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Osmar Luis Silva Vasconcelos,Karlene Fernandes de Almeida,Nayara Santos

Leite, Georgiana Eurides de Carvalho Marques, Luane Alcântara Nunes ,Roberta Almeida Muniz,
Flávia de Aquino Cutrim Farias
____________________________________________________________________________

A COMPOSTAGEM COMO FERRAMENTA DE


GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS
PRODUZIDOS EM UM MICROEMPREENDIMENTO
HORTIFRUTÍCOLA

COMPOSTINGING AS A MANAGEMENT TOOL FOR ORGANIC


SOLID WASTE PRODUCED IN A HORTICULTURAL MICRO-
ENTERPRISE

EL COMPOSTAJE COMO HERRAMIENTA PARA EL GESTIÓN


DE RESIDUOS SÓLIDOS ORGÁNICOS PRODUCIDOS EN UN
PROYECTO MICROFRUTÍCOLA

Osmar Luis Silva Vasconcelos1


Karlene Fernandes de Almeida2
Nayara Santos Leite3
Georgiana Eurides de Carvalho Marques4
Luane Alcântara Nunes5
Roberta Almeida Muniz6
Flávia de Aquino Cutrim Farias7

DOI: 10.54751/revistafoco.v16n2-024
Recebido em: 16 de Dezembro de 2022
Aceito em: 17 de Janeiro de 2023

RESUMO
Grande parte dos resíduos orgânicos (RO’s) tem sido gerados em estabelecimentos
localizados em feiras. Objetivou-se avaliar as causas da geração e desperdício de RO’s
em um microempreendimento, localizado em São Luís – MA, e as possibilidades de
reciclagem desses materiais através da compostagem em pequena escala. Foram
coletados 345,72 kg RO’s e depositados em três tipos de composteiras. Após 120 dias

1
Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal do
Maranhão (PRODEMA). Av. dos Portugueses, 1966, Vila Bacanga, São Luís - MA, CEP: 65080-805.
E-mail: osmarluisvasconcelos@gmail.com
2
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Agronomia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná. R.
Pernambuco, 1777, Centro, Mal. Cândido Rondon - PR, CEP: 85960-000. E-mail: karlene.fa@gmail.com
3
Pós-Graduanda em Gestão Ambiental pelo Programa de Educação Continuada em Ciências Agrárias pela Universidade
Federal do Paraná. Avenida Coronel Francisco Heráclito dos Santos, 100, Centro Politécnico, Jardim das Américas,
Curitiba – PR. Caixa Postal: 19031, CEP: 81531-980. E-mail: agronayaraleite@gmail.com
4
Doutora em Biodiversidade e Biotecnologia pela Universidade Federal do Amazonas. Avenida Getúlio Vargas, Nº 04,
Monte Castelo, São Luís – MA. CEP: 65030-005l. E-mail: geurides@ifma.edu.br
5
Doutora em Engenharia Industrial pela Universidade Federal da Bahia. Av. David Jonas Fadini, s/n, Juca Rosa,
Eunápolis - BA, CEP: 45823-431. E-mail: luane.alcantara@ifba.edu.br
6
Mestra em Agronomia pelo Programa de Pós-Graduação em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista "Júlio, de
Mesquita Filho". Jaboticabal. Avenida Getúlio Vargas, Nº 04, Monte Castelo, São Luís – MA. CEP: 65030-005.
E-mail: roberta@ifma.edu.br
7
Doutora em Engenharia e Ciência dos Alimentos pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho".
Jaboticabal, São Paulo. Avenida Getúlio Vargas, Nº 04, Monte Castelo, São Luís - MA. CEP: 65030-005.
E-mail: flavia_cutrim@ifma.edu.br

Revista Foco |Curitiba (PR)| v.16.n.2|e722| p.01-23 |2023


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A COMPOSTAGEM COMO FERRAMENTA DE GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS PRODUZIDOS EM UM MICROEMPREENDIMENTO
HORTIFRUTÍCOLA
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de compostagem, 207,432 kg de composto foram gerados. Uma matriz SWOT foi


aplicada para tomada de decisão de implantação de um sistema de gestão de resíduos
eficiente. A compostagem em pequena escala pode contribuir para reciclagem desses
resíduos transformando-os num novo produto para fins agrícolas e paisagísticos, desde
que se faça estudo técnico de viabilidade. As principais causas da geração e desperdício
foram associadas a má conservação/gestão das hortifrutícolas. Foi possível verificar,
portanto, que a compostagem pode atuar como ferramenta de gestão de RO’s em
ambiente urbano.

