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FACULDADES INTEGRADAS DE PONTA PORÃ

NÁDIA PEREIRA RIBEIRO

COORDENAÇÃO NOS CANAIS DE LOGÍSTICA REVERSA: UM ESTUDO SOBRE AS


EMBALAGENS DE AGROTÓXICO

PONTA PORÃ

2020
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FACULDADES INTEGRADAS DE PONTA PORÃ

NÁDIA PEREIRA RIBEIRO

COORDENAÇÃO NOS CANAIS DE LOGÍSTICA REVERSA: UM ESTUDO SOBRE AS


EMBALAGENS DE AGROTÓXICO

Projeto apresentado como requisito parcial


para a conclusão do Curso de graduação em
Administração, das Faculdades Integradas de
Ponta Porã – FIP/MAGSUL.

PONTA PORÃ

2020
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Sumário

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................4
2. PROBLEMÁTICA...........................................................................................................................6
3. OBJETIVOS.....................................................................................................................................7
3.1 Objetivo Geral..............................................................................................................................7
3.2 Objetivos Específicos...................................................................................................................7
4. JUSTIFICATIVA.............................................................................................................................8
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................................................9
6. METODOLOGIA..........................................................................................................................11
7. CRONOGRAMA............................................................................................................................12
REFERENCIAS.................................................................................................................................13
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1. INTRODUÇÃO

Na mesma proporção que a preocupação com as questões socioambientais


ligadas ao agronegócio crescem, aumenta também a importância da logística reversa
como aliada no crescimento da sustentabilidade dentro das empresas e da sociedade
em geral. Sendo essa uma ferramenta que pode ser utilizada em diversas áreas, uma
de suas implementações que se tornou referência é no recolhimento das embalagens
vazias de defensivos agrícolas.

Em termos mundiais, o agronegócio é o segmento econômico de maior valor,


tendo a sua importância relativa para cada país (ARAÚJO, 2007). No Brasil, o
agronegócio tem sido de extrema importância para o crescimento econômico do país,
em 2019 o PIB do agronegócio representou 21,4% do PIB brasileiro, segundo
pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(CEPEA/USP).

Sendo o Brasil um dos países que produz cada vez mais grãos, segundo
levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a
produção de grãos foi de 248 milhões de toneladas na safra 2019/20, sendo 2,5% a
mais do que o período de 2018/19. O estado de Mato Grosso do Sul tem grande
participação nessa alta produção, o estado é o 5º maior produtor de grãos do pais, o
agronegócio responsável por 30% do PIB sul mato-grossense, segundo indicadores do
Estado de MS.

Em relação ao uso de agrotóxicos, na década de 70 e 80, como incentivo ao


aumento da produção, predominava no Brasil o subsidio aos financiamentos
agropecuários, dentre eles os agrotóxicos e “insumos modernos” para a época,
financiados com encargos zero (ARAÚJO, 2007). Assim como atualmente ainda se
isenta a cobrança de impostos sobre esses produtos. Segundo IAGRO, o país é o maior
consumidor de agrotóxicos do mundo e o estado de Mato Grosso do Sul o sétimo
maior consumidor do país.
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Em consequência desse alto consumo, de acordo com dossiê realizado pela


Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO, 2014) o aumento da venda de
agrotóxicos entre 2000 e 2012 foi de 162% em toneladas. Segundo dados da ANVISA
(2018), quase 1/3 dos alimentos consumidos no país, estão contaminados por
agrotóxicos, sendo 28% por produtos não autorizados ou que ultrapassam o limite
previsto.

Além do impacto causado pelo uso dos defensivos, uma outra consequência é o
descarte inadequado das suas embalagens. Entre os métodos utilizados para o descarte
adequado, se destaca a logística reversa, para tratamento e destinação adequada das
embalagens, visando a coleta e o retorno dos resíduos ao setor industrial para que
sejam reaproveitados. No ano de 2000, foi regulamentada a lei federal 9.974/2000, que
visa todo esse processo da fabricação, uso e descarte de agrotóxicos e afins. Em 2001
foi nasceu o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV), tal
instituto criado pela indústria de agroquímicos brasileira, tem como objetivo principal
gerenciar o processo de logística reversa das embalagens vazias de agrotóxicos.
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2. PROBLEMÁTICA

