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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

REINER ENIO CONRADO DUNGA

COSMOVISÃO E A ANÁLISE DA PESSOA DE JESUS NO


JUDAÍSMO ORTODOXO E NO RELATO DOS EVANGELHOS

MARINGÁ
2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

REINER ENIO CONRADO DUNGA

COSMOVISÃO E A ANÁLISE DA PESSOA DE JESUS NO


JUDAÍSMO ORTODOXO E NO RELATO DOS EVANGELHOS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial
para obtenção do grau de
Licenciatura/ em História.

MARINGÁ
2023
COSMOVISÃO E A ANÁLISE DA PESSOA DE JESUS NO
JUDAÍSMO ORTODOXO E NO RELATO DOS EVANGELHOS

Reiner Enio Conrado Dunga

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também
que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou
extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas
públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles
cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de
produção deste trabalho.

Resumo

O objetivo deste artigo é fazer, através de uma monografia, uma análise


introdutória sobre a figura de jesus em um estudo comparativo dentro do
judaísmo ortodoxo. A partir da Tanak, Tanach e Tanac conhecida também em
hebraico como: ‫;מקרא‬ Mikra, Miqra, ou ainda, como Bíblia hebraica, como sendo
a base de toda instrução e orientação judaica, vamos analisar como os Judeus
Ortodoxos enxergam a pessoa de Jesus e suas contribuições para a história.
Por conseguinte, usaremos os evangelhos canônicos para compreender como
se deu o processo do nascimento de Jesus, seu ministério e sua morte que
culminou em morte de cruz.

Palavras-chave: Jesus. Monoteísmo. Oriente médio. Cosmovisão

Abstract

The objective of this article is to make, through a monograph, an introductory


analysis about the figure of jesus in a comparative study within orthodox
Judaism. Starting from the Tanak, Tanach and Tanac, also known in Hebrew as:
‫ ;מקרא‬Mikra, Miqra, or even the Hebrew Bible, as the basis of all Jewish
instruction and guidance, we will analyze how Orthodox Jews view the person of
Jesus and his contributions to history. Consequently, we will use the canonical
gospels to understand how the process of Jesus' birth, his ministry, and his death
that culminated in death on a cross took place.

Keyword: Jesus. Monotheism. Middle East

Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade que ele me deu de perpetrar
mais um curso de licenciatura, e pelo discernimento recebido durante esse período
de construção do trabalho. Seria impossível de arrematar um curso como esse sem
a benção e a direção de Deus. Percebo como ele foi, e tem sido bondoso para
comigo, pois ele me favoreceu com muita disposição e equilíbrio para concluir o
curso. Outra pessoa que merece meus agradecimentos é minha querida esposa
Rafaella Dunga, que em muitos momentos se tornou minha sustentação e minha fiel
escudeira, me dando suporte emocional, amparo e motivação de permanecer
estudando até esta altura.

Sempre tive o desejo de cursar ao menos uma faculdade, e hoje, posso dizer que
estou concluindo minha segunda licenciatura, tendo em vista que, este componente
curricular sempre foi o meu predileto no período da educação básica. Sou grato
também a instituição Faveni que me dotou de sabedoria e entendimento com
excelentes materiais pedagógicos, que facilitaram o encadeamento da
aprendizagem, promovendo momentos de crescimento acadêmico com os
conteúdos lançados em nosso fórum, ademais com os comentários de cada aluno
cursando em História.

Hoje eu posso perceber como a função de professor de história necessita de


conhecimento por se preocupar com a relação direta do homem com o tempo. Pois
este componente investiga o que os homens fizeram, pensaram e sentiram
enquanto seres sociais. Sendo assim, nós professores de história, temos agora o
grande desafio de apresentar às novas gerações a importância do conhecimento
histórico, que nos ajuda na compreensão do homem enquanto ser que constrói o
seu tempo.
1 INTRODUÇÃO

Talvez você já tenha ouvido a expressão “cosmovisão” em discussões


filosóficas, teológicas ou em conversas formas no ambiente educacional. Este é
um tema recorrente em qualquer assunto, mesmo que ele não seja mencionado.
Existe cosmovisão em tudo o que fazemos ou deixamos de fazer. Portanto,
vamos compreender melhor qual é o significado dessa palavra. É possível dizer
que a cosmovisão seria a forma por meio do qual uma pessoa vê o mundo. Ou
seja, a palavra cosmo, se refere ao mundo, o nosso universo e tudo que existe.