Palavras chave: Feira; desperdício; matriz SWOT; bioinsumo.

ABSTRACT
Much of the organic waste (OR's) has been generated in establishments located at fairs.
The objective was to evaluate the causes of the generation and waste of RO's in a
microenterprise, located in São Luís - MA, and the possibilities of recycling these
materials through small-scale composting. 345.72 kg RO's were collected and deposited
in three types of composters. After 120 days of composting, 207,432 kg of compost were
generated. A SWOT matrix was applied for decision making on the implementation of an
efficient waste management system. Composting on a small scale can contribute to the
recycling of this waste, transforming it into a new product for agricultural and landscape
purposes, provided that a technical feasibility study is carried out. The main causes of
generation and waste were associated with poor conservation/management of fruit and
vegetables. It was possible to verify, therefore, that composting can act as a RO’s
management tool in an urban environment.

KEYWORDS: Fair; waste; SWOT matrix; bioinsumption.

RESUMEN
Gran parte de los residuos orgánicos (RO's) se han generado en establecimientos
ubicados en ferias. El objetivo fue evaluar las causas de la generación y desperdicio de
RO's en una microempresa, ubicada en São Luís - MA, y las posibilidades de reciclaje
de estos materiales a través del compostaje de pequeña escala. Se recogieron 345,72
kg de RO's y se depositaron en tres tipos de compostadores. Después de 120 días de
compostaje se generaron 207.432 kg de compost. Se aplicó una matriz DAFO para la
toma de decisiones sobre la implementación de un sistema de gestión eficiente de
residuos. El compostaje a pequeña escala puede contribuir al reciclaje de estos
residuos, transformándolos en un nuevo producto con fines agrícolas y paisajísticos,
siempre que se realice un estudio de viabilidad técnica. Las principales causas de
generación y desperdicio estuvieron asociadas a la mala conservación/manejo de frutas
y hortalizas. Se pudo comprobar, por lo tanto, que el compostaje puede actuar como
herramienta de gestión de RO en un entorno urbano.

Palabras clave: Feria; residuos; matriz FODA; bioinsumo.

1. Introdução
O desenvolvimento acelerado das cidades, em seus aspectos sociais e
econômicos, tem resultado em estímulos ao consumo exacerbado e ao
desperdício, com poucas medidas de controle, provocando, consequentemente,

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geração de resíduos que causam sérios impactos negativos ao ambiente


(BRINCK et al., 2020). Tecnologias simples e viáveis devem ser criadas e
adotadas para que haja mitigação dos efeitos danosos aos ecossistemas
terrestres e marinhos, contudo as soluções ambientais não são capazes de
acompanhar a velocidade com a qual os resíduos são descartados (BRINCK et
al., 2020; OLIVEIRA; CONCEIÇÃO; LIMA, 2020).
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) revelaram que em
2019 foram desperdiçados em torno de 17% (931 milhões de toneladas) de
alimentos no mundo em locais residenciais (11%), varejistas (2%) e serviços de
alimentação (5%) (FAO, 2021). Nas residências brasileiras, as frutas e hortaliças
somam 8% no ranking dos alimentos mais desperdiçados, ficando apenas atrás
de outros alimentos como arroz (22%) carne bovina (20%), feijão (16%) e carne
de frango (15%) (ARAÚJO et al., 2018). Há uma forte carência de estudos sobre
o desperdício de frutas e hortaliças nos centros distribuidores, varejistas e
atacadistas (GUARNIERI et al., 2021).
Todos os dias alimentos de origem vegetal são comercializados em
grandes quantidades por feirantes, essa atividade comercial resulta em um
volume demasiado de resíduos orgânicos que são produzidos em decorrência
de inconformidades aos padrões de comercialização (CARDOSO e VIEIRA,
2019; SILVA e MARIN, 2019). Dentre as metas para o Objetivo de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidas pela ONU, está a meta 12
(Consumo e Produção Sustentável), na qual está contida a submeta 12.3, onde
fica estipulado que até em 2030 deveremos mitigar o desperdício de origem
alimentar no comércio varejista, do consumidor final e de toda a cadeia logística,
abrangendo também a pós-colheita (BRASIL, 2019).
A compostagem pode ser entendida como uma forma, nos quais aspectos
biológicos, físicos e químicos se relacionam dentro do processo de deterioração
da matéria orgânica, tendo como resultado um produto com características
fertilizantes e que pode ser empregado em pequenas áreas e em pequena
escala (CZAPELA et al., 2020; VENZKE, 2020; PAZ; CARVALHO; SILVA, 2022).
Como relatado por Ayilara et al., (2020) os fertilizantes de origem química
possuem nutrientes que são rapidamente disponibilizados para absorção das

