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Tubarão/SC
2017
OTÁVIO HENRIQUE DE MELO SCHIEFLER
Tubarão/SC
2017
OTÁVIO HENRIQUE DE MELO SCHIEFLER
Tubarão, 06/11/2017.
______________________________________________________
Prof. Sérgio Santalucia Ramos da Silva, Me.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Anderson Assumpção Me.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Débora Maria Marques Callado de Oliveira, Ma.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Dedico este trabalho aos meus pais, Simone de
Melo Schiefler e Alexandre Otávio Kolb
Schiefler, e minha avó Rute, por todo apoio,
confiança e incentivo para correr atrás dos
meus sonhos e objetivos.
AGRADECIMENTOS
Este estudo teve como objetivo realizar um levantamento retrospectivo dos cães
traumatizados, com histórico de trauma torácico, atendidos no Hospital Veterinário Unisul
(HVU), Tubarão/SC, durante o período de maio de 2014 a agosto de 2017. Foram obtidos o
total de 19 casos de cães vítimas de traumatismo torácico através da análise das fichas clínicas
e cirúrgicas contidas no banco de dados do HVU, tendo como principal causa dessa afecção o
acidente automobilístico (57,89%). Posteriormente, os casos foram classificados quanto ao
número total de complicações, uma complicação e múltiplas complicações, assim como a
análise das frequências dessas complicações, na qual a hérnia diafragmática foi a alteração
mais presente (47,36%), seguido por pneumotórax (36,84%) e fratura de costela (31,57%).
Com relação ao número de complicações, foi identificado igualdade nos dois grupos, ambos
apresentando o mesmo número de casos (47,36%). Dessa forma, os casos foram
reorganizados novamente em dois grupos, porém, utilizando como comparativo a etiologia
mais frequente (acidente automobilístico) e outras etiologias com o número total de
complicações, na qual obteve-se também igualdade com relação ao número de casos. Além
disso, outros dados foram análisados, como o índice de sobrevivência com relação a principal
etiologia responsável pelo trauma torácico, tendo 72,73% de taxa de sobrevivência. Os dados
cadastrais de raça, gênero, peso e idade foram categorizados e traçado o perfil característico
desse tipo de paciente no HVU, tendo cães SRD, machos, pequeno porte e com idade entre 1
e 5 anos em sua maioria (74%). Os parâmetros vitais de frequência cardíaca, frequência
respiratória, temperatura e coloração de mucosa foram analisados, porém, devido a falta de
alguns dados, a correlação não condiz com os resultados reais. Por fim, foi verificado o tipo
de tratamento necessário para resolução do problema, clínico ou cirúrgico, assim como a
resolução do caso, prognóstico favorável o paciente recebeu alta e prognóstico desfavorável o
paciente veio a óbito.
This study aimed to perform a retrospective survey of traumatized dogs with a history of
thoracic trauma, attended at the Unisul Veterinary Hospital (HVU), Tubarão / SC, from May
2014 to August 2017. A total of 19 The cases of dogs victims of thoracic trauma through the
analysis of the clinical and surgical records contained in the HVU database, having as the
main cause of the affection the automobile accident (57.89%). Subsequently, the cases were
classified according to the total number of complications, a complication and multiple
complications, such as frequency analysis, quality of life, improved quality of life (47.36%),
followed by pneumothorax (36.84% ) and rib fracture (31.57%). Regarding the number of
complications, equality was identified in both groups, both presenting the same number of
cases (47.36%). Thus, the cases were reorganized again into two groups, however, using as a
comparative the most frequent etiology (automobile accident) and other etiologies with the
total number of complications, in which there was also equality in relation to the number of
cases. In addition, other data were similar, such as the survival index in relation to the main
etiology responsible for thoracic trauma, with a survival rate of 72.73%. The cadastral data of
race, gender, weight and age were categorized and traced in the characteristic profile of the
non HVU type, with SRD dogs, males, small and aged between 1 and 5 years (74%). The vital
parameters of heart rate, respiratory rate, temperature and mucosal staining were analyzed,
however, due to lack of data, a correlation does not match the actual results. Finally, we
verified the type of treatment required to solve the problem, clinical or surgical, such as case
resolution, prognosis or patient and high definition and unfavorable prognosis of the patient
died.
