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DEPARTAMENTO DE DIREITO
Luanda, 2023
UNIVERSIDADE ÓSCAR RIBAS
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
DEPARTAMENTO DE DIREITO
Luanda, 2023
DECLARAÇÃO DOS AUTORES
Declaramos abertamente que o presente trabalho de fim de curso é resultado de
uma profunda investigação, cujo seu conteúdo é original em conformidade com as
fontes consultadas em determinadas bibliografias.
I
DEDICATÓRIA
(Dionísio Banda)
(João Lucas)
II
AGRADECIMENTOS
OBRIGADO!
III
EPÍGRAFE
Mahatma Gandhi
IV
RESUMO
O presente trabalho foi concedido com objectivo de apresentar uma visão holística da
realidade de direitos e garantias fundamentais do arguido no que toca a sua proteção em sede
do processo penal angolano. O mesmo foi dividido em dois capítulos a fim de facilitar a
compreensão dos leitores, sendo que: o primeiro capítulo trata da fundamentação teórica onde
o autor apresentou os seus conceitos concernentes aos direitos fundamentais propriamente
dito. Apresentou também as gerações dos direitos fundamentais e uma breve abordagem
histórica relativa aos direitos fundamentais. O segundo capítulo, trata sobre questões que têm
que ver com a protecção dos direitos e garantias fundamentais do arguido enquanto sujeito
passivo da relação jurídico-processual.
V
ABSTRACT
VI
LISTA DE ABREVIATURAS
ART Artigo
ARTS Artigos
PÁG Página
PÁGS Páginas
ALS Alíneas
SS Seguintes
CFR Conforme
EX Exemplo
TC Tribunal Constitucional
MP Ministério Público
VII
Índice geral
DECLARAÇÃO DOS AUTORES..................................................................................................................I
DEDICATÓRIA........................................................................................................................................II
AGRADECIMENTOS...............................................................................................................................III
EPÍGRAFE..............................................................................................................................................IV
RESUMO................................................................................................................................................V
ABSTRACT.............................................................................................................................................VI
LISTA DE ABREVIATURAS.....................................................................................................................VII
INTRODUÇÃO........................................................................................................................................1
CAPÍTULO I.............................................................................................................................................4
FUNDAMENTO HISTÓRICO SOBRE OS DIREITOS FUNDAMENTAIS........................................................4
Origem dos Direitos Fundamentais...................................................................................................5
Conceito de Direitos Fundamentais...................................................................................................6
SENTIDO E FORMA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS..............................................................................7
Positivação.........................................................................................................................................9
Constitucionalização........................................................................................................................10
Fundamentalização..........................................................................................................................11
CLASSIFICAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS................................................................................12
Direitos do Homem e Direitos Fundamentais..................................................................................12
Direitos do Homem e Direitos do Cidadão......................................................................................12
Direitos naturais e Direitos Civis......................................................................................................13
Direitos Civis e Liberdades ou Direitos Políticos..............................................................................13
Direitos Civis e Direitos ou Liberdades Individuais..........................................................................13
Direitos e Liberdades Públicas.........................................................................................................13
Direitos e Garantias.........................................................................................................................14
Direitos Fundamentais e Direitos de Personalidade........................................................................14
Direitos, Liberdades e Garantias e Direitos Económicos, Sociais e Culturais...................................14
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS.............................................................................15
AS DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS..................................................................................15
Os Direitos Fundamentais de Primeira Dimensão...........................................................................16
Os Direitos Fundamentais de Segunda Dimensão...........................................................................16
Os Direitos Fundamentais de Terceira Dimensão............................................................................17
FUNÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS...........................................................................................18
Função de Defesa ou de Liberdade..................................................................................................18
Função de Prestação Social.............................................................................................................19
Função de Protecção Perante Terceiros..........................................................................................20
Função de não Discriminação..........................................................................................................20
CAPÍTULO II..........................................................................................................................................22
A PROTECÇÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DO ARGUIDO NO PROCESSO PENAL
ANGOLANO..........................................................................................................................................22
O Arguido no Processo Penal Angolano...........................................................................................22
Constituição de Arguido..................................................................................................................23
O Arguido Enquanto Sujeito Processual Penal.................................................................................26
Arguido versus Suspeito..................................................................................................................27
Pretensa Diferença entre Arguido e Réu.........................................................................................29
OS DIREITOS DO ARGUIDO NO PROCESSO PENAL ANGOLANO...........................................................29
GARANTIAS FUNDAMENTAIS DO ARGUIDO........................................................................................32
A Presunção de Inocência como Garantia Processual.....................................................................33
Garantias Constitucionais................................................................................................................34
CONCLUSÃO........................................................................................................................................36
SUGESTÕES..........................................................................................................................................37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................38
LEGISLAÇÕES.......................................................................................................................................39
INTRODUÇÃO
Angola é uma República soberana e independente, baseada na dignidade da pessoa
humana e na vontade do povo angolano, que tem como objectivo fundamental a construção
de uma sociedade livre, justa, democrática, solidária, de paz, igualdade e progresso social.