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raízes dos vegetais, contudo suas desvantagens vão além de suas vantagens
agronômicas, como a poluição de ambientes terrestres e marinhos. Essas
desvantagens vêm fazendo com que agricultores retornem ao uso de compostos
orgânicos para restaurar a fertilidade natural dos solos (AYILARA et al., 2020).
Os resíduos sólidos orgânicos tratados pelo processo da compostagem
representam uma biotecnologia capaz de recuperar macro e micronutrientes que
seriam perdidos (SOOBRANY, 2019). A aplicação do composto orgânico
proveniente da compostagem limiam a fertilidade dos solos aumentando a
produtividade das culturas (SAYARA, 2020; O’CONNOR, 2021).
A matriz SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats) é
uma ferramenta de gerenciamento utilizada pela administração e que também
pode ser empregada para definir os pontos fortes, fracos, oportunidades e
ameaças no processo de compostagem tradicional e em processos que utilizem
tecnologias mais avançadas para compostagem de resíduos. Para Berticelli,
Pandolfo e Korf (2016) os métodos de compostagem que utilizam tecnologias
superiores necessitam de maior capital financeiro investido, contudo Sayara et
al., (2020) relataram que a compostagem é uma das poucas tecnologias capaz
de ser projetada em qualquer escala, seja doméstica ou em estações de
tratamentos do município.
Diante desse contexto, o objetivo desta pesquisa consiste em avaliar as
causas da geração e do desperdício de resíduos sólidos orgânicos em um
microempreendimento, localizado em São Luís – MA, e as possibilidades de
reciclagem desses materiais através do processo da compostagem em pequena
escala.

2. Metodologia
2.1 Localização da área de estudo
O estudo de caso foi realizado em um microempreendimento do ramo
hortifrutícola localizado em uma feira tradicional de um bairro de São Luís – MA
(2º 33’ 36.81”S e 44º 13’ 50.01” O). O microempreendimento possui menos de
05 anos de criação no mercado formal, a mão de obra empregada é familiar e

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os resíduos orgânicos gerados são destinados ao aterro municipal por meio do


sistema de coleta pública realizado por uma empresa terceirizada da prefeitura.

2.2 Coletas de resíduos hortifrutícolas e de varrição


As coletas foram realizadas em dias alternados durante o primeiro
trimestre de 2022, a contar do dia 01 de janeiro ao dia 31 de março. Para as
coletas foram utilizados recipientes de plástico cilíndrico com capacidade para
até 15 litros de resíduos orgânicos. O modelo de compostagem adotado foi o
descentralizado, como caracterizado por Siqueira e Assad (2015), por estar
dentro do perímetro urbano e oriundo de pequenos geradores. Os funcionários
da microempresa foram previamente orientados a realizarem a coleta seletiva
apenas dos materiais orgânicos de origem vegetal, evitando assim que outros
materiais de origem animal e inorgânica fossem depositados no recipiente
coletor.
Os resíduos orgânicos secos usados no processo da compostagem,
foram advindos do processo de varrição de uma associação localizada a cerca
de 1 km de distância do fornecedor dos resíduos orgânicos. Os resíduos foram
transportados para uma unidade de compostagem provisória sediada em um
imóvel cedido por um morador da comunidade a cerca de 300 metros de
distância do microempreendimento. O espaço destinado a compostagem
possuía 3 m2.

2.3 Confecção e montagem das composteiras


Foram utilizados três tipos de composteiras que se diferenciam no
tamanho, modelo e no tipo de material de sua composição. As primeiras
composteiras utilizadas foram confeccionadas conforme adaptações de Silva et
al., (2019) reutilizando 50 recipientes de plástico cilíndricos com capacidade para
até 15 litros. Os recipientes foram sobrepostos em série de três. Os mesmos
foram recobertos com embalagens laminadas descartadas com objetivo de
agregar mais esse resíduo (Figura 1).