E a visão, diz respeito a nossa visão, ao nosso olhar, tendo em vista a forma
como enxergamos o mundo a nossa volta. Idealmente, uma cosmovisão é a
estrutura bem fundamentada de crenças e convicções que nos ajudam e ter a
visão do todo, dando-nos uma perspectiva verdadeira e unificada do sentido da
existência humana. Como alternativa, podemos dizer que nossa cosmovisão é a
história que contamos para responder questões como estas: por que as coisas
existem? Como podemos saber ao certo? Como chegamos até aqui, aliás por
que estamos aqui? O que devo fazer da minha vida? E onde tudo isso vai
terminar?

Cosmovisões também podem mudar conforme as circunstância. Mas quer


percebamos ou não, todos nós temos convicções básicas a respeito de quem
somos, de onde viemos e para onde seguiremos. Nesse contexto, Ryken (2015)
disse em Cosmovisão Cristã:

A cosmovisão é uma característica tão essencial de quem somos, que geralmente


nem chegamos a percebê-la; simplesmente sabemos que ela existe. As vezes ela
é comparada a um par de óculos, mas para usar outra metáfora óptica, é possível
que nossos olhos sejam a melhor analogia. Quando foi a última vez que você se
deu conta de que estava enxergando? Raramente pensamos em enxergar;
apenas enxergamos, e fazemos isso o tempo todo. De maneira semelhante,
mesmo que raramente ou nunca pensemos em nossa cosmovisão, ainda
enxergamos todas as coisas por meio dela. Portanto, ela é aquilo através do que

pensamos, e em última análise, aquilo pelo que vivemos.

Sendo assim, a cosmovisão está na essência de quem somos, pois ela sempre
revela nossas convicções fundamentais, inclusive o que acreditamos (ou não
acreditamos), sendo Deus ou não. De fato, não existe neutralidade espiritual/intelectual –
não há visão a partir do nada. Mesmo os ateus e agnósticos conduzem suas vidas rumo a
um propósito maior. O teólogo Langdon Gilkey escreveu: “Quer deseje ou não, o homem,
como criatura livre deve moldar sua vida como conforme algum objetivo final determinado,
deve centrá-la em alguma lealdade definitiva escolhida e confiar a sua segurança a
alguma forma na qual acredite. Essa visão irá direcionar todas as nossas ações, que
refletem na forma como lidam com o dever escolar, como gastam seu dinheiro, decidem
seu voto, usam seus smartphones e fazem todas as outras coisas. Aquilo que é
irrevogável para nós molda nossa identidade.

2 A COSMOVISÃO JUDAICA ORTODOXA ACERCA DE JESUS

Jesus de Nazaré continua a ser presença inelutável na consciência cultural


do Ocidente e do mundo inteiro. Mesmo quem lhe recusa assentimento religioso
não escapa ao fascínio exercido, se não por sua pessoa, ao menos pelo lugar
que ele ocupa na história e pela importância que, de bom ou de mau grado, lhe
é conhecida.

Esse fascínio se traduz no desejo de saber o que Jesus de fato fez, e sobre
quem de fato ele era, prescindindo daquilo que seus seguidores fizeram por ele.
Sendo assim, o Judeu Ortodoxo enxerga a pessoa de jesus como sendo uma
figura histórica, que de fato existiu a mais de 2000 anos atrás. É de Josefo a
referência mais famosa sobre o mestre da Galileia. O fragmento ficou conhecido
como Testimonium Flavianum (Testemunho de Flávio) e consta em
“Antiguidades Judaicas”. Na edição brasileira das obras completas de Josefo
publicada pela CPAD em 1990, o testemunho de Flávio aparece nesse formato:

“Nesse mesmo tempo, apareceu Jesus, que era


um homem sábio, se é que podemos considerá-lo
simplesmente um homem, tão admiráveis eram suas
obras. (...) ele era o Cristo. (...) Os que o haviam
amado durante a sua vinda não o abandonaram
depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e
vivo no terceiro dia”.