TT - Trauma torácico
HVU - Hospital Veterinário Unisul
FC - Frequência cardíaca
FR - Frequência respiratória
T°C - Temperatura retal
SRD - Sem raça definida
O2 - Oxigênio
AMBU - Artificial manual breathing unit
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................12
2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................................13
2.1 ANATOMIA DO TÓRAX...............................................................................................13
2.2 TRAUMA.........................................................................................................................16
2.2.1 CINÉTICA DO TRAUMA.........................................................................................17
2.3 TRAUMA TORÁCICO...................................................................................................18
2.3.1 EFEITO OCUPAÇÃO DE ESPAÇO........................................................................18
2.3.1.1 PNEUMOTÓRAX......................................................................................................18
2.3.1.2 EFUSÃO PLEURAL..................................................................................................19
2.3.1.3 HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA...................................................................................19
2.3.2 CONTUSÃO PULMONAR........................................................................................19
2.3.3 FRATURA DE COSTELA.........................................................................................19
2.4 DIAGNÓSTICO...............................................................................................................20
2.4.1 TORACOCENTESE...................................................................................................20
2.4.2 EXAME RADIOGRÁFICO.......................................................................................21
2.5 ABORDAGEM DO PACIENTE TRAUMATIZADO....................................................24
2.5.1 ABORDAGEM PRIMÁRIA - PROTOCOLO ABC DO TRAUMa.......................24
2.5.2 ABORDAGEM SECUNDÁRIA - A CRASH PLAN................................................25
2.6 PROGNÓSTICO..............................................................................................................26
3 MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................................27
4 RESULTADOS..................................................................................................................28
5 ARTIGO............................................................................................................................29
RETROSPECTIVE STUDY OF TRAUMATIZED DOGS SEEN IN HVU WITH
THORACIC TRAUMA BETWEEN MAY 2014 AND AUGUST 2017............................29
5.1 RESUMO........................................................................................................................29
5.2 ABSTRACT....................................................................................................................30
5.3 INTRODUÇÃO..............................................................................................................30
5.4 MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................................32
5.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................33
5.6 CONCLUSÃO................................................................................................................37
5.7 AGRADECIMENTO (S)...............................................................................................37
5.8 REFERÊNCIAS.............................................................................................................38
6 CONCLUSÃO...................................................................................................................40
REFERÊNCIAS......................................................................................................................41
12
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.2 TRAUMA
O TT representa cerca de 10% das lesões causadas por algum tipo de traumatismo
na rotina de pequenos animais, sendo comum o atendimento com esse tipo de afecção
(CUNHA et al., 2009). Devido às consequências respiratórias, cardiovasculares e
hemorrágicas, as lesões causadas pelo TT estão entre as principais causas de óbito, sendo
necessária uma abordagem clínico-cirúrgica emergencial na maior parte dos casos (RAISER
et al., 2015).
As principais causas que resultam em traumatismo torácico especificamente são
atropelamento por automóveis, interações entre animais, quedas e objetos penetrantes
(RAMPAZZO et al., 2013). O TT dificilmente ocorre de forma isolada, geralmente estando
associadas a choque e outras lesões (WOUK, 2009). As complicações mais comuns são
contusão pulmonar, pneumotórax, efusão pleural, fratura de uma ou mais costelas e hérnia
diafragmática. A lesão à cavidade torácica pode ser classificada também em aberta ou fechada
(PAREDES, 2010).
A apresentação clínica consiste, principalmente, em sinais de distrição
respiratória, como taquipneia, posição ortopnéica e sons pulmonares abafados na auscultação.
