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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO

PÓLO SÃO LUÍS – MONTE CASTELO

ELETRÔNICA BÁSICA
REVISÃO SOBRE DIODOS
(Diodo Ideal e Real)

Nota de Aula 2

VD
+
A
-K

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O DIODO IDEAL

• O diodo é um dispositivo de dois terminais.

Anodo A K Catodo

• Idealmente, um diodo conduz somente em uma única direção.

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O DIODO IDEAL
As características de um diodo ideal são aquelas de uma chave que pode conduzir
corrente somente em um sentido. Curto-circuito

+
A
VD
- K
+
A
- K
+ ID

- VD
+ -
ID (limitada pelo circuito)

+ - 0
+
VD
A K A K
ID = 0
Circuito-aberto

O valor da resistência direta, RF , conforme definida pela lei de Ohm, é:


-
VF 0V
RF = = = 0 Ω (curto-circuito)
IF 2, 3, mA, . . . , ou qualquer valor positivo

onde VF , é a tensão direta através do diodo e IF é a corrente direta através do diodo.

Se considerarmos agora a região de potencial negativo aplicado (terceiro quadrante),

VR -5, -20, ou qualquer potencial de polarização reversa


RR = = =∞ Ω (circ. aberto)
IR 0 mA

onde VR , é a tensão reversa através do diodo e IR é a corrente reversa do diodo.


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O DIODO IDEAL

• Características do diodo

Região de condução Região de não condução

• A tensão ao longo do diodo é de 0 V • Toda a tensão fica ao longo do diodo


• A corrente é infinita • A corrente é de 0 A
• A resistência direta é definida pela • A resistência reversa é definida pela
fórmula RF = VF / IF fórmula RR = VR / IR
• O diodo se comporta como um curto • O diodo se comporta como aberto

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O DIODO IDEAL

VD
Símbolo do diodo ideal +
A
-
K
ID

ID
+ + -

Curva característica
-
- 0
VD
+
+

-
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MATERIAIS SEMICONDUTORES

• Materiais geralmente utilizados no desenvolvimento de dispositivos


semicondutores:

o Silício (Si).
o Germânio (Ge).
o Arseneto de gálio (GaAs).

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O DIODO REAL

• Junções p-n

• Uma extremidade de um cristal de silício ou germânio pode ser


dopada como um material do tipo p e a outra extremidade como um
material do tipo n.

• O resultado é uma junção p-n Prof. Ronaldo Mourão 7


O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

tipo N
tipo P

Buracos do Elétrons do

material P material N

passam para passam para

o material N o material P
tipo P tipo N
junção PN
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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Na junção p-n, o excesso de elétrons na banda de condução no lado


do tipo n é atraído para as lacunas na banda de valência no lado do
tipo p.

• Os elétrons no material do tipo n migram ao longo da junção para o


material do tipo p (fluxo de elétrons).

• A migração de elétrons resulta em uma carga negativa no lado do


tipo p da junção e em uma carga positiva no lado do tipo n da junção.
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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

Sem Polarização Direta ( VD = 0V )

Região de depleção ID =IPortadores majoritários – IS = 0

ID =0mA ID =0mA

P N

Região de depleção: Região sem portadores de carga.

F = q.E
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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Condições de operação do diodo

• Um diodo tem três condições de operação:

o Ausência de polarização ( VD = 0V ).

o Polarização direta ( VD > 0V ).

o Polarização reversa ( VD < 0V ).

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Condições de operação do diodo

• Ausência de polarização ( VD = 0V ).

o Nenhuma tensão externa é aplicada: VD = 0 V.

o Não há corrente no diodo: ID = 0 A.

o Só uma modesta depleção.

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Condições de operação do diodo


• Polarização reversa ( VD < 0V ).
o Uma tensão externa é aplicada ao longo da junção p-n na
polaridade oposta dos materias do tipo p e n.

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Condições de operação do diodo


• Polarização reversa ( VD < 0V ).
o A tensão reversa faz com que a área
da região de depleção aumente.

o Os elétrons no material do tipo n


são atraídos para perto do terminal
positivo da fonte de tensão.

• As lacunas no material do tipo p são atraídos para perto do terminal


negativo da fonte de voltagem.
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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

Com Polarização Reversa ( VD < 0 )

A corrente que surge sob condições de polarização reversa é chamada de corrente de


saturação reversa, é representada por IS.

