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1. Contextualização
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Dessa forma, a logística reversa opera e controla o fluxo e as informações logísticas
correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós consumo e pode trazer
contribuições para o desenvolvimento sustentável uma vez que agrega valor aos bens nas mais
diversas naturezas: econômica, ecológica, legal, logística de imagem corporativa
(MARCHESE, 2013). Sendo assim, essa logística tem como objetivos principais, o
recolhimento e reaproveitamento de produtos e materiais que dispuseram do seu ciclo
produtivo encerrado, apresentando o processo inverso da logística tradicional, pois esta se
baseia no fluxo da origem do produto para o seu ponto de consumo (LACERDA, 2002).
Devido às preocupações com o desgaste ambiental e escassez de matéria-prima, essa
contracorrente vem ganhando cada vez mais espaço no mundo comercial, havendo a
necessidade de conscientizar a população sobre a importância de uma produção mais
sustentável (COSTA e VALLE, 2006).
2. Problema de pesquisa
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3. Objetivos
4. Justificativa
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nova análise sobre a conscientização do uso da logística reversa e da sustentabilidade ambiental
voltada para os produtores rurais.
5. Referencial teórico
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ponto, com o objetivo de obter valor de outra maneira indisponível, ou com o objetivo
de efetuar a disposição final dos produtos» (P Guarnieri, 2011).
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5.2) Agronegócio e o uso de agroquímicos no Brasil
O agronegócio, expressão tradicional conhecida pelo termo em inglês agribusiness ,
inclui toda a cadeia produtiva da agricultura e pecuária, desde a fabricação dos insumos
essenciais, à produção e os procedimentos envolvidos, até o consumo final dos produtos
agrícolas (BIALOSKORSKI NETO, 1994). Nesta cadeia são desenvolvidos diversos serviços:
pesquisa, processamento, comercialização, exportação, distribuição, consumo, entre outros.
(CONTINI et al., 2006). Dessa forma, o agronegócio tem papel fundamental na economia
brasileira, pois gera empregos e renda, participa ativamente do saldo positivo da balança
comercial brasileira e destaca o país no comércio internacional. O Brasil é o terceiro maior
exportador de commodities2 e ocupa o primeiro lugar em açúcar, café, suco de laranja, carne
bovina e frango (ASSAD et al., 2012).
Além disso, o Brasil tem sido considerado um dos principais produtores de
combustíveis agrícolas como cana-de-açúcar, mamona, a própria soja, óleo de palma, entre
outros, que são as matérias-primas para a produção de etanol e biodiesel. Em todo o mundo, a
área total de cultivo de matérias-primas para agrocombustíveis foi estimada em 36 milhões de
hectares em 2008, o dobro do valor de 2004. Destes, 8,3 milhões de hectares estão na União
Europeia, com cultivo de canola; 7,5 milhões nos Estados Unidos, com plantações de milho; e
6,4 milhões de hectares na América Latina, principalmente cultivo de cana-de-açúcar no
Brasil (Banco Mundial, 2010). Ainda segundo o Banco Mundial (2010), a maior participação
do agrocombustível brasileiro no mercado mundial se dá principalmente na produção de
milho, soja e cana-de-açúcar.
Devido à importância do agronegócio para a economia brasileira, o agronegócio é um
dos principais receptores de investimentos governamentais, o que incentiva a expansão do
mercado de novas técnicas de monocultura. Porém, com o crescimento do setor, cresce a
preocupação com os impactos ambientais da agropecuária, principalmente relacionados ao
consumo de água, uso de defensivos e fertilizantes, emissão de gás metano, desmatamento e
queima de matérias-primas para expansão do agronegócio (ASSAD et al., 2012). A conversão
de áreas florestais para cultivos representa uma mudança dramática no ecossistema original,
pois produz mudanças morfológicas, físicas, químicas e biológicas nas propriedades do solo,
e por isso tem grandes impactos devido a mudanças nos mecanismos naturais de circulação e
conservação do sistema (LIMA et al. 2011; LUIZÃO et al. 2006). Portanto, pode-se dizer que
os impactos ambientais advindos das atividades agrícolas sobre os recursos naturais se devem
da mudança no uso da terra, provocado pela supressão da vegetação natural e sua conversão
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em terras agricultáveis, da degradação do solo das áreas cultivadas, práticas inadequadas de
manejo (SAMBUICHI et al., 2012), e abuso de pesticidas e fertilizantes.
Devido à sua toxicidade, persistência no solo e níveis crescentes no meio ambiente, o
uso excessivo de agrotóxicos na agricultura é considerado um importante contribuinte para a
poluição do solo, da água e do ar (OLIVEIRA et al., 2006 ; SILVERIO et al ., 2012).
Estima-se que apenas 30% da quantidade total de agrotóxicos permaneçam nas plantas. Os
impactos negativos desses produtos nos ecossistemas naturais e cultivados incluem alterações
na microbiologia do solo, morte de polinizadores e organismos que controlam as populações
de pragas e danos às lavouras, além da poluição ambiental (PINHEIRO e FREITAS, 2010).Os
fertilizantes, quando aplicados em grandes quantidades, também causam impactos ambientais
significativos que podem levar à eutrofização de cursos de rios, lagos e nascentes,
acidificação do solo, contaminação de aquíferos, produção de gases relacionados ao efeito
estufa e destruição da camada de ozônio (SAMBUICHI et al., 2012). Dessa forma, os
impactos gerados nos solos podem provocar impactos nas águas superficiais e subsuperficiais
e, estas, por sua vez, podem afetar a fauna e os seres humanos. Segundo Silvério et al (2012),
o consumo dessas águas ou seu reuso na agricultura traz riscos à saúde pública, além de poluir
os recursos naturais. Portanto, a persistência, magnitude e riscos desses impactos sobre os
recursos naturais e a biodiversidade ao longo do tempo requerem mais pesquisas.