A existência de um canal de logística reversa, visa garantir um fluxo inverso


não só de materiais, mas também de informações de forma eficiente com baixo custo
e da maneira mais rentável possível. Um exemplo de canal de logística reversa, diz
respeito as embalagens de defensivos agrícolas. Segundo dados do INPEV, até 2018,
mais de 500 mil toneladas de embalagens foram destinadas desde 2002.
Mesmo alcançando bons resultados, a cadeia tem muito a evoluir, em relação a
sua eficiência no volume recolhido, o principal objetivo é tornar a cadeia
autossustentável. O INPEV trabalha para alcançar a sustentabilidade da cadeia e se
tornar referência no modelo de logística reversa.
No estado de Mato Grosso do Sul, 30% do Produto Interno Bruto (PIB) vem do
agronegócio, o estado é o quinto maior produtor de grãos do país. Sendo assim, é
proporcional o uso de grande quantidade de defensivos agrícolas, visando manter a
alta produtividade e permanência no ranking dos maiores produtores de grãos.
O Brasil é o maior consumidor mundial de defensivos agrícolas, em
contrapartida é abrangente a regulamentação do uso, visando a saúde do trabalhador,
do meio ambiente e a produção segura de alimentos. O estado de Mato Grosso do Sul
é o sétimo maior consumidor de defensivos no país.
O presente trabalho busca analisar a logística reversa das embalagens de
defensivos agrícolas, levando em conta a grande participação da agricultura na
economia estadual e municipal, que vem a gerar uma grande quantidade de
embalagens que após o uso, podem vir a causar problemas ao meio ambiente, saúde da
população e dos animais. Desta forma a questão a ser respondida é: como se dá a
gestão das embalagens de agrotóxicos na cidade de Ponta Porã/MS?
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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Analisar o processo de logística reversa das embalagens de agrotóxicos na cidade de


Ponta Porã/MS.

3.2 Objetivos Específicos

a) Identificar qual o papel e responsabilidade de cada agente da cadeia de suprimentos;

b) Identificar a destinação e uso dos resíduos das embalagens que são devolvidas;

c) Compreender como é a evolução do processo de logística reversa das embalagens de


agrotóxico;

d) Analisar a pratica dos agentes responsáveis pelo recolhimento e destinação final das
embalagens de agrotóxicos.
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4. JUSTIFICATIVA

O presente trabalho é focado na apresentação da logística reversa das embalagens de


agrotóxicos, mostrando que a mesma é relevante para todos os agentes do processo pois além
responsabilizar cada um desses autores, determina a obrigatoriedade da devolução das
embalagens de forma adequada por lei, sendo um exemplo de sustentabilidade para os demais
setores.

Pelo tema de logística reversa de embalagens de agrotóxicos ser ainda pouco


apresentado, mesmo tendo grande importância, principalmente na realidade dos agentes
envolvidos no processo, o mesmo foi escolhido. Além disso, o fato de grande parte da
economia do estado de Mato Grosso do Sul e da cidade de Ponta Porã, ser baseada na
agricultura onde o uso de fertilizantes e pesticidas é constante e necessário para otimização da
produção agrícola, se viu a necessidade de esclarecer o papel de cada agente da cadeia, a
identificação de onde são utilizados os produtos provenientes da reciclagem dessas
embalagens e como o processo vem evoluindo.
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5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 Agrotóxicos