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Figura 1. Respresentação esquemática das composteira de plático utilizadas na pesquisa.

Fonte: Autores, 2022.

O segundo modelo de composteira foi confeccionada reutilizando caixas


de madeira com as dimensões de 50cm x 37cm x 30cm, as quais foram
adquiridas no próprio microempreendimento como material de descarte. Para
montagem da composteira foram reutilizadas 03 caixas de madeiras, tendo em
vista a necessidade de “vedação” das laterais, fundo e ainda a confecção de uma
tampa. Foram empregadas 09 caixas para confecção de 3 composteiras de
madeira (Figura 2).

Figura 2. Respresentação esquemática das composteira de madeira utilizadas na pesquisa.

Fonte: Autores, 2022.

O terceiro modelo de composteira foi confeccionado reutilizando


recipiente de plástico “bombona” com capacidade para até 200 litros. O fundo da
composteira foi preenchido com pedra brita número zero e inserido uma torneira
na extremidade inferior para retirada do líquido percolante, contudo não houve
percolamento. A borda superior foi perfurada para facilitar a entrada e circulação
de ar (Figura 3).

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Figura 3. Respresentação esquemática das composteira de plático “bombona” utilizadas na


pesquisa.

Fonte: Autores, 2022.

Adotou-se o uso dos três modelos de composteiras devido ao tamanho


do espaço disponibilizado, a quantidade de resíduos e aos recursos de materiais
físicos disponíveis no local. Desse modo, os resíduos ao chegarem na unidade
de compostagem seguiram para as primeiras composteiras de plástico.
Decorrido um mês os materiais em decomposição foram transferidos para as
composteiras de caixas de madeira, no mês seguinte foram novamente
transferidos para a composteira de material plástico, capaz de receber o
conteúdo das três composteiras de madeira (Figura 4). Em virtude disso, foi
possível receber e compostar todos os resíduos orgânicos oriundos do
microempreendimento hortifrutícola. Todas as composteiras foram preenchidas
com cerca de 70% de seu volume em resíduo, conforme recomendação de
Souza et al., (2020).

Figura 4. Respresentação esquemática das composteiras de plático utilizadas na pesquisa.

Composteiras 1 Composteiras 2 Composteira 3

Fonte: Autores, 2022.

2.4 Processamento e compostagem dos resíduos


Para pesagem dos materiais coletados foi utilizado uma balança digital
portátil de mão modelo STC – 022, com gancho na extremidade inferior,
capacidade para até 50 kg e previamente aferida. Os resíduos foram pesados
logo após a chegada na unidade temporária de compostagem. Os resíduos

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foram fragmentados conforme proposto por Lacerda et al., (2020) para acelerar
o processo de decomposição dos materiais, as folhas secas utilizadas como
fonte de carbono não passaram por fragmentações pois encontravam-se
naturalmente em avançado estado de decomposição. Os resíduos foram
depositados nas composteiras respeitando a proporção de uma parte de
resíduos orgânicos para duas partes de folhas secas (1:2), quando necessário a
proporção de folhas secas foi elevada para três partes (1:3) a fim de melhor
controlar a umidade excessiva proporcionadas por vegetais ricos em água em
sua constituição (Figura 5). O processo da compostagem durou 120 dias para
cada mês de coleta, com revolvimentos realizados três vezes por semana no
primeiro mês, duas vezes por semana no segundo mês e uma vez a cada duas
semanas nos meses seguintes.

Figura 5. Respresentação esquemática dos principais resíduos utilizados na pesquisa.

Fonte: Autores, 2022.

2.5 Quantificação do composto gerado


Decorrido o tempo de compostagem estabelecido, o composto gerado
referente a cada mês de coleta foi pesado a fim de comparação e perspectiva de
geração de resíduos ao longo do ano, contudo as entradas de folhas secas nas
composteiras não foram contabilizadas, levando-se em consideração apenas os
aportes dos resíduos oriundos do microempreendimento. Os resultados foram
dados em média descritiva utilizando o programa Microsoft Excel ® e os gráficos
foram feitos com auxílio do programa estatístico Past 4.03®.

