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Jesus histórico e o Cristo da fé.

R.: Tese: Não há como fazer a separação entre Jesus e Cristo, ou de forma mais geral, no
debate entre Jesus histórico e Cristo da fé, a separação entre história e fé não é possível. A
resposta ao dilema proposto é a convergência. Em Jesus Cristo convergem palavra e obra. Ao
propor que Ele é palavra e obra, sem separação entre um e outro, nos incita a viver uma boa
nova semelhante à do mestre, ou seja, ser totalmente alguém aberto para Deus e para o próximo.
A importância do debate entre o Jesus histórico e o Cristo da fé. Desde Reimarus e sua
proposta da grande fraude armada pelos discípulos de Jesus, passando pelos teólogos da NOVA
QUESTÃO que procuravam identificar cristologias implícitas e explícitas ao longo do percurso de
Jesus de Nazaré até os teólogos e historiadores que trabalham na TERCEIRA QUESTÃO, tentando
situar Jesus dentro de seu contexto histórico, social e cultural, diversas foram as figuras de Jesus
propostas. Seja como camponês, judeu marginal, mestre carismático, realizador de milagres, dentre
outros, ainda não temos clara a figura de Jesus, o que sem dúvida, nos faz repensar o grande
mistério que a encarnação pressupõe.
A primeira busca, como vimos, tinha como preocupação principal esclarecer a grande
diferença que havia entre o Jesus que viveu na Galiléia e o discurso que os discípulos e Igreja
fizeram dele posteriormente. Consideravam como muito discrepante as duas figuras propostas. Por
meio da pesquisa histórica e o método histórico crítico iniciaram a tentativa de reconstrução da
história de Jesus. Entretanto essa alternativa apresenta fragilidades, visto a história não poder ser
repetida. Dessa forma, nunca teremos a oportunidade de voltarmos ao tempo de Jesus para
comprovar se aquilo que foi dito e escrito realmente aconteceu. Analogamente, o método científico
não funciona para esse debate e usá-lo como critério de verdade também se mostra muito temeroso.
Não é possível repetir o fato e por meio de diversas análises, comprovar que algo é ou não de
determinado jeito.
A terceira busca tem como ênfase a busca dos aspectos sociológicos e culturais nos quais
Jesus viveu. Assim, para falar de Jesus dentro do contexto da terceira busca, é preciso falar da
religião judaica e sua relação com Jesus de Nazaré. A nosso ver, há continuidade ao longo das três
buscas do Jesus histórico. Essa continuidade é marcada pelo método histórico crítico que permeia a
todas as buscas. A mudança está no enfoque que cada busca ressalta. O método histórico crítico é a
linha que perpassa ao longo da história.
Não é possível ir atrás do fato bruto, retratar exatamente quem é Jesus nem ficar apenas
numa cristologia dissociada da história, da Tradição, do Magistério e da Bíblia. Ou seja, é
necessário também dar ênfase no caráter da experiência de fé. Não é mais apenas uma questão de
convergência entre Jesus e Cristo, mas uma preocupação sobre como Jesus Cristo se revela ao
crente dos dias de hoje, que significação tem sua cruz, sua ressurreição, o chamado dos discípulos,
ou cada ato e palavra dele para nós hoje. A experiência de fé que tem todo aquele que aproxima do
Mestre.

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