Região de depleção

ID
A K

- +

IS p n
VD IS
- +

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Condições de operação do diodo


• Polarização direta ( VD > 0V ).
o Uma tensão externa é aplicada ao longo da junção p-n na mesma
polaridade dos materiais do tipo p e n.

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Condições de operação do diodo

• Polarização direta ( VD > 0V ).


o A tensão direta faz com que a área
da região de depleção diminua.
o Os elétrons e lacunas são
empurrados em direção à junção p-n.

• Os elétrons e lacunas têm energia suficiente para cruzar a junção


p-n.

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

Com Polarização Direta ( VD > 0 )

Região de depleção

ID
A K
+ -

p VD n
ID ID
+ -

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Características reais do diodo


• Observe que na região as
condições são de ausência de
polarização, polarização reversa
e polarização direta.

• Observe atentamente a escala


para essas condições.

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Portadores majoritários e minoritários


• Duas correntes ao longo de um diodo:
o Portadores majoritários
• Os portadores majoritários em materiais do tipo n são elétrons.
• Os portadores majoritários em materiais do tipo p são lacunas.

o Portadores minoritários
• Os portadores minoritários em materiais do tipo n são lacunas.
• Os portadores minoritários em materiais do tipo p são elétrons.
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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Região Zener
• A região Zener fica na região de polarização reversa do diodo.

• Em um certo momento, a voltagem da polarização reversa é tão alta


que o diodo é rompido e a corrente reversa aumenta drasticamente.
• A tensão reversa máxima que não levará um diodo à região Zener é
denominada tensão de pico inversa ou tensão de pico reversa.

• A tensão que faz com que um diodo entre na região Zener de


operação é denominada tensão Zener (VZ).
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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Região Zener

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Tensão de polarização direta


• O ponto no qual o diodo muda da condição de ausente de
polarização para a condição de com polarização direta ocorre quando
os elétrons e as lacunas fornecem energia suficiente para cruzar a
junção p-n. Essa energia vem da tensão externa aplicada ao longo do
diodo.
• A tensão de polarização direta necessária para um:
o Diodo de arseneto de gálio  1.2 V
o Diodo de silício 0.7 V
o Diodo de germânio  0.3 V

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Efeitos da temperatura
• À medida que a temperatura aumenta, é adicionada energia ao
diodo.
• Ela reduz a tensão de polarização direta necessária para condução
de polarização direta.
• Ela aumenta a quantidade de corrente reversa na condição de
polarização reversa.
• Ela aumenta a tensão máxima de avalanche da polarização reversa.
• Os diodos de germânios são mais sensíveis a variações de
temperatura que os de silício ou de arseneto de gálio.
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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Circuito equivalente do diodo

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CIRCUITOS EQUIVALENTES DO DIODO

ID (mA)
Modelo completo do diodo rd

VD Diodo ideal

A VT
rd K
+ A K
- rR =∞Ω
ID 0.7V 10Ω
0 0.7 VD (V)
VT
RD
Curva característica por parte linear
Circuito equivalente linear

Si =0.7V
Onde: VT = e rd é a resistência interna do diodo, e
Ge =0.3V RD a resistência equivalente.

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CIRCUITOS EQUIVALENTES DO DIODO

Modelo simplificado: Rcircuito >> rd

Diodo ideal

ID (mA)
A VT K
+ -
A K rd = 0 Ω
IF = ID 0.7V +
+
Vfonte Rsérie

- - rd =∞Ω

0 VD (V)
0.7
VT

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CIRCUITOS EQUIVALENTES DO DIODO

Dispositivo ideal: Rcircuito >> rd e VF >> VT (tensão limiar)


VD ID (mA)
Diodo ideal

+ A K - rd = 0 Ω

ID
rR =∞ Ω
Circuito equivalente diodo ideal
0
VD (V)
Curva característica

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Atividade Resolvida.

a) Para o circuito da figura 1, determinar a tensão nos terminais de Rsérie , a corrente IF e a


queda de tensão total VF no diodo e a resistência equivalente do diodo. Assuma a resistência
interna do diodo ( rd ) tenha um valor de 30 Ω

VT
rd
A + VF - K A + - K
A K
Si 0.7V IF 30 Ω
IF Si
+ + + +
Vfonte 20V Rsérie 2kΩ Vfonte 20V Rsérie 2KΩ
- - - -

Figura 1 Circuito equivalente completo

Como a tensão aplicada de 20V é muito maior do que 0,7V, o diodo ideal está diretamente
polarizado e o equivalente curto-circuito pode ser substituído.