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2.6 Matriz SWOT


Foi empregada a matriz SWOT, conhecida no Brasil como matriz FOFA,
para avaliar os pontos fortes, fracos, as oportunidades e as ameaças do
processo de compostagem dos resíduos orgânicos gerados, com o intuito de
traçar medidas para possíveis melhorias ao processo de compostagem e
sugestão de adoção da prática para o microempreendimento. Esse método
qualifica os quatro elementos (SWOT) de maneira estratégica sendo de grande
relevância para a tomada de decisão (MEDEIROS et al., 2021; MELLO; PINTO;
MELLO, 2022).

3. Resultados e Discussão
3.1 Quantificação dos resíduos
Com base nas pesagens realizadas na unidade de compostagem foi
possível mensurar quantitativamente os resíduos gerados por mês no
microempreendimento (Figura 6). Os resíduos gerados foram classificados
segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 10004 (ABNT, 2004)
como resíduo não perigoso (Classe II A ou Não-Inertes) por apresentarem
biodegradabilidade, combustão ou serem solúveis em meio aquoso. Os resíduos
não foram avaliados qualitativamente, contudo com base em observações, foi
verificado a presença de grande diversidade de frutas e hortaliças.
Os meses de janeiro e março apresentaram quantidades de resíduos
semelhantes com 101,84 kg e 108,34 kg respectivamente. Para o mês de
fevereiro se observou uma maior quantidade de resíduos (135,54 kg) em relação
ao mês antecessor e sucessor (Figura 1), consequência de coletas adicionais
em um mesmo dia para suprir a demanda dos resíduos gerados, considerando
a capacidade máxima do recipiente coletor, o que não foi observado no mês de
janeiro e março.

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Figura 6. Quantificação de resíduos gerados por mês pelo microempreendimento

.
Fonte: Autores, 2022.

De posse desses dados quantitativos do trimestre, foi possível realizar


uma projeção do desperdício anual de resíduos promovido pelo
microempreendimento para o ano de 2022, com um total de 1.382,88 kg/ano.
Isto é, mais de 1 tonelada é gerada pelo estabelecimento, o qual é encaminhado
exclusivamente para o aterro sanitário, através da coleta municipal. Portanto, fica
clara a problemática ambiental que esses resíduos podem ocasionar ao meio
ambiente, como emissões de gases poluentes, atração e\ou proliferação de
vetores, entre outros infortúnios decorrentes do não tratamento da fração
orgânica. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada –
IPEA, somente 1,6% dos resíduos orgânicos são destinados para unidades de
compostagem (BRASIL, 2012), mesmo com a notável passividade de
reciclagem.
Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza
Pública e Resíduos Especiais, em 2021 a produção de resíduos sólidos urbanos
no Brasil foi em média de 1,07 kg/ habitante (ABRELPE, 2021). Fazendo-se a
associação entre a quantidade média diária de resíduos sólidos orgânicos
proveniente do microempreendimento com os resíduos sólidos urbanos gerados
por pessoa no Brasil, pode-se concluir que, dividindo a média do total em três
meses de coleta dos resíduos por 30 dias, o microempreendimento produz
diariamente aproximadamente ao equivalente a quatro pessoas (3,84).

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3.2 Causas dos desperdícios sofridos pelo microempreendimento


Para Ferreira (2017) as perdas de pós-colheita de hortifrutícolas são
geradas por distúrbios que começam no campo e se estendem até o consumidor
final, em que os envolvidos acabam por se habituarem nesta condição. Com
base no observado in loco no microempreendimento e no material coletado
durante a triagem na unidade de compostagem, foi possível averiguar as
possíveis causas das perdas de hortifrutícolas durante o período de estudo,
levando em consideração também outros trabalhos disponíveis na literatura com
a temática abordada.
O microempreendimento possuía um refrigerador, contudo o mesmo não
era capaz de suprir toda a demanda de frutas e hortaliças comercializadas, além
de alguns vegetais serem postos em exposição na frente do estabelecimento “a
vista do cliente”, esse fato pôde ter contribuído para a deterioração mais
acelerada de hortaliças folhosas e frutas suculentas fatiadas. Consoante Chitarra
e Chitarra (2005) as temperaturas elevadas afetam negativamente o
metabolismo vegetal provocando geração de etileno, maturação, diminuição de
massa e perda de vigor vegetal.
Os microrganismos decompositores possuem uma temperatura ótima
para seu desenvolvimento e multiplicação, desta maneira o uso de refrigeração
contribui para diminuição da curva microbiana, contudo cada tipo de hortaliça e
fruta apresenta uma temperatura adequada para armazenamento (LEONARDI;
AZEVEDO; MARCAINI, 2018; OLIVEIRA e MENDES, 2021). Lima, Salum e Cruz
(2021) em estudo realizado em uma feira livre, constataram desperdício de 13%
em materiais vendidos em bancas, apontando como fatores principais a
temperatura alta da cidade associada ao pequeno espaço de acondicionamento
dos materiais nas bancas.
A umidade também foi apontada por Ricarte et al. (2008) como um fator
que provoca a perda de peso das frutas e hortaliças, a forma inadequada que
esses vegetais ficam posicionados nas prateleiras também contribui para uma
má movimentação do ar, ocasionando um microclima que favorecerá a
proliferação de microrganismos e consequentemente reduzirá o tempo de vida
dos vegetais. Na pós-colheita, incluindo a comercialização de hortifrutícolas