O artigo 67.º do CPP dispõe que são direitos do arguido os seguintes: direito de
presença; direito de audiência; direito de informação (sobre os factos imputados e sobre os
seus direitos); direito ao silêncio / privilégio da não auto-incriminação; direito a defensor;
direito de intervenção e direito de recurso.
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LINHA DE INVESTIGAÇÃO
O tema em análise tem como linha de investigação o estudo sobre a protecção dos
direitos e garantias fundamentais do arguido no processo penal angolano.
OBJECTIVOS
GERAL
ESPECÍFICOS
JUSTIFICATIVA
Com o advento dos novos diplomas penais e da nova figura do juiz de garantias em
Angola, espera-se a efectivação da melhor protecção dos direitos e garantias fundamentais do
arguido no processo penal. Isto impulsionou directamente na escolha deste tema.
PROBLEMA DE PESQUISA
HIPÓTESE
9
A inobservância das disposições na Constituição da República de Angola.
DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO
TIPO DE PESQUISA
TÉCNICAS DE PESQUISA
ESTRUTURA DO TRABALHO
O trabalho terá dois capítulos, a fim de facilitar a compreensão dos leitores, sendo
que: o primeiro capítulo trata da fundamentação teórica onde vamos abordar os direitos e
garantias fundamentais, apresenta também as gerações dos direitos fundamentais e uma breve
abordagem histórica relativa aos direitos fundamentais. O segundo capítulo, trata sobre
questões que têm que ver com a protecção dos direitos e garantias fundamentais do arguido
enquanto sujeito passivo da relação jurídico- processual.
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CAPÍTULO I
FUNDAMENTO HISTÓRICO SOBRE OS DIREITOS
FUNDAMENTAIS
Antes de se debruçar sobre a concreta problemática relativa “a protecção dos direitos
fundamentais em angola” no contexto da nova realidade jurídico-constitucional, acredita-se
ser absolutamente imperativo, sob uma perspectiva metodológica e hermenêutica, fazer-se
uma breve incursão pela história do direito constitucional angolano, embora apenas no que
aos direitos fundamentais dizem respeito, tendo como ponto de partida a primeira Lei
Constitucional angolana, de 11 de Novembro de 1975 também designada de Lei
Constitucional da República Popular de Angola, e, como ponto de chegada, a nova
Constituição da República de Angola, em vigor desde o dia 5 de Fevereiro de 2010.
(RIBEIRO, Valdemiro: Os direitos, liberdades e garantias à luz da nova constituição da
república de angola de 2010, Dissertação de Mestrado, 2013, p. 14).
11
soberano dos Estados modernos (PINTO, João: A História Constitucional e Governação
Angolana, p. 194).
Ora, é, neste contexto que se acentua a dupla natureza dos direitos e liberdades
fundamentais. Os direitos fundamentais não garantem apenas direitos subjectivos, mais
também princípios objectivos básicos para ordem constitucional democrática do Estado de
direito. De um lado, releva o aspecto de direito individual, no que concerne aos chamados
direitos da pessoa, que podem não apenas assistir a indivíduos singulares, mais também a
grupos (coligações, associações, sindicatos, etc.). Neste último caso, tratar-se-ia de
instituições, pessoas.
Não são meras concepções do Estado (direitos subjectivos públicos, na acepção rigorosa do
termo), simples tolerância estadual. A sua garantia jurídica não se reduz a uma simples
reserva de lei. Pelo contrário, os diretos, liberdades e garantias são agora directamente
aplicáveis, vinculando entidades públicas e privadas, incluído os poderes legislativo,
executivo e judicial que devem dirigir a sua actuação conforme aos direitos fundamentais. O
seu fundamento não é mais o princípio da legalidade, mais sim o princípio da
constitucionalidade (artigo. 226.º n.º 1 e 2 da constituição).
12
Os direitos fundamentais não garantem apenas direitos subjectivos, mais também
princípios objectivos básicos para a ordem constitucional Democrática do Estado de Direto.
(QUEIROZ, 2011)
Por essa razão, no regime geral dos direitos fundamentais, a constituição procede a
incorporação de dois princípios:
“(...) os direitos fundamentais tanto podem ser vistos em quanto direitos naturais
de todos os homens, independentemente dos tempos e dos lugares (perspectiva
filosófica ou jusnaturalista) como podem ser referidos aos direitos mais
importantes das pessoas, num determinado tempo e lugar, isto é, num Estado
concreto ou numa comunidade de Estados (perspectiva estadual ou
constitucional)...”