A parte da citação “... se é que podemos considerá-lo simplesmente um homem”


acabou gerando dúvidas sobre sua autenticidade. Historiadores suspeitam que o
fragmento possa ter sido editado posteriormente no intuito de favorecer os cristãos, e não
redigido por Josefo, um historiador Judeu-romano não cristão.

O que quer que Jesus possa ter sido, ele foi um Judeu da Galiléia, e o movimento
de Jesus, se estendeu por todo o mundo até chegar nos 4 cantos da terra. Entretanto, os
Judeus Ortodoxos entendem que este homem não cumpre o papel de messias por alguns
motivos. Destacaremos os motivos no decorrer do texto, logo abaixo. Para os judeus o
Tanach elenca uma série de profecias que o messias judeu cumprirá quando ele vier.
Para eles, o messias deverá cumprir cada uma delas. Segundo a tradição Judaica, o
profeta Elias irá reaparecer antes da vinda do Messias (Malaquias 4:5-6).

O texto diz:

“Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha


o grande e terrível dia do Senhor; E ele converterá o
coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus
pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição”.

O profeta Malaquias previu que o próprio Elias iria retornar, e não apenas alguém
em seu espírito, caso típico da reencarnação. Elias, para quem não sabe, foi o único que
subiu ao céus sem morrer segundo o Tanach (2 Reis 2:11). Por necessidade de
reencarnar.

Sebastião (2016, p.2) relata que:

João Batista, além de ter negado ser Elias, não cumpriu a


profecia do Tanach sobre o retorno do profeta Elias. A
profecia diz: “E ele [Elias] fará volver o coração dos pais
para o Eterno através dos filhos, e o coração dos filhos
para o Eterno através dos pais, para que eu não venha
desferir sobre essa terra uma destruição completa”. Para
eles, João Batista não realizou a profecia. Pelo contrário,
parte dos judeus se afastou das leis do Eterno para seguir o
“messias nazareno “, Jerusalém entrou em guerra civil e os
romanos destruíram toda cidade, inclusive o segundo
templo, após a morte de Jesus.

Um Segundo motivo para os judeus não acreditarem que Jesus era o messias é
devido a sua genealogia. Pois de acordo com eles, segundo o Tanach, o messias deve
ser descendente de Davi e Salomão. (Jeremias 23:05, 33:17, Ezequiel 34:23-24, 2
Samuel 7:5-13). O Novo Testamento cristão fala sobre a genealogia de José. Jesus
afirma ter nascido da virgem Maria, e que José não foi o teu pai biológico. (Mat. 1:18-23).
Sendo assim, José adotou Jesus, e passou sua genealogia pra ele por adoção. O Judeu
Ortodoxo alega não haver base bíblica para adoção nesses casos.

Pois um pai não pode passar sua linha tribal por adoção. Um sacerdote que adota
um filho de outra tribo não pode fazer dele um sacerdote por adoção. Tendo em vista que,
para eles, José caiu na maldição do Eterno pois não teria nenhum descendente que
sentaria no trono de Davi, pois José era descendente de Jeconias, e este teria recebido
tal maldição, de acordo com a interpretação do relato de (Jeremias 22:30, 36:30).

Outra questão que entra em choque para os Judeus Ortodoxos, é a comprovação


da filiação de Maria com a descendência de Davi. Pois, mesmo se pudesse provar que
Maria é descendente de Davi, a filiação tribal nos tempos antigos dava-se através do pai e
não através da mãe conforme a tradução judaica de Números 1:18 e Esdras 2:59. Visto
que, se Jesus não tinha pai humano, como ficaria então a questão da filiação?