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podem ocorrer danos em decorrência do surgimento de microrganismos


fitopatogênicos, mais comumente fungos e bactérias, que colaboram
expressivamente para diminuição da qualidade dos vegetais comercializados
(DIAHARA et al., 2020) e conseguinte na não-aceitação pelo consumidor final. A
embalagem também é citada por Rosa et al., (2018) como uma maneira de
diminuir a deterioração dos vegetais, os autores ainda ressalvaram que apenas
hortifrutícolas sadios devem ser embalados, evitando assim, que produtos
infectados se tornem inóculos para outros vegetais sadios. No
microempreendimento estudado foi verificado uma grande quantidade de injúrias
de origem física e biológicas (Figura 7). Essas injúrias tornam-se uma porta de
entrada de microrganismos fitopatogênicos e saprófitas que durante o seu
metabolismo produzem compostos químicos que contaminam os alimentos
tornando-os impróprios para o consumo.

Figura 7. Injúria mecânica em tomate (Solanum lycopersicum) servindo como porta de entrada
para colonização de microrganismos saprófitas (A); Tomate (S. lycopersicum) com fendas
“Russeting” provocadas por injúrias fisiológicas em decorrência da deficiência de Boro e Cálcio
(B); Folhas de Vinagreira (Hibiscus sabdariffa L.) atacadas por cercoporiose (C); Bananas
(Musa spp) atacadas por antracnose causadas pelo fungo Colletotrichum musae.

A B

C D
Fonte: Autores, 2022.

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3.3 Medidas mitigadoras para combater o desperdício


Almeida et al. (2020) relataram várias medidas que podem ser adotadas
para diminuir os desperdícios, com a aplicação de técnicas adequadas de pós-
colheita. Segundo os mesmos autores, a maior parte dos vegetais
comercializados no Maranhão provém de outros estados e que,
consequentemente, acarreta perdas e desperdícios em toda a cadeia logística.
O fortalecimento da agricultura local poderá contribuir significativamente para
mitigação das perdas e desperdícios desses alimentos visto que a distância entre
os produtores e os canais de distribuição serão encurtados refletindo em
produtos mais acessíveis (ALMEIDA et al., 2020).
Possivelmente os colaboradores do microempreendimento nunca
passaram por nenhum treinamento ou capacitação que pudesse refletir na
mitigação do desperdício e geração dos resíduos. Segundo Almeida e Rosas
(2020) a capacitação dos colaboradores e empresários envolvidos na atividade
acerca das boas práticas de armazenamento, manejo e elaboração de novos
produtos poderá contribuir na mitigação do desperdício e menor perda
econômica. Guerra et al. (2017) propôs que medidas de educação gerencial
devam ser empregadas para evitar desperdícios em decorrência da
sazonalidade, alimentos embalados de forma inadequada, estoque em demasia
e ainda emprego de assistência técnica especializada capaz de suprir as
necessidades do produtor rural e do comerciante. Os autores ainda relataram a
importância em educar o consumidor na hora da compra, tendo em vista, que a
maioria manipula os alimentos de forma inadequada. De forma semelhante,
Almeida e Rosas (2020) e Spagnol et al. (2018) recomendaram o uso de
planilhas ou programas computacionais de gestão para melhor adequar a
demanda real e realizar comparativos de preços durante a compra dos vegetais
e evitar desperdícios de hortifrutícolas em toda a cadeia logística.
Lima, Salum e Cruz (2021) ao estudarem os resíduos orgânicos
provenientes de uma feira livre localizada em um município de Sergipe,
concluíram que aproximadamente 67% de materiais orgânicos descartados
durante a atividade possuíam potencial para reaproveitamento no preparo de
saladas de frutas e sopas. Esse reaproveitamento também pode ser empregado

