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Normas importantes para concreto armado:

6118 – projeto de estruturas em concreto armado

12665 – material concreto armado

14931 - execução de estruturas em concreto armado

7483 – cordoalhas de aço para estruturas e concreto protendido

Introdução:

Concreto protendido é o concreto no qual parte da armadura (fios, cordoalha, barras) de aço
é ativa, ou seja, aplica-se previamente alongamento nesta armadura no intuito principal de
limitar fissuração/deslocamentos.

O objetivo do alongamento no aço é reduzir as tensões de tração no concreto ou até mesmo


zerar. Esses cabos ao serem alongados sofrem tração e são ancorados no próprio concreto.

O uso da técnica de protensão permite:

Reduz tensões de tração pela flexão e cortante

Controle e redução de deformações/fissuração

Possibilidade de uso em ambientes agressivos

Maior versatilidade arquitetônica

Aplicação em peças pré-fabricadas

Uso para recuperação e reforço de estruturas

Em lajes: diminuição da altura equivalente relacionada com concreto armado


convencional

O aço utilizado para protensão tem resistência a tração de 3 a 5x mais do que o aço do
concreto armado.

Tipos de concreto protendido:

Concreto protendido com armadura ativa pré-tracionada (aderência inicial)


Pré-alongamento da cordoalha feito em apoio independente do elemento de concreto

Pré-alongamento é feito antes da concretagem

Após concretagem e resistência do concreto, solta-se os apoios.

Ancoragem da cordoalha é apenas por aderência ao longo de todo o cabo.

Concreto protendido com armadura ativa pós-tracionada (com aderência)


Pré-alongamento é feito após concretagem

Inserção da cordoalha nas bainhas e injeção da calda de cimento (cordoalha pode ir antes da
concretagem tbm)
Ancoragem no próprio concreto

Ancoragem se dá pela aderência posterior, pelo endurecimento da calda, ao longo de todo o


cabo

Concreto protendido com armadura ativa pós-tracionada (sem aderência)


Pré-alongamento é feito após concretagem

Cordoalha engraxada

Ancoragem no concreto se dá só nos apoios, não há aderência ao longo do cabo dentro do


concreto

Tipos de protensão:

PROTENSÃO ADERENTE:
Aquele há injeção de nata de cimento nas bainhas e esta nata garante a aderência
mecânica entre a armadura de protensão em todo o comprimento do cabo.

Sequência de execução:

a) Montagem das formas


b) Colocação da bainha + armaduras passivas da viga
c) Inclusão das cordoalhas na bainha (pode ser incluído junto com a bainha no passo
anterior)
d) Protensão dos cabos
e) Injeção da calda de cimento

-OBS: vantagens da protensão com aderência


o sistema é mais seguro, por que qndo a bainha adere ao concreto, são produzidas tensões
internas de compressão q vão ser absorvidas pelo concreto, diretamente pela calda de
cimento. Pode ser executada em peças pré-moldadas também.

Pode-se dimensionar os cabos no ELU, por que eles estão solidarizados com o concreto -> isso
reduz bastante a qtde de armadura passiva

Possibilita execução de furos eventuais/chumbadores em locais previstos em projeto

Nata de cimento protege cabo de protensão contra a corrosão e efeito de incêndio

Sistema apresenta vários tipos de ancoragens


-OBS: desvantagens da protensão com aderência
requer M.O mais especializada + equipamentos especializados p/ execução (injetar nata de
cimento). Bainha mais pesada por que é metálica

PROTENSÃO NÃO ADERENTE:


Sistema em que não existe aderência do aço de protensão com o concreto
diretamente. Os cabos são compostos por uma ancoragem colocada em cada extremidade do
concreto e são envoltos com graxa e capa de polietileno de alta densidade PEAD (inibidora
de corrosão).

Sequência de execução:

a) Posicionamento da cordoalha engraxada na forma + armadura passiva


b) Concretagem
c) Cura
d) Protensão dos cabos
e) Manutenção da protensão sempre nos apoios

OBS: fabricação do cabo engraxado:


Processo contínuo de fabricação com cobertura de PEAD (1mm para inibir a corrosão,
fechando a bainha engraxada (sem aderência)

OBS: vantagens de usar protensão não aderente:


Mais competitividade com o concreto armado em baixos volumes de concreto, por que requer
M.o menos especializada, cabos engraxados são mais leves e flexíveis.