Sebastião (2016, p.2) afirma que:

“O novo Testamento cristão é confuso em relação à


genealogia de José. Enquanto Mateus diz que José é
descendente de Jeconias, o amaldiçoado, Lucas discorda e
diz que José é descendente de Natã filho de Davi. (Lucas
3:23-31). De qualquer forma, isso é insuficiente para
qualificar Jesus como possível messias tendo em vista que
é preciso ser descendente de Davi e Salomão. Dessa
maneira, a descrição de Lucas é inútil, pois Jesus passa por
filho de Natã, não de Salomão”.

Segundo a interpretação judaica ortodoxa, Lucas (3:27) também lista Salatiel e


Zorobabel, na árvore genealógica de Jesus. Sendo que, os dois também aparecem em
Mateus 1:12 com descendentes de Jeconias, o amaldiçoado. Portanto, Jesus não
preencheria os requisitos para ser o messias. Outro motivo para os judeus não
enxergarem Jesus como sendo o messias é o fato da crença de que o messias deveria
reunir o povo judeu do exílio e devolvê-los a Israel. Os ortodoxos alegam que nada disso
aconteceu, pois enquanto Jesus estava vivo, ele implantou uma nova religião, que veio a
se tornar o cristianismo e os judeus foram divididos e dispersos pelo mundo mais ainda.

Ele reconstruirá o templo de Jerusalém: (Ezequiel 37:26-27). O templo de Salomão


foi o primeiro templo em Jerusalém, construído no século XI a.c., e funcionou como um
local de culto religioso judaico central para a adoração a Javé, Deus de israel. O rei
Salomão começou a construir o templo no quarto ano de seu reinado seguindo o plano
arquitetônico transmitido por Davi, seu pai (1 Reis 6:1; 1 Crônicas 28:11-19). O tralho
prosseguiu por sete anos. (1 Reis 6:37,38) Em troca de trigo, cevada, azeite e vinho,
hiram ou hirão, o rei de Tiro forneceu madeira do Líbano e operários especializados em
madeira e em pedra. Ao organizar o trabalho, Salomão convocou 70.000 dentre os
habitantes do país que não eram israelitas, para trabalharem como carregadores, e
80,000 como cortadores (1 Reis 5:15; 9:20; 2 Crônicas 2:2). Como responsáveis pelo
serviço, Salomão nomeou 550 homens e, ao que parece, 3.300 como ajudantes (1 Reis
5:16; 9:22,23).

A narrativa de (Deuteronômio 14), é decisiva para a compreensão da importância


de um santuário central. O templo serviria para: o senhor habitar entre o povo (v.4); Israel
oferecer o seu culto (v.11); servir de unidade nacional (vv.10,14) e livrar Israel da idolatria
(vv.1-3,30). Portanto, o Judeu Ortodoxo compreende que o messias vindouro precisa
reconstruir o templo sagrado, e reunir todos os judeus que vivem na diáspora e levá-los a
terra de Israel. No entanto a história Bíblica nos conta que este, foi construído em
Jerusalém, na antiga eira de Araúna, no monte Moriá (2 Cr 3.1), em torno de 966 a.c.

Após a construção do santuário, os preceitos básicos foram transgredidos:


idolatria, transferência da unidade nacional baseada no templo para a monarquia e, por
conseguinte a glória do senhor ausentou-se do Santuário. Sucessivas reformas
procuraram restaurar o templo: de Asa (1 Rs 14:9s); Josias (2 Rs 22), mas estas estavam
condicionadas à fidelidade do rei. O templo é destruído e reconstruído (2 Cr 36.19,23)
profanado por Antíoco Epifânio (168 a.c), reconsagrado por Judas, o Macabeu (165 a.c),
reformado por Herodes (20-19 a.c), destruído pelo general Tito em 70 d.c, e por fim,
ansiado pelos judeus até hoje.

