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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

INSTITUTO FEDERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


FUNDAÇÃO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

LAUDO PERICIAL
Parte integrante dos autos nº. 0135334-09.2015.4.02.5005

Hélia Márcia Silva Mathias


Mariângela Dutra de Oliveira
Thomas Manfred Krauss
André Reynaldo Santos Périssé
Andre Victor Sartori
Dejanyne Paiva Zamprogno Bianchi
Lucien Akabassi
Márcia Regina Pereira Lima
Paulo Rubens Guimarães Barrocas

Protocolada por MARIANGELA DUTRA DE OLIVEIRA em 11/12/2019 17:58:17 (Processo 0135334-09.2015.4.02.5005)


Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a Joao Antonio Moschen
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No desenvolvimento das atividades da perícia, alguns profissionais foram envolvidos,
conforme previsto no plano de trabalho submetido, seja na função de coordenação
dos trabalhos, seja como perito pesquisador, seja como apoio técnico ou na função
de auxílio.

Seguem os nomes e formação:

COORDENAÇÃO

Hélia Márcia Silva Mathias - Coordenadora Geral/Pesquisadora - Ifes - Dra. em Saúde


Pública / FIOCRUZ
Mariângela Dutra de Oliveira - Coordenadora Técnica/Pesquisadora - Ifes - Dra. em
Saneamento Meio Ambiente e Recursos Hídricos / UFMG
Thomas Manfred Krauss - Coordenador Técnico/Pesquisador - Fiocruz - Dr. rer. nat.
(Química) / Eberhard-Karls-Universität Tübingen / Alemanha.

PERITOS PESQUISADORES

André Reynaldo Santos Périssé - Pesquisador - Fiocruz - Dr. em Epidemiologia


André Victor Sartori - Pesquisador - Fiocruz - Dr. em Vigilância Sanitária / FIOCRUZ
Dejanyne Paiva Zamprogno Bianchi - Pesquisadora - Ifes - Dra. em Recursos Hídricos
/ USP
Lucien Akabassi - Pesquisador - Ifes - Dr. em Hidráulica e Saneamento/ Recursos
Hídricos / USP
Márcia Regina Pereira Lima - Pesquisadora - Ifes - Dra. em Hidráulica e Saneamento
/ USP
Paulo Rubens Guimarães Barrocas - Pesquisador - Fiocruz - Dr. em Oceanografia /
Florida State University / EUA

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APOIO TÉCNICO

Zildriely Curitiba – Coordenação de Apoio Técnico - Ifes - Estudante do Curso de


Engenharia Sanitária e Ambiental do Campus Vitória
Geraldo André Rosseto Barreto - Apoio Técnico - Ifes - Estudante do Curso de
Engenharia Sanitária e Ambiental do Campus Vitória
Ivna Herzog Mação Campos - Apoio Técnico - Ifes - Estudante do Curso de
Engenharia Sanitária e Ambiental do Campus Vitória
Stephania Nascimento Lyra - Apoio Técnico - Ifes - Estudante do Curso de Engenharia
Sanitária e Ambiental do Campus Vitória
Walquiria Vieira Dias Gava - Apoio Técnico - Ifes - Estudante do Curso de Engenharia
Sanitária e Ambiental do Campus Vitória

AUXÍLIO

Roberta de Sousa Almeida - Auxílio à Extensão - Ifes - Mestre em Administração


Estratégica
Patrícia da Silva Pinheiro - Auxílio à Extensão - Bióloga - Colaboradora Externa

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 4.1 – Localização das Estações Fluviométricas: Colatina - Cód.


56994500 e Colatina Corpo de Bombeiro – Cód. 56994510........ 60
Figura 4.2 – Ficha da Estação Fluviométrica Colatina – Cód. 56994500 .............. 61
Figura 4.3 – Ficha da Estação Fluviométrica Colatina Corpo de Bombeiro –
Cód. 56994510 ............................................................................ 64
Figura 6.1 – Gráfico de Temperatura da água do rio Doce em Colatina no
período de 2010 a 2018 ............................................................... 69
Figura 6.2 – Gráfico de pH da água do rio Doce em Colatina no período de
2010 a 2018 ................................................................................. 70
Figura 6.3 – Gráfico de Oxigênio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2010 a 2018 .......................................................... 71
Figura 6.4 – Gráfico de Turbidez da água do rio Doce em Colatina no período
de 2010 a 2018 ............................................................................ 72
Figura 6.5 – Gráfico de Condutividade da água do rio Doce em Colatina no
período de 2010 a 2018 ............................................................... 73
Figura 9.1 — Relação entre concentração de sólidos em suspensão e cota
referente ao nível de água no rio Doce em Colatina/ES a
partir de 8/11/2015 a 14/09/2018 ................................................. 85
Figura 9.2 — Relação entre concentração de sólidos em suspensão e vazão
de água no rio Doce em Colatina/ES a partir de 8/11/2015 a
14/09/2018 ................................................................................... 86
Figura 10.1a – Representação das vazões sólidas e vazões líquidas no rio
Doce em Colatina/ES – estação fluviométrica Cód.
56994500, nas proximidades das ETA I e II ................................ 89
Figura 10.2a – Representação das vazões sólidas e vazões líquidas no rio
Doce em Colatina/ES – estação fluviométrica Cód.
56994500, nas proximidades da ETA IV ...................................... 91
Figura 11.1 — Número total de parâmetros monitorados e número de
parâmetros monitorados em atendimento a Resolução
CONAMA 357/05 no período de 2010 a 2018 ............................. 94

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Figura 11.2 – Evolução do parâmetro 1,1-dicloroeteno por instituição
contratante/laboratório, associado a vazão líquida do rio
Doce em Colatina no período de 2012 a 2018............................. 95
Figura 11.3 – Gráfico de 1,2-dicloroetano da água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2018 .......................................................... 96
Figura 11.4 – Gráfico de 2-clorofenol da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................... 97
Figura 11.5 – Gráfico de 2,4,5-T da água do rio Doce em Colatina no período
de 2012 a 2018 ............................................................................ 98
Figura 11.6 – Gráfico de 2,4,5-TP da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................... 99
Figura 11.7 – Gráfico de 2,4,6-Triclorofenol da água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2018 ........................................................ 100
Figura 11.8 – Gráfico de 2,4-D da água do rio Doce em Colatina no período
de 2012 a 2018 .......................................................................... 101
Figura 11.9 – Gráfico de 2,4-Diclorofenol da água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2018 ........................................................ 102
Figura 11.10 – Gráfico de Acrilamida da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 103
Figura 11.11 – Gráfico de Alaclor da água do rio Doce em Colatina no período
de 2012 a 2018 .......................................................................... 104
Figura 11.12 – Gráfico de Alcalinidade Bicarbonato da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2017 .......................................... 105
Figura 11.13 – Gráfico de Alcalinidade Total da água do rio Doce em Colatina
no período de 2015 a 2018 ........................................................ 106
Figura 11.14 – Gráfico de Aldrin +Dieldrin da água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2018 ........................................................ 107
Figura 11.15 – Gráfico de Alumínio Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2014 a 2018 .......................................... 108
Figura 11.16 – Gráfico de Alumínio Total da água do rio Doce em Colatina
no período de 2015 a 2018 ........................................................ 109
Figura 11.17 – Gráfico de Antimônio Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 110

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Figura 11.18 — Gráfico de Antimônio Total da água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 111
Figura 11.19 – Gráfico de Arsênio Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 112
Figura 11.20 – Gráfico de Arsênio Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 113
Figura 11.21 – Gráfico de Atrazina da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 114
Figura 11.22 – Gráfico de Bário Dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2018 ........................................................ 115
Figura 11.23 – Gráfico de Bário Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 116
Figura 11.24 – Gráfico de Benzeno da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 117
Figura 11.25 – Gráfico de Benzidinada água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 118
Figura 11.26 – Gráfico de Benzo(a) antraceno da água do rio Doce em
Colatina no período de 2012 a 2018 .......................................... 119
Figura 11.27 – Gráfico de Benzo(a) pireno da água do Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 120
Figura 11.28 – Gráfico de Benzo(b) fluoranteno da água do rio Doce em
Colatina no período de 2012 a 2018 .......................................... 121
Figura 11.29 – Gráfico de Benzo(k) fluoranteno da água do rio Doce em
Colatina no período de 2012 a 2018 .......................................... 122
Figura 11.30 – Gráfico Berílio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2018 ........................................................ 123
Figura 11.31 – Gráfico de Berílio Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 124
Figura 11.32 – Gráfico de Bicarbonatos da água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2016 ............................................................. 125
Figura 11.33 – Gráfico de Boro Dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2018 ........................................................ 126
Figura 11.34 – Gráfico de Boro Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 127

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Figura 11.35 – Gráfico de Cádmio Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 128
Figura 11.36 – Gráfico de Cádmio Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 129
Figura 11.37 – Gráfico de Cálcio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2018 ........................................................ 130
Figura 11.38 — Gráfico de Cálcio Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2018 ............................................................. 131
Figura 11.39 – Gráfico de Carbaril da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 132
Figura 11.40 — Gráfico de Carbonatos da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2015 ............................................................. 133
Figura 11.41 – Gráfico de Carbono Orgânico Dissolvido da água do rio Doce
em Colatina no período de 2017 a 2018 .................................... 134
Figura 11.42 – Gráfico de Carbono Orgânico Total da água do rio Doce em
Colatina no período de 2017 a 2018 .......................................... 135
Figura 11.43 – Gráfico de Chumbo Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 136
Figura 11.44 – Gráfico de Chumbo Total da água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2018 ........................................................ 137
Figura 11.45 – Gráfico de Cianeto Livre da água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 138
Figura 11.46 – Gráfico de Cianeto Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2014 ............................................................. 139
Figura 11.47 – Gráfico de Cloramina da água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2017 ............................................................. 140
Figura 11.48 – Gráfico de Clordano da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 141
Figura 11.49 — Gráfico de Cloreto Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 142
Figura 11.50 – Gráfico de Cloreto Residual Livre da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 ...................................................... 143
Figura 11.51 — Gráfico de Cloro Residual Total da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2017 .......................................... 144

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Figura 11.52 – Gráfico de Cloro Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2016 a 2017 ............................................................. 145
Figura 11.53 – Gráfico de Clorofila a da água do rio Doce em Colatina no
período de 2010 a 2018 ............................................................. 146
Figura 11.54 – Gráfico de Cobalto Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 147
Figura 11.55 – Gráfico de Cobalto Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 148
Figura 11.56 – Gráfico de Cobre Dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 149
Figura 11.57 – Gráfico de Cobre Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 150
Figura 11.58 – Gráfico de Coliformes termotolerantes da água do rio Doce
em Colatina no período de 2010 a 2017 .................................... 151
Figura 11.59 – Gráfico de Coliformes Totais da água do rio Doce em Colatina
no período de 2015 a 2017 ........................................................ 152
Figura 11.60 – Gráfico de Condutividade da água do rio Doce em Colatina
no período de 2010 a 2018 ........................................................ 153
Figura 11.61 – Gráfico de Cor Aparente da água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2017 ............................................................. 154
Figura 11.62 – Gráfico de Cor Verdadeira da água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2018 ........................................................ 155
Figura 11.63 – Gráfico de Corantes de Fontes Antrópicas da água do rio
Doce em Colatina no período de 2015 a 2017........................... 156
Figura 11.64– Gráfico de Criseno da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 157
Figura 11.65 – Gráfico de Cromo Dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2018 ........................................................ 158
Figura 11.66 – Gráfico de Cromo Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 159
Figura 11.67 – Gráfico de DBO da água do rio Doce em Colatina no período
de 2010 a 2018 .......................................................................... 160
Figura 11.68 – Gráfico de DDT (p,p’DDT + p,p’DDE + p,p’DDD) da água do
rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018 ...................... 161

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Figura 11.69 – Gráfico de Demeton (DemetonO + DemetonS) da água do rio
Doce em Colatina no período de 2012 a 2018........................... 162
Figura 11.70 – Gráfico de Densidade de Cianobactérias da água do rio Doce
em Colatina no período de 2012 a 2018 .................................... 163
Figura 11.71 – Gráfico de Dibenzo(a,h) antraceno da água do rio Doce em
Colatina no período de 2012 a 2018 .......................................... 164
Figura 11.72 – Gráfico de Diclorometano da água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2018 ........................................................ 165
Figura 11.73 – Gráfico de Dodecacloro Pentaciclodecano da água do rio
Doce em Colatina no período de 2012 a 2018........................... 166
Figura 11.74 – Gráfico de DQO da água do rio Doce em Colatina no período
de 2010 a 2017 .......................................................................... 167
Figura 11.75 — Gráfico de Dureza Cálcio da água do rio Doce em Colatina
no período de 2015 a 2017 ........................................................ 168
Figura 11.76 — Gráfico de Dureza Magnésio da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2017 .......................................... 169
Figura 11.77 – Gráfico de Dureza Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2018 ............................................................. 170
Figura 11.78 – Gráfico de eh (Potencial Redox) da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2018 .......................................... 171
Figura 11.79 – Gráfico de Endossulfan (alfa +beta + sulfato) da água do rio
Doce em Colatina no período de 2012 a 2018........................... 172
Figura 11.80 – Gráfico de Endrin da água do rio Doce em Colatina no período
de 2012 a 2018 .......................................................................... 173
Figura 11.81 – Gráfico de Escherichia Coli NMP da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2016 .......................................... 174
Figura 11.82 – Gráfico de Escherichia Coli UFC da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2018 .......................................... 175
Figura 11.83 – Gráfico de Estanho Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2016 ............................................................. 176
Figura 11.84 – Gráfico de Estireno da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 177
Figura 11.85 – Gráfico de Estreptococos Fecais da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2017 .......................................... 178

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Figura 11.86 – Gráfico de Etilbenzeno da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 179
Figura 11.87 – Gráfico de Fenóis Totais da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 180
Figura 11.88 – Gráfico de Feofitina da água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2018 ............................................................. 181
Figura 11.89 – Gráfico de Ferro Dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 182
Figura 11.90 – Gráfico de Ferro II da água do rio Doce em Colatina no
período de 2017 a 2018 ............................................................. 183
Figura 11.91 – Gráfico de Ferro III da água do rio Doce em Colatina no
período de 2017 a 2018 ............................................................. 184
Figura 11.92 – Gráfico de Ferro Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2018 ............................................................. 185
Figura 11.93 – Gráfico de Fluoreto Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2018 ............................................................. 186
Figura 11.94 – Gráfico de Fosfato da água do rio Doce em Colatina no
período de 2018 ......................................................................... 187
Figura 11.95 – Gráfico de Fósforo Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 188
Figura 11.96 – Gráfico de Fósforo Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2010 a 2018 ............................................................. 189
Figura 11.97 – Gráfico de Glifosato da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 190
Figura 11.98 – Gráfico de Gution da água do rio Doce em Colatina no período
de 2012 a 2018 .......................................................................... 191
Figura 11.99 – Gráfico de Heptacloro Epóxido + Heptacloro da água do rio
Doce em Colatina no período de 2012 a 2018........................... 192
Figura 11.100 – Gráfico de Hexaclorobenzeno da água do rio Doce em
Colatina no período de 2012 a 2018 .......................................... 193
Figura 11.101 – Gráfico de Indeno(1,2,3cd) pireno da água do rio Doce em
Colatina no período de 2012 a 2018 .......................................... 194
Figura 11.102 – Gráfico de Lindano da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 195

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Figura 11.103 – Gráfico de Lítio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2017 ........................................................ 196
Figura 11.104 – Gráfico de Lítio Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 197
Figura 11.105 – Gráfico de Magnésio Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 198
Figura 11.106 – Gráfico de Magnésio Total da água do rio Doce em Colatina
no período de 2015 a 2018 ........................................................ 199
Figura 11.107 – Gráfico de Malation da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 200
Figura 11.108 – Gráfico de Manganês Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2018 .......................................... 201
Figura 11.109 – Gráfico de Manganês Total da água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 202
Figura 11.110 — Gráfico de Fluoreto Total da água do rio Doce em Colatina
no período de 2015 a 2017 ........................................................ 203
Figura 11.111 – Gráfico de MBAS (Surfactantes) da água do rio Doce em
Colatina no período de 2010 a 2018 .......................................... 204
Figura 11.112 – Gráfico de Mercúrio Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2018 .......................................... 205
Figura 11.113 – Gráfico de Mercúrio Total da água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2018 ........................................................ 206
Figura 11.114 – Gráfico de Metilmercúrio da água do rio Doce em Colatina
no período de 2017 a 2018 ........................................................ 207
Figura 11.115 – Gráfico de Metolacloro da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 208
Figura 11.116 – Gráfico de Metoxicloro da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 209
Figura 11.117 – Gráfico de Microcistinas da água do rio Doce em Colatina
no período de 2015 a 2017 ........................................................ 210
Figura 11.118 – Gráfico de Molibdênio Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2017 a 2018 .......................................... 211
Figura 11.119 – Gráfico de Molibdênio Total da água do rio Doce em Colatina
no período de 2017 a 2018 ........................................................ 212

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Figura 11.120 — Gráfico de Nitrogênio Total da água do rio Doce em
Colatina no período de 2010 a 2014 .......................................... 213
Figura 11.121 — Gráfico de Nitrogênio (kjeldhal) da água do rio Doce em
Colatina no período de 2010 a 2018 .......................................... 214
Figura 11.122 – Gráfico de Níquel Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 215
Figura 11.123 – Gráfico de Níquel Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 216
Figura 11.124 – Gráfico de Nitrato da água do rio Doce em Colatina no
período de 2010 a 2018 ............................................................. 217
Figura 11.125 – Gráfico de Nitrito da água do rio Doce em Colatina no
período de 2010 a 2018 ............................................................. 218
Figura 11.126 – Gráfico de Nitrogênio Amoniacal Total da água do rio Doce
em Colatina no período de 2010 a 2018 .................................... 219
Figura 11.127 – Gráfico de Nitrogênio Orgânico da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2018 .......................................... 220
Figura 11.128 – Gráfico de Odor (campo) Intensidade da água do rio Doce
em Colatina no período de 2016 a 2017 .................................... 221
Figura 11.129 – Gráfico de Óleos e Graxas Totais da água do rio Doce em
Colatina no período de 2014 a 2018 .......................................... 222
Figura 11.130 – Gráfico de Óleos e Graxas Visíveis da água do rio Doce em
Colatina no período de 2012 a 2016 .......................................... 223
Figura 11.131 – Gráfico de Ortofosfato da água do rio Doce em Colatina no
período de 2016 ......................................................................... 224
Figura 11.132 – Gráfico de Oxigênio Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2010 a 2018 .......................................... 225
Figura 11.133 – Gráfico de Paration da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 226
Figura 11.134 – Gráfico de PCBs Bifenilas Policloradas da água do rio Doce
em Colatina no período de 2012 a 2018 .................................... 227
Figura 11.135 – Gráfico de Pentaclorofenol da água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2018 ........................................................ 228
Figura 11.136 – Gráfico de pH da água do rio Doce em Colatina no período
de 2010 a 2018 .......................................................................... 229

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Figura 11.137 – Gráfico de Polifosfato da água do rio Doce em Colatina no
período de 2017 a 2018 ............................................................. 230
Figura 11.138 – Gráfico de Potássio Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 231
Figura 11.139 — Gráfico de Potássio Total da água do rio Doce em Colatina
no período de 2015 a 2017 ........................................................ 232
Figura 11.140 — Gráfico de Prata Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 233
Figura 11.141 — Gráfico de Prata Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 234
Figura 11.142 — Gráfico de Resíduos Sólidos Objetáveis da água do rio
Doce em Colatina no período de 2015 a 2017........................... 235
Figura 11.143 — Gráfico de Salinidade (%) da água do rio Doce em Colatina
no período de 2013 a 2018 ........................................................ 236
Figura 11.144 — Gráfico de Saxitoxinas Totais da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2017 .......................................... 237
Figura 11.145 – Gráfico de Selênio Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 238
Figura 11.146 – Gráfico de Selênio Total da água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2018 ........................................................ 239
Figura 11.147 – Gráfico de Sílica Dissolvida da água do rio Doce em Colatina
no período de 2018 .................................................................... 240
Figura 11.148 – Gráfico de Simazina da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 241
Figura 11.149 – Gráfico de Sódio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2018 ........................................................ 242
Figura 11.150 – Gráfico de Sódio Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2018 ............................................................. 243
Figura 11.151 – Gráfico de Cloro Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2010 a 2018 ............................................................. 244
Figura 11.152 – Gráfico de Sólidos Dissolvidos Totais da água do rio Doce
em Colatina no período de 2010 a 2018 .................................... 245
Figura 11.153 – Gráfico de Sólidos Sedimentáveis da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 246

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Figura 11.154 – Gráfico de Sólidos Suspensos da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2018 .......................................... 247
Figura 11.155 – Gráfico de Substâncias que produzem odor da água do rio
Doce em Colatina no período de 2016 a 2017........................... 248
Figura 11.156 – Gráfico de Sulfato Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 249
Figura 11.157 – Gráfico de Sulfeto (H2S não dissociado) da água do rio Doce
em Colatina no período de 2012 a 2018 .................................... 250
Figura 11.158 – Gráfico de Sulfeto Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2013 a 2017 .......................................... 251
Figura 11.159 – Gráfico de Sulfeto Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2018 ............................................................. 252
Figura 11.160 – Gráfico de Temperatura da água do rio Doce em Colatina
no período de 2010 a 2018 ........................................................ 253
Figura 11.161 – Gráfico de Temperatura do ar do rio Doce em Colatina no
período de 2010 a 2018 ............................................................. 254
Figura 11.162 – Gráfico de Tetracloreto de Carbono da água do rio Doce em
Colatina no período de 2012 a 2018 .......................................... 255
Figura 11.163 – Gráfico de Tetracloroeteno da água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2016 ........................................................ 256
Figura 11.164 – Gráfico de Tolueno da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 257
Figura 11.165 – Gráfico de Toxafeno da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 258
Figura 11.166 – Gráfico de Tributilestanho da água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2018 ........................................................ 259
Figura 11.167 – Gráfico de Triclorobenzeno (1,2,3TCB + 1,2,4TCB) da água
do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018 ................. 260
Figura 11.168 – Gráfico de Tricloroeteno da água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2018 ........................................................ 261
Figura 11.169 – Gráfico de Trifluralina da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2016 ............................................................. 262
Figura 11.170 – Gráfico de Trihalometanos Totais da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2017 .......................................... 263

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Figura 11.171 – Gráfico de Turbidez da água do rio Doce em Colatina no
período de 2010 a 2018 ............................................................. 264
Figura 11.172 – Gráfico de Urânio Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 265
Figura 11.173 – Gráfico de Vanádio Dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 266
Figura 11.174 – Gráfico de Vanádio Total da água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 267
Figura 11.175 – Gráfico de Xileno da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 268
Figura 11.176 – Gráfico de Zinco Dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2015 a 2018 ........................................................ 269
Figura 11.177 – Gráfico de Zinco Total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 270
Figura 17.1 – Mapa área de interesse com localização das estações
fluviométricas e pluviométrica de referência no estudo ............. 302
Figura 17.2 – Gráfico de Alumínio dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 305
Figura 17.3 – Gráfico de Alumínio total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2018 ............................................................. 306
Figura 17.4 – Gráfico de Antimônio dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 307
Figura 17.5 – Gráfico de Antimônio total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 308
Figura 17.6 – Gráfico de Arsênio dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2018 ........................................................ 309
Figura 17.7 – Gráfico de Arsênio total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 310
Figura 17.8 – Gráfico de Bário dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2018 ........................................................ 311
Figura 17.9 – Gráfico de Bário total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 312
Figura 17.10 – Gráfico de Boro dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2018 ........................................................ 313

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Figura 17.11 – Gráfico de Boro total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 314
Figura 17.12 – Gráfico de Cádmio dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 315
Figura 17.13 – Gráfico de Cádmio total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 316
Figura 17.14 – Gráfico de Chumbo dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 317
Figura 17.15 – Gráfico de Chumbo total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 318
Figura 17.16 – Gráfico de Cobre dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 319
Figura 17.17 – Gráfico de Cobre total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 320
Figura 17.18 – Gráfico de Cromo dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2018 ........................................................ 321
Figura 17.19 – Gráfico de Cromo total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 322
Figura 17.20 – Gráfico de Ferro dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 323
Figura 17.21 – Gráfico de Ferro total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2018 ............................................................. 324
Figura 17.22 – Gráfico de Lítio dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2017 ........................................................ 325
Figura 17.23 – Gráfico de Lítio total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 326
Figura 17.24 – Gráfico de Manganês dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2018 .......................................... 327
Figura 17.25 – Gráfico de Manganês total da água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 328
Figura 17.26 – Gráfico de Mercúrio dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2015 a 2018 .......................................... 329
Figura 17.27 – Gráfico de Mercúrio total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 330

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Figura 17.28 – Gráfico de Níquel dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2018 ........................................................ 331
Figura 17.29 – Gráfico de Níquel total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 332
Figura 17.30 – Gráfico de Prata dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2018 ........................................................ 333
Figura 17.31 – Gráfico de Prata total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 334
Figura 17.32 – Gráfico de Sódio dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2016 a 2018 ........................................................ 335
Figura 17.33 – Gráfico de Sódio total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2018 ............................................................. 336
Figura 17.34 – Gráfico de Tributilestanho da água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2018 ........................................................ 337
Figura 17.35 – Gráfico de Urânio total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 338
Figura 17.36 – Gráfico de Vanádio dissolvido da água do rio Doce em
Colatina no período de 2016 a 2018 .......................................... 339
Figura 17.37 – Gráfico de Vanádio total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 340
Figura 17.38 – Gráfico de Zinco dissolvido da água do rio Doce em Colatina
no período de 2015 a 2018 ........................................................ 341
Figura 17.39 – Gráfico de Zinco total da água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 342
Figura 17.40 – Gráfico de descarga sólida x vazão em todas as ETA da água
do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2018 ................. 343
Figura 17.41 – Gráfico de descarga sólida x cota em todas as ETA da água
do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2018 ................. 344
Figura 17.42 – Gráfico de descarga sólida x vazão das ETA I e II da água do
rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2018 ...................... 345
Figura 17.43 – Gráfico de descarga sólida x cota das ETA I e II da água do
rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2018 ...................... 346
Figura 17.44 – Gráfico de descarga sólida x vazão da ETA IV da água do rio
Doce em Colatina no período de 2015 a 2017........................... 347

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Figura 17.45 – Gráfico de descarga sólida x cota da ETA IV da água do rio
Doce em Colatina no período de 2015 a 2017........................... 348
Figura 17.46 – Gráfico de descarga sólida x vazão da ETA Ifes Itapina da
água do rio Doce em Colatina no período de 2016 a 2018 ........ 349
Figura 17.47 – Gráfico de descarga sólida x cota da ETA Ifes Itapina da água
do rio Doce em Colatina no período de 2016 a 2018 ................. 350
Figura 17.48 – Gráfico de sólidos em suspensão x vazão em todas as ETA
da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2018
................................................................................................... 351
Figura 17.49 – Gráfico de sólidos em suspensão x cota em todas as ETA da
água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2018 ........ 352
Figura 17.50 – Gráfico de sólidos em suspensão x vazão das ETA I e II da
água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2018 ........ 353
Figura 17.51 – Gráfico de sólidos em suspensão x cota das ETA I e II da
água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2018 ........ 354
Figura 17.52 – Gráfico de sólidos em suspensão x vazão da ETA IV da água
do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2017 ................. 355
Figura 17.53 – Gráfico de sólidos em suspensão x cota da ETA IV da água
do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2017 ................. 356
Figura 20.1 – Pontos de amostragem referentes ao período emergencial e
ao monitoramento PMQQS ........................................................ 368
Figura 24.1 – Reservatório polímero, containers IBC vazios de capacidade
de 1.000 litros de Tanfloc SG – Local: ETA1 ............................. 397
Figura 24.2 – Tanques para coagulante/floculante antes da dosagem, usado
para o sulfato (sulfato de alumínio) e/ou o polímero (Tanfloc
SG) – local: ETA1 ...................................................................... 398
Figura 24.3 – Tanque polímero com cerca de 5.000 litros de Tanfloc SG –
local: ETA2................................................................................. 398
Figura 24.4 – Dosadores de coagulante/floculante o sulfato (sulfato de
alumínio) e o polímero (Tanfloc SG) – local: ETA 2 ................... 399
Figura 24.5 – Reservatório polímero, containers IBC – capacidade de 1.000
litros de Tanfloc SG – local: ETA IV ........................................... 399
Figura 24.6 – Tanino condensado ....................................................................... 401
Figura 24.7 – Estrutura polimérica de Tanato quaternário de amônio................. 402

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Figura 25.1 – Dias de utilização do Tanfloc SG nas diferentes faixas da
dosagem, local ETA I, período de 25/11/2015 a 31/12/2017 ..... 409
Figura 25.2 – Dias de utilização do Tanfloc SG nas diferentes faixas da
dosagem, Local ETA II. período de 25/11/2015 a 31/12/2017
................................................................................................... 410
Figura 25.3 – Dias de utilização do Tanfloc SG nas diferentes faixas da
dosagem, Local ETA IV. período de 25/11/2015 a
31/12/2017 ................................................................................. 411
Figura 41.1 — Triagem preliminar na clarificação de águas superficiais.
Dosagem de coagulante: 15 mg/L, 20 ºC, pH natural ................ 472
Figura 41.2 — Redução de Turbidez com Sulfato de Alumínio e Tanfloc.
Água do rio Pato Branco com turbidez inicial 20,5 NTU ............ 472
Figura 41.3 — Redução de Turbidez com Sulfato de Alumínio e Tanfloc.
Água do rio Pato Branco com turbidez inicial 60,6 NTU ............ 473
Figura 49.1 — Evolução da quantidade de parâmetros constantes nas
Portarias de Potabilidade por categoria ..................................... 490
Figura 56.1 — Variação da vazão do rio Doce com a precipitação em
Colatina no período de 2010 a 2018 .......................................... 509
Figura 56.2 — Variação da turbidez na água do rio Doce com a precipitação
em Colatina no período de 2010 a 2018 .................................... 510
Figura 56.3 — Variação da turbidez na água do rio Doce com a vazão em
Colatina no período de 2010 a 2018 .......................................... 511
Figura 56.4 — Gráfico de alumínio total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2018 ............................................................. 512
Figura 56.5 — Gráfico de bário total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 513
Figura 56.6 — Gráfico de cromo total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 514
Figura 56.7 — Gráfico de ferro dissolvido na água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 515
Figura 56.8 — Gráfico de ferro total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2015 a 2018 ............................................................. 516
Figura 56.9 — Gráfico de manganês total na água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 517

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Figura 56.10 — Gráfico de zinco total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 518
Figura 58.1 — Comportamento da concentração de ferro dissolvido na
porção mineira do rio Doce entre setembro e dezembro de
2015 ........................................................................................... 538
Figura 58.2 — Comportamento da concentração de alumínio dissolvido na
porção mineira do rio Doce entre setembro e dezembro de
2015 ........................................................................................... 539
Figura 58.3 — Comportamento da concentração de chumbo total na porção
mineira do rio Doce entre setembro e dezembro de 2015 ......... 540
Figura 58.4 — Comportamento da concentração de manganês total na
porção mineira do rio Doce entre setembro e dezembro de
2015 ........................................................................................... 541
Figura 59.1 — Gráfico de alumínio dissolvido na água do rio Doce em
Colatina no período de 2014 a 2018 .......................................... 549
Figura 59.2 — Gráfico de antimônio total na água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 550
Figura 59.3 —Gráfico de arsênio total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 551
Figura 59.4 — Gráfico de boro total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 552
Figura 59.5 — Gráfico de cádmio total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 553
Figura 59.6 — Gráfico de chumbo total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 554
Figura 59.7 — Gráfico de cobre dissolvido na água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 555
Figura 59.8 — Gráfico de cromo total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 556
Figura 59.9 — Gráfico de ferro dissolvido na água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 557
Figura 59.10 — Gráfico de lítio total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 558

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Figura 59.11 — Gráfico de manganês total na água do rio Doce em Colatina
no período de 2014 a 2018 ........................................................ 559
Figura 59.12 — Gráfico de mercúrio total na água do rio Doce em Colatina
no período de 2012 a 2018 ........................................................ 560
Figura 59.13 — Gráfico de níquel total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 561
Figura 59.14 — Gráfico de prata total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 562
Figura 59.15 — Gráfico de vanádio total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2014 a 2018 ............................................................. 563
Figura 59.16 — Gráfico de zinco total na água do rio Doce em Colatina no
período de 2012 a 2018 ............................................................. 564
Figura 59.17 — Gráfico de cádmio da água tratada em Colatina no período
de 2012 a 2018 .......................................................................... 565
Figura 59.18 — Gráfico de manganês da água tratada em Colatina no
período de 2015 a 2018 ............................................................. 566

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LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 — Histórico da evolução da portaria de potabilidade da água no


Brasil de 1977 a 2017 .................................................................... 48
Quadro 14.1 – Meses em que o especificado no Anexo XII da Portaria GM/MS
n° 2914/2011 para a Saída do Tratamento não foi atendido –
ETA I (45.000 hab.) ...................................................................... 279
Quadro 14.2 – Meses, totalmente ou parcialmente, em que o especificado no
Anexo XII da Portaria GM/MS n° 2914/2011 para a Rede de
Distribuição não foi atendido – ETA I (45.000 hab.) ..................... 280
Quadro 14.3 – Meses, totalmente ou parcialmente, em que o especificado no
Anexo XII da Portaria GM/MS n° 2914/2011 para a Saída do
Tratamento não foi atendido – ETA II (60.000 hab.) .................... 282
Quadro 14.4 – Meses, totalmente ou parcialmente, em que o especificado no
Anexo XII da Portaria GM/MS n° 2914/2011 para a Rede de
Distribuição não foi atendido – ETA II (60.000 hab.) .................... 283
Quadro 14.5 – Meses, totalmente ou parcialmente, em que o especificado no
Anexo XII da Portaria GM/MS n° 2914/2011 para a Saída do
Tratamento não foi atendido – ETA IV (6.000 hab.) ..................... 284
Quadro 14.6 – Meses, totalmente ou parcialmente, em que o especificado no
Anexo XII da Portaria GM/MS n° 2914/2011 para a Rede de
Distribuição não foi atendido – ETA IV (6.000 hab.) .................... 285
Quadro 18.1 – Número de amostras analisadas e concentrações médias de
parâmetros selecionados de qualidade da água bruta do rio
Doce antes da passagem da pluma (de abril de 2010 a 17 de
novembro de 2015) e após a passagem da pluma (de 18 de
novembro de 2015 a setembro de 2018), comparados aos
valores máximos (VM) estabelecidos para Classe 2, pela
resolução 357/05 do Conama. ..................................................... 359
Quadro 18.2 – Número de amostras analisadas e concentrações médias de
parâmetros selecionados de qualidade da água bruta do rio
Doce antes da passagem da pluma (de abril de 2010 a
novembro de 2015), durante o período crítico de passagem da
pluma (de novembro de 2015 a março de 2016) e após o

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período crítico de passagem da pluma (de abril de 2016 a
setembro de 2018), comparados aos limites máximos
estabelecidos pela resolução 357/05 do Conama........................ 359
Quadro 18.3 – Número de amostras analisadas e concentrações médias de
parâmetros selecionados de qualidade da água bruta do rio
Doce antes da passagem da pluma (de abril de 2010 a
novembro de 2015) e após o início do PMQQS (de agosto de
2017 a setembro de 2018), comparados aos limites máximos
estabelecidos pela resolução 357/05 do Conama........................ 362
Quadro 20.1 – Resumo dos resultados dos Testes Ecotoxicológicos
realizados em amostras coletadas em três pontos de
amostragem no rio Doce no período emergencial (de 08 de
novembro de 2015 a 16 de agosto de 2017) e o total de
amostras analisadas por ponto de coleta com percentual de
amostras tóxicas .......................................................................... 375
Quadro 22.1 – Características das ETA I, II e IV e as intervenções (em negrito)
durante e após a passagem da pluma de rejeitos........................ 384
Quadro 24.2 — Registros de utilização de Tanfloc SG na coluna de
observações dos relatórios diários da ETA IFES Itapina ............. 405
Quadro 25.1 – Volumes de água tratada com dosagem do Tanfloc SG igual
ou menor que a DMU e maior que a DMU. .................................. 411
Quadro 25.2 – Laudos analíticos, LARS e CBRS referentes à utilização do
Tanfloc SG no período de 2015 a 2019 ....................................... 413
Quadro 37.1 – Orientações contidas no corpo do texto da Portaria GM/MS n°
2914/2011 e o desenvolvido pelo Sanear .................................... 459
Quadro 37.2 – Monitoramento especificado na Portaria GM/MS n° 2914/2011
e realizado pelo Sanear para a Saída do Tratamento e no
manancial (cianobactéria) – ETA I, ETA II, ETA IV ...................... 460
Quadro 37.3 – Monitoramento especificado na Portaria GM/MS n° 2914/2011
e realizado pelo Sanear para a Rede de Distribuição – ETA I,
ETA II, ETA IV .............................................................................. 463
Quadro 42.1 — Produtos utilizados para coagulação e floculação conforme
ABNT NBR 15.784/2014 .............................................................. 475

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Quadro 49.1 — Histórico da evolução da portaria de potabilidade da água no
Brasil de 1977 a 2017 .................................................................. 489
Quadro 52.1 — Comparação entre as substâncias encontradas na
caracterização do rejeito do Fundão e seus correspondentes
previstos para monitoramento na Portaria 2914/2011 ................. 499
Quadro 57.1 — Metais/semimetais que apresentaram valores acima do VM,
segundo a Resolução CONAMA 357/2005 para água doce
Classe 2 (água bruta), e que se apresentaram abaixo do VMP,
definido pela Portaria 2914/2011 (água tratada) .......................... 520
Quadro 57.2 — Metais/semimetais que não são requeridos pela Resolução
CONAMA 357/2005 para água doce Classe 2, mas que foram
analisados na água bruta, e apresentaram valores acima do
VMP para água tratada, segundo a Portaria 2914/2011 .............. 521
Quadro 57.3 — Metais/semimetais que apresentaram resultados acima do
VM, segundo a Resolução CONAMA 357/2005 para água doce
Classe 2 (água bruta), e não foram analisados na água tratada
por não serem requeridos pela Portaria 2914/2011 ..................... 521
Quadro 57.4 — Metal que é exigido pela Resolução CONAMA 357/2005 para
água doce Classe 2 (água bruta) e pela Portaria 2914/2011
(água tratada) e apresentou valor acima do padrão exigido ........ 522
Quadro 57.5 — Metais/semimetais que são exigidos pela Resolução
CONAMA 357/2005 para água doce Classe 2 (água bruta) e
apresentaram valores abaixo do VM, porém apresentaram
valores acima dos padrões para água tratada, segundo a
Portaria 2914/2011....................................................................... 522
Quadro 58.1 — Relação das estações de monitoramento avaliadas pelo Igam
no rio Doce ................................................................................... 536
Quadro 65.1 — Parâmetros acima do VM (CONAMA 357/05) e acima do VMP
(PORTARIA 2914/11) em função do período de interesse entre
04/2010 a 09/2018 para as ETA I e II .......................................... 582
Quadro 65.2 — Parâmetros acima do VM (CONAMA 357/05) e acima do VMP
(PORTARIA 2914/11) em função do período de interesse entre
04/2010 a 09/2018 para as ETA IV .............................................. 583

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 — Parâmetros para análise da qualidade da água potável


presentes no estudo da WHO (2018) e ausentes na Portaria
2914/2011 ....................................................................................50
Tabela 3.1 – Parâmetros da água bruta que apresentaram valores
aumentados após a passagem da pluma e/ou ultrapassaram
os VM da CONAMA 357/2005 .....................................................54
Tabela 8.1 — Inconsistências identificadas nos laudos recebidos de
resultados da análise da água bruta em Colatina ........................77
Tabela 8.2 — Inconsistência por não recebimento dos laudos do resultado
da análise da água bruta em Colatina ..........................................80
Tabela 8.3 — Inconsistências identificadas nos laudos recebidos de
resultados da análise da água tratada em Colatina .....................81
Tabela 8.4 — Inconsistência por não recebimento dos laudos do resultado
da análise da água tratada em Colatina .......................................82
Tabela 16.1 — Distribuição dos parâmetros analisados no rio Doce em
Colatina por valores aumentados após a passagem da
pluma, valores acima do valor máximo da Resolução
Conama 357/05 e valores presentes no rejeito da Barragem
da Samarco ................................................................................289
Tabela 16.2 – Composição do minério processado pela Samarco ...................293
Tabela 16.3 – Consumo anual dos produtos químicos no beneficiamento e
etapa de uso ..............................................................................294
Tabela 16.4 – Caracterização lama usina 1 (NBR 10.004) – laudo 1-30-05-
2019 - 02/2014 ...........................................................................295
Tabela 16.5 – Caracterização rejeito de mineração (NBR 10.004) – laudo 2-
30-05-2019 – 06/2013 ................................................................296
Tabela 16.6 – caracterização resíduo massa bruta – lama usina 1 (NBR
10.004) – laudo 3-30-05-2019 - 08/2014....................................296
Tabela 16.7 – caracterização resíduo massa bruta – lama usina 1 (NBR
10.004) – laudo 3-30-05-2019 - 08/2014....................................297
Tabela 16.8 – Resultados da análise do sedimento da barragem do Fundão ..298

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Tabela 16.9 – Níveis de metais nas amostras compostas dos rejeitos
armazenados na Barragem do Germano ...................................299
Tabela 17.1 – Avaliação temporal das concentrações de metais na água
bruta ...........................................................................................303
Tabela 19.1 – Identificação dos momentos de paralisação e substâncias
acima do VM de referência segundo Resolução Conama
357/05 para classe 2 nas ETA I e ETA II ...................................364
Tabela 19.2 — Identificação dos momentos de paralisação e substâncias
acima do VM de referência segundo Resolução Conama
357/05 para classe 2 na ETA IV.................................................364
Tabela 19.3 — Identificação dos momentos de paralisação e substâncias
acima do VM de referência segundo Resolução Conama
357/05 para classe 2 na ETA IV.................................................365
Tabela 24.1 — Tempo de uso, dosagem e volume de água tratada com
Tanfloc SG nas ETA I, II e IV em 2015, 2016 e 2017,
baseando-se nas informações descritas nos Relatórios
Diários ........................................................................................404
Tabela 27.1 – Laudos analíticos, LARS, CBRS e Declas recebido pelo
Sanear com suas datas de emissão ..........................................418
Tabela 28.1 – Resultados dos testes com o lodo do decantador – Massa
Bruta ..........................................................................................423
Tabela 28.2 – Resultados dos testes com o lodo do decantador – Lixiviado ....423
Tabela 28.3 – Resultados dos testes com o lodo do decantador – Extrato
Solubilizado ................................................................................425
Tabela 30.1 – Amostras de água tratada com resultados acima do VMP
(Portaria 2914/2011) - Alumínio total .........................................430
Tabela 30.2 – Amostras de água tratada com resultados acima do VMP
(Portaria 2914/2011) – Bário ......................................................431
Tabela 30.3– Amostras de água tratada com resultados acima do VMP
(Portaria 2914/2011) – Cádmio total ..........................................431
Tabela 30.4 – Amostras de água tratada com resultados acima do VMP
(Portaria 2914/2011) – Ferro total ..............................................431
Tabela 30.5 – Amostras de água tratada com resultados acima do VMP
(Portaria 2914/2011) – Manganês total ......................................431

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Tabela 30.6– Amostras de água tratada com resultados acima do VMP
(Portaria 2914/2011) – Sódio total .............................................433
Tabela 31.1 – Dados das substâncias encontradas em água bruta e água
tratada acima dos valores máximos permitidos (VM e VMP)
e possíveis efeitos deletérios à saúde humana, oriundos das
Tabelas 11.1 e 14.1, presentes nos Quesitos 11 e 14
respectivamente .........................................................................435
Tabela 35.1– Número total de amostras analisadas na Saída do
Tratamento das ETA I, II e IV, entre 11/15 e 08/18 ....................450
Tabela 35.2– Número total de amostras analisadas na rede de distribuição
das ETA I, II e IV ........................................................................450
Tabela 35.3 – Número total de amostras analisadas na Saída do
Tratamento das ETA I, II e IV .....................................................451
Tabela 38.1 – Monitoramento de água tratada por empresa, período de
monitoramento e número de laudos e estação de tratamento ...464
Tabela 51.1 — Caracterização da Lama da Usina 1 (NBR 10.004) ..................494
Tabela 51.2 — Caracterização do rejeito de mineração (NBR 10.004) .............494
Tabela 51.3 — Caracterização Resíduo Massa Bruta - Lama Usina 1 (NBR
10.004) .......................................................................................495
Tabela 51.4 — Resultados da análise do sedimento da Barragem do
Fundão .......................................................................................496
Tabela 51.5 — Níveis de metais nas amostras compostas dos rejeitos
armazenados na Barragem do Germano ...................................497
Tabela 59.1 — Metais/semimetais que apresentaram valores acima dos VM
exigidos pela Resolução Conama 357/2005 para água doce,
Classe 2 e o ano em que ocorreram estes valores ....................544
Tabela 59.2 — Metais/semimetais com valores acima dos VM exigido pela
Resolução Conama 357/2005 para água doce, Classe 2 e
que foram monitorados na água tratada ....................................548
Tabela 60.1 — Parâmetros que estavam acima do VMP em situações em
que o ferro estava fora dos padrões de potabilidade, por data
e ponto de interesse...................................................................569

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Tabela 60.2 — Parâmetros que estavam acima do VMP em situações em
que o manganês estava fora dos padrões de potabilidade,
por data e ponto de interesse.....................................................570
Tabela 65.1 — Valores de referência (VR) para qualidade da água a ser
tratada em unidades do tipo convencional .................................579
Tabela 65.2 — Parâmetros em desconformidade com os valores de
referência para tratamento em estação do tipo convencional,
por período, no ponto de captação da ETA I e II e ETA IV ........584
Tabela 70.1 — Quantificação do risco de efeitos tóxicos não carcinogênicos
para as substâncias avaliadas pela ingestão de água ...............597
Tabela 70.2 — Quantificação do risco de efeitos tóxicos carcinogênicos
para as substâncias avaliadas pela ingestão de água ...............598

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SUMÁRIO

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES .................................................. 31


1.1 OBJETO ............................................................................................... 31
1.2 OBJETIVO ............................................................................................ 31
1.3 DOS TRABALHOS PERICIAIS ............................................................ 32
1.1.1 Parceria Ifes e Fiocruz ....................................................................... 32
1.2 METODOLOGIA ................................................................................... 33
1.2.1 Coleta de dados .................................................................................. 33
1.2.2 Visitas In Loco .................................................................................... 36
1.2.3 Reuniões realizadas pela equipe de peritos .................................... 37
1.2.4 Área de interesse estabelecida ......................................................... 39
1.2.5 Revisão bibliográfica ......................................................................... 44
1.2.6 Período de realização......................................................................... 44
RESPOSTA AOS QUESITOS.............................................................. 45
2.1 QUESITOS DO AUTOR - MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL ............. 45
2.1.1 Quesito 1 (MP) .................................................................................... 45
2.1.2 Quesito 2 (MP) .................................................................................... 48
2.1.3 Quesito 3 (MP) .................................................................................... 52
2.1.4 Quesito 4 (MP) .................................................................................... 59
2.1.5 Quesito 5 (MP) .................................................................................... 67
2.1.6 Quesito 6 (MP) .................................................................................... 68
2.1.7 Quesito 7 (MP) .................................................................................... 74
2.1.8 Quesito 8 (MP) .................................................................................... 75
2.1.9 Quesito 9 (MP) .................................................................................... 83
2.1.10 Quesito 10 (MP) .................................................................................. 87
2.1.11 Quesito 11 (MP) .................................................................................. 93
2.1.12 Quesito 12 (MP) ................................................................................ 271
2.1.13 Quesito 13 (MP) ................................................................................ 273
2.1.14 Quesito 14 (MP) ................................................................................ 275
2.1.15 Quesito 15 (MP) ................................................................................ 286
2.1.16 Quesito 16 (MP) ................................................................................ 287
2.1.17 Quesito 17 (MP) ................................................................................ 300
3.1.1 Quesito 18 (MP) ................................................................................ 357
3.1.2 Quesito 19 (MP) ................................................................................ 363
3.1.3 Quesito 20 (MP) ................................................................................ 367
3.1.4 Quesito 21 (MP) ................................................................................ 380
3.1.5 Quesito 22 (MP) ................................................................................ 382
3.1.6 Quesito 23 (MP) ................................................................................ 391
3.1.7 Quesito 24 (MP) ................................................................................ 397
3.1.8 Quesito 25 (MP) ................................................................................ 407

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3.1.9 Quesito 26 (MP) ................................................................................ 415
3.1.10 Quesito 27 (MP) ................................................................................ 417
3.1.11 Quesito 28 (MP) ................................................................................ 419
3.1.12 Quesito 29 (MP) ................................................................................ 427
3.1.13 Quesito 30 (MP) ................................................................................ 429
3.1.14 Quesito 31 (MP) ................................................................................ 434
3.1.15 Quesito 32 (MP) ................................................................................ 440
3.1.16 Quesito 33 (MP) ................................................................................ 443
3.2 QUESITOS DA RÉ – SANEAR .......................................................... 446
3.2.1 Quesito 34 (a1 Sanear) ..................................................................... 446
3.2.2 Quesito 35 (a2 Sanear) ..................................................................... 449
3.2.3 Quesito 36 (a3 Sanear) ..................................................................... 456
3.2.4 Quesito 37 (a4 Sanear) ..................................................................... 457
3.2.5 Quesito 38 (a5 Sanear) ..................................................................... 464
3.2.6 Quesito 39 (a6 Sanear) ..................................................................... 467
3.2.7 Quesito 40 (a7 Sanear): .................................................................... 469
3.2.8 Quesito 41 (a8 Sanear) ..................................................................... 471
3.2.9 Quesito 42 (a9 Sanear) ..................................................................... 474
3.2.10 Quesito 43 (a10 Sanear) ................................................................... 476
3.2.11 Quesito 44 (a11 Sanear) ................................................................... 477
3.2.12 Quesito 45 (a12 Sanear) ................................................................... 478
3.2.13 Quesito 46 (a13 Sanear) ................................................................... 481
3.2.14 Quesito 47 (b1 Sanear) ..................................................................... 482
3.2.15 Quesito 48 (b2 Sanear) ..................................................................... 486
3.2.16 Quesito 49 (b3 Sanear) ..................................................................... 487
3.2.17 Quesito 50 (b4 Sanear) ..................................................................... 491
3.2.18 Quesito 51 (b5 Sanear) ..................................................................... 493
3.2.19 Quesito 52 (b6 Sanear) ..................................................................... 498
3.2.20 Quesito 53 (b7 Sanear) ..................................................................... 500
3.2.21 Quesito 54 (b8 Sanear) ..................................................................... 502
3.2.22 Quesito 55 (b9 Sanear) ..................................................................... 504
3.2.23 Quesito 56 (b10 Sanear) ................................................................... 507
3.2.24 Quesito 57 (b11 Sanear) ................................................................... 519
3.2.25 Quesito 58 (b12 Sanear) ................................................................... 523
3.2.26 Quesito 59 (b13 Sanear) ................................................................... 543
3.2.27 Quesito 60 (b14 Sanear) ................................................................... 567
3.2.28 Quesito 61 (b15 Sanear) ................................................................... 572
3.2.29 Quesito 62 (b16 Sanear) ................................................................... 574
3.2.30 Quesito 63 (b17 Sanear) ................................................................... 576
3.2.31 Quesito 64 (b18 Sanear) ................................................................... 577
3.3 QUESITOS DA RÉ - SAMARCO ........................................................ 578
3.3.1 Quesito 65 (1 Samarco) .................................................................... 578
3.3.2 Quesito 66 (2 Samarco) .................................................................... 585

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3.3.3 Quesito 67 (3 Samarco) .................................................................... 587
3.3.4 Quesito 68 (4 Samarco) .................................................................... 588
3.3.5 Quesito 69 (5 Samarco) .................................................................... 590
3.3.6 Quesito 70 (6 Samarco) .................................................................... 593
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................... 599
REFERÊNCIAS .................................................................................. 602

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CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

1.1 OBJETO

O presente laudo tem o condão de subsidiar a investigação sobre a adequabilidade


da água oferecida e consequente risco à saúde da população do Município de
Colatina, Estado do Espírito Santo, a partir da ocorrência do rompimento da barragem
de Fundão, da Samarco Mineração, em 05 de novembro de 2015, em Mariana, Minas
Gerais.

Tratam-se de trabalhos periciais fundamentados, prioritariamente, em análise dos


dados e exames laboratoriais apresentados pelas partes e por outras instituições
instadas durante o desenvolvimento do estudo.

O presente laudo possui 612 folhas e foi subdividido em 05 partes dada a limitação do
tamanho do arquivo a inserido no sistema eletrônico de peticionamento da Justiça
Federal do Espírito Santo.

A apresentação introdutória e metodológica do trabalho, bem como a quesitação de 1


a 10, consta da Parte 1. O quesito 11 (A) consta da Parte 2. O quesito 11 (B) consta
da Parte 3. A quesitação 12 a 33 consta da Parte 4. Do quesito 34 ao 70, bem como
as considerações finais e referenciais do Laudo, constam da Parte 5.

1.2 OBJETIVO

O objetivo do presente trabalho técnico é fornecer subsídios ao Eminente Julgador,


nos autos do Processo nº 0135334-09.2015.4.02.5005 (2015.50.05.135334-86001),
elaborando o presente laudo e respondendo aos quesitos formulados, para dirimir os
conflitos e dúvidas que possam haver entre as partes e auxiliar a tomada da decisão
da lide, constituindo-se do conjunto de procedimentos técnicos necessários
destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários à solução do
litígio, na forma de Laudo Pericial, em conformidade com as normas aplicáveis e a
legislação específica pertinente.

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1.3 DOS TRABALHOS PERICIAIS

1.1.1 Parceria Ifes e Fiocruz

Intimados desde setembro de 2016, o INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,


CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO e a FUNDAÇÃO OSWALDO
CRUZ, aceitaram funcionar na perícia dos dados para investigação sobre a
adequabilidade da água oferecida e consequente risco à saúde da população do
Município de Colatina. Este trabalho foi desenvolvido no Observatório de Análise
dos Determinantes e Condicionantes da Situação de Saúde, instrumento de
parceria já existente entre estas Instituições para desenvolvimento de estudos,
pesquisas e projetos de extensão na área de Meio Ambiente e Saúde Coletiva.

Como é comum nesta parceria e, especialmente para esta ação, as Instituições


adotaram o trabalho compartilhado, convocando os profissionais especializados em
áreas necessárias para garantir suporte técnico e científico, por considerar a demanda
de um espectro de conhecimento bastante amplo e heterogêneo. Estas Instituições
parceiras, claramente comprometidas com o desenvolvimento sócio ambiental e a
promoção da saúde, uniram-se nessa iniciativa com o intuito de contribuir e ampliar o
conhecimento sobre as análises da água disponibilizados como objeto de perícia.

Cabe, portanto, esclarecer que tais profissionais são professores e pesquisadores,


detentores de expertises em suas respectivas áreas de pesquisa, que aqui aceitam o
papel de contribuir com a presente perícia.

A partir daquela intimação, seguiram-se outras questões que fossem saneadas, como
a apresentação de planos de trabalho e levantamento de custos, solicitações de
extensão de prazos, etc. Considerou-se como termo inicial dos trabalhos de análise o
dia 05 de julho de 2018, a partir do qual passou-se a fase das solicitações dos
documentos para análises, reuniões de equipe para organização do cronograma de
trabalho, entre outros. No entanto, apenas em 08 de novembro de 2018 chegaram os
primeiros dados e documentos requeridos.

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Importante reiterar a ocorrência sucessiva de petições junto aos autos, especialmente


no que concerne a prorrogações de prazo, desatendimento de envio de informações
e/ou documentos, laudos, dados, entre outras, o que resultou em postergação no
prazo final fixado pelo juízo.

A parceria entre Ifes e Fiocruz perdurou durante os trabalhos, para que se pudessem
cumprir o munus, e desenvolveu-se na medida da metodologia descrita a seguir.

1.2 METODOLOGIA

1.2.1 Coleta de dados

O rompimento da barragem de Fundão em Mariana/MG e o consequente vazamento


de grande volume de rejeito para a calha do rio Doce causou uma profunda alteração
na qualidade da água do rio. O ocorrido, pelos impactos ambientais imediatos, de
médio e longo prazo, apresenta uma notória complexidade a qual requer uma análise
multidimensional com diversas especialidades de forma que seja possível avaliar as
condições de restabelecimento da qualidade da água do rio Doce.

Em virtude dessa complexidade, diversos tipos de dados foram necessários para


atender a demanda pericial referente à água distribuída à população em Colatina/ES.
Os Peritos trabalharam com dados secundários, os quais foram solicitados via
petição judicial às instituições detentoras ou responsáveis pelos bancos de dados e
controle das informações, fls 3996 às fls 4004.

Aproveita-se para informar que não houve utilização de equipamentos e/ou


procedimentos laboratoriais para além daqueles realizados pelas partes interessadas.