13
homens ou a certas categorias de entre eles, por razões de humanidade. São, nessa medida,
direitos de igualdade, universais, e não direitos de desigualdade testamentais (ANDRADE,
2012).
Esta dupla noção, pois os dois sentidos podem ou devem não coincidir, pretende-se
susceptível de permitir o estudo de diversos sistemas jurídicos, sem escamotear a atinência
das concepções de direitos fundamentais com as ideias de Direitos, os regimes políticos e as
ideologias.
14
“(...) Não custa aprender o conceito formal de direitos fundamentais. Não custa
aprendê-lo, à face do sentido formal de Constituição e, porque não se afigura
justificado desprender a priori qualquer norma da Constituição formal da
Constituição material, visto que essa norma, mesmo quando aparentemente
sem relevância constitucional, é parte de um todo, é possível da interpretação
que possa ou deva fazer-se na perspectiva do sistema e, se recebe o influxo de
outros princípios e regras, também conta para o sentido sistemático que recai
sobre outros princípios e regras. Deve ter-se por direito fundamental toda a
posição jurídica subjectiva das pessoas enquanto consagrada na lei
Fundamental (MIRANDA, p. 10-11)...”
15
a superioridade formal da constituição é garantida pela formulação em textos escritos das
respectivas normas.
Positivação
Os direitos fundamentais são estudados enquanto direitos jurídico-positivamente
vigentes numa ordem constitucional. Como se pode ver, o local exato desta positivação
jurídica é a constituição. A positivação de direitos fundamentais significa a incorporação na
ordem jurídica positiva dos direitos considerados naturais e inalienáveis do individuo. Não
basta uma qualquer positivação. É necessário assinalar-lhes a dimensão de fundamentais
colocados no lugar cimeiro das fontes do direito: as normas constitucionais (CANOTILHO,
p. 377).
Sem esta positivação jurídica os direitos do homem são esperanças, aspirações, ideias,
impulsos, ou, até, por vezes, mera retórica política, mas não direitos protegidos sob a forma
de norma (regras e princípios) de direito constitucional. Por outras palavras, onde não existir
constituição não haverá direitos fundamentais. Existirão outras coisas, seguramente mais
importantes, direitos humanos, dignidade da pessoa, existirão coisas parecidas, igualmente
importantes, como as liberdades públicas, direitos subjectivos públicos, enfim. Daí a
conclusão do autor em referência são-no, enquanto tais, na medida em que encontram
reconhecimento nas constituições e deste reconhecimento se derivam consequências
jurídicas.
16
Por outras palavras: a positivação jurídico-constitucional não dissolve nem consome
quer o momento de jusnaturalização quer as raízes fundamentantes dos direitos fundamentais
(dignidade humana, fraternidade, igualdade, liberdade). Neste sentido se devem interpretar
logo os artigos 1.º e 2.º. da Constituição da Republica de Angola, ao basearem
respectivamente a república na dignidade da pessoa humana e o Estado democrático de
Direito. Esta ideia, tornar-se-á mais transparente se aprofundarmos o sentido das categorias
(constitucionalização e fundamentalização de direitos.
Constitucionalização
Designa-se por constitucionalização a incorporação de direitos subjectivos do homem
em normas formalmente básicas, subtraindo-se o seu reconhecimento e garantia à
disponibilidade do legislador ordinário. A constitucionalização tem como consequência mais
notória a protecção dos direitos fundamentais mediante o controlo jurisdicional da
constitucionalidade dos actos normativos reguladores destes direitos. (CANOTILHO, p. 378).
O direito subjectivo pode definir-se como o poder jurídico (reconhecido pela ordem
jurídica a uma pessoa) de livremente exigir ou pretender de outrem um comportamento
positivo (acção) ou negativo (omissão) ou de por um acto livre de vontade, só de per si ou
integrado por um acto de urna autoridade pública, produzir determinados efeitos jurídicos que
inevitavelmente se impõem a outra pessoa (contraparte ou adversário) (PINTO, 2005).
17
um feixe de direitos que não são fixos, antes evoluem com o decurso do tempo. De todo o
modo trata-se de direitos amplamente aceites pela comunidade e que não podem como tal ser
eliminados sem uma mudança fundamental na compreensão social.
Por isso, e para isso, os direitos fundamentais devem ser compreendidos, interpretados
e aplicados como normas jurídicas vinculativas e não como trechos osternatórios ao jeito das
grandes declarações de direitos. (CANOTILHO, p. 378).
18
Fundamentalização
A inserção dos direitos fundamentais na Constituição faz com que eles sejam
analisados em várias dimensões, sejam elas formais ou materiais. Formalmente, essa
fundamentalidade constitucional tem as seguintes consequências:
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intemporal e universal; Os direitos fundamentais seriam os direitos objectivamente vigentes
numa ordem jurídica concreta (CANOTILHO, p. 393).