Como não há injeção de nata de cimento, as cordoalhas podem ficar mais próximas das bordas
dos elementos protendidos, o que permite melhor aproveitamento da H útil das seções.

Fabricação das cordoalhas engraxadas é mais simples, porém a proteção é menos durável do
que a proteção metálica das bainhas com aderência e requerem mais atenção p/ evitar rasgos
na bainha plástica.

OBS: desvantagens de usar protensão não aderente:

Não é recomendada p/ ambientes agressivos por que a ancoragem de aço, não tem proteção
anticorrosiva, tal como nas bainhas com graxa

Falhou a ancoragem -> acabou instantaneamente a contribuição da tensão do cabo no


concreto

Deve-se evitar furações, para não ferir as cordoalhas protendidas

Menor resistência a incêndio por não haver nata de cimento nas bainhas
TIPOS DE ANCORAGEM:
As ancoragens são dispositivos capazes de manter o cabo tensionado, transmitindo a
protensão ao concreto.

Passiva – foco em fixar a extremidade do cabo aquela aposta à aconragem ativa. Vai ser
apenas um ponto de transmissão da tensão aplicada na ponta do cabo ao concreto (fica dentro
do concreto). Ex. passiva c/ aderencia

Ativa – onde será aplicada a tensão de fato nos cabos (fica na extremidade) Ex. ativa s/ aderencia

Intermediária/emenda – pontos onde é inacessível a protensão e é necessária transferência


de esforços entre cabos
PROCESSO DE PROTENSÃO:

A) Preparação: tirar forma dos nichos de protensão, limpar os nichos, colocação do bloco
e cunhas nas cordoalhas
B) Protensão: colocar o macaco hidráulico e protender os cabos. Usar força indicada no
projeto até o alongamento previsto. Registrar pressão no manômetro qndo chegar
esse momento
C) Ancoragem: retirar macaco e cravar as cunhas (esse procedimento pode perder até
6mm)
D) Acabamento: corte nas pontas das cordoalhas, fechamento dos nichos e caso seja
prontensão com aderência -> injeção das bainhas

Especificações das cordoalhas:

As mais utilizadas tem 7 fios e diâmetro de 12,7 ou 15,2mm

São produzidas em condição de relaxação baixa

Normalmente 6 fios encordoados em torno de 1 fio central de diâmetro ligeiramente maior q


os demais

É vedado corte de cordoalhas com maçarico ou endireitamento por máquinas endireitadoras,


por que eles alteram as propriedades mecânica do aço, e inutilizam as cordoalhas

Diâmetro
fios resistência a tração relaxação
nominal
CP -175 (175kgf/mm2 - 1750MPa) NORMAL - RN
7 12,7
CP -190 (190kgf/mm2 - 1900MPa) BAIXA - RB
3
CP -180 (180kgf/mm2 - 1800MPa) NORMAL - RN 15,2
2

Nomenclatura: CP-190 RB 15,2 – cordoalha de aço 7 fios, com 1900Mpa, relaxação baixa e DN
15,2mm.

PROCESSO DE INJEÇÃO DAS BAINHAS:

Principal função das Bainhas é possibilitar movimentação das cordoalhas, possibilitar a


proteção e posterior injeção da nata de cimento.

Bainhas para viga – circulares

Bainhas para lajes – chatas

Sempre é melhor o critério de pós-enfiação da cablagem

Não ultrapassar 15 dias para injeção das bainhas, a contar do cabo protendido

Usar a/c da nata adequada, geralmente em torno de 0,42

Evitar procedimento com chuva/sol forte


Evitar execução acima de 30ºC e menor q 5ºC

Lavar cabos antes da injeção e remover água com ar comprimido

OBS quanto à nata de cimento:

a/c em torno de 0,42

deve atender requisitos das NBRs quanto a:

fluidez

exsudação

expansão

resist. Mecânica

retração

absorção capilar

tempo de pega

tempo de injetabilidade

dosagem e ausência de agentes agressivos (cloretos)

FENDILHAMENTO E FRETAGEM:

No geral o concreto protendido tem um nível de tensão maior q o armado. Isso provoca
esforços ditos de fendilhamento, acumulados nas imediações das ancoragens

É necessário armadura p/ resistir a estas tensões – armadura de fendilhamento

É necessário armadura p/ distribuir essas tensões p/ o concreto – armadura de fretagem

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