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no microempreendimento estudado com uma forma de combater o desperdício


e ainda obter lucro na venda desses subprodutos, pois foi observado que não
era empregado nenhum tipo de reaproveitamento dos vegetais que não
atendiam os padrões do consumidor. Conforme Saraiva et al. (2018), o
reaproveitamento dos resíduos oriundos da agroindústria pode diminuir os
custos essenciais para o tratamento prévio ao seu descarte final, além de
agregar valor ao subproduto gerado que poderá ser utilizado na alimentação
humana. Diversos autores também apontam na literatura a técnica da
compostagem como uma forma de tratamento de resíduos sólidos orgânicos
provenientes de feiras, supermercados, restaurantes e de outros locais urbanos
(MELO e DUARTE, 2018; SOUZA; CARMO; SILVA, 2020; SANTOS; OLIVEIRA;
OLIVEIRA, 2020).

3.4 Quantificação dos compostos gerados


Ao fim do processo de compostagem, os compostos gerados nos
referidos meses foram pesados, e notou-se uma perda de 60% entre o peso
inicial dos resíduos e o peso final do composto em cada mês (Figura 8).

Figura 8. Quantificação de compostos gerados por mês pelo microempreendimento.

Fonte: Autores, 2022.

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Leite, Georgiana Eurides de Carvalho Marques, Luane Alcântara Nunes ,Roberta Almeida Muniz,
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O mês em que houve maior geração de resíduos também foi o que houve
a maior produção de composto final, revelando uma relação diretamente
proporcional entre a quantidade de resíduos compostados e a quantidade de
composto gerado. Contudo, vale salientar que essa razão depende também da
fonte de carbono utilizada (folhas secas ou serragem), da diversidade e do teor
de umidade de materiais orgânicos empregados no processo.
O conhecimento das perdas em volume e em massa foram descritas por
Breitenbeck e Schellinger (2004) como um fator importante para a concepção do
gerenciamento em unidades de compostagem. Feitosa et al. (2021) utilizando
recipientes cilíndricos de plástico como composteira, verificaram redução de
66% entre o peso inicial e o peso final com processo de compostagem em 120
dias, valor semelhante ao encontrado nesta pesquisa, levando em consideração
o método e a quantidade de dias adotados em ambos.
Com base nos dados obtidos durante o primeiro trimestre, foi possível
também realizar uma projeção para todo o ano de 2022. Um total de 622,2 kg,
ou seja, mais de meia tonelada de resíduos poderiam ser bioreciclados e
transformados em um novo produto com características distintas dos materiais
de origem. No mercado formal de São Luís, uma embalagem com 25 kg de
composto orgânico custa atualmente R$42,90. Levando em consideração a
produção estimada anual do composto, verifica-se que pode se obter um valor
bruto de R$1.067,69 ao ano levando em consideração a capacidade de
recebimento mensal de resíduos na unidade de compostagem. Contudo a adição
de minhocas ao sistema de compostagem poderá triplicar ou quadruplicar esse
mesmo valor ganho por ano, outra estratégia que poderia ser utilizada é a venda
fracionada que supra a necessidade de compra de pequenos consumidores
locais que necessitem adquirir uma quantidade inferior a 25 kg para uso em
jardins e hortas domésticas.

3.5 Matriz SWOT


A partir do Quadro 1 é possível notar os aspectos positivos e negativos
relacionados ao ambiente interno e externo do processo de produção de
composto orgânico por meio da compostagem em pequena escala. De posse da

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matriz detalhada, é possível que a tomada de decisão pelo processo de


produção seja facilitada ao microempreendimento.

Quadro 1. Matrix SWOT para processos de compostagem tradicionais.