20
Direitos e Liberdades Públicas
Como acabamos de ver, os direitos civis, depois de separados dos direitos políticos,
passaram a ser designados também por liberdades individuais. No entanto, costuma fazer-se
uma outra distinção com base na posição jurídica do cidadão, titular dos direitos, em relação
ao Estado. As liberdades estariam ligadas ao status negativus e através delas visa-se defender
a esfera dos cidadãos perante a intervenção do Estado. Daí o nome de direitos de liberdade.
Por sua vez, os direitos estariam ligados ou ao status activus ou ao status positivus. Os
direitos ligados ao status activus salientam a participação do cidadão como elemento activo
da vida politica (direito de voto, direito aos cargos públicos). Direitos são ainda as posições
jurídicas do cidadão conexionadas com o status positivus: Trata-se dos direitos dos cidadãos
às prestações necessárias ao desenvolvimento pleno da existência individual. Daí a sua
designação como direitos positivos ou direitos de prestação, moderadamente conhecidos por
direitos económicos, socias e culturais (cfr. Art 76.º ss da CRA).
Direitos e Garantias
Rigorosamente, as classificas garantias são também direitos, embora muitas vezes se
salientasse nelas o carácter instrumental de protecção dos direitos. As garantias traduzem-se
quer no direito dos cidadãos a exigir dos poderes públicos a protecção dos seus direitos, quer
no reconhecimento de meios processuais adequados a essa finalidade (CANOTILHO, P.
396).
Ex.: direito de acesso aos tribunais para defesa dos direitos, princípios do nullum
crimen sine lege e nulla poena sine crime, direito de habeas corpus.
21
pessoa ser e à pessoa devir, cada vez mais os direitos fundamentais tendem a ser direito de
personalidade e vice-versa. (CANOTILHO, P. 396)
22
várias dimensões é perfeitamente compreensível, já que decorrem da própria natureza
humana: As necessidades do Homem são infinitas, inesgotáveis, o que explica estarem em
constante redefinição e recriação, o que, por sua vez, determina o surgimento de novas
espécies de necessidades do ser humano. Daí falar em diversas dimensões de projeção da
tutela do Homem, o que só vem corroborar a tese de que não há um rol eterno e imutável de
direitos inerentes à qualidade de ser humano, mas sim, ao contrário, apenas um permanente e
incessante repensar dos Direito.
Contudo, é preciso insistir, desde logo, que os direitos não se encaixarão em apenas
uma das dimensões, nem será possível estabelecer uma linha divisória estrita e precisa entre
categorias individuais de direitos e categorias sociais ou de exercício colectivo.
23
direito de controlar os actos estatais e, por fim, o direito de acesso aos cargos públicos em
igualdade de condições.
Trata-se, com essa nova dimensão, não de se proteger contra o Estado, mas,
sobretudo, de elaborar um rol de pretensões exigíveis do próprio Estado, que passa a ter de
actuar para satisfazer tais direitos. Entre os direitos de segunda dimensão, encontram-se, o
direito ao trabalho, à proteção em caso de desemprego, o direito ao salário mínimo, a um
número máximo de horas de trabalho, ao repouso remunerado e ao acesso a todos os níveis
de ensino. O Estado passa do isolamento e não intervenção a uma situação diametralmente
oposta. O que essa categoria de novos direitos tem em mira é, analisando-se mais
detidamente, a realização do próprio princípio da igualdade.
Os direitos sociais são essenciais para os direitos políticos, pois será através da
educação que se chegará à participação consciente da população, o que implica também
necessariamente no direito individual à livre formação da consciência e à liberdade de
expressão e informação. Os direitos econômicos, da mesma forma colaboram para o
desenvolvimento e efectivação de participação popular através de uma democracia
econômica”.
Os direitos fundamentais de segunda dimensão, por seu turno, são os direitos socias,
económicos e culturais, chamados de direitos positivos, que requerem a acção do Estado para
sua consecução e estão relacionados com o princípio da igualdade (artigo 23.º, n.º 1 e 2 da
CRA).
24
Os Direitos Fundamentais de Terceira Dimensão
São direitos de terceira dimensão aqueles que se caracterizam pela sua titularidade
colectiva ou difusa, como o direito do consumidor e o direito ambiental. Também costumam
ser denominados como direitos da solidariedade ou fraternidade. Os interesses difusos
demandam uma participação intensa do cidadão.
25
protecção, por parte do Estado a intervenção legislativa e regulamentar adequada, em todos
os domínios envolvidos (artigo 2.º, n.º 1 e 2).