O uso de produtos para o combate de pragas na agricultura, vem de séculos,


utilização de sulfurados são registrados desde o século XI, derivados do arsênio no
século XVII, cloreto de mercúrio no século XVIII e sais de cobre no século XIX
(NUNES; RIBEIRO,1999). Porém o uso intensivo para controle dessas pragas e
doenças da lavoura existe a pouco mais de meio século e teve origem após as grandes
guerras. (LONDRES, 2011).
O uso de agroquímicos aumentou em todo o mundo a partir de 1950, quando
nos EUA se iniciou a “Revolução Verde” com a mudança no processo de produção
agrícola (SIQUEIRA; et al., 2012). Tal revolução se deu quando as pesquisas
relacionadas a agropecuária, “voltou-se para o desenvolvimento de sementes
selecionadas para responder a aplicações de adubos químicos e agrotóxicos em
sistemas de monoculturas altamente mecanizados. ” (LONDRES, 2011, p. 17).
No início de 1980, os países conhecidos como desenvolvidos começaram a
notar os efeitos nocivos dos agrotóxicos, iniciando a implementação de políticas
restritivas, isso levou com que as grandes indústrias químicas começassem a se
instalar nos países de terceiro mundo (PERES; MOREIRA; DUBOIS, 2003).
Com isso, no Brasil uma série de políticas buscou a implementação da
“modernização da agricultura” (LONDRES, 2011). A “Revolução Verde” se inicia na
década de 1960 e se fortalece em meados dos anos de 1970 (SIQUEIRA; et al., 2012).
Quanto as políticas econômicas adotadas, em 1965 é criado o Sistema Nacional de
Crédito Rural, esse sistema condicionava a obtenção de crédito agrícola ao uso
obrigatório desse recurso para a aquisição de agrotóxicos pelos agricultores
(LONDRES, 2011), e ainda “na década de 70 e em parte da década seguinte,
predominou o subsídio aos financiamentos agropecuários, com determinados itens
financiados a encargo 0 (zero), como calcários, fertilizantes, agrotóxicos e outros”
(ARAÚJO, 2007, p. 151).
Segundo Londres (2011), outro elemento importante foi a criação do Programa
Nacional de Defensivos Agrícolas na década de 1970, esse plano concedeu recursos
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financeiros para que fossem criadas empresas nacionais e instaladas subsidiarias de


empresas transnacionais de insumos agrícolas no país, disseminando assim o uso de
agrotóxicos no Brasil.
A substituição do termo “defensivo agrícola” por agrotóxico, se deu depois de
muitas negociações políticas, envolvendo sindicatos, cooperativas e outros grupos
interessados. Tal termo tinha uma aceitação muito grande pois passava uma percepção
positiva, de defensor (PERES; MOREIRA; DUBOIS, 2003).
Sendo assim, de acordo com a Lei nº 7.802 de 9 de julho de 1989, Art 2º, § 1,
item a, o conceito de agrotóxico é o que segue:

“os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou


biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e
beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas,
nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes
urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da
flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos
considerados nocivos” (BRASIL, 1989).

5.1.1 Legislação sobre agrotóxicos


Em termos de legislação, nos dias atuais, o maior ponto de referência para os
resíduos sólidos no pais é a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010
e decreto 7.404/2010). Segundo Londres (2011), mesmo que no país a utilização dos
agrotóxicos aparente ser descontrolada, se a legislação for cumprida por todos os
envolvidos na cadeia, os danos pelo uso de agrotóxicos tendem a ser mínimos. Até
1989 no Brasil para obter registro, os agrotóxicos passavam somente por avaliação
toxicológica e de eficácia, depois da regulamentação da Lei nº 7.802 de 11 julho de
1989, começou a ser exigida a avaliação e classificação de periculosidade ao meio
ambiente (PERES; MOREIRA; DUBOIS, 2003).

O registro de agrotóxicos no país envolve três órgãos no processo: Ministério


da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pela Secretaria de Defesa Agropecuária -
SDA; Ministério da Saúde pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); e
Ministério do Meio Ambiente pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Esses três ministérios formam a o Comitê
Técnico de Assessoramento para Agrotóxicos – CTA (LONDRES, 2011). Segundo
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Peres (2003), esse processo de controle pelo governo é importante para aumentar
benefícios e diminuir riscos.

A Lei nº 7.802 de 11 julho de 1989, também conhecida como Lei dos


Agrotóxicos, determina que em até um ano após realizada a compra do agrotóxico, as
embalagens devem retornar ao estabelecimento onde foram adquiridos os produtos ou
a um posto de recolhimento (incluído pela Lei nº 9.974, de 2000), as empresas
fabricantes têm a reponsabilidade de destinar as embalagens depois que são
devolvidas, essas embalagens podem ser recicladas, inutilizadas, ou utilizadas para
fabricação de outros produtos. (LONDRES, 2011).

Sendo assim, de acordo com a Lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010, Art 3º,
item XVII, quanto a responsabilidade compartilhada:

“responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos:


conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos,
para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como
para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental
decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei”. (BRASIL,
2010).

Em busca de adequação a Legislação, foi fundado pelas fabricantes de


agrotóxicos o inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias). O
instituto inclui pontos e centros de recolhimento de embalagens vazias, a fim de serem
separadas e encaminhadas para reciclagem ou incineração (LONDRES, 2011).