Além disso, quando há presença de hemorragia, o animal pode apresentar hipovolemia ou até
mesmo entrar em um quadro de choque hipovolêmico, caracterizado por taquicardia, pulso
periférico fraco, extremidades frias, mucosas pálidas ou cianóticas pela baixa perfusão
tecidual e letargia (BJORLING, 2008; FOSSUM, 2008).
20
2.3.1.1 PNEUMOTÓRAX
2.4 DIAGNÓSTICO
2.4.1 TORACOCENTESE
três formas: através do aparelho anestésico, sendo o método mais ideal, com oxigênio a 100%.
Outra forma é o uso do AMBU®, que utiliza o oxigênio do ambiente (21% O2), podendo ser
acoplado a um reservatório de oxigênio, chegando ao 100% ou através de uma máscara ou
sonda nasal conectada a uma fonte de oxigênio 100%, caso o paciente esteja acordado e
respirando sozinho (ROSSI et al., 2007).
Circulação (C) - Durante a avaliação circulatória, deve-se verificar a presença de
bulhas cardíacas, sua frequência, intensidade e ritmo, assim como a presença e qualidade de
pulso. Para avaliar esses parâmetros, utiliza-se a auscultação e Doppler vascular ou
oscilométrico, respectivamente. Também é necessário verificar a perfusão tecidual do
paciente, através da análise de coloração de mucosas e tempo de preenchimento capilar e a
hemodinâmica do paciente, identificando a presença de hemorragias internas ou externas
(CROWE, 2009; RAISER et al., 2015).
A Arteries (Artérias)
N Nerves (Nervos)
2.6 PROGNÓSTICO
3 MATERIAL E MÉTODOS
O levantamento de dados foi obtido pela avaliação das fichas clínicas e cirúrgicas dos
cães traumatizados contidas no banco de dados do Hospital Veterinário Unisul, Tubarão/SC,
com histórico de TT, referente ao período de maio de 2014 a agosto de 2017.
Os dados sobre ano, dados cadastrais de raça, gênero, peso e idade, etiologia do
traumatismo, complicações decorrentes do TT (pneumotórax, efusão pleural, hérnia
diafragmática. contusão pulmonar e fratura de costela), parâmetros vitais de frequência
cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), temperatura (T°C) e coloração de mucosa, tipo de
tratamento (clínico ou cirúrgico) e o prognóstico (favorável - alta, desfavorável - óbito) dos
casos foram obtidos por meio da análise manual de cada ficha dos cães com TT.
Posterior à coleta e análise, os dados foram organizados em planilha do software Excel
2007 da plataforma Windows, onde foi verificado a frequência dos seguintes dados: número
de casos nos 40 meses do estudo, raça, sexo, etiologia, complicações, parâmetros vitais (FC,
FR, T°C e coloração de mucosa), tratamento e prognóstico. Dentro das análise das
complicações, os casos ainda foram separados em dois grupos, conforme a quantidade de
complicações: monocomplicação e multicomplicação. Além disso, foi verificado a média e
desvio padrão dos dados de peso e idade, bem como a classificação quanto ao porte dos cães:
pequeno porte (até 10 kg), médio porte (10 a 20 kg) e grande porte (acima de 20 kg),
conforme é classificado no HVU.
Após a análise das distribuições de frequências e médias, os dados obtidos foram
comparados com o que a literatura relata a respeito do TT.
30
4 RESULTADOS
5 ARTIGO
Retrospective study of traumatized dogs seen in HVU with thoracic trauma between
5.1 RESUMO
Este estudo teve como objetivo realizar um levantamento retrospectivo dos cães
(HVU), Tubarão/SC, durante o período de maio de 2014 a agosto de 2017. Foram obtidos o
total de 19 casos de cães vítimas de traumatismo torácico através da análise das fichas clínicas
e cirúrgicas contidas no banco de dados do HVU, tendo como principal causa dessa afecção o
análise das frequências dessas complicações, na qual a hérnia diafragmática foi a alteração
mais presente (47,36%), seguido por pneumotórax (36,84%) e fratura de costela (31,57%).