DADOS SOLICITADOS

Para responder à quesitação, foram solicitados diversos tipos de dados e informações,


em um rol meramente exemplificativo:

 Registros hidrológicos de chuva e vazão em Colatina;

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 Registros hidrológicos de chuva e vazão de áreas da bacia do rio Doce com


influência sobre Colatina;
 Análises e pareceres de fichas técnicas dos produtos utilizados como
coagulante/floculante informando os respectivos períodos de uso e as
dosagens em cada ETA, no período de janeiro de 2010 a agosto de 2018;
 Laudos de análise da composição química (substâncias principais e de traços)
do Tanfloc;
 Laudos de Atendimento aos Requisitos de Saúde (LARS);
 Laudos de Comprovação de Baixo Risco a Saúde (CBRS);
 Relatórios sobre eficiência de Tanfloc no tratamento de água de abastecimento;
 Documentos oficiais os quais definem o enquadramento do rio Doce durante o
período de janeiro de 2010 a agosto de 2018, com destaque para o trecho de
Colatina;
 Outorgas emitidas para captação de água do rio Doce, com fins de
abastecimento do município de Colatina durante o período de janeiro de 2010
a agosto de 2018;
 Laudos das análises químicas, físicas e biológicas realizadas na água do rio
Doce, conforme parâmetros definidos na Resolução CONAMA 357/05, no
período de janeiro de 2010 a agosto de 2018, nas proximidades dos pontos de
captação de água para abastecimento do Município de Colatina;
 Análises e pareceres dos relatórios de estudos realizados sobre as
concentrações de metais na água do rio Doce no período de janeiro de 2010 a
agosto de 2018;
 Análises e pareceres acerca dos relatórios de ensaios de ecotoxicidade e
toxicidade crônica e aguda da água bruta do rio Doce durante período de
janeiro de 2010 a agosto de 2018 nas proximidades dos pontos de captação
de água para abastecimento do Município de Colatina;
 Análises e pareceres dos relatórios de qualidade da água distribuída no
município de Colatina, no período de janeiro de 2010 a agosto de 2018;
 Documentos que contenham todos os dados/relatórios/estudos existentes
sobre agravos e efeitos adversos à saúde, relacionados à veiculação hídrica,
ocorridos na população de Colatina após o rompimento da barragem de
Fundão.

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35

Os dados foram encaminhados aos Peritos pelas instituições na forma de laudos de


laboratórios, relatórios e notas técnicas, planilhas de dados de monitoramento,
fotocópias de fichas operacionais e descritivos e indicação de sítios ou links para
extração de informações de domínio público.

O volume de informações contido nesses documentos foi muito grande, e não foram
fornecidos previamente de forma sistematizada para pronta análise. Sendo dados
brutos, foi imprescindível aos Peritos procederem a organização de todas as
informações por área específica de trabalho.

Neste sentido, houve uma concentração de esforços em um longo trabalho para


planilhar os dados, segregá-los e reagrupar as informações de forma a tratá-las
estatisticamente, ou proceder os cálculos necessários para subsidiar os trabalhos.

Apenas após esse trabalho minucioso foi que os peritos enxergaram a incompletude
de dados e informações, o que impossibilitava o desenvolvimento de uma análise
definitiva. Por isso, mister ter reiterado por diversas vezes a solicitação de dados e
informações incompletas, ou não fornecidas em requerimentos anteriores, até o limite
de prazo tolerável para a execução do trabalho.

Tudo isso constituiu-se em entraves à celeridade da perícia, o que retardou


sobremaneira a conclusão no prazo previsto. Vale destacar que os últimos dados e
informações recebidos pelos Peritos deu-se em 02 de setembro de 2019.

A partir de então, a análise envolveu a consistência e o tratamento dos dados, gerando


as tabelas consolidadas, ora apresentadas como parte integrante do laudo pericial,
seguidos pela elaboração dos gráficos de diagnóstico das reais condições da
qualidade da água bruta do rio Doce em Colatina, e da água tratada distribuída para
a população, antes e após o rompimento da barragem de rejeito da Samarco em
Mariana/MG.

Fundamentado pelo “Raio-X” das condições do rio em Colatina, foram desenvolvidas


as avaliações e análises necessárias para responder aos quesitos que compõem a
demanda judicial em tela.

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Para além da apreciação de dados, os peritos realizaram visitas in loco, reuniões,


busca bibliográfica e legislação pertinente.

1.2.2 Visitas In Loco

Foram realizadas pelos Peritos 3 (três) visitas técnicas in loco, inicialmente para
conhecer as estações de tratamento de água de Colatina e também para sanar
dúvidas.

A 1a visita técnica ocorreu em 12/12/2018, com a participação de todos os peritos e


dos estudantes do Ifes que atuaram como apoio técnico, bem como com a
participação de representantes das partes envolvidas no processo, com o propósito
de conhecer as estações de tratamento de água ETA I, ETA II, ETA IV e ETA Ifes
Itapina e esclarecer dúvidas sobre o material já encaminhado pelo Serviço
Colatinense de Saneamento Ambiental (Sanear) e pela Secretaria Municipal de Saúde
de Colatina (Semus).

Essa visita foi dividida em três momentos, sendo que pela manhã, na sede do Sanear,
aconteceu uma reunião para esclarecimento de dúvidas. Em seguida, realizou-se
visita a ETA I e a ETA II. Não foi possível neste dia visitar as ETA IV e ETA Ifes Itapina
em razão do tempo muito curto. Também, a equipe visitou à Semus. Para documentar
a visita, as reuniões foram gravadas em áudio e, durante a visita às ETA, foram
realizados registros fotográficos.

A 2a visita técnica ocorreu em 04/02/2019, com a participação dos peritos e


representantes das partes envolvidas no processo, com o propósito de realizar
diligência da prova pericial nas estações pluviométricas e fluviométricas em Colatina
(Estação Código 56994500 - Colatina, Estação Código 56994510 - Corpo de
Bombeiros), ponto de captação de água no rio Santa Maria do Doce, rio Pancas e
também em lagoas definidas como potencial ponto de captação alternativa.

A 3a visita técnica ocorreu em 05/07/2019, com participação dos peritos e


representantes das partes envolvidas no processo, com o objetivo de sanar dúvidas

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acerca da descrição/operação das estações de tratamento de água e informações


encaminhadas pela SEMUS sobre seus procedimentos operacionais.

A visita dividiu-se em três momentos sendo: a reunião na parte da manhã, na sede do


Sanear, para esclarecimento de dúvidas. A visita às ETA IV e ETA Itapina, não
realizadas na 1a visita, bem como reunião na Semus. Neste dia foram gravados
áudios das reuniões e também realizado registro fotográfico durante a visita às
estações.

1.2.3 Reuniões realizadas pela equipe de peritos

Durante os trabalhos da perícia, foram realizadas diversas reuniões, com o intuito de


organizar a elaboração das atividades periciais, bem como discutir os resultados
obtidos com a compilação dos dados fornecidos e respostas elaboradas, a saber:

 1a reunião de trabalho (dez/2018) - apresentação da equipe, organização da


1a visita técnica, análise de documentos recebidos, definição da metodologia
para organização dos dados e elaboração de cronograma para as próximas
reuniões.
 2a reunião (fev/2019) - apresentação e discussão dos trabalhos já
desenvolvidos pela equipe, verificação das informações/dados já recebidos,
levantamento de informações complementares e instituições envolvidas, e,
assim, elaboração de novas solicitações. Em alguns casos, foi necessário
reiterar pedidos inicialmente solicitados e não encaminhados aos peritos. Nesta
reunião foi definida a forma de tratamento dos dados por área de interesse visto
a diversidade de pontos de monitoramento/dados existentes (Figura XXX).
Ficou definido que os dados seriam planilhados e as tabelas estruturadas,
indicando a área/ponto de interesse, a empresa responsável pelo
monitoramento e os laboratórios envolvidos. Nesta reunião foram definidas as
estaçòes pluviométrica e fluviométricas de interesse, bem como as estações
de tratamento de água que seriam utilizadas para avaliação e respostas aos
quesitos.
 3a reunião (mar/2019) - discutiu-se o andamento dos trabalhos e levantamento
das informações solicitadas e não recebidas, além das dificuldades

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encontradas na tabulação dos dados encaminhados até o momento. Nesta


reunião decidiu-se por protocolar uma petição informando os fatos e solicitando
ao Juiz a intimação das instituições para a realização da efetiva juntada dos
documentos faltantes. Em razão destas questões, foi solicitada prorrogação do
prazo de entrega do laudo pericial, a contar a partir da entrega completa dos
dados, já que para consolidação dos pareceres da perícia é fundamental a
consolidação e o cruzamento das informações recebidas.
 4a reunião (jun/2019) - discutiu-se os dados planilhados (mesmo com algumas
pendências), identificou-se as dificuldades ainda existentes para elaboração
das respostas aos quesitos e discussão/orientações sobre a linha de resposta
de cada quesito. A discussão foi realizada em um primeiro momento entre os
grupos temáticos e na sequência com todo o grupo de peritos.
 5a reunião (set/2019) - discutiu-se as respostas aos quesitos, agora já com as
informações recebidas (última data de recebimento dos dados 2/09/2019). A
discussão foi realizada em um primeiro momento entre os grupos temáticos e
na sequência com todo o grupo de peritos. Foi realizada também análise da
qualidade dos dados fornecidos e organização das próximas etapas para
fechamento das respostas aos quesitos e elaboração do laudo pericial.
 6a reunião (out/2019) - leitura conjunta e discussão quanto às respostas aos
quesitos, avaliação da correlação entre os quesitos, tentando evitar qualquer
discrepância de interpretação e organização das próximas etapas para
fechamento das respostas aos quesitos e continuação da elaboração do laudo
pericial.
 7a reunião (nov/2019) - leitura final da resposta aos quesitos, com o
cruzamento das informações e estruturação da escrita do laudo pericial pelo
grupo.

Além destas reuniões presenciais, outros encontros por webconferência foram


realizados, para socialização das informações entre o grupo de Peritos,
esclarecimento de dúvidas e direcionamento das respostas aos quesitos.

Oportunamente, quer-se apresentar outra das ferramentas utilizadas pelos Peritos no


desenvolvimento dos trabalhos periciais. Trata-se da adoção da plataforma Moodle

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do Ifes, que funcionou de modo a propiciar maior organização dos dados, com acesso
restrito aos peritos envolvidos no processo.

Os quesitos foram planilhados e divididos por assunto, sendo definidos os


documentos necessários para obtenção das respostas e os peritos responsáveis pelo
quesito, considerando sua especialidade ou área de interesse, a saber:
Caracterização do Rejeito, Dados pluviométricos/fluviométricos e sedimentos,
Atendimento à legislação CONAMA 357/05, Atendimentos à Portaria 2914/11,
Caracterização das Estações de Tratamento de Água, Impactos na Saúde.

1.2.4 Área de interesse estabelecida

A definição de um escopo para análise das informações e dados em área de interesse


foi ponto de relevância definido pelos Peritos, o que propiciou uma melhor dinâmica
dos trabalhos periciais. Tal definição deu-se para que fosse possível agrupar os dados
e informações encaminhados e/ou disponibilizados pelas Instituições envolvidas.

Considerando que o município de Colatina é o objeto da perícia, todos os pontos


monitorados pelas instituições envolvidas, relacionados à qualidade da água bruta
estiveram agrupados nessa área de interesse, conforme apresentado na Figura XXX.
Tem-se nesta figura a localização dos pontos de monitoramento realizados pelas
instituições Iema, Samarco (período emergencial e Programa de Monitoramento
Quali-Quantitativo Sistemático - PMQQS) e Sanear; das estações fluviométricas e
pluviométricas; e das estações de tratamento de água avaliadas.

 colocar a figura da área de interesse

As áreas de interesse definidas e os seus pontos de monitoramento no rio Doce,


conforme Figura XXX, são:

 Ponte de Itapina - pontos localizados próximos a ETA Itapina sendo eles


monitorados pelo Iema (Ponto 2 - RDC1E010) próximo ao embarque da balsa
na margem esquerda do rio e pela Samarco, no período emergencial (montante
à ETA e RDC-57);

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 ETA Ifes Itapina - pontos localizados próximos da ETA Ifes Itapina sendo eles
monitorados pelo Samarco, no período emergencial (montante Ifes Itapina,
ETA Ifes Itapina), após implantação do PMQQS (ETA Ifes Itapina e ponto ROD-
12) e pelo Sanear (ETA-025);
 ETA IV Colatina - pontos localizados próximos da ETA IV, sendo eles
monitorados pela Sanear, no período emergencial (Colatina ES Montante,
RDC-36, ETA IV, Montante Colatina), após implantação do PMQQS (ETAIV) e
pelo Sanear (ETA-024);
 ETA I e II Colatina - pontos localizados próximo as ETA I e II, sendo eles
monitorados pelo Iema (Ponto 3 - RDC1D 020) na ponte velha de Colatina,
Samarco, no período emergencial (ETA I e ETA II), após implantação do
PMQQS (ponto ROD-13) e pelo Sanear ( ETA-023);
 Ponte Nova Colatina - pontos localizados próximo a Ponte Nova, sendo eles
monitorados pela Samarco, no período emergencial (jusante das ETA, RDC-40
e jusante Colatina)
 Saída de Colatina - último ponto dentro do município de Colatina monitorado
pela Samarco após implantação do PMQQS (ROD-14)

Além destes, foram identificados os pontos de monitoramento nas proximidades da


Usina Hidrelétrica de Mascarenhas (montante Mascarenhas e jusante Mascarenhas)
e na ponte sobre o rio Baixo Guandu, primeiro ponto de monitoramento (Ponto 1 -
RDC1C005) do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do ES (Iema)
, que coincide com o último ponto de monitoramento do Instituto Mineiro de Gestão
das Águas (Igam). Todos estes pontos estão localizados no estado de Minas Gerais
e serviram de base para conhecer a qualidade da água do rio Doce antes de entrar
no estado do Espírito Santo.

Nesta mesma área localizam-se as estações fluviométricas e pluviométricas de


referência para o trabalho pericial, de responsabilidade da Agência Nacional de Águas
(ANA), que foram selecionadas por serem as mais apropriadas e representativas na
qualificação dos processos devido à localização junto à calha do rio no trecho objeto
desta Perícia em Colatina. São elas: Estação pluviométrica Colatina-Corpo de
Bombeiros (Cód. 1940006), as Estações fluviométricas Colatina (Cód. 56994500),

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localizada junto à Ponte Velha, e a telemétrica Colatina Corpo de Bombeiro (Cód.


56994510) localizada no Quartel do Corpo de Bombeiros de Colatina.

A análise do regime de chuvas e do caudal do rio Doce no trecho de Colatina foi


baseada nos registros históricos de chuva e vazão nas estações acima referidas, para
prover respostas ao comportamento quali-quantitativo e de transporte de sedimentos
na região considerada de interesse. Os dados foram extraídos da base de registros
hidrológicos (Hidroweb) da ANA, que são de livre acesso.

Com relação à definição das estações de tratamento de água utilizadas na perícia, a


instituição opera nove ETA e cinco Poços distribuídos na sede e no interior do
município de Colatina. Destas, apenas três (ETA I, ETA II e ETA IV) distribuem água
para a comunidade de Colatina Sede tendo como manancial principal o rio Doce. Além
destas, destacam-se as estações ETA Ifes Itapina e ETA Itapina que distribuem água,
respectivamente, para o Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Itapina (Ifes-
Campus Itapina) e para o Distrito de Itapina. Estas estações possuem manancial
específico, porém, em algumas épocas do ano, utilizam o rio Doce para captação
alternativa em razão da baixa vazão do manancial primário. Isso ocorre em período
bastante curto (poucos dias) e, desta forma, apenas as ETA I, ETA II e ETA IV foram
selecionadas para os estudos relativos da perícia no que tange a água tratada.

Com as informações levantadas na avaliação destas ETA será possível promover a


adoção de ações para as demais estações que não utilizam o rio Doce continuamente
como manancial de captação.

As informações relativas ao monitoramento realizado nas estações de tratamento de


água de interesse da perícia (ETA I, ETA II e ETA IV) foram encaminhadas pelo
Sanear e pela Samarco (período emergencial e após implantação do PMQQS) para a
saída das estações. Já o monitoramento nas redes de distribuição foi realizado
apenas pelo Sanear.

Algumas considerações foram adotadas e merecem destaque no desenvolvimento


das respostas aos quesitos:

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 Todos os quesitos relacionados à qualidade da água do rio Doce foram


respondidos a partir do conjunto de dados apresentados, considerando todos
os pontos monitorados pelas instituições envolvidas, sendo avaliada a água
que passa pelo município de Colatina.
 Todos os quesitos relacionados às estações de tratamento foram avaliados
considerando os pontos de monitoramento no rio Doce na área de interesse da
captação das estações em análise (ETA I, ETA II e ETA IV).
 Nos quesitos relacionados a qualidade da água tratada foram considerados
todos os laudos fornecidos para avaliação da qualidade da água na saída da
estação, a não ser nos quesitos onde foi explicitado que a resposta deveria ser
dada em função do monitoramento realizado pelo Sanear.

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1.2.5 Revisão bibliográfica

Além dos dados e informações fornecidas pelos órgãos solicitados, para a


fundamentação das respostas aos quesitos, os Peritos realizaram uma extensa busca
bibliográfica. Neste caso, foram utilizados livros, artigos publicados em revistas,
trabalhos publicados em eventos, teses, notas técnicas, legislações, entre outros, que
se encontram citados nos quesitos e referenciados ao final da quesitação.

A busca por referencial teórico foi realizada, principalmente, a partir do Portal de


Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes), da Biblioteca Virtual de Dissertações e Teses e também publicações em
sítios confiáveis. Os descritores utilizados para as buscas bibliográficas foram
extraídos da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e da Biblioteca Nacional.

1.2.6 Período de realização

A perícia teve início em nov/2018, com a análise dos primeiros dados encaminhados
pelas partes arroladas no processo. Somente em set/2019 houve o recebimento das
últimas informações das instituições demandadas. A análise e as conclusões se
encerraram em dez/2019.

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RESPOSTA AOS QUESITOS

2.1 QUESITOS DO AUTOR - MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

2.1.1 Quesito 1 (MP)

A qualidade da água para consumo humano, após o adequado tratamento, deve


atender os padrões e parâmetros preconizados na Portaria GM/MS n°
2.914/2011. Na opinião do Sr. Perito, os valores máximos permitidos são
suficientes para qualificar padrão de potabilidade para consumo humano?
Justifique a opinião expressada.

Ressalta-se que a manifestação opinativa dos peritos está embasada nos elementos
técnicos constante dos autos e nos dados apresentados, não se caracterizando,
portanto, em elementos de convencimento subjetivo de cada profissional.

A Portaria nº 2.914/20111 (BRASIL, 2011; BRASIL, 2017) apresenta valores máximos


permitidos suficientes para qualificar padrão de potabilidade para consumo humano,
já que foi desenvolvida com base em uma metodologia de trabalho bem definida que
leva em consideração práticas de gestão e vigilância dos riscos para a população,
além de utilizar como referência os valores máximos permitidos recomendados pela
OMS e legislações internacionais.

Importantíssimo destacar que para situações anômalas a Portaria, em seu capítulo


VIII, art. 44 a 47, salienta que, em eventuais riscos à saúde da população, as
autoridades de saúde pública e os responsáveis pelos sistemas de abastecimento de
água devem elaborar um plano de ação e tomar medidas cabíveis para correção da
anormalidade, incluindo alterações nos parâmetros analisados e na frequência de
monitoramento. E, ainda, em seu art. 48, determina a revisão da portaria a cada 5
anos ou a qualquer tempo, mediante solicitação justificada, sujeita a análise técnica

1Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011 foi revogada e integrada, em 2017, à Portaria de


consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017 – Anexo XX, sem nenhuma alteração.

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da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)/Ministério da Saúde (MS) (BRASIL,


2011).

Na Tabela 1.1, em anexo, apresenta-se uma comparação entre os valores máximos


permitidos (VMP) definidos na Portaria 2914/11 e os limites das legislações da
Austrália (AUSTRALIA, 2018), do Canadá (HEALTH CANADA, 2017), dos Estados
Unidos (USEPA, 2018), da Nova Zelândia (MINISTRY OF HEALTH, 2018) e da
Organização Mundial da Saúde (WHO, 2017).

Ainda na Tabela 1.1, encontra-se uma síntese da revisão sobre padrões de qualidade
da água potável de 104 países e territórios espalhados nos 5 continentes, elaborado
por WHO (2018).

Destaca-se que dos 75 parâmetros constantes na Portaria 2914/11 (Tabela I), 70


apresentam limites compatíveis com as legislações internacionais e apenas 5 não
apresentam referência internacional, tendo sido definido com base em trabalhos
científicos desenvolvidos por Fernandes Neto (2010) e pela ANVISA (2010, 2014).
Baseado nos Guias da Organização Mundial de Saúde (OMS) e nas legislações
internacionais (Estados Unidos, Canadá, Europa, Austrália) os padrões são definidos
utilizando a Avaliação Quantitativa do Risco Microbiológico (AQRM) e a Avaliação
Quantitativa do Risco Químico (AQRQ) que envolvem identificação do perigo,
avaliação da dose-resposta, avaliação da exposição e caracterização do risco assim
definidos (BRASIL,2012; BRASIL,2018):

i. Identificação do perigo: compreende identificação do agente envolvido e


avaliação do conhecimento disponível sobre os respectivos efeitos adversos à
saúde, crônicos ou agudos.

ii. Avaliação da dose-reposta: avaliação do potencial que tem o agente de causar


reposta em diversos níveis de exposição. Podem advir de estudos toxicológicos
humanos e/ou epidemiológicos, preponderantemente obtidos de ensaios de
laboratórios com animais.

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iii. Avaliação da exposição: compreende a caracterização da população exposta,


a quantidade ingerida do agente, a frequência, a duração e as prováveis vias
de exposição.
iv. Caracterização do risco: de posse das informações obtidas nas etapas
anteriores, por meio de modelos matemáticos ou relações diretas entre a dose-
resposta e exposição, pode-se estimar o risco associado ao perigo identificado.

A dose-resposta pode ser obtida por modelos matemáticos ou mesmo estudos de


toxicidade crônica onde são extraídos os seguintes valores: NOAEL (No Observed
Adverse Effect Level); NOEL (No Observed Effect Level), LOAEL (Lowest Observed
Adverse Effect Level), ou LOEL (Lowest Observed Effect Level), expressos em mg/kg
de massa corporal. Considerando estes dados e fatores de incerteza (FI) associados
a variações interespécies e intraespécies é possível determinar a Dose Diária
Aceitável (DDA), Ingestão Diária Aceitável (IDA) ou Ingestão Diária Tolerável (IDT),
ou seja, a quantidade de um agente abaixo da qual as pessoas poderiam estar
expostas sem que ocorra efeito adverso à saúde (BRASIL,2018).

A partir destas informações é possível determinar a concentração limite da substância


na água expressa pelo Valor Máximo Permitido (VMP) que leva em consideração: a
massa corporal e a fração da IDT. São utilizados como valores de referência a massa
corpórea = 60 kg e consumo per capita de água = 2 L/d. O VMP não pode superar o
IDT (BRASIL,2018).

Cabe ressaltar que as substâncias incluídas no padrão de potabilidade são definidas,


com base no potencial tóxico, intensidade de uso (indústria, agricultura e tratamento
de água), padrão de ocorrência em mananciais, possibilidade analítica e dinâmica
ambiental.

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2.1.2 Quesito 2 (MP)

Caso a resposta ao Quesito 1 seja negativa, queira o Sr. Perito indicar os


parâmetros e os valores máximos permitidos que devam ser alterados.

Apesar da resposta do Quesito 1 ter sido positiva, cabe ressaltar que as legislações
sobre potabilidade da água devem ser revisadas a cada 5 anos, condição que não é
atendida como pode-se observar no breve histórico de revisão das Portarias como
apresentado no Quadro 2.1.

Quadro 2.1 — Histórico da evolução da portaria de potabilidade da água no Brasil de


1977 a 2017
Ano Legislação
1977 Portaria 56/Bsb (14/03/1977)
1990 Portaria 36/MS/GM (19/01/1990)
2000 Portaria 1.469 (29/12/2000)
2001 Portaria 518 (25/03/2004)
2011 Portaria 2.914 (12/12/2011)
2017 Portaria de Consolidação 5 (28/09/2017)
Fonte: Adaptado de Bastos (2018)

Chama atenção algumas situações como a Portaria 1.469/2000 que foi revogada,
passando a vigorar a Portaria 518/2004, sem alterações, apenas fazendo a
transferência do órgão gestor e prorrogando o prazo para cumprimento da mesma. O
mesmo aconteceu com a Portaria 2914/2011, que foi revogada, passando a vigorar a
Portaria de Consolidação 5/2017, sem alterações, apenas fazendo a consolidação das
normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde.

Ao longo deste tempo novos defensivos agrícolas, processos industriais e mesmo


produtos químicos utilizados no tratamento vem sendo inseridos / utilizados e podem
ter na sua composição elementos que deveriam ser avaliados quanto a sua inserção
na portaria.
Na Tabela 2.2 são apresentadas 64 substâncias, e seus valores máximos permitidos
(VMP), constantes no documento de revisão sobre padrões de qualidade da água

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potável de 104 países e territórios espalhados nos 5 continentes, elaborado por WHO
(2018) e não contemplados na Portaria 2914/11.

A Portaria 2914/11 está em processo de revisão e algumas substâncias listadas na


Tabela 2.2 deveriam ser avaliadas quanto a sua inserção, com especial atenção para
o formaldeído, substância encontrada no coagulante Tanfloc, que foi utilizado entre
2001 e 2015 como coagulante principal na Estação de Tratamento de Água da
localidade de Novo Hamburgo-RS, conforme informado pela COMUSA, ofício
094/2019/JUR/LG, constante nas folhas 6794 a 6797 do processo em questão. O
mesmo produto foi utilizado nas ETA que captam água ao longo do rio Doce nas
localidades de Governador Valadares e regiões em Minas Gerais e Colatina, no
Espírito Santo, após o rompimento da Barragem da Samarco, conforme informado
pela Samarco no ofício de 10 de dezembro de 2018, constante nas fls 5761 a 5763

Também deve-se avaliar a inserção dos parâmetros Cálcio, Magnésio e Potássio,


presentes no rejeito da Barragem de Fundão. Ressalta-se ainda que Berílio, Boro,
Molibdênio e prata, que foram analisados no rejeito e, apesar de estarem abaixo do
limite de quantificação do método utilizado, em algum momento provocaram
alterações na qualidade da água bruta em Colatina (ver Quesito 16).

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Tabela 2.1 — Parâmetros para análise da qualidade da água potável presentes no


estudo da WHO (2018) e ausentes na Portaria 2914/2011
(continua)
Valor de Organização Número de
referência Mundial da países em Limite Limite
PARÂMETROS Unidade
para a Saúde que é Máx Mín
saúde (WHO, 2017) medido
Beryllium mg/L 0,012 12 0,06 0,0002
Boron mg/L 2,4 73 5 0,2
Chlorate mg/L 0,7 16 1 0,05
Molybdenum mg/L 0,07 26 0,25 0,05
Clostridium perfringens
PER
(Sulphite-reducing 44 0 0
100mL
anaerobes)
Enterococci (Faecal PER
47 0 0
streptococci) 100mL
1,1,1-trichloroethane mg/l 2 16 2 0,03
1,2-dibromo-3-
mg/L 0,001 21 0,007 0,0002
chloropropane
1,2-dibromoethane mg/L 0,0004 8 0,0004 0,00001
1,2-dichloropropane mg/L 0,04 20 0,05 0,005
1,3-dichloropropene mg/L 0,02 16 0,1 0,015
1,4-dioxane mg/L 0,05 5 0,05 0,05
2,4-db mg/L 0,09 16 0,1 0,067
2-Phenylphenol and its
mg/L 1 1 1,4 1,4
sodium salt
Bentazone mg/L 0,3 11 0,4 0,03
Bromodichloromethane mg/L 0,06 29 0,06 0,015
Bromoform mg/L 0,1 23 0,1 0,075
Chloral hydrate
mg/L 0,1 11 0,1 0,01
(trichloracetaldehyde)
Chloroform mg/L 0,3 36 0,4 0,03
Chlorotoluron mg/L 0,03 12 0,04 0,02
Chlorpyriphos mg/L 0,03 16 0,09 0,01
Cyanazine mg/L 0,0006 5 0,01 0,0006
Cyanogen chloride mg/L 0,6 13 0,07 0,05
Cyanuric acid mg/L 40 0 0 0
Dibromoacetylnitrile mg/L 0,07 16 0,1 0,01
Dibromochloromethane mg/L 0,1 29 0,15 0,01
Dichloroacetic acid mg/L 0,05 16 0,05 0,02
Dichloroacetonitrile mg/L 0,02 17 0,09 0,01
Dichloroprop /
mg/L 0,1 19 0,1 0,075
dichlorprop-p
Dimethoate mg/L 0,006 12 0,08 0,006
Diquat mg/L 0,006 7 0,07 0,007
Edetec acid (edta) mg/L 0,6 18 0,7 0,15
Epichlorohydrin mg/L 0,0004 54 0,0005 0,0001
Fenitrothion mg/L 0,008 2 0,04 0,007
Fenoprop mg/L 0,009 14 0,01 0,006
Heptachlor and
mg/L 0,00003 21 0,0002 0,00003
Heptachlor Epoxide
Hexachlorobenzene mg/L 0,001 22 0,001 0,00001

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Tabela 2.1 — Parâmetros para análise da qualidade da água potável presentes no


estudo da WHO (2018) e ausentes na Portaria 2914/2011
(conclusão)
Valor de Organização Número de
referência Mundial da países em Limite Limite
PARÂMETROS Unidade
para a Saúde que é Máx Mín
saúde (WHO, 2017) medido
Hexachlorobutadiene mg/L 0,0006 19 0,0007 0,0004
Hydroxyatrazine mg/L 0,2 0 0 0
Isoproturon mg/L 0,009 19 0,01 0,007
MCPA (4-(2-Methyl-4-
chlorophenoxy) acetic mg/L 0,002 22 0,1 0,002
acid)
Mecoprop mg/L 0,01 16 0,01 0,001
Methoxychlor mg/L 0,02 38 0,9 0,015
Methyl parathion mg/L 0,009 8 0,1 0,0003
Nitrilotriacetic acid mg/L 0,2 18 0,4 0,15
0,03 mg/l
(short term)
0,008-0,063
mg/l (long
term
Nitrobenzene mg/L exposure, 3 0,2 0,004
depending
on end-
point and
approach
used)
N-nitrosodimethylamine
mg/L 0,0001 3 0,0001 0,000012
(ndma)
Pentachlorophenol mg/L 0,009 35 0,06 0,0001
Pyriproxyfen mg/L 5 0,4 0,3
Terbuthylazine mg/L 0,007 7 0,01 0,007
Calcium mg/L 31 500 30
Chlorophenols mg/L 9 0,3 0,0001
Dissolved oxygen mg/L 4 8 4
Magnesium mg/L 34 1000 10
Petroleum oils mg/L 3 0,3 0,1
Total dose mSv/year 0,1 36 1 0,1
Conductivity mS/cm 51 2700 170
Formaldehyde mg/L 19 1 0,02
Oxidizability
mg/L 43 20 3
(permanganate value)
Total polynuclear
aromatic hydrocarbons mg/L 44 0,01 0,0001
(pah)
Phenols mg/L 35 0,3 0,0003
Potassium mg/L 12 50 1,5
Propanil mg/L 11 0,7 0,02
Silver mg/L 24 0,1 0,01
Fonte: Adaptado de WHO (2018)
Nota: O parâmetro destacado em amarelo está presente no Tanfloc, coagulante utilizado em alguns
sistemas de abastecimento de água.
Os parâmetros destacados em marrom estão presentes no rejeito.
Os parâmetros destacados em azul foram analisados no rejeito estando abaixo do Limite de
Quantificação.

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2.1.3 Quesito 3 (MP)

O rio Doce não possui enquadramento aprovado no âmbito do CNRH. Após a


passagem da pluma poluente, em novembro/dezembro de 2015, oriunda do
rompimento da barragem da Samarco em Mariana/MG, na avaliação do Sr.
Perito, há risco de enquadramento do rio Doce em classe diferente da Classe 2
no trecho em tela para atendimento à Resolução Conama n° 357/2005? Caso
negativo, justificar. Caso positivo, pede-se indicar quais parâmetros tiveram os
teores aumentados, quais ultrapassaram os limites máximos estabelecidos na
citada resolução e as justificativas para reenquadramento.

Conforme documento encaminhado pela Agência Nacional de Águas, Comunicação


Interna nº 249/2018/SPR - Documento nº: 00000.066018/2018-10, constante às fls
5654, no item 2 (ANA, 2018) , de fato “[...] não há enquadramento para o rio Doce em
toda a extensão deste rio principal, incluindo-se o trecho na cidade de Colatina, bem
como em toda a bacia do rio Doce no Estado do Espírito Santo”.

Ressalta-se que nos casos em que o enquadramento não foi feito, prevalece o
disposto no artigo 42 da Resolução CONAMA 357/05 (CONAMA, 2005), que “[...]
enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as águas doces serão
consideradas classe 2, [...], exceto se as condições de qualidade atuais forem
melhores, o que determinará a aplicação da classe mais rigorosa correspondente.”.

Após a passagem da pluma de poluente, existe a possibilidade de enquadramento do


rio Doce em classe diferente da Classe 2, mas o evento ocorrido não define por si só
o enquadramento. Ou seja, o mesmo não é baseado necessariamente, no estado
atual da qualidade das águas, e sim no nível de qualidade que atenderá as
necessidades definidas pelos envolvidos no processo de gestão da qualidade das
águas em questão, atendendo os fundamentos de gestão participativa e
descentralizada previstos na Lei das Águas – PNRH 9433/97 (BRASIL,1997).

De acordo com a Resolução n°91/2008, que dispõe sobre procedimentos gerais para
o enquadramento dos corpos de água superficiais, em seu artigo 2° §2º, o
[...] processo de enquadramento pode determinar classes diferenciadas por
trecho ou porção de um mesmo corpo de água, que correspondem a

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exigências a serem alcançadas ou mantidas de acordo com as condições e


os padrões de qualidade a elas associadas.

Caso os envolvidos no processo de gestão dessas águas estabeleçam uma classe


diferente da classe 2, deve-se atentar para o uso no abastecimento de água para
consumo humano, pois de acordo com a classe de qualidade de água há um tipo de
tratamento necessário, e quanto pior for a classe em que se encontra, maior será o
custo para o tratamento de forma a garantir a qualidade necessária para esse uso.

Os parâmetros que tiveram seus teores aumentados após a passagem da pluma, e


os que ultrapassaram os limites máximos estabelecidos pela Resolução CONAMA
357/2005 (CONAMA, 2005), encontram-se listados na Tabela 3.1.

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Tabela 3.1 – Parâmetros da água bruta que apresentaram valores aumentados após a passagem da pluma e/ou ultrapassar
VM da CONAMA 357/2005
(co

Parâmetros Teor aumentado após a passagem da pluma Valores acima do VM da CONAMA 357/2

Alumínio Dissolvido (mg/L Al) X X


(*) Alumínio Total (mg/L) X
(*) Arsênio Dissolvido (mg/L) X
Arsênio Total (mg/L As) X X
(*) Bário Dissolvido (mg/L) X
Bário Total (mg/L Ba) X
Berílio Total (mg/L Be) X
(*) Boro Dissolvido (mg/L) X
Boro Total (mg/L B) X X
(*) Cádmio Dissolvido (mg/L) X
Cádmio Total (mg/L Cd) X X
(*) Cálcio Dissolvido (mg/L) X
(*) Cálcio Total (mg/L) X
(*) Carbono Orgânico Dissolvido (mg/L) X
(*) Carbono Orgânico Total (mg/L) X
(*) Chumbo Dissolvido (mg/L) X
Chumbo Total (mg/L Pb) X X
Cianeto Livre (mg/L CN) X X
(*) Cloramina (mg/L) X
Clordano (μg/L) X
Cloreto Total (mg/L Cl) X X
Cloro Residual Total (combinado + livre) (mg/L Cl) X X
Cobalto Total (mg/L Co) X

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Tabela 3.1 – Parâmetros da água bruta que apresentaram valores aumentados após a passagem da pluma e/ou ultrapassara
VM da CONAMA 357/2005
(contin

Parâmetros Teor aumentado após a passagem da pluma Valores acima do VM da CONAMA 357/2

Cobre Dissolvido (mg/L Cu) X X


(*) Cobre Total (mg/L Cu) X
Coliformes Termotolerantes (NMP/100ml) X X
(*) Coliformes Totais (NMP/100ml) X
(*) Condutividade (µS/cm) X
(*) Cor Aparente (uH) X
Cor Verdadeira (mg Pt/L) X X
Corantes de Fontes Antrópicas X X
Cromo Total (mg/L Cr) X X
DBO (mg/L) X X

Densidade de Cianobactérias (cel/ml) X


Diclorometano (mg/L) X
(*) DQO (mg/L) X
(*) Dureza Cálcio (mg/L) X
(*) Dureza Magnésio (mg/L) X
(*) Dureza Total (mg/L) X
(*) eh (Potencial Redox) (mV) X
(*) Escherichia Coli (NMP/ 100 mL) X
(*) Estanho Total (mg/L) X
(*) Estreptococos Fecais (UFC/100 ml) X
Fenóis totais (mg/L C6H5OH) X X
(*) Feofitina (μg/L) X
Ferro Dissolvido (mg/L Fe) X X
(*) Ferro II (mg/L) X

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Tabela 3.1 – Parâmetros da água bruta que apresentaram valores aumentados após a passagem da pluma e/ou ultrapassara
VM da CONAMA 357/2005
(contin
Parâmetros Teor aumentado após a passagem da pluma Valores acima do VM da CONAMA 357/2

(*) Ferro III (mg/L) X


(*) Ferro Total (mg/L) X
(*) Fósforo Dissolvido (mg/L) X
Fósforo Total (mg/L P) X X
(*) Lítio Dissolvido (mg/L) X
Lítio Total (mg/L Li) X X
(*) Magnésio Dissolvido (mg/L) X
(*) Magnésio Total (mg/L) X
(*) Manganês Dissolvido (mg/L) X
Manganês Total (mg/L Mn) X X
MBAS (Surfactantes) (mg/L) X
Mercúrio Total (mg/L Hg) X X
(*) Metilmercurio (µg/L) X
(*) Microcistinas (μg/L) X
(*) Molibdenio Total (mg/L) X
(*) Níquel Dissolvido (mg/L) X
Níquel Total (mg/L Ni) X X
Nitrato (mg/L N) X
Nitrito (mg/L N) X X
Nitrogênio Amoniacal Total (mg/L N) X
(*) Nitrogênio Orgânico (mg/L) X
(*) Óleos e Graxas Totais (mg/L) X
Óleos e Graxas Visíveis X X
Oxigênio Dissolvido (mg/L) X
pH X X
(*) Polifosfato (mg/L) X

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Tabela 3.1 – Parâmetros da água bruta que apresentaram valores aumentados após a passagem da pluma e/ou ultrapassara
VM da CONAMA 357/2005
(con

(*) Potássio Dissolvido (mg/L) X


(*) Potássio Total (mg/L) X
(*) Prata Dissolvido (mg/L) X
Prata Total (mg/L Ag) X X
Resíduos Sólidos Objetáveis X X
(*) Sódio Dissolvido (mg/L) X
(*) Sólidos Totais (mg/L) X
Sólidos Dissolvidos Totais (500 mg/L) X X
(*) Sólidos Sedimentáveis (mL/L) X
(*) Sólidos Suspensos (mg/L) X
Sulfato Total (mg/L SO4) X
Sulfeto (H2S não dissociado) (mg/L S) X X
(*) Sulfeto Dissolvido (mg/L) X
(*) Sulfeto Total (mg/L) X
(*) Temperatura da água(ºC) X
(*) Temperatura do ar (ºC) X
(*) Trihalometanos Totais (mg/L) X
Turbidez (UNT) X X
Urânio Total (mg/L U) X
(*) Vanádio Dissolvido (mg/L) X
Vanádio Total (mg/L V) X X
(*) Zinco Dissolvido (mg/L) X
Zinco total (mg/L Zn) X X
(*) Não tem limite estabelecido na Resolução CONAMA 357/2005.
Fonte: Elaborado pelos peritos (2019).

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A análise de variação dos parâmetros foi feita seguindo uma metodologia de média
dos valores encontrados, para cada parâmetro, antes do evento (período definido de
2010 a 17/11/2015) e média dos valores encontrados após o evento (período definido
de 18/11/2015 a 2018).

Como já expresso, a variação dos parâmetros por si só não define o enquadramento.


É necessário verificar o comportamento desses ao longo do tempo, considerando o
antes e após passagem da pluma de poluente, e analisar junto aos envolvidos no
processo de enquadramento como a condição atual dos parâmetros interferem nos
usos pretendidos do recurso hídrico, para então definir a classe em que o rio (ou
trecho) será enquadrado.

Para compor a resposta à quesitação, além das informações já apresentadas, foram


utilizados os fundamentos abaixo.

Na Resolução do CONAMA nº 357/2005 (CONAMA, 2005), o enquadramento dos


corpos de água representa o estabelecimento da meta de qualidade da água a ser
alcançada, ou mantida ao longo do tempo, em um segmento de corpo de água, de
acordo com os usos pretendidos.

Segundo a Resolução nº 91/2008 (CNRH, 2008), entende-se por “envolvidos no


processo de gestão das águas”, aqueles citados na referida resolução, em seu Art.8°
§1º e §2º:
Art. 8º As agências de água ou de bacia ou entidades delegatárias das suas
funções, em articulação com os órgãos gestores de recursos hídricos e os
órgãos de meio ambiente, elaborarão e encaminharão as propostas de
alternativas de enquadramento aos respectivos comitês de bacia hidrográfica
para discussão, aprovação e posterior encaminhamento, para deliberação,
ao Conselho de Recursos Hídricos competente.

§1º Na ausência de agência ou entidade delegatária, o órgão gestor de


recursos hídricos, em articulação com o órgão de meio ambiente, elaborará
e encaminhará as propostas de alternativas de enquadramento ao respectivo
comitê, para as demais providências definidas no caput.

§2º Até a instalação do comitê de bacia hidrográfica competente, os órgãos


gestores de recursos hídricos, em articulação com os órgãos de meio
ambiente, e de acordo com os procedimentos estabelecidos nesta
Resolução, poderão elaborar e encaminhar as propostas de alternativas de
enquadramento ao respectivo Conselho de Recursos Hídricos, para análise
e deliberação.

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2.1.4 Quesito 4 (MP)


Queira o Sr. Perito apresentar a ficha descritiva completa, com localização
georreferenciada, da estação fluviométrica (ou fluviográfica) de referência para
as coletas de amostras de água do rio Doce na seção representativa de
Colatina/ES. Também informar os dados das seções, com georreferenciamento,
caso tenham ocorrido amostragens em seções diversas da estação
fluviométrica (ou fluviográfica) anteriormente citada.

O monitoramento da vazão em Colatina é realizado em 2 Estações fluviométricas de


responsabilidade da Agência Nacional de Águas - ANA, sendo uma convencional e a
segunda telemétrica, na qual os dados são monitorados e transmitidos em tempo real
para os bancos de dados da ANA.

As estações localizadas em Colatina são designadas: Estações fluviométricas


Colatina – Cód. 56994500, seção localizada junto à Ponte Velha, e a estação
telemétrica Colatina Corpo de Bombeiro – Cód. 56994510, localizada no Quartel do
Corpo de Bombeiros, conforme indicado na Figura 4.1.

Os dados das séries históricas de vazões e cotas das estações representam as bases
de interpretação dos processos de escoamento e de variação de transporte de
sedimentos na Área Representativa de Colatina, onde estão inseridas as Estações de
Tratamento de água do município.

Deve-se ressaltar que não foram informadas outras seções nos documentos
recebidos que justificassem tratamento hidrológico, mas apenas diversos pontos de
amostragem de qualidade de água na área designada pelos Peritos de áreas de
interesse.

As fichas descritivas das Estações são apresentadas nas Figuras 4.2 e 4.3.

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Figura 4.1 – Localização das Estações Fluviométricas: Colatina - Cód. 56994500 e


Colatina Corpo de Bombeiro – Cód. 56994510

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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61

Figura 4.2 – Ficha da Estação Fluviométrica Colatina – Cód. 56994500


(continua)

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62

Figura 4.2 – Ficha da Estação Fluviométrica Colatina – Cód. 56994500


(continuação)

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Figura 4.2 – Ficha da Estação Fluviométrica Colatina – Cód. 56994500


(conclusão)

Fonte: Fls 5651

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Figura 4.3 – Ficha da Estação Fluviométrica Colatina Corpo de Bombeiro – Cód.


56994510
(continua)

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Figura 4.3 – Ficha da Estação Fluviométrica Colatina Corpo de Bombeiro – Cód.


56994510
(continuação)

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Figura 4.3 – Ficha da Estação Fluviométrica Colatina Corpo de Bombeiro - Cód.


56994510
(conclusão)

.
Fonte: Fls 5651

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2.1.5 Quesito 5 (MP)

Queira o Sr. Perito informar, em listagens individualizadas por órgãos/empresas


responsáveis, os dados das amostragens de água do rio Doce em Colatina/ES,
caracterizando dados colhidos em campo: data, hora, cota ou leitura do nível
d'água, vazão líquida, temperatura, pH, OD, turbidez e condutividade elétrica,
realizadas a partir de 10/11/15 até o restabelecimento das condições médias
vigentes no rio Doce para a seção já referida, no mesmo período em anos
anteriores.

Após solicitação de dados às instituições ANA, Iema, Samarco e Sanear, via processo
judicial (fls 3995 a 4004), foi gerada a Tabela 5.1 anexa. Os dados foram organizados
considerando o período de 04/2010 a 09/2018, para que fosse possível verificar o
restabelecimento das condições médias vigentes antes do rompimento da barragem
da Samarco.

Ressalta-se que os dados faltantes na Tabela 5.1 são aqueles que não constam dos
laudos fornecidos pelas instituições. As informações destacadas referem-se aos
dados fornecidos pela Samarco, porém sem a comprovação dos respectivos laudos
para conferência. Os demais dados fornecidos estão apresentados conforme e foram
mantidos.

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2.1.6 Quesito 6 (MP)

Queira o Sr. Perito apresentar, após análise de consistência, em forma gráfica,


a evolução dos parâmetros indicados no Quesito 5 ao longo do tempo.

Para desenvolvimento deste quesito foi utilizada a tabela 5.1. As Figuras 6.1 a 6.5
apresentam a evolução ao longo do tempo (04/2010 a 09/2018) dos parâmetros
temperatura, pH, OD, turbidez e condutividade elétrica e vazão.

Após a passagem da pluma, observou-se a redução nos valores de OD e elevação


dos demais parâmetros, quando comparadas as condições vigentes no período
anterior ao rompimento da barragem.

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Figura 6.1 – Gráfico de Temperatura da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 6.2 – Gráfico de pH da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 6.3 – Gráfico de Oxigênio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 6.4 – Gráfico de Turbidez da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 6.5 – Gráfico de Condutividade da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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2.1.7 Quesito 7 (MP)

Queira o Sr. Perito informar, em listagens individualizadas por


laboratórios/empresas responsáveis, os resultados das análises físico-
químicas laboratoriais das amostras de água do rio Doce listadas no Quesito
5, para os demais parâmetros indicados na Resolução Conama n° 357/05.

Após solicitação de dados às instituições ANA, Iema, Samarco e Sanear, (fls 3995
a 4004) foi gerada a Tabela 7.1 anexa. Os dados foram organizados considerando-
se o período de 04/2010 a 09/2018, para que fosse possível verificar o
restabelecimento das condições médias vigentes antes do rompimento da
barragem da Samarco.

Ressalta-se que os dados faltantes na Tabela 7.1 não constam dos laudos
fornecidos pelas instituições. Ainda, para análise de inconsistências, requer-se a
consulta a resposta do Quesito 8, muito embora tais informações não tenham sido
excluídas do banco de dados.

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75

2.1.8 Quesito 8 (MP)

A partir dos resultados das análises laboratoriais das amostras de água do


rio Doce em Colatina/ES, queira o Sr. Perito realizar uma análise dos dados,
listando aqueles que julgar inconsistentes e informando claramente o motivo
dessa avaliação.

Para responder a quesitação proposta, tornam-se necessários alguns


esclarecimentos preliminares acerca do que foi considerado como inconsistência:

 Dados que apresentam Valores Outlier com baixo percentual de ocorrência –


valores muito acima dos possíveis para um determinado parâmetro que tem
ocorrência em baixo percentual do tempo;

 Expressão de resultados incompatíveis com o Limite de Detecção (LD) do


equipamento;

 Limite de Detecção do equipamento utilizado, superior ao Valor Máximo


estabelecido na Resolução CONAMA 357/05 e Portaria 2914/11;

 Não fornecimento de laudos para conferência de dados planilhados pela


Samarco.

Após solicitação de dados às instituições ANA, Iema, Samarco e Sanear, (fls 3995
a 4004), considerando o período de 04/2010 a 09/2018, foi gerada a Tabela 8.1,
apresentando por parâmetro as inconsistências identificadas nos resultados da
água bruta.

A Tabela 8.2 apresenta informações fornecidas sem os respectivos laudos


analíticos da água bruta. O mesmo foi feito para a água tratada, sendo as
informações apresentadas nas Tabelas 8.3 e 8.4.

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76

As possíveis causas das referidas inconsistências observadas podem ser


entendidas como erros analíticos ou de digitação, sem que seja possível a
indicação de certeza por parte dos peritos.

Cabe ressaltar que as inconsistências não foram retiradas das planilhas e dos
gráficos apresentados, até mesmo porque os dados foram disponibilizados
unilateralmente pelas instituições interessadas.

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Tabela 8.1 — Inconsistências identificadas nos laudos recebidos de resultados da análise da água bruta em Colatina
(co
Número
Parâmetro Laboratório Data VMP Resultado Justificativa
do laudo
Antimônio total Outlier – única amostra que apresenta resultado numérico, es
Tommasi 19/11/2015 002-63876-77 0,005 0,019
(mg/L) cerca de 4 vezes maior que o VMP
Alumínio 28/11/2015 468484 30 Outlier – amostras apresentam resultado numérico cerca
ALS Corplab 0,1
dissolvido (mg/L) 28/11/2015 468487 30 vezes maior que o segundo maior resultado
Cádmio Outlier – amostra apresenta resultado numérico cerca de 10
Tommasi 09/01/2017 002-64293-59 - 0,0241
Dissolvido (mg/L) maior que o segundo maior resultado
Outlier – amostra apresenta resultado numérico cerca de
Limnos 12/02/2016 17900/16-02 0,001 5,36
Cádmio total vezes maior que o segundo maior resultado
(mg/L) Outlier – amostra apresenta resultado numérico cerca de 4
Tommasi 09/01/2017 002-64293-59 0,001 0,0347
maior que o terceiro maior resultado
Laudo apresenta resultado como menor que 1 μg/L, porém
Carbaril (μg/L) Tommasi 04/06/2012 3958 0,02 <1 valor é maior que o VMP, impossibilitando assim conclusão q
ao cumprimento da legislação
Laudo apresenta resultado como menor que 1 μg/L, porém
Carbaril (μg/L) Tommasi 04/06/2012 3958 0,02 <1 valor é maior que o VMP, impossibilitando assim conclusão q
ao cumprimento da legislação
15/12/2015 497120-2015
17/12/2015 496425-2015 O resultado < 8,02 aparece apenas em dois dias de análises
Cloramina (mg/L) ALS Corplab - < 8,02
17/12/2015 496426-2015 datas próximas, sendo os outros resultados da ordem de < 0
17/12/2015 496419-2015
Cloreto total Outlier – amostra apresenta resultado numérico cerca de 16
Limnos 05/01/2016 1106-16 250 2494,75
(mg/L) maior que segundo maior resultado
Cobre dissolvido Outlier – amostra apresenta resultado numérico cerca de 4
Tommasi 02/12/2015 002-63889-61 0,009 0,1245
(mg/L) maior que segundo maior resultado

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Tabela 8.1 — Inconsistências identificadas nos laudos recebidos de resultados da análise da água bruta em Colatina
(contin
Número
Parâmetro Laboratório Data VMP Resultado Justificativa
do laudo
28/11/2015 468484 10919
03/12/2015 473933 12788
10/12/2015 484413 5863
01/12/2015 469920-2015 10480
03/12/2015 473936-2015 11290
08/12/2015 480709-2015 3555
10/12/2015 484410-2015 4309
15/12/2015 497120-2015 1808 Em dezembro de 2015 o laboratório ALS, utilizando méto
17/12/2015 496425-2015 1292 amostragem distinto de outros laboratórios, obteve resu
Cor verdadeira 28/11/2015 468487-2015 11132 muito discrepantes para o mesmo período analisado. Em
ALS Corplab 75
(mg/L) 28/11/2015 468487-2015 11132 após alterar a metodologia passando a utilizar a mesma de o
01/12/2015 469922-2015 7864 laboratórios, os resultados do ALS foram da mesma orde
03/12/2015 473935-2015 11651 grandeza de outros resultados.
05/12/2015 475211-2015 10255
08/12/2015 480706-2015 1958
10/12/2015 484416-2015 5575
12/12/2015 485500-2015 6436
15/12/2015 497106-2015 1016
17/12/2015 496426-2015 1586
17/12/2015 496419-2015 1707
Estanho Total Outlier – amostra apresenta resultado numérico cerca de 11
Limnos 25/01/2016 16910-16 - 79,9
(mg/L) maior que segundo maior resultado
Ferro dissolvido 28/11/2015 468484 0,3 39 Outlier – amostras apresentam resultado numérico cerca
ALS Corplab
(mg/L) 28/11/2015 468487 0,3 39 vezes maior que segundo maior resultado
Magnésio Outlier - amostra apresenta resultado numérico cerca de 7
Tommasi 23/12/2016 002-64276-7 7,03
Dissolvido (mg/L) maior que segundo maior resultado
Sódio Dissolvido Outlier - amostra apresenta resultado numérico cerca de 3
Tommasi 23/12/2016 002-64276-7 - 49,09
(mg/L) maior que segundo maior resultado

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Tabela 8.1 — Inconsistências identificadas nos laudos recebidos de resultados da análise da água bruta em Colatina
(conc
Número
Parâmetro Laboratório Data VMP Resultado Justificativa
do laudo
24/06/2014 002-63363-18
01/12/2014 002-63523-11
Limite de detecção é maior que o valor máximo permitido
Tributilestanho 24/06/2014 002-63363-16
Tommasi 0,063 < 0,3 legislação, impossibilitando assim qualquer conclusão quan
(μg/L) 01/12/2014 002-63523-12
cumprimento da mesma
24/06/2014 002-63363-15
01/12/2014 002-63523-13
24/06/2014 002-63363-18
01/12/2014 002-63523-11
Limite de detecção é maior que o valor máximo permitido
Tributilestanho 24/06/2014 002-63363-16
Tommasi 0,063 < 0,3 legislação, impossibilitando assim qualquer conclusão quan
(μg/L) 01/12/2014 002-63523-12
cumprimento da mesma
24/06/2014 002-63363-15
01/12/2014 002-63523-13
01/12/2015 469920-2015
03/12/2015 473936-2015
08/12/2015 480709-2015
10/12/2015 484410-2015
15/12/2015 497120-2015
17/12/2015 496425-2015
28/11/2015 468487
28/11/2015 468487-2015 Limite de detecção é maior que o valor máximo estabeleci
Urânio total
ALS Corplab 01/12/2015 469922-2015 0,02 < 0,03 legislação, impossibilitando assim qualquer conclusão quan
(mg/L)
03/12/2015 473935-2015 cumprimento da mesma
05/12/2015 475211-2015
08/12/2015 480706-2015
10/12/2015 484416-2015
12/12/2015 485500-2015
15/12/2015 497106-2015
17/12/2015 496426-2015
17/12/2015 496419-2015
Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Tabela 8.2 — Inconsistência por não recebimento dos laudos do resultado da análise da água bruta em Colatina
PONTO DE INTERESSE EMPRESA LABORATÓRIO NÚMERO LAUDO DATA DA AMOSTRAGEM HORA DA AMOSTRA

ETA IV COLATINA Samarco Merieux 311137-2015 13/11/2015 13:36:00


ETA IV COLATINA Samarco Labb 2015-28430-2 07/12/2015 07:00:00
ETA IV COLATINA Samarco Labb 2015-28430-3 07/12/2015 07:00:00
PONTE ITAPINA Samarco Limnos 15881-16 19/12/2015 12:10:00
PONTE NOVA COLATINA Samarco Limnos 1444-16 24/01/2016 12:15:00
ETA IV COLATINA Samarco Merieux 376275-2016 05/12/2016 14:48:00
PONTE NOVA COLATINA Samarco Tommasi 002-64259-97 06/12/2016 10:40:00
ETA IV COLATINA Samarco Merieux 375878-2016 12/12/2016 13:40:00
PONTE NOVA COLATINA Samarco Tommasi 002-64272-148 20/12/2016 11:23:00
PONTE NOVA COLATINA Samarco Tommasi 002-64287-37 04/01/2017 10:45:00
PONTE NOVA COLATINA Samarco Tommasi 002-64300-106 17/01/2017 11:15:00
PONTE NOVA COLATINA Samarco Tommasi 002-64314-60 31/01/2017 10:40:00
PONTE NOVA COLATINA Samarco Tommasi 002-64329-7 14/02/2017 10:35:00
PONTE NOVA COLATINA Samarco Tommasi 002-64357-59 15/03/2017 11:15:00
PONTE NOVA COLATINA Samarco Tommasi 002-64386-20 12/04/2017 11:35:00
ETA IV COLATINA Samarco Tommasi 002-64391-91 17/04/2017 15:10:00
PONTE NOVA COLATINA Samarco Tommasi 002-64421-34 17/05/2017 11:41:00
PONTE NOVA COLATINA Samarco Tommasi 002-64457-62 22/06/2017 14:30:00
PONTE NOVA COLATINA Samarco Tommasi 002-64483-54 19/07/2017 12:00:00
PONTE NOVA COLATINA Samarco Tommasi 002-64511-106 16/08/2017 11:50:00
Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Tabela 8.3 — Inconsistências identificadas nos laudos recebidos de resultados da análise da água tratada em Colatina
Número do
Parâmetro Laboratório Data VMP Resultado Justificativa
laudo
Todas as
Cloramina análises Os laudos não apresentam a metodologia utilizada ou o lim
Tommasi - 4
(mg/L) realizadas em detecção
2015 até 16/12
Outlier - amostra apresenta resultado numérico cerca de 3 v
Cloro residual
31/07/2017 0,2 a 5 11,9 maior que o segundo maior resultado e cerca de 10 vezes m
livre Tommasi 002-64496-70
(mg/L) que os resultados de outras amostras no mesmo períod
Limite de detecção é maior que o valor máximo estabelecid
Chumbo
Cesan 21/11/2015 50559 0,01 < 0,015 legislação, impossibilitando assim qualquer conclusão quan
(mg/L)
cumprimento da mesma
04/06/2012 3986/2012 Limite de detecção é maior que o valor máximo estabelecid
Cilindrosper-
Tommasi 1 < 1,2 legislação, impossibilitando assim qualquer conclusão quan
mopsinas (µg/L) 04/06/2012 3994/2012 cumprimento da mesma
Coliformes totais 04/05/2016 20566/16A Ausência Forma de expressão do resultado impossibilita conclusão q
(Ausência/ Limnos < 1,1
05/05/2016 20570/16A em 100 mL ao cumprimento da legislação
Presença)
Ausência
Escherichia coli 04/05/2016 20566/16A
em 100 mL Forma de expressão do resultado impossibilita conclusão q
(Ausência/ Limnos < 1,1
Ausência ao cumprimento da legislação
Presença) 05/05/2016 20570/16A
em 100 mL
Sódio Outlier - amostra apresenta resultado numérico cerca de 29
Tommasi 14/04/2018 8658 200 1300
(mg/L) maior que o segundo maior resultado
Sulfeto dissolvido Outlier - amostra apresenta resultado numérico cerca de 6 v
Tommasi 27/04/2016 002-64035-105 - 1
(mg/L) maior que o segundo maior resultado
Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Tabela 8.4 — Inconsistência por não recebimento dos laudos do resultado da


análise da água tratada em Colatina
DATA DA HORA DA
PONTO DE INTERESSE EMPRESA LABORATÓRIO
AMOSTRAGEM AMOSTRAGEM

ETA I e II COLATINA Tommasi Samarco 21/11/2015 20:20


ETA I e II COLATINA Tommasi Samarco 30/12/2015 21:02
ETA I e II COLATINA Tommasi Samarco 04/01/2016 8:15
ETA I e II COLATINA Tommasi Samarco 04/01/2016 10:25
ETA I e II COLATINA Tommasi Samarco 09/01/2016 20:25
ETA I e II COLATINA Tommasi Samarco 21/01/2016 19:55
ETA I e II COLATINA Tommasi Samarco 22/01/2016 10:05
ETA I e II COLATINA Tommasi Samarco 09/02/2016 20:05
ETA I e II COLATINA Tommasi Samarco 23/02/2016 7:50
ETA I e II COLATINA Tommasi Samarco 26/03/2016 9:05
ETA I e II COLATINA Tommasi Samarco 20/11/2016 14:00
ETA I e II COLATINA Tommasi Samarco 28/11/2016 8:05
ETA I e II COLATINA Merieux Samarco 03/12/2016 7:15
ETA I e II COLATINA Merieux Samarco 06/12/2016 6:30
ETA I e II COLATINA Tommasi Samarco 10/01/2017 7:30
ETA I e II COLATINA Tommasi Samarco 11/06/2017 10:50
ETA IV - Colatina Tommasi Samarco 21/01/2016 9:40
ETA IV - Colatina Tommasi Samarco 27/01/2016 9:10
ETA IV - Colatina Tommasi Samarco 20/05/2017 7:00
Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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83

2.1.9 Quesito 9 (MP)

Queira o Sr. Perito apresentar em tabela e em forma gráfica, os resultados das


concentrações de sólidos em suspensão do rio Doce em Colatina/ES a partir
de 10/11/15, caracterizando data, hora e cota ou leitura do nível d'água.