5.1.2 Embalagens de Agrotóxicos

O decreto nº 4.074 de 04 de janeiro de 2002 define embalagem como


“invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento, removível ou não,
destinado a conter, cobrir, empacotar, envasar, proteger ou manter os agrotóxicos, seus
componentes e afins” (BRASIL, 2002).

Por se enquadrarem como resíduos perigosos, a embalagem de agrotóxicos


vazias tem grande relevância, pois podem conter vestígios de agrotóxico ainda ativo
podendo vir a contaminar e intoxicar (COMETTI, 2009).
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Quanto as suas classificações podem ser laváveis ou não laváveis, rígidas ou


flexíveis e primárias ou secundárias. As embalagens rígidas podem ser de vidro,
plástico, metal e fibrolata, dessas somente as de aerossóis não são laváveis. Já as
flexíveis podem ser de papelão, papel multifolhado, cartolina, plástico ou mistas, essa
categoria não pode ser lavada, podem ainda ser retornáveis ou hidrossolúveis
(COMETTI, 2009).

De acordo com a norma 4.074 da ABNT, as embalagens podem ser primárias


ou secundárias, as primárias são as que tem contato direto com o produto, secundárias
seriam as que são utilizadas para armazenar as primarias e não tem contato direto com
o agrotóxico, não sendo contaminadas e não apresentando perigo. (ABNT, 2003).

A Legislação determina ainda que as embalagens vazias rígidas sejam lavadas,


evitando que resíduos do produto ocasionem contaminação do meio ambiente, essa
lavagem é indispensável para o processo de reciclagem e deve ser realizada conforme
norma (NBR 13.968) da ABNT, pode ser tríplice lavagem ou lavagem sob pressão
(INPEV, 2020).

O processo de tríplice lavagem consiste em lavar 3 vezes a embalagem,


seguindo os seguintes passos:

1. Esvaziar totalmente a embalagem;


2. Encher com ¼ de água limpa;
3. Tampar e agitar por cerca de 30 segundos;
4. Despejar a agua em tanque adequado, deixar escorrer por 30 segundos;
5. Repetir o procedimento mais duas vezes;
6. Inutilizar a embalagem perfurando o fundo.

O processo de Lavagem sob pressão consiste em encaixar a embalagem no


funil do pulverizador e a bomba do próprio equipamento gera pressão para pressionar
o bico de lavagem, seguindo os seguintes passos:

1. Esvaziar totalmente a embalagem;


2. Encaixar a embalagem no local apropriado do funil instalado no
pulverizador;
3. Liberar jato de água limpa;
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4. Direcionar o jato para todas as paredes internas da embalagem por cerca de


30 segundos;
5. Transferir a água da lavagem para o interior do tanque do pulverizador;
6. Inutilizar a embalagem perfurando o fundo.

5.1.3 Licenciamento ambiental das unidades de recebimento

Os estabelecimentos responsáveis pelo recebimento das embalagens vazias, são


definidos pela Resolução Conama nº 334 de 3 de abril de 2003, como:

“posto: unidade que se destina ao recebimento, controle e


armazenamento temporário das embalagens vazias de agrotóxicos e afins, até
que as mesmas sejam transferidas à central, ou diretamente à destinação final
ambientalmente adequada;

central: unidade que se destina ao recebimento, controle, redução de


volume, acondicionamento e armazenamento temporário de embalagens
vazias de agrotóxicos e afins, que atenda aos usuários, estabelecimentos
comerciais e postos, até a retirada das embalagens para a destinação final,
ambientalmente adequada” (BRASIL,2003).

São definidos como postos de recebimento os locais restritos ao recebimento e


armazenamento temporário das embalagens vazias de agrotóxicos, responsáveis por
dar suporte ao usuário até a transferência dessas embalagens para centrais de
recebimento, que são os locais onde os postos de atendimento e usuários são
atendidos, afim de reduzirem o volume dessas embalagens e acondicionamento, até o
encaminhamento para a destinação final. (COMETTI, 2009).

Segundo Decreto nº 4.047 de 4 de janeiro de 2002, art. 56: “Os


estabelecimentos destinados ao desenvolvimento de atividades que envolvam
embalagens vazias de agrotóxicos, componentes ou afins, bem como produtos em
desuso ou impróprios para utilização, deverão obter licenciamento ambiental”
(BRASIL, 2002).