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Solução matemática.

• Usando-se a regra do divisor de tensão, temos:

(2K Ω ).(20 – 0,7)V (2K Ω ).(19,3)V


VRsérie= = = 19,0 V
2K Ω + 30 Ω 2030 Ω

• A corrente dc através do circuito é:

(20 – 0,7)V
IF = = 9,51 mA e VD = 0,7 + IF.(rd ) = 0,7 + (9,51.10-3A.30 Ω) = 1,0 V
2030 Ω

• Finalmente:

VD 1,0 V
RD= = = 105,15 Ω
IF 9,51 mA

• Atividade assíncrona: Refaça os cálculos utilizando os modelos simplificado e


ideal e, em seguida, inverta o diodo e refaça todos os cálculos para os
modelos equivalentes, completo e simplificado e suponha que a corrente
reversa seja IR =1µA. Prof. Ronaldo Mourão 30
O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Folhas de dados do diodo

• Folhas de dados do diodo contêm informações-padrão, fazem


comparações de diodos para verificar se necessitam ser substituídos
ou se seu design precisa ser melhorado.
1. Tensão direta (VF) a uma corrente e temperatura específicas.
2. Corrente direta máxima (IF) a uma temperatura específica.
3. Corrente de saturação reversa (IR) a uma tensão e temperatura
específicas.

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Folhas de dados do diodo

4. Taxa de tensão reversa, PIV ou PRV ou V(BR), a uma temperatura


específica.
5. O valor máximo de dissipação de potência a uma temperatura
específica.
6. Níveis de capacitância.
7. Tempo de recuperação reversa, trr.
8. Faixa de temperatura de operação.

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Símbolo de diodo e embalagem

• A abreviação de ânodo é a letra A.

• A abreviação de catodo é a letra K.

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Teste do diodo

• Diodos são comumente testado utilizando-se um desses tipos de


equipamento:

o Testador do diodo.
o Ohmímetro.
o Traçador de curva.

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Testador do diodo
• Muitos multímetros digitais têm uma função de teste de diodo. O
diodo deve ser testado fora de circuito.
• Um diodo normal exibe sua tensão direta da seguinte forma:

o Arseneto de gálio  1.2 V


o Diodo de silício  0.7 V
o Diodo de germânio  0.3 V

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Ohmímetro
• Um ohmímetro ajustado em um baixa escala de Ohms pode ser
utilizado para testar um diodo. O diodo deve ser testado fora do
circuito.

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Traçador de curva
• Um traçador de curva exibe a curva característica de uma diodo no
circuito-teste.
• Essa curva pode ser comparada às especificações do diodo de uma
folha de dados.

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Outros tipos de diodo

• Há muitos tipos de diodo além do padrão, o diodo de junção p-n.


Três dos mais comuns são:

o Diodos Zener.
o Diodos emissores de luz.
o Diode arrays.

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Diodo Zener

• Um diodo Zener é aquele desenvolvido para


operar de modo seguro em sua região Zener, ou
seja, polarizado em uma tensão Zener (VZ).

• Faixas comuns de tensão de um diodo Zener


ficam entre 1.8 V e 200 V

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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Diodo emissor de luz (LED)

• Um LED emite luz quando está polarizado diretamente, o que pode


acontecer num espectro infravermelho ou visível.

• A tensão polarizada direta fica geralmente na faixa de 2 V a 3 V.


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O DIODO REAL – JUNÇÃO PN

• Diodo Arrays

• Múltiplos diodos podem ser embalados juntos em um circuito


integrado (CI).

• Está disponível no mercado uma


grande variedade de configurações
de diodo.

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REFERÊNCIAS

Título: Dispositivo Eletrônico e Teoria de Circuitos

Autores: Roberto Boylestad & Louis Nashelsky

Editora: Prentice-Hall do Brasil Ltda, RJ

Título: Eletrônica Básica

Autor: Marcos Antônio de Freitas

Editora: Editora do Livro Técnico, 2010

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