Após solicitação de dados às instituições ANA, Iema, Samarco e Sanear, (Fls 3995
a 4004), considerando o período 04/2010 a 09/2018, foi gerada a Tabela 7.1, de
onde foram extraídas as concentrações de sólidos em suspensão.

Os resultados da concentração de sólidos em suspensão do rio Doce em Colatina,


analisados para o período de 08/11/2015 até 16/08/2018, em função da cota e da
vazão do rio com base nos registros da Estação fluviométrica Cód. 56994500 em
Colatina, de responsabilidade da Agência Nacional de Águas – ANA, são
apresentados na Tabela 9.1 em anexo, e nas figuras 9.1 e 9.2.

Observou-se que após a chegada da pluma em Colatina, em 18/11/2019, até por


volta de 20 de janeiro de 2016, a concentração de sólidos em suspensão teve um
aumento considerável, alcançando um pico de 1579 mg/l em 20/11/2015, conforme
demostrado nas figuras 9.1 e 9.2. Mas o aumento da vazão do rio Doce no trecho
avaliado e, consequentemente o aumento da cota, função da vazão, não foi
observado. A vazão e a cota tiveram aumento lento e tímido frente à variação
observada para a concentração de sólidos em suspensão.

Esses resultados mostram que o aumento rápido da concentração, observado no


período acima, deveu-se ao aporte de material (sedimentos) ao leito fluvial devido
à passagem da lama de rejeito. Após o período inicial desta passagem, a partir de
21/01/2016, iniciou-se o processo de decaimento da concentração. No entanto, nos
meses de dezembro de 2016 e de 2017, bem como de março de 2017 e de 2018,
foram observados pulsos de valores elevados de concentração de sólidos em
suspensão e esses ocorreram concomitantemente com chuvas de magnitudes
expressivas. Este fato é explicável pela disponibilidade de estoque de material
remanescente de rejeito no leito e margens do rio, mas esses valores não

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84

alcançaram a mesma ordem de grandeza observada quando da passagem lama


de rejeito.

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Figura 9.1 — Relação entre concentração de sólidos em suspensão e cota referente ao nível de água no rio Doce em Colatina
partir de 8/11/2015 a 14/09/2018

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 9.2 — Relação entre concentração de sólidos em suspensão e vazão de água no rio Doce em Colatina/ES a par
8/11/2015 a 14/09/2018

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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2.1.10 Quesito 10 (MP)

Queira também o Sr. Perito apresentar, em tabela e em forma gráfica, as


vazões sólidas em suspensão e, eventualmente, de arraste, obtidas a partir
de 10/11/15 para o rio Doce em Colatina/ES, caracterizando data, hora, cota
ou leitura do nível d'água e vazão líquida correspondente.

Após solicitação de dados à instituições ANA, Samarco e Sanear, (fls 3995 a 4004),
foi gerada para o período de 08/11/2015 até 16/08/2018, em função da cota e da
vazão do rio com base nos registros da Estação fluviométrica Cód. 56994500 em
Colatina, de responsabilidade da Agência Nacional de Águas – ANA, e medições
de descarga sólida fornecidas pela Samarco (Fls 5761 a 5763 – Item 01 – Água
Bruta – PMQQS; fls 6716 e 6717 – itens 1 a 4 – laudos de análise de água – período
emergencial e PMQQS). Os resultados da consolidação estão apresentados na
Tabela 10.1, referentes às ETA I e II, e Tabela 10.2, referentes à ETA IV em anexo.

Observou-se que imediatamente após a chegada da pluma em Colatina, nos dias


20 e 21/11/2015, a descarga sólida em suspensão alcançou valores de 16.186,96
t/dia e 19.036,73 t/dia, representando aumentos percentuais de 69.718 % e
81.992%, respectivamente em comparação com a descarga sólida em suspensão
observada em 18/11/2015. Nesses 2 dias, a vazão medida no rio estava
extremamente baixa, 164, 92 m3/s e 242,39 m3/s, fato que corrobora com a
contribuição exclusiva pelo aporte devido à passagem da pluma de rejeito.

No entanto, com o aumento da vazão na calha fluvial, no período de janeiro de


2016, houve novamente um aumento substancial da descarga sólida em
suspensão, um processo compatível com o fenômeno de ressuspensão de
sedimentos devido à disponibilidade de estoque no leito, ou novos aportes de
rejeitos. O mesmo fenômeno foi observado nos períodos de aumento de vazão do
rio, de novembro 2016 a janeiro 2017, e de março a abril de 2018.

A relação observada acima para a descarga sólida em suspensão e o aumento da


vazão é semelhante quando relacionado ao aumento da cota ou do nível do rio,

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uma vez que essas variáveis são uma função da vazão para uma mesma seção do
rio.

As figuras 10.1a e 10.1b referentes às ETA I e II para cota e vazão respectivamente,


e figuras 10.2 a e 10.2 b referentes à ETA IV, também para cota e vazão,
respectivamente, ilustram os comportamentos relacionais observados para a
descarga sólida em suspensão.

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Figura 10.1a – Representação das vazões sólidas e vazões líquidas no rio Doce em Colatina/ES – estação fluviométrica
56994500, nas proximidades das ETA I e II

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 10.1b – Representação das vazões sólidas e cota no rio Doce em Colatina/ES – estação fluviométrica Cód. 56994500
proximidades das ETA I e II

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 10.4a – Representação das vazões sólidas e vazões líquidas no rio Doce em Colatina/ES – estação fluviométrica
56994500, nas proximidades da ETA IV

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 10.2b – Representação das vazões sólidas e cota no rio Doce em Colatina/ES - Estação fluviométrica Cód. 56994500
proximidades das ETA I e II

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Estas folhas constituem Parte do Laudo Pericial acostado aos autos n. 0135334-09.2015.4.02.5005
e devem ser consideradas na completude do documento.

1.1.1 Quesito 11 (MP)

Queira ainda o Sr. Perito apresentar, em tabelas e em forma gráfica, estudo


comparativo dos dados físico-químicos de qualidade da água do rio Doce
obtidos nos cinco anos anteriores a novembro/2015, com aqueles registrados
após 10/11/15.

Após solicitação de dados às instituições ANA, Iema, Samarco e Sanear, (Fls 3995
a 4004), considerado o período 11/2010 a 09/2018, foi gerada a Tabela 11.1 em
anexo.

Os dados foram organizados considerando o período de fornecimento pelas


empresas acima citadas com identificação da chegada da pluma (18/11/2015), para
que fosse possível verificar o restabelecimento das condições médias vigentes
antes do rompimento da barragem da Samarco.

Dos 176 parâmetros monitorados, 99 possuem valores máximo (VM) de referência


na Resolução Conama 357/05. No período de interesse, conforme solicitado no
quesito, foi verificado que todos os parâmetros estabelecidos na referida legislação
foram monitorados apenas a partir de 2016, conforme apresentado na Figura 11.1.

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Figura 11.1 — Número total de parâmetros monitorados e número de parâmetros


monitorados em atendimento a Resolução CONAMA 357/05 no período de 2010 a
2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Pode-se observar um aumento progressivo no número de parâmetros monitorados


com destaque para o crescimento expressivo após a passagem da pluma.

As figuras 11.2 a 11.177 apresentam a evolução histórica dos parâmetros


monitorados no período de 11/2010 a 09/2018, comparando os resultados com os
valores máximos (VM), quando recomendados pela Resolução Conama 357/05.

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Figura 11.2 – Evolução do parâmetro 1,1-dicloroeteno por instituição contratante/laboratório, assoc
em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.3 – Gráfico de 1,2-dicloroetano da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.4 – Gráfico de 2-clorofenol da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.5 – Gráfico de 2,4,5-T da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.6 – Gráfico de 2,4,5-TP da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.7 – Gráfico de 2,4,6-Triclorofenol da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.8 – Gráfico de 2,4-D da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.9 – Gráfico de 2,4-Diclorofenol da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.10 – Gráfico de Acrilamida da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.11 – Gráfico de Alaclor da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.12 – Gráfico de Alcalinidade Bicarbonato da água do rio Doce em Colatina no período de

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.13 – Gráfico de Alcalinidade Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.14 – Gráfico de Aldrin +Dieldrin da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.15 – Gráfico de Alumínio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2014

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.16 – Gráfico de Alumínio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.17 – Gráfico de Antimônio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.18 — Gráfico de Antimônio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.19 – Gráfico de Arsênio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.20 – Gráfico de Arsênio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.21 – Gráfico de Atrazina da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.22 – Gráfico de Bário Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.23 – Gráfico de Bário Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.24 – Gráfico de Benzeno da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.25 – Gráfico de Benzidinada água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019).

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Figura 11.26 – Gráfico de Benzo(a) antraceno da água do rio Doce em Colatina no período de 2012

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.27 – Gráfico de Benzo(a) pireno da água do Doce em Colatina no período de 2012 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.28 – Gráfico de Benzo(b) fluoranteno da água do rio Doce em Colatina no período de 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.29 – Gráfico de Benzo(k) fluoranteno da água do rio Doce em Colatina no período de 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.30 – Gráfico Berílio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.31 – Gráfico de Berílio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.32 – Gráfico de Bicarbonatos da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.33 – Gráfico de Boro Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.34 – Gráfico de Boro Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.35 – Gráfico de Cádmio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.36 – Gráfico de Cádmio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.37 – Gráfico de Cálcio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.38 — Gráfico de Cálcio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.39 – Gráfico de Carbaril da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.40 — Gráfico de Carbonatos da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.41 – Gráfico de Carbono Orgânico Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no períod

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.42 – Gráfico de Carbono Orgânico Total da água do rio Doce em Colatina no período de

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.43 – Gráfico de Chumbo Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.44 – Gráfico de Chumbo Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.45 – Gráfico de Cianeto Livre da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.46 – Gráfico de Cianeto Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.47 – Gráfico de Cloramina da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2017

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.48 – Gráfico de Clordano da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.49 — Gráfico de Cloreto Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.50 – Gráfico de Cloreto Residual Livre da água do rio Doce em Colatina no período de 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.51 — Gráfico de Cloro Residual Total da água do rio Doce em Colatina no período de 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.52 – Gráfico de Cloro Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2016 a 2017

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.53 – Gráfico de Clorofila a da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.54 – Gráfico de Cobalto Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.55 – Gráfico de Cobalto Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.56 – Gráfico de Cobre Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.57 – Gráfico de Cobre Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.58 – Gráfico de Coliformes termotolerantes da água do rio Doce em Colatina no período

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.59 – Gráfico de Coliformes Totais da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.60 – Gráfico de Condutividade da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.61 – Gráfico de Cor Aparente da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.62 – Gráfico de Cor Verdadeira da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.63 – Gráfico de Corantes de Fontes Antrópicas da água do rio Doce em Colatina no perío

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.64 – Gráfico de Criseno da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

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Figura 11.65 – Gráfico de Cromo Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016 a

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Figura 11.66 – Gráfico de Cromo Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 201

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Figura 11.67 – Gráfico de DBO da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 2018

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Figura 11.68 – Gráfico de DDT (p,p’DDT + p,p’DDE + p,p’DDD) da água do rio Doce em Colatina n

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Figura 11.69 – Gráfico de Demeton (DemetonO + DemetonS) da água do rio Doce em Colatina no

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Figura 11.70 – Gráfico de Densidade de Cianobactérias da água do rio Doce em Colatina no períod

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Figura 11.71 – Gráfico de Dibenzo(a,h) antraceno da água do rio Doce em Colatina no período de 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.72 – Gráfico de Diclorometano da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.73 – Gráfico de Dodecacloro Pentaciclodecano da água do rio Doce em Colatina no perío

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.74 – Gráfico de DQO da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 2017

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.75 — Gráfico de Dureza Cálcio da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.76 — Gráfico de Dureza Magnésio da água do rio Doce em Colatina no período de 2015

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.77 – Gráfico de Dureza Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.78 – Gráfico de eh (Potencial Redox) da água do rio Doce em Colatina no período de 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.79 – Gráfico de Endossulfan (alfa +beta + sulfato) da água do rio Doce em Colatina no p

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.80 – Gráfico de Endrin da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.81 – Gráfico de Escherichia Coli NMP da água do rio Doce em Colatina no período de 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.82 – Gráfico de Escherichia Coli UFC da água do rio Doce em Colatina no período de 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.83 – Gráfico de Estanho Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)


.

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Figura 11.84 – Gráfico de Estireno da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.85 – Gráfico de Estreptococos Fecais da água do rio Doce em Colatina no período de 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.86 – Gráfico de Etilbenzeno da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.87 – Gráfico de Fenóis Totais da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.88 – Gráfico de Feofitina da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)


.

Protocolada por MARIANGELA DUTRA DE OLIVEIRA em 11/12/2019 18:17:11 (Processo 0135334-09.2015.4.02.5005)


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Figura 11.89 – Gráfico de Ferro Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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271

Estas folhas constituem Parte do Laudo Pericial acostado aos autos n. 0135334-09.2015.4.02.5005 e
devem ser consideradas na completude do documento.

1.1.1 Quesito 12 (MP)

Existiu, ou ainda existe, algum plano alternativo colocado em prática pela


Sanear para captação de água em recurso hídrico não contaminado pela lama
de rejeitos da Samarco? Caso positivo, queira o Sr. Perito discorrer sobre o
plano, a qualidade da água bruta captada e o período em que foi utilizado.

Não foi apresentado plano alternativo para captação de água em recurso hídrico não
contaminado pela lama. As ações realizadas não resultaram em alternativas viáveis
para suprir a demanda de abastecimento de água para a cidade de Colatina.

Quando da passagem da lama, entre os dias 18 e 24/11/2015, a tomada de água no


rio Doce foi interrompida nas estações de tratamento de água de Colatina (ETA I,
ETAII e ETAIV), sendo as estações abastecidas de forma emergencial por caminhão-
pipa com água proveniente da Lagoa do Batista (ES-248 Marilândia), conforme
informado pelo Sanear (2018, 2019). Esta informação foi confirmada nas visitas
técnicas realizada no Sanear nos dias 12 de dezembro de 2018 e 05 de julho de 2019.
Neste período as ETAS I e II operaram com vazão aproximada de 10% a 20% da sua
vazão nominal (ETA I com vazão nominal = 160L/s e ETA II com vazão nominal =
200L/s) e a ETA IV operou com a sua vazão nominal (19L/s) (Sanear, 2018).

A água da Lagoa do Batista passou pelo tratamento do tipo convencional, sendo


posteriormente distribuída para a população. Segundo o Sanear, o abastecimento foi
realizado prioritariamente nos pontos estratégicos como hospitais e presídio. A única
análise físico química e microbiológica constante no processo sobre a Lagoa do
Batista (UTM:0348693/7839720), foi disponibilizada pelo Sanear. A coleta aconteceu
no dia 18/11/2015 pela empresa Tommasi Analítica, e o relatório produzido sob o
número 002-63875-93 apresentou os parâmetros oxigênio dissolvido abaixo do valor
máximo e fósforo, corantes e resíduos sólidos objetáveis acima do valor máximo
estabelecido na resolução Conama 357/2015.

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272

A Samarco ainda perfurou 6 poços na região (fls 5762, item 08) (Samarco, 2018). Em
reunião realizada em Colatina no dia 12-12-2018, o Sanear relata que os poços
perfurados pela Samarco não foram recebidos por não possuírem qualidade e
quantidade de água satisfatórios. Os seis poços chegaram a uma vazão de 47L/s,
insuficiente para atendimento da cidade e ainda demandariam um consumo elevado
de energia elétrica.

Após a passagem da pluma a Samarco construiu uma captação de água no rio Santa
Maria do Doce, com vazão de recalque de 80L/s para abastecer a ETA I que distribui
água para o lado sul do município. Para abastecer o lado norte do município a
Samarco construiu uma captação no rio Pancas, com vazão de recalque de 150L/s
para abastecer a ETA II. Segundo Sanear (2019), o sistema de Santa Maria do Doce
foi testado, mas nunca utilizado, e o sistema rio Pancas foi testado, mas não recebido
pelo Sanear devido a problemas fundiários com o proprietário do terreno da
captação/elevatória.

Ainda na reunião realizada em Colatina no dia 12-12-2018, o Sanear informou que


propôs para a Samarco a utilização da água da lagoa do Batista e da lagoa do Limão,
localizadas a 14 Km e 21 Km de Colatina, respectivamente, como fonte alternativa
para abastecimento da cidade, entretanto tais alternativas não foram analisadas pela
Samarco.

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273

1.1.2 Quesito 13 (MP)

Os parâmetros determinados a partir das análises de amostras de água do rio


Doce foram suficientes para bem caracterizar o padrão de qualidade da água
captada, de forma a atender a Resolução Conama n° 357/05? Caso negativo,
queira o Sr. Perito identificar a(s) amostra(s), indicar o(s) parâmetro(s)
ausente(s) ou inconsistente(s) e o possível motivo da(s)
ausência(s)/inconsistência(s). Caso positivo, queira o Sr. Perito justificar
possível ausência/inconsistência de algum parâmetro, identificando a(s)
amostra(s).

O que permite caracterizar a qualidade da água são os parâmetros que retratam suas
principais características físicas, químicas e biológicas. Quanto a água bruta, esses
parâmetros correspondem aos listados na Resolução Conama 357/05, que estabelece
padrões de valores limites aceitáveis para cada uma das classificações das águas
definidas conforme o uso. No caso do rio Doce, esses valores são os padrões de
qualidade da resolução para águas de classe 2, conforme informações constantes no
Quesito 3.

Destaca-se que não cabe, neste caso, listar os parâmetros ausentes em razão de ter
ocorrido análises de todos os parâmetros exigidos pela resolução Conama 357/05
para Classe 2, porém com temporalidades distintas. Em outras palavras, na maioria
das vezes não foram realizadas análises de todos os parâmetros em um mesmo dia
ou em uma mesma amostra, permitindo assim a produção de indicadores de
caracterização da qualidade da água. Em outras palavras, na maioria das vezes não
foram realizadas análises de todos os parâmetros num mesmo dia ou numa mesma
amostra.

No processo em questão, não foi apresentado pelo Sanear ou pela Samarco, um plano
de monitoramento da qualidade da água bruta para o período emergencial, quando
da passagem da pluma. Segundo Renova (2017) o Programa de Monitoramento
Quali-Quantitativo Sistema de Água e Sedimentos (PMQQS) só teve início em
agosto/2017 após a constituição da Renova.

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O Programa de Monitoramento Quali-Quantitativo Sistema de Água e Sedimentos


(PMQQS) faz parte das ações reparatórias e compensatórias, dentro dos Programas
Socioambientais, definidas nas Clausulas 177, 178 e 179 do Termo de Transição e
Ajustamento de Conduta – TTAC, assinado em março de 2016 pelo Governo Federal
e dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e a Samarco e suas acionistas VALE
S.A. e BHP Billiton Brasil Ltda. Os parâmetros e pontos de monitoramento no PMQQS
foram definidos pela Câmara Técnica de Segurança Hídrica e Qualidade da Água
(CTSHQA) e deliberados no Comitê Interfederativo (CIF), com base nos
levantamentos realizados pelo Igam/, pelo Iema e pela CPRM.

A Tabela 11.1 do Quesito 11, apresenta o banco de dados com 176 parâmetros
monitorados na água bruta, sendo que 99 destes, possuem valores máximo (VM) de
referência na Resolução Conama 357/05. Foram encontradas algumas
inconsistências, tais como: presença de Outilier, Limite de detecção do equipamento
superior ao valor máximo estabelecido na pela Resolução Conama 357/05 e não
fornecimento de laudos para confirmação de valores planilhados, conforme listadas
na resposta ao Quesito 8. Entretanto, todos foram mantidos no banco de dados pela
impossibilidade de confirmação de tais inconsistências.

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1.1.3 Quesito 14 (MP)

Queira o Sr. Perito avaliar cumprimento do especificado no Anexo Xll da Portaria


GM/MS n° 2914/2011, visto tratar-se de captações em manancial de superfície e
justificar eventual descumprimento.

O monitoramento de alguns parâmetros não atendeu ao especificado no Anexo XII da


Portaria GM/MS nº 2.914/2011 (BRASIL, 2011; BRASIL, 2017), em todas as ETA,
conforme apresentado nos Quadros que seguem. Nos Quadros 14.1, 14.3 e 14.5
estão apresentados os meses, em que o especificado na portaria para a Saída do
Tratamento não foi atendido. E, nos Quadros 14.2, 14.4 e 14.6 o especificado na
portaria para a Rede de Distribuição que não foi atendido.

Considerando que o Anexo XII da Portaria nº 2.914/2011 define o número mínimo de


amostras e frequência de monitoramento de parâmetros para o controle da qualidade
da água de sistema de abastecimento, em função do ponto de amostragem, da
população abastecida e do tipo de manancial, a avaliação foi realizada para cada ETA.
Para a Saída do Tratamento, o Anexo XII indica o número de amostra e a frequência
em função do tipo de manancial – subterrâneo ou superficial. E, no caso da Rede de
Distribuição, é considerada também a população abastecida – número de habitantes.
As informações referentes aos parâmetros turbidez, cloro residual, pH e fluoreto foram
extraídas das Planilhas de Controle Operacional do Sanear (Fls 6552); cor do
Relatório Técnico e das Planilhas de Controle Operacional emitidos pelo Sanear (Fls
5122); gosto e odor, cianotoxinas, produtos secundários da desinfecção, substâncias
Inorgânicas, Substâncias Orgânicas, Agrotóxicos, Padrão Organoléptico de
Potabilidade, Radioatividade, Microbiologia dos laudos laboratoriais fornecidos pelo
Sanear (Fls 5122 e 6552); e pela Samarco (Fls 5761 e 6716), consolidados na Tabela
14.1, em anexo.

A seguir são apresentadas as condições definidas para avaliação deste quesito:

• O período utilizado para consolidação da resposta deste quesito na Saída do


Tratamento foi de novembro de 2015 (18/11/2015), pós passagem da pluma pelo
município de Colatina, até setembro de 2018 que foi a data final de apresentação

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dos resultados de parâmetros monitorados e que foram disponibilizados pelo


Sanear e pela Samarco. Já para a Rede de Distribuição os dados disponíveis foram
de 2016 a 2018. Em 2016 somente foram fornecidas informações referentes aos
meses de maio, junho, julho e outubro, e em 2017 e 2018 foram fornecidas
informações apenas dos meses de março a julho, sendo assim não foi possível
avaliar o cumprimento mensal nos demais meses destes anos.

• Na Seção IV do Capítulo III, da Portaria GM/MS n° 2914/2011, são apresentadas


as Competências e Reponsabilidades do Responsável pelo Sistema ou Solução
Alternativa Coletiva de Abastecimento de Água para Consumo Humano que, neste
caso, é o Sanear. No entanto, considerando o desastre ocorrido, a Samarco
monitorou os parâmetros exigidos na portaria e, em razão disso, os peritos
utilizaram os bancos de dados disponibilizados pela Samarco e pelo Sanear.

• Com relação aos parâmetros relacionados aos Agrotóxicos e à Radioatividade,


monitorados na Saída do Tratamento, não foi apresentado o Plano de
Monitoramento, conforme especificado no art. 41 da Portaria GM/MS n° 2914/2011.
Sendo assim, para avaliação do atendimento destes parâmetros, foi considerada a
frequência semestral definida no Anexo XII da referida Portaria.

• Destaca-se que para avaliação do cumprimento à Portaria com relação às


frequências trimestrais e semestrais no ano de 2015, na Saída do Tratamento, foi
analisado todo o trimestre ou semestre, apesar de ter sido definido que a avaliação
seria a partir de nov./2015.

• Para avaliação das Cianotoxinas, dos Produtos secundários da desinfecção e


Demais parâmetros citados no Anexo XII da Portaria, foram considerados:
Cianotoxinas, indicado no Anexo VIII; Produtos secundários da desinfecção foram
Clorito, Cloraminas Total e Trihalometanos Total; Substâncias Inorgânicas,
Substâncias Orgânicas e Agrotóxicos, indicado no Anexo VII; Padrão Organoléptico
de Potabilidade, indicado no Anexo X; Radioatividade, indicado no IX;
Microbiológico, indicado no Anexo XIII.

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• Na Rede de Distribuição no cálculo do número de amostras para análise


microbiológica, de turbidez e cloro residual livre, foi considerado o especificado no
art. 41, § 3o e no Anexo XIII. No cálculo do número de amostras para análise de
bactérias heterotróficas foi considerado o especificado no Art. 28, § 1º.

• Importante destacar que são informados nas Planilhas de Controle Operacional das
ETA que as estações estiveram paralisadas em diferentes momentos do dia, devido
a circunstâncias adversas como manutenção nas ETA, falta de energia,
manutenção na rede de distribuição, manutenção na casa de bomba, manutenção
na rede de água bruta, limpeza do poço de captação, bomba dosadora em
manutenção, manutenção das bombas de captação, reservatório cheio. Ressalta-
se que em alguns casos foi informado que a ETA esteve paralisada durante
algumas horas, sem que fosse apresentado o motivo e, ainda, que não foram
identificadas paralisações decorrentes da qualidade da água do manancial. Assim,
o monitoramento dos parâmetros com frequência horária foi interrompido durante
estas paralisações do tratamento.

ETA I

a) Saída do Tratamento

Turbidez, Cloro residual livre e pH que devem ser monitorados a cada 2 horas (1
amostra), em alguns meses de 2015, 2016 e 2017 não atenderam a portaria. O Sanear
analisa estes parâmetros a cada 1 hora, no entanto, em certos períodos do dia, eles
não foram analisados. Para o Fluoreto que também deve ser monitorado a cada 2
horas (1 amostra), de acordo com o apresentado nas Planilhas de Controle
Operacional, o especificado na Portaria não foi atendido até 12/06/2018, pois durante
este período ele foi analisado apenas duas vezes ao dia, manhã e tarde. A partir desta
data, a portaria foi atendida.

Gosto e Odor, e Produtos secundários da desinfecção que devem ser monitorados


trimestralmente (1 amostra), não atenderam no quarto trimestre de 2015. Já as
cianotoxinas, em que a frequência do seu monitoramento depende do n o de

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cianobactérias identificado no manancial, atendeu ao especificado durante todo o


período.

O monitoramento de Substâncias Inorgânicas, Substâncias Orgânicas e Padrão


Organoléptico de Potabilidade, que deve ser semestral (1 amostra), não atendeu ao
especificado na Portaria no segundo semestre de 2015, para todos os parâmetros.
Os parâmetros microbiológicos devem ser monitorados semanalmente (2 amostras),
no entanto apresentou não concordância com a Portaria em todos os meses do
período avaliado.

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Quadro 14.1 – Meses em que o especificado no Anexo XII da Portaria GM/MS n° 2914/2011 p
atendido – ETA I (45.000 hab.)
Portaria 2914/2011 – Anexo XII Mês (total ou parcial) em que não foi atendido o especific
Parâmetro
No de amostras Frequência nov./2015 2016
Cor (1) 1 A cada 2 horas nov. e dez Todos os meses Tod
Turbidez (2) 1 A cada 2 horas nov. e dez fev., mai., jun. e nov.
Cloro residual
1 A cada 2 horas nov. fev., mai. e jun.
livre (2)
pH (2) 1 A cada 2 horas nov. fev., mai. e jun.

Todos os meses OBS.: Todos os meses OBS.: Todos


Fluoreto (2) 1 A cada 2 horas duas análises por dia duas análises por dia duas a
(manhã e tarde) (manhã e tarde) (ma

Gosto e odor (3) 1 Trimestral Quarto trimestre -


Semanal quando nº
de cianobactérias >
Cianotoxinas (3) 1 - -
ou = 20.000
células/m L
Produtos
secundários da 1 Trimestral Quarto trimestre -
desinfecção (3)
Substâncias
1 Semestral Segundo semestre -
Inorgânicas (3)
Substâncias
1 Semestral Segundo semestre -
Orgânicas (3)
Agrotóxicos (3) 1 Semestral Segundo semestre -
Padrão
Organoléptico de 1 Semestral Segundo semestre -
Potabilidade (3)
Radioatividade (3) 1 Semestral Segundo semestre -
(3)
Microbiológico 2 Semanal nov. e dez Todos os meses Tod
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: (1) Em 2018 foram apresentados dados de janeiro a agosto. (2) Em 2018 foram apresentados dados de janeiro
dados de janeiro a 16/setembro.

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280

b) Rede de Distribuição

No caso da ETA I, o mês de maio de 2018 foi o único em que as informações foram
apresentadas, mas não atendeu ao especificado no Anexo XII da Portaria para os
parâmetros Turbidez, Cloro residual livre, Coliformes totais e E. coli. Para estes
parâmetros foram analisadas 50 amostras, quando deveriam analisar 53 e para
Bactérias heterotróficas foram analisadas 8, quando deveriam analisar 11 amostras.

Quadro 14.2 – Meses, totalmente ou parcialmente, em que o especificado no Anexo


XII da Portaria GM/MS n° 2914/2011 para a Rede de Distribuição não foi atendido –
ETA I (45.000 hab.)
Mês (total ou parcial) em que não foi atendido
Portaria 2914/2011 –
o especificado no Anexo XII da Portaria
Anexo XII
Parâmetro 2914/2011(1)
No de
Frequência 2016(2) 2017(3) 2018(3)
amostras
Cor 10 Mensal - - -
Turbidez 53 Mensal - - mai.
Cloro residual livre 53 Mensal - - mai.
Coliformes totais 53 Mensal - - mai.
E. coli 53 Mensal - - mai.
Bactérias
11 Mensal - - mai.
heterotróficas
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: (1) Apenas para os meses que as informações foram disponibilizadas. (2) 2016 - Foram
disponibilizados para avaliação somente os meses de maio, junho, julho e outubro. (3) 2017 e 2018 -
Foram disponibilizados para avaliação somente os meses de março a julho.

ETA II

a) Saída do Tratamento

Na ETA II, o monitoramento de alguns parâmetros não atendeu ao especificado na


Portaria GM/MS n° 2914/2011, como apresentado no quadro 14.3. Neste quadro estão
apresentados os meses em que o especificado na portaria não foi atendido, durante
todo o mês ou parcialmente.

Turbidez, Cloro residual livre e pH que devem ser monitorados a cada 2 horas (1
amostra), em alguns meses de 2015 não atenderam a portaria. A Turbidez também
não atendeu em junho de 2016 e Cloro Residual livre setembro de 2018. O Sanear
analisa estes parâmetros a cada 1 hora, no entanto, em certos períodos do dia, eles

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281

não foram analisados. Para o Fluoreto que também deve ser monitorado a cada 2
horas (1 amostra), de acordo com o apresentado nas Planilhas de Controle
Operacional, o especificado na Portaria não foi atendido até 30/05/2018, pois durante
este período ele foi analisado apenas duas vezes ao dia, manhã e tarde. A partir desta
data, 01/06/2018, o especificado na portaria foi atendido.

Os parâmetros microbiológicos devem ser monitorados semanalmente (2 amostras),


no entanto apresentou não concordância com a Portaria em todos os meses do
período avaliado.

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282

Quadro 14.3 – Meses, totalmente ou parcialmente, em que o especificado no Anexo


XII da Portaria GM/MS n° 2914/2011 para a Saída do Tratamento não foi atendido –
ETA II (60.000 hab.)
Portaria 2914/2011 – Mês (total ou parcial) em que não foi atendido o
Anexo XII especificado no Anexo XII da Portaria 2914/2011
Parâmetro
No de
Frequência 2015 2016 2017 2018
amostras
A cada 2 Todos os Todos os
Cor (1) 1 nov. e dez jan. a mai.
horas meses meses
A cada 2
Turbidez (2) 1 nov. e dez jun. - -
horas
Cloro residual A cada 2
1 nov. e dez - - set
livre (2) horas
A cada 2
pH (2) 1 nov. e dez - - -
horas
jan. a mai.
OBS.: duas
Todos os Todos os Todos os análises por
meses OBS.: meses OBS.: meses OBS.: dia (manhã e
A cada 2 duas análises duas análises duas análises tarde) até
Fluoreto (2) 1
horas por dia por dia por dia mai. A partir
(manhã e (manhã e (manhã e de jun.
tarde) tarde) tarde) passou a
realizar a
cada 2 horas
Gosto e odor (3) 1 Trimestral - - - -
Semanal
quando nº de
cianobactéria
Cianotoxinas (3) 1 - - - -
s > ou =
20.000
células/m L
Produtos
secundários da 1 Trimestral - - - -
desinfecção (3)
Substâncias
1 Semestral - - - -
Inorgânicas (3)
Substâncias
1 Semestral - - - -
Orgânicas (3)
Agrotóxicos (3) - - - -
Padrão
Organoléptico de 1 Semestral - - - -
Potabilidade (3)
Radioatividade (3) - - - -
(3) Todos os Todos os
Microbiológico 2 Semanal nov. e dez jan. a 16/ set
meses meses
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: (1) Em 2018 foram apresentados dados de janeiro a setembro. (2) Em 2018 foram apresentados
dados de janeiro a setembro. (3) Em 2018 foram apresentados dados de janeiro a 21/setembro.

b) Rede de Distribuição

Para a ETA II, o mês de maio de 2018 foi o único em que as informações foram
apresentadas, mas não atendeu ao especificado na Portaria para o parâmetro
Bactérias heterotróficas em que deveriam ser analisadas 12 amostras e analisaram
10.

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283

Quadro 14.4 – Meses, totalmente ou parcialmente, em que o especificado no Anexo


XII da Portaria GM/MS n° 2914/2011 para a Rede de Distribuição não foi atendido –
ETA II (60.000 hab.)
Mês (total ou parcial) em que não foi atendido o
Portaria 2914/2011 – Anexo XII
Parâmetro especificado no Anexo XII da Portaria 2914/2011(1)
No de amostras Frequência 2016(2) 2017(3) 2018(3)
Cor 12 Mensal - - -
Turbidez 60 Mensal - - -
Cloro residual
60 Mensal - - -
livre
Coliformes totais 60 Mensal - - -
E. coli 60 Mensal - - -
Bactérias
12 Mensal - - mai.
heterotróficas
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: (1) Apenas para os meses que as informações foram disponibilizadas. (2) 2016 – Foram
disponibilizados para avaliação somente os meses de maio, junho, julho e outubro. (3) 2017 e 2018 –
Foram disponibilizados para avaliação somente os meses de março a julho.

ETA IV

Turbidez, Cloro residual livre e pH que devem ser monitorados a cada 2 horas (1
amostra), em alguns meses de 2015, 2016 e 2017 não atenderam a portaria. O Sanear
analisa estes parâmetros a cada 1 hora, no entanto, em certos períodos do dia, eles
não foram analisados. Para o Fluoreto que também deve ser monitorado a cada 2
horas (1 amostra), de acordo com o apresentado nas Planilhas de Controle
Operacional, o especificado na Portaria não foi atendido até 12/06/2018, pois durante
este período ele foi analisado apenas duas vezes ao dia, manhã e tarde. A partir desta
data, a portaria foi atendida.

A densidade de cianobactéria no manancial teve valor acima de 10.000 células/mL


em 05/01/2017 (24.583 células/mL) e a próxima amostra foi coletada em 09/02/2017,
não atendendo a Portaria que define, para este caso, frequência semanal.

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Quadro 14.5 – Meses, totalmente ou parcialmente, em que o especificado no Anexo XII da Po
Saída do Tratamento não foi atendido – ETA IV (6.000 hab.)
Mês (total ou parcial) em que não foi atendido o esp
Portaria 2914/2011 – Anexo XII
2914/2011
Parâmetro
No de
Frequência 2015 2016 2017
amostras
Cor (1) 1 A cada 2 horas nov. e dez Todos os meses Todos os m
Turbidez (2) 1 A cada 2 horas nov. - -
Cloro residual jan., fev., abr., mai.,
1 A cada 2 horas nov. jan.
livre (2) jun., jul. e nov.
pH (2) 1 A cada 2 horas out. e nov. - -
Todos os meses Todos os meses Todos os m
(2) OBS.: duas análises OBS.: duas análises OBS.: duas a
Fluoreto 1 A cada 2 horas
por dia (manhã e por dia (manhã e por dia (man
tarde) tarde) tarde)
Gosto e odor (3) 1 Trimestral Primeiro trimestre - -
Semanal quando nº
de cianobactérias >
Cianotoxinas (3) 1 - - -
ou = 20.000 células/m
L
Produtos
secundários da 1 Trimestral - - -
desinfecção (3)
Substâncias
1 Semestral - - -
Inorgânicas (3)
Substâncias
1 Semestral - - -
Orgânicas (3)
Agrotóxicos (3) - - -
Padrão
Organoléptico de 1 Semestral - - -
Potabilidade (3)
Radioatividade (3) - - -
Microbiológico (3) 2 Semanal nov. e dez Todos os meses Todos os m
Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: (1) Em 2018 foram apresentados dados de janeiro a setembro. (2) Em 2018 foram apresentados dados d
apresentados dados de janeiro a 04/setembro.

Protocolada por MARIANGELA DUTRA DE OLIVEIRA em 11/12/2019 18:58:42 (Processo 0135334-09.2015.4.02.5005)


Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a Joao Antonio Moschen
Documento No: 16802452-827-0-7293-175-809444 - consulta à autenticidade do documento através do site https://eproc.jfes.jus.br/
285

b) Rede de Distribuição

Na ETA IV, considerando os meses em que as informações foram disponibilizadas,


todos atenderam ao especificado na Portaria.

Quadro 14.6 – Meses, totalmente ou parcialmente, em que o especificado no Anexo


XII da Portaria GM/MS n° 2914/2011 para a Rede de Distribuição não foi atendido –
ETA IV (6.000 hab.)
Mês (total ou parcial) em que não foi atendido o
Portaria 2914/2011 – Anexo XII
Parâmetro especificado no Anexo XII da Portaria 2914/2011(1)
No de amostras Frequência 2016(2) 2017(3) 2018(3)

Cor 10 Mensal - - -

Turbidez 12 Mensal - - -
Cloro residual
12 Mensal - - -
livre
Coliformes totais 12 Mensal - - -

E. coli 12 Mensal - - -
Bactérias
3 Mensal - - -
heterotróficas
Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: (1) Apenas para os meses que as informações foram disponibilizadas. (2) 2016 – Foram
disponibilizados para avaliação somente os meses de maio, junho, julho e outubro. (3) 2017 e 2018 –
Foram disponibilizados para avaliação somente os meses de março a julho.

Protocolada por MARIANGELA DUTRA DE OLIVEIRA em 11/12/2019 18:58:42 (Processo 0135334-09.2015.4.02.5005)


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1.1.4 Quesito 15 (MP)

Os valores determinados pelas análises laboratoriais superam os valores


máximos impostos para as águas classe 2? Caso positivo, queria o Sr. Perito
informar em listagem onde constem no mínimo os seguintes dados: captação,
laboratório responsável, data, hora, cota do nível de água, vazão captada e
parâmetros que superam os limites.

Sim. Para o período de 04/2010 a 09/2018 foram encontrados 31 (trinta e um)


parâmetros em desacordo com o que é estipulado para a água classe 2 pela
Resolução Conama 357/05, o que corresponde a 31,3% do total de parâmetros
exigidos, conforme apresentado na Tabela 15.1, em anexo.

A tabela 15.1 foi elaborada com base nas planilhas já apresentadas nos Quesitos 5 e
7. Ao todo foram monitorados 176 parâmetros, sendo 56% (99 parâmetros) exigidos
pela Resolução Conama 357/05 para Classe 2 e 44% (77 parâmetros), além das
recomendações da referida resolução.

Visando complementar as informações da Tabela 15.1, apresentamos as vazões


captadas pela ETA:
ETA I: 160 L/s
ETA II: 200 L/s
ETA IV: 19 L/s

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287

1.1.5 Quesito 16 (MP)

Em caso de parâmetros que extrapolam os valores máximos impostos para a


água classe 2 queira o perito listá-los e comentá-los a luz da natureza dos
rejeitos carreados para o rio Doce pelo rompimento da barragem da Samarco.

Os parâmetros com valores acima do Valor Máximo, estabelecidos na Resolução


CONAMA 357/05, e aumentados após a passagem da pluma, presentes na água do
rio Doce em Colatina, foram extraídos da Tabela 11.1 apresentada no Quesito 11
referentes ao período 4/2010 a 9/2018.

Com base nos Relatórios encaminhados pela Samarco (fls 5761 e 6716) e Semad (fls
6920 a 6950), o rejeito carreado para o rio Doce pelo rompimento da barragem da
Samarco foi caracterizado tendo como destaque os seguintes parâmetros: Alumínio,
Antimônio, Arsênio, Bário, Cálcio, Carbono Orgânico Total, Chumbo, Cianeto,
Cloreto, Cobalto, Cobre, Cromo, Ferro, Fluoreto, Fósforo, Magnésio, Manganês,
Mercúrio, Níquel, série Nitrogenada (Total, Kjedalhl, Nitrato, Nitrito e Amoniacal),
Potássio, Sódio, Sólidos, Sulfato, Sulfeto, Surfactantes, Titânio, Vanádio e
Zinco.

Os parâmetros Berílio, Boro, Cadmio, Lítio, Molibdênio, Prata e Selênio foram


analisados no rejeito e estavam abaixo do limite de quantificação. Fenóis e orgânicos
(piridina) foram encontrados abaixo do limite de quantificação no teste de
solubilização do rejeito.

A Tabela 16.1 apresenta a tabulação destas informações de onde pode-se inferir que:

• Os parâmetros Alumínio, Antimônio, Arsênio, Chumbo, Cianeto, Cloreto, Cobre,


Cromo, Ferro, Fósforo, Manganês, Mercúrio, Níquel, Nitrito, Sulfeto, Surfactantes,
Vanádio e Zinco, presentes no rejeito apresentaram-se na água do rio Doce em
Colatina, em concentrações acima do valor máximo (VM) estabelecido na
Resolução Conama 357/05 para mananciais classe 2, em alguns períodos.

• Os parâmetros Bário, Cálcio, Carbono Orgânico, Cobalto, Magnésio, Nitrato,


Nitrogênio Amoniacal, Potássio, Sódio e Sulfato também presentes no rejeito

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288

não apresentaram concentrações acima do VM na água, entretanto, foi observada


uma elevação na concentração dos mesmos na água do rio Doce após a passagem
da pluma, em alguns períodos.

• O parâmetro Fluoreto, presente no rejeito, não impactou a qualidade da água do


rio no período analisado.

• As formas nitrogenadas Nitrogênio Total e Nitrogênio Kjeldahl, também


presentes no rejeito, foram modificadas no curso d’água ao longo do tempo, sendo
constatada a presença de outras formas nitrogenadas que impactam a qualidade
da água (Nitrito e Nitrato).

• Outros parâmetros tais como Boro, Cadmio, Fenóis, Lítio e Prata foram
analisados no rejeito, mas suas presenças estiveram abaixo do limite de
quantificação do método analítico, entretanto encontram-se acima do VM na água
do rio Doce em Colatina.

• Os parâmetros acima referenciados podem ter interferido de forma indireta na


concentração acima do VM observada para os parâmetros Cloro residual Total,
Coliformes Termotolerantes, Cor Verdadeira, Corantes de fontes Antrópicas,
DBO, Óleos e Graxas Visíveis, Oxigênio Dissolvido, pH, Resíduos Sólidos
Objetáveis, e Turbidez na da água do rio Doce em Colatina. Alguns podem ter
sido carreados / ressuspendidos pela pluma.

• O parâmetro Titânio presente no rejeito não é monitorado na água do rio Doce já


que não existe um plano de monitoramento específico para os mesmos e não é
exigido pela Resolução Conama 357/05.

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289

Tabela 16.1 — Distribuição dos parâmetros analisados no rio Doce em Colatina por
valores aumentados após a passagem da pluma, valores acima do valor máximo da
Resolução Conama 357/05 e valores presentes no rejeito da Barragem da Samarco
(continua)
Itens com Itens com Parâmetros monitorados na
valores valores acima fração sólida do Rejeito
Parâmetros
aumentados do VM na proveniente da Barragem da
na água água Samarco
Alumínio dissolvido (mg/L Al) x x
x
Alumínio Total (mg/L) x
Antimônio total (mg/L Sb) x x x
Arsênio Dissolvido (mg/L) x
x
Arsênio Total (mg/L As) x x
Bário Dissolvido (mg/L) x
x
Bário total (mg/L Ba) x
Berílio total (mg/L Be) x <LQ
Boro Dissolvido (mg/L) x
<LQ
Boro total (mg/L B) x x
Cádmio Dissolvido (mg/L) x
<LQ
Cádmio total (mg/L Cd) x x
Cálcio Dissolvido (mg/L) x
x
Cálcio Total (mg/L) x
Carbono organico dissolvido
x
(mg/L) x
Carbono organico total (mg/L) x
Chumbo Dissolvido (mg/L) x
x
Chumbo total (mg/L Pb) x x
Cianeto livre (mg/L CN) x x x
Cloramina (mg/L) x
Cloreto total (mg/L Cl) x x x
Cloro residual total
x x
(combinado + livre) (mg/L Cl)
Cobalto total (mg/L Co) x x
Cobre dissolvido (mg/L Cu) x x
x
Cobre total (mg/L Cu) x
Colif, termotolerantes
x x
(NMP/100mL)
Coliformes Totais
x
(NMP/100mL)
Condutividade (µS/cm) x
Cor aparente (uH) x
Cor verdadeira (mg Pt/L) x x
Corantes de fontes Antrôpicas x x
Cromo total (mg/L Cr) x x x
DBO (mg/L) x x

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290

Tabela 16.1 — Distribuição dos parâmetros analisados no rio Doce em Colatina por
valores aumentados após a passagem da pluma, valores acima do valor máximo da
Resolução Conama 357/05 e valores presentes no rejeito da Barragem da Samarco
(continuação)
Itens com Itens com Parâmetros monitorados na
valores valores acima fração sólida do Rejeito
Parâmetros
aumentados do VM na proveniente da Barragem da
na água água Samarco
Densidade de cianobactérias
x
(cel/ml)
Diclorometano (mg/L) x
DQO (mg/L) x
Dureza Cálcio (mg/L) x
Dureza Magnésio (mg/L) x
Dureza Total (mg/L) x
eh (Potencial Redox) (mV) x
Escherichia Coli NMP/ 100 mL x
Estanho Total (mg/L) x
Estreptococos fecais UFC/100
x
mL
Fenóis totais (mg/L C6H5OH) x x < LQ no solubilizado do Rejeito
Feofitina μg/L x
Ferro dissolvido (mg/L Fe) x x
Ferro II (mg/L) x
x
Ferro III (mg/L) x
Ferro Total (mg/L) x
Fluoreto total (mg/L F) x
Fosforo dissolvido (mg/L) x
x
Fósforo total (mg/L P) x x
Lítio Dissolvido (mg/L) x
<LQ
Lítio total (mg/L Li) x x
Magnésio Dissolvido (mg/L) x
x
Magnésio total (mg/L) x
Manganês Dissolvido (mg/L) x
x
Manganês total (mg/L Mn) x x
MBAS (Surfactantes) (mg/L) x x
Mercúrio Dissolvido (mg/L)
x
Mercúrio total (mg/L Hg) x x
Metilmercurio (µg/L) x
Microcistinas (μg/L) x
Molibdenio total (mg/L) x <LQ
N total (mg/L) x
N(kj)* (mg/L) x
Níquel Dissolvido (mg/L) x
x
Níquel total (mg/L Ni) x x
Nitrato (mg/L N) x x
Nitrito (mg/L N) x x x

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Tabela 16.1 — Distribuição dos parâmetros analisados no rio Doce em Colatina por
valores aumentados após a passagem da pluma, valores acima do valor máximo da
Resolução Conama 357/05 e valores presentes no rejeito da Barragem da Samarco
(continuação)
Itens com Itens com Parâmetros monitorados na
valores valores acima fração sólida do Rejeito
Parâmetros
aumentados do VM na proveniente da Barragem da
na água água Samarco
Nitrogênio amoniacal total
x x
(mg/L N)
Mercúrio Dissolvido (mg/L)
x
Mercúrio total (mg/L Hg) x x
Metilmercurio (µg/L) x
Microcistinas (μg/L) x
Molibdenio total (mg/L) x <LQ
N total (mg/L) x
N(kj)* (mg/L) x
Níquel Dissolvido (mg/L) x
x
Níquel total (mg/L Ni) x x
Nitrato (mg/L N) x x
Nitrito (mg/L N) x x x
Nitrogênio amoniacal total
x x
(mg/L N)
Nitrogênio Orgânico (mg/L) x
ÓLEOS E GRAXAS TOTAIS
x
(mg/L)
ÓLEOS E GRAXAS VISÍVEIS x x
Oxigênio Dissolvido (mg/L) x
Polifosfato (mg/L) x
Potássio Dissolvido (mg/L) x
x
Potássio Total (mg/L) x
Prata Dissolvido (mg/L) x
<LQ
Prata total (mg/L Ag) x x
Resíduos sólidos objetáveis x x
Selênio Dissolvido (mg/L)
<LQ
Selênio total (mg/L Se)
Sódio Dissolvido (mg/L) x x
Sólidos Totais (mg/L) x
Sólidos dissolvidos totais (500
x x
mg/L)
Sólidos sedimentáveis (mL/L) x x
Sólidos suspensos (mg/L) x
Sulfato total (mg/L SO4) x x
Sulfeto (H2S não dissociado)
x x x
(mg/L S)
Sulfeto dissolvido (mg/L) x
Sulfeto Total (mg/L) x
Temp, água(ºC) x
Temp, ar (ºC) x

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292

Tabela 16.1 — Distribuição dos parâmetros analisados no rio Doce em Colatina por
valores aumentados após a passagem da pluma, valores acima do valor máximo da
Resolução Conama 357/05 e valores presentes no rejeito da Barragem da Samarco
(conclusão)
Itens com Itens com Parâmetros monitorados na
valores valores acima fração sólida do Rejeito
Parâmetros
aumentados do VM na proveniente da Barragem da
na água água Samarco
Titânio x
Trihalometanos Totais (mg/L) x
Turbidez (UNT) x x
Urânio total (mg/L U) x
Vanádio Dissolvido (mg/L) x
x
Vanádio total (mg/L V) x x
Zinco Dissolvido (mg/L) x
x
Zinco total (mg/L Zn) x x
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Valores presentes no rejeito e acima do VM de referência na Resolução Conama 357/05 para
classe 2 na água.
Valores presentes no rejeito e aumentados na água após a passagem da pluma
Valores monitorados no rejeito com resultados abaixo do LQ mas acima do VM de referência na
Resolução CONAMA 357/05 para classe 2 na água

Para fundamentar a resposta, a composição do rejeito carreado para o rio Doce pelo
rompimento da barragem da Samarco foi identificada a partir de Relatórios
encaminhados pela Samarco (2018, 2019) e Semad (2019) como descrito a seguir:

Composição do minério processado


O rejeito armazenado antes do rompimento na Barragem do Fundão é de origem do
beneficiamento de minério de ferro nas reservas da Samarco localizadas no Complexo
Alegria. O minério processado é composto de diferentes tipos de Itabirito. Segundo o
relatório técnico “Germano Geral – Caracterização do Minério” (Samarco, 2018 a) os
Itabiritos são compostos conforme informado na tabela 16.2.

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Tabela 16.2 – Composição do minério processado pela Samarco


Fe FeO SiO2 Al2O3 P MnO2
[%] [%] [%] [%] [%] [%]
Itabirito Anfibolitico Martitico 39,0 1,30 39,4 0,560 0,046 0,095
Itabirito Anfibolitico Goethítico 40,7 0,91 34,8 0,743 0,062 0,165
Itabirito Martitico Goethítico 36,1 2,20 45,5 0,470 0,032 0,069
Itabirito Martitico 35,4 0,70 47,0 0,590 0,024 0,043
Itabirito Especularítico/
42,2 0,60 36,9 0,800 0,032 0,156
Itabirito Especularítico Goethítico
Itabirito Especularítico Martitico/
39,7 1,10 41,8 0,380 0,020 0,042
Itabirito Martitico Especularítico
Itabirito Martitico Especularítico Goethítico/
Itabirito Especularítico Martitico Goethítico /
42,5 0,80 35,1 0,770 0,043 0,177
Itabirito Especularítico Goethítico Martitico/
Itabirito Martitico Goethítico Especularítico
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Observa-se que não foram apresentadas na tabela 16.2 análises de outros metais
encontrados no rejeito. Então, não é possível afirmar que composição do rejeito está
unicamente relacionada ao minério processado.

Processo de beneficiamento do minério

O processo de beneficiamento do minério extraído é composto por várias etapas. A


britagem e peneiração são a primeira etapa para fornecer a faixa granulométrica ideal
para os processos subsequentes. O próximo passo é a deslamagem para retirada das
partículas ultrafinas que são prejudicais à terceira etapa, a flotação. As partículas
ultrafinas são retiradas em hidrociclones e direcionadas aos espessadores onde é
recuperada uma parte da água que volta para o processo. A lama restante é
despachada para a barragem. O material deslamado é encaminhado para a etapa de
flotação que gera dois produtos. O concentrado, rico em ferro, que vai para
pelotização, e o rejeito arenoso, rico em quartzo (sílica), que vai para disposição final
na barragem. As informações sobre o processo de beneficiamento foram extraídas do
documento intitulado “Descritivo Operacional do Processo de Beneficiamento de
Minério da Samarco Mineração S.A.” (Fls 5761).