3 A COSMOVISÃO BÍBLICA DE QUEM FOI JESUS CRISTO SEGUNDO O RELATO


DOS EVANGELHOS

Antes de qualquer coisa, devemos entender quem foi Jesus sob o ponto de vista
histórico, e na narrativa dos evangelhos. As principais fontes de informação sobre a vida
de Jesus são os quatro evangelhos canônicos, pertencentes ao Novo Testamento e
escritos originalmente em grego, em diferentes épocas pelos seguidores dos discípulos
Mateus, Marcos Lucas e João. Para os cristãos, Jesus foi uma pessoa fascinante, Já
para outros,

Nas religiões abraâmicas, um messias (em Hebraico ַ‫;מָ ִׁש יח‬


em grego: μεσσίας, Messías; em árabe: ‫يح‬kkk‫مس‬, masîḥ; lit. 'o ungido') é um salvador ou
libertador de um determinado grupo. O conceito de messias se originou no judaísmo e na
Bíblia Hebraica, onde o meshiach é o rei ou o Alto Sacerdote tradicionalmente ungido com
o óleo da santa unção. Este seria um líder judeu, fisicamente descendente da linha
Davídica paternal pelos reis David e Salomão (SCARDELAI, 1998, p.46).

A promessa do Messias está contida no Tanach: Uma espécie de “sigla” composta


da junção dos nomes Torah, Neviim e Kethuvim. Os livros do Tanach foram selecionados
para fazer parte do “Antigo Testamento” Cristão. No entanto, ressaltamos que o Tanach é
para os judeus o testamento, enfim: a promessa da grande herança que o eterno reservou
para cada um de nós. Assim, de acordo com SEBASTIÃO (2016) “É inadequado
relacionar o Tanach a um “Antigo Testamento”. Não há antigo testamento para o judeu.
Não há antiga promessa para o Judeu. Em concordância com isso, o autor comenta que,
a promessa do Tanach ainda é plenamente válida, aplicável e maravilhosa em todos os
sentidos. Só a nomeia de “antiga” quem não a conhece”.

A origem do costume de ungir pessoas e coisas surgiu na antiga


Mesopotâmia, onde escravos, noivas e objetos eram ungidos. Essa ideologia foi
assimilada pela nação Israelita, e projetada na pessoa dos seus reis. No final do
livro de Juízes encontramos cerca de 4 vezes a expressão “neste tempo Israel
não tinha um rei”. Aparenta até que com tal narração, o autor quer preparar o
leitor para uma possível transição, para o período monárquico. Mas uma
pergunta que surge é: O que levou Israel desejar um rei? Os fatos são externos
e nos leva até 1 Samuel 8:5, onde a nação declara “Escolha um rei para nos
julgar, como ocorre com todas as outras nações”.

Josefo, vai dizer que quanto ao governo das outras nações, algumas delas
eram monarquias, outras oligarquia, ainda outras democracias; e o que Deus
havia instituído em Israel foi uma monarquia. Portanto, Israel percebendo a
superioridade bélica dos Filisteus, somado ao fato deles dominarem a arte de
moldar o ferro, produzindo armas mais eficazes que as de bronze, que eram as
mais comuns. Justamente neste período de extrema dificuldade da nação os
anciãos olham ao redor, e falta algo que os filisteus e outras nações possuem:
um rei. É nesse contexto que surge Saul, um rei sobre o qual não sabemos
muito além do que está narrado em 1 Samuel 10.

Sendo assim, podemos perceber que a proposta messiânica percorre toda a


história de Israel desde sua origem. Foi o próprio Deus quem proferiu a primeira
profecia na Bíblia, e esta se encontra em Genesis 3:15, que diz: “E eu colocarei
inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; ela ferirá a
tua cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”.

O texto original hebraico traz a palavra ‫( זרע‬zera) onde lemos “semente”.


Essa é a mesma palavra usada em Gênesis 17:7 quando Deus estabelece
uma aliança com Abraão e seus descendentes, isto é, com sua semente para
sempre.

2.1 A COSMOVISÃO DOS EVANGELHOS NO QUE DIZ RESPEITO A


JESUS

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