26
a) Ao problema dos direitos socias originários, ou seja, se os particulares podem derivar
directamente das normas constitucionais pretensões prestacionais (ex: derivar da
norma consagradora do direito à habitação uma pretensão prestacional traduzida no
direito de exigir uma casa);
b) Ao problema dos direitos sociais derivados que se reconduz ao direito de exigir uma
actuação legislativa concretizadora das normas constitucionais sociais (sob pena de
omissão inconstitucional) e no direito de exigir e obter a participação igual nas
prestações criadas pelo legislador (ex: prestações médicas e hospitalares existentes);
c) Ao problema de saber se as normas consagradoras de direitos fundamentais sociais
tem uma dimensão objectiva juridicamente vinculada dos poderes públicos no sentido
de obrigarem estes (independentemente de direitos subjectivos ou pretensões
subjectivas dos indivíduos) a políticas sociais activas conducentes à criação de
instituições (ex: hospitais, escolas), serviços (ex: serviços de segurança social) e
fornecimento de prestações (ex: rendimento mínimo, subsidio de desemprego, bolsas
de estudo, habitações económicas) (CANOTILHO, p. 408).
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Função de não Discriminação
Uma das funções dos direitos fundamentais ultimamente mais acentuada pela doutrina
(sobretudo a doutrina norte-americana) é a que se pode chamar função de não discriminação.
A partir do princípio da igualdade e dos direitos de igualdade específicos consagrados na
constituição, a doutrina deriva esta função primária e básica dos direitos fundamentais:
assegurar que o Estado trate os seus cidadãos como cidadãos fundamentalmente iguais. Esta
função de não discriminação abrange todos os direitos.
Tanto se aplica aos direitos, liberdades e garantias pessoais (ex: não discriminação em
virtude de religião), como aos direitos de participação política (ex: direito de acesso aos
cargos públicos) como ainda aos direitos dos trabalhadores (ex: direito ao emprego e
formação profissional). Alarga-se de igual modo, aos direitos a prestações (prestações de
saúde, habitação).
É com base nesta função de não discriminação que se discute o problema das quotas
(ex: parlamento paritário de homens e mulheres) e o problema das afirmative actions
tendentes a compensar a desigualdade de oportunidades (quotas de deficientes). É ainda com
uma acentuação-radicalização da função anti discriminatória dos direitos fundamentais que
alguns grupos minoritários defendem a efectivação plena da igualdade de direitos numa
sociedade multicultural e hiperinclusiva (direitos dos homossexuais, direitos das mães
solteiras direitos das pessoas portadoras de HIV) (CANOTILHO, p. 409-410).
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CAPÍTULO II
A PROTECÇÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS DO ARGUIDO NO PROCESSO PENAL
ANGOLANO
O Arguido no Processo Penal Angolano
Considera-se arguido em direito processual penal todo aquele sobre quem recai forte
suspeita de que tenha praticado um crime suficientemente provado (n.º1 do art.º 63.º do
Código do Processo Penal Angolano).
Isto significa que não basta a existência de uma forte suspeita. Terá de existir um
crime suficientemente comprovado. Desde logo, se constata que a definição de arguido se
manteve incólume no CPPA.
A utilização destes termos nem sempre obedece a critérios objetivos, muito embora a
designação de arguido tenha estado frequentemente reservada à fase da instrução preparatória
29
até ao despacho de pronúncia, enquanto a de réu dizia respeito à fase judicial, isto é, depois
do despacho de pronúncia (SAMBO, 2022).
O novo código de processo penal no seu artigo 63.º estabelece que assume a qualidade
e arguido em processo penal todo aquele sobre quem recai forte suspeita de que tenha
praticado um crime suficientemente comprovado.
Por outro lado, assume imediatamente a posição processual de arguido a pessoa contra
quem foi deduzida acusação ou requerida a instrução contraditória (art.º 63.º n.º 2).
Assume ainda a posição processual de arguido quem, como tal, for constituído nos
termos dos artigos 64.º e 65.º do mesmo código, isto é, como pressuposto para aplicação de
alguma medida de coação ou de garantia patrimonial e ainda de forma oficiosa ou a
requerimento, etc.
Constituição de Arguido
Assim é obrigatório a constituição de arguido:
Logo que, em instrução preparatória, aberta contra pessoa determinada, esta prestar
declarações perante o Ministério Público ou Órgão de Polícia Criminal;
Quando tenha de ser aplicada a alguém uma medida de coação de garantia
patrimonial;
Em caso de detenção de qualquer pessoa nos termos do artigo 250.º e seguintes (como
o acto de privação précario);
Sempre que seja levantado um auto de notícia e que se considere como agente de um
crime determinada pessoa, o auto lhe tiver sido comunicado e a notícia não seja
manifestamente infundida;
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b) A indicação dos direitos e dos deveres que competem a essa pessoa nos termos da
lei (art.º 67.º e 68.º).