Com relação ao número de complicações, foi identificado igualdade nos dois grupos, ambos
¹
1
Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL),
Tubarão, SC, Brasil. E-mail: vetotavio@gmail.com.
²*
2
Professor do Curso de Medicina Veterinária da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão,
SC, Brasil. E-mail: santalucia.sergio@gmail.com. Autor para correspondência.
32
complicações, na qual obteve-se também igualdade com relação ao número de casos. Além
disso, outros dados foram analisados, como o índice de sobrevivência com relação a principal
etiologia responsável pelo trauma torácico, tendo 72,73% de taxa de sobrevivência. Os dados
cadastrais de raça, gênero, peso e idade foram categorizados e traçado o perfil característico
desse tipo de paciente no HVU, tendo cães SRD, machos, pequeno porte e com idade entre 1
alguns dados, a correlação não condiz com os resultados reais. Por fim, foi verificado o tipo
5.2 ABSTRACT
This study aimed to perform a retrospective survey of traumatized dogs with a history of
thoracic trauma, attended at the Unisul Veterinary Hospital (HVU), Tubarão / SC, from May
2014 to August 2017. A total of 19 The cases of dogs victims of thoracic trauma through the
analysis of the clinical and surgical records contained in the HVU database, having as the
main cause of the affection the automobile accident (57.89%). Subsequently, the cases were
complications, such as frequency analysis, quality of life, improved quality of life (47.36%),
followed by pneumothorax (36.84% ) and rib fracture (31.57%). Regarding the number of
complications, equality was identified in both groups, both presenting the same number of
cases (47.36%). Thus, the cases were reorganized again into two groups, however, using as a
comparative the most frequent etiology (automobile accident) and other etiologies with the
total number of complications, in which there was also equality in relation to the number of
cases. In addition, other data were similar, such as the survival index in relation to the main
etiology responsible for thoracic trauma, with a survival rate of 72.73%. The cadastral data of
race, gender, weight and age were categorized and traced in the characteristic profile of the
non HVU type, with SRD dogs, males, small and aged between 1 and 5 years (74%). The vital
parameters of heart rate, respiratory rate, temperature and mucosal staining were analyzed,
however, due to lack of data, a correlation does not match the actual results. Finally, we
verified the type of treatment required to solve the problem, clinical or surgical, such as case
resolution, prognosis or patient and high definition and unfavorable prognosis of the patient
died.Key words: Chest trauma, Diaphragmatic hernia, Automobile accident, Dogs, Intra-
5.3 INTRODUÇÃO
O trauma torácico (TT) representa uma causa comum de óbito em cães e, por conta
de suas complicações, requer uma abordagem emergencial na maior parte dos casos (RAISER
entre animais e humanos, quedas, perfurações por objetos penetrantes e armas de fogo
(AGUIAR, 2011). As consequências das lesões mais comuns por conta do TT são:
pneumotórax (aberto ou fechado), efusão pleural (tendo o hemotórax como principal), hérnia
espaço pleural, onde a entrada de ar pode vir por meio de uma lesão direta na parede torácica
parede torácica (RAISER et al., 2015). A efusão pleural é caracterizada pelo acúmulo de
passagem de órgãos abdominais para dentro da cavidade torácica (PRADO et al., 2013).
descompressão de forma rápida e não penetrante da parede pulmonar. Como resultado, pode
dentro dos pulmões progride, a troca gasosa torna-se ineficiente (MARKS, 2011; WADDELL
Tubarão/SC, com histórico de TT, durante o período de maio de 2014 a agosto de 2017,
do TT, taxa de óbito dessa afecção, qual gênero possui maior acometimento, analisar o padrão
fisiológico, qual porte é mais acometido, assim como a média de peso e idade, bem como a
resolução dos casos. Dessa forma, é possível traçar um perfil desse tipo de paciente,
O levantamento de dados foi obtido pela avaliação das fichas clínicas e cirúrgicas dos
Os dados sobre ano, dados cadastrais de raça, gênero, peso e idade, etiologia do
cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), temperatura (T°C) e coloração de mucosa, tipo de
casos foram obtidos por meio da análise de cada ficha dos cães com TT.