No mesmo documento são informados também os produtos químicos utilizados para


possibilitar e auxiliar a deslamagem e flotação. Esses produtos são:

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• TOMAMINE DA-16 30% – Tensioativo (Diamina)


• TOMAMINE PA 14F 30% – Tensioativo (Monoamina)
• FLONEX 920 SHR – Floculante (não informa a fórmula química na Ficha de
segurança)
• SUPERFLOC A100S – Floculante (Poliacrilamida aniônica)
• FLONEX 4540 – Floculante (Poli (cloreto de dialil dimetil amônio)
• Amido
• Cal virgem (CaO)
• Soda cáustica (NaOH)

O consumo dos produtos químicos no processo de beneficiamento é informado na


tabela 16.3.

Tabela 16.3 – Consumo anual dos produtos químicos no beneficiamento e etapa de


uso
Insumo Consumo anual 2015 (t) Etapa de uso

Soda cáustica 27.623 Deslamagem, Flotação


Amido 62.776 Flotação
Amina 4.014 Flotação
Floculante 545 Espessador
Coagulante 796 Espessador
Cal 20.085 Espessador
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

As concentrações destes produtos no rejeito não são conhecidas devido à ausência


de análises. Pode-se assumir que pelo menos uma parte estava estocada dentro da
barragem e foi levado junto com a onda de rejeitos após o rompimento da barragem.
Possíveis indícios são a morte de peixes no rio Doce devido à presença do
tensioativos (monoaminas e diaminas) que são considerados muito tóxicos para os
organismos aquáticos e podem causar efeitos nefastos ao longo prazo no ambiente
aquático (R50/R53).

Caracterização do rejeito

Para caracterizar o rejeito foram utilizados documentos e laudos fornecidos pela


Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas

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Gerais (Semad) e laudos de análise do sedimento, que permaneceu dentro da


barragem do Fundão após o rompimento da mesma, fornecidos pela Samarco.

Os laudos fornecidos pela Semad apresentam análises para caracterização de


resíduo conforme NBR 10004 (resíduos sólidos) e são apresentados nas Tabelas 16.4
a 16.6. A amostra de rejeito de mineração foi classificada como Classe II B – Não
Perigoso Inerte, de acordo com a NBR 10004.

Tabela 16.4 – Caracterização lama usina 1 (NBR 10.004) – laudo 1-30-05-2019 -


02/2014
Parâmetros Lixiviado Solubilizado
Alumínio 0,015 mg/L < limite NBR 10004
Arsênio < LQ <LQ
Bário 0,070 mg/L < limite NBR 1004 <LQ
Cadmio < LQ <LQ
Chumbo < LQ <LQ
Cianetos <LQ
Cobre <LQ
Cloreto 4,29 mg/L < limite NBR 10004
Cromo < LQ 0,046 mg/L < limite NBR 10004
Fenóis <LQ
Ferro 0,055 mg/L < limite NBR 10004
Fluoreto 0,10 mg/L < limite NBR 10004
Manganês <LQ
Mercúrio < LQ <LQ
Nitratos 8,34 mg/L < limite NBR 10004
Orgânicos <LQ <LQ
pH 5,12 7,79
Prata < LQ <LQ
Selênio < LQ <LQ
Sulfato 13,79 mg/L < limite NBR 10004
Sódio 18,55 mg/L< limite NBR 10004
Zinco 0,003 mg/L < limite NBR 10004
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: LQ – Limite de Quantificação

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Tabela 16.5 – Caracterização rejeito de mineração (NBR 10.004) – laudo 2-30-05-


2019 – 06/2013
Parâmetros Lixiviado Solubilizado

Alumínio < LQ
Arsênio < LQ < LQ
Bário < LQ < LQ
Cadmio < LQ < LQ
Chumbo < LQ < LQ
Cianeto < LQ
Cobre < LQ
Cloreto 0,24mg/L < limite NBR 10004
Cromo < LQ < LQ
Fenois < LQ
Ferro 0,027 mg/L < limite NBR 10004
Fluoreto < LQ < LQ
Manganês 0,008 mg/L < limite NBR 10004
Mercúrio < LQ < LQ
Nitratos 0,89 mg/L < limite NBR 10004
Orgânicos (Piridina) 1,13 < limite NBR 10004 < LQ
Orgânicos (Surfactantes) < LQ 0,132 < limite NBR 10004
pH 4,92 6,28
Prata < LQ < LQ
Selênio < LQ < LQ
Sódio 1,85 mg/L < limite NBR 10004
Zinco < LQ
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: LQ – Limite de Quantificação

Tabela 16.6 – caracterização resíduo massa bruta – lama usina 1 (NBR 10.004) –
laudo 3-30-05-2019 - 08/2014
(continua)
Parâmetros Massa Bruta Lixiviado

Antimônio <LQ
Arsênio < LQ
Berílio < LQ
Cadmio < LQ
Carbono Orgânico Total 1,98 %p/p
Cianeto 1,7 mg/Kg
Chumbo 33,8 mg/Kg
Cloreto 11 mg/l
Cobalto 5,67 mg/Kg 0,0164 mg/l
Cromo 17,9 mg/Kg
Fluoreto 0,1 mg/l
Manganês 1730 mg/Kg 0,316 mg/l
Mercúrio 0,68 mg/Kg 0,00024 mg/l
Nitrato 2,17 mg/Kg
Nitrito 0,94 mg/Kg
Nitrogênio Total Kjedalhl 513 mg/Kg

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Tabela 16.7 – caracterização resíduo massa bruta – lama usina 1 (NBR 10.004) –
laudo 3-30-05-2019 - 08/2014
(conclusão)
Parâmetros Massa Bruta Lixiviado

Nitrogênio Total 516 mg/Kg


Níquel 6,33 mg/Kg
pH 10,78
Sulfato 147 mg/Kg 68,9 mg/l
Sulfeto 25,1 mg/Kg
Surfactantes 0,9 mg/Kg 0,49 mg/l
Vanádio 43,4 mg/Kg 0,0174 mg/l
Zinco 30,4 mg/Kg 0,0729 mg/l
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: LQ – Limite de Quantificação

Os laudos de caracterização dos sedimentos que permaneceram dentro da barragem


do Fundão após o rompimento foram utilizados para caracterização do rejeito,
entretanto cabe informar que os mesmos não correspondem necessariamente à
composição do material que saiu da barragem (Fls 5761). Foram coletadas 7 amostras
de sedimento sendo divido em dois conjuntos de 4 amostras (material arenoso) e 3
amostras (material argiloso/arenoso argiloso). As médias de cada conjunto e a média
de todas as amostras são apresentadas na tabela 16.7.

Segundo a Samarco (Fls 6716) a Barragem de rejeito de Germano está localizada


adjacente à de Fundão e os seus rejeitos foram despejados na Barragem de Fundão
entre 1977 e 2015. No mesmo relatório a Samarco considera os rejeitos de Germano
como muito similares em termos de composição química e física aos de Fundão, uma
vez que eles se originam do mesmo processo de beneficiamento de minério e provêm
dos mesmos depósitos. As análises do rejeito da barragem do Germano foram
realizadas em quatro amostras compostas obtidas a partir de 163 amostras simples
coletadas de 35 testemunhos de sondagem. A Tabela 16.8 apresenta os resultados
das análises de metais nas amostras compostas.

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Tabela 16.8 – Resultados da análise do sedimento da barragem do Fundão


(continua)
ST-01 a ST-03 ST-04 a ST-06 Todos
Parâmetros
Média [mg/Kg] Média [mg/Kg] Média [mg/Kg]
Cianeto < LQ < LQ < LQ
Cloreto Total 2,39 3,15 2,716
Cromo Hexavalente < LQ < LQ < LQ
Fluoreto Total < LQ 0,74 0,74
Nitrato (como N) 0,76 1,22 1,10
Nitrito (como N) < LQ < LQ < LQ
Nitrogênio Amoniacal 3,81 3,53 3,69
Sulfato Total 5,52 20,4 11,9
Teor de Sólidos 85,7 85,4 85,6
Alumínio Total 279 1386 754
Antimônio Total < LQ < LQ < LQ
Arsênio Total < LQ < LQ < LQ
Bário Total 4,17 25,4 20,1
Boro Total < LQ < LQ < LQ
Cádmio Total < LQ < LQ < LQ
Cálcio Total 39,4 530 250
Chumbo Total < LQ < LQ < LQ
Cobalto Total < LQ < LQ < LQ
Cobre Total 4,09 7,06 5,58
Cromo III < LQ 9,57 9,57
Cromo Total < LQ 9,57 9,57
Enxofre Total < LQ < LQ < LQ
Ferro Total 24282 39467 30790
Fósforo Total 15,6 228 107
Lítio Total < LQ < LQ < LQ
Magnésio Total < LQ 4,12 4,12
Manganês Total 50,9 609 290
Mercúrio Total < LQ 0,08 0,08
Molibdênio Total < LQ < LQ < LQ
Níquel Total < LQ < LQ < LQ
Potássio Total 18,6 20,7 19,5
Prata Total < LQ < LQ < LQ
Selênio Total < LQ < LQ < LQ
Níquel Total < LQ < LQ < LQ
Potássio Total 18,6 20,7 19,5
Prata Total < LQ < LQ < LQ
Selênio Total < LQ < LQ < LQ
Sódio Total 34,1 53,3 42,3
Titânio Total 9,48 88,4 43,3
Vanádio Total < LQ 9,66 9,66
Zinco Total < LQ 15,8 15,8
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Tabela 16.9 – Níveis de metais nas amostras compostas dos rejeitos armazenados
na Barragem do Germano
Composta AE Composta B3 Composta CT Composta DA
Parâmetros
[mg/Kg] [mg/Kg] [mg/Kg] [mg/Kg]
Alumínio 1433 2670 2356 2394
Antimônio 5,09 12,1 <1 6,25
Arsênio 1,40 7,26 2,5 3,87
Bário 13,3 22,9 16,5 13,9
Berílio <3 <3 <3 <3
Cádmio <1 <1 <1 <1
Cálcio 214 511 324 204
Chumbo <8 <8 <8 <8
Cobalto <8 <8 <8 <8
Cobre 4,89 7,99 6,1 4,26
Cromo 9,99 37,0 13 11,9
Ferro 83627 171294 72047 101711
Magnésio 110 113 106 92,2
Manganês 141 553 242 265
Molibdênio <3 <3 <3 <3
Níquel 3,20 <3 <3 <3
Potássio 63,9 95,9 81,9 100
Prata <1 <1 <1 <1
Selênio <1 <1 <1 <1
Sódio 137 185 207 90,2
Tálio <20 <20 <20 <20
Titânio 34,0 72 42 47,6
Vanádio <8 10,0 <8 <8
Zinco 13,0 20,0 17 14,9
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

A partir de todos os dados apresentados acima pode-se inferir que os parâmetros


alumínio, antimônio, arsênio, bário, cálcio, carbono orgânico total, chumbo,
cianeto, cloreto, cobalto, cobre, cromo, ferro, fluoreto, fósforo, magnésio,
manganês, mercúrio, níquel, série nitrogenada (total, kjedalhl, nitrato, nitrito e
amoniacal), potássio, sódio, sulfato, sulfeto, surfactantes, titânio, vanádio e
zinco contribuíram para mudanças na qualidade da água bruta captada pela Sanear
em Colatina durante e após a passagem da pluma da lama.

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300

1.1.6 Quesito 17 (MP)

A análise temporal dos parâmetros determinados nas análises de qualidade da


água nos locais de captado podem comprovar que os aumentos nas
concentrações de metais e sedimentos foram devidos à passagem da pluma de
poluentes oriundos dos rejeitos vazados da barragem de Fundão da Samarco
em Mariana/MG?

Sim, os aumentos nas concentrações de metais e sedimentos foram devidos à


passagem da pluma de rejeitos decorrentes do vazamento da barragem de Fundão
da Samarco em Mariana/MG, conforme análise apresentada a seguir:

Considerando-se o solicitado no quesito, e com base nos documentos e laudos


recebidos (fls 3995 a 4004), das instituições, Samarco, Sanear e ANA, referentes aos
pontos monitorados dentro das áreas de interesse definidas pelos Peritos (Figura
17.1) foi procedida a análise temporal dos parâmetros de qualidade da água, conforme
apresenta a Tabela 11.1 (Quesito 11), sendo aqui destacada a variação das
concentrações de metais na água do rio Doce no trecho de Colatina.

A Tabela 17.1 e Figuras 17.2 a 17.39 apresentam as variações das concentrações de


metais observadas ao longo do tempo.

Considerando-se os dados de monitoramento recebidos e as variações da


concentração de sedimentos em suspensão foram procedidos os cálculos da
descarga sólida em suspensão com base nos registros de vazão representativa da
área de interesse do banco de dados da ANA. Os dados de vazão utilizados para as
estimativas das descargas sólidas em suspensão foram selecionados
especificamente para as datas coincidentes com as do monitoramento de sedimentos
em suspensão, procedimento julgado coerente com os quadros dos dados
monitorados, bastante esparsos e não coincidentes em todos os pontos na mesma
data.

O cálculo da descarga sólida em suspensão, baseado na concentração de sedimento


na corrente é expresso na forma:

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301

Qss = 0,0864 x Q x CS

Na Equação,
Qss = descarga sólida em suspensão (t/dia);
Q = vazão do rio (m3/s);
CS = concentração de sedimentos em suspensão (mg/l; ppm).

A formulação aplica-se quando a concentração do sedimento em suspensão é obtida


de uma única análise representativa da seção transversal, usando-se os métodos IIL
(Igual Incremento de Largura) ou IID (Igual Incremento de Descarga), que são mais
amplamente utilizados (SANTOS, et al. 2001; CARVALHO, 2008).

Destaca-se na ETA IV um aumento na descarga sólida em suspensão de 43,77


ton./dia em 08/11/2015 com uma vazão de referência de 101,31 m 3/s, passando para
5.037,45 ton./dia em 24/11/2015 e uma vazão de referência de 329,30 m 3/s. No dia
08/12/2015 a descarga sólida em suspensão alcançou 52.934,96 ton./dia, com uma
vazão de referência de 862,92 m3/s. O valor máximo apurado com base nos dados foi
de 56.268 ton./dia, associado à uma vazão de 1.053,81 m 3/s, na data de 12/12/2016.
Na área de interesse das ETA I e II foi observado em 21/11/2015 uma descarga sólida
em suspensão de 19.036,73 ton./dia com uma vazão de referência de 242,39 m 3/s; já
em 23/12/2016 e 14/03/2018 as descargas sólidas em suspensão foram
respectivamente de 10.462,54 e 30.284,78 associadas às vazões, também
respectivamente, de 917,38 m3/s e 1.478,96 m3/s. Pôde-se observar que, exceto na
chegada da pluma de rejeito quando as vazões no calha do rio estavam bastante
reduzidas, o aumento da vazão devido às chuvas na bacia provocou aumento na
descarga sólida. Esses eventos podem ter ocorrido em razão do leito e margens do
rio ainda conterem material de rejeito que, com o aumento da energia de escoamento
em função do incremento da vazão, passou a escoar na calha do rio.

A variação observada no aumento de sedimentos consta das figuras 17.40 a 17.53, e


ilustra o efeito da passagem da pluma de rejeito sobre a concentração de sedimentos
em suspensão e a vazão sólida.

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302

Figura 17.1 – Mapa área de interesse com localização das estações fluviométricas e pluviométrica de referência no estudo

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Tabela 17.1 – Avaliação temporal das concentrações de metais na água bruta
(continua)
Propriedade
Metais Definidos Tabela Resultados de análise de Concentrações -
Periódica
Cmáx
Alumínio Aumento significativo na passagem da pluma de rejeito, até fevereiro de
1 M
dissolvido mg/l; observou-se efeito de ressuspensão nos meses de novemdro de
aumento de vazão
Cmáx - Aumento significativo com a passagem da Pluma de rejeito, e a
2 Alumínio total M período com valore máximo de 63,56 mg/l comparativamente a 0,45 mg
de rejeito. O aumento da concentração foi observado coincidente com a
3 Antimônio total SM Cmáx – Sem variação com a passagem da Pluma de rejeito.
Cmáx – Aumento acima do VMP, pontualmente nos primeiros dias da
4 Arsênio total SM
26/11/2015.
Cmáx – Apresentou aumento significativo na concentração na passagem
5 Bário M
extrapolaram o VMP.
Cmáx - Aumento da concentração na passagem da pluma de rejeito, m
6 Boro total SM único ponto em 02/12/2015, atingindo 0,509 mg/L de Boro. Observou-se
do aumento da vazão.
Cmáx – Cádmio teve aumento na concentração muito elevado na che
7 Cádmio total M concentração de 3650,19 mg/l em 21/01/2016. Apresentou alguns perí
quando aparentemente retorna a valores baixos semelhantes aos do pe
Cmáx – Chumbo apresentou aumento da concentração, alcançando 0,28
8 Chumbo total M de 2800 % , se comparado ao período anterior à passagem da pluma d
foi observado em novembro e dezembro de 2016.
Cmáx – Aumento na concentração, ligeiramente acima do VMP, na che
9 Cobre dissolvido M
ressuspensão, com valores abaixo do VMP.
Cmáx – Apresentou aumento da concentração logo na passagem da plum
10 Cromo total M do VMP, mas na maior parte do período de dados recebidos, a concen
alterações.

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Tabela 17.1 – Avaliação temporal das concentrações de metais na Água Bruta
(conclusão)
Propriedade
Metais Definidos Tabela Resultados de análise de Concentrações -
Periódica
Cmáx – Aumento significativo da concentração no período da pass
11 Ferro dissolvido M
concentração de 4 mg/L Fe, bem acima do VMP, e com efeito de ressu
Cmáx – Aumento significativo na chegada da pluma de rejeito à Colatin
12 Ferro total M
até fevereiro de 2016. Não apresentou efeito significativo de ressuspen
13 Lítio total M Cmáx – Não apresentou aumento significativo explicável pela passagem
Cmáx – Apresentou aumento de concentração justificável pela passagem
que persistiram até fevereiro de 2016, com efeito “rebound” associad
14 Manganês total M
novembro 2016 a janeiro de 2017, novembro de 2017, e março a maio
significativo de vazão.
Cmáx – Alguns pulsos na Concentração na chegada da pluma em 18/1
15 Mercúrio total M
aumento no decorrer do período pós evento.
Cmáx – Aumento logo na chegada da pluma de rejeito; e só houve nova
16 Níquel total M
de julho/ 2017 a setembro/2018.
17 Prata total M Cmáx – Sem aumento observado.
Cmáx – Aumento muito elevado a partir da chegada da pluma, e persistê
18 Sódio total M
após a passagem, até setembro de 2018.
Forma
19 Tributilestanho (*) Cmáx – Sem aumento observado
Orgânica (*)
20 Urânio M Cmáx – Pequeno aumento pontual na chegada da pluma.
Cmáx – Aumento significativo na chegada da pluma, com 3 valores acim
21 Vanádio total M
concentração com o aumento da vazão, contudo valores abaixo do VMP
Cmáx – Apresentou variação da concentração, com aumento acima
22 Zinco M passagem da pluma do rejeito, com episódios de ressuspensão devid
padrão antes do rompimento da barragem.
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: M – Metal
SM – Semi-metal
(*) – Forma orgânica

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Figura 17.2 – Gráfico de Alumínio dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.1 – Gráfico de Alumínio total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.2 – Gráfico de Antimônio dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.3 – Gráfico de Antimônio total da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.4 – Gráfico de Arsênio dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.5 – Gráfico de Arsênio total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.6 – Gráfico de Bário dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.7 – Gráfico de Bário total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.8 – Gráfico de Boro dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.9 – Gráfico de Boro total da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.10 – Gráfico de Cádmio dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.11 – Gráfico de Cádmio total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.12 – Gráfico de Chumbo dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.13 – Gráfico de Chumbo total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2

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Figura 17.14 – Gráfico de Cobre dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2014

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.15 – Gráfico de Cobre total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.16 – Gráfico de Cromo dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.17 – Gráfico de Cromo total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 20

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Figura 17.18 – Gráfico de Ferro dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2014

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Figura 17.19 – Gráfico de Ferro total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 201

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Figura 17.20 – Gráfico de Lítio dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016 a

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Figura 17.21 – Gráfico de Lítio total da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 2018

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Figura 17.22 – Gráfico de Manganês dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de

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Figura 17.23 – Gráfico de Manganês total da água do rio Doce em Colatina no período de 2014

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Figura 17.24 – Gráfico de Mercúrio dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 20

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Figura 17.25 – Gráfico de Mercúrio total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a

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Figura 17.26 – Gráfico de Níquel dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016

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Figura 17.27 – Gráfico de Níquel total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 20

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Figura 17.28 – Gráfico de Prata dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016

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Figura 17.29 – Gráfico de Prata total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.30 – Gráfico de Sódio dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.31 – Gráfico de Sódio total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.32 – Gráfico de Tributilestanho da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.33 – Gráfico de Urânio total da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.34 – Gráfico de Vanádio dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.35 – Gráfico de Vanádio total da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.36 – Gráfico de Zinco dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2015

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.37 – Gráfico de Zinco total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.38 – Gráfico de descarga sólida x vazão em todas as ETA da água do rio Doce em Co

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.39 – Gráfico de descarga sólida x cota em todas as ETA da água do rio Doce em Cola

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.40 – Gráfico de descarga sólida x vazão das ETA I e II da água do rio Doce em Colatin

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.41 – Gráfico de descarga sólida x cota das ETA I e II da água do rio Doce em Colatina

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.42 – Gráfico de descarga sólida x vazão da ETA IV da água do rio Doce em Colatina n

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.43 – Gráfico de descarga sólida x cota da ETA IV da água do rio Doce em Colatina no

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.44 – Gráfico de descarga sólida x vazão da ETA Ifes Itapina da água do rio Doce em C

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.45 – Gráfico de descarga sólida x cota da ETA Ifes Itapina da água do rio Doce em Co

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.46 – Gráfico de sólidos em suspensão x vazão em todas as ETA da água do rio Doce
2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.47 – Gráfico de sólidos em suspensão x cota em todas as ETA da água do rio Doce
2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.48 – Gráfico de sólidos em suspensão x vazão das ETA I e II da água do rio Doce em C

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.49 – Gráfico de sólidos em suspensão x cota das ETA I e II da água do rio Doce em C

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.50 – Gráfico de sólidos em suspensão x vazão da ETA IV da água do rio Doce em Co

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 17.51 – Gráfico de sólidos em suspensão x cota da ETA IV da água do rio Doce em Cola

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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357

2.1.1 Quesito 18 (MP)

Após a passagem da pluma de rejeitos da Samarco por Colatina/ES, com retorno


do rio Doce as condições médias normais de antes do acidente em Mariana/MG,
foi mantido algum programa de monitoramento da qualidade da água do rio a
montante e a jusante dos locais de captado da Sanear? Caso afirmativo, queira
o Sr. Perito indicar o órgão responsável e apresentar os resultados das
campanhas, avaliando-os comparativamente com os dados de campanhas
anteriores a novembro de 2015, enfatizando possíveis alterações nesses
pontos. Justificar as respostas.

Antes de responder à pergunta formulada, faz-se necessário definir o que seriam as


condições médias normais do rio Doce, anterior a passagem da pluma de rejeitos da
Samarco por Colatina/ES.

Para esta definição, baseou-se nos resultados analíticos de diversos parâmetros


antes (abril de 2010 até 17 de novembro de 2015) e depois da passagem da pluma
(18 de novembro de 2015 até setembro de 2018), medidos em amostras de água
bruta, fornecidos pela Samarco e disponibilizados aos Peritos para análise da
qualidade da água.

Deve-se ressaltar que os parâmetros escolhidos não foram os únicos alterados, mas
foram considerados os mais relevantes em função da magnitude dos respectivos
aumentos após a passagem da pluma e por violarem diversas vezes os valores
máximos permitidos para corpos hídricos da classe 2, da Resolução 357/05 do
Conama. Alguns exemplos são: Alumínio dissolvido, Arsênio Total, Cádmio total,
Chumbo total, Cobre dissolvido, Cor verdadeira, Ferro dissolvido, Manganês total,
Níquel total e Turbidez.

Faz-se necessária outra advertência no que diz respeito a grande diferença na


densidade de amostras coletadas e analisadas antes e depois da passagem da pluma.
Os dados existentes após a pluma são em número muito superior ao que havia antes.
Para mitigar possíveis vieses nas análises, procurou-se utilizar cálculos em termos

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358

percentuais, em relação à violação dos valores máximos permitidos, para fazer as


comparações entre os dois períodos de tempo.

Pode-se observar apresentada abaixo – Quadro 18.1, que ocorreram aumentos


significativos nas concentrações médias de todos os parâmetros considerados nesta
análise. Consequentemente, houve um expressivo aumento no número de amostras
analisadas que apresentaram níveis acima dos valores máximos recomendados para
a classe do rio Doce (Classe 2). O aumento das concentrações médias variou de 46%
para alumínio dissolvido a mais de 1.800% para turbidez.

Embora tenha ocorrido uma diminuição dos níveis de alguns parâmetros após certo
período de tempo, posterior ao período crítico da pluma (ex.: arsênio total e chumbo
total), quando comparados ao período anterior ao evento, ainda tem-se valores
aumentados de alguns parâmetros (ex.: alumínio dissolvido, cádmio total, cobre
dissolvido, cor verdadeira, ferro dissolvido, manganês total, níquel total e turbidez),
como observado no Quadro 18.2.

No caso destes parâmetros, não há um retorno às condições anteriores a passagem


da pluma, ao menos considerando os dados disponíveis analisados. Estes resultados
sugerem que ao menos uma parte destes poluentes tenha ficado retida nos
sedimentos do rio Doce e que, ocasionalmente, por exemplo, quando do aumento da
vazão fluvial, observam-se novamente altos níveis destes poluentes.

O regime pluviométrico da bacia do rio Doce é caracterizado por dois períodos bem
distintos. O período chuvoso, que se estende de outubro a março, com maiores
índices no mês de dezembro (no qual a precipitação varia de 800 a 1.300 mm) e o
período seco, que se estende de abril a setembro, com estiagem mais crítica de junho
a agosto (com precipitação variando entre 150 a 250 mm).

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359

Quadro 18.1 – Número de amostras analisadas e concentrações médias de


parâmetros selecionados de qualidade da água bruta do rio Doce antes da passagem
da pluma (de abril de 2010 a 17 de novembro de 2015) e após a passagem da pluma
(de 18 de novembro de 2015 a setembro de 2018), comparados aos valores máximos
(VM) estabelecidos para Classe 2, pela resolução 357/05 do Conama.
Abr. de 2010 a out. de Nov. de 2015 a set. de
2015 2018 Aumento
Parâmetros Dados Dados da média
Média (n) acima do Média (n) acima do (%)
VM (%) VM (%)
Alumínio dissolvido (mg/L Al) 0,457 (9) 55,56 0,669 (507) 62,50 46,29
Arsênio Total (mg/L As) 0,003 (73) 0,00 0,014 (534) 2,81 340,58
Cádmio total (mg/L Cd) <0,001 (12) 0,00 0,003 (449) 2,00 190,00
Chumbo total (mg/L Pb) 0,010 (12) 0,00 0,027 (526) 25,29 171,60
Cobre dissolvido (mg/L Cu) 0,001 (45) 0,00 0,005 (590) 4,07 300,00
Cor verdadeira (mg Pt/L) 31,644 (73) 5,48 93,925 (547) 45,89 196,82
Ferro dissolvido (mg/L Fe) 0,289 (9) 44,44 0,911 (545) 54,13 215,59
Manganês total (mg/L Mn) 0,064 (9) 22,22 0,203 (563) 41,03 217,19
Níquel total (mg/L Ni) 0,001 (73) 0,00 0,016 (612) 3,10 1.497,01
Turbidez (UNT) 44,994 (40) 12,50 860,623 (442) 55,88 1.812,74
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Quadro 18.2 – Número de amostras analisadas e concentrações médias de


parâmetros selecionados de qualidade da água bruta do rio Doce antes da passagem
da pluma (de abril de 2010 a novembro de 2015), durante o período crítico de
passagem da pluma (de novembro de 2015 a março de 2016) e após o período crítico
de passagem da pluma (de abril de 2016 a setembro de 2018), comparados aos limites
máximos estabelecidos pela resolução 357/05 do Conama.
Período Crítico da Após período crítico
Antes da Pluma
Pluma da Pluma
Parâmetros Dados Dados Dados
Média (n) acima do Média (n) acima do Média (n) acima do
VM (%) VM (%) VM (%)
Alumínio dissolvido
0,235 (23) 30,43 0,969 (229) 86,90 0,352 (264) 43,94
(mg/L)
Arsênio Total (mg/L) 0,003 (105) 0,00 0,029 (262) 4,96 0,003 (240) 0,83
< 0,001
Cádmio total (mg/L) 0,00 0,001 (255) 0,00 0,003 (162) 5,56
(44)
Chumbo total (mg/L) 0,010 (44) 0,00 0,029 (271) 45,39 0,014 (223) 4,48
Cobre dissolvido
0,001 (77) 0,00 0,006 (260) 6,92 0,004 (298) 2,01
(mg/L)
Cor verdadeira (mg 136,548
25,13 (100) 4,00 77,97 63,583 (293) 25,26
Pt/L) (227)
Ferro dissolvido (mg/L) 0,118 (41) 9,76 1,455 (249) 89,16 0,377 (264) 27,65
Manganês total (mg/L) 0,058 (41) 12,20 0,338 (268) 70,52 0,069 (263) 14,83
Níquel total (mg/L) 0,001 (105) 0,00 0,017 (280) 6,43 0,011 (300) 0,33
1.606,761
Turbidez (UNT) 31,383 (67) 7,46 92,34 89,225 (193) 21,76
(222)
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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360

Em relação ao programa de monitoramento da qualidade da água do rio Doce, objeto


deste quesito, foi instituído um Programa de Monitoramento Quali-Quantitativo
Sistemático de Água e Sedimentos (PMQQS) da Bacia do rio Doce, inclusive das
áreas estuarinas e costeiras impactadas pelo rompimento da barragem da Samarco e
incluindo a avaliação de riscos toxicológicos e ecotoxicológicos.

Este programa faz parte das ações reparatórias e compensatórias, dentro dos
Programas Socioambientais, definidas nas Clausulas 177, 178 e 179 do Termo de
Transição e Ajustamento de Conduta – TTAC, assinado em março de 2016 pelo
Governo Federal e dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e a Samarco e suas
acionistas Vale S.A. e BHP Billiton Brasil Ltda. Neste mesmo termo ficou definida a
criação de uma Fundação de direito privado, sem fins lucrativos, a Fundação Renova,
instituída, em agosto de 2016 pela Samarco e suas acionistas, com o objetivo de
elaborar e executar todas as medidas reparatórias e compensatórias definidas no
TTAC.

O conteúdo mínimo do PMQQS foi estabelecido a partir de deliberações do Comitê


Interfederativo (CIF), cuja função é orientar e validar os atos da Fundação Renova,
fiscalizando o cumprimento do TTAC. O CIF é composto por 11 Câmaras Técnicas,
sendo presidido pelo Ibama e possuindo representantes da União, dos governos de
Minas Gerais e do Espírito Santo, dos municípios impactados e do Comitê da Bacia
Hidrográfica do rio Doce. Assim, a Fundação Renova é responsável pela execução do
PMQQS, enquanto Agência Nacional de Águas (ANA), que coordena a Câmara
Técnica de Segurança Hídrica e Qualidade da Água (CTSHQA), acompanha a
execução do PMQQS. Portanto, o objetivo geral do PMQQS, conforme a Deliberação
CIF nº 17, é acompanhar, ao longo do tempo, a recuperação da bacia hidrográfica do
rio Doce e zona costeira e estuarina adjacente, bem como a efetividade das
intervenções permanentes realizadas, através da avaliação sistemática da qualidade
das águas e dos sedimentos.

Os parâmetros monitorados no PMQQS foram definidos pela CTSHQA e deliberados


no CIF, com base nos levantamentos realizados pelo Igam, pelo Iema e pela CPRM.
Incluíram-se os parâmetros, cujos resultados apresentaram alterações significativas
durante e após a passagem da pluma (ex.: metais dissolvidos e totais). Além disso,

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foram incluídos parâmetros para avaliar as alterações na qualidade das águas do rio
Doce decorrentes da implantação das medidas de controle dos impactos e as
compensatórias.

A duração prevista para o PMQQS é de 10 anos, tempo previsto no TTAC para a


execução das ações compensatórias e de recuperação ambiental da bacia do rio
Doce, bem como, para o acompanhamento das intervenções e suas consequências
na qualidade das águas do rio Doce.

O cronograma detalhado de implantação do PMQQS, elaborado pela Fundação


Renova, está no Anexo E do PMQQS. Segundo o mesmo, o PMQQS deveria ser
iniciado em 25 de outubro de 2016, no entanto as campanhas de amostragem
iniciariam em agosto de 2017.

Os níveis médios encontrados dos 10 parâmetros discutidos anteriormente foram


comparados nos períodos antes da passagem da pluma (de abril de 2010 a novembro
de 2015) em relação os dados fornecidos para o período após o início do PMQQS (de
agosto de 2017 a setembro de 2018).

Foram incluídos todos os dados fornecidos dos monitoramentos para a região de


Colatina nessa avaliação. Observa-se um aumento nos valores médios encontrados
para cobre dissolvido, cor verdadeira, ferro dissolvido, manganês total, níquel total e
turbidez no período de agosto de 2017 a setembro de 2018 em relação ao período
anterior a passagem da pluma (Quadro 18.3). Por outro lado, foi observado uma
diminuição nos valores médios dos parâmetros alumínio dissolvido, arsênio total e
chumbo total. Para chumbo total, cobre dissolvido, cor verdadeira e turbidez foram
observados maiores percentuais de valores acima do VM para rios de Classe 2,
definidos pela resolução Conama 357/05, no período de agosto de 2017 a setembro
de 2018. Já para arsênio total, cádmio total e níquel total nenhuma amostra excedeu
os respectivos VM.

Concluindo, ao comparar esses dois períodos de tempo, os parâmetros Cor


Verdadeira e Turbidez continuam com valores médios aumentados e tem os
respectivos VM violados mais frequentemente que no período anterior a passagem da

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pluma, corroborando a discussão anterior, que para alguns parâmetros parece não
haver um retorno às condições anteriores à passagem da pluma, sugerindo que ao
menos uma parte destes poluentes tenha ficada retida nos sedimentos do rio Doce e
que ocasionalmente, observem-se novamente altos níveis destes poluentes.

Quadro 18.3 – Número de amostras analisadas e concentrações médias de


parâmetros selecionados de qualidade da água bruta do rio Doce antes da passagem
da pluma (de abril de 2010 a novembro de 2015) e após o início do PMQQS (de agosto
de 2017 a setembro de 2018), comparados aos limites máximos estabelecidos pela
resolução 357/05 do Conama
Abr. de 2010 a out. de 2015 Ago. de 2017 a set. de 2018
Parâmetros Dados acima Dados acima
Média (n) Média (n)
do VM (%) do VM (%)
Alumínio dissolvido (mg/L Al) 0,457 (9) 55,56 0,275 (141) 29,08
Arsênio Total (mg/L As) 0,003 (73) 0,00 0,001 (138) 0,00
Cádmio total (mg/L Cd) <0,001 (12) 0,00 <0,001 (105) 0,00
Chumbo total (mg/L Pb) 0,010 (12) 0,00 0,008 (106) 2,83
Cobre dissolvido (mg/L Cu) 0,001 (45) 0,00 0,003 (139) 2,16
Cor verdadeira (mg Pt/L) 31,644 (73) 5,48 58,377 (139) 24,46
Ferro dissolvido (mg/L Fe) 0,289 (9) 44,44 0,334 (141) 19,15
Manganês total (mg/L Mn) 0,064 (9) 22,22 0,075 (141) 14,18
Níquel total (mg/L Ni) 0,001 (73) 0,00 0,009 (139) 0,00
Turbidez (UNT) 44,994 (40) 12,50 73,278 (99) 25,25
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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2.1.2 Quesito 19 (MP)

Queira o Sr. Perito comentar a(s) interrupções nas captações da Sanear devido
a extrapolação dos valores impostos pela Resolução Conama n° 357/05, em
especial frente as esperadas alterações nas concentrares de aluminio, de ferro,
de manganês e de sólidos.

Para caracterizar as interrupções nas captações das estações de tratamento (ETA I,


ETA II e ETA IV) foram utilizadas as Planilhas de Controle Operacionais da Sanear
(fls 6532 e 6533) considerando:

• Registros de paralisação do sistema no período da passagem da pluma;


• Falta de informações / dados em um determinado dia;
• Registros de parada da estação com vazão de tratamento reduzida (abaixo de 60%
da vazão média da ETA) e/ou tempo de operação reduzido (abaixo de 60% do
tempo médio de operação da ETA).

Cabe destacar que existe uma interligação na rede de distribuição entre as ETA II e
IV com objetivo de fornecer água para o Bairro Columbia em momentos de
desabastecimento quando das interrupções na operação da ETA IV para manutenção
e reparos na mesma ou na captação.

A análise dos valores que extrapolam o valor máximo de referência (VM), definido pela
Resolução Conama 357/05 para mananciais classe 2, foi extraída da Tabela 11.1 do
Quesito 11, considerando o período de paralisação e até dois dias que antecedem tal
evento. Os parâmetros alumínio, ferro, manganês e sólidos encontram-se em
destaque nesta análise

Com base nestes dados, pode-se observar que ocorreram paralizações totais e
parciais na captação e no tratamento, entretanto não existe relato de que as mesmas
ocorreram devido a qualidade da água. A tabela 19.1 sintetiza os resultados
encontrados.
Pode-se observar que a ETA IV apresenta o maior número de paralisações ao longo
do ano de 2017 e 2018

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Tabela 19.1 – Identificação dos momentos de paralisação e substâncias acima do VM de referência
357/05 para classe 2 nas ETA I e ETA II
Ponto de Data da Dias Tipo de
Substâncias acima do VM
Interesse Paralisação Paralisados paralisação
Alumínio, Arsênio, Chumbo, Cloro Residual, Cobre
Dia
Dissolvido, Coliformes Termotolerantes, Cor
Col
18/11/2015 a Total da verdadeira, Cromo Total, Ferro dissolvido, Fósforo
ETA I 7 aba
24/11/2015 captação Total, Lítio Total, Manganês, MBAS (surfactantes),
30%
Níquel, Oxigênio, Sólidos dissolvidos, Sulfeto,
águ
Turbidez e Zinco
Alumínio, Arsênio, Chumbo, Cloro Residual, Cobre
Dia
Dissolvido, Coliformes Termotolerantes, Cor
Col
18/11/2015 a Total da verdadeira, Cromo Total, Ferro dissolvido, Fósforo
7 aba
24/11/2015 captação Total, Lítio Total, Manganês, MBAS (surfactantes),
18%
Níquel, Oxigênio, Sólidos dissolvidos, Sulfeto,
águ
ETA II Turbidez e Zinco.
01/10/2016 a
4 Sem registros sem resultados de qualidade de da água
04/10/2016
Parcial com
26/04/2017 e ETA
2 manutenção da sem resultados de qualidade de da água
10/05/2017 me
captação
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Tabela 19.2 — Identificação dos momentos de paralisação e substâncias acima do VM de referência


357/05 para classe 2 na ETA IV

Ponto de Data da Dias Tipo de


Substâncias acima do VM
Interesse Paralisação Paralisados paralisação
Alumínio, Arsênio, Boro, Chumbo, Cobre,
Coliformes Termotolerantes, Cor Verdadeira, Cromo Dia
18/11/2015 a Total da Total, Ferro Dissolvido, Manganês, MBA Col
ETA IV 7
24/11/2015 captação (Surfactantes), Níquel total, Nitrito, Oxigênio aba
Dissolvido, Sólidos Dissolvidos, Sulfeto e Zinco pro
Total.

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Tabela 19.3 — Identificação dos momentos de paralisação e substâncias acima do VM de referência
357/05 para classe 2 na ETA IV

Ponto de Data da Dias Tipo de


Substâncias acima do VM
Interesse Paralisação Paralisados paralisação
Parcial da ETA Alumínio Dissolvido, Arsênio, Cádmio Total, ETA
08 e 12
3 com Coliformes Termotolerantes, Cor Verdadeira, Ferro me
/02/2017
manutenção Dissolvido, Oxigênio Dissolvido, Sulfeto e Turbidez. de
06/07/2017,
Alumínio Dissolvido, Fósforo Total e Oxigênio
12/07 a 13 ETA paralisada Sem
Dissolvido.
23/07/2017
Parcial da ETA ETA
30 e 31 Alumínio Dissolvido, Fósforo Total e Oxigênio
2 com me
/07/2017 Dissolvido.
manutenção de
Parcial da ETA ETA
03 e
2 com Sem resultados acima do VM me
04/08/2017
manutenção de
24/09/2017 1 ETA paralisada Manganês e Oxigênio Dissolvido Sem
Parcial da ETA ETA
25 e
2 com Manganês e Oxigênio Dissolvido me
26/09/2017
manutenção de
Parcial da ETA ETA
Alumínio Dissolvido, Ferro Dissolvido e Oxigênio
07/11/2017 1 com me
Dissolvido.
manutenção de
Parcial da ETA
para ETA
07 e
2 manutenção da Alumínio Dissolvido e Ferro Dissolvido. me
19/02/2018
bomba de de
captação
20 e Aba
2 Sem registros sem resultados de qualidade de da água
21/02/2018 ETA
Parcial da ETA ETA
13/06/2018 1 para Oxigênio Dissolvido. me
manutenção de
24 a
3 ETA paralisada Oxigênio Dissolvido. Sem
26/07/2018
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Pode-se observar que as substâncias alumínio, ferro e manganês estavam


presentes no manancial nos momentos de paralisação total ou parcial da
captação/ estação de tratamento, entretanto nenhum registro foi feito indicando
que as paralisações foram decorrentes da qualidade da água do rio Doce.

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2.1.3 Quesito 20 (MP)

Devido à provável presença de poluentes prejudiciais à saúde humana na


água captada, queira o Sr. Perito informar se foram, e ainda são realizadas
análises de toxicidade crônica e aguda das águas do rio Doce, nas
proximidades das captações da Sanear a partir de 18/11/15? Caso
afirmativo, apresentar análise sobre esses resultados.

A informação bastante para a resposta da quesitação foi requerida às fls 3995 a


4004 às instituições AGERH, ANA, Iema, Samarco e Sanear, sendo que apenas
a Samarco encaminhou as análises ecotoxicológicas (Samarco, 2018, 2019).

Com base nestes dados, pode-se afirmar que foram, e até a data de 16/08/2018,
ainda estavam sendo realizadas análises ecotoxicológicas com testes agudos e
crônicos em amostras de água e sedimentos, coletados em diferentes pontos do
rio Doce, nas proximidades das captações da empresa Sanear, em dois períodos
de tempo: Emergencial (de 08/11/2015 a 16/08/2017) e durante o Programa
Monitoramento Quali-Quantitativo Sistemático (PMQQS) de 11/08/2017 a
16/08/2018.

Os pontos de amostragem RDC 36, RDC 40 e RDC 57 referem-se ao período


emergencial e os pontos RDO 12, RDO 13 e RDO14 referem-se ao
monitoramento PMQQS que estão identificados na Figura 20.1.

Antes de descrever e discutir os resultados dos testes ecotoxicológicos


detalhadamente, faz-se necessário ressaltar que a forma a Samarco
disponibilizou os dados solicitados sobre os testes de ecotoxicidade realizados
nas amostras, uma vez que a apresentação dos dados dificultou enormemente
a análise dos mesmos, resultando no grande aumento do tempo necessário para
checá-los e cruzá-los nos diferentes arquivos fornecidos pela empresa. Por
exemplo, existem resultados de análises que estão listados nos arquivos de
planilhas recebidas, mas que não possuem laudos laboratoriais
correspondentes.

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Por outro lado, existem laudos, cujos resultados não foram entregues, que
constam planilhados. As planilhas recebidas não estavam preenchidas
adequadamente, existindo várias lacunas e mesmo resultados contraditórios,
como o resultado de um teste específico indicar toxicidade da amostra, mas na
avaliação final da mesma, ela ser classificada como não tóxica. Ainda foram
contratados vários laboratórios diferentes ao longo do período para realizar as
análises, sendo que alguns testes foram subcontratados a outros laboratórios
localizados em diferentes estados brasileiros.

Todos os pontos acima indicados acarretaram demora na análise das amostras,


que por sua vez violou o período de validade das amostras, preconizado pela
norma da ABNT NBR 15.469 (BRASIL,2015). Também foi identificada a
inconformidade em relação a norma da ABNT NBR 15.469 (BRASIL, 2015) na
preparação do elutriato das amostras para um teste ecotoxicológico.

Portanto, deve-se levar em conta que as considerações feitas a seguir, sobre os


resultados obtidos junto a empresa Samarco, podem estar influenciadas, em
certa medida, pelos problemas identificados nos dados fornecidos.

Figura 20.1 – Pontos de amostragem referentes ao período emergencial e ao


monitoramento PMQQS

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Os resultados dos testes ecotoxicológicos agudos e crônicos, realizados no


período Emergencial (Quadro 20.1), sugerem que cerca de 16% das amostras
de água eram tóxicas, não se observando variação importante entre 3 pontos de
amostragem (RDC 36, RDC 40, RDC 57).

Entretanto, quando se compara os resultados dos diferentes testes


ecotoxicológicos realizados, independentemente do ponto de amostragem
considerado, nota-se uma diferença marcante, os testes crônicos, utilizando
Ceriodaphnia dúbia (i.e., microcrustáceo representativo do zooplâncton) e
Hyalella azteca (i.e., anfípodo epibentônico de água doce), foram muito mais
sensíveis que os testes agudos, utilizando Danio rerio (i.e., peixe teleósteo
tropical de água doce), Daphnia similis (i.e., microcrustáceo representativo do
zooplâncton), Grandidierella bonnieroides (i.e., anfípodo epibentônico marinho)
e Vibrio fischeri (i.e., bactéria marinha). Por exemplo, enquanto que cerca de
60% das amostras de água analisadas nos testes com Ceriodaphnia dúbia
apresentaram toxicidade crônica (i.e., inibição da reprodução dos organismos),
nenhuma das amostras analisadas nos testes com Vibrio fischeri (i.e., inibição
da luminescência da bactéria), 2% das amostras analisadas com Daphnia similis
e 1% de todas as amostras analisadas nos testes com Danio rerio (i.e.,
letalidade) apresentaram toxicidade aguda.

Segundo Costa et al. (2008), mesmo quando uma substância química não
produz efeitos tóxicos mensuráveis sobre organismos aquáticos em testes de
toxidade aguda, isso não indica que ela não seja tóxica para estes organismos
em outras condições de exposição. Esta variabilidade observada entre os
resultados dos testes ecotoxicológicos pode ser explicada, ao menos
parcialmente, pela diferença da aplicabilidade e adequação de testes agudos e
crônicos.

Enquanto, os primeiros são mais adequados para analisar os efeitos tóxicos


agudos (ex.: morte dos organismos teste), decorrentes de uma exposição
recente a altas concentrações de poluentes, os do segundo tipo são indicados
para avaliar os efeitos tóxicos crônicos (ex.: inibição do crescimento ou da
reprodução) decorrentes de uma exposição não recente e/ou contínua a baixas
concentrações de poluentes.

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Assim, os testes agudos estão associados a efeitos graves e quase imediatos,


como a mortalidade significativa dos organismos pelo poluente. Enquanto, os
testes crônicos indicam efeitos subletais, mas que a médio ou longo prazo,
também podem levar a extinção de espécies, decorrente da diminuição em suas
taxas de reprodução ou crescimento.

Os resultados obtidos da empresa Samarco indicam que um maior número de


amostras possuía toxicidade crônica, mas não aguda. Talvez, fosse de se
esperar este resultado, considerando que os testes agudos seriam relevantes
apenas durante ou muito próximo da passagem da pluma dos rejeitos de minério
nos pontos amostrados.

Após um período de tempo, a tendência seria que as amostras não


apresentassem toxidade aguda, uma vez que os níveis dos poluentes tendem
a diminuir na coluna d’água, restando muitas vezes apenas a toxicidade
crônica nos sedimentos.

De fato, 27% das amostras de sedimentos testadas (avaliada nos testes com
Grandidierella bonnieroides e Hyalella azteca) no período Emergencial,
apresentaram toxicidade. Uma quantidade maior que as amostras de água.

Esta hipótese é reforçada pelos resultados dos testes ecotoxicológicos no


período posterior, durante PMQQS, quase dois anos após a passagem da pluma
de rejeitos. Embora deva-se fazer a ressalva que o número de amostras
analisadas durante o PMQQS (número total de 42 amostras em cerca de 1 ano)
foi bastante reduzido comparado ao período Emergencial (número total de 950
amostras em cerca de 2 anos), o que pode limitar a interpretação dos resultados.

Durante o PMQQS foram realizados apenas testes para avaliar a toxicidade


crônica das amostras. Somente 2 organismos diferentes (Ceriodaphnia dúbia
e Pseudokirchneriella subcapitata) foram utilizados nestes testes. O primeiro
organismo teste (i.e., microcrustáceo representativo do zooplâncton), também
utilizado no período emergencial, se mostrou mais sensível (cerca de 50% das
amostras analisadas eram tóxicas), que o segundo organismo teste, microalga

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representativa do fitoplâncton (cerca de 20% das amostras analisadas eram


tóxicas).

Deve-se ressaltar que o teste com Ceriodaphnia dúbia foi utilizado, durante o
PMQQS, para avaliar tanto amostras de água quanto de sedimento. Os
sedimentos se mostraram novamente mais tóxicos que as amostras de água em
dois pontos de coleta (RDO12 e RDO 13).

Por outro lado, o terceiro ponto de coleta desse período (RDO 14) foi o que
apresentou maior número de amostras tóxicas (amostras de água), cerca de
80% das amostras testadas com Ceriodaphnia dúbia eram tóxicas. Estes dados
sugerem que, ao menos parte dos poluentes, tenha ficado retida no sistema
aquático. Por exemplo, os sedimentos aquáticos podem reter poluentes (ex.:
metais) por longos períodos de tempo (SILVA; POMPÊO; PAIVA, 2015).

Estes poluentes, eventualmente, podem ser remobilizados de volta para a coluna


d’água durante os períodos de maior vazão fluvial, decorrentes de chuvas fortes
na bacia do rio Doce. Além disso, ao menos parte da variabilidade observada
entre os pontos de coleta deve estar associada às características físicas e
hidrodinâmicas de cada ponto de amostragem. Assim, teríamos locais onde as
substâncias tóxicas se concentrariam, enquanto em outros tenderiam a se
dispersar.

Concluindo, este conjunto de resultados sugere cautela quanto à utilização


destas águas para consumo humano pois um grande número de amostras
apresentou toxicidade crônica, principalmente amostras de sedimentos.
Portanto, sugere-se que seja feito uma investigação dos possíveis
contaminantes causadores dessa toxidade.

A descrição detalhada dos resultados é apresentada e discutida a seguir.

Os testes ecotoxicológicos tem sido utilizados para auxiliar na avaliação dos


impactos ambientais causados pelo lançamento de substâncias tóxicas nos
ecossistemas aquáticos (rios, oceanos, reservatórios, etc.), uma vez que
análises químicas por si só, não são capazes de identificar e/ou quantificar os

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efeitos tóxicos, inclusive os sinérgicos, de um conjunto de substâncias químicas


para a biota, assim como, seus riscos para os ecossistemas afetados por esses
lançamentos.

Assim, os testes permitem não só avaliar os danos ocorridos nos ecossistemas


após uma contaminação, como também prever seus impactos futuros,
considerando as interações dos contaminantes e o ambiente. Na verdade, os
testes ecotoxicológicos complementam, não substituem, as análises químicas
tradicionais.

Portanto, os testes de ecotoxicidade são ensaios, realizados em laboratórios


certificados, sob condições experimentais específicas e controladas, onde a
toxicidade de substâncias, efluentes industriais e amostras ambientais (águas ou
sedimentos) são estimadas. Nesses ensaios, organismos-testes são expostos a
diferentes concentrações de amostra, sendo os efeitos tóxicos produzidos
proporcionais aos seus níveis de exposição (relação dose-resposta).

Sempre que possível, recomenda-se a avaliação do efeito tóxico de uma amostra


utilizando mais de uma espécie representativa da biota aquática, de preferência
pertencentes a diferentes níveis tróficos da cadeia alimentar. Entretanto, deve-
se fazer a ressalva que não é possível extrapolar diretamente a resposta
absoluta obtida nos testes de ecotoxicidade para quantificar o risco de uma
amostra/poluente para a população humana.

Os resultados obtidos em um teste são específicos para o efeito observado na


espécie testada. De fato, é difícil correlacionar os resultados obtidos de um teste
ecotoxicológico com outro, não sendo raro que uma mesma amostra apresente
um determinado efeito tóxico em um organismo-teste de uma espécie, mas não
apresente outro efeito em outro organismo-teste.

Os efeitos tóxicos avaliados podem ser: mortalidade, taxa de natalidade,


crescimento, tamanho corporal médio, más formações, interferências no ciclo de
vida, genotoxicidade, taxa de alimentação, etc.

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Do ponto de vista normativo no Brasil, existem duas Resoluções do Conama


referentes a testes ecotoxicológicos. A Resolução 357/05, que regulamenta o
controle do lançamento de efluentes e qualidade da água nos corpos hídricos,
onde os ensaios ecotoxicológicos e suas aplicações são definidas, e a
Resolução 430/2011, que a altera e a complementa, definindo as condições e
padrões de lançamento de efluentes e os testes de ecotoxicidade a serem
utilizados para detectar e avaliar a capacidade de um agente tóxico de provocar
efeito nocivo.

Existem várias organizações e agências de normatização (nacionais e


internacionais), as quais recomendam os procedimentos e as diferentes
espécies para a realização dos testes ecotoxicológicos, tais como: American
Public Health Association (APHA), American Society for testing materials
(ASTM), United States Environmental Protection Agency (USEPA), Association
française de Normalisation (AFNOR), International Organization for
Standardization (ISO) e Organization for Economic Co-operation and
Development (OECD). No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) é a agência responsável, a nível nacional, pela elaboração e
padronização das normas de testes ecotoxicológicos, e ainda por adaptar as
normas internacionais as nossas condições, quando necessário (Costa et al.,
2008; SILVA; POMPÊO; PAIVA, 2015).

Descrição detalhada dos resultados:


Segundo Samarco (2018, 2019), no período emergencial foram coletadas 950
amostras entre 08 de novembro de 2015 a 16 de agosto de 2017. Estas amostras
foram coletadas em três pontos de coleta (RDC-36, RDC-40 e RDC-57),
conforme Figura 20.1. Foram utilizados 6 organismos diferentes (Ceriodaphnia
dúbia, Danio rerio, Daphnia similis, Grandidierella bonnieroides, Hyalella azteca
e Vibrio fischeri) nos testes. Alguns destes organismos são utilizados em testes
agudos (Danio rerio, Daphnia similis, Grandidierella bonnieroides e Vibrio
fischeri), enquanto outros são utilizados em testes crônicos (Ceriodaphnia dúbia
e Hyalella azteca).

A maioria dos testes ecotoxicológicos utilizados são para avaliar a toxicidade de


amostras de águas ou substâncias químicas solúveis ou dispersas em água.

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374

Entretanto, dois testes são para avaliar toxicidade dos sedimentos (Hyalella
azteca e Grandidierella bonnieroides). O primeiro organismo teste é indicado
para avaliar tanto os efeitos tóxicos agudos (letalidade) quanto crônicos (inibição
do crescimento) da exposição a sedimentos, sendo o mesmo um anfípodo de
água doce. Já o segundo organismo teste é indicado para avaliar apenas efeitos
tóxicos agudos (letalidade) de sedimentos marinhos e estuarinos, visto que é um
anfípodo marinho. Portanto, a priori, este segundo organismo não seria
adequado para avaliar a toxicidade de sedimentos do rio Doce.

Nota-se ainda que a Samarco contratou cinco laboratórios diferentes ao longo


deste período de tempo para realizar estes diferentes testes ecotoxicológicos, a
saber: Aplysia, Limnos, Merieux, NSF Bioensaios e Tecan. Isto pode prejudicar
potencialmente a comparabilidade dos resultados obtidos pelos diferentes
laboratórios, mesmo que eles utilizem a mesma metodologia.

Porém, investigando em detalhe os laudos das análises e seus anexos, foi


observada em diversos deles a condição agravante na qual alguns testes foram
subcontratados a outros laboratórios. Isto acarreta em maior probabilidade de
erro nas análises devido o transporte e o tempo para realização dos
experimentos. Por exemplo a Ecotox foi subcontratada pela Aplysia para realizar
o teste com Hyalella azteca em 20/11/2015. O início do teste foi em 03/12/2015
e, segundo o documento de custódia da amostra, ela chegou ao laboratório a
14,5°C, o que está desacordo com a norma ABNT 15469, que determina o
máximo de 10 °C.

Existem outros exemplos de amostras que foram analisadas após o prazo de


validade ou que chegaram ao laboratório para análise em temperatura acima do
recomendado pela norma. De qualquer forma, levando em conta essas possíveis
inconformidades dos testes, os seus resultados estão descritos na Quadro 20.1.
Quadro 20.1.