Por outro lado, a pessoa que se der conta de que é objecto de suspeita de ter cometido
um crime e de que estão a ser efetuadas diligencias destinadas a imputar-lhe tem o direito de
requerer e exigir a sua constituição como arguido e de, nessa posição processual, passar a ser
ouvida (SAMBO, p. 275).
31
procede à identificação do processo e do defensor que lhe tenha sido nomeado e em que se
refiram os factos ou o crime que lhe são imputados (INÁCIO, 2022).
Ainda nos termos do código, concretamente nos termos do artigo 64.º é obrigatória a
constituição de arguido, logo que em instrução preparatória a pessoa vida preste declarações
perante Magistrado do Ministério publico ou Órgão de Policia criminal, quando tenha deve
ser aplicada a alguém medida de coação ou de garantia patrimonial. Havendo detenção de
qualquer pessoa ou sempre que, levantado auto de notícia em que se considere como agente
de um crime determinada pessoa, o auto lhe tiver sido comunicado e a notícia não tiver sido
infundada.
32
Quanto às medidas de coação e de garantia patrimonial (alínea b do n.º 1 do artigo
64.º), justifica-se que seja obrigatória a constituição de arguido sempre que forem aplicadas,
porque elas implicam sempre restrições ou privação da liberdade e um sacrifício patrimonial
só justificado no âmbito dos pressupostos das medidas de garantia patrimonial. Assim, não se
justifica que as mesmas possam ser aplicadas ao pacato cidadão mesmo que sobre ele recaiam
suspeitas, resultantes de indicias de que possivelmente tenha perpetrado um ilícito penal,
senão for antes constituído arguido. Alias, o n.º 2 do artigo 229.º do CPP determina que a
aplicação das medidas de coação pessoal depende da prévia constituição de arguido da pessoa
a quem foram aplicadas e com excepção do termo de identidade e residência, exigem ainda a
existência de fortes indícios da prática de um crime punível com pena de prisão superior no
seu limite máximo a um ano.
33
contraditória contra determinada pessoa, que passa automaticamente à posição processual de
arguido.
Uma nota deve ser dada ao disposto no n.º 4 do citado artigo 63.º, segundo o qual a
qualidade de arguido matem-se durante todo o decurso do processo. Porem, a configuração
dessa norma pode originar uma ma interpretação. Ora, a mesma não quer dizer que uma vez
constituído arguido, tal situação não possa ser alterada antes do processo conhecer o seu fim.
O arguido pode não ser acusado e quando acusado pode não ser pronunciado, em
qualquer dessas situações, a pessoa antes arguida deixará de o ser, embora o processo possa
continuar contra outro arguido ou outros arguidos (INÁCIO, 2022).
Nos casos em que o arguido constituir mais de que um advogado para o defender, as
notificações são feitas àquele que, em primeiro lugar, tiver sido indicado no acto da
constituição.
Nos casos em que a lei determinar que a assistência do arguido por advogado é
obrigatória (art.71.º) e, ele não tiver advogado constituído e, no acto, não o constituir ou
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ainda se, tendo advogado constituído, este não puder ser convocado ou se, devidamente
convocado, não comparecer, o juiz ou o Magistrado do Ministério Público ou órgão de
polícia Criminal que a ele presidir, nomeia-lhe um defensor público ou, não sendo possível,
um advogado, advogado estagiário, licenciado em Direito ou estudante de Direito ou, na sua
falta, uma pessoa idónea
Na fase de instrução preparatória não pode nunca ser nomeado defensor do arguido
agente ou funcionário do organismo onde corre o processo e se realiza o acto. (art. 69.º).
A constituição de arguido é, ela mesma, uma garantia dada aquele que vê dirigir-se
contra si um processo penal. É devidamente formalizada no discurso da tramitação
processual, quando seja caso de constituição obrigatória de arguido por força do disposto nos
artigos 64.º do CPP) (ANTUNES, 2022).
Pretende-se agora saber se será esta a posição reservada também ao suspeito, visto que
a fronteira conceptual entre as duas figuras jurídicas é ténue, levando vezes sem conta, a que
se confundam um e outro, tanto na opinião pública, como para alguns operadores de justiça
criminal, essencialmente aqueles que actuam na fase preliminar (instrução) do processo.
O suspeito, nos termos do artigo 65.º do CPP são todos aqueles que se procura na
instrução averiguar dos fundamentos da suspeita de ter cometido uma infração, mas não
sendo essa suspeita ainda forte, nas condições exigidas pelo artigo 63.º do mesmo diploma
legal.
35
Nesta conformidade, infere-se que a diferença entre o suspeito e o arguido está nos
indícios ou suspeita da perpetração de um ilícito. Assim, se esses indícios ou suspeitas forem
fortes, representando uma probidade quase segura de que determinada pessoa cometeu um
crime, então pode-se constituir o respectivo agente na condição de arguido, caso tais
suspeitas sejam ainda inconclusivas ou fracas o agente manter-se-á na condição de simples
suspeito.