36
Excel 2007 da plataforma Windows, onde foi verificado a frequência dos seguintes dados:
número de casos nos 40 meses do estudo, raça, sexo, etiologia, complicações, parâmetros
vitais (FC, FR, T°C e coloração de mucosa), tratamento e prognóstico. Dentro das análise das
média e desvio padrão dos dados de peso e idade, bem como a classificação quanto ao porte
dos cães: pequeno porte (até 10 kg), médio porte (10 a 20 kg) e grande porte (acima de 20 kg),
19 casos de cães com histórico de TT, sendo 9 casos ocorridos em 2014, 6 casos em 2015 e
de cães com TT demonstra que esse tipo de afecção possui uma baixa casuística dentro do
HVU.
masculino, compondo 12/19 (63,15%) dos casos, ou seja, quase 2/3 dos cães atendidos com
TT. Já o gênero feminino esteve envolvido em apenas 7/19 (36,85%) dos casos. Em relação a
idade dos cães, foram compreendidas entre 1 mês a 12 anos de idade, tendo uma média de 2,7
anos. O maior índice de TT em cães machos pode estar relacionado com seu comportamento,
37
tanto territorial quanto exploratório. Nesses casos, acabam passando mais tempo no ambiente
agressões humanas (HART, 1991; HARRUFF et al., 1998; CLARKE, 2007). Segundo
BONNET et al., (2005) cães mais jovens possuem maiores chances de sofrerem algum tipo de
curiosidade maior, além disso, possivelmente o porte também é um fator a ser considerado,
Com relação à raça dos cães atendidos, em 9/19 (47,36%) dos casos não tinham raça
definida (SRD), enquanto o restante era composta por raças puras: 4/19 (21,05%) Pinschers,
2/19 (10,55%) Pastores alemães, 1/19 (5,26%) Pug, 1/19 (5,26%) York-shire terrier, 1/19
(5,26%) Poodle e 1/19 (5,26%) Shih tzu. A maior casuística de cães SRD reflete o maior
14/19 (73,65%) dos casos, seguido por grande porte com 3/19 (15,80%) dos casos e por
último médio porte com 2/19 (10,55%) dos casos. O peso médio dos cães com TT foi de 8,40
kg.
acidente automobilístico, presente em 11/19 (57,89%) dos casos. Estão presentes como outras
causas de TT encontradas no estudo a interação entre animais com 5/19 (26,30%) dos casos,
queda com 1/19 (5,26%) dos casos, enquanto em 2/19 (10,55%) dos casos o tutor não soube
encontro com os estudos de KOLATA et al., (1974); HALL et al., (2014) e RAISER et al.,
encontrada, estando presente em 9/19 (47,36%) dos casos. O pneumotórax foi a segunda
complicação mais observada, presente em 7/19 (36,85%) dos casos, seguido por fratura de
costela com 6/19 (31,57%) dos casos, contusão pulmonar em 4/19 (21,05%) e hemotórax com
4/19 (21,05%) dos casos. Em 1/19 (5,26%) dos casos não foi encontrado complicação alguma.
De acordo com Aguiar (2011) a hérnia diafragmática traumática ocorre quando o momento do
acidente não é previsto ou observado pelo animal. Dessa forma, a glote permanece aberta
relaxado. Quando isso ocorre, a pressão torácica está baixa por conta da abertura da glote, ao
referente ao número total de complicações encontradas, que obteve como resultado 9/19
(47,36%) dos casos com apenas uma complicação decorrente do TT e também 9/19 (47,36%)
dos casos com múltiplas complicações. Em apenas 1/19 (5,26%) dos casos não houveram
complicações. Dessa forma, os casos foram reorganizados em dois novos grupos, dessa vez,
automobilístico) com as outras causas. Como resultado, observou-se também igualdade com
relação ao número total de complicações, onde o acidente automobilístico teve 5/9 casos com
apenas uma complicação e também 5/9 casos com múltiplas complicações. Diante dos
Os parâmetros vitais de FC, FR, T°C e coloração de mucosa foram verificados suas
resultados não refletem o resultado real dos parâmetros observados em um paciente com TT.