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Quadro 20.1 – Resumo dos resultados dos Testes Ecotoxicológicos realizados


em amostras coletadas em três pontos de amostragem no rio Doce no período
emergencial (de 08 de novembro de 2015 a 16 de agosto de 2017) e o total de
amostras analisadas por ponto de coleta com percentual de amostras tóxicas
Pontos de Coleta Tipo de teste/
Organismos Total
RDC 36 RDC 40 RDC 57 Norma

Resultados para Amostras de Água


Ceriodaphnia Crônico/ ABNT 193
54 (63,0%) 76 (60,5%) 63 (54,0%)
dúbia NBR 13.373 (59,1%)
Agudo/ ABNT 200
Danio rerio 55 (0,0%) 75 (1,3%) 70 (1,4%)
NBR 15.088 (1,0%)
Agudo/ ABNT 187
Daphnia similis 54 (1,9*%) 69 (2,9%) 64 (1,6%)
NBR 12.713 (2,1%)
Agudo/ ABNT 191
Vibrio fischeri 56 (0,0%) 71 (0,0%) 64 (0,0%)
NBR 15.411-3 (0,0%)
Resultados para Amostras de Sedimentos
Agudo e Crônico/
Hyalella 178
51 (21,6%) 65 (30,8%) 62 (29,0%) ABNT NBR
azteca (27,5%)
15.470
Grandidierella Agudo/ ABNT 1
1 (0,0%) ... ...
bonnieroides NBR 15.638 (0,0%)
323 950
Total 271 (17,0%) 356 (19,4%) --
(16,7%) (17,8%)
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Resumidamente, do total de 271 amostras do ponto RDC-36 foram observadas


225 amostras não tóxicas e 46 (17%) amostras tóxicas; para o ponto RDC-40,
do total de 356 amostras, 288 são não tóxicas e 69 (19,4%) tóxicas; e, para o
ponto RDC-57, do total de 323 amostras, 269 são não tóxicas e 54 (16,7%)
tóxicas. De forma global, 82,2% das amostras analisadas não foram tóxicas, de
acordo com os testes realizados, enquanto 17,8% das amostras foram tóxicas.
Note-se que estes percentuais médios variaram pouco em relação aos pontos
de coleta considerados.

Por outro lado, existe uma grande diferença em relação ao teste ecotoxicológico
em questão. Os testes realizados com Danio rerio, Daphnia similis,
Grandidierella bonnieroides e Vibrio fischeri, praticamente não detectaram
toxicidade nas amostras, o que provavelmente seria esperado, uma vez que
estes testes são indicados para investigar apenas efeitos agudos graves (morte
rápida do organismo) decorrentes de uma exposição recente a altas
concentrações de poluentes. Isto seria relevante apenas durante ou próximo da
passagem da pluma dos rejeitos de minério nos pontos amostrados.

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Após um período de tempo, seria de se esperar que as amostras não


apresentassem toxidade aguda, uma vez que os níveis dos poluentes tendem a
diminuir no meio. Por outro lado, para avaliar os efeitos tóxicos decorrentes de
uma exposição não recente a baixas concentrações de poluentes, os testes
crônicos, com Ceriodaphnia dúbia e Hyalella azteca, são os mais indicados.

Estes testes indicaram que cerca de 60% e 30% das amostras testadas,
respectivamente, possuíam toxicidade, mesmo anos após a passagem da pluma
de rejeitos nos pontos amostrados. Isto sugere que, ao menos parte dos
poluentes, tenha ficado retido no sistema aquático. Esta hipótese é reforçada
quando considerado que o segundo teste avaliou a toxicidade de amostras de
sedimentos, ou seja, não só a maioria das amostras de água testadas nesse
período apresentou toxidade crônica, como também quase um terço das
amostras de sedimentos dos mesmos pontos.

Deve-se fazer a ressalva que o ensaio com Hyalella azteca avalia


simultaneamente efeitos agudos e crônicos. Investigando os laudos de análise
em detalhe observou-se ora o efeito agudo ora o crônico em diferentes amostras.
Entretanto, a planilha recebida da Samarco com os resultados não fez distinção
entre os diferentes efeitos tóxicos. Assim, esse percentual de cerca de 30% é
um somatório de ambos, refletindo tanto toxicidade aguda como crônica das
amostras, o que justificaria o seu valor intermediário, quando comparado com
testes exclusivamente agudos (praticamente não detectaram toxicidade nas
amostras) e crônicos (detectaram toxicidade na maioria das amostras).

Outros estudos também observaram variações marcantes na sensibilidade dos


diferentes testes ecotoxicológicos. Magalhães et al. (2014) avaliaram a
sensibilidade de uma bateria de seis testes ecotoxicológicos quanto aos efeitos
tóxicos de metais. Os autores também observaram que os testes com peixes
(Danio rerio) foram menos sensíveis, que os testes com espécies de Cladóceros
(Ceriodaphnia dúbia), para todos metais testados.

No Programa de Monitoramento Quali-Quantitativo Sistemático (PMQQS) foram


coletadas 42 amostras em três pontos de coleta (RDO-12, RDO-13 e RDO-14)

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para os testes ecotoxicológicos no período de 11 de agosto de 2017 a 16 de


agosto de 2018. Todos os pontos de amostragem estão georeferenciados na
Figura 20.1.

Foram utilizados dois organismos testes (Ceriodaphnia dubia e


Pseudokirchneriella subcapitata) em três testes ecotoxicológicos crônicos. O
organismo Ceriodaphnia dubia foi utilizado para avaliar a toxicidade de amostras
de água e dos sedimentos. Segundo Zagatto & Bertoletti 2008 (apud Silva et al.,
2015), os ensaios de toxicidade crônica com Ceriodaphnia dubia estão entre os
mais difundidos no mundo, dentre outras razões, por serem organismos de fácil
cultivo e sensíveis às mudanças físicas e químicas do meio. Os resultados dos
testes estão descritos na tabela 20.2 (água e sedimento).

Tabela 20.2 Resumo dos resultados dos Testes Ecotoxicológicos do Programa


Monitoramento Quali-Quantitativo Sistemático (PMQQS) e o total de amostras
analisadas por ponto de coleta (quantidade de amostras tóxicas em %).
Pontos de Coleta Tipo de Teste/ Total
Organismos
RDO 12 RDO 13 RDO 14 Norma

Resultados para Amostras de Água


Crônico/ ABNT
Ceriodaphnia dúbia 5 (40,0%) 5 (20,0%) 5 (80,0%) 15 (46,7%)
NBR 13.373
Pseudokirchneriella Crônico/ ABNT
5 (20,0%) 5 (0,0%) 5 (40,0%) 15 (20,0%)
subcapitata NBR 12.648
Resultados para Amostras de Sedimentos
Crônico/ ABNT
Ceriodaphnia dúbia 4 (75,0%) 4 (50,0%) 4 (25,0%) 12 (50,0%)
NBR 13.373
14 14 14
Total -- 42 (38,1%)
(42,9%) (21,4%) (50,0%)
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Resumidamente, do total de 14 amostras do ponto RDO-12 foram observadas 8


amostras não tóxicas e 6 (42,9%) amostras tóxicas; para o ponto RDO-13, do
total de 14 amostras, 11 são não tóxicas e 3 (21,4%) tóxicas; e, para o ponto
RDO-14, do total de 14 amostras, 7 são não tóxicas e 7 (50,0%) tóxicas. De
forma global, 61,9% das amostras analisadas não foram tóxicas, de acordo com
os testes realizados, enquanto 38,1% das amostras foram tóxicas. Note-se que
estes percentuais médios variaram dependendo dos pontos de coleta
considerados.

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A detecção da toxicidade crônica das amostras também variou bastante entre os


organismos testes utilizados. Enquanto o teste com Pseudokirchneriella
subcapitata detectou toxicidade em apenas três amostras de água (20,0%), os
testes com Ceriodaphnia dúbia também utilizando amostras de água detectaram
toxicidade em sete amostras (46,7%).

Por exemplo, a mesma amostra de água coletada no ponto RDO 12 em


10/11/2017, foi tóxica para Ceriodaphnia dúbia e não tóxica para
Pseudokirchneriella subcapitata. Já no ponto RDO 14, a mesma amostra de
água coletada em 21/11/2017, apresentou toxicidade crônica para ambos
organismos, mas enquanto que a “menor concentração da amostra que causa
efeito tóxico (CEO)” para Ceriodaphnia dúbia foi de apenas 6,25%, para
Pseudokirchneriella subcapitata esse valor chegou a 75%, demonstrando o
menor efeito tóxico da amostra no crescimento da microalgas
(Pseudokirchneriella subcapitata) que na reprodução dos microcrustáceos
(Ceriodaphnia dúbia).

Deve-se ainda destacar que o teste ecotoxicológico das microalgas foi realizado
em um laboratório subcontratado pelo ALS Corplab, responsável pelas coletas
de amostras e outros testes ecotoxicológicos realizados nesse período.

Em todos os laudos anexos examinados pelos Peritos, o laboratório


subcontratado (Centro de Inovação e Tecnologia Senai FIEMG) relatou que as
amostras chegaram ao laboratório fora do prazo estabelecido na norma da
ABNT, sendo o contratante do serviço consultado por e-mail e autorizando a
continuidade dos ensaios.

Cabe destacar que no PMQQS, está explicito no seu item 6.1 _ Documentação
de Campo:

“Os formulários de cadeia de custódia serão utilizados para relatar as


condições de campo identificadas no momento da coleta, registro dos
resultados das análises de campo além de rastrear o transporte das
amostras até o laboratório. As amostras serão entregues ao laboratório
respeitando as devidas condições de preservação da amostra
recomendadas para cada parâmetro (vide Anexo C), devidamente
identificadas e acompanhadas das cadeias de custódias devidamente
preenchidas conforme apresentado no Anexo A”.

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Assim, todos os resultados destes testes com Pseudokirchneriella subcapitata


são questionáveis ou mesmo inválidos por não seguirem o prazo de validade das
amostras de água estabelecido na Tabela 1 da norma ABNT 15469 (BRASIL,
2015) e também as diretrizes previstas no item 6.1 do PMQQS.

Em relação aos resultados das amostras de sedimentos, embora o número de


amostras analisadas seja reduzido, o que limita a interpretação dos resultados,
os sedimentos se mostraram mais tóxicos que as amostras da coluna d’água em
dois pontos de coleta (RDO-12 e RDO-13).

Em oposição, o ponto RDO-14, que teve o maior número de amostras da coluna


d’água tóxicas (80%), foi o que apresentou menor número de amostras de
sedimentos tóxicas (25%). Isto pode estar relacionado a energia hidrodinâmica
presente em cada ponto de amostragem que poderia estar remobilizando
compostos tóxicos dos sedimentos para coluna d’água (Silva et al., 2015),
sobretudo nos períodos de maior vazão fluvial, decorrentes de maiores chuvas
na bacia do rio Doce.

Faz-se necessário fazer outra ressalva em relação ao teste com Ceriodaphnia


dúbia para amostras de sedimentos. Na descrição do teste (ABNT NBR 13.373),
afirma-se que o mesmo é para avaliação da toxicidade crônica de amostras de
água e substâncias químicas solúveis ou dispersas em água. Não há referência
direta a avaliação de amostras sólidas. Por outro lado, na norma ABNT NBR
15.469, que descreve os procedimentos para coleta, preparo e preservação das
amostras, existe a previsão da análise de sedimentos através do seu elutriato
(mistura de 1 parte de sedimento e 4 partes de água de diluição).

Entretanto, o laboratório que realizou os experimentos (ALS Corplab/TECAM


Laboratórios) descreve a metodologia de preparo do elutriato como se o mesmo
fosse de uma amostra de solo (agitar por 20 horas) e não amostra de sedimentos
(agitar por 30 minutos) e, portanto, não segue a norma da ABNT NBR 15.469.
Consequentemente, seus resultados são questionáveis ou mesmo inválidos.

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2.1.4 Quesito 21 (MP)

As outorgas para as captações de água do rio Doce para abastecimento da


cidade de Colatina estavam vigentes em novembro/dezembro de 2015? Por
ocasião da elaborando do laudo pericial pelo Sr. Perito do Juízo, essas
outorgas ainda estavam vigentes? Caso negativo, queira o Sr. Perito
informar se houve providência(s) da Sanear a renovação, indicar o(s)
documento(s) que solicitou (aram) essa(s) providencia(s) e outros
aspectos de interesse às concessões.

Conforme documento encaminhado pela Agência Nacional de Águas (ANA),


Comunicação Interna nº 76/2018/COOUT/SER, Documento nº:
00000.066150/2018-13 de 7/11/2018, que consta neste processo na folha JFES
– Fls 5644 (ANA, 2018), a ANA informa que foi emitida outorga ao Serviço
Colatinense de Saneamento Ambiental, para abastecimento público e
esgotamento sanitário do Município de Colatina, Resolução nº 372, de 25 de
setembro de 2006, JFES – Fls. 5645 a 5650 (ANA, 2018), com prazo de vigência
de 20 anos.

Como atesta o referido documento, as outorgas para as captações de água do


rio Doce para abastecimento da cidade de Colatina estavam vigentes em
novembro/dezembro de 2015, e se mantinham vigentes até a emissão do
documento citado.

Tem-se a previsão de renovação da outorga em 24 de setembro de 2026.

Quanto à outorga, ainda cabe ressaltar que a ANA foi criada pela Lei nº
9.984/2000. É a agência reguladora dedicada a fazer cumprir os objetivos e
diretrizes da Lei das Águas do Brasil, a lei nº 9.433 de 1997.

Nos cursos d’água de domínio da União, a ANA atua na implementação dos


instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), entre eles a
outorga e o enquadramento.

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A bacia do Doce, segundo a Resolução nº 109/2010 do Conselho Nacional de


Recursos Hídricos (CNRH), consiste numa das Unidades de Gestão de
Recursos Hídricos de domínio da União (UGRH).

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382

2.1.5 Quesito 22 (MP)

O processo normal de tratamento de água bruta adotado pela Sanear nas


ETA's em Colatina é convencional, seguindo a sequência: coagulado,
floculado, decantado, filtração, desinfecção, fluoretação e correção de pH?
Caso positivo, queira o Sr. Perito informar se ele foi alterado durante a
passagem da pluma de poluentes oriundos dos rejeitos vazados da
barragem de Fundão da Samarco, indicando as alterações e justificando-
as.

As ETA em Colatina, que utilizam o rio Doce como manancial, seguem a


sequência adotada nos processos convencionais, ou seja, coagulação,
floculação, decantação, filtração, desinfecção, fluoretação e correção de pH.

Todas as informações contidas na resposta deste quesito foram obtidas durante


duas visitas técnicas realizadas pelos peritos nas dependências das ETA e/ou
por intermédio de documentos encaminhados pelo Sanear. Vale destacar que
para finalização foi utilizado o último documento encaminhado pelo Sanear
(Sanear, 2019b) onde a instituição, a partir da compilação realizada pelos
peritos, revisou e apresentou os ajustes necessários.

Durante a passagem da pluma de poluentes oriundos dos rejeitos vazados da


barragem de Fundão da Samarco, estas estações passaram por alterações,
considerando que o coagulante rotineiramente utilizado pelo Sanear, sulfato de
alumínio, foi substituído pelo Tanfloc SG. Assim, algumas etapas do tratamento
destas ETA sofreram adequações em razão do Tanfloc SG apresentar
características e condições de operação diferentes de quando se utiliza o Sulfato
de Alumínio. As mudanças foram: instalação de bomba dosadora de Tanfloc SG
por se tratar de um líquido muito viscoso; instalação de tanques para
armazenamento do Tanfloc SG; implantação de agitadores mecânicos na etapa
de floculação para melhorar a mistura do Tanfloc SG na água; troca de camada
suporte (seixos) e leito filtrante (areia) das ETA I, II e IV; e, implantação de perfis
de decantação das ETA I e IV. Estas intervenções foram realizadas com o intuito
de melhorar a eficiência do tratamento, considerando as características do
Tanfloc SG.

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383

CARACTERÍSTICAS DAS ETA E DEMAIS INFORMAÇÕES

O Sanear opera nove ETA e cinco Poços distribuídos na sede e no interior do


município de Colatina. Destas, apenas três (ETA I, ETA II e ETA IV) distribuem
água para a comunidade de Colatina Sede tendo como manancial principal o rio
Doce. Além destas, destacam-se as estações ETA Ifes Itapina e ETA Itapina que
distribuem água, respectivamente, para o Instituto Federal do Espírito Santo –
Campus Itapina (Ifes-Campus Itapina) e para o Distrito de Itapina. Estas
estações possuem manancial específico, porém, em algumas épocas do ano
utiliza o rio Doce para captação alternativa em razão da baixa vazão do
manancial primário. Isso ocorre em período bastante curto (poucos dias) e, desta
forma, apenas as ETA I, ETA II e ETA IV foram objetos da perícia.

Nas ETA I e II a água bruta pode ser tratada por dois circuitos diferentes e
independentes, chamados Planta Velha e Planta Nova, em que esta diferença
está relacionada aos tipos de decantadores e filtros utilizados. Em cada estação,
independentemente de a água bruta ser tratada na Planta Velha ou na Planta
Nova, ao final do tratamento estas águas são misturadas para distribuição à
população. Na ETA IV o tratamento é realizado por apenas um circuito.

Existe uma interligação na rede de distribuição entre as ETA II e ETA IV, utilizada
de acordo com a necessidade. Esta interligação tem como objetivo fornecer água
tratada da ETA II para o bairro Columbia (abastecido pela ETA IV) em momentos
de desabastecimento, ou quando são realizadas interrupções na operação da
ETA IV para manutenções e reparos.

No Quadro 22.1 são apresentadas informações e características das ETA e as


respectivas intervenções praticadas à época e após o rompimento da barragem
de Fundão.

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Quadro 22.1 – Características das ETA I, II e IV e as intervenções (em negrito) durante e após a pass

ETA I
Margem direita do rio Doce, lado sul do município de Colatina
Localização
Coord X (SIRGAS2000) = 327719 / Coord Y (SIRGAS2000) = 7838721
Capacidade de
45.000 habitantes
atendimento
Luiz Iglesias, Marista / Sagrado Coração de Jesus, Santa Terezinha, Raul Giuberti, Olívio Z
Nova, Centro, Operário, Perpétuo Socorro, Moacyr Brotas, Jardim Planalto, Vista da Serra,
Bairros atendidos
Vicente, Colatina Velha, Santa Margarida, IBC (Benjamim Carlos dos Santos), Barbados, Sã
Maria Ortiz, Santa Cecília, Por do Sol, Córrego da Lavra, Córrego Santa Fé (Presídios) (Lad
Planta Velha: 60 L/s
Vazão atual
Planta Nova: 100 L/s
Período de Planta Velha: 13h/dia – 7h às 20h
funcionamento Planta Nova: 24h
Sistema de Tratamento Convencional (coagulação, floculação, decantação, filtração, fluoret
Sistema de Tratamento possui duas plantas denominadas “Planta Velha” e “Planta Nova”. Após filtração, os efluente
contato.

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Quadro 22.1 – Características das ETA I, II e IV e as intervenções (em negrito) durante e após a pass

ETA I
Planta Velha
• 1 misturador rápido do tipo Calha Parshall onde ocorre também a medição de vazão.
• 1 floculador hidráulico vertical com 18 câmaras.
Intervenção realizada pela Samarco - implantação de 2 misturadores rápidos na pr
durante período de uso do Tanfloc SG.
• 2 decantadores convencionais.
• 2 filtros rápidos descendentes com camada suporte de seixo e leito simples de areia de dif

Planta Nova
• 1 misturador rápido do tipo Calha Parshall onde ocorre também a medição de vazão.
• 1 floculador hidráulico vertical com 9 câmaras.
Intervenção realizada pela Samarco - implantação de 2 misturadores rápidos, um n
câmara, sendo utilizado durante período de aplicação do Tanfloc SG.
Descrição
• 1 decantador de alta taxa com placas de amianto.
• 1 decantador de alta taxa com módulos tubulares.
Intervenção realizada pela Samarco - implantação de módulos de decantação tubu
placas de amianto que estavam parcialmente quebradas (quarto trimestre de 2016
• 5 filtros Russos – para lavagem de cada filtro são utilizados 200 m3 de água (acumulada e
minutos, sendo lavados a cada 10 dias.
Intervenção realizada pela Samarco – troca dos leitos filtrantes de todos os filtros

Geral
• Tanque de contato (único tanque para atender a Planta Nova e a Planta Velha) - reservató
do pH com cal hidratada e fluoretação com fluossilicato de sódio.
• Intervenção realizada pela Samarco - instalação de bomba dosadora de Tanfloc SG p
viscoso; instalação de tanques para armazenamento do Tanfloc SG.

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Quadro 22.1 – Características das ETA I, II e IV e as intervenções (em negrito) durante e após a pass

ETA II
Localizada na margem esquerda do rio Doce, lado norte do município de Colatina
Localização
Coord X (SIRGAS2000) = 328196 / Coord Y (SIRGAS2000) = 7840219
Capacidade de
60.000 habitantes (aproximadamente 60% da população da sede do município).
atendimento
Mário Giurizatto, Santa Helena, Riviera I, Maria das Graças, Castelo Branco, Lacê, São Silv
Amélia, Santo Antônio, Morada do Sol, Santos Dumont, São Pedro, São Braz, Martinelli, Ho
Bairros atendidos Horizonte, Antônio Damiani, São Miguel, Padre José de Anchieta, Santa Mônica, San Diego
dos Jacarandás, Carlos Germano Naumann, Ayrton Senna, João Manoel Meneghelli, Vicen
cidade, exceto o bairro Columbia).
Planta Velha: 60 L/s
Vazão atual
Planta Nova: 140 L/s
Período de Planta Velha: 13h/dia – 7h às 20h
funcionamento Planta Nova: 24h/dia
Sistema de Tratamento Convencional (coagulação, floculação, decantação, filtração, fluoret
Sistema de Tratamento possui duas plantas denominadas “Planta Velha” e “Planta Nova”. Após filtração, os efluente
contato.

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Quadro 22.1 – Características das ETA I, II e IV e as intervenções (em negrito) durante e após a pass

ETA II
Planta Velha
• 1 misturador rápido do tipo Calha Parshall onde ocorre também a medição de vazão.
• 1 floculador hidráulico vertical com 8 câmaras.
Intervenção realizada pela Samarco - implantação de 1 misturador rápido na prime
período de uso do Tanfloc SG.
• 2 decantadores convencionais.
• 2 filtros rápidos descendentes com camada suporte de seixo e leito simples de areia de dif

Planta Nova
• 1 misturador rápido do tipo Calha Parshall onde ocorre também a medição de vazão.
• 1 floculador hidráulico vertical com 9 câmaras.
Descrição
Intervenção realizada pela Samarco - implantação de 1 misturador rápido na prime
período de uso do Tanfloc SG.
• 2 decantadores convencionais.
• 8 filtros Russos – para lavagem de cada filtro são utilizados 200 m3 de água (acumulada e
minutos, lavados em dias alternados, sendo um por dia.

Geral
• Tanque de contato (único tanque para atender a Planta Nova e a Planta Velha) - reservató
do pH com cal hidratada e fluoretação com fluossilicato de sódio.
• Intervenção realizada pela Samarco - instalação de bomba dosadora de Tanfloc SG p
viscoso; instalação de tanques para armazenamento do Tanfloc SG.

Protocolada por MARIANGELA DUTRA DE OLIVEIRA em 11/12/2019 18:58:42 (Processo 0135334-09.2015.4.02.5005)


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Quadro 22.1 – Características das ETA I, II e IV e as intervenções (em negrito) durante e após a pass

ETA IV
Localizada na margem esquerda do rio Doce no Bairro Columbia
Localização
Coord X (SIRGAS2000) =321272 / Coord Y (SIRGAS2000) = 7839881
Capacidade de
Aproximadamente 6.000 habitantes.
atendimento
Bairros atendidos Bairro Columbia (Lado norte da cidade)
Vazão atual 19 L/s
Período de
15h a 16h/dia
funcionamento
Sistema de Tratamento Sistema de tratamento convencional (coagulação, floculação, decantação, filtração, fluoreta
• 1 misturador rápido do tipo Calha Parshall onde ocorre também a medição de vazão;
• 1 floculador hidráulico vertical com 14 câmaras.
Intervenção realizada pela Samarco - implantação de 1 misturador rápido na segun
período de uso do Tanfloc SG.
• 2 decantadores convencionais.
Intervenção realizada pela Samarco - implantação de módulos de decantação tubu
Descrição decantadores convencionais (quarto trimestre de 2016).
• 6 filtros rápidos descendentes com camada suporte de seixo e leito simples de areia de dif
Intervenção realizada pela Samarco – troca dos leitos filtrantes (iniciado em outub
• Tanque de contato (único tanque para atender a Planta Nova e a Planta Velha) - reservató
do pH com cal hidratada e fluoretação com fluossilicato de sódio.
• Intervenção realizada pela Samarco - instalação de bomba dosadora de Tanfloc SG p
viscoso; instalação de tanques para armazenamento do Tanfloc SG.
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019).

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389

As captações das ETA I, II e IV, do rio Doce, foram paralisadas durante,


aproximadamente, sete dias (18 a 24 de novembro de 2015) quando da chegada da
pluma de rejeito. Neste período, as estações operaram com água coletada na lagoa do
Batista (localizada na ES-248, Marilândia) encaminhada para as ETA por intermédio de
caminhões pipa e, após tratamento, era distribuída. Durante este período a ETA Itapina
não estava utilizando como manancial o rio Doce e por isso não interrompeu a captação
e distribuição e, a ETA Ifes Itapina interrompeu o tratamento, sendo a comunidade
abastecida com água já tratada, por caminhão pipa. Após este período, a Samarco
disponibilizou alguns de seus funcionários para auxiliarem no monitoramento da turbidez
da água bruta e na etapa de coagulação e, também, na operação dos decantadores e
filtros das ETA I, II e IV, em razão da substituição do coagulante utilizado pelo Sanear
(Sulfato de Alumínio), por Tanfloc SG (Sanear, 2019b p.7).

A Samarco realizou a troca das placas de um decantador na Planta Nova da ETA I por
módulos de decantação tubulares de PVC, sendo que algumas placas estavam
quebradas e, na ETA IV foi realizada instalação de módulos de decantação tubulares de
PVC nos dois decantadores. A instalação destes módulos faz com que a vazão a ser
tratada seja aumentada, otimizando o processo de tratamento (VIANA, 2019). Foram
também trocados todos os leitos filtrantes (camada suporte – seixo e leito filtrante – areia)
das ETA I, II e IV, visando melhorar a qualidade da água a ser distribuída para população,
provavelmente em razão da colmatação do leito filtrante, pela troca do coagulante.

Durante a visita técnica realizada pelos peritos às instalações do Sanear, no município


de Colatina, foi informado pelos técnicos do Sanear que com a chegada da pluma utilizou-
se também orto-polifosfato por um curto período, apenas durante o uso do Tanfloc SG,
para evitar a oxidação de metais na rede de distribuição, principalmente do manganês, e
também atender ao limite máximo permitido do manganês e do ferro, conforme previsto
na Portaria GM/MS n° 2.914/2011 2011 (BRASIL,2011). No entanto, não foram
identificados registros destas informações nas planilhas de controle operacional
fornecidas pelo Sanear (Sanear, 2019a), não sendo possível apresentar o período em
que o produto foi utilizado.

Protocolada por MARIANGELA DUTRA DE OLIVEIRA em 11/12/2019 18:58:42 (Processo 0135334-09.2015.4.02.5005)


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390

Outra informação a ser acrescentada é que consta nas planilhas de controle operacional
fornecidas pelo Sanear (Sanear, 2019a) a utilização de Carvão Ativado apenas nas ETA
I e II, mas não foi informado o período exato. Na ETA I consta registro de uso deste
produto de 10/12/15 a, aproximadamente, 10/06/16 e na ETA II de 20/12/15 a,
aproximadamente, 21/02/16. O Sanear informou, em resposta à visita técnica realizada
em 05/07/2019, que a “ [...] decisão de se utilizar o carvão ativado ocorreu após visita à
ETA de Governador Valadares que utilizava o produto para minimizar os fatores
organolépticos e da presença de cianobactérias no rio Doce”.

Protocolada por MARIANGELA DUTRA DE OLIVEIRA em 11/12/2019 18:58:42 (Processo 0135334-09.2015.4.02.5005)


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391

2.1.6 Quesito 23 (MP)

Existiu, ou ainda existe, algum projeto de adequação física das instalações das
estações de tratamento de água da Sanear em face da situação emergencial
ocorrida em novembro/dezembro de 2015, a fim, de resgatar a normalidade da
qualidade da água fornecida à população? Caso positivo, queira o Sr. Perito
descrever essa adequação e sua eficiência na qualidade da água a ser distribuída
à população colatinense.

Sim, foram realizadas adequações nas instalações das estações de tratamento de água,
como informado no quesito 22.

À época da chegada da pluma, algumas etapas do tratamento das ETA sofreram


adequações e outras mudanças físicas foram implantadas, em razão do uso do Tanfloc
que substituiu o Sulfato de Alumínio (coagulante utilizado pelo Sanear, considerando as
características normais da água bruta do rio Doce). Esta substituição ocorreu de
25/11/2015 a 11/08/2016 (ETA I), 25/11/2015 a 15/08/2016 (ETA II), 25/11/2015 a
27/07/2016 (ETA IV) (Sanear, 2019a) e, após este período, as ETA voltaram a operar
com o Sulfato de Alumínio, tendo sido retornado com o Tanfloc em 10/12/2016 a
12/2/2017 (ETA I), 24/11/2016 a 12/2/2017 (ETA II), 24/11/2016 a 22/01/2017 (ETA IV)
(Sanear, 2019a).

Além destas intervenções, realizadas nas ETA I, II e IV, foi contratada pela Samarco a
empresa NewFields para realizar diagnóstico sobre as condições operacionais das ETA
I e IV.

Os relatórios da empresa (Samarco, 2018) foram apresentados em 26 de setembro de


2016 com indicação de alterações em diversas etapas do tratamento destas ETA e,
também, indicação de alterações de alguns procedimentos adotados na operação das
duas ETA que não necessitam de adequação física.

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392

ADEQUAÇÕES REALIZADAS NAS ETA E RECOMENDAÇÕES INDICADAS POR


EMPRESA DE CONSULTORIA CONTRATADA PELA Samarco

Adequações nas ETA realizadas pela Samarco

Informações extraídas do Quesito 22 (Sanear, 2019b).

1.1 ETA I
Planta Velha
- Implantação de 2 misturadores rápidos na primeira câmara, sendo utilizado durante
período de uso do Tanfloc SG.

Planta Nova
- Implantação de 2 misturadores rápidos, um na primeira câmara e um na segunda
câmara, sendo utilizado durante período de aplicação do Tanfloc SG.
- Implantação de módulos de decantação tubulares em PVC em substituição às placas
de amianto que estavam parcialmente quebradas.
- Troca dos leitos filtrantes dos 5 (cinco) filtros russos.

Geral
- Instalação de bomba dosadora de Tanfloc SG por se tratar de um líquido muito viscoso.
- Instalação de tanques para armazenamento do Tanfloc SG.

1.2 ETA II
Planta Velha
- Implantação de 1 misturador rápido na primeira câmara, sendo utilizado durante período
de uso do Tanfloc SG.

Planta Nova

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393

- Implantação de 1 misturador rápido na primeira câmara, sendo utilizado durante período


de aplicação do Tanfloc SG.

Geral
- Instalação de bomba dosadora de Tanfloc SG por se tratar de um líquido muito viscoso.
- Instalação de tanques para armazenamento do Tanfloc SG.

1.2 ETA IV
- Implantação de 1 misturador rápido na segunda câmara, sendo utilizado durante
período de uso do Tanfloc SG.
- Implantação de módulos de decantação tubulares em PVC nos 2 (dois) decantadores
convencionais.
- Troca dos leitos filtrantes dos 6 (seis) filtros rápidos descendentes.
- Instalação de bomba dosadora de Tanfloc SG por se tratar de um líquido muito viscoso.
- Instalação de tanques para armazenamento do Tanfloc SG.

Adequações recomendadas pela empresa de consultoria contratada pela Samarco


– ETA I e IV

A empresa de consultoria NewFields (Samarco, 2018) indicou alterações, tanto em


alguns procedimentos adotados na operação, como também na estrutura física das duas
ETA, sendo que será apresentado a seguir apenas aquelas em que houve a necessidade
de adequação física. Cabe destacar que estas adequações físicas não foram realizadas
na sua totalidade, conforme descrito no Item 1 deste quesito.

As adequações físicas indicadas pela empresa de consultoria NewFields contratada pela


Samarco foram:

2.1 ETA I

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394

a) Tanques de floculação: é indicado que não se utilizasse os misturadores em razão da


elevada velocidade de mistura que poderá romper o floco, diminuindo o desempenho da
ETA.

b) Clarificadores: considerando que as ETA de Colatina estão proibidas de descarregar


lodo no rio Doce, a empresa apresenta a seguinte adequação: a ETA I deve instalar um
novo sistema de clarificação, para melhorar o tratamento, reduzir custos e reduzir a
frequência de retrolavagem do filtro de areia. A instalação deve considerar a conversão
para clarificadores de flutuação de ar dissolvido (DAF). Segundo o documento, o lodo
DAF é coletado continuamente e automaticamente na superfície do clarificador, evitando
assim os problemas associados a um lodo sedimentado. O lodo DAF pode ser 6 vezes
mais denso do que o lodo sedimentado, reduzindo assim os requisitos de
armazenamento de lodo e é extremamente adequado para o desaguamento mecânico.

Os peritos entendem que desta forma o lodo poderá ser encaminhado para reciclagem,
dando a este material uma destinação final mais apropriada.

c) Retirada de lodo: o lodo deve ser removido com mais frequência para melhorar o
desempenho do clarificador e reduzir a frequência de retrolavagem do filtro.

d) Filtração: é indicada a substituição do meio filtrante, tendo sido trocado em


janeiro/2016. Considerando o apresentado neste documento, o meio filtrante é altamente
degradado pelo uso do Tanfloc. Grande parte dos volumes dos filtros é preenchida com
uma massa gelatinosa de areia e lodo mantidas juntas pelo resíduo de Tanfloc.

Os peritos enfatizam que a colmatação dos filtros irá dificultar a filtração, comprometendo
a qualidade da água a ser distribuída à população.

e) Produtos Químicos: é recomendado que os misturadores e distribuidores sejam


inspecionados e substituídos, caso necessário, e que seja substituída toda a tubulação
da linha de distribuição de produtos químicos. Os testes para se avaliar a quantidade de

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coagulante a ser utilizado no tratamento devem ser realizados diariamente e com mais
frequência para que o coagulante rotineiramente utilizado nas ETA (sulfato de alumínio)
seja dosado adequadamente. Isso porque, com o aumento da turbidez da água é
necessário aumentar a quantidade de coagulante.

f) Sistema de bombeamento: é recomendado a substituição da plataforma das bombas


submersíveis e que seja realizado reparo e manutenção das bombas em operação e das
reservas. Recomenda, ainda, que seja realizada a instalação elétrica adequada dos fios
de alta tensão na casa de bombas.

2.2 ETA IV
a) Sistema de captação: é indicado a substituição do poço úmido de concreto por um
tanque de fibra de vidro colocado sobre uma base de concreto. O tanque deve estar, pelo
menos, a 2 metros acima do nível de inundação e equipado com interruptores de boia ou
um transdutor de pressão para controlar a alimentação realizada por sistema de
bombeamento. O tanque deve ser coberto e provido de uma escotilha de acesso superior.

b) Processo de Coagulação-Sedimentação: nesta ETA é recomendado que o misturador


seja mantido, em razão da baixa velocidade de mistura. Porém, o misturador deve ser
instalado na primeira câmara de floculação. E, ainda, que se avalie a possibilidade de
reinstalar placas inclinadas nos clarificadores para melhorar a eficiência de remoção de
partículas.

c) Coagulante: os testes para se avaliar a quantidade de coagulante a ser utilizado no


tratamento devem ser realizados diariamente e com mais frequência para que o
coagulante rotineiramente utilizado nas ETA (sulfato de alumínio) seja dosado
adequadamente. Isso porque, com o aumento da turbidez da água é necessário
aumentar a quantidade de coagulante.

d) Filtração: é indicada a substituição do meio filtrante sempre que for usado o Tanfloc
em razão da formação de massa gelatinosa que colmata o filtro. Foi informado pelo

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Sanear que o leito de areia foi trocado em janeiro/2016. E, ainda, que sejam instaladas
seis novas comportas manuais nas dimensões adequadas, em material que não seja
madeira, pois não devem perder sua forma original.

Os peritos enfatizam que a colmatação dos filtros irá dificultar a filtração, comprometendo
a qualidade da água a ser distribuída à população
e) Área de Armazenamento de Produtos Químicos e Tubulação de Transferência: neste
caso, são indicados: (1) substituição de toda a tubulação da linha de distribuição de
produtos químicos; (2) os cilindros de cloro devem ser fixados na parede com correntes
para evitar quedas e liberação de gases tóxicos; (3) realização de inspeção do medidor
de fluxo de gás de cloro e substituição, se necessário, para garantir a regulação precisa
da dosagem de cloro.

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2.1.7 Quesito 24 (MP)

Entre essas alterações no processo emergencial adotado pela Sanear, está o uso
do coagulante/floculante a base de polímero orgânico? Caso positivo, caracterizar
o produto, informar o tempo de uso e as dosagens.

Após análise das informações solicitadas às Instituições Tanac, Anvisa, Samarco e


Sanear sobre o coagulante a base de polímero orgânico (fls. 3995 a 4004) e entrevistas
com os funcionários da Sanear (Fls 6974), constatou-se que um coagulante/floculante
alternativo foi fornecido pela Samarco e aplicado pela Sanear sob orientação de
funcionários daquela empresa.

O produto utilizado foi o Tanfloc SG um coagulante/floculante a base de polímero


orgânico fabricado pela Tanac S.A. e substituiu o sulfato de alumínio, normalmente
utilizado nas ETA do Sanear.

Evidências de uso de Tanfloc SG foram também encontrados durante a visita técnica


realizada por essa perícia às ETA da Sanear, nos dias 12 de dezembro de 2018 e 05 de
julho de 2019 (Figuras 24.1 a 24.5).

Figura 24.1 – Reservatório polímero, containers IBC vazios de capacidade de 1.000 litros
de Tanfloc SG – Local: ETA1

Fonte: Foto feita pelos peritos (2019)

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Figura 24.2 – Tanques para coagulante/floculante antes da dosagem, usado para o


sulfato (sulfato de alumínio) e/ou o polímero (Tanfloc SG) – local: ETA1

Fonte: Foto feita pelos peritos (2019)

Figura 24.3 – Tanque polímero com cerca de 5.000 litros de Tanfloc SG – local: ETA2

Fonte: Foto feita pelos peritos (2019)

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399

Figura 24.4 – Dosadores de coagulante/floculante o sulfato (sulfato de alumínio) e o


polímero (Tanfloc SG) – local: ETA 2

Fonte: Foto feita pelos peritos (2019)

Figura 24.5 – Reservatório polímero, containers IBC – capacidade de 1.000 litros de


Tanfloc SG – local: ETA IV

Fonte: Foto feita pelos peritos (2019)

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400

Caracterização do produto:

No seu sítio eletrônico, a Tanac S.A, produtor do Tanfloc SG, descreve o produto da
seguinte forma:

Tanfloc SG é um polímero orgânico-catiônico de baixo peso molecular, de origem


essencialmente vegetal e que atua como:
- Coagulante
- Floculante
- Auxiliar de coagulação no tratamento de águas em geral.

No capítulo sobre as propriedades informa: “Tanfloc SG atua em sistemas de partículas


coloidais, neutralizando cargas e formando pontes entre estas partículas, sendo este o
processo responsável pela formação de flocos e consequente sedimentação.” Além
disso, recomenda seguintes áreas de aplicação:

Efluentes de metalurgia, papel e papelão, curtumes, indústrias alimentícias e químicas,


em tratamento primário e secundário.

Efluentes petroquímicos, no tratamento secundário de sistemas integrados.


Indústria cerâmica, na recuperação de esmaltes e separação de argilas.
Efluentes de abatedouros de aves, no processo de flotação.

Tratamento de água de abastecimento, em plantas convencionais e compactas.

A matéria-prima para a produção do Tanfloc SG é o tanino extraído com água da casca


de Acacia mearnsii de Wildemann, chamado também de acácia negra. O tanino da acácia
negra é um tanino condensado (Figura 24.6) com robinetinidol e galocatequina como
principais monômeros na sua estrutura polimérica.

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401

Figura 24.6 – Tanino condensado

Fonte: Mangrich et al. (2014)

A obtenção do floculante/coagulante ocorre via a reação Mangrich numa mistura do


tanino extraído, de cloreto de amônio e de formaldeído em meio ácido conforme descrito
no patente nº US 6.478.986 B13 e na publicação de Mangrich et al. (2014). O nome
químico do produto é o tanato quaternário de amônio. No sistema CAS (Chemical
Abstract Service), a substância é registrada sob o número 71631-09-9. Sua estrutura
química é apresentada na Figura 24.7.

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402

Figura 24.7 – Estrutura polimérica de Tanato quaternário de amônio

Fonte: Reprodução, MANGRICH et al. (2014)

Segundo a Tanac S.A., o Tanfloc SG pode ser adquirido em forma líquida (solução
aquosa) ou em pó.

Tempo de Uso e Dosagem

O tempo de uso e a dosagem de Tanfloc utilizados foram avaliados por meio de três
diferentes documentações técnicas fornecidas pela Sanear para as três ETA (I, II e IV).
Foram recebidos os Relatórios Técnicos Mensais (JFES, Fls 4698) abarcando o período
de janeiro de 2013 a agosto de 2018, e cópias dos Relatórios Mensais em formulários
preenchidos à mão, abarcando o período de outubro de 2015 a agosto de 2016 (Fls 5134
a 5147; Fls 5165 a 5177; Fls 5180 a 5189).

Devido à inconsistência das informações entre os documentos acima referenciados nos


meses de uso de Tanfloc em 2015 e 2016 e a falta de informação das doses nos relatórios
mensais (formulários), não foi possível concluir o real período de uso e as dosagens de
Tanfloc utilizadas.

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403

Desta forma foram solicitados os relatórios diários para o período de janeiro de 2010 a
setembro de 2018. Ressalta-se que os Relatórios Mensais não foram utilizados como
referência para entendimento do tempo de uso e dosagens do Tanfloc, utilizadas nas
ETA estudadas.

Cabe mencionar que os relatórios diários são utilizados como base de dados para
elaboração dos relatórios mensais.

Partindo das cópias dos Relatórios Diários, formulários preenchidos manualmente,


vindos do Sanear, tem-se a indicação de que o início do uso de Tanfloc SG ocorreu no
dia 25 de novembro de 2015 nas ETA I, II e IV. Este uso permaneceu até 11 de agosto
de 2016 na ETA I, até 15 de agosto de 2016 na ETA II e até o 27 de julho de 2016 na
ETA IV. A utilização foi retomada no dia 24 de novembro de 2016 (ETA II e IV) e 10 de
dezembro de 2016 (ETA I), sendo novamente interrompido em 12 de fevereiro de 2017
(ETA I e II) e 22 de janeiro de 2017 (ETA IV). Cabe registrar que houve uma decisão do
Poder Judiciário do Estado de Espírito Santo, de 11 de novembro de 2016 (ESPÍRITO
SANTO, 2016), que obrigou a Samarco a continuar com o fornecimento de Tanfloc SG
para a Sanear. Posteriormente, houve registro preparo do Tanfloc SG nos relatórios
diários da ETA IV em março (2 dias) e dezembro (3 dias) de 2017, mas segundo a Sanear
(visita técnica em 05-07-2019), não ocorreu aplicação do produto. Em 2018 não houve
mais uso de Tanfloc SG.

Os números de dias de uso, as dosagens médias, mínimas e máximas, e o volume de


água tratada com o Tanfloc SG para as ETA I, II e IV encontram-se na Tabela 24.1.

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404

Tabela 24.1 — Tempo de uso, dosagem e volume de água tratada com Tanfloc SG nas
ETA I, II e IV em 2015, 2016 e 2017, baseando-se nas informações descritas nos
Relatórios Diários
Ano
Uso do Tanfloc SG
2015 2016 2017
Número de dias de uso 37 247 43
Dosagem Média [mg/L] 39,6 19,5 22,6
ETA I

Dosagem Mínima [mg/L] 19,3 10,0 16,5


Dosagem Máxima [mg/L] 57,9 52,8 35,2
Volume água tratada [m3] 447.084 2.986.612 480.646
Número de dias de uso 37 267 44
Dosagem Média [mg/L] 38,6 19,5 18,2
ETA II

Dosagem Mínima [mg/L] 26,0 8,9 13,8


Dosagem Máxima [mg/L] 60,0 48,9 43,2
Volume água tratada [m3] 548.370 3.946.734 639.894
Número de dias de uso 37 247 22
Dosagem Média [mg/L] 31,0 11,8 23,3
ETA IV

Dosagem Mínima [mg/L] 12,5 3,0 18,0


Dosagem Máxima [mg/L] 60,0 55,8 35,0
Volume água tratada [m3] 64.545 395.835 24.419
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

O uso de Tanfloc SG foi identificado pelas informações dadas na coluna das observações
dos relatórios diários (p.e.: 1250 LTS de Tanfloc as 23:10 HS; dia 01/01/2017). O
formulário do relatório diário não foi adaptado à nova situação, e na coluna da dosagem,
continuava registrado o Sulfato de Alumínio como coagulante/floculante mesmo sendo
usado Tanfloc SG.

Segundo a carta do Sanear (Fls 7013), o Tanfloc SG foi também utilizado em mais duas
ETA: “A ETA IFES Itapina utilizou Tanfloc para tratamento de água destinada à
piscicultura e abastecimento. Em um período curto a ETA Itapina utilizou tanfloc.” As duas
ETA usam mananciais locais como captação primaria de água bruta sendo o rio São João
Grande para a ETA IFES Itapina e uma nascente local para a ETA Itapina.

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405

Segundo o Sanear, o rio Doce serve como captação alternativa caso seja necessário.
Informa ainda, na mesma carta, que a partir de 2017, o rio Doce passou a ser utilizado
regularmente por aproximadamente 3 horas por dia, para abastecimento da ETA Itapina,
geralmente durante festival de música anual que gera um aumento no consumo de água
na comunidade.

Nos relatórios diários da ETA Itapina (Fls 7013) não foi encontrado nenhum registro do
uso do Tanfloc SG durante o período de novembro de 2015 a dezembro de 2018. Desta
forma, não foi possível identificar o “período curto” mencionada na carta do Sanear para
determinação do tempo de uso e da dosagem de Tanfloc SG nesta ETA

Os relatórios diários da ETA IFES Itapina apresentaram quatro registros de uso de


Tanfloc SG (Quadro 24.1).

Quadro 24.1 — Registros de utilização de Tanfloc SG na coluna de observações dos


relatórios diários da ETA IFES Itapina
Dia Observações
29/12/2015 “A partir de 12 h 00 passou a usar o tanfloc como coagulante”
21/02/2016 “Passou a dosar tanfloc as 09:00 h”
28/02/2016 “Tq: tanfloc. Novo. As: 12:45 hs”
11/01/2017 “A pedido do odimar estamos usando tanfloc”
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Na ETA IFES Itapina, a determinação do tempo de uso de Tanfloc SG foi possível


somente em três casos. Foi considerado somente um dia em de dezembro de 2015
devido à observação de uso de carro pipa no dia seguinte (30/12/2015). A dosagem neste
dia foi de 30 mg/L de Tanfloc SG. Foram oito dias em fevereiro de 2016 (dia 21 até dia
28) com uma dosagem média de 23,3 mg/L (Mín. 20 mg/L; Máx. 30 mg/L). A aplicação
de Tanfloc SG que começou em 11 de janeiro de 2017 durou 27 dias terminando no dia
seis de fevereiro de 2016 (Observação no dia 07/02/2017: “A PARTIR DE HOJE VOLTOU
A USAR SULFATO”). Neste período a dosagem média foi de 19,5 mg/L com um mínimo
de 12 mg/L e um máximo de 44 mg/L. Não foi possível determinar o período de uso de

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Tanfloc SG a partir de 29 de fevereiro de 2016 devido a ausências de indicações do


término de uso ou troca de floculante.

Os relatórios diários (controle operacional) do ETA IFES Itapina não apresentaram


registros da turbidez e da fonte (primaria ou secundária) da água bruta captada,
informações que poderiam auxiliar na determinação dos dias do uso de Tanfloc SG.

Cabe ressaltar que ETA Ifes-Itapina e ETA Itapina possuem manancial específico.
Porém, em algumas épocas do ano utilizam o rio Doce para captação alternativa em
razão da baixa vazão do manancial primário. Isso ocorre em período bastante curto
(poucos dias) e, desta forma, apenas as ETA I, ETA II e ETA IV foram objetos da perícia.

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2.1.8 Quesito 25 (MP)

Caso o coagulante/floculante utilizado pela Sanear tenha sido um polímero


orgânico, queira o Sr. Perito informar se ele atende aos requisitos da norma ABNT
NBR n° 15.784/2014? Da mesma forma, se cumpre com o estabelecido na Portaria
GM/MS n° 2.914/2011?

Para se afirmar que todo e qualquer produto químico utilizado no tratamento de água
para consumo humano atende aos requisitos da norma ABNT NBR n° 15.784/2014 1
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014) e ao estabelecido na
Portaria 2914/11, é necessário submetê-lo a análises e verificação de documentos, bem
como o relacionamento com as autoridades públicas. Um dos mais importantes
parâmetros é a Concentração Máxima Permitida de uma Determinada Impureza (CIPP),
cuja base de determinação é a Dosagem Máxima de Uso (DMU) do produto, ou com
outras palavras, a aplicação da DMU não deve deixar concentrações de contaminantes
oriundos do produto, acima dos limites estabelecidos para a água tratada.

O produto utilizado foi o Tanfloc SG, um coagulante/floculante a base de polímero


orgânico e quimicamente chamado de tanato quaternário de amônio. O tanato
quaternário de amônio encontra-se listado na norma ABNT NBR n° 15.784/2014, na
tabela 1, “Produtos utilizados para coagulação e floculação” (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014). O requisito analítico para este produto é
a determinação de formaldeído e de compostos orgânicos voláteis (VOC), além da
varredura por espectrometria de massas de amostras do produto extraídas em faixas
diferentes de pH (scan neutra/básica/ácida).

O fabricante do Tanfloc SG, a Tanac SA, forneceu dois laudos laboratoriais com
resultados de análises de Tanfloc SG na sua forma líquida conforme ABNT NBR n°
15.784/2014. O laudo do estudo nº 4201-PQT53-062-17 foi emitido no dia 4 de abril de

1A norma ABNT NBR 15.784/2014 foi atualizada em 07/04/2017. As alterações realizadas não afetaram
os aspectos discutidos neste e nos quesitos seguintes que tratam de assuntos ligados a esta norma.

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408

2017 (Fls 5606 a 5613) e o laudo do estudo nº 3343-PQT53-158-15 no dia 28 de maio


de 2015 (Fls 6764 a 6771). Segundo a ABNT NBR n° 15.784/2014 no seu capítulo 5.8, a
análise deve ser repetida a cada dois anos ou sempre quando houver alteração no
processo de produção do produto. O tempo entre as duas análises atende esse requisito
e o período da validade dos laudos dá cobertura ao período em que o Tanfloc SG foi
utilizado em Colatina.

Os laudos foram elaborados pelo laboratório NSF Bioensaios situado em Santa Isabel/rio
Grande do Sul. As análises de ambos os estudos foram realizadas com uma DMU de 10
mg/L. Nos dois casos, os resultados dos VOC analisados ficaram todos abaixo de limite
de detecção e não foram detectados picos de contaminantes nas varreduras por
espectrometria de massas. Somente formaldeído foi detectado em níveis quantificáveis
de 0,09 mg/L (laudo de 2017) e 0,06 mg/L (laudo de 2015). Os níveis encontrados foram
menores que o CIPP estabelecido para formaldeído que é de 0,1 mg/L. Desta forma o
Tanfloc SG atende os requisitos da ABNT NBR n° 15.784/2014 quando é respeitado a
DMU de 10 mg/L ao ser aplicado no tratamento da água bruta.

Na Figura 25.1 fica demonstrado que a dosagem de Tanfloc SG não cumpriu a ABNT
NBR n° 15.784/2014 nas ETA de Colatina. Na ETA I, considerando o total de 327 dias de
uso, a dosagem do Tanfloc SG ficou somente durante 46 dias (14,1%) igual ou menor
que a DMU de 10 mg/L. Durante o restante de 281 dias do uso (85,9%), a dosagem ficou
maior que a DMU, atingindo uma dosagem de 58 mg/L (5,8 vezes maior que a DMU), no
pior caso.

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Figura 25.1 – Dias de utilização do Tanfloc SG nas diferentes faixas da dosagem, local
ETA I, período de 25/11/2015 a 31/12/2017

80
78
70 71

60
ETA I
50
Dias do uso

46
Total de 327 dias do uso
40

30 33
28
20 21
17 19
10
8 4 2
0

Faixa da Dosagem do TANFLOC SG

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Na ETA II, considerando o total de 348 dias de uso, a dosagem igual ou menor que a
DMU foi aplicada por 91 dias (26,1%). Dosagens maiores do que a DMU foram
observadas durante o restante de 257 dias (73,9%), atingindo, no pior caso, uma
dosagem de 60m>L (6 vezes maior que a DMU), como demonstrado na Figura 25.2.

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Figura 25.2 – Dias de utilização do Tanfloc SG nas diferentes faixas da dosagem, Local
ETA II. período de 25/11/2015 a 31/12/2017
100

90
91
80

70
72 ETA II
Total de 348 dias do uso
Dias do uso

60
57
50

40

30
32 31
20 23

10 15
12 9 3 3
0

Faixa da Dosagem do TANFLOC SG

Fonte: Elaborados pelos Peritos, 2019.

No caso da ETA IV, considerando o total de 306 dias de uso, a dosagem menor ou igual
a DMU foi cumprida em 173 dias (56,5%). Durante o restante de 133 dias (43,5%) do uso
de Tanfloc SG, a dosagem ficou maior que a DMU e a maior dosagem foi de 60mg>L (6
vezes maior que a DMU), conforme demonstrado na Figura 25.3.

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Figura 25.3 – Dias de utilização do Tanfloc SG nas diferentes faixas da dosagem, Local
ETA IV. período de 25/11/2015 a 31/12/2017
180
173
160

140

120

ETA IV
Dias do uso

100

80
Total de 306 dias do uso
60

40

20 30
24
14 15 14 15 3
9 9
0

Faixa da Dosagem do TANFLOC SG

Fonte: Elaborados pelos Peritos, 2019.

O total do volume de água tratada com Tanfloc SG na ETA de Colatina foi de


9.562.669 m3. Deste total 73% foi tratado com uma dosagem maior que a DMU de 10
mg/L, demostrado na Quadro 25.1.

Quadro 25.1 – Volumes de água tratada com dosagem do Tanfloc SG igual ou menor
que a DMU e maior que a DMU.
Volume de água tratada [m3]
Dosagem ≤ 10 mg/L Dosagem > 10 mg/L
ETA I 537.212 3.378.786
ETA II 1.337.708 3.813.724
ETA IV 295.865 190.748
ETA IFES Itapina 0 8.626
Soma 2.170.785 7.391.885
Fonte: Elaborados pelos Peritos, 2019

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Desta forma conclui-se que não foram cumpridas as exigências da ABNT NBR n°
15.784/2014, “Produtos utilizados para coagulação e floculação” (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014), em relação à DMU.

Em relação aos produtos químicos utilizados no tratamento de água de abastecimento, a


Portaria GM/MS n° 2.914/2011 no seu Art. 13, inciso III, alínea “b” estabelece a exigência,
junto aos fornecedores, do laudo de atendimento dos requisitos de saúde (LARS) e, no
seu Cap. V, Art. 39, § 5º, o encaminhamento das informações sobre os produtos usados
e da comprovação de baixo risco à saúde (CBRS) à autoridade de saúde pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (BRASIL, 2011).

A Nota Informativa n° 157/DSAST/SVS/MS 2014 ainda esclarece que o LARS e o CBRS


devem ser anexados ao documento de encaminhamento (Declas) para o envio à
autoridade de saúde pública que atua na vigilância da qualidade da água para consumo
humano da Secretaria Municipal de Saúde anualmente ou quando solicitado. Segundo a
nota informativa, o LARS é emitido e assinado pelo laboratório que realizou a análise do
produto, o CBRS pelo fabricante do produto e o Declas é emitido e assinado pelo
responsável do sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de água para
consumo humano (BRASIL, 2014)

As informações recebidas da Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS) de Colatina e do


Sanear evidenciaram que o Sanear não encaminhou em nenhum momento o LARS e o
CBRS referentes à utilização do Tanfloc SG para a Semus durante o período em questão.
Ambos não providenciaram cópias dos documentos necessários, inclusive do Declas,
para os peritos. Desta forma conclui-se que não foram cumpridas as exigências da
Portaria GM/MS n° 2.914/2011 que definem a utilização de produtos químicos no
abastecimento de água para consumo humano.

No seu ofício OF./SEMUS/VIGSAÚDE/N° 008/2019 de 15/02/2109 (SEMUS, 2019a) a


Semus de Colatina, aparentemente não ciente do procedimento legal obrigatório, sugeriu
o Sanear como setor competente para solicitação das fichas técnicas, LARS, CBRS e

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Declas. A Semus relatou somente no dia 12 de julho de 2019 no seu ofício


OF./SEMUS/VIGSAÚDE/N° 048/2019 (SEMUS, 2019b) a cobrança destes documentos
ao Sanear por meio do ofício OF./SEMUS/VIGSAÚDE/N° 047/2019.