O órgão ambiental responsável deve seguir as especificações constantes na


Resolução Conama 465/2014, são exemplos de especificações:

- identificação de possíveis riscos de contaminação e medidas de controle;

- programa de monitoramento de solo e de água nas áreas ao redor;

- programa de comunicação social interno e externo alertando sobre os riscos


ao meio ambiente e à saúde humana;
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- responsável técnico pelo funcionamento;

- monitoramento da saúde dos trabalhadores.

É definida ainda nessa resolução, o conceito de Unidade Volante, sendo


“veículo destinado à coleta regular de embalagens de agrotóxicos e afins, vazias ou
contendo resíduos, para posterior entrega em posto, central ou local de destinação final
ambientalmente adequada". Essas unidades estão sujeitas a legislação específica.

Segundo Inpev (2020), o licenciamento ambiental além de obrigatório, exige as


seguintes licenças:

- LP (Licença Prévia): deve ser solicitada antes do planejamento do


empreendimento, atesta a viabilidade ambiental do projeto e determina alguns
requisitos a serem atendidos nas demais fases;

- LI (Licença de Instalação): autoriza a instalação, com especificações,


programas e projetos, com medidas de controle ambiental;

- LO (Licença de Operação): autoriza a operação da atividade, levando em


conta que cumpriu com os requisitos constantes nas licenças anteriores.

Ainda segundo Inpev (2020), antes de qualquer unidade de recebimento


começar a funcionar, são exigidos:

- Equipamentos e instalações especiais, para manejo de embalagens (lavadas ou


não). Se define como instalação especial, aquelas que são células modulares para
separar e armazenar as embalagens por tipo de material;

- Realização de treinamentos da esquipe (supervisores e operadores), sobre o


uso dos Equipamentos de Proteção Individual e realização de atividades de
recebimento, inspeção, triagem e armazenamento.

5.2 Logística Reversa para embalagens de agrotóxico

5.2.1 Logística Reversa


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No Brasil a logística reversa, na questão da responsabilidade pós consumo era


totalmente atribuída ao governo, isentando as empresas produtoras, as quais ficavam
somente com o lucro. Sendo assim, se viu a necessidade de responsabilizar essas
empresas produtoras, mesmo que elas não tenham utilizado diretamente o produto
descartado as embalagens de forma inadequadas, eram elas quem produziam os
produtos e expunham a sociedade ao risco (COMETTI,2009).
Quanto as empresas fabricantes de agrotóxicos, essas tem responsabilidade
indireta quanto a poluição gerada pelos produtos, já que não são elas que lançam o
produto diretamente, entretanto tem responsabilidade civil, prevista pela Lei de
Política Nacional de Meio Ambiente.
A constituição de 1988 criou regras, para responsabilizar atividades que
venham a causar danos ao meio ambiente, definindo assim o princípio do poluidor
pagador, que responsabiliza ao usuário de determinado recurso natural e ao poluidor
pelos custos de prevenir, reprimir e repara os danos causados. Esse principio não deve
ser confundido com uma autorização para poluição. (COMETTI,2009).
A logística reversa foi instituída como um instrumento fundamental da Política
Nacional de Resíduos Sólidos (Capítulo III, art. 8º, inciso III), se relaciona com a
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. (BRASIL, 2010). A
legislação a define como:

“instrumento de desenvolvim.ento econômico e social caracterizado


por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a
coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra
destinação final ambientalmente adequada” (BRASIL, 2010).

A logística reversa se caracteriza basicamente pelo retorno do material


reciclável ao processo de produção, de uma forma que (re)agregue valor, ela visa a
diminuição de custos e a melhoria ambiental pela recuperação de recursos,
contribuindo assim com o desenvolvimento sustentável, através do retorno desses
materiais. (ALVES; SILVA; PIMENTEL, 2016).

A logística reversa se divide em duas áreas de atuação, são elas:

- Logística Reversa de Pós-Venda: atua no planejamento, operação e controle


de bens pós venda, que são os que não foram usados ou apresentaram pouco uso; e
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- Logística Reversa de Pós-Consumo: responsável pelo retorno ao ciclo


produtivo do bem pós consumo, que são aqueles descartados pela sociedade após o
uso. (COMETTI,2009).

5.3

(Segue a sequência de sub-tópicos da fundamentação teórica).


