 4 deixa resíduos de Mn no solo. Esse estudo é de extrema importância para demostrar as diferenças entres os métodos mais comuns utilizados na remediação química de solos contaminados por petróleo, levando em consideração tempo de reação e eficiência, sem maiores danos ao meio ambiente.