Porem, esta não parece que seja a diferença fulcral entre ambas as figuras. Vejamos o
n.º 2 do artigo 65.º do CPP que permite ao simples suspeito requerer que passe a ser tratado,
no processo, como verdadeiro arguido, sempre que verifique que na instrução preparatória
estão a ser efetuadas diligências destinadas a imputar-lhe o crime. Assim, o requerente,
suspeito, considera-se constituído arguido desde a data do despacho a deferir o requerimento
ou daquela em que for ouvido como arguido.
A existência de fortes suspeitas não nos parece que tenha fundamento para ser a
diferença entre ambas as figuras jurídicas, na medida em que, mesmo não havendo tais
suspeitas, a pessoa contra quem a investigação é dirigida pode, para acautelar determinados
interesses processuais, requer que seja constituindo arguido e a autoridade judiciaria que
esteja a dirigir o acto não pode negar o tal pedido sob pena de irregularidade processual ou
dar lugar a nulidade de todo o processo, salvo se não houver nenhum indício que justifique tal
constituição.
36
Será reu o arguido a partir do momento em que o juízo de suspeita que sobre ele
recaía se transformou em juízo de probabilidade, confirmado pelo juiz, ou seja, a partir da
pronúncia.
Os artigos 67.º e 68.º do CPPA fazem uma enumeração respectivamente dos direitos e
dos deveres do arguido, que reputamos não ser nem taxativa, nem exaustiva, por quanto, para
além destes direitos e deveres, existem outros igualmente importantes para o regime jurídico
do arguido em processo penal.
a) Presença: O arguido tem o direito de estar presente nos actos processuais que
directamente lhe digam respeito, nomeadamente no debate instrutório e na audiência
de julgamento. (art.º 379.º, 342.º e 343 do CPPA). Salvo as excepções admitidas por
lei, o arguido tem o direito de estar presente nos actos processuais que directamente
lhe disserem respeito. (art.º 67.º do CPPA).
b) Audiência: na instrução preparatória, nos termos dos artigos 169.º, 171.º, 172.º, 165.º,
166.º, al. a) no n.º 2 do artigo 312.º, al. c) do n.º 1 do artigo 313.º e artigo 446.º.
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Na instrução contraditória, nos termos do n.º 2 do artigo 338.º. No julgamento, à luz
dos arts. 390.º e 406.º do CPPA. O direito de audiência mostra-se mais limitado durante a
instrução preparatória, manifestando-se através dos interrogatórios do arguido.
O n.º 2 do artigo 390.º, n.º 3 do artigo 64.º, n.º 3 do artigo 166.º, n.º 2 do artigo 170.º e
al. b) do n.º 2 do artigo 84.º
d) Ao Silêncio: o arguido tem direito a não responder às perguntas que lhe forem
formuladas, quer sobre os factos que lhe forem imputados quer sobre o conteúdo das
declarações que acerca deles prestar. O n.º 3 do artigo 390.º e n.º 3 do artigo 166.º do
CPPA.
O arguido deve ser informado que goza do direito ao silêncio antes do interrogatório,
com a explicação que se mostre necessária.
O silêncio do arguido não pode ser interpretado como presunção de culpa. Por
desconhecermos as razões que conduzem à opção pelo silêncio, não pode o arguido ser
prejudicado por esta razão, mantendo-se a presunção de inocência. A lei não estabelece
punição para o arguido que fale à verdade. Não se trata de um direito de mentir, mas
simplesmente a não punição da mentira.
O arguido tem o direito a escolher defensor e a ser por ele assistido em todos os actos
do processo, especificando a lei os casos e as fases em que a assistência por advogado é
obrigatória. O arguido tem o direito de escolher defensor que o acompanhe nas diligências
policiais e judiciais (al. d) do art.º 67.º 63.º da CRA e art.º 67.º 71.º do CPPA.
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É uma garantia de defesa com dupla função, visto que por um lado têm uma função de
assegurar ao arguido o direito de ser assistido por uma defesa de sua livre escolha no curso do
processo, por outro lado, impõe que essa assistência seja obrigatória em certos casos e por
sua vez, seja definida pelo próprio legislador (MIRANDA & MEDEIROS, 2010).
O estatuto do arguido integra também deveres processuais. Nos termos do artigo 68.º
do CPPA, os deveres processuais são os seguintes:
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responsabilidade criminal) constitui um importante dever do arguido (n.º 2 do art.º
166.º e n.º 2 do art.º 390.º do CPPA).