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6. METODOLOGIA

6.1 Caracterização da pesquisa

6.2 Local de estudo (item necessário apenas para quem for fazer estudo de caso)

6.3 Coleta de dados

6.4 Análise e interpretação dos dados


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7. CRONOGRAMA
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REFERENCIAS

 ABRASCO, Dossiê Abrasco. Disponível em:


<https://abrasco.org.br/dossieagrotoxicos/> Acesso em 29/04/2020.

 ALVES, Lidiane Aparecida; SILVA, Adriano Reis de Paula; PIMENTEL, Luana


Rodrigues. RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS: CONSIDERAÇÕES
SOBRE A LOGÍSTICA RECERSA E SOBRE A POLÍTICA NACIONAL
DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Minas Gerais, 2016. p.16-29. Disponível em:
<file:///C:/Users/Dell/Desktop/24766-Texto%20do%20artigo-164326-1-10-
20170426.pdf>. Acesso em: 31 de maio de 2020.

 ANVISA, Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos


(PARA). Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/programa-de-analise-de-
registro-de-agrotoxicos-para> Acesso em 29/04/2020.

 ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de Agronegócios – São Paulo 2ª ed. :


Atlas, 2007.

 AGROTÓXICOS IAGRO. Agrotóxicos. Disponível em:


<http://www.iagro.ms.gov.br/agrotoxicos-2/> Acesso em 23 de março de 2020.

 BRASIL. Decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002. Regulamenta a Lei nº 7.802,


de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a
produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a
comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a
exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação,
o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins,
e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 8 de janeiro 2002.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4074.htm
>. Acesso em 19 de maio de 2020.

 BRASIL. Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a


experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o
armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a
importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a
classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins, e dá outras providências. Brasilia 11 de julho de 1989.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7802.htm>.
Acesso em: 18 de maio de 2020.
20

 BRASIL. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de


Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências. Brasilia 02 de agosto de 2010. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>.
Acesso em: 18 de maio de 2020.

 CEPEA. PIB do agronegócio brasileiro. Disponível em:


<https://www.cepea.esalq.usp.br/br/pib-do-agronegocio-brasileiro.aspx>. Acesso
em 29/04/2020.

 COMETTI, J. L. S. Logística reversa das embalagens de agrotóxicos no


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Desenvolvimento Sustentável, Centro de Desenvolvimento Sustentável,
Universidade de Brasília, Brasília, 2009. Disponível em: <
http://www.cprh.pe.gov.br/ARQUIVOS_ANEXO/Disserta
%C3%A7ao_Jose_Luis_Cometti.pdf > Acesso em: 19 de maio de 2020.

 Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Resolução nº 465, de 5 de


Dezembro de 2014.

 INSTITUTO NACIONAL DE PROCESSAMENTO DE EMBALAGENS


VAZIAS. Legislação e Normas. Disponível em:
<https://www.inpev.org.br/logistica-reversa/legislacao-normas/> Acesso em: 31
de maio de 2020.

 INSTITUTO NACIONAL DE PROCESSAMENTO DE EMBALAGENS


VAZIAS. Passo a passo da destinação. 2020. Disponível em: <
https://inpev.org.br/logistica-reversa/passo-a-passo-destinacao/ >. Acesso em: 19
de maio de 2020.

 INSTITUTO NACIONAL DE PROCESSAMENTO DE EMBALAGENS


VAZIAS. Papéis e responsabilidades. Disponível em:
<https://inpev.org.br/sistema-campo-limpo/papeis-responsabilidades//> Acesso
em: 09 de março de 2020.

 LONDRES, Flavia. Agrotóxicos no Brasil: um guia para ação em defesa da


vida – Rio de Janeiro: AS-PTA – Assessoria e Serviços a Projetos em
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Pesticidas: revista de ecotoxicologia e meio ambiente, Curitiba, v9, p. 31- 44,
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https://revistas.ufpr.br/pesticidas/article/view/39601/24351> Acesso em: 18 de
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AGROTÓXICOS, SAÚDE E AMBIENTE: uma introdução ao tema. In: PERES,
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21

http://books.scielo.org/id/sg3mt/pdf/peres-9788575413173-03.pdf >. Acesso em:


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 SIQUEIRA (Danielle Ferreira de et al. Análise da exposição de trabalhadores


rurais a agrotóxicos. Revista Brasileira em Pomoção da Saúde. Fortaleza, v. 26,
n. 2, p. 182-191, jan./dez. 2013.Dispnível em: <
https://www.redalyc.org/pdf/408/40828920005.pdf >. Acesso em 18 de maio de
2020.

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