Produção de composto orgânico

Aspectos Positivos Aspectos Negativos


Forças Fraquezas
• Impactos positivos ao meio ambiente • Demanda por coleta seletiva entre
(PERGOLA et al., 2018). materiais orgânicos e inorgânicos
• Conversão de resíduos em novos produtos (OLIVEIRA et al., 2017).
Ambiente interno

com aplicações em outros setores • Necessidade de análises da


(MONTEIRO, 2016; LACERDA et al., 2020). sanidade do composto final
• Valor agregado facilmente empregado aos (GURTLER et al., 2018; CZAPELA
resíduos orgânicos (BRUNI et al., 2020). et al., 2020).
• Alternativa aos fertilizantes químicos e • Longa duração, mineralização e
capacidade de supressão de patógenos e possível liberação de odor
fitopatógenos (SAYARA et al., 2020). (AYILARA et al., 2020).
• Falta de popularidade do
processo, que poderá surtir em
baixa demanda no mercado
(CHEN; ZHANG; YUAN, 2020).
Oportunidade Ameaças
• Crescimento de 90,1% na venda de • Demanda por espaço e mão de
fertilizantes orgânicos em 2020 obra treinada (SOUZA e
Ambiente externo

(ABISOLO, 2021). VAZQUEZ, 2020).


• Procura por alimentos exclusivamente • Necessidade de realização de
produzidos em sistema orgânico estudo de viabilidade (GASPAR et
(EBERLE et al., 2019; INÁCIO et al., al., 2020).
2022).
• Abundância de resíduos compostáveis
(GARCIA e FENZL, 2022).
Fonte: Autores, 2022.

As forças e as fraquezas se igualaram na matriz, contudo alguns aspectos


citados como fraqueza podem ser minimizados ou até mesmo inexistirem, se o

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processo de compostagem for bem conduzido. O uso de Microrganismos


Eficientes (EM) associado a aeração foram apontadas por Souza, Carmo e Silva
(2020) como promotores de aceleração no tempo de compostagem, apontadas
como franqueza na matriz. As minhocas também são mencionadas por Cotta et
al., (2015) como facilitadoras da mineralização de nutrientes presente na
biomassa. A falta de oxigenação adequada e a falta de cominuição adequada
dos materiais depositados dentro da composteira podem gerar odores e ainda
servirem de atrativos de insetos, a solução está em revolver e diminuir o tamanho
dos resíduos já inseridos no processo (FREITAS; FREITAS; FREITAS, 2021).
Para o processo de compostagem empregando os resíduos provenientes
do microempreendimento, foram notados como fatores negativos o tempo longo
do processo que pode comprometer a demanda por espaço, contudo o uso de
minhocas pode reduzidr o tempo de compostagem para 60 dias além de
melhorar a qualidade do produto final. Não foram notados atração e proliferação
de insetos, roedores e aracnídeos, bem como também não houve exalação de
odores, tendo em vista que a unidade de compostagem era sediada em ambiente
urbano e qualquer surgimento de alguns desses fatores tidos como negativos na
matriz SWOT poderia inviabilizar o andamento do processo de compostagem.
Vários dos fatores positivos apresentados na matriz foram perceptíveis no
gerenciamento e processamento dos resíduos, cabe destacar principalmente a
abundancia da matéria-prima para compostagem e os impactos negativos
mitigados ao ambiente.

4. Considerações Finais
No período de três meses foram coletados em média 115,24 kg de
resíduos orgânicos em um microempreendimento que foram bioconvertidos em
composto orgânico. As principais causas do desperdício encontradas no estudo
foram associadas a má conservação e má gestão dos produtos hortifrutícolas,
que ocasionaram geração de resíduos orgânicos em demasia que, outrora, não
tinham destinação sustentável dado pelo microempreendimento.
Para combater os desperdícios no microempreendimento, medidas como
treinamento dos funcionários, uso de ferramentas e programas computacionais

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devem ser utilizados para minimização de danos econômicos em decorrência da


manipulação, estocagem e compras inadequadas de hortifrutícolas. A matriz
SWOT contribuiu para tomada de decisão de implantação de um sistema de
gestão de resíduos eficiente, capaz de reciclar todos os resíduos de origem
vegetal produzidos no estabelecimento.
A compostagem em pequena escala pode contribuir para reciclagem de
resíduos orgânicos de empreendimento de pequeno e médio porte (tidos como
pequenos geradores) transformando-os em um novo produto para fins agrícolas
e paisagísticas, desde que se faça um estudo técnico de viabilidade,
principalmente de espaço para recepção e processamento dos materiais.
Foi possível verificar, portanto, que a compostagem pode atuar como ferramenta
de gestão de resíduos sólidos orgânicos produzidos em ambientes urbanos e
ainda pode contribuir para consolidação da economia circular e agroecologia
urbana.

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