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ainda incerto, diz Oliveira e Camargo (2014). Afim de evitar que esse tipo de prática se repita
novamente, foram criadas diversas leis especificamente voltadas para as embalagens de
agroquímicos, o quadro 1 mostra as principais legislações e regulamentos específicos no
Brasil.
Lei 7.802 / 1989 – Lei dos Agrotóxicos Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a
produção, a embalagem e rotulagem, o
transporte, o armazenamento, a
comercialização, a propaganda comercial, a
utilização, a importação, a exportação, o
destino final dos resíduos e embalagens, o
registro, a classificação, o controle, a
inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins e dá outras
providências.
Lei 9.605 / 1998 – Lei dos Crimes Dispõe sobre as sanções penais e
Ambientais administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente e dá
outras providências.
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Decreto 4.074 / 2002 Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho
de 1989.
6. Procedimentos metodológicos
O projeto de pesquisa propõe realizar o estudo que possui como foco o levantamento e
descrição dos processos operacionais da logística reversa em três principais empresas do setor
agrícola situadas na região do Alto Paranaíba. Elas dispõem da produção de abacate, alho,
beterraba, blueberry, café arábica, cenoura, milho, trigo, soja e repolho. A primeira empresa
tem 50 mil ha de produção, enquanto a segunda e a terceira detém de 3,20 ha e 160 ha,
respectivamente.
Em relação à natureza deste trabalho, emprega-se a pesquisa aplicada, no qual
concentra em torno dos problemas presentes nas atividades de uma organização. Ela está
sempre empenhada na elaboração de diagnósticos, identificação de problemas e busca de
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soluções (THIOLLENT, 2009, p.36). Quanto aos objetivos, será usado a pesquisa
exploratória, em que há a finalidade de propor mais informações do caso estudado, o que
possibilita a definição e o delineamento (CLEBER CRISTIANO E ERNANI CESAR, 2013).
Ela será realizada por meio do levantamento bibliográfico, entrevista com pessoas
relacionadas à empresa e análise de exemplos que estimulam a compreensão sobre os
processos logísticos de devolução das embalagens de agrotóxicos. A metodologia utilizada
para os procedimentos será o estudo de caso, de acordo com Cleber Cristiano e Ernani Cesar
(2013), o estudo de caso visa a coleta de informações que possuem o objetivo de investigar
uma unidade de forma aprofundada.
Por meio da coleta de dados numéricos, será feito uma pesquisa quantitativa para
validar hipóteses, rejeitá-las ou a título informativo; e uma pesquisa qualitativa para realizar a
interpretação dos fenômenos e atribuí-los a seus significados. Para Cleber Cristiano e Ernani
Cesar (2013), a pesquisa quantitativa requer técnicas estatísticas, como por exemplo
porcentagem, média, desvio padrão e etc, após a formulação das hipóteses é feito a
classificação de acordo com suas variáveis para que elas tenham precisão em seus resultados.
Enquanto a pesquisa qualitativa, o ambiente natural é a fonte direta para a coleta de dados e o
pesquisador é o instrumento-chave, o processo e seu significado são os focos principais de
abordagem (CLEBER CRISTIANO E ERNANI CESAR, 2013). Após a escolha do tema e a
revisão de literatura feita por artigos científicos e livros, será feito o levantamento de dados
em relação às empresas do setor agrícola, o entendimento e avaliação dos pontos de coleta de
embalagens, análise da quantidade de agrotóxico utilizado por hectare e o processo logístico
para o descarte das embalagens feito pela empresa, por meio da internet e elaboração de
questionários. Posteriormente, será feita a análise dos dados e por fim será feita a conclusão
sobre o problema. Nesse sentido, foi elaborado uma tabela das etapas de construção da
pesquisa:
Ordem Etapa
1º Revisão teórica
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4º Levantamento de pontos de coleta de embalagens
7. Resultados esperados
A responsabilidade pela devolução das embalagens de agroquímicos é do consumidor,
que deve despachá-las à unidade receptora (posto ou central) indicada na nota fiscal de compra
no prazo de um ano a partir da data da compra, dessa forma, buscando atingir o objetivo da
pesquisa, por meio de um estudo de caso em três principais empresas do setor agrícola
localizadas no Alto Paranaíba espera-se que as mesmas após utilizar os agroquímicos separe as
embalagens em lavável, não lavável e contaminada. Posteriormente, as embalagens laváveis
devem passar pelo processo de tríplice de lavagem, em seguida, ambas as embalagens
juntamente com suas tampas e rótulos, devem ser encaminhadas à empresas produtoras e
comercializadoras, à reutilização, reciclagem ou inutilização, obedecidas normas e instruções
dos órgãos registrantes e sanitários ambientais competentes, conforme prescrito pelo INVEP.
Ainda, através dos dados coletados a respeito do volume de agroquímicos comprados e
embalagens devolvidas pelas organizações espera-se que haja um equilíbrio entre essas
quantidades, resultando em uma benevolente logística reversa. Caso haja uma discrepância
muito grande desses dados é necessário apresentar para as empresas a legislação e a
importância do descarte correto dessas embalagens para a saúde do ser humano e a preservação
do meio ambiente, como abordado no presente trabalho. Portanto, para que a pesquisa seja
válida, é esperado que o trabalho tenha continuidade e seja concretizado na prática.
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