Sobre FC, em 7/19 (36,85%) não se tem os dados. Já FR, 8/19 (42,10%) não se tem os dados.
T°C em 6/19 (31,57%) não há dados e em coloração de mucosa, 4/19 (21,05%) não se tem
De acordo com o tratamento, em 12/19 (63,15%) dos casos foi necessário entrar com
(10,55%) o paciente não resistiu a abordagem primária e evoluiu a óbito, um deles por conta
de uma contusão pulmonar originado de queda e outro com múltiplas complicações por conta
em 1/19 (5,26%) o tutor optou por não realizar o tratamento ou exames e o paciente teve alta
solicitada.
Com relação ao prognóstico dos cães com TT, em 13/19 (68,44%) dos casos foram
Porém, em 5/19 (26,30%) dos casos o prognóstico foi desfavorável, onde o paciente evoluiu a
óbito devido às complicações decorrentes do TT. Como citado no parágrafo anterior, em 1/19
(5,26%) dos casos o tutor optou pelo não tratamento do animal, dessa forma não se tem dados
40
sobre a resolução do caso. Sobre os óbitos, em 2/5 (40%) o paciente não resistiu a abordagem
clínica emergencial e em 3/5 (60%) o paciente foi a óbito durante o pós-operatório. Vale
ressaltar que em um dos casos de óbito no pós-operatório o paciente não resistiu por conta de
uma dilatação volvo gástrica não identificada durante o trans-cirúrgico e não pelas
Dentre as causas de óbitos, o acidente automobilístico foi responsável por 3/5 (60%)
dos casos. Ou seja, dos 11/19 casos de cães atropelados com histórico de TT, a taxa de
sobrevivência foi de 8/11 (72,73%), enquanto a taxa de óbito foi de 3/11 (27,27%). Powell et
al., (1999) obteve em seu estudo retrospectivo de cães com contusão pulmonar devido a
um índice de sobrevivência inferior aos estudos utilizados como referência. Esse índice
inferior pode ser por conta do tempo entre o momento do acidente e atendimento, visto que
quanto mais rápido for a abordagem do paciente, maiores as chances de sobrevida. Além
disso, ter uma sala emergencial e especializada para receber o paciente de emergência, como
pacientes com TT, assim como possuir uma equipe pronta e treinada para receber esse tipo de
acidente é fundamental para aumentar esse índice. Outro fator importante a ser considerado, é
5.6 CONCLUSÃO
Este estudo retrospectivo foi muito importante para verificar a casuística de cães com
TT, identificando a prevalência das complicações, bem como a etiologia mais frequente, e
revelar que a maior parte dos casos necessitaram de uma abordagem cirúrgica para correção
do problema. Podemos concluir que o TT é uma emergência complexa, que requer muita
atenção do médico veterinário para abordar este tipo de paciente, visto que se trata de
óbito.
5.7 REFERÊNCIAS
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43
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Paulo: Medvep, 2013. Cap. 7, p. 100-144.
44
6 CONCLUSÃO
Este estudo retrospectivo foi muito importante para verificar a casuística de cães
com TT, identificando a prevalência das complicações, bem como a etiologia mais frequente,
na qual prevaleceram cães machos, pequeno porte, SRD, com idade média de 2,7 anos, tendo
o acidente automobilístico como principal responsável pelo desenvolvimento de TT e revelar
que a maior parte dos casos necessitaram de uma abordagem cirúrgica para correção do
problema. Podemos concluir que o TT é uma emergência complexa, que requer muita atenção
do médico veterinário para abordar este tipo de paciente, visto que se trata de complicações
multissistêmicas e, caso negligenciada, rapidamente o paciente pode evoluir a óbito.
45
REFERÊNCIAS
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