Na sua primeira carta de 24 de outubro de 2018 (Fls 5124 a 5127), o Sanear não
respondeu a solicitação dos documentos. Na sua segunda carta de 4 de fevereiro de
2019 (Fls 6533 a 6534), informa o fornecimento das fichas técnicas de sulfato de alumínio
no anexo V. Além disso informa: “O Sanear não possui as fichas de fornecimento do
Tanfloc SG pois este foi custeado pela Samarco/RENOVA.” Entende-se que o Sanear
deveria ter solicitado estes documentos à Samarco, aqui como fornecedor intermediário
do produto, ou diretamente a Tanac SA, o fabricante.
O simples fato de recebimento gratuito do produto, não tira do Sanear a responsabilidade
sobre tudo que acontece no sistema de abastecimento. A Portaria GM/MS n° 2.914/2011
no seu Art. 13, inciso III (BRASIL, 2011), cita que compete ao responsável pelo sistema
ou solução alternativa coletiva de abastecimento de água para consumo humano a
manutenção e controle da qualidade da água produzida e distribuída. Isso inclui o controle
dos produtos químicos utilizados.

Considerando que o laudo analítico, o LARS e a CBRS deveriam ser entregues pelo
fornecedor/fabricante ao usuário junto com o produto, foi solicitado à Tanac SA a
apresentação destes documentos referente ao período em questão. Após a solicitação a
Tanac SA forneceu três LARS e quatro CBRS conforme demonstrado na Quadro 25.2.

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Quadro 25.2 – Laudos analíticos, LARS e CBRS referentes à utilização do Tanfloc SG no


período de 2015 a 2019
LAUDO LARS CBRS
Assinatura Assinatura
NSF Bioensaios NSF Bioensaios Tanac
nº 3343-PQT53-
n° 3343-PQT53-158- n° 01/2015 Tanac SA
158-15 Diretor do
15 Data-01-06-15 Sem Assinatura
Data-28-05-2015 Estudo
Data 28-05-2015 (fls 6763)
(fls 6764 a 6771)
Sem CBRS
Período: -
05/2017 - 10/2018
nº 4201-PQT53- n° 4201-PQT53-062-
n° 02-2018/Tanac SA
062-17 17 Diretor do
Data- 28-10-18 Sem Assinatura
Data- 04-05-2017 Data 04-05-2017 Estudo
(fls 5605)
(fls 5606 a 5613) (fls 5604 e 6524)
n° 02-2019 Tanac SA
Data-05-02-19 Sem Assinatura
(fls 6520)
nº5000-PQT53- n° 5000-PQT53-059-
n° 03/2019
059-19 19 Diretor do Gerente
Data-17-05-2019
Data 10-04-2019 Data 10-04-2019 Estudo Industrial Tanac
(fls 6793)
Não fornecido (fls 6792)
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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2.1.9 Quesito 26 (MP)

O fornecimento da água tratada com polímero orgânico, destinada a consumo


humano, tem padrão de potabilidade garantido, mesmo que o produto não seja
passível de registro no Ministério da Saúde? Observa-se que para o produto,
conforme documentação citada do sítio eletrônico do fabricante*, não há exigência
de registro no Ministério da Saúde. Queira o Sr. Perito justificar a resposta e
comentar a não exigência de registro do produto Tanfloc® ou outro similar que
tenha sido utilizado.

*Oficio nº 205/99-GGSAN/ANZA/MS de 27/09/99, Processo nº 25025-003041/98

Os produtos químicos utilizados no tratamento de água para abastecimento não


necessitam de registro no Ministério da Saúde. Esta orientação da Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) se refere inclusive o floculante/coagulante Tanfloc SG
que foi usado nas ETA de Colatina. A segurança dos referidos produtos em relação à sua
atuação sobre a saúde da população, cujo sistema de abastecimento adotem seu uso, é
conferida por meio de outro mecanismo legal.

Trata-se do cumprimento das exigências especificas da Portaria GM/MS n° 2.914/2011


referente aos produtos químicos utilizados nas estações de tratamento de água para
abastecimento. Na alínea b) inciso III, artigo 13º, a portaria exige, junto aos fornecedores,
o laudo de atendimento dos requisitos de saúde (LARS) para o controle de qualidade dos
produtos químicos utilizados no tratamento de água e informa ainda que os requisitos
são estabelecidos em norma técnica da ABNT (BRASIL, 2011). Trata-se de norma ABNT
NBR 15784/2014 intitulada “Produtos químicos utilizados no tratamento de água para
consumo humano – Efeitos à saúde – Requisitos”, e que se refere à portaria na sua
introdução visando o atendimento às exigências contidas nela (ABNT, 2014). O escopo
da norma ABNT NBR 15784/2014 descreve:

Esta norma estabelece os requisitos para o controle dos produtos químicos


utilizados em sistemas de tratamento de água para consumo humano e os limites
de impurezas nas dosagens máximas de uso indicadas pelo fornecedor do
produto de forma a não causar prejuízo à saúde humana.

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Além disso, a Portaria 2914/2011 (BRASIL, 2011), no seu Cap. V, Art. 39, § 5º, exige que
o responsável pelo sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de água
encaminha informações sobre os produtos químicos utilizados e a comprovação de baixo
risco à saúde (CBRS) para as autoridades de saúde pública. Todo procedimento de
encaminhamento do LARS e da CBRS é descrito na Nota Informativa Nº
157/DSAST/SVS/MS/2014 (BRASIL, 2014), que fornece também os formulários para o
LARS e a CBRS, e documento que acompanha os dois, o Declas (Documento de
Encaminhamento do CBRS e LARS à Autoridade de Saúde Pública).

Afinal, a garantia do padrão de potabilidade só pode ser mantida se todos os atores


envolvidos no processo de controle dos produtos químicos respeitam e cumprem o
estabelecido por lei, seja pelo procedimento atualmente em vigor ou por registro direto
no MS. Neste sentido, faz-se ainda importante destacar que a ANVISA confirma no seu
despacho Nº 66/2019/SEI/COSAN/GHCOS/DIRE3/ANVISA (Fls 6816) que não é
necessário registro para o uso em questão (floculante/coagulante em ETA), mas reafirma
a necessidade de controle e segurança da saúde humana conforme a legislação em
vigor, garantidos por meio da elaboração e entrega dos documentos citados acima.

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2.1.10 Quesito 27 (MP)

A Sanear elaborou o Laudo de Atendimento aos Requisitos de Saúde (LARS) e


obteve a Comprovação de Baixo Risco a Saúde (CBRS) pelo uso de produto
químico em tratamento de água para consumo humano em 2015? Caso afirmativo,
esses dois documentos foram encaminhados à Secretária Municipal de Saúde ou
outra autoridade de saúde pública responsável, conforme Nota Informativa n°
157/DSAST/SVS/MS/2014 do Ministério da Saúde? Caso negativo, pode o Sr. Perito
indicar possíveis motivos.

O LARS não é elaborado pela operadora do sistema de abastecimento, ele é emitido pelo
laboratório que analisou o produto conforme a norma ABNT NBR n° 15.784/2014. A base
da análise é a Dosagem Máxima de Uso (DMU) do produto e o LARS só pode ser emitido
pelo laboratório se a análise dos parâmetros exigidos para um produto específico não
ultrapassar os limites estabelecidos pela norma. A análise é normalmente solicitada pelo
fabricante do produto que emite a CBRS a partir do laudo positivo da análise e LARS.
Ambos os documentos deveriam ser entregues ao usuário pelo fabricante junto com o
produto fornecido. Conforme a Nota Informativa n° 157/DSAST/SVS/MS/2014, o
responsável pelo sistema de abastecimento deve encaminhar os dois documentos junto
com o Declas (Documento de Encaminhamento do CBRS e LARS à Autoridade de Saúde
Pública) para a autoridade de saúde pública, confirmando seu compromisso com
aplicação correta da DMU informada pelo fabricante.

O LARS, a CBRS e o Declas dos produtos químicos utilizados nas ETA de Colatina foram
solicitados ao Sanear. Não foi fornecido nenhum desses documentos referente ao ano
de 2015 e nem para o ano de 2016, como se observa na Tabela 27.1. Observa-se que
em nenhum caso foi recebido o respectivo Declas de um produto. Desta forma concluir-
se que o Sanear não cumpriu as exigências referentes ao uso de produtos químicos
descritos na Portaria GM/MS n° 2.914/2011 e na Nota Informativa n°
157/DSAST/SVS/MS/2014. Esse fato foi ainda confirmado pela ausência destes
documentos na Secretaria Municipal de Saúde de Colatina (Fls 6974). Não houve

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indicação do Sanear de que os documentos foram encaminhados para outra autoridade


de saúde pública responsável.

Tabela 27.1 – Laudos analíticos, LARS, CBRS e Declas recebido pelo Sanear com suas
datas de emissão
Laudo
Produto LARS CBRS Declas
analítico
Hidróxido de Cálcio 26/06/2017 26/06/2017 16/08/2019* -
Gás de Cloro 07/11/2017 07/11/2017 2018 -
Fluossilicato de Sódio 26/02/2018 23/10/2018 03/04/2019 -
Hipoclorito de Sódio 28/06/2018 28/06/2018 12/04/2019 -
Sulfato de Alumínio Ferroso Sólido 27/12/2017 27/12/2017 18/03/2019 -
Sulfato de Alumínio Ferroso Líquido 31/10/2018 31/10/2018 05/04/2019 -
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: (*) Esta CBRS se refere a um laudo analítico e seu respectivo LARS emitidos em 05/07/2019

Ambas as instituições demonstraram pouco zelo no cumprimento de seus deveres legais,


já que não atenderam adequadamente aos procedimentos legais e burocráticos previstos
na legislação supracitada. Por exemplo, no caso especifico da utilização de floculante
Tanfloc SG, o Sanear justificou a ausência destes documentos com o fato que o Tanfloc
SG foi custeado pela Samarco/Renova (Fls 6533 a 6534), mesmo sendo de
responsabilidade da operadora do sistema de abastecimento, obter estes documentos
para responder a autoridade da saúde pública conforme a portaria. E a autoridade da
saúde pública municipal sugeriu primeiramente o Sanear como setor competente para
solicitação destes documentos (Fls. 6601), mesmo sendo de sua responsabilidade a
Vigilância da Qualidade da água para consumo humano onde, uma de suas
competências é a verificação da documentação citada.

Cabe ainda informar que os procedimentos detalhados referentes ao controle de produtos


químicos, incluindo os formulários padrão para a elaboração do LARS, CBRS e Declas,
foram oficialmente estabelecidos com a emissão da Nota Informativa n°
157/DSAST/SVS/MS/2014 no dia 9 de dezembro de 2014, cerca de um ano antes do
rompimento da barragem.

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2.1.11 Quesito 28 (MP)

Caso tenha sido utilizado coagulante/floculante com base em polímero orgânico, o


lodo decorrente da decantado no processo de tratamento mereceu, ou mereceria,
algum tipo de tratamento antes do destinado final adequada? Caso positivo, queira
o Sr. Perito informar o(s) tipo(s) de tratamento adotado(s) pela Sanear, com
indicação do(s) local(is) de depósito com georreferenciamento. Caso negativo,
queira o Sr. Perito justificar a resposta e indicar o(s) local(is) de depósito com
georreferenciamento.

O lodo removido da unidade de decantação de uma Estação de Tratamento de Água


deve ser submetido a tratamento específico em função da destinação final adotada,
independentemente do tipo de coagulante utilizado. O lodo deve ser submetido a etapa
de desaguamento para diminuição do volume e posteriormente encaminhado para
destinação final adequada. Existem diferentes alternativas para a destinação final do lodo
de ETA como, por exemplo, aterro sanitário, fabricação de cimento, disposição no solo,
fabricação de tijolos, que a escolha irá depender das suas características.

Para a caracterização do lodo do decantador, duas amostras da ETA II foram coletadas


e analisadas, conforme estabelece a NBR 10.004/2004 (Tabelas 28.1, 28.2 e 28.3). A
primeira foi realizada pela empresa SGS GEOSOL Laboratórios Ltda, contratada pela
Samarco, em 15/12/2015, e, a segunda, foi realizada pela empresa Merieux Nutri
Sciences, contratada pelo Sanear, em 31/05/2016 (Fls 5122). Nas duas análises, os
resíduos foram classificados como Classe II A, considerando as características
apresentadas, segundo a NBR citada. Ainda, segundo o laudo apresentado pelas
empresas, os resíduos não se apresentam como inflamáveis, corrosivos, tóxicos,
patogênicos e nem possuem tendência a sofrer uma reação química.

No entanto, cabe destacar os resultados de alguns parâmetros utilizados na classificação


de resíduos, segundo a NBR 10.004/2004. O lodo coletado em 15/12/2015 possuía
concentração de ferro 16 vezes maior que a amostra coletada em 31/05/2016 e
manganês acima de 38 vezes. Contudo, não se pode dizer que esses resíduos Classe II

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A não trazem perigos aos seres humanos ou ao meio ambiente. Os materiais desta classe
podem oferecer outras propriedades, sendo biodegradáveis, comburentes ou solúveis
em água.

O Sanear não executa na área das ETA tratamento específico do lodo mesmo que esteja
utilizando polímero orgânico ou sulfato de alumínio como coagulante. De acordo com os
documentos apresentados, são contratadas empresas para proceder o gerenciamento
do lodo desde dezembro de 2015. Entre dezembro de 2015 e maio de 2016, segundo
Samarco (Fls 7016), o lodo foi coletado e transportado pela empresa Colnorte Coleta de
Resíduos Ltda, localizada no município de Linhares–ES. Por sua vez, a empresa Colnorte
subcontratou as empresas ET&S Tratamento Ambiental e Saneamento Ltda, localizada
no município de Linhares/ES, e Ambitec Gestão de Resíduos, localizada no município de
Aracruz/ES, para o tratamento e disposição final do material. Neste caso, não foi
apresentado o contrato firmado com a empresa Colnorte, apenas os da Colnorte com as
demais empresas.

Em julho de 2016, o Sanear contratou a empresa Colnorte para os serviços de coleta,


transporte, tratamento e destinação final do material (Contrato No 021/2016, assinado em
julho de 2016 vigência de 12 meses, podendo ser prorrogado por iguais e sucessivos
períodos) (Fls 6552) Ocorre que, apesar do contrato informar na sua Cláusula Primeira –
Do objeto que a empresa é responsável pela destinação final do material, o documento
não apresenta qual a forma de destinação final é adotada. A Colnorte é uma empresa
que possui como atividade primária o transporte rodoviário de carga, exceto produtos
perigosos e mudanças (COLNORTE, 2019) não possuindo licença para o tratamento e
nem destinação final deste tipo de material. Dessa forma, não foi possível indicar o local
de depósito com georreferenciamento.

Conforme o contrato, a empresa deverá coletar o lodo das três estações, ETA I, ETA II e
ETA IV, uma vez por mês em cada uma das estações, ou de acordo com a necessidade
do Sanear. O contrato cita que a contratada será responsável por executar o tratamento
e destinação final do resíduo em Central de Tratamento de Resíduos – CTR,

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ambientalmente licenciada que deverá ser realizado por outra empresa, considerando o
perfil da Colnorte.

Os procedimentos adotados pelo Sanear no gerenciamento do lodo, a partir de dezembro


de 2015, estão em acordo com o que preconiza a Política Nacional de Resíduos
Sólidos – PNRS, instituída pela Lei 12.305/2010 (BRASIL, 2010), no entanto os
peritos entendem que o Sanear deva ter o registro do tratamento, caso ocorra, e do
destino final definido para o lodo, realizado pela Colnorte. Além disso, destacam a
necessidade do Sanear avaliar a possibilidade de proceder a reciclagem ou adoção
de usos benéficos do lodo, como fabricação de cimento, a disposição no solo, a
fabricação de tijolos, entre outros.

Com o fim de ampliar o embasamento para a quesitação, apresenta-se que o lodo de


ETA é definido como resíduo sólido e, portanto, precisa ser gerenciado de tal forma a
garantir as premissas da Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, instituída
pela Lei 12.305/2010 que define resíduos e rejeitos. Isso evita que o lodo seja
direcionado para locais inadequados.

A NBR 10004 (ABNT, 2004) que classifica os resíduos sólidos, os define como:
Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento
de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de
poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável
o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para
isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia
disponível.

Portanto, sua classificação, segundo esta norma, é importante para o seu


enquadramento, mas também é fundamental o conhecimento das suas características
para a definição de tratamento e disposição final.

O lodo gerado nas ETA é oriundo das instalações de clarificação (floculadores,


decantadores e filtros). Apresenta uma composição bastante variada sendo constituído,

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principalmente, do material em suspensão originalmente presente na água bruta e das


substâncias químicas adicionadas à água, durante o seu tratamento.
O lodo gerado em ETA possui em sua composição diferentes elementos em razão da
qualidade da água bruta e dos produtos químicos utilizados no tratamento da água
(coagulante, alcalinizante, adsorventes). Possuem elevada umidade que necessita ser
removida para redução de seu volume e assim, facilitar sua disposição, diminuindo custos
com transportes, com disposição final e, com isso, riscos de poluição ao meio ambiente
(PROSAB, 1999). Os processos indicados para a redução de volume são o adensamento
e o desaguamento que podem ser realizados por sistemas mecânicos (centrífugas, filtros-
prensa e prensa desaguadora) ou sistema natural (leitos de secagem).

As alternativas para destinação final são diversas, podendo destacar aterros sanitários
(teor de sólidos >30%); disposição controlada em certos tipos de solos, desde que atenda
as condicionantes legais ambientais; co-disposição com biossólidos gerados em
estações de tratamento de esgotos, lançamento na rede coletora de esgoto, bem como
aplicações industriais diversas tais como fabricação de cimento, fabricação de tijolos ou
outros materiais de construção. Para essas aplicações devem ser analisadas as
viabilidades técnica, econômica e ambiental (ABE; RUTKOWSKI; ISAAC, 2019).

Para a escolha da forma de destinação final do lodo, deve-se atentar ao teor de sólidos
nele presente. Cada uma dessas alternativas de disposição final ou uso benéfico exige
um processo de tratamento do lodo para atingir determinadas características. Entre seus
usos benéficos, destaca-se a fabricação de cimento, a disposição no solo, a fabricação
de tijolos.

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Tabela 28.1 – Resultados dos testes com o lodo do decantador – Massa Bruta
Resultados analíticos - Resultados
SGS GEOSOL analíticos - VMP
Parâmetro Unidade
Laboratórios Ltda Bioagri Ambiental (NBR10004/2004)
(15/12/2015) LTDA (31/05/2016)

pH (Suspensão 1:1) 5,21 6,3 2,0 - 12,5 (b)


Sulfeto (como H2S) mg/kg NR <1 500 (c)
Porcentagem de
% p/p NR 8,17 -
Sólidos
Cianeto (como
mg/kg NR 0,1 250 (c)
HCN)
Fonte: Adaptado de SGS GEOSOL Laboratórios Ltda (Sanear, ??) e Merieux Nutri Sciences (Sanear, ???).

Tabela 28.2 – Resultados dos testes com o lodo do decantador – Lixiviado


(continua)
Resultados
Resultados
analíticos - SGS
analíticos - VMP
Parâmetros Unidade GEOSOL
Bioagri Ambiental (NBR10004/2004)
Laboratórios Ltda
LTDA (31/05/2016)
(15/12/2015)
Tempo de Lixiviação Horas 18 16 - 20
Solução de Extração 1
pH Final do Lixiviado 5,2
Parâmetros Inorgânicos
Arsênio mg/L 0,004 < 0,01 1
Bário mg/L 0,43 0,23 70
Cádmio mg/L 0,002 < 0,001 0,5
Chumbo mg/L 0,01 < 0,01 1
Cromo mg/L <0,01 < 0,01 5
Fluoreto mg/L 0,12 < 0,1 150
Mercúrio mg/L <0,0002 < 0,00008 0,1
Prata mg/L <0,005 < 0,01 5
Selênio mg/L <0,01 < 0,008 1
Parâmetros Orgânicos
1,1-Dicloroeteno mg/L NR < 0,001 3
1,2-Dicloroetano mg/L NR < 0,001 1
1,4-Diclorobenzeno mg/L NR < 0,001 7,5
2,4,5-T mg/L NR < 0,00005 0,2
2,4,5-TP mg/L NR < 0,00005 1

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Tabela 28.2 – Resultados dos testes com o lodo do decantador – Lixiviado


(conclusão)
Resultados
Resultados
analíticos - SGS
analíticos - VMP
Parâmetros Unidade GEOSOL
Bioagri Ambiental (NBR10004/2004)
Laboratórios Ltda
LTDA (31/05/2016)
(15/12/2015)
2,4,5-Triclorofenol mg/L NR < 0,0001 400
2,4,6-Triclorofenol mg/L NR < 0,0001 20
2,4-D mg/L NR < 0,00005 3
2,4-Dinitrotolueno mg/L NR < 0,00005 0,13
Aldrin + Dieldrin mg/L NR < 0,00003 0,003
Benzeno mg/L NR < 0,001 0,5
Benzo(a)pireno mg/L NR < 0,00005 0,07
Clordano (isômeros) mg/L NR < 0,00003 0,02
Cloreto de Vinila mg/L NR < 0,001 0,5
Clorobenzeno mg/L NR < 0,001 100
Clorofórmio mg/L NR < 0,001 6
DDT (isômeros) mg/L NR < 0,00001 0,2
Endrin mg/L NR < 0,00003 0,06
Hexaclorobenzeno mg/L NR < 0,00005 0,1
Hexaclorobutadieno mg/L NR < 0,00001 0,5
Hexacloroetano mg/L NR < 0,00005 3
3+4-Metilfenol (m+p-Cresol) mg/L NR < 0,0001 200
Metoxicloro mg/L NR < 0,00003 2
Nitrobenzeno mg/L NR < 0,00005 2
2-Metilfenol (o-Cresol) mg/L NR < 0,00005 200
Pentaclorofenol mg/L NR < 0,00005 0,9
Piridina mg/L NR < 2,5 5
Tetracloreto de Carbono mg/L NR < 0,001 0,2
Tetracloroeteno mg/L NR < 0,001 4
Toxafeno mg/L NR < 0,0001 0,5
Tricloroeteno mg/L NR < 0,001 7
Heptacloro e Heptacloro
mg/L NR < 0,00002 0,003
Epóxido
Lindano (g-BHC) mg/L NR < 0,00003 0,2
Metiletilcetona mg/L NR < 2,5 200
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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425

Tabela 28.3 – Resultados dos testes com o lodo do decantador – Extrato Solubilizado
(continua)
Resultados
Resultados
analíticos – SGS
analíticos - VMP
Parâmetros Unidade GEOSOL
Bioagri Ambiental (NBR10004/2004)
Laboratórios Ltda
LTDA (31/05/2016)
(15/12/2015)
pH Final do
--- 6,6
Solubilizado
Parâmetros Inorgânicos
Alumínio mg/L 0,12 0,125 0,2
Arsênio mg/L 0,004 < 0,01 0,01
Bário mg/L 0,09 0,0215 0,7
Cádmio mg/L <0,001 < 0,001 0,005
Chumbo mg/L <0,01 ‘< 0,01 0,01
Cianeto mg/L <0,01 < 0,05 0,07
Cloreto mg/L 10,3 1,81 250
Cobre mg/L <0,009 < 0,005 2
Cromo mg/L <0,01 < 0,01 0,05
Ferro mg/L 7,22 0,454 0,3
Fluoreto mg/L <0,05 0,07 1,5
Índice de Fenóis mg/L < 0,01 0,01
Manganês mg/L 12,8 0,331 0,1
Mercúrio mg/L <0,0002 < 0,00008 0,001
Nitrato (como N) mg/L 0,03 < 0,1 10
Prata mg/L <0,005 < 0,01 0,05
Selênio mg/L <0,01 < 0,008 0,01
Sódio mg/L 13,9 4,58 200
Sulfato mg/L 179 < 0,5 250
Surfactantes (como
mg/L NR < 0,1 0,5
LAS)
Zinco mg/L <0,1 < 0,01 5
Parâmetros Orgânicos
2,4,5-T mg/L NR < 0,00005 0,002
2,4,5-TP mg/L NR < 0,00005 0,03
2,4-D mg/L NR < 0,00005 0,03
Aldrin + Dieldrin mg/L NR < 0,00003 0,00003
Clordano
mg/L NR < 0,00003 0,0002
(isômeros)
DDT (isômeros) mg/L NR < 0,00001 0,002
Endrin mg/L NR < 0,00003 0,0006
Hexaclorobenzeno mg/L NR < 0,00005 0,001
Metoxicloro mg/L NR < 0,00003 0,02
Toxafeno mg/L NR < 0,0001 0,005
Heptacloro e
mg/L NR < 0,00002 0,00003
Heptacloro Epóxido

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426

Tabela 28.3 – Resultados dos testes com o lodo do decantador – Extrato Solubilizado
(conclusão)
Resultados
Resultados
analíticos – SGS
analíticos - VMP
Parâmetros Unidade GEOSOL
Bioagri Ambiental (NBR10004/2004)
Laboratórios Ltda
LTDA (31/05/2016)
(15/12/2015)
Lindano (g-BHC) mg/L NR < 0,00003 0,002
Fenóis Totais (mgC6H5OH/L) <0,002 NR 0,01
Surfactantes (mg MBAS/L) 0,36 NR 0,5
Fonte: Adaptado de SGS GEOSOL Laboratórios Ltda (Sanear, ??) e Merieux Nutri Sciences (Sanear, ???).

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2.1.12 Quesito 29 (MP)


Caso tenha sido utilizado coagulante/floculante com base em polímero orgânico,
os efluentes das descargas das lavagens dos filtros mereceram, ou mereceriam,
algum tipo de encaminhamento a tratamento especial? Caso positivo, queira o Sr.
Perito informar que cuidado(s) foi(ram) tomado(s) pela Sanear para tratamento
desses efluentes. Caso negativo, queira o Sr. Perito justificar a resposta.

Conforme informado na visita de 12/12/2018 e no documento intitulado “Análise de


Turbidez da água proveniente da lavagem de filtro” (Fls 6552), o Sanear lança os
efluentes das descargas das lavagens dos filtros diretamente no rio Doce, perto dos
pontos de captação da água bruta.

Independentemente do tipo do floculante/coagulante utilizado, essa prática pode ser


questionada, considerando que a lavagem do filtro libera partículas compostas de uma
parte da carga poluidora (substâncias orgânicos e inorgânicos, microrganismos etc.)
retirada da água bruta pelo processo de coagulação/floculação e do próprio
floculante/coagulante, além de outros produtos químicos utilizados antes da filtragem.

O lançamento desses efluentes deve atender a Resolução Conama


430/11(BRASIL,2011) e a capacidade de assimilação do curso d’água, caso contrário,
poderá causar danos ao meio ambiente, principalmente ao ambiente aquático. Uma
análise química da composição é fundamental para avaliação e determinação do
tratamento necessário e do destino final (RIVEIRA, 2001; OLIVEIRA et al, 2012).

No caso de uso do Tanfloc SG, foram primeiramente consideradas as informações


fornecidas na sua Ficha de Informação de Segurança para Produtos Químicos (fls 5631
a 5634), conforme ABNT NBR 14725-4/10 (BRASIL, 2010), especialmente as
informações sobre os efeitos ecotoxicológicos.

Baseado nestas informações, conclui-se que efluente contendo resíduos do produto não
deveria sair da estação sem tratamento. Entretanto, tem que se considerar a

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428

biodegradabilidade do Tanfloc SG, que foi confirmada num estudo solicitado pela Tanac
S.A. e realizado pelo laboratório Bioagri (Fls 4698).

Além disso, Castro-Silva et al. (2004) relata que coagulantes orgânicos, como os
baseados em taninos, são substâncias biodegradáveis e podem ser destruídas durante
o processo do tratamento. Desta forma, é imprescindível saber se há presença de Tanfloc
SG na água de lavagem do filtro para melhor avaliação da necessidade ou não de
tratamento.

Esta informação foi solicitada, mas o Sanear não forneceu nenhum documento que relata
a composição química dos efluentes das ETA. Foi fornecida somente uma análise
temporal da turbidez da água de lavagem do filtro (Fls 6552). Desta forma não foi possível
concluir acerca da necessidade do tratamento.

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429

2.1.13 Quesito 30 (MP)

As concentrações de íons metálicos na água já tratada, a partir de 18/11/15,


superaram os VMP (Valor Máximo Permitido) das tabelas de Padrões de
Potabilidade da Portaria GM/MS n° 2914/2011? Caso positivo, queira o Sr. Perito
identificar: ETA, data, hora, parâmetros, valores determinados e o limite máximo
admitido, possíveis causas da superação e medidas adotadas pela Sanear.

A partir da chegada da pluma de rejeitos, alguns íons metálicos apresentaram valores


acima do limite estabelecido pela Portaria GM/MS nº 2914/2011 para água potável em
pelo menos uma ocasião, sendo estes: Alumínio total, Bário, Cádmio total, Ferro total,
Manganês total e Sódio total.

Nas tabelas 30.1 a 30.6 são apresentadas, por parâmetro, as informações referentes as
amostras que superaram o VMP, considerando todas os dados fornecidos pelo Sanear e
pela Samarco. É importante ressaltar que as linhas destacadas em vermelho
representam resultados que não puderam ser consolidados devido à ausência dos laudos
originais e as células destacadas em vermelho, representam dados inconsistentes,
conforme descrito no Quesito 8.

As possíveis causas de superação dos VMP da Portaria 2914/11 podem estar associadas
ao aumento da concentração desses parâmetros na água bruta devido à ressuspensão
de sedimentos, consequência de picos de vazão ocorridos no rio Doce; dos ajustes
operacionais da dosagem do coagulante; e, da própria condição de tratabilidade de
estações do tipo convencional.

As medidas adotadas pelo Sanear para resolução das inconformidades foram levantadas
por meio da análise da comunicação interna da empresa, realizada por ofícios e e-mails
trocados entre o setor de qualidade e o setor operacional (fls 4698 e 6552).

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Ressalta-se que na maior parte dos registros de inconformidades não houve


recomendação de procedimentos para adequação da situação. As recomendações
observadas referentes aos metais que superaram os VMP estão relacionadas ao
alumínio com otimização da dosagem do coagulante; e ao ferro e manganês com
recomendação de intervenção na captação de água bruta.

Tabela 30.1 – Amostras de água tratada com resultados acima do VMP (Portaria
2914/2011) - Alumínio total
DATA DA HORA DA Alumínio (mg/L)
REGIÃO DE INTERESSE
AMOSTRAGEM AMOSTRAGEM VMP – 0,2
18/11/2015 19:41 ETA IV - Colatina 0,335
27/01/2016 9:10 ETA IV - Colatina 52
29/01/2016 20:15 ETA I e II COLATINA 0,259
01/08/2016 11:30 ETA IV - Colatina 0,2
22/10/2016 7:10 ETA I e II COLATINA 0,335
31/10/2016 11:10 ETA I e II COLATINA 0,726
20/11/2016 14:00 ETA I e II COLATINA 1,104
21/11/2016 11:37 ETA IV - Colatina 6,167
23/11/2016 7:20 ETA IV - Colatina 0,834
24/11/2016 11:15 ETA I e II COLATINA 0,592
30/11/2016 17:06 ETA IV - Colatina 0,237
13/02/2017 6:20 ETA IV - Colatina 3,593
15/02/2017 6:35 ETA I e II COLATINA 0,21
27/05/2017 7:05 ETA I e II COLATINA 0,204
04/11/2017 7:05 ETA IV - Colatina 0,424
05/12/2017 6:40 ETA I e II COLATINA 0,256
14/12/2017 6:32 ETA IV - Colatina 0,47
18/12/2017 6:30 ETA IV - Colatina 0,746
07/01/2018 13:40 ETA IV - Colatina 0,529
15/01/2018 6:50 ETA IV - Colatina 0,45
23/01/2018 9:35 ETA IV - Colatina 0,308
31/01/2018 9:55 ETA IV - Colatina 0,237
12/02/2018 11:00 ETA IV - Colatina 0,348
12/03/2018 6:45 ETA IV - Colatina 0,337
16/03/2018 4:30 ETA IV - Colatina 0,336
24/03/2018 5:10 ETA IV - Colatina 0,518
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: Linha destacada em vermelho - ausência de laudo original (ver Quesito 8)

As recomendações relacionadas ao Alumínio orientam o uso do Jar-Test e colorímetro


para otimização da dosagem do coagulante (sulfato de alumínio). Destaca-se que esta

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431

recomendação foi registrada pela primeira vez em comunicação interna do Sanear no dia
20 de fevereiro de 2017.

Tabela 30.2 – Amostras de água tratada com resultados acima do VMP (Portaria
2914/2011) – Bário
DATA DA HORA DA Bário (mg/L)
REGIÃO DE INTERESSE
AMOSTRAGEM AMOSTRAGEM VMP-0,7
21/01/2016 9:40 ETA IV - Colatina 63
27/01/2016 9:10 ETA IV - Colatina 87
Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)
Nota: Linha destacada em vermelho - ausência de laudo original (ver Quesito 8)

Tabela 30.3– Amostras de água tratada com resultados acima do VMP (Portaria
2914/2011) – Cádmio total
HORA DA Cádmio (mg/L)
DATA DA AMOSTRAGEM REGIÃO DE INTERESSE
AMOSTRAGEM VMP-00,005
20/01/2016 ETA I e II COLATINA 0,029
03/12/2016 ETA I e II COLATINA 0,0111
03/12/2016 ETA I e II COLATINA 0,0107
04/12/2016 ETA IV - Colatina 0,0136
06/12/2016 ETA I e II COLATINA 0,02
06/12/2016 ETA I e II COLATINA 0,0122
08/12/2016 ETA IV - Colatina 0,0155
16/12/2016 ETA IV - Colatina 0,0062
Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)
Nota: Linha destacada em vermelho - ausência de laudo original (ver Quesito 8)

Tabela 30.4 – Amostras de água tratada com resultados acima do VMP (Portaria
2914/2011) – Ferro total
HORA DA Ferro (mg/L)
DATA DA AMOSTRAGEM REGIÃO DE INTERESSE
AMOSTRAGEM VMP – 0,3
22/12/2015 8:45 ETA I e II COLATINA 0,347
29/01/2016 20:15 ETA I e II COLATINA 0,472
15/01/2018 6:50 ETA IV - Colatina 0,422
Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Tabela 30.5 – Amostras de água tratada com resultados acima do VMP (Portaria
2914/2011) – Manganês total
HORA DA Manganês (mg/L)
DATA DA AMOSTRAGEM REGIÃO DE INTERESSE
AMOSTRAGEM VMP-0,1
21/11/2015 16:45 ETA I e II Colatina 0,15
03/12/2015 8:15 ETA IV - Colatina 0,163
03/12/2015 19:25 ETA IV - Colatina 0,449
16/12/2015 0:00 ETA I e II Colatina 0,11
19/12/2015 19:50 ETA I e II Colatina 0,13
22/12/2015 19:50 ETA I e II Colatina 0,14
23/12/2015 19:45 ETA I e II Colatina 0,105
30/12/2015 8:40 ETA I e II Colatina 0,103
30/12/2015 20:22 ETA I e II Colatina 0,108
02/01/2016 9:05 ETA I e II Colatina 0,175
03/01/2016 9:15 ETA I e II Colatina 0,147
04/01/2016 9:41 ETA I e II Colatina 0,104
04/01/2016 19:42 ETA I e II Colatina 0,165
05/01/2016 9:25 ETA I e II Colatina 0,221
12/01/2016 9:35 ETA I e II Colatina 0,113
23/01/2016 9:05 ETA IV - Colatina 0,2
24/01/2016 19:20 ETA IV - Colatina 0,251
25/01/2016 9:05 ETA IV - Colatina 0,196
25/01/2016 19:40 ETA IV - Colatina 0,553
26/01/2016 9:10 ETA IV - Colatina 0,112
02/02/2016 18:55 ETA IV - Colatina 0,246
12/01/2017 10:20 ETA IV - Colatina 0,114
24/06/2017 7:10 ETA I e II Colatina 0,109
08/08/2017 6:40 ETA IV - Colatina 0,251
12/08/2017 7:06 ETA IV - Colatina 0,497
28/08/2017 6:35 ETA IV - Colatina 0,122
31/08/2017 6:55 ETA I e II Colatina 0,117
01/09/2017 6:20 ETA IV - Colatina 0,105
04/09/2017 6:45 ETA I e II Colatina 0,16
08/09/2017 6:25 ETA I e II Colatina 0,115
29/09/2017 6:30 ETA IV - Colatina 0,286
27/10/2017 6:45 ETA IV - Colatina 0,74
31/10/2017 6:40 ETA IV - Colatina 0,165
18/12/2017 6:30 ETA IV - Colatina 0,189
19/01/2018 8:20 ETA IV - Colatina 0,159
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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433

As recomendações relacionadas ao Manganês orientaram a realização de intervenção


na captação, sem especificá-la. Para a ETA II, a orientação quanto a intervenção ocorreu
em comunicação do dia 21/07/2016. Já para a ETA IV, a mesma orientação ocorreu
apenas em 15/06/2018.

Tabela 30.6– Amostras de água tratada com resultados acima do VMP (Portaria
2914/2011) – Sódio total
DATA DA HORA DA Sódio (mg/L)
REGIÃO DE INTERESSE
AMOSTRAGEM AMOSTRAGEM VMP - 200
14/04/2018 6:55 ETA II 1300
Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)
Nota: Célula destacada em vermelho – dado inconsistente (ver Quesito 8)

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434

2.1.14 Quesito 31 (MP)

Com base nas evidências, pode-se afirmar que existe uma relação de causalidade
de que os poluentes do rio Doce acarretaram, ou ainda acarretam, perda na
qualidade da água de abastecimento das populações de Colatina e riscos à saúde
pública? Queira o Sr. Perito justificar.

Sim, os poluentes do rio Doce acarretam perda na qualidade da água de abastecimento


da população de Colatina. Os laudos recebidos das análises da água distribuída no
município de Colatina, entre 2012 e 2018, e realizadas pelas empresas envolvidas por
meio de laboratórios contratados, indicam a presença de diversas substâncias que
possuem efeitos nocivos à saúde humana, acima dos valores máximos permitidos por
lei, o que pode acarretar risco à saúde pública. Isto foi observado tanto nas análises de
água bruta, como naquelas realizadas na água tratada, conforme demonstrado nas
Tabelas 3.1 e 14.1, presentes nos Quesitos 03 e 14, respectivamente.

Se por um lado a demonstração de perda de qualidade da água pode ser feita por meio
da análise quantitativa dos dados apresentados, por outro a relação de causalidade e
sua implicação em riscos à saúde carecem de inúmeras outras informações não
acessíveis neste processo. Em se tratando de consequências sobre a situação de saúde
de uma população, é necessário levar em conta o fato de que múltiplos fatores podem
ser responsáveis pelo desenvolvimento das doenças, o que demandaria estudos mais
específicos e aprofundados de acompanhamento da população.

Dentre as substâncias prejudiciais à saúde, com valores acima do VM (CONAMA 357/05)


e VMP (Portaria GM/MS 2.914/2011), está o Alumínio, que foi encontrado em valores
acima do permitido pela legislação em algumas ocasiões, tanto na água tratada (alumínio
total) ao longo de 2016, quanto na água bruta (alumínio dissolvido) até 2018. Este
elemento pode ocasionar problemas hematológicos e neurológicos, entre outros.

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435

Por sua vez, o Cádmio, classificado dentro do grupo 1 da IARC como cancerígeno, foi
detectado em água tratada em pelo menos uma ocasião próxima da passagem da pluma
e em água bruta até pelo menos meados do ano de 2017.

Em análise dos dados apresentados a esta perícia, algumas substâncias foram


encontradas em valores que ultrapassam o VM na água bruta, mas não ultrapassam o
VMP na água tratada. No entanto são passíveis de maiores estudos, com maior
frequência de análises para se afirmar seguramente a ausência na água tratada. Pode-
se citar como exemplo desta preocupação, o Arsênio, substância que pode causar
efeitos hematológicos, neurológicos e teratogênicos (classificado como grupo 1 pela
International Agency for Research on Câncer – IARC da Organização Mundial da Saúde)
entre outros. Também é o caso do Chumbo, com registros de valores altos até o início
de 2018. O Chumbo é classificado como grupo 2 pela IARC, o que o caracteriza como
provavelmente carcinogênico, além de poder ter efeitos neurológicos e hematológicos.Na
tabela 31.1 estão listadas as substâncias consideradas importantes no aspecto da saúde
e com potencial de causar algum dano, em caso de consumo.

Tabela 31.1 – Dados das substâncias encontradas em água bruta e água tratada acima
dos valores máximos permitidos (VM e VMP) e possíveis efeitos deletérios à saúde
humana, oriundos das Tabelas 11.1 e 14.1, presentes nos Quesitos 11 e 14
respectivamente
(continua)
Água Bruta Água tratada
(No de amostras acima (No de amostras acima Referências Bibliográficas–
Parâmetros
VM/No total de VMP/No total de Efeitos sobre a saúde
amostras) amostras)
Ácidos haloacéticos - 10/807 1
Alumínio dissolvido 336/532 - 4
Alumínio total 0/391 25/1103 4
Amônia (NH3) - 1/864 5
Arsênio total 15/611 0/1127 7
Bário 0/467 2/1127 8
Boro total 2/544 - 1_ATSDR
Cádmio total 14/469 8/1129 10
Chumbo total 133/554 0/1127 11
Cianeto livre 27/456 0/18 12
Cianeto total 0/28 1/884 12

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Tabela 31.1 – Dados das substâncias encontradas em água bruta e água tratada acima
dos valores máximos permitidos (VM e VMP) e possíveis efeitos deletérios à saúde
humana, oriundos das Tabelas 11.1 e 14.1, presentes nos Quesitos 11 e 14
respectivamente
(conclusão)
Água Bruta Água tratada
(No de amostras acima (No de amostras acima Referências Bibliográficas–
Parâmetros
VM/No total de VMP/No total de Efeitos sobre a saúde
amostras) amostras)
Cloramina 0/79 2/812 3_OMS
Cloreto de metileno - 6/779 13
Cloreto total 1/398 1/814 4_OMS
Cloro residual livre 0/12 4/1072 14
Cloro residual total 5/111 - 14
Cobre dissolvido 25/650 - 16
Cromo total 42/689 0/1127 17
Fenóis totais 2/255 - 18
Lítio (total) 3/305 - EPA_EUA
Manganês total 235/588 35/1102 19
Mercúrio total 2/404 0/1127 20
Níquel (total) 19/687 0/1121 21
Nitrato 0/647 1/841 2_ATSDR; Ward et al, 2018
Nitrito 3/665 0/841 2_ATSDR
Prata total 3/456 - 3_ATSDR
Tetracloreto de carbono 0/109 1/786 23
Trihalometano 0/123 85/809 25
Vanádio total 3/498 - 26
Zinco total 25/688 0/1125 27
Fonte: Fichas de Informações Toxicológicas (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB),
Resoluções CONAMA e Portaria do Ministério da Saúde, “Agency for Toxic Substances and Disease
Registry” (ATSDR), Organização Mundial da Saúde (OMS), “U.S. Environmental Protection Agency” (EPA)
e Ward et al, 2018 (Int. J. Environ. Res. Public Health 2018, 15, 1557; doi:10.3390/ijerph15071557).

Não foram encontrados estudos com dados de saúde coletados após a passagem da
pluma pelo município, que tivessem qualquer especificidade em relação ao evento. Pelas
informações das Secretarias Municipal de Colatina e Estadual do Espírito Santo ((Fls
6743 a 6752 e 6972 a 6975) e (5775 a 5776) respectivamente), até final de 2018 não
havia sido implantado qualquer estudo específico ou mesmo orientado as unidades de
saúde para uma busca qualificada. O incremento no Sistema de Vigilância à Saúde
anunciado pela SEMUS ainda não divulgou dados que permita avaliar os possíveis
impactos na saúde da população, impactos estes que podem ser de curto, médio e longo

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prazo. Cabe reiterar que a esta perícia não foi fornecida a metodologia desta proposta de
estudo, o que, como já explicitado no Quesito 31, impede quaisquer comentários e
avaliação da eficiência dele.

Na falta de tais estudos, foram analisadas as informações disponíveis em bases de dados


secundários do Ministério da Saúde (Sistema de Informações Hospitalares do SUS -
SIH/SUS e o Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM), dados da Previdência
Social do Ministério da Economia e procurou-se informações de saúde em eventuais
publicações sobre o tema. Tais dados foram agrupados por capítulos do Código
Internacional de Doenças, 10ª. revisão – CID-10 e comparados com dados equivalentes
do estado do Espírito Santo e da cidade de São Mateus, cidade de porte e condições
socioeconômicas semelhantes a Colatina. O único capítulo que apresenta aumento
recente de morbidade na cidade de Colatina é o II (Neoplasias – tumores), que
apresenta um aumento da proporção de Internações Hospitalares a partir do segundo
semestre de 2015 (2º semestre de 2015 = 5,4%; 1º semestre de 2016 = 5,9%; 2º semestre
de 2016 = 9,3%; 1º semestre de 2017 = 13,0; 2º semestre de 2017 = 12,3; 1º semestre
de 2018 = 13,2; 2º semestre de 2018 = 11,1).

Embora precoce afirmar que o aumento observado esteja relacionado à contaminação


recente da água do município, tal dado deveria servir de alerta às autoridades de saúde
no sentido de se elaborar, o mais rápido possível, um sistema de vigilância em saúde
para detecção de possíveis impactos de médio e longo prazo, decorrentes das
substâncias encontradas nas análises de amostras de água bruta e tratada. É importante
salientar que tal incremento não foi observado nem em São Mateus nem no estado do
Espírito Santo como um todo.

Dados previdenciários e de mortalidade não apresentaram diferença quando comparados


com São Mateus e o estado do Espírito Santo.

Por fim, é escassa a literatura biomédica sobre estudos de impacto à saúde na população
do município. Há alguns relatórios com descrição de dados agudos após a passagem da

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pluma em municípios de Minas Gerais, mas apenas um estudo foi encontrado onde foram
descritos episódios de alterações clínicas agudas como diarreia, febre e alterações de
pele especificamente na cidade de Colatina (Actas Saúde Coletiva Brasília, 2016;
Relatório Greenpeace, 2017; Relatório Prismma, 2018 e Relatório WikirioDoce, 2016).
Também, não foram encontrados artigos com descrições de seguimento longitudinal da
população afetada pelo consumo de água contaminada em Colatina, mesmo tendo
havido evidências de contaminação tanto da água tratada como da água bruta que serve
à população.

Há dados objetivos de contaminação da água do rio Doce na cidade de Colatina gerados


após a passagem da pluma, incluindo sustâncias com potencial de impacto na saúde
humana. Entretanto, não foram encontradas evidências de impactos imediatos nas bases
de dados secundários de saúde. Não foram encontrados, também, estudos científicos
que tenham avaliado os impactos à saúde na população local. Tampouco foram
informadas quaisquer medidas no sentido de se manter a vigilância em saúde da
população afetada por meio de projetos ou programas que garantam o acompanhamento
longitudinal da população para que possam ser detectados de forma precoce, possíveis
efeitos de médio e longo prazo da contaminação. Tal medida é fundamental, uma vez
que as bases de dados consultadas não são desenhadas para a vigilância e não são
próprias para eventos da magnitude do ocorrido na cidade.

Cabe ressaltar que há pelo menos um documento que indica a necessidade de


seguimentos por pelo menos 10 anos antes que se possa descartar qualquer associação
entre a contaminação da água de abastecimento e possíveis efeitos nocivos à saúde de
médio e longo prazo como doenças de aparelho circulatório, doenças hematológicas e
neoplasias (Plano Barragem Mariana, 2015).

Conclui-se que, devido aos potenciais efeitos adversos causados pela exposição às
substâncias encontradas, entre elas os metais, e da dificuldade de cálculos de “exposição
x risco”, frente aos dados encontrados, há necessidade de programas de

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acompanhamento da população, bem como avaliações ambientais, com o


monitoramento sistemático da qualidade da água.

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2.1.15 Quesito 32 (MP)

Foram realizados estudos/monitoramentos/estatísticas que evidenciem ou


comprovem os efeitos adversos da água de abastecimento na saúde da população
de Colatina/ES? Caso positivo, pede-se ao Sr. Perito que avalie tais estudos.

Não foram identificados estudos/monitoramentos/estatísticas que evidenciem ou


comprovem os efeitos adversos da água sobre a saúde da população, muito embora
estes sejam extremamente relevantes e urgentes, tanto em relação da exposição aos
metais pesados quanto aos demais contaminantes.

Em documentos oriundos da Secretaria Municipal de Saúde de Colatina-Semus (Fls.


6743 a 6752 e Fls. 6972 a 6975) e também durante duas visitas técnicas realizadas (Fls.
6974), resta confirmado que aquela Instituição não desenvolveu qualquer estudo ou
monitoramento de efeitos da qualidade da água na saúde da população.

A respeito da Vigilância, também não foram observadas atividades diferentes da rotina,


em função do rompimento da barragem de Fundão – Mariana, MG. Tal rotina se configura
pela coleta de amostras de água em pontos da rede de abastecimento devidamente
determinadas em função do território e sua população, restritos à análise de parâmetros
microbiológicos.

Foi também afirmado aos peritos que a medição de Cloro Residual é realizada em
equipamento rude e defasado, que não oferece segurança de resultado. Esta medida é
de grande importância para verificação do risco de exposição da população, uma vez que
o cloro residual presente dentro da faixa preconizada pela legislação é a primeira garantia
de que o tratamento feito na ETA está se mantendo até chegar à residência dos usuários.
Ficou também evidenciado que as análises de pH, turbidez e parâmetros
organolépticos foram interrompidas há mais de um ano porque o aparelho do
Laboratório da Regional de Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em
Colatina, está quebrado. Não há informações sobre quaisquer providências a respeito.

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441

No entanto, após o rompimento da barragem, foram acrescentadas coletas de amostras


de água na rede de abastecimento. Em visita técnica (Fls. 6974) a responsável pelo
Programa Vigiágua informa que estas amostras são enviadas pelo Laboratório Central
da Sesa, ao Laboratório do Instituto Evandro Chagas em Belém, PA, para análises de
metais pesados e compostos orgânicos. Os resultados destas análises retornam à
Semus e são arquivados. Não foi apresentado relatório técnico dos laudos e resultados.
Todas as análises em referência são imprescindíveis para subsidiar as ações de controle
da qualidade da água distribuída e, principalmente orientar os estudos acerca dos efeitos
adversos. Evidências destes efeitos sobre a saúde da população de Colatina poderiam
ser verificadas por meio de estudos específicos, tanto em casos agudos quanto crônicos,
que deveriam ter se iniciado imediatamente após a ocorrência do rompimento da
barragem, conforme observado no Quesito 31.

Sendo assim, a Semus e a Sesa informam que não realizaram quaisquer estudos sobre
agravos à saúde, relacionados à veiculação hídrica, ocorridos na população de Colatina
após o rompimento da barragem, a partir de novembro 2015 até dezembro de 2018.

Em duas visitas técnicas à Secretaria Municipal de Saúde (dez-2018 e jul-2019), em


entrevista com a técnica responsável pelo Programa de Vigilância da Qualidade da Água
para Consumo Humano – Vigiagua (BRASIL, 2006) e a Superintendente de Vigilância
em Saúde, fica reiterada a informação de que esta ainda não fez e não tem conhecimento
de estudos sobre a situação de saúde da população com este objetivo. No entanto
esclarece que, a partir de reunião ocorrida recentemente (não souberam precisar a data)
com o Ministério Público, Defensoria Pública e demais municípios atingidos, foi definida
a confecção de um Plano de Ação. Este deve ser iniciado com um diagnóstico de
situação de saúde a ser levantado nas Unidades de Saúde localizadas em todo o
território, em função do aumento de demanda de serviços após novembro de 2015. As
referidas técnicas acreditam que a partir deste levantamento será possível conhecer os
problemas causados pela água. Este plano não nos foi apresentado e assim
desconhecemos a metodologia e demais critérios necessários para uma avaliação.

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442

Embora não tendo acesso às informações dos órgãos envolvidos no controle e vigilância
da água, a busca de informações para esta perícia não se limitou aos órgãos oficiais,
sendo ampliada com levantamentos em publicações ou relatórios de Instituições direta
ou indiretamente interessadas no referido tema, a respeito de estudos de consequências
do uso da água de abastecimento, especificamente para a população de Colatina. Foi
realizada também uma revisão de literatura junto às principais bases referenciais
nacionais e internacionais, como Web of Science, Scopus, Science Direct, Scielo, One
File (GALE), Elsevier, dentre outras, por meio da inserção e correlação – utilizando-se os
operadores booleanos: AND, OR e NOT – de tais descritores em inglês encontrados na
base da BVS: vigilância em saúde ambiental (environmental health surveillance),
desastres naturais (natural desasters), qualidade da água em Colatina (water quality in
Colatina), vulnerabilidade a desastres (vulnerability desasters), qualidade da água e
efeitos adversos (water quality and adverse affects). Também foram realizadas buscas
de teses e dissertações no Banco de Teses e Dissertações da Capes, normas e anais de
congressos acerca do tema.

Foi encontrado um estudo, realizado por Rocha et al (2012), que objetivou mensurar os
impactos na população ribeirinha da cidade Colatina–ES provocados pelo
desprendimento de rejeitos de mineração no rio Doce, provenientes da cidade de
Mariana–MG. Os métodos utilizados para o projeto foram embasados em uma pesquisa
teórica seguida de um trabalho em campo de caráter longitudinal, quantitativo e não
probabilístico. A abordagem, no âmbito epidemiológico, demonstrou aumento expressivo
na incidência de sinais e sintomas prodrômicos de patologias, como a diarreia, febre e
afecções de pele e fâneros que obtiveram evolução aproximada de 172,7%, 133,3% e
35,3%, respectivamente. Tais parâmetros estão intimamente associadas as
consequências do desastre ambiental, pelas alterações do meio ambiente, interrupção
do fornecimento de água, contaminação hídrica, dentre outras. Notou-se necessidade de
redefinir temáticas de educação em saúde pelas instituições governamentais para o
manejo de qualidade da água. Sintomas como febre, diarreia, e alterações de pele
tiveram elevação das taxas associadas com efeitos adversos no âmbito biológico,
psicológico, social e econômico.

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2.1.16 Quesito 33 (MP)

Foi implantado algum sistema de vigilância à saúde da população de Colatina/ES


abastecida com água tratada pela Sanear? Justificar a resposta.

Em que pese o fato de que a Lei 8080 de 1990 (Lei Orgânica da Saúde – LOS), definir
claramente que é de responsabilidade do Gestor Municipal de Saúde realizar a Vigilância
à Saúde da população de seu território, em Colatina não foi implantado qualquer sistema
dirigido às possíveis consequência sobre a população abastecida com água tratada pelo
Sanear, após o rompimento da barragem, ou mesmo dos usuários de água de qualquer
origem, tratada ou não.

Esta informação foi coletada diretamente com a Superintendência de Vigilância à Saúde


da Semus-Colatina, tanto em respostas às petições (Fls 6743 a 6752 e Fls 6972 a 6975)
quanto em duas visitas técnicas realizadas.

A mesma lei preconiza que, em casos de necessidade de tecnologia ou conhecimento


técnico acima de suas possibilidades, o gestor municipal pode solicitar reforço às
instâncias Estadual e Federal.

Embora tenha também esta prerrogativa, a Sesa se limitou a informar apenas uma
análise do Sistema Informatizado de Vigilância Epidemiológica de Doenças Diarreicas
Agudas (Sivep-DDA) e do banco de dados do Sistema de Informação da Vigilância
Nacional de Agravos de Notificação (Sinan). Nestes não foram observadas alterações no
padrão de notificações da série histórica estudada, de 2010 a 2018 (5775 a 5776). Não
informa, ainda qualquer iniciativa específica acerca dos agravos que possam ser
relacionados à perda de qualidade da água pela presença de metais e outras substâncias
oriundas da passagem da pluma.

Importante observar que os sistemas estudados pela Sesa não abordam agravos
relacionados ao acidente em questão. São prioritariamente voltados a diarreia e a

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doenças infectocontagiosas, ocupacionais, alguns transtornos mentais e contatos com


material biológico.

Em função de ocorrências de contaminação da água distribuída, como explicitado em


resposta ao Quesito 31, é necessário o monitoramento e controle dos possíveis agravos.
Para isto, também como já respondido anteriormente, volta-se a destacar a importância
dos dados longitudinais tanto dos parâmetros físico-químicos quanto da consequente
morbidade.

Estes estudos são imprescindíveis para auxiliar o estabelecimento de dependências


plausíveis entre a qualidade da água distribuída à população e os agravos à saúde, após
o rompimento da Barragem da Samarco em Mariana (DIAS, 2018).

Ambas as instâncias, Municipal e Estadual, afirmaram durante as mesmas visitas


técnicas anteriormente citadas (dezembro de 2018 e julho de 2019), que a previsão de
início de um monitoramento da saúde da população de Colatina, em função de decisões
tomadas junto à Câmara Técnica, conforme relatado no Quesito 32.

De uma maneira geral pode-se afirmar que o Sistema de Vigilância à Saúde do Município
de Colatina não sofreu qualquer modificação ou reforço em decorrência da chegada da
pluma de rejeitos proveniente do rompimento ocorrido e das possíveis consequências
sobre a qualidade da água oferecida à população.

Importante destacar que o município de Colatina já conta com um sistema de Vigilância


à Saúde. No entanto a Superintendência de Vigilância afirma (Fls. 6974) que por se tratar
de “ponta do Sistema Único de Saúde”, se restringe a coletar e enviar amostras à
Secretaria de Estado da Saúde, conforme solicitações, não participando do estudo dos
resultados destas análises. A alegação quanto a não adoção de providências deu-se no
sentido da falta de materiais, equipamentos e pessoal.

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Não bastasse esta precariedade no Sistema de Vigilância, as Unidades de Saúde (US),


outro sítio importante para as ações de acompanhamento das consequências à saúde,
não receberam qualquer alerta ou orientação acerca das possibilidades de mudanças de
perfil de morbidade da população em decorrência da possível contaminação do rio. Este
alerta seria de suma importância e altamente eficaz, uma vez que Colatina conta com
uma cobertura de 86% da Estratégia Saúde da Família, de forma que uma considerável
parcela da população poderia ter um acompanhamento minucioso em qualquer
ocorrência.

A participação, desde o início da passagem da pluma, das Unidades de Saúde da Família


seria também importante levando-se em conta de que o morador precisa ser avaliado de
acordo com o local onde reside, uma vez que cada ETA tem especificidades e diferenças
de qualidade da água e que é oferecida para a população de um território específico,
como demonstra o Quadro 22.1, do Quesito 22. Também podem informar o tipo de uso
que faz daquela água distribuída e até mesmo se é de uso exclusivo. A referida estratégia
de atenção, Saúde da Família, teria condições de realizar uma primeira coleta de dados,
com a gama de detalhes necessários ao direcionamento de estudos aprofundados para
a melhor compreensão da situação de saúde resultante do evento estudado.

Segundo informação também coletada na segunda visita já citada (Fls. 6974), somente
a partir do segundo semestre de 2019 estas Unidades começariam a ser questionadas
quanto a possíveis mudanças de demandas em suas rotinas. Embora tenha sido
solicitado, não foi informado o progresso da referida ação e nem o método a ser utilizado,
de forma que não poderá ser tecida aqui qualquer consideração a respeito.

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Estas folhas constituem Parte do Laudo Pericial acostado aos autos n. 0135334-09.2015.4.02.5005 e devem ser co

Figura 11.90 – Gráfico de Ferro II da água do rio Doce em Colatina no período de 2017 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.91 – Gráfico de Ferro III da água do rio Doce em Colatina no período de 2017 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.92 – Gráfico de Ferro Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.93 – Gráfico de Fluoreto Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.94 – Gráfico de Fosfato da água do rio Doce em Colatina no período de 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.95 – Gráfico de Fósforo Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.96 – Gráfico de Fósforo Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.97 – Gráfico de Glifosato da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.98 – Gráfico de Gution da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.99 – Gráfico de Heptacloro Epóxido + Heptacloro da água do rio Doce em Colatina no

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.100 – Gráfico de Hexaclorobenzeno da água do rio Doce em Colatina no período de 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.101 – Gráfico de Indeno(1,2,3cd) pireno da água do rio Doce em Colatina no período d

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.102 – Gráfico de Lindano da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.103 – Gráfico de Lítio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2016

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.104 – Gráfico de Lítio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.105 – Gráfico de Magnésio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.106 – Gráfico de Magnésio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.107 – Gráfico de Malation da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.108 – Gráfico de Manganês Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.109 – Gráfico de Manganês Total da água do rio Doce em Colatina no período de 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.110 — Gráfico de Fluoreto Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.111 – Gráfico de MBAS (Surfactantes) da água do rio Doce em Colatina no período de

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.112 – Gráfico de Mercúrio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.113 – Gráfico de Mercúrio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.114 – Gráfico de Metilmercúrio da água do rio Doce em Colatina no período de 2017 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.115 – Gráfico de Metolacloro da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.116 – Gráfico de Metoxicloro da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.117 – Gráfico de Microcistinas da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.118 – Gráfico de Molibdênio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período d

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.119 – Gráfico de Molibdênio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.120 — Gráfico de Nitrogênio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.121 — Gráfico de Nitrogênio (kjeldhal) da água do rio Doce em Colatina no período de

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.122 – Gráfico de Níquel Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.123 – Gráfico de Níquel Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.124 – Gráfico de Nitrato da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.125 – Gráfico de Nitrito da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.126 – Gráfico de Nitrogênio Amoniacal Total da água do rio Doce em Colatina no perío

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.127 – Gráfico de Nitrogênio Orgânico da água do rio Doce em Colatina no período de

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.128 – Gráfico de Odor (campo) Intensidade da água do rio Doce em Colatina no perío

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.129 – Gráfico de Óleos e Graxas Totais da água do rio Doce em Colatina no período d

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.130 – Gráfico de Óleos e Graxas Visíveis da água do rio Doce em Colatina no período

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.131 – Gráfico de Ortofosfato da água do rio Doce em Colatina no período de 2016

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Figura 11.132 – Gráfico de Oxigênio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de

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Figura 11.133 – Gráfico de Paration da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

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Figura 11.134 – Gráfico de PCBs Bifenilas Policloradas da água do rio Doce em Colatina no perí

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Figura 11.135 – Gráfico de Pentaclorofenol da água do rio Doce em Colatina no período de 2012

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Figura 11.136 – Gráfico de pH da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 2018

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Figura 11.137 – Gráfico de Polifosfato da água do rio Doce em Colatina no período de 2017 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.138 – Gráfico de Potássio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.139 — Gráfico de Potássio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015

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Figura 11.140 — Gráfico de Prata Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 20

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Figura 11.141 — Gráfico de Prata Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2

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Figura 11.142 — Gráfico de Resíduos Sólidos Objetáveis da água do rio Doce em Colatina no pe

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.143 — Gráfico de Salinidade (%) da água do rio Doce em Colatina no período de 2013

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Figura 11.144 — Gráfico de Saxitoxinas Totais da água do rio Doce em Colatina no período de 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.145 – Gráfico de Selênio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.146 – Gráfico de Selênio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.147 – Gráfico de Sílica Dissolvida da água do rio Doce em Colatina no período de 201

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Figura 11.148 – Gráfico de Simazina da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.149 – Gráfico de Sódio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.150 – Gráfico de Sódio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.151 – Gráfico de Cloro Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.152 – Gráfico de Sólidos Dissolvidos Totais da água do rio Doce em Colatina no perío

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.153 – Gráfico de Sólidos Sedimentáveis da água do rio Doce em Colatina no período d

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.154 – Gráfico de Sólidos Suspensos da água do rio Doce em Colatina no período de 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.155 – Gráfico de Substâncias que produzem odor da água do rio Doce em Colatina no

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.156 – Gráfico de Sulfato Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.157 – Gráfico de Sulfeto (H2S não dissociado) da água do rio Doce em Colatina no pe

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.158 – Gráfico de Sulfeto Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.159 – Gráfico de Sulfeto Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.160 – Gráfico de Temperatura da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.161 – Gráfico de Temperatura do ar do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.162 – Gráfico de Tetracloreto de Carbono da água do rio Doce em Colatina no período

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.163 – Gráfico de Tetracloroeteno da água do rio Doce em Colatina no período de 2012

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.164 – Gráfico de Tolueno da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.165 – Gráfico de Toxafeno da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.166 – Gráfico de Tributilestanho da água do rio Doce em Colatina no período de 2012

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.167 – Gráfico de Triclorobenzeno (1,2,3TCB + 1,2,4TCB) da água do rio Doce em Col

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.168 – Gráfico de Tricloroeteno da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.169 – Gráfico de Trifluralina da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 20

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.170 – Gráfico de Trihalometanos Totais da água do rio Doce em Colatina no período d

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.171 – Gráfico de Turbidez da água do rio Doce em Colatina no período de 2010 a 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.172 – Gráfico de Urânio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.173 – Gráfico de Vanádio Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.174 – Gráfico de Vanádio Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Figura 11.175 – Gráfico de Xileno da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Protocolada por MARIANGELA DUTRA DE OLIVEIRA em 11/12/2019 18:34:15 (Processo 0135334-09.2015.4.02.5005)


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Figura 11.176 – Gráfico de Zinco Dissolvido da água do rio Doce em Colatina no período de 201

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Protocolada por MARIANGELA DUTRA DE OLIVEIRA em 11/12/2019 18:34:15 (Processo 0135334-09.2015.4.02.5005)


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Figura 11.177 – Gráfico de Zinco Total da água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Protocolada por MARIANGELA DUTRA DE OLIVEIRA em 11/12/2019 18:34:15 (Processo 0135334-09.2015.4.02.5005)


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446

Estas folhas constituem Parte do Laudo Pericial acostado aos autos n. 0135334-09.2015.4.02.5005 e
devem ser consideradas na completude do documento.

1.1 QUESITOS DA RÉ – SANEAR

1.1.1 Quesito 34 (a1 Sanear)

Foram realizados testes para avaliar o tratamento antes de se iniciar a distribuição


de água tratada?

Sim, foram realizados testes para avaliar o tratamento da água antes da distribuição da
água à população de Colatina.

Para responder este quesito será apresentado inicialmente os testes realizados para o
reinício da operação das ETA após a passagem da pluma e em seguida o atendimento à
Portaria nº 2.914/2011, para a avaliação do tratamento efetuado na saída do tratamento.

No caso dos testes realizados para o reinício da operação das ETA após a passagem da
pluma, foi utilizado o documento intitulado “Relatório de testes realizados para
reestabelecimento das condições de operação na ETA de Colatina”, fornecido pela
Samarco (fls 7023 a 7026).

O documento descreve os procedimentos adotados nos testes realizados no período de


19 a 21 de novembro de 2015 e baseados na utilização de Tanfloc SG como
floculante/coagulante.

Primeiramente foram realizados testes em laboratório para definir a melhor dosagem do


Tanfloc SG a partir da avaliação da turbidez. Foram testadas dosagens de 10, 20, 30, 40
50 e 60 mg/L. O melhor resultado de 4,9 NTU de turbidez, após processo de coagulação
e sedimentação, foi obtido com a dosagem de 60 mg/L (maior que a dosagem definida
pelo fabricante, Quesito 24), usando água bruta com uma turbidez de 2.970 NTU.

Protocolada por MARIANGELA DUTRA DE OLIVEIRA em 11/12/2019 19:20:06 (Processo 0135334-09.2015.4.02.5005)


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447

Após os testes laboratoriais, foi realizada uma avaliação em escala piloto na ETA Ifes
Itapina. Segundo o relatório, foi alcançado um nível de turbidez, na água tratada, menor
que 5 NTU que é o valor máximo permitido pela Portaria 2.914/2011 (BRASIL, 2011;
BRASIL, 2017). A turbidez obtida após decantação e filtragem foi de 0,2 NTU (água bruta
2.470 NTU), mas não foi informada a dosagem aplicada neste teste.

O terceiro e último teste foi realizado na ETA II, avaliando o tratamento em escala real. A
turbidez da água bruta (3.640 NTU) foi reduzida pelo tratamento para 0,4 NTU, água
filtrada, sendo menor que o valor estabelecido pela portaria. Neste caso, também não foi
informado a dosagem de TANFLCO SG. A água tratada neste teste foi submetida a uma
análise química e os laudos da análise foram avaliados pelo Professor Dr. Marcelo
Libânio (Parecer, fls 7029) e pelo Professor Dr. Eduardo von Sperling (Parecer, fls 7030),
ambos professores da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais.

Os dois pareceres baseiam-se nos laudos da Cesan (12 parâmetros, Ensaio nº 50559) e
do laboratório Limnos (15 parâmetros, Ensaio nº 14306) e ambos consideraram a água
adequada para consumo pela população mesmo que o valor encontrado para Manganês
tenha ultrapassado o valor máximo permitido (VMP) pela portaria. As justificativas de
cada avaliador são relatadas em seguir.

Professor Dr. Marcelo Libânio:


Para ambas análises o único parâmetro cuja concentração foi superior ao
recomendado pela mencionada Portaria 2914 foi o manganês (140 ug/L e 150
ug/L, enquanto o limite é 100 ug/L). Todavia, nestas concentrações o manganês
não causa danos à saúde. Corrobora esta afirmativa o fato do padrão de
potabilidade brasileiro que vigorou até 1993 (Portaria 56/1977) estabelecer limite
de 500 ug/L para concentração de manganês.

Professor Dr. Eduardo Von Sperling:


Para este elemento químico, que não apresenta características tóxicas e que não
consta da lista de substâncias químicas que representam risco à saúde, conforme
estabelecido pela mesma Portaria, foram registradas, respectivamente,
concentrações de 0,15 mg/L e 0,14 mg/L, ligeiramente superiores ao limite de 0,1
mg/L determinado pela legislação. Além de tais valores não proporcionarem
qualquer agravo à saúde do consumidor, eles encontram respaldo no Artigo 39,
alínea 4, da referida Portaria, onde admite-se teores superiores para ferro e

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manganês, desde que o metal esteja complexado com produtos químicos de


baixo risco à saúde e que os outros parâmetros não tenham sido violados,
fixando-se, nestes casos, um limite máximo de 0,4 mg/L para a concentração de
manganês total.

Cabe informar que os dois pareceres apresentam a data de 26 de novembro de 2015 e


que a retomada de operação das ETA de Colatina ocorreu no dia 25 de novembro de
2015.

A Samarco disponibilizou o laudo analítico da Cesan (fls 7027 a 7028). Observa-se que
os limites de detecção informados no laudo para arsênio, cádmio, mercúrio e selênio são
iguais aos respectivos valores máximos permitidos (VMPs) da Portaria 2914/2011. No
caso de chumbo e níquel, o limite de detecção informado é maior que o VMP.

Considerando a realização dos testes com base no que estabelece a Portaria nº


2.914/2011 (BRASIL, 2011; BRASIL, 2017), o monitoramento de alguns parâmetros não
atendeu ao especificado na Portaria e os detalhes encontram-se apresentados no
Quesito 14, nas Tabelas 14.1, 14.3 e 14.5 para a Saída do Tratamento.

Cabe destacar que a Portaria define o monitoramento da água tratada na Saída do


Tratamento e na Rede de Distribuição, no entanto, para responder este quesito foi
considerado apenas a Saída do Tratamento, por entender que este é o momento de
monitoramento antes da distribuição da água tratada. Ressalta-se ainda que foram
utilizados dados disponibilizados pela Samarco e pelo Sanear.

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449

1.1.2 Quesito 35 (a2 Sanear)

Quantas análises foram apresentadas pelo Sanear para confirmação da qualidade


da água tratada?

Para consolidação da resposta a este quesito, serão apresentadas as quantidades de


análises realizadas pelo Sanear, considerando condições definidas pela Portaria GM/MS
nº 2.914/2011 (BRASIL, 2011; BRASIL, 2017) das análises na Saída do Tratamento e na
Rede de Distribuição. Ressalta-se que foram utilizados dados encaminhados apenas pelo
Sanear.

As informações contidas na Tabela 35.1 foram extraídas das Planilhas de Controle


Operacional e do Relatório Técnico fornecidos pelo Sanear (fls 4.698 e 6.552). Os dados
da Tabela 35.2 foram extraídos do Controle das Redes de Distribuição fornecido pelo
Sanear (fls 6.552). Já a Tabela 35.3 foi produzida a partir dos laudos laboratoriais
fornecidos pela Sanear (fls 4.698). Na Tabela 35.1 é apresentada a quantidade de
amostras utilizadas para determinação de Exames Bacteriológicos. No entanto, nos
documentos utilizados para levantamento dos dados, não foi informado os
microrganismos analisados.

O período utilizado para consolidação da resposta deste quesito na Saída do Tratamento


foi de novembro de 2015 (18/11/2015), pós passagem da pluma pelo município de
Colatina, até setembro de 2018 que foi a data final de apresentação dos dados de
parâmetros monitorados e que foram disponibilizados aos Peritos. Para 2015, no caso
dos parâmetros que são monitorados com frequência semestral, foi considerado no
levantamento todo o segundo semestre e os trimestrais foi considerado o quarto
trimestre. Já para a Rede de Distribuição os dados disponíveis foram de 2016 a 2018.
Em 2016 somente foram fornecidas informações referentes aos meses de maio, junho,
julho e outubro, sendo assim não foi possível avaliar o cumprimento mensal dos demais
meses deste ano. Em 2017 e 2018 foram fornecidas informações apenas dos meses de
março, abril, maio, junho e julho. Os demais meses não puderam ser analisados.

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Tabela 35.1– Número total de amostras analisadas na Saída do Tratamento das ETA I, II e IV, entre 11/1
ETA I ETA II E
Parâmetro
2015 2016 2017 2018 2015 2016 2017 2018 2015 2016
Turbidez 2179 8710 8701 5801 2165 8717 8651 5813 2135 7762
pH 2179 8710 8701 5801 2165 8717 8651 5813 2135 7762
Cloro residual livre 2179 8710 8701 5801 2165 8717 8651 5813 2135 7762
Fluoreto 86 498 548 957 170 690 204 775 136 502
Cor 173 744 733 1110 274 1132 1169 1332 54 234
Exames bacteriológicos 173 717 733 488 274 1142 1169 783 136 502
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: Período de monitoramento: 11/15 a 08/18, pós passagem da pluma.

Tabela 35.2– Número total de amostras analisadas na rede de distribuição das ETA I, II e IV
ETA I ETA II ET
Parâmetro
2016 2017 2018 2016 2017 2018 2016 20

Cloro residual 267 333 317 389 489 447 79 1

Fluoreto 96 50 58 118 63 64 35 2

pH 267 333 317 389 489 447 79 1

Turbidez 267 333 317 389 489 447 79 1

Cor 267 333 317 389 489 447 79 1

Coliformes totais 267 332 317 389 489 447 78 1

E. coli 267 332 317 389 489 447 78 1

Bactérias heterotróficas 55 65 56 61 75 62 16 2
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: Período de monitoramento: 11/15 a 08/18, pós passagem da pluma.

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Tabela 35.3 – Número total de amostras analisadas na Saída do Tratamento das ETA I, II e IV

ETA I ETA II
Parâmetro
2015 2016 2017 2018 2015 2016 2017 2018 2015
AGROTÓXICO
2,4-D + 2,4,5-T (µg/l) 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Alaclor (μg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Aldicarbe + Aldicarbesulfona
0 3 2 1 0 3 2 1 1
+Aldicarbesulfóxido (µg/l)
Aldrin + Dieldrin (μg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Atrazina (μg/L) 0 0 2 1 0 0 2 1 1
Carbendazim + Benomil (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Carbofurano (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Clordano (μg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Clorpirifos + Clorpirifos-oxon (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
DDT (p,p’DDT + p,p’DDE + p,p’DDD) (μg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Diuron (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Endossulfan (alfa,beta e sulfato) (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Endrin (μg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Glifosato + AMPA (μg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Lindano (gama-HCH) (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Mancozebe (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Metamidofos (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Metolacloro (μg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Molinato (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Parationa Metilica (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Pendimetalina (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Permetrina (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Profenofos (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Simazina (μg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Tebuconazol (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1

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Tabela 35.3 – Número total de amostras analisadas na Saída do Tratamento das ETA I, II e IV

ETA I ETA II
Parâmetro
2015 2016 2017 2018 2015 2016 2017 2018 2015
Terbufos (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Trifluralina (μg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
CIANOTOXINA
Microcistinas (μg/L) 1 4 4 3 1 4 4 3 1
Saxitoxinas (µg equivalente STX/L) 1 4 4 3 1 4 4 3 2
PRODUTOS SECUNDÁRIOS DA DESINFECÇÃ
2,4,6-Triclorofenol (mg/L) 0 4 4 3 0 4 4 3 1
Acidos haloaceticos totais (mg/L) 0 4 4 3 0 4 4 3 1
Bromato (mg/L) 0 4 4 3 0 4 4 3 1
Cloramina total (mg/L) 0 4 4 3 0 4 4 3 1
Clorito (mg/L) 0 4 4 3 0 4 4 3 1
Cloro residual livre) (mg/L Cl) 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Trihalometanos Totais (mg/L) 0 4 4 3 0 4 4 3 1
INORGÂNICO
Antimônio (mg/L Sb) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Arsênio (mg/L As) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Bário (mg/L Ba) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Cádmio (mg/L Cd) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Chumbo (mg/L Pb) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Cianeto (mg/L CN) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Cobre (mg/L Cu) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Cromo (mg/L Cr) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Fluoreto (mg/L F) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Mercúrio (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Níquel (mg/L Ni) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Nitrato (como N) (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1

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Tabela 35.3 – Número total de amostras analisadas na Saída do Tratamento das ETA I, II e IV

ETA I ETA II
Parâmetro
2015 2016 2017 2018 2015 2016 2017 2018 2015

Nitrito (como N) (mg/) 0 3 2 1 0 3 2 1 1


Selênio (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Urânio total (mg/L U) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
MICROBIOLÓGICO

Coliformes totais (Ausência/Presença) 0 0 0 0 0 0 0 0 1


Escherichia coli (Ausência/Presença) 0 0 0 0 0 0 0 0 1
ORGÂNICO
1,1-Dicloroeteno (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
1,2-Dicloroetano (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
1,2-Dicloroeteno-Cis+trans (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Acrilamida (μg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Benzeno (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Benzo(a)pireno (μg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Cloreto de metileno ou Diclorometano(µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Cloreto de vinila (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
di (2-etilhexil) ftalato (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Estireno (μg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Pentaclorofenol (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Tetracloreto de carbono (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Tetracloroeteno (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Triclorobenzenos (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1

Tricloroeteno (µg/l) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
ORGANOLÉPTICO
1,2-Diclorobenzeno (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1

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Tabela 35.3 – Número total de amostras analisadas na Saída do Tratamento das ETA I, II e IV

ETA I ETA II
Parâmetro
2015 2016 2017 2018 2015 2016 2017 2018 2015
1,4-Diclorobenzeno (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Alumínio (mg/L) 0 0 2 0 0 0 2 0 1
Amônia (como NH3) (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 0
Cloreto (mg/L Cl) 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Clorobenzeno ou Monoclorobenzeno (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Cor aparente (uH) 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Dureza Total (mg/L) 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Etilbenzeno (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Ferro (mg/L) 0 0 2 0 0 0 2 0 1
Gosto e Odor (Intensidade) 0 4 4 3 0 4 4 3 1
Manganês (mg/L) 0 0 2 0 0 0 2 0 1
Sódio (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Sólidos dissolvidos totais (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Sulfato total (mg/L SO4) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Sulfeto (H2S não dissociado) ou Sulfeto de Hidrogênio
0 0 0 0 0 3 2 1 1
(mg/L S)
Surfactantes (como LAS) (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Tolueno (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Turbidez (uT) 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Xileno (mg/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Zinco total (mg/L Zn) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
RADIOATIVIDADE
Radioatividade alfa (Bq/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Radioatividade beta (Bq/L) 0 3 2 1 0 3 2 1 1
OUTROS
Bacterias heterotroficas (UFC/100ml) 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Cianeto Livre (mg/L) 0 3 2 0 0 3 2 0 0
Cilindrospermopsinas (µg/L) 1 4 4 3 1 4 4 3 1

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Tabela 35.3 – Número total de amostras analisadas na Saída do Tratamento das ETA I, II e IV

Parâmetro ETA I ETA II


2015 2016 2017 2018 2015 2016 2017 2018 2015
Condutividade (µS/cm) 0 0 0 0 0 0 0 0 0
pH 0 3 2 1 0 3 2 1 1
Sulfeto dissolvido (mg/L) 0 3 2 1 0 0 0 0 1
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: Período de monitoramento: 11/15 a 08/18, pós passagem da pluma.

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1.1.3 Quesito 36 (a3 Sanear)

Foram realizadas análises periódicas da água tratada?

Sim, foram realizadas análises periódicas da água tratada, mas algumas questões devem
ser destacadas, como já apresentado no Quesito 14.

As análises periódicas da água tratada devem ser baseadas no que estabelece a Portaria
2914/2011(BRASIL, 2011; BRASIL, 2017), em seus anexos XI, XII e XIII que apresenta
a frequência de monitoramento e o número de amostras para o controle da qualidade da
água de sistema de abastecimento. No Anexo XI, é apresentada a frequência de
monitoramento de cianobactérias no manancial de abastecimento de água; no Anexo XII
o número mínimo de amostras e frequência para o controle da qualidade da água de
sistema de abastecimento, para fins de análises físicas, químicas e de radioatividade, em
função do ponto de amostragem, da população abastecida e do tipo de manancial, tanto
para Saída do Tratamento, quanto para a Rede de Distribuição; e, no Anexo XIII, o
número mínimo de amostras mensais para o controle da qualidade da água de sistema
de abastecimento, para fins de análises microbiológicas, em função da população
abastecida.

No entanto, em todas as ETA, o monitoramento de alguns parâmetros não atendeu ao


especificado nestes Anexos. Para vários parâmetros, a frequência de monitoramento
está em conformidade com a legislação se considerados todos os laudos fornecidos por
Sanear e Samarco conjuntamente. Contudo, considerando exclusivamente os laudos
encomendados e fornecidos pelo Sanear, diversos parâmetros não atenderam à
frequência estabelecida pela Portaria 2914/2011, como por exemplo: atrazina, alumínio,
cloreto, coliformes totais, cor aparente, dureza total, Escherichia coli, ferro, manganês e
sulfeto de hidrogênio.

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1.1.4 Quesito 37 (a4 Sanear)

Qual frequência a Portaria 2914/2011 exige que sejam realizados os exames


completos e qual foi a frequência de monitoramento praticada pelo Sanear?

A Portaria GM/MS nº 2.914/2011 (BRASIL, 2011; BRASIL, 2017) estabelece em seus


Anexos XI, XII e XIII a frequência de monitoramento e o número de amostras para o
controle da qualidade da água de sistema de abastecimento. No Anexo XI é apresentada
a frequência de monitoramento de cianobactérias no manancial de abastecimento de
água; no Anexo XII o número mínimo de amostras e frequência para o controle da
qualidade da água de sistema de abastecimento, para fins de análises físicas, químicas
e de radioatividade, em função do ponto de amostragem, da população abastecida e do
tipo de manancial, tanto para Saída do Tratamento, quanto para a Rede de Distribuição;
e, no Anexo XIII, o número mínimo de amostras mensais para o controle da qualidade da
água de sistema de abastecimento, para fins de análises microbiológicas, em função da
população abastecida.

Dessa forma, cabe destacar que não basta reproduzir apenas a frequência exigida pela
Portaria, pois ela também define o número de amostras que deve ser analisado. Quando
se trata do monitoramento na Rede de Distribuição, Anexo XII, o número de amostras é
variável, por ser função da população atendida.

O período utilizado para consolidação da resposta deste quesito na Saída do Tratamento


foi de novembro de 2015 (18/11/2015), pós passagem da pluma pelo município de
Colatina, até setembro de 2018 que foi a data final de apresentação dos dados de
parâmetros monitorados e que foram disponibilizados aos Peritos. Para 2015, no caso
dos parâmetros que são monitorados com frequência semestral, foi considerado no
levantamento, todo o segundo semestre e os trimestrais foi considerado o quarto
trimestre. Já para a Rede de Distribuição os dados disponíveis foram de 2016 a 2018.
Em 2016 somente foram fornecidas informações referentes aos meses de maio, junho,
julho e outubro, sendo assim não foi possível avaliar o cumprimento mensal dos demais

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458

meses deste ano. Em 2017 e 2018 foram fornecidas informações apenas dos meses de
março, abril, maio, junho e julho. Os demais meses não puderam ser analisados.

Nos quadros a seguir são apresentadas as condições estabelecidas pela Portaria GM/MS
n° 2914/2011 e as praticadas pelo Sanear. No Quadro 37.1 são apresentadas algumas
orientações contidas no corpo do texto da Portaria GM/MS n° 2914/2011 e o praticado
pelo Sanear. E, no Quadro 37.2 e 37.3 as condições de monitoramento estabelecidos
nos Anexos XI, XII e XIII da Portaria e o praticado pelo Sanear.

Para o Quadro 37.2 das 19 das substâncias com frequência de monitoramento semestral
constantes do Anexo X da Portaria 2914/2011, o Sanear não atendeu à periodicidade
exigida para 6 parâmetros na ETA II e 7 nas ETA I e IV. Ainda no Quadro 37.2 ressalta-
se que os parâmetros microbiológicos, que constam na Portaria como coliformes totais e
E. coli foram considerados como não realizados pois não foi fornecida informação que
permita aos Peritos concluir que tais análises tenham sido avaliadas. Contudo, consta no
Relatório Técnico fornecido pelo Sanear (Fls 4698) a realização de “Exames
Bacteriológicos” com frequência semanal de 61 amostras na ETA I, 98 amostras na ETA
II e 20 amostras na ETA IV.

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Quadro 37.1 – Orientações contidas no corpo do texto da Portaria GM/MS n° 2914/2011 e o desenvolvid
Orientações contidas na Portaria 2914/2011 Desenvolvido p
Art. 28 define que a determinação de bactérias heterotróficas deve ser realizada como um dos
parâmetros para avaliar a integridade do sistema de distribuição (reservatório e rede).
A quantidade de amostras pa
§ 1º A contagem de bactérias heterotróficas deve ser realizada em 20% (vinte por cento) das
heterotrófica está apresentada
amostras mensais para análise de coliformes totais nos sistemas de distribuição (reservatório e
rede).
Capítulo VI, Art. 40, os responsáveis pelo controle da qualidade da água de sistemas de
abastecimento de água para consumo humano, supridos por manancial superficial e subterrâneo,
devem coletar amostras semestrais da água bruta, no ponto de captação, para análise de acordo • Como apresentado
com os parâmetros exigidos nas legislações específicas, com a finalidade de avaliação de risco à Clorofila-a recomend
saúde humana. potencial aumento
cianobactérias e,
• § 2° Em complementação ao monitoramento do Anexo XI desta Portaria, recomenda-se a
encaminhados, a Clo
análise de clorofila-a no manancial, com frequência semanal, como indicador de potencial
forma variável, send
aumento da densidade de cianobactérias.
mensal.
• § 3° Quando os resultados da análise prevista no § 2° deste artigo revelarem que a
• Em jan/2017 uma a
concentração de clorofila-a em duas semanas consecutivas tiver seu valor duplicado ou
excedeu a densidade
mais, deve-se proceder nova coleta de amostra para quantificação de cianobactérias no
captação da ETA IV
ponto de captação do manancial, para reavaliação da frequência de amostragem de
foram amostradas co
cianobactérias.
• As cianotoxinas
• § 4° Quando a densidade de cianobactérias exceder 20.000 células/ml, deve-se realizar
monitoradas na água
análise de cianotoxinas na água do manancial, no ponto de captação, com frequência
sempre com valo
semanal.
detectável, mas foram
• § 5° Quando as concentrações de cianotoxinas no manancial forem menores que seus
água tratada, saída
respectivos VMPs para água tratada, será dispensada análise de cianotoxinas na saída do
uma vez por mes.
tratamento de que trata o Anexo XII desta Portaria. (maioria dos resultados com valores
abaixo do valor detectável)
No Art. 41, os responsáveis pelo controle da qualidade da água de sistema de abastecimento de
água para consumo humano devem elaborar e submeter para análise da autoridade municipal de
• Não foi apresentado
saúde pública, o plano de amostragem de cada sistema, respeitando os planos mínimos de
para os sistemas.
amostragem expressos nos Anexos XI, XII e XIII.
• Foram efetuadas me
• § 2º No número mínimo de amostras coletadas na rede de distribuição, previsto no Anexo
cloro residual livre
XII, não se incluem as amostras extras (recoletas).
coletadas para anális
• § 3º Em todas as amostras coletadas para análises microbiológicas, deve ser efetuada
• Não foi apresentado
medição de turbidez e de cloro residual livre ou de outro composto residual ativo, caso o
para os parâmetros d
agente desinfetante utilizado não seja o cloro.
• § 5º O plano de amostragem para os parâmetros de agrotóxicos deverá considerar a
avaliação dos seus usos na bacia hidrográfica do manancial de contribuição, bem como a
sazonalidade das culturas.
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Quadro 37.2 – Monitoramento especificado na Portaria GM/MS n° 2914/2011 e realizado pelo Sanear
Tratamento e no manancial (cianobactéria) – ETA I, ETA II, ETA IV

No de amostras e No de amostras e frequência de monitoramento realizada pelo


frequência da Portaria
ETA I ETA II
Parâmetro 2914/2011
No de o
N de o
N de No de
Frequência Frequência Frequência
amostras amostras amostras amostras
1 1 Em torno de
Diária Diária
(até jun/2018) (até jun/2018) (até jun/201
A cada 2
Cor 1 Em torno de
horas 1 (a partir de 1 (a partir de
A cada 2 horas A cada 2 horas (a partir de
jul/2018) jul/2018)
jul/2018)
A cada 2
Turbidez 1 1 A cada 1 hora 1 A cada 1 hora 1
horas
Cloro residual A cada 2
1 1 A cada 1 hora 1 A cada 1 hora 1
livre horas
A cada 2
pH 1 1 A cada 1 hora 1 A cada 1 hora 1
horas
2 Diária 2 Diária 2
A cada 2 (até (manhã e (até (manhã e (até
Fluoreto 1 11/jun/2018) trade) 31/mai/2018) trade) 10/jun/2018
horas
1 A cada 2 horas 1 A cada 2 horas 1
Variável com Variável com
Gosto e odor 1 Trimestral 1 média 1 média 1
Trimestral Trimestral

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Quadro 37.2– Monitoramento especificado na Portaria GM/MS n° 2914/2011 e realizado pelo Sanear
Tratamento e no manancial (cianobactéria) – ETA I, ETA II, ETA IV

No de amostras e No de amostras e frequência de monitoramento realizada pelo


frequência da Portaria
ETA I ETA II
Parâmetro 2914/2011
No de N deo
N deo
No de
Frequência Frequência Frequência
amostras amostras amostras amostras

Cianobactéria ≤ 10.000
Mensal (com Mensal (com
s células/mL
exceção de exceção de
(este (mensal) e >
1 1 novembro e 1 novembro e 1
parâmetro é 10.000
dezembro de dezembro de
monitorado células/mL
2015) 2015)
no manancial) (semanal)

Semanal
quando nº
de Variável com Variável com
Cianotoxinas 1 cianobactéri 1 média 1 média 1
as > ou = Trimestral Trimestral
20.000
células/m L
Produtos
Variável com Variável com
secundários
1 Trimestral 1 média 1 média 1
da
Trimestral Trimestral
desinfecção
Substâncias
1 Semestral 1 Semestral 1 Semestral 1
Inorgânicas
Substâncias
1 Semestral 1 Semestral 1 Semestral 1
Orgânicas
Agrotóxicos 1 Semestral 1 Semestral 1 Semestral 1

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Quadro 37.2– Monitoramento especificado na Portaria GM/MS n° 2914/2011 e realizado pelo Sanear
Tratamento e no manancial (cianobactéria) – ETA I, ETA II, ETA IV

No de amostras e No de amostras e frequência de monitoramento realizada pelo


frequência da Portaria
ETA I ETA II
Parâmetro 2914/2011
No de N deo
N deo
No de
Frequência Frequência Frequência
amostras amostras amostras amostras
Semestral
(exceto os Semestral
parâmetros (exceto os
alumínio, parâmetros
cloreto, cor alumínio,
Padrão aparente, cloreto, cor
Organoléptico dureza total, aparente,
1 Semestral 1 1 1
de ferro, dureza total,
Potabilidade manganês e ferro e
sulfeto de manganês,
hidrogênio, que não foram
que não foram monitorados
monitorados regularmente)
regularmente)
Radioatividad
1 Semestral 1 Semestral 1 Semestral 1
e

Microbiológic
2 Semanal 1 Não realizado 1 Não realizado 1
os

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)


Nota: 1. Em 2018 os dados apresentados foram variáveis e estão no período entre janeiro e setembro.
2. Em 2015, para os parâmetros monitorados com frequência semestral, foi considerado no levantamento das informa
semestre e os trimestrais foi considerado o quarto trimestre.

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Quadro 37.3 – Monitoramento especificado na Portaria GM/MS n° 2914/2011 e realizado pelo Sanear
Distribuição – ETA I, ETA II, ETA IV
Número de amostras / mês
Monitoramento Sanear
Parâmetro Portaria 2016 2017
2914/2011
Mai. Jun. Jul. Out. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Mar. A

ETA I - População abastecida 45.000 hab.


Cor 10 67 66 67 67 66 67 66 67 67 67 6
Turbidez 53 67 66 67 67 66 67 66 67 67 67 6
Cloro residual livre 53 67 66 67 67 66 67 66 67 67 67 6
Coliformes totais 53 67 66 67 67 66 67 65 67 67 67 6
E. coli 53 67 66 67 67 66 67 65 67 67 67 6
Bactérias heterotróficas 11 14 14 14 13 13 13 13 13 13 12 1
ETA II - População abastecida 60.000 hab.
Cor 12 98 95 98 98 98 98 98 97 98 95 9
Turbidez 60 98 95 98 98 98 98 98 97 98 95 9
Cloro residual livre 60 98 95 98 98 98 98 98 97 98 95 9
Coliformes totais 60 98 95 98 98 98 98 98 97 98 95 9
E. coli 60 98 95 98 98 98 98 98 97 98 95 9
Bactérias heterotróficas 12 16 15 15 15 15 15 15 15 15 13 1
ETA IV - População abastecida 6.000 hab.
Cor 10 20 19 20 20 20 20 20 20 20 20 2
Turbidez 12 20 19 20 20 20 20 20 20 20 20 2
Cloro residual livre 12 20 19 20 20 20 20 20 20 20 20 2
Coliformes totais 12 20 19 19 20 20 20 20 20 20 20 2
E. coli 12 20 19 19 20 20 20 20 20 20 20 2
Bactérias heterotróficas 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Nota: (*) As células destacadas apresentam quantidade de amostras inferior ao requerido pela Portaria.

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1.1.5 Quesito 38 (a5 Sanear)

Existem outros laudos com resultados diferentes dos apresentados pelo


Sanear?

Existem laudos de monitoramento realizados pelo Sanear e pela Samarco, na


saída das estações de tratamento de água de Colatina. Entretanto, o
monitoramento não foi realizado ao mesmo tempo na maioria dos casos, o que
impossibilita avaliar se houve diferença nos resultados. Nos poucos dias
coincidentes, onde há valores acima do limite de detecção do equipamento, não
há diferença significativa entre os resultados apresentados.

A Tabela 38.1 apresenta o período de monitoramento e o número de laudos


fornecidos, nos autos do processo, pelas Instituições Sanear e Samarco.

Tabela 38.1 – Monitoramento de água tratada por empresa, período de


monitoramento e número de laudos e estação de tratamento
Últimos Número de
Primeiros laudos
ETA Empresa laudos laudos
fornecidos
fornecidos fornecidos
Sanear 04/06/2012 16/09/2018 33
I
Samarco 04/01/2016 04/09/2018 339
Sanear 06/06/2012 04/09/2018 36
II
Samarco 17/11/2015 21/09/2018 419
Sanear 09/12/2013 04/09/2018 25
IV
Samarco 17/11/2015 15/04/2018 340
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

De acordo com os laudos apresentados, o Sanear trabalhou apenas com o


laboratório Tommasi em todo o período de monitoramento e a Samarco
trabalhou com três laboratórios, quais sejam: Tommasi, Limnos, Merieux.

Para a maioria dos parâmetros, a Samarco inicia o monitoramento com o


laboratório Tommasi. Em alguns dias de dezembro de 2015 e maio de 2016, o
responsável pelo monitoramento foi o laboratório Limnos, voltando em seguida
para o laboratório Tommasi. A partir de maio de 2018, o monitoramento passou
a ser realizado pelo laboratório Merieux.

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A Figura 38.1 apresenta o parâmetro Ácidos haloacéticos totais (mg/L) ilustrando as informaçõe

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Os laudos do laboratório Tommasi, apresentados pelo Sanear e pela Samarco,


registram alterações no limite de detecção (LD), indicando que houve alguma
mudança na metodologia e/ou equipamento ao longo do período de análise. As
situações ocorridas são exemplificadas a seguir:

• LD muda de um valor mais restritivo para um menos restritivo – como exemplo,


pode-se observar o parâmetro Nitrato (mg/L) na Tabela 38.2 em anexo, onde o LD
passa de <0,05 para <0,23 em set/2016.

• LD muda de um valor menos restritivo para um valor mais restritivo – como


exemplo, pode-se observar o parâmetro Alaclor (μg/L) na Tabela 38.3 em anexo,
onde o LD passa de <1 para <0,1 em nov./2017.

• LD com três variações ao longo do período – como exemplo, pode-se observar o


parâmetro Atrazina (μg/L) na Tabela 38.4 em anexo, onde o LD inicia em <0,2
passando em 06/2016 para < 0,1 e em 11/2017 para < 0,5.

Dos parâmetros monitorados pelo laboratório Limnos, aproximadamente 25%


apresentaram LD coincidente com o VMP da Portaria 2914/11, como pode ser
exemplificado pelo parâmetro Ácidos haloacéticos totais (mg/L), na Tabela 38.5 em
anexo, onde o LD é <0,08. Outra situação relacionada a este laboratório está no fato
do LD para o parâmetro Turbidez ter sido apresentado como sendo <1,26 superior ao
VMP da Portaria 2914/11 que é de 0,5 uT, como observado na Tabela 38.6.

Esta condição foi observada em praticamente todos os parâmetros. Ao longo do


tempo percebe-se alteração no Limite de Detecção (LD) utilizado pelos laboratórios.
Por exemplo, no caso do parâmetro 1,1-Dicloroeteno a Tommasi começa o
monitoramento com um LD <1, já a Limnos trabalha com LD<2, quando a Tommasi
retoma o monitoramento também utiliza o LD<2 e quando a Merieux inicia o
monitoramento volta para o LD<1.

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1.1.6 Quesito 39 (a6 Sanear)

O Tanfloc é utilizado por outras empresas de tratamento de água? Há quanto


tempo estes utilizam o Tanfloc? Foi observado algum tipo de alterado na saúde
da população abastecida por estes sistemas?

Em levantamento com a Empresa Tanac, fabricante do Tanfloc SG, verificou-se


empresas de abastecimento de água para as quais ela fornece o Tanfloc para o fim
de uso nas ETA. Em resposta à provocação, 01 de novembro de 2018 (fls 5603), a
Tanac informa:

“[...] informamos que até a presente data se desconhece fornecimento do floculante a


empresas de abastecimento de água dentro da bacia do rio Doce.”

Além disso, não informa que fornece para outras empresas localizadas fora da bacia
do rio Doce. Mas, no contexto de eficiência do Tanfloc SG, forneceu aos peritos um
artigo científico publicado em congresso (fls 5615 a 5631) que serviu para
identificação da empresa Comusa – Serviço de Água e Esgoto de Novo Hamburgo
como usuário deste produto na sua ETA.

Provocada, (fls 6794) a COMUSA informa que utilizou o Tanfloc SG desde 2001,
permanecendo até outubro de 2015 como floculante principal e depois apenas como
auxiliar, em caso de necessidade.

Conforme documentado da Secretaria Municipal de Saúde de Novo Hamburgo (fls


6805-6814), a Comusa apresentou documentos do Tanfloc e de outros produtos
químicos para a secretaria em acordo com a legislação pertinente com o envio da
documentação preconizada na Nota Informativa N° 157/DSAST/SVS/MS/2014
(LARS, CBRS e Declas), datados de 2019. No mesmo ofício, a Secretaria informa
ainda, por intermédio da Vigilância Sanitária, o desconhecimento de estudos que
atestam a segurança do uso do produto Tanfloc no tratamento de água.

Na busca por outros usuários de Tanfloc em estações de abastecimento de água, foi


realizado um levantamento bibliográfico com as palavras chave “uso”, “utilização”,

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“ETA” e “Tanfloc”. As publicações encontradas apresentam resultados sobre testes


realizados com o Tanfloc SG, mas nenhuma confirma a utilização rotineira, exceto a
publicação da equipe da Comusa de Novo Hamburgo, mencionada anteriormente.

Além disso, segundo o relatório da Samarco intitulado “Relatório da Célula de


Governador Valadares – Ações realizadas em Governador Valadares e região” (fls
5160-5161), o Tanfloc foi utilizado em diversas estações da região de Governador
Valadares em decorrência da contaminação do rio Doce pelo rejeito da barragem do
Fundão da Samarco.
Um levantamento bibliográfico realizado com as palavras chave “uso”, “utilização”,
“ETA”, “Tanfloc”, “água potável” e “saúde” não identificou qualquer estudo e/ou
monitoramento das condições de saúde da população que tenha sido abastecida com
água tratada com Tanfloc.

Tais estudos são essenciais, principalmente em se tratando deste


floculante/coagulante cuja obtenção ocorre pela mistura do tanino extraído, de cloreto
de amônio e de formaldeído, em meio ácido, conforme descrito no Quesito 24. O
Formaldeído é uma substância reconhecidamente prejudicial à saúde humana e a sua
presença em dosagem segura na água tratada com Tanfloc é garantida pela dosagem
do próprio coagulante/floculante, que não deve ultrapassar a DMU de 10mg/L, como
explicado no Quesito 25.

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1.1.7 Quesito 40 (a7 Sanear):

O Tanfloc® possui resíduos que causam comprovadamente malefícios à saúde?

Sim, o Tanfloc SG, um tanato quaternário de amônia, possui resíduos de formaldeído


que é uma substância tóxica e pode causar malefícios à saúde dependendo do nível
de exposição. Dentre os efeitos tem-se: perda de peso e neoplasias, sendo esta
substância classificada como grupo I pela IARC, como carcinogênico, tumorogênico e
teratogênico (WHO, IRIS-EPA).

A origem destes resíduos é a própria síntese do produto que, segundo a patente


nºUS6.478.986B1(LAMB e DECUSATI, 2002) e a publicação de Mangrich et al.
(2014), é uma reação Mannich numa mistura do tanino (extraído da casca da acácia
negra), de cloreto de amônio e de formaldeído em meio ácido.

É normal que reações químicas não sejam completas e deixem resíduos dos
reagentes, que podem ser retirados por processos de refinação ou deixados no
produto conforme a necessidade do uso do mesmo. No caso de Tanfloc SG, não foram
encontrados relatos sobre mais um passo de refinação do produto após a reação
química.

A presença de formaldeído no Tanfloc SG foi confirmada nos laudos de análise


conforme ABNT NBR n° 15.784/2014 que exige a determinação dessa substância,
além de outros parâmetros, em tanato quaternário de amônia. O laudo do estudo nº
4201-PQT53-062-17 de 04/04/2017; (Fls 5606 a 5613) e o laudo do estudo nº 3343-
PQT53-158-15 de 28/05/2015; (Fls 6764 a 6771) relatam concentrações de 0,09mg/L
e 0,06mg/L de formaldeído, respectivamente. Estes níveis são menores que a
concentração de impureza permissível por produto (CIPP) que no caso de formaldeído
é de 0,1 mg/L. Esses laudos foram a base para emissão da comprovação de baixo
risco à saúde (CBRS). Entretanto, essas concentrações se baseiam na dosagem
máxima de uso (10mg/L) do Tanfloc SG. Caso esta dosagem máxima não seja
respeitada, ou seja, o usuário adicione mais do que 10 mg/L no processo de
tratamento da água, é possível que os resíduos de formaldeído ultrapassem o CIPP,
tornando o seu uso potencialmente danoso à saúde humana.

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470

Em seu sítio eletrônico, a Tanac S.A., fabricante do produto Tanfloc SG, descreve o
produto como “[...] essencialmente de origem vegetal [...]” devido à sua matéria-prima
principal que é o tanino extraído da casca da acácia negra.

No entanto, a falta de informação que o extrato de tanino passa ainda por um processo
químico para formar o coagulante/floculante Tanfloc leva a crer que seja um produto
natural/orgânico e inofensivo como, por exemplo, é mencionado na matéria jornalística
publicada pela Associação Gaúcha de Empresas Florestais (ano, grifo nosso): “[...] A
vantagem do polímero em relação a outros produtos é o fato der ser orgânico (não
trazer prejuízos para a saúde) e de custo médio, se comparado com outras
tecnologias.”

Cabe ainda esclarecer que o termo “polímero orgânico”, utilizado pelo fabricante, se
refere ao tipo de polímero e não à sua origem de produção como é conhecido na
descrição de alimentos. A maioria dos plásticos do nosso dia-a-dia são polímeros
orgânicos, como por exemplo, polipropileno, PVC etc., devido sua estrutura molecular
baseada em carbono orgânico.

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471

1.1.8 Quesito 41 (a8 Sanear)

O Tanfloc possui maior poder de remoção de turbidez e de metais que o sulfato


de alumínio?

Para atender a quesitação proposta, adotou-se a busca por publicações que


compararam a eficiência de Sulfato de Alumínio e do Tanfloc, na base de dosagens
iguais.

Com base nos estudos levantados, não é possível afirmar que o Tanfloc possui maior
poder de remoção de turbidez que o sulfato de alumínio. Não foram encontrados
estudos comparando a redução de metais na água utilizando os dois produtos em
dosagens iguais.

Para maior fundamentação do proposto, é relevante esclarecer que a coagulação e a


floculação são processos complexos e a eficiência de um determinado
coagulante/floculante na remoção da turbidez e de metais, depende de vários
parâmetros como: a composição e quantidade de material em suspensão, a dosagem
do coagulante/floculante utilizado e o pH, dentre outros.

Num estudo publicado em 2010 (SÁNCHEZ-MARTÍN; GONZÁLEZ-VELASCO;


BELTRÁN-HEREDIA, 2010), três coagulantes a base de origem vegetal (inclusive o
Tanfloc) e sulfato de alumínio, foram submetidos ao Jar test, utilizando água
superficial (turbidez não informada)1. Foram mantidas as mesmas condições e a
dosagem padrão foi de 15 mg/L. Conforme a figura 41.1 a melhor remoção de turbidez
(turbidity removal) ocorreu com Tanfloc, cerca de 99%, enquanto o sulfato apresentou
uma remoção menor, em torno de 84%. Mas é preciso considerar que a DMU de 10
mg/L registrado no LARS de Tanfloc SG foi ultrapassada.

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472

Figura 41.1 — Triagem preliminar na clarificação de águas superficiais. Dosagem de


coagulante: 15 mg/L, 20 ºC, pH natural

Fonte: Sánchez-Martín, González-Velasco e Beltrán-Heredia (2010)

Um estudo publicado por Zolett e Jabur (2013) mostrou que o Sulfato de Alumínio foi
geralmente mais eficiente que o Tanfloc na redução de turbidez. Os experimentos
foram realizados utilizando o Jar test com água do rio Pato Branco com turbidez de
20,5 NTU e de 60,6 NTU, e as dosagens variando de 5 a 18 mg/L. Conforme
apresentado nas Figuras 41.2 e 41.3, a aplicação do Sulfato obteve resultados de
turbidez menores, exceto para as concentrações de 10, 13 e 18 mg/L para a água
com turbidez inicial de 60,6 NTU.

Figura 41.2 — Redução de Turbidez com Sulfato de Alumínio e Tanfloc. Água do rio
Pato Branco com turbidez inicial 20,5 NTU

Fonte: Zolett e Jabur (2013)

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Figura 41.3 — Redução de Turbidez com Sulfato de Alumínio e Tanfloc. Água do rio
Pato Branco com turbidez inicial 60,6 NTU

Fonte: Zolett e Jabur (2013)

Corala, Bergamasco e Bassetti (2009) confirmaram também a eficiência de ambos os


produtos no tratamento da água e encontraram uma equivalência nos resultados da
redução de turbidez.

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474

1.1.9 Quesito 42 (a9 Sanear)

Existe outro coagulante que pode ser utilizado para tratar água com alta turbidez
e concentração de metais?

Todos os coagulantes e floculantes listados na ABNT NBR 15.784/2014 (Quadro 42.1)


podem ser utilizados para tratar água. Entretanto, é preciso testar a eficiência de cada
produto ou mistura de produtos, no tratamento de água com alta turbidez e
concentração de metais, e verificar se a dosagem aplicada gera água tratada com
parâmetros conforme o padrão de potabilidade estabelecido na Portaria 2914/2011.
Além disso, deve-se considerar que a DMU informada no LARS de cada produto não
deve ser ultrapassada para alcançar a redução adequada da turbidez e da
concentração de metais.

Por exemplo, no distrito de Pedra Corrida, município de Periquito-MG, o sulfato de


alumínio foi selecionado para ser utilizado no tratamento da água já que apresentou
maior redução de turbidez comparado ao Tanfloc SG nos testes de laboratório,
conforme informado no documento “Relatório da Célula Governador Valadares 2016”,
folhas Fls 5160/5161 deste processo. As dosagens do Tanfloc SG no Jar test com
água coletada no rio Doce (4250 NTU) foram de 15 a 55 mg/L. A dosagem de 25 mg/L
apresentou o melhor resultado de redução, sendo 30,6 NTU. No caso de Sulfato de
Alumínio foram testadas dosagens de 140 a 190 mg/L utilizando água do rio Doce
com uma turbidez de 4560 NTU. A melhor redução (10,2 NTU) ocorreu coma a
dosagem de 180 mg/L.

Na aplicação desta dosagem de sulfato de alumínio na ETA, foi possível alcançar uma
turbidez < 0,11 NTU da água filtrada. Segundo o relatório, a análise das amostras
desta água atestou a sua potabilidade. Cabe ainda informar que a DMU registrada no
LARS do Tanfloc SG líquido (LARS nº 4201-PQT53-062-17; Fls 5604) e do sulfato de
alumínio líquido (LARS nº 4814-PQT47-461-18, Fls 7013) são 10 mg/L e 300 mg/L,
respectivamente.

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Quadro 42.1 — Produtos utilizados para coagulação e floculação conforme ABNT


NBR 15.784/2014
Produto Função
Amido aniônico Coagulante
Bentonita/Montmorilonita Floculante
Cloreto de Alumínio Coagulante
Cloreto férrico Coagulante
Cloreto ferroso Coagulante
Cloreto polialumínio Coagulante
Clorosulfato de polialumínio Coagulante
Clorosulfato férrico Coagulante
Poliacrilamida aniônica Floculante
Poliacrilamida catiônica Floculante
Poliacrilamida hidrolisada Floculante
Poliacrilamida não iônica Floculante
Policloreto de dialildimetilamônio Floculante
Silica ativada Coagulante
Silicato de sódio Coagulante
Sulfato de alumínio Coagulante
Sulfato férrico Coagulante
Sulfato ferroso Coagulante
Tanato quaternário de amônio Floculante
Aluminato de sódio Coagulante
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014)

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1.1.10 Quesito 43 (a10 Sanear)

Qual foi o critério para escolha do Tanfloc como coagulante após o acidente?
Houve uma avaliação de outros coagulantes por parte da Samarco?

Para responder este quesito, foi solicitado o fornecimento de documentos que


descrevam critérios aplicados para escolha do Tanfloc SG. Neste sentido, apenas a
Samarco entregou documentos (fls 5160/5161) e não constavam em nenhum deles
os critérios que levaram a decisão do uso de Tanfloc SG para tratamento de água nas
ETA que captaram água do rio Doce, após o rompimento da barragem.

Alguns testes com coagulantes tradicionais (sulfato de alumínio e cloreto férrico), além
do Tanfloc SG, foram relatados no documento intitulado “Relatório da Célula de
Governador Valadares”. (fls 5761). Foi avaliada a relação entre a quantidade utilizada
do coagulante e o valor da redução de turbidez. Todos os coagulantes testados
conseguiram reduzir a turbidez até os níveis necessários, mas com diferentes
dosagens de cada produto.

Os resultados apontam que o possível critério para escolha foi a redução adequada
de turbidez utilizando a menor quantidade de produto, o que foi alcançado pelo Tanfloc
SG, em comparação aos outros dois. Cabe ressaltar que todas as dosagens testadas
do Tanfloc SG foram maiores que a DMU registrada no LARS e CBRS para este
produto (10 mg/L).

Nos documentos disponíveis, não foi encontrado nenhum relato de testes realizados
pela Samarco com outros coagulantes, além dos mencionados anteriormente.

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477

1.1.11 Quesito 44 (a11 Sanear)

O Tanfloc foi a única opção de tratamento apresentada pela Samarco?

No período imediatamente após a chegada da lama de rejeitos, de acordo com o


relatório da Samarco “Relatório de testes realizados para reestabelecimento das
condições de operação na ETA Colatina” (FLS 7023 – 7026; Documento No
16802452-817-0-7023-4-38472), apenas o Tanfloc SG foi testado nos experimentos
de tratabilidade da água.

Conforme descrito, os testes de laboratório foram realizados utilizando amostras de


água bruta captada no rio Doce (Turbidez 2.470 NTU) e diferentes dosagens de
Tanfloc SG (10, 20, 30, 40, 50 e 60 mg/L).

O teste em laboratório identificou a maior redução da turbidez (4,9 NTU) aplicando a


dosagem de 60 mg/L, que é seis vez maior que a DMU registrada no LARS e CBRS
para este produto. Em seguida ocorreu a realização de teste na ETA IFES Itapina e,
posteriormente, na ETA II.

Não foram encontrados registros de testes com outros coagulantes realizados pela
Samarco para o tratamento da água de abastecimento de Colatina neste documento
e nem em outros documentos fornecidos pela Samarco e pelo Sanear.

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1.1.12 Quesito 45 (a12 Sanear)

Em alguma outra cidade que possui captação no rio Doce atingido pela
contaminação com os rejeitos da barragem de mariana, foi realizado o
tratamento com o Tanfloc de forma eficiente previamente ao realizado pelo
Sanear?

De acordo com as informações do documento “Relatório da Célula Governador


Valadares 2016” (Fls 5160/5161) produzido pela Samarco, o Tanfloc SG foi testado
(Jar Test) e/ou utilizado no tratamento da água captada do rio Doce, após o
rompimento da barragem, nos seguintes municípios localizados ao longo do rio Doce:
Galiléia, Alpercata, Governador Valadares, Belo Oriente, Pedra Corrida, Itueta e
Aimorés.

Foi possível identificar apenas um município que utilizou Tanfloc SG antes do início
do seu uso (25/11/2015) nas ETA do Sanear. Trata-se do Município de Governador
Valadares, que iniciou com o tratamento a base de Tanfloc SG no dia 15 de novembro
de 2015.

Os detalhes de cada munícipio são descritos a seguir.

• No Município de Galiléia o Tanfloc SG foi utilizado no tratamento da água após a


emissão do laudo de potabilidade (07/12/2015). Não houve informação sobre o
período de uso e a dosagem utilizada.

• As informações relacionadas ao Município de Alpercata não são muito claras e fica


duvidoso se o Tanfloc SG realmente foi usado no tratamento da água deste
município. O documento informa que “O sulfato foi utilizado até jan/2016 e
posteriormente foi inserido no processo o cloreto férrico.”, mas, no capítulo
“Melhorias em equipamentos e materiais”, fornece imagens de bombonas de
Tanfloc SG.

• No Município de Governador Valadares, a operação da ETA foi reestabelecida com


utilização de Tanfloc SG no dia 15/11/2015, após emissão de laudo de potabilidade.

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479

Mais detalhes sobre o histórico do tratamento em Governador Valadares são


informados no Quesito 46.

• No Município de Belo Oriente, especificamente no Distrito de Perpétuo Socorro


(também conhecido como Cachoeira Escura) foi realizado Jar test com a água do
rio Doce coletada após a chegada da lama com Tanfloc SG em dosagens de 15 a
50 mg/L e com cloreto férrico em dosagens de 120 a 200 mg/L. A condição
utilizando 28 mg/L para Tanfloc SG e 190 mg/L de cloreto férrico apresentaram
maior redução da turbidez. Não houve informação sobre a data do início da
utilização de Tanfloc SG, somente um laudo de análise da água tratada com Tanfloc
SG aponta que poderia ter iniciado o seu uso, após o dia 14 de dezembro de 2015,
dia da coleta da amostra. Entretanto não ficou claro se esse coagulante foi
realmente usado.

• Em relação ao Município de Pedra Corrida/Periquito, foi realizado Jar test com


Tanfloc SG da água coletada no rio doce utilizando dosagens do produto de 15 a
55 mg/L, sendo 25 mg/L a dosagem que apresentou maior redução de turbidez. No
entanto, o Tanfloc SG não foi selecionado para ser utilizado no tratamento da água
fornecida à população, pois maior eficiência na redução de turbidez foi obtida
utilizando o sulfato de alumínio. O sulfato de alumínio foi testado em dosagens de
140 a 190 mg/L, e a dosagem de 180 mg/L foi selecionada para ser utilizada no
tratamento.

• Em Itueta, foi realizado o Jar test da água após chegada da lama para avaliar a
eficiência de Tanfloc SG e sulfato de alumínio, informando que os dois produtos
foram eficientes na redução da turbidez e no alcance da potabilidade. Mas os
representantes da comunidade de Itueta não aceitaram a utilização da água do rio
doce como fonte de abastecimento mesmo com resultados satisfatórios de
potabilidade. Não há informação sobre tratamento de água captada em outras
fontes utilizando Tanfloc SG como coagulante.

• A primeira visita para propor o teste com Tanfloc SG para o SAAE do Município de
Aimorés ocorreu no dia 30 de novembro de 2015. Mas os testes foram realizados
somente após a implantação de melhorias na estação. A análise das amostras da

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480

água tratada com Tanfloc SG apresentou resultados satisfatórios de potabilidade.


Mas o relatório não informa se afinal foi fornecida água tratada com Tanfloc SG à
população neste município.

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1.1.13 Quesito 46 (a13 Sanear)

A Samarco já havia implementado de forma eficiente o tratamento com o Tanfloc


no município de Governador Valadares?

De acordo com as informações do documento “Relatório da Célula Governador


Valadares 2016” (Fls 5160/5161) produzido pela Samarco, o Tanfloc foi implementado
no Município de Governador Valadares após o rompimento da barragem.

A captação, tratamento e distribuição da água do rio Doce pelo SAAE/GV foi


interrompida em 09/11/2015. Foram realizados testes em laboratório em 12/11/2015,
porém não estão informados os produtos e condições avaliadas. No dia 13/11/2015,
foram realizados testes com o Tanfloc SG na ETA de Santa Rita para verificação da
potabilidade da água tratada. As condições utilizadas nos testes, como turbidez da
água e dosagens de Tanfloc SG, bem como os resultados obtidos em relação à
eficiência na redução da turbidez, não foram apresentados no referido relatório.
Descreve ainda que após os testes realizados na ETA de Santa Rita, uma amostra de
água foi enviada para o laboratório da COPASA em Belo Horizonte e que a operação
da ETA e o tratamento foram reestabelecidos no dia 15/11/2015, após emissão de
laudo de potabilidade. Não há informações sobre dosagens e período de utilização do
Tanfloc SG no referido município.

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1.1.14 Quesito 47 (b1 Sanear)

Quais são os critérios para elaborado da Portaria?

A partir do Decreto nº 79.367/1977 (BRASIL, 1977), que atribuiu ao Ministério da


Saúde a competência sobre a qualidade de água para consumo humano no território
nacional, foram promulgadas as Portarias BSB n° 56/1977, a Portaria GM n° 36/1990
(BRASIL, 1990), a Portaria MS n° 1469/2000 (BRASIL, 2000), a Portaria MS n°
518/2004 (BRASIL, 2004), a Portaria MS nº 2.914/2011 (BRASIL, 2011) e Portaria
Consolidada nº 5/2017 – Anexo XX (BRASIL, 2017).

Cada Portaria foi desenvolvida com base em critérios específicos:

• As Portaria BSB n° 56/1977, Portaria GM n° 36/1990 e Portaria MS n° 1469/2000


foram desenvolvidas com base nas guias da Organização Mundial de Saúde
(OMS).

• As Portaria MS n° 518/2004, e Portaria MS nº 2.914/20111 foram desenvolvidas


com base nas guias da Organização Mundial de Saúde (OMS) e legislações
internacionais (Estados Unidos, Canadá, Europa, Austrália e Nova Zelândia).

Os critérios apresentados pelo Documento base de elaboração da portaria nº


2.914/2011(BRASIL, 2102) foram utilizados na revisão da Portaria MS n° 518/2004,
que deu origem a Portaria 2914/2011, conforme descrito a seguir:

ETAPA 1 - Planejamento das atividades

Elaboração de Estudos por um grupo de trabalho composto por instituições e


pesquisadores com comprovada expertise nas áreas de saneamento, recursos
hídricos e avaliação de risco. O grupo de trabalho foi coordenado pela Coordenação
Geral de Vigilância em Saúde Ambiental. Para garantir a ampla divulgação do

1 Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011 foi revogada e integrada, em 2017, à Portaria de consolidação nº
5, de 28 de setembro de 2017 – Anexo XX, sem nenhuma alteração

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processo de revisão e participação da sociedade civil, os estudos foram


disponibilizados entre julho de 2009 e maio de 2010, no site do Ministério da Saúde.

ETAPA 2 - Desenvolvimento do trabalho

Para facilitar o desenvolvimento dos trabalhos, as discussões foram divididas em dois


grandes temas:

Tema I - Das definições, Dos Deveres e Responsabilidades, Das Exigências;

Foram realizadas reuniões com representantes dos grupos de trabalho (GT) além de
representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, Fundação
Nacional de Saúde – Funasa; Agência Nacional de Águas - ANA, Conselho Nacional
dos Secretários Estaduais de Saúde - Conass, Coordenação Geral de Laboratórios
de Saúde Pública – CGLAB e Petrobrás para obter contribuições. Além disso foram
avaliadas as contribuições recebidas via documentos encaminhados, eventos e
reuniões relacionadas ao tema “vigilância e controle de qualidade de água para
consumo humano”.

Tema II - Do Padrão de Potabilidade e dos Planos de Amostragem.

Este tema foi dividido em três subgrupos técnico-científicos com vistas a discutir os
parâmetros cianobactérias/cianotoxinas, microbiologia e substâncias químicas.

• Cianobactérias / Cianotoxinas - O grupo responsável levou em consideração a


ocorrência dos mesmos nos mananciais brasileiros de abastecimento de água para
consumo humano e a viabilidade analítica para sua determinação e quantificação.
Teve como base a sistematizado do conhecimento existente, o Guia Australiano de
Água para Consumo Humano (AUSTRALIA, 2004); o Guia de Água para Consumo
Humano da Organização Mundial de Saúde (WHO, 2006) e trabalhos científicos
publicados. Os métodos de detecção de variações e suas incertezas influenciam
no tratamento considerando a recirculação de água de lavagem dos filtros, no
tratamento do lodo de ETA, na operação dos filtros e na eficiência de sua remoção
no processo de flotação.

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• Microbiologia - O grupo responsável incorporou as preocupações internacionais


relacionadas à transmissão de protozoários via abastecimento de água, expressas
com a utilização da turbidez como indicador sanitário e na exigência de filtração de
fontes superficiais de abastecimento. Incorporou ainda a obtenção de
monitoramento do efluente dos filtros rápidos de forma individualizada
fundamentada nos princípios da Avaliação Quantitativa de Risco Microbiológico –
AQRM. Esta metodologia pressupõe a identificação do perigo; avaliação da dose-
reposta; avaliação da exposição; e caracterização do risco (HEALTH CANADA,
1995; WHO, 2006). Foi indica também a necessidade de avaliar a remoção de
cistos de Giardia e oocistos Cryptosporidium em alguns casos específicos.

• Substâncias Químicas - A metodologia utilizada para a seleção das substâncias


químicas e para a determinação dos respectivos VMP foi a Avaliação Quantitativa
de Risco Químico (AQRQ). Em geral, são adotadas abordagens distintas, uma para
substâncias tóxicas não-carcinogênicas ou carcinogênicas; porém, em ambas, a
formulação do problema segue as etapas da Avaliação de Risco: identificação do
perigo; avaliação da dose-reposta; avaliação da exposição; e caracterização do
risco (HEALTH CANADA, 1995; WHO, 2006). Para definição das substâncias
químicas a serem incluídas no padrão de potabilidade brasileiro levou-se em
consideração os seguintes aspectos: intensidade de uso no Brasil; seu potencial
tóxico, o fato de constarem em padrões de potabilidade vigentes em diversos
países ou organizações internacionais, mais especificamente, Estados Unidos
(USEPA, 2006), Canadá (HEALTH CANADA, 2008), Austrália (AUSTRALIA, 2004)
e Organização Mundial da Saúde - OMS (WHO, 2006); o registro formal de
solicitação para inclusão, durante o processo de revisão da Portaria MS n.º
518/2004 e a viabilidade analítica da substância em amostras de água.

ETAPA 3 – Consulta Pública

Formatação e disponibilização de “Minuta da Portaria de Potabilidade de Água para


Consumo Humano” em ambiente virtual para consulta e envio de sugestões via
formulário preenchido de forma individual com identificação do setor de atuação e de
documentos produzidos em oficinas regionais, garantindo assim a participação da

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sociedade no processo. Após a sistematização das sugestões e contribuições o


documento foi encaminhado ao Grupo de Trabalho para análise e apreciação quanto
a pertinência das sugestões para elaboração da versão de Minuta revisada.

ETAPA 4 – Publicação da revisão

A versão Minuta revisada da Portaria foi então encaminhada para aprovação nas
instâncias colegiadas do Sistema Único de Saúde e análise jurídica tendo sua versão
final publicada no Diário Oficial da União.

Destaca-se que a Portaria 2914/11 encontra-se em processo de revisão, ainda sem


divulgação da metodologia completa.

O documento Revisão da Portaria MS nº 2914/2011 - Tema II - Padrão de Potabilidade


e Planos de Amostragem Fundamentação e Linhas Norteadoras (BASTOS, 2018) cita
a necessidade de que sejam levados em consideração, nesta revisão, o mapeamento
dos efluentes poluidores, identificação de compostos solúveis em concentração de
nano gramas por litro (poluentes emergentes), uso de produtos químicos alternativos
no tratamento da água, estudos epidemiológicos e toxicológicos realizados nas bacias
hidrográficas, que apoiem a definição dos parâmetros a serem incluídos ou excluídos
na portaria, sua frequência de monitoramento, bem como definição dos VMP mais
adequados a realidade brasileira.

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1.1.15 Quesito 48 (b2 Sanear)

A Portaria 2914 é objeto de evolução de outras portarias?

Sim. A Portaria MS n° 2.914 de 12 de dezembro de 2011 (BASTOS, 2018) é a quinta


versão da norma brasileira de qualidade da água para consumo humano que, segundo
Ribeiro (2012), desde 1977 vem passando por revisões, com vistas à sua atualização
e à incorporação de novos conhecimentos, frutos dos avanços científicos no
tratamento, controle e vigilância da qualidade da água e de avaliação de risco
microbiológico e químico à saúde.

A cada revisão, o Ministério da Saúde busca aprimorar o processo participativo social


com envolvimento do setor da saúde, de instituições de ensino e pesquisa, das
associações das empresas de abastecimento de água e dos órgãos de meio ambiente
e recursos hídricos. Nas últimas versões a minuta produzida por este grupo ainda foi
colocada em consulta pública permitindo assim ampla participação da sociedade civil
e dos demais segmentos institucionais (RIBEIRO, 2012).

Cabe ressaltar que em todas as Portarias já publicadas existe um artigo em que fica
claro que o Ministério da Saúde deverá promover a revisão a cada cinco anos ou, a
qualquer tempo, mediante solicitação justificada de órgãos governamentais e não-
governamentais, de reconhecida capacidade técnica.

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1.1.16 Quesito 49 (b3 Sanear)

Há quanto tempo as portarias que tratam da qualidade da água vem sendo


estudadas e modificadas?

Desde o estabelecimento do Decreto n.º 79367, de 9 de março de 1977, o Ministério


da Saúde é responsável por editar normas e estabelecer o padrão de potabilidade da
água para consumo humano, bem como zelar pelo seu efetivo cumprimento. Neste
mesmo ano foi publicada a primeira regulamentação sobre qualidade da água para
consumo humano válida em todo o território nacional - a Portaria 56/Bsb de
14/03/1977 (BRASIL, 1977). Esta Portaria contemplava o padrão de potabilidade
segundo os aspectos microbiológicos e parâmetros de qualidade física, química e
organoléptica, incluindo Valores Máximos Desejáveis (VMD) além do Valor Máximo
Permitido (VMP), para os parâmetros físicos e químicos (BRASIL, 2012).

Com a instituição do Programa Nacional de Vigilância de Qualidade de Água para


Consumo Humano em 1986, que incluiu a estruturação das Secretarias Estaduais de
Saúde para a atuação em Vigilância da Qualidade da Água, a portaria em vigor foi
revisada com ampla consulta a diversos segmentos (tais como as Secretarias
Estaduais de Saúde, companhias de saneamento, órgãos de controle ambiental,
universidades, laboratórios de referência), resultando na Portaria nº 36/MS/GM de
19/01/1990 (BRASIL, 1990). Esta portaria revisa e introduz alguns conceitos sanitários
além de extinguir o critério de VMD (valor máximo desejável), mantendo-se e
revisando o VMP (valores máximos permissíveis) para quatro características físicas e
organolépticas (odor, sabor, turbidez e cor) e 41 componentes químico-orgânicos e
inorgânicos acima dos quais haveria risco de comprometimento à saúde humana ou
possibilidade de rejeição por parte do consumidor (BRASIL, 2006).

Em 1988, a Constituição Federal instituiu o Sistema Único de Saúde e, por meio da


parceria entre a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e a representação da
OPAS/OMS no Brasil, criaram o Sistema de informações sobre qualidade de água
para consumo humano (SISAGUA). Neste contexto teve início a revisão da Portaria
n.º 36 GM/1990 com a criação de grupo de trabalho (GT) multidisciplinar com
representantes do Ministério da Saúde e da OPAS, de Secretarias Estaduais e

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Municipais de Saúde e da academia. Seminários, oficinas de trabalho e consultas


públicas foram sistematizadas para fomentar a discussão da minuta da nova Portaria.
A Portaria MS n.º 1.469 foi publicada em 29/12/2000 (BRASIL, 2000), antecipando
uma tendência internacional com foco no conceito de segurança da água para
consumo humano e nos Planos de Segurança da Água (BRASIL, 2004).

Em junho de 2003, foi instituída a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da


Saúde (SVS/MS), que assumiu as atribuições do Cenepi / FUNASA. Em virtude disso,
a Portaria MS n.º 1.469/2000 foi revogada, passando a vigorar a Portaria MS nº 518,
de 25 de março de 2004 (BRASIL, 2004), sem alterações, apenas fazendo a
transferência do órgão gestor e prorrogando o prazo para cumprimento da mesma.
Esta portaria consolida a visão sistêmica e integrada no controle da qualidade da
água; princípios de boas práticas; a avaliação gerencial e comunicação de risco; o
enfoque epidemiológico e o direito do consumidor a informação tendo como base a 3ª
edição das Guias da Organização Mundial da Saúde – OMS (BRASIL, 2012).

Em 2011, a Portaria MS n.º 518/2004 passou pelo processo de revisão utilizando a


mesma metodologia consultiva / participativa, porém de forma mais ampla. A revisão
foi segmentada em dois grandes temas, tratados em grupos de trabalho distintos:
“Competências e Responsabilidades” (Tema I) e “Padrão de Potabilidade” (Tema II).
A discussão do Tema II foi ainda subdividida em dois Subgrupos de Trabalho:
“Microbiologia” e “Químicos”. A composição de cada um destes grupos e subgrupos
procurou contemplar a participação de especialistas (membros da academia e
consultores autônomos), representantes do setor saúde (por exemplo, CGVAM,
CGLAB, FUNASA, ANVISA, CONASS, CONASEMS) e de associações de empresas
de saneamento (AESBE, ASSEMAE. ABCON) e de órgãos ambientais. Foi aberta
consulta pública pela internet e as contribuições encaminhadas para os GT
pertinentes, a fim de elaborar a minuta da nova Portaria. Por fim, após avaliação e
aprovação nos fóruns colegiados do Sistema Único de Saúde foi publicada como
Portaria MS n° 2.914 de 12 de dezembro de 2011 (BRASIL, 2011; BRASIL, 2012).

Com base na Lei complementar no 95/1998, art. 13 §1º (BRASIL, 1998), a


Consolidação de normas consiste na integração de todas as leis pertinentes a
determinada matéria num único diploma legal, revogando-se formalmente as leis

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incorporadas à consolidação, sem modificação do alcance nem interrupção da forma


normativa dos dispositivos legais. Assim, em 2017, o Ministério da Saúde publicou a
Portaria de Consolidação no 5 de 28/09/2017 que tratada da “Consolidação das
normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde”. Em seu
anexo XX encontra-se a Portaria nº 2.914/11, integrada sem nenhuma alteração na
sua redação (BRASIL, 2017).

O Quadro 49.1 apresenta a evolução das legislações de potabilidade de água ao longo


do tempo onde pode-se observar que as revisões estão ocorrendo em intervalos
médios de 10 anos, tempo superior ao previsto nas legislações.

Quadro 49.1 — Histórico da evolução da portaria de potabilidade da água no Brasil de


1977 a 2017
Ano Legislação
1977 Portaria 56/Bsb (14/03/1977)
1990 Portaria 36/MS/GM (19/01/1990)
2000 Portaria 1.469 (29/12/2000)
2001 Portaria 518 (25/03/2004)
2011 Portaria 2.914 (12/12/2011)
2017 Portaria Consolidada 5 (28/09/2017)
Fonte: Adaptado de Bastos (2018)

A Figura 49.1 apresenta a evolução do quantitativo de parâmetros constantes nas


Portarias de Potabilidade por categoria: inorgânicos, orgânicos, agrotóxicos, produtos
secundários da desinfecção e organolépticos2. Pode-se observar um incremento de
parâmetros em todas as categorias com aumento mais expressivo na categoria
agrotóxicos.

A Tabela 49.2, em anexo, apresenta a evolução dos valores máximos permissíveis


(VMP), por parâmetro, nas Portarias.

2 Segundo a Portaria MS n° 2.914/11, Capítulo II, Art. 5°, item IV os parâmetros organolépticos são
caracterizados por provocar estímulos sensoriais que afetam a aceitação para consumo humano, mas que não
necessariamente implicam risco à saúde

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Figura 49.1 — Evolução da quantidade de parâmetros constantes nas Portarias de


Potabilidade por categoria

Fonte: Adaptado de Bastos (2018)

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1.1.17 Quesito 50 (b4 Sanear)

Alguma vez a Portaria não foi suficiente para ser utilizada como orientado?

A Portaria 2914/11, quando utilizada na integra, é o instrumento orientador suficiente


para o controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão
de potabilidade.

Destaca-se o descrito no Capítulo VIII, art. 44 e 46, a saber (BRASIL, 2011):

• que em eventuais riscos à saúde da população, as autoridades de saúde pública e


os responsáveis pelos sistemas de abastecimento de água devem elaborar um
plano de ação e tomar medidas cabíveis para correção da anormalidade, incluindo
alterações nos parâmetros analisados e na frequência de monitoramento.

• verificadas características desconformes com o padrão de potabilidade da água ou


de outros fatores de risco à saúde, a autoridade de saúde pública competente
determinará ao responsável pela operação do sistema de abastecimento de água
para consumo humano que: I - amplie o número mínimo de amostras; II - aumente
a frequência de amostragem; e III - realize análises laboratoriais de parâmetros
adicionais.

Diversas situações relacionadas a desastres naturais (enchentes e secas, erosão e a


acomodação do solo) ou antropogênicas (extravasamento de produtos perigosos, uso
de agrotóxicos, rompimento de barragens) podem levar ao comprometimento da
qualidade da água dos mananciais e consequente dificuldade na potabilização da
água, tornando-a imprópria ao consumo humano.

Nestes casos pode ocorrer interdição parcial ou total do sistema de abastecimento,


com necessidade de abastecimento da população por caminhão pipa em curto prazo
e estruturação de um plano emergencial de monitoramento da qualidade da água
bruta e tratada até que as condições sejam adequadas para consumo humano.

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A definição dos parâmetros e a frequência de monitoramento devem ser definidas em


função das características da intercorrência que está interferindo na qualidade da
água do manancial.

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1.1.18 Quesito 51 (b5 Sanear)

Quais foram as substâncias químicas encontradas nos rejeitos retidos próximos


a barragem?

Conforme apresentado no Quesito 16, o rejeito carreado para o rio Doce pelo
rompimento da barragem da Samarco foi caracterizado a partir de Relatórios
encaminhados pela Samarco (Fls 5761 e 6716) e Semad (Fls 6920 a 6950), tendo
como destaque os seguintes parâmetros: alumínio, antimônio, arsênio, bário, cálcio,
carbono orgânico total, chumbo, cianeto, cloreto, cobalto, cobre, cromo, ferro, fluoreto,
fósforo, magnésio, manganês, mercúrio, níquel, série nitrogenada (total, kjeldahl,
nitrato, nitrito e amoniacal), potássio, sódio, sulfato, sulfeto, surfactantes, titânio,
vanádio e zinco.

Caracterização do rejeito

Para caracterizar o rejeito foram utilizados documentos e laudos fornecidos pela


Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas
Gerais (Semad) e laudos de análise do sedimento que permaneceu dentro da
barragem do Fundão após o rompimento da mesma, fornecidos pela Samarco.

A amostra de rejeito de mineração foi classificada como Classe II B – Não Perigoso


Inerte, de acordo com a NBR 10004. Os laudos fornecidos pela Semad apresentam
análises para caracterização de resíduo conforme NBR 10004 (Resíduos sólidos) e
são apresentados nas Tabelas 51.1 a 51.3. Alguns dos parâmetros analisados
apresentaram valores menores que o Limite de Quantificação (L.Q.).

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Tabela 51.1 — Caracterização da Lama da Usina 1 (NBR 10.004)


Parâmetros Lixiviado Solubilizado
Alumínio 0,015 mg/L < limite NBR 10004
Arsênio < LQ <LQ
Bário 0,070 mg/L < limite NBR 1004 <LQ
Cadmio < LQ <LQ
Chumbo < LQ <LQ
Cianetos <LQ
Cobre <LQ
Cloreto 4,29 mg/L < limite NBR 10004
Cromo < LQ 0,046 mg/L < limite NBR 10004
Fenóis <LQ
Ferro 0,055 mg/L < limite NBR 10004
Fluoreto 0,10 mg/L < limite NBR 10004
Manganês <LQ
Mercúrio < LQ <LQ
Nitratos 8,34 mg/L < limite NBR 10004
Orgânicos <LQ <LQ
pH 5,12 7,79
Prata < LQ <LQ
Selênio < LQ <LQ
Sulfato 13,79 mg/L < limite NBR 10004
Sódio 18,55 mg/L< limite NBR 10004
Zinco 0,003 mg/L < limite NBR 10004
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Tabela 51.2 — Caracterização do rejeito de mineração (NBR 10.004)


Parâmetros Lixiviado Solubilizado
Alumínio < LQ
Arsênio < LQ < LQ
Bário < LQ < LQ
Cadmio < LQ < LQ
Chumbo < LQ < LQ
Cianeto < LQ
Cobre < LQ
Cloreto 0,24mg/L < limite NBR 10004
Cromo < LQ < LQ
Fenois < LQ
Ferro 0,027 mg/L < limite NBR 10004
Fluoreto < LQ < LQ
Manganês 0,008 mg/L < limite NBR 10004
Mercúrio < LQ < LQ
Nitratos 0,89 mg/L < limite NBR 10004
Orgânicos (Piridina) 1,13 < limite NBR 10004 < LQ
Orgânicos (Surfactantes) < LQ 0,132 < limite NBR 10004
pH 4,92 6,28
Prata < LQ < LQ
Selênio < LQ < LQ
Sódio 1,85 mg/L < limite NBR 10004
Zinco < LQ

Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Tabela 51.3 — Caracterização Resíduo Massa Bruta - Lama Usina 1 (NBR 10.004)
Parâmetros Massa Bruta Lixiviado
Antimônio <LQ
Arsênio < LQ
Berílio < LQ
Cadmio < LQ
Carbono Orgânico Total 1,98 %p/p
Cianeto 1,7 mg/Kg
Chumbo 33,8 mg/Kg
Cloreto 11 mg/l
Cobalto 5,67 mg/Kg 0,0164 mg/l
Cromo 17,9 mg/Kg
Fluoreto 0,1 mg/l
Manganês 1730 mg/Kg 0,316 mg/l
Mercúrio 0,68 mg/Kg 0,00024 mg/l
Nitrato 2,17 mg/Kg
Nitrito 0,94 mg/Kg
Nitrogênio Total Kjedalhl 513 mg/Kg
Nitrogênio Total 516 mg/Kg
Níquel 6,33 mg/Kg
pH 10,78
Sulfato 147 mg/Kg 68,9 mg/l
Sulfeto 25,1 mg/Kg
Surfactantes 0,9 mg/Kg 0,49 mg/l
Vanádio 43,4 mg/Kg 0,0174 mg/l
Zinco 30,4 mg/Kg 0,0729 mg/l
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Os laudos de caracterização dos sedimentos que permaneceram dentro da barragem


do Fundão após o rompimento foram utilizados para caracterização do rejeito,
entretanto cabe informar que os mesmos não correspondem necessariamente à
composição do material que saiu da barragem (Fls 5761). Foram coletadas sete
amostras de sedimento sendo divido em dois conjuntos de quatro amostras (material
arenoso) e três amostras (material argiloso/arenoso argiloso). As médias de cada
conjunto e a média de todas as amostras são apresentadas na tabela 51.4.

Segundo a Samarco (Fls 6716) a Barragem de rejeito de Germano está localizada


adjacente à de Fundão e os seus rejeitos foram despejados na Barragem de Fundão

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entre 1977 e 2015. No mesmo relatório a Samarco considera os rejeitos de Germano


como muito similares em termos de composição química e física aos de Fundão, uma
vez que eles se originam do mesmo processo de beneficiamento de minério e provêm
dos mesmos depósitos. As análises do rejeito da barragem do Germano foram
realizadas em quatro amostras compostas obtidas a partir de 163 amostras simples
coletadas de 35 testemunhos de sondagem. A Tabela 51.5 apresenta os resultados
das análises de metais nas amostras compostas.

Tabela 51.4 — Resultados da análise do sedimento da Barragem do Fundão


Parâmetros ST-01 a ST-03 ST-04 a ST-06 Todos
Média [mg/Kg] Média [mg/Kg] Média [mg/Kg]
Cianeto < LQ < LQ < LQ
Cloreto Total 2,39 3,15 2,716
Cromo Hexavalente < LQ < LQ < LQ
Fluoreto Total < LQ 0,74 0,74
Nitrato (como N) 0,76 1,22 1,10
Nitrito (como N) < LQ < LQ < LQ
Nitrogênio Amoniacal 3,81 3,53 3,69
Sulfato Total 5,52 20,4 11,9
Teor de Sólidos 85,7 85,4 85,6
Alumínio Total 279 1386 754
Antimônio Total < LQ < LQ < LQ
Arsênio Total < LQ < LQ < LQ
Bário Total 4,17 25,4 20,1
Boro Total < LQ < LQ < LQ
Cádmio Total < LQ < LQ < LQ
Cálcio Total 39,4 530 250
Chumbo Total < LQ < LQ < LQ
Cobalto Total < LQ < LQ < LQ
Cobre Total 4,09 7,06 5,58
Cromo III < LQ 9,57 9,57
Cromo Total < LQ 9,57 9,57
Enxofre Total < LQ < LQ < LQ
Ferro Total 24282 39467 30790
Fósforo Total 15,6 228 107
Lítio Total < LQ < LQ < LQ
Magnésio Total < LQ 4,12 4,12
Manganês Total 50,9 609 290
Mercúrio Total < LQ 0,08 0,08
Molibdênio Total < LQ < LQ < LQ
Níquel Total < LQ < LQ < LQ
Potássio Total 18,6 20,7 19,5
Prata Total < LQ < LQ < LQ
Selênio Total < LQ < LQ < LQ
Sódio Total 34,1 53,3 42,3
Titânio Total 9,48 88,4 43,3
Vanádio Total < LQ 9,66 9,66
Zinco Total < LQ 15,8 15,8
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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Tabela 51.5 — Níveis de metais nas amostras compostas dos rejeitos armazenados
na Barragem do Germano
Parâmetros Composta AE Composta B3 Composta CT Composta DA
[mg/Kg] [mg/Kg] [mg/Kg] [mg/Kg]
Alumínio 1433 2670 2356 2394
Antimônio 5,09 12,1 <1 6,25
Arsênio 1,40 7,26 2,5 3,87
Bário 13,3 22,9 16,5 13,9
Berílio <3 <3 <3 <3
Cádmio <1 <1 <1 <1
Cálcio 214 511 324 204
Chumbo <8 <8 <8 <8
Cobalto <8 <8 <8 <8
Cobre 4,89 7,99 6,1 4,26
Cromo 9,99 37,0 13 11,9
Ferro 83627 171294 72047 101711
Magnésio 110 113 106 92,2
Manganês 141 553 242 265
Molibdênio <3 <3 <3 <3
Níquel 3,20 <3 <3 <3
Potássio 63,9 95,9 81,9 100
Prata <1 <1 <1 <1
Selênio <1 <1 <1 <1
Sódio 137 185 207 90,2
Tálio <20 <20 <20 <20
Titânio 34,0 72 42 47,6
Vanádio <8 10,0 <8 <8
Zinco 13,0 20,0 17 14,9
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

A partir de todos os dados apresentados acima pode-se inferir que os parâmetros


alumínio, antimônio, arsênio, bário, cálcio, cianeto, chumbo, cloreto, cobalto, cobre,
cromo, ferro, fluoreto, fósforo, magnésio, manganês, mercúrio, níquel, série
nitrogenada, potássio, sulfato, surfactantes, sódio, titânio, vanádio e zinco
contribuíram para mudanças na qualidade da água bruta captada pela Sanear em
Colatina durante e após a passagem da pluma da lama.

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1.1.19 Quesito 52 (b6 Sanear)

Estas substâncias químicas encontradas no rejeito estão previstas na Portaria


2914/2011?

As substâncias cálcio, cobalto, fósforo, magnésio, nitrogênio Kjeldahl, potássio, titânio


e vanádio, descritas nos relatórios como presentes no rejeito, não fazem parte das
substâncias cujo monitoramento obrigatório é estabelecido pela Portaria 2914/11 que
define o padrão de potabilidade da água para consumo humano.

A composição química do rejeito, carreado para o rio Doce pelo rompimento da


barragem da Samarco, foi caracterizado a partir de relatórios encaminhados pela
Samarco e Semad, como descrito em resposta ao Quesito 51.

O Quadro 52.1 apresenta a lista das substâncias químicas encontradas no rejeito da


barragem do Fundão conforme informado no Quesito 51 e compara as referidas
substâncias com as previstas para monitoramento na Portaria 2914/2011.

Ressalta-se que no quadro abaixo não está descrita a totalidade das substâncias
estabelecidas pela Portaria, constando apenas a comparação com as substâncias
encontradas no rejeito.

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Quadro 52.1 — Comparação entre as substâncias encontradas na caracterização do


rejeito do Fundão e seus correspondentes previstos para monitoramento na Portaria
2914/2011
Rejeito da Samarco Portaria 2914/2011
Alumínio total Alumínio
Antimônio total Antimônio
Arsênio total Arsênio
Bário total Bário
Cádmio total Cádmio
Cálcio total —
Chumbo total Chumbo
Cianeto Cianeto
Cloreto Total Cloreto
Cobalto Total —
Cobre Total Cobre
Cromo total Cromo
Ferro total Ferro
Fluoreto total Fluoreto
Fósforo Total —
Magnésio Total —
Manganês Total Manganês
Mercúrio Total Mercúrio
Níquel Total Níquel
Nitrato (como N) Nitrato
Nitrito (como N) Nitrito
Nitrogênio Kjeldahl —
Potássio total —
Selênio total Selênio
Sódio total Sódio
Sulfato Total Sulfato total
Sulfeto Sulfeto (H2S não dissociado)
Surfactantes Surfactantes (como LAS)
Titânio total —
Vanádio total —
Zinco total Zinco total
Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)
Nota: Os parâmetros marcados com travessão não têm monitoramento estabelecido pela Portaria.

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1.1.20 Quesito 53 (b7 Sanear)

Que outras substancias não previstas na Portaria 2914/2011 poderiam estar


presentes no rio Doce?

Relacionado ao rompimento da barragem do Fundão podemos considerar as


substâncias químicas que foram utilizadas no processo do beneficiamento do minério
e poderiam estar presentes na água do rio Doce. Além das substâncias que foram
identificadas na água do rio e dessas que estão também presentes no rejeito (Quesito
52), mas não estão previstas na Portaria 2914/11.

Os produtos utilizados no beneficiamento do minério e suas respectivas Fichas de


Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) foram informados no
documento intitulado “Descritivo Operacional do Processo de Beneficiamento de
Minério da Samarco Mineração S.A.” e fornecido pela Samarco (Fls 5761).

Dos oito produtos utilizados, como já descrito no Quesito 16, foram identificados
quatro produtos que contém substâncias não previstas na Portaria 2.914/2011, e que,
na época da passagem da lama e no período posterior, poderiam estar presentes no
rio Doce. Cabe ainda informar que não foi possível identificar a composição química
do produto FLONEX 920 SHR, um floculante.

Os produtos identificados são dois tensoativos TOMAMINE DA-16 e TOMAMINE PA


14F usados no processo de flotação. Esses produtos são misturas técnicas de éter
aminas alifáticas, sendo diamina e monoamina, respectivamente. Essas substâncias
não são contempladas na Portaria 2.914/2011, mas são considerados muito tóxicos
para os organismos aquáticos (R50) e pode causar efeitos nefastos a longo prazo no
ambiente aquático (R53).

Os outros dois produtos são floculantes/coagulantes utilizados nos espessadores do


processo. O SUPERFLOC A100S é uma poliacrilamida anônica que não está listada
na Portaria 2.914/2011, porém sua impureza, a acrilamida é contemplada na referida
portaria. O FLONEX 4540 é poli(cloretodialildimetilamônio) (PolDADMAC) e pode ter

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501

o monômero (DADMAC) e a dimetilamina como impurezas. O PolDADMAC e suas


impurezas não são consideradas na Portaria 2.914/2011.

Quanto às substâncias identificadas na água, mas não abordadas pela Portaria


2914/2011, tem-se: cálcio, cobalto, feofitina, fósforo, lítio, magnésio, nitrogênio
amoniacal, óleos e graxas, potássio, prata e vanádio. Em negrito estão aquelas
também contidas no rejeito (Quesito 16).

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502

1.1.21 Quesito 54 (b8 Sanear)

Que evidência técnica seria capaz de desqualificar a utilização da Portaria


2914/2011 para a água tratada do rio Doce após o acidente?

A Portaria 2914/11, é o instrumento orientador suficiente para o controle e vigilância


da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, quando
utilizada na integra. E, em caso de situações de risco à saúde da população, a Portaria
determina que seja atendido o preconizado no Capítulo VIII, Art. 44 e 46. (BRASIL,
2011), como consta textualmente no CAPÍTULO VIII a seguir:

Capítulo VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 44º. Sempre que forem identificadas situações de risco à saúde, o


responsável pelo sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento
de água e as autoridades de saúde pública devem, em conjunto, elaborar um
plano de ação e tomar as medidas cabíveis, incluindo a eficaz comunicação
à população, sem prejuízo das providências imediatas para a correção da
anormalidade.

Art. 46º. Verificadas características desconformes com o padrão de


potabilidade da água ou de outros fatores de risco à saúde, conforme relatório
técnico, a autoridade de saúde pública competente determinará ao
responsável pela operação do sistema ou solução alternativa coletiva de
abastecimento de água para consumo humano que:
I - amplie o número mínimo de amostras;
II - aumente a frequência de amostragem; e
III - realize análises laboratoriais de parâmetros adicionais.

Também, a Portaria possui um importante mecanismo de aperfeiçoamento que se


constitui na revisão periódica, no seu Artigo 48, o qual determina o prazo de revisão a
cada 5 (cinco) anos ou quando solicitada, atemporalmente, com justificativas
devidamente fundamentadas. Portanto, não há evidência técnica que desqualifique a
Portaria 2914/2011.

Com base nos Art. 44 e 46, ressalta-se que não foi observado por parte das
autoridades de saúde pública, bem como dos responsáveis pelos sistemas de
abastecimento a elaboração de plano de monitoramento com proposta de
alterações/inclusões dos parâmetros definidos e suas frequências de amostragem.
Destaca-se que o número de amostras e a frequência de monitoramento aumentaram
de uma forma descoordenada no período da passagem da pluma de rejeito. E, ainda,

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503

o Plano de Monitoramento (PMQQS) foi apresentado pela Fundação Renova,


somente em abril de 2017, iniciando as operações em agosto de 2017, ou seja,
praticamente 18 meses após o rompimento da barragem de Fundão em Mariana/MG.

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504

1.1.22 Quesito 55 (b9 Sanear)

Quais são as condições atuais do rio Doce? O mesmo já está de acordo com a
classificação água doce de classe 2?

Para fins de esclarecer a temporalidade requerida no quesito, observado os dados de


monitoramento dos parâmetros de qualidade da água fornecidos pelo Igam, ANA,
Samarco e Sanear, tem-se a consideração da atualidade como sendo agosto de 2017
a setembro de 2018, uma vez que identificados nos relatórios constantes dos autos
os dados referentes ao período. No mesmo sentido, o considerou-se como anterior ao
evento o intervalo de abril de 2010 a outubro de 2015, dadas as informações e série
de registros dos autos. Quanto ao intervalo de tempo de novembro de 2015 a agosto
de 2017, através dos referidos documentos, foi subdividido entre novembro de 2015
a fevereiro de 2016 como período emergencial com a passagem da lama, e março de
2016 a agosto de 2017 período de monitoramento (feito pelo Sanear, Iema e Samarco)
para acompanhamento dos efeitos da lama na qualidade da água.

Com relação a condição atual do rio Doce, pôde-se observar a partir das informações
consolidadas nos gráficos, que vários parâmetros, que caracterizam a qualidade da
água, apresentaram seus valores alterados em comparação com os níveis
apresentados no período anterior ao desastre. E alguns deles (alumínio dissolvido,
cobre dissolvido, cor verdadeira, ferro dissolvido, fósforo total, manganês total,
oxigênio dissolvido, e turbidez) estão em desconformidade com a Resolução
CONAMA 357/2005 para corpos de água doce e de classe II. Então, conclui-se que o
rio Doce, no período referenciado como “atual”, ainda não está de acordo com a
classificação de corpo de água doce de classe II.

Para fundamentar a resposta, foram analisados os gráficos dos parâmetros


relacionados na Resolução CONAMA 357/2005 para corpo d’água doce de classe II,
plotados de acordo com os valores que constam nas séries de dados informados, e
comparados ao valor definido pela legislação, como apresentado no Quesito 11.

Após análise de cada parâmetro, foram identificados aqueles que no “período atual”
ainda não atendem a legislação CONAMA 357/05 para corpo d’água doce de classe

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II, e os que apresentaram variações em relação ao período anterior a passagem da


pluma de rejeitos, como demostram os gráficos do Quesito 11. São eles:

• Alumínio dissolvido: não atende a legislação no “período atual”. Mas, antes do


evento, nos períodos de chuva, também apresentava valores pouco acima da
legislação;

• Bário total: atende ao limite CONAMA 357/05, mas apresentou flutuações


contínuas, que antes eram mais pontuais;

• Boro total: atende a legislação, mas apresentou flutuações pontuais;

• Cianeto livre: atende a legislação, mas apresentou flutuações bem próximas ao


valor limite;

• Cobalto total: também atende a legislação, mas apresentou flutuações pontuais;

• Cobre dissolvido: apresenta valores acima da legislação, com flutuações que


atingem um máximo de 0,012 (mg/L Cu) – que significa 33% a mais que o limite
CONAMA;

• Cor verdadeira: não atende a legislação;

• DBO: atende a legislação, e passou a apresentar bem menos flutuações do que


ocorria antes da passagem da lama;

• Ferro dissolvido: ultrapassou o limite CONAMA, e atingiu valores de até 1,3 (mg/L
Fe) - que correspondem a 261 a 300% em relação a CONAMA, provavelmente,
devido ao período chuvoso;

• Fósforo total: voltou a se comportar como antes do evento, em que também


apresentava valores acima da legislação;

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• Manganês total: passou do limite estabelecidos pela resolução CONAMA 357/2005,


com variação máxima no período de 1200%, e flutuações contínuas e acima da
legislação;

• Níquel total: atende o limite CONAMA, mas passou a flutuar;

• Nitrato: ficou abaixo do valor máximo permitido pela legislação, mas apresentou
flutuações significativas comparado ao período antes do evento;

• Oxigênio dissolvido: não apresentou tendência em atender a legislação, com


flutuações consecutivas abaixo do limite CONAMA 357/2005 para classe II;

• pH: voltou a ficar entre a faixa aceitável (6 a 9) na legislação, mas com a maioria
dos valores acima de 8;

• Sulfato total: não atingiu o limite da legislação, mas passou a flutuar em até duas
vezes mais do que antes da lama;

• Turbidez: no período considerado, ainda apresentou flutuações de até 4 vezes


acima do valor limite da CONAMA 357/2005;

• Vanádio total: atendeu a legislação, mas passou a flutuar bastante, o que não
acontecia antes da passagem lama.

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1.1.23 Quesito 56 (b10 Sanear)

Existe risco de chuvas tornarem a qualidade da água do rio igual ou pior do que
a verificada no período crítico logo após a contaminado do rio?

Não existe o risco de as chuvas tornarem a qualidade da água do rio Doce igual ou
pior do que a verificada no período crítico logo após a contaminação, a considerar
unicamente o evento ocorrido. Entretanto, após a passagem da pluma, ainda podem
ocorrer picos de concentração de poluentes (metais, sedimento em suspensão,
turbidez, entre outros parâmetros que caracterizam a qualidade das águas
superficiais) devido o aporte causado pela passagem do rejeito, em função do
aumento do volume de chuvas e consequente aumento da vazão no leito.

Deve-se ressaltar que a vazão na calha fluvial em Colatina sofre influência das
operações das UHE à montante do município, não sendo possível uma avaliação
consistente neste trabalho, a considerar as informações recebidas e a complexidade
de tal investigação.

Grandes volumes de chuvas em bacias hidrográficas geram aumento de vazões do


rio, cuja magnitude depende das funções de transferência chuva-vazão próprias às
áreas de contribuição. Em consequência deste aumento de vazão a profundidade do
escoamento e o nível de água do rio também sofrem aumento.

Ao aumento de vazões está associado o aumento da velocidade da corrente, situação


em que a energia turbulenta do escoamento aumenta por ser uma função da
profundidade e da velocidade. Neste caso, a capacidade de transporte de sedimentos
ou de qualquer material disponível no leito do rio ou nas margens torna-se elevada.
Mas, sendo a disponibilidade de eventuais poluentes remanescentes após a
passagem da pluma, no período crítico, considerado bem reduzida comparada à
concentração da pluma, é improvável que a qualidade da água do rio torna-se igual
ou pior ao momento da crise, unicamente pelos efeitos das chuvas. Alguns pulsos
isolados podem ser observados no aumento de vazão e de velocidade de
escoamento, devido ao processo de ressuspensão, caso haja disponibilidade de

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sedimentos ou quaisquer outros poluentes, isso, até o esgotamento dos mesmos no


sistema.

Os resultados das análises dos parâmetros de qualidade de água bruta, conforme a


Resolução CONAMA 357/2005, apresentados na Tabela 11.1 respaldam a conclusão
em atendimento ao Quesito.

As Figuras 56.1 a 56.3 mostram a relação estreita entre chuva e a vazão do rio, e a
variação da turbidez da água do rio Doce em Colatina em função da chuva e da vazão.

As Figuras 56.4 a 56.10 ilustram a variação da concentração de alguns metais (vide


Quesito 17) para corroborar os potenciais efeitos de ressuspensão em função do
aumento de vazão consequência das chuvas, mas que, no entanto, não faz superar
os valores encontrados na chegada da pluma de rejeito em Colatina.

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Figura 56.1 — Variação da vazão do rio Doce com a precipitação em Colatina no período de 2010 a

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 56.2 — Variação da turbidez na água do rio Doce com a precipitação em Colatina no período

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 56.3 — Variação da turbidez na água do rio Doce com a vazão em Colatina no período de 20

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 56.4 — Gráfico de alumínio total na água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 201

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 56.5 — Gráfico de bário total na água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 56.6 — Gráfico de cromo total na água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 56.7 — Gráfico de ferro dissolvido na água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 20

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 56.8 — Gráfico de ferro total na água do rio Doce em Colatina no período de 2015 a 2018

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 56.9 — Gráfico de manganês total na água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 20

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 56.10 — Gráfico de zinco total na água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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519

1.1.24 Quesito 57 (b11 Sanear)

Os metais encontrados no rio Doce acima dos valores máximos permitidos pelo
CONAMA 357/2005, para água doce de classe 2, apresentaram-se abaixo do valor
máximo permitido pela Portaria 2914/2011 na água tratada?

Sim, para alguns elementos químicos. Deve-se destacar que os Peritos consideraram
nesse quesito os metais e os semimetais, cujos limites são estabelecidos nas respectivas
normas. A partir do levantamento realizado no banco de dados dos parâmetros
monitorados na água bruta e na água tratada, no período total entre 06/2012 a 09/2018,
constatou-se que os parâmetros: antimônio total, arsênio total, chumbo total, cromo total,
mercúrio total, níquel total e zinco total apresentaram valores acima do valor máximo
(VM) exigido pelo CONAMA 357/2005 para água doce de Classe 2, e abaixo do valor
máximo permitido (VMP) pela Portaria 2914/2011 para água tratada.

Cabe destacar que esta constatação somente foi possível em razão destes parâmetros
estarem entre os requeridos tanto na Resolução CONAMA 357/2005 quanto na Portaria
2914/2011. Neste levantamento os peritos selecionaram os metais/semimetais que
apresentaram valores acima do VM, independentemente da quantidade.

As condições em que esta situação ocorreu, encontram-se apresentadas no Quadro 57.1.


As informações foram extraídas dos gráficos e tabelas apresentados no Quesito 11.

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520

Quadro 57.1 — Metais/semimetais que apresentaram valores acima do VM, segundo a


Resolução CONAMA 357/2005 para água doce Classe 2 (água bruta), e que se
apresentaram abaixo do VMP, definido pela Portaria 2914/2011 (água tratada)
Água Bruta
Amostras com valores acima VM para
Amostras analisadas
Metal ou Classe 2 - CONAMA 357/2005
Semimetal Período Ocorrência
Quantidade Quantidade
(mês/ano) (mês/ano)
Antimônio 06/2014 a
405 01 11/2015 (Após a passagem da pluma)
total 09/2018
Arsênio 06/2012 a 11/2015 a 02/2017 (Após a passagem da
611 15
total 09/2018 pluma)
Chumbo 06/2012 a 11/2015 a 03/2018 (Após a passagem da
554 133
total 09/2018 pluma)
Cromo 06/2012 a 11/2015 a 03/2016 (Após a passagem da
689 42
total 09/2018 pluma)
Mercúrio 06/2012 a 11/2015 a 12/2015 (Após a passagem da
404 02
total 09/2018 pluma)
11/2015 a 01/2017 (Após a passagem da
Níquel 06/2012 a
687 19 pluma e associado às variações de vazão –
total 09/2018
indicativo de ressuspensão)
06/2012 a 11/2015 a 01/2016 (Após a passagem da
Zinco total 688 25
09/2018 pluma)
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Os peritos destacam que na investigação realizada percebeu-se quatro situações


compreendidas como preocupantes no que tange a qualidade da água consumida pela
população de Colatina. Três metais que foram analisados na água bruta, mesmo não
sendo requeridos pela Resolução CONAMA 357/2005 para água doce Classe 2 e por
isso não tem valor máximo de referência, são requeridos pela Portaria 2914/2011 e
apresentaram valores acima do VMP para água tratada (Quadro 57.2).

Metais/semimetais que apresentaram valores acima do VM, segundo a Resolução


CONAMA 357/2005 para água doce Classe 2 (água bruta), e que se apresentaram abaixo
do VMP, definido pela Portaria 2914/2011 (água tratada).

Tem-se também situações em que nove metais/semimetais apresentaram resultados


acima do VM, segundo a Resolução CONAMA 357/2005 para água doce Classe 2 (água
bruta), e, no entanto, na água tratada, sete não foram analisados por não serem

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521

requeridos pela Portaria 2914/2011 (Quadro 57.3) e dois apresentaram valores acima
dos padrões exigidos para água tratada segundo a mesma Portaria (Quadro 57.4).

E, por fim, um metal apresentou valor abaixo do VM na água bruta, segundo Resolução
CONAMA 357/2005 para água doce Classe 2 e valor acima do padrão para água tratada,
segundo a Portaria 2914/201 (Quadro 57.5).

Quadro 57.2 — Metais/semimetais que não são requeridos pela Resolução CONAMA
357/2005 para água doce Classe 2, mas que foram analisados na água bruta, e
apresentaram valores acima do VMP para água tratada, segundo a Portaria 2914/2011
Água Tratada

Amostras analisadas Amostras com valores acima VMP - Portaria 2914/2011


Metal ou
Semimetal Período Ocorrência
Quantidade Quantidade
(mês/ano) (mês/ano)
Alumínio 11/2015 a
1103 25 11/2015 a 03/2018 (Após passagem da pluma)
total 09/2018
11/2015 a
Ferro total 1102 03 12/2015 a 01/2018 (Após passagem da pluma)
09/2018
06/2012 a
Sódio total 1123 01 04/2018 (Após passagem da pluma)
09/2018
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Quadro 57.3 — Metais/semimetais que apresentaram resultados acima do VM, segundo


a Resolução CONAMA 357/2005 para água doce Classe 2 (água bruta), e não foram
analisados na água tratada por não serem requeridos pela Portaria 2914/2011
Água Bruta
Amostras com valores acima VM para Classe 2 -
Amostras analisadas
Metal ou CONAMA 357/2005
Semimetal Período Ocorrência
Quantidade Quantidade
(mês/ano) (mês/ano)
12/2014, 06/2015 (Valores elevados, pontuais,
Alumínio 06/2014 a
532 336 antes da passagem da pluma)
dissolvido 09/2018
11/2015 a 04/2018 (Após passagem da pluma)
06/2014 a
Boro total 544 02 11/2015 a 12/2015 (Após passagem da pluma)
09/2018
Cobre 06/2014 a
650 25 11/2015 a 03/2018 (Após passagem da pluma)
dissolvido 09/2018
Ferro 06/2014 a
560 304 11/2015 a 04/2018 (Após passagem da pluma)
dissolvido 09/2018
06/2014 a
Lítio total 305 03 11/2015 (Após passagem da pluma)
06/2018
06/2012 a
Prata total 456 03 11/2015 a 02/2016 (Após passagem da pluma)
09/2018
Vanádio 06/2014 a
498 03 11/2015 a 01/2016 (Após passagem da pluma)
total 09/2018
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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522

Quadro 57.4 — Metal que é exigido pela Resolução CONAMA 357/2005 para água doce
Classe 2 (água bruta) e pela Portaria 2914/2011 (água tratada) e apresentou valor acima
do padrão exigido
Água Bruta
Amostras com valores acima VM para Classe 2 -
Amostras analisadas
Metal ou CONAMA 357/2005
Semimetal Período Ocorrência
Quantidade Quantidade
(mês/ano) (mês/ano)
06/2012 a 02/2016 a 06/2017 (Após passagem
Cádmio total 469 14
09/2018 da pluma)
12/2014 (Valores elevados, pontuais,
06/2014 a antes da passagem da pluma)
Manganês total 588 235
09/2018 11/2015 a 05/2018 (Após passagem
da pluma)
Água Tratada
01/2016 a 01/2016 a 03/2018 (Após passagem
Cádmio total 1129 08
06/2018 da pluma)
01/2016 a 11/2015 a 01/2018 (Após passagem
Manganês total 1102 35
12/2017 da pluma)
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

Quadro 57.5 — Metais/semimetais que são exigidos pela Resolução CONAMA 357/2005
para água doce Classe 2 (água bruta) e apresentaram valores abaixo do VM, porém
apresentaram valores acima dos padrões para água tratada, segundo a Portaria
2914/2011
Água Tratada
Amostras com valores acima VMP - Portaria
Amostras analisadas
Metal ou 2914/2011
Semimetal Período Ocorrência
Quantidade Quantidade
(mês/ano) (mês/ano)
Bario 1127 01/2016 a 06/2018 02 01/2016 (Após passagem da pluma)
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

No caso dos metais ferro e alumínio, ressalta-se que estes parâmetros são monitorados
nas águas bruta e tratada, em atendimento às legislações, em formas diferentes. Na água
bruta a Resolução do CONAMA 357/2005 apresenta VM para água doce Classe 2 o
alumínio dissolvido e o ferro dissolvido, e na água tratada a Portaria 2914/2011 apresenta
VMP o alumínio total e o ferro total.

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1.1.25 Quesito 58 (b12 Sanear)

Existem estudos do Iema, ANA e Igam sobre a concentrado de metais na água?


Este estudo comprova que a maioria dos metais permaneceram em concentrado
maior do que o valor máximo permitido em poucos dias, retornando ao normal logo
depois?

O Iema e a ANA apresentaram análises e pareceres de estudos sobre as concentrações


de metais em Colatina (município objeto de análise). O Igam também apresentou estudos
e pareceres, porém, que não abrangem a porção capixaba do rio Doce.

Os resultados das informações e pareceres apresentados pelo Iema e a ANA indicam


que a variação dos metais analisados está diretamente relacionada a passagem da lama
de rejeitos nos pontos de monitoramento, e também relacionados as chuvas de novembro
e dezembro de 2015 e janeiro de 2016, embora os volumes de chuvas não tenham sido
apresentados.

No entanto, cabe ressaltar que as Instituições Iema e ANA apresentam conclusões


contraditórias sobre os resultados encontrados, tanto na nota técnica NT GTECAD-CAIA
010-2017, página 47 (Fls 6415) como no Encarte Especial sobre a Bacia do rio Doce –
Rompimento da barragem em Mariana/MG – Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil
– Informe 2015 citado pela ANA na folha Fls 5651, e no Monitoramento Especial do rio
Doce, referenciado nesse encarte.

Na nota técnica NT GTECAD-CAIA 010-2017, página 47 (Fls 6415) o Iema concluiu que,
para todo período nela analisado (09/11/2015 a 04/01/2017), os parâmetros
apresentados passaram a maior parte das campanhas amostrais fora dos limites
estabelecidos pela Resolução Conama N°357/05, entre eles: alumínio dissolvido, ferro
dissolvido e manganês total. E, com as chuvas, alguns outros parâmetros também
tiveram suas concentrações aumentadas, possivelmente, pelo arraste do sedimento
contaminado disposto no leito do rio, até então estabilizado, entre eles o chumbo total.

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524

A ANA, em seu “Encarte Especial sobre a Bacia do rio Doce” (citado na folha Fls 5651),
abordando também o trecho em questão, traz como considerações finais, que