Por força do referido princípio, ao longo de todo processo o arguido deve ser tratado
como um inocente e nunca reduzido à mero objecto processual, sendo-lhe assegurado o
direito ao contraditório e o direito de participar activamente no processo oferecendo provas
ou informações que atestam a sua inocência, através de seu defensor ou pessoalmente.
A presente abordagem sobre este tenebroso titulo justifica-se pelo facto de se tratar
actual e bastante pertinente, muito discutido, não só em Angola, mas também nos diferentes
ordenamentos jurídicos de países da região, assim, como nos países da Europa continental.
Um possível subsídio poderá ajudar a elucidar os aplicadores e seus auxiliares a razão de ser
da importância do legislador constituinte as ter elencados no catálogo dos direitos liberdades
fundamentais, cuja aplicação é imediata e não carece de outras interpretações obscuras.
Terceiro artigo para a Revista Jurídica Digital JuLaw – Direito e Justiça (www.julaw.co.ao),
aos 17 de Agosto de 2020.
Lembrando que desde a detenção até a fase de julgamento ocorre um lapso temporal
de tempo, ao arguido é sujeito a medidas que muitas vezes resultam violações. Lembrando
que é tarefa do Estado julgar, os processos penais modernos comportam limites resultantes da
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obrigatoriedade de se respeitar a dignidade da pessoa humana e por sua vez proteger o
arguido durante toda a tramitação processual.
O n.º 2 do artigo 67.º dispõe que se presume inocente todo cidadão até ao trânsito em
julgado da sentença de condenação.
Este principio tem especial relevância no domínio das medidas de coação que não
deverão ser aplicadas, senão nos estritos limites das necessidades processuais e compaginadas
com as exigências cautelares do caso concreto.
O individuo deve presumir-se inocente até decisão transitada em julgado. Basta que
seja evocada a presunção de inocência para que seja reservado ao arguido tratamento igual ao
conferido aos restantes participantes processuais. São, por isso, absolutamente inadmissíveis
quaisquer considerações ou insinuações que representam uma antecipação do juízo de culpa.
Grande parte das vezes não se mostra necessário evocar o princípio da presunção de
inocência, bastará fazer recurso às normas éticas e de mera cortesia. A presunção de
inocência não exige que o arguido seja tratado por excelência, mas como senhor e pelo seu
nome propilo que constitui o tratamento habitual na nossa sociedade.
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O arguido só se presume inocente porque existe fundada suspeita de que seja culpado.
Por haver indícios de responsabilidade é que lhe são concedidos direitos de defesa para ele
poder ilidir.
Garantias Constitucionais
Ciente que o Estado cumpre construir os mecanismos que garantem a liberdade dos
cidadãos, o programa do Estado angolano para a justiça, elegeu a Constituição como
objectivos fundamentais a segurança dos cidadãos, a prevenção e repressão do crime e a
recuperação do delinquente como forma de defesa social, tal entendimento se depreende do
preceituado no artigo 1º da Constituição da República de Angola.
Não é menos verdade afirmar neste trabalho que, a luz do ordenamento jurídico
angolano as garantias são verdadeiros meios de defesa para quem está na posição de arguido.
É claro e impressivo que ninguém hoje admitiria discutir em tribunal os seus direitos
sem a garantia de um juiz legal, independente.
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garantias do arguido. Estamos a falar de um juiz de garantias em fase de instrução
preparatória.
CONCLUSÃO
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SUGESTÕES
Aos operadores de direito concretamente Ministério Público em sede de Instrução
preparatória deve zelar no cumprimento rigoroso dos direitos e garantias fundamentais do
arguido.
Cumprimento dos princípios gerais do direito penal e processo penal, com a maior destaque
no princípio da intervenção mínima, em obediência a dignidade da pessoa humana.
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É importante a sociedade não censurar de antemão o arguido em sede de instrução
preparatória, enquanto não ocorrer trânsito em julgado sobre a decisão final do tribunal de
primeira instância.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GOUVEIA, George (2014). Direito Constitucional de Angola (1ª ed.), Editora, Lisboa;
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Angola;
MIRANDA, Jorge, MEDEIROS, Rui, (2010), Constituição Portuguesa Anotada, tomo I (2ª
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RAMOS, Vasco A. Grandão (2011). Direito Processual Penal Noções Fundamentais (6ª ed.),
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SAMBO, José (2022). Manual de Direito Processual Penal Angolano (1ª ed.), Editora,
Luanda;
SATULA, Benja, (2016), Juris Penal e Processo Penal (1ª ed.), Editora, Universidade
Católica
PINTO, Carlos (2005). Teoria Geral do Direito Civil (4ª ed.), Editora, Coimbra;
LEGISLAÇÕES
AAVV Constituição da República de Angola de 2021
AAVV Código de Processo Penal Angolano de 2020
AAVV Lei Constitucional Angolana, de 11 de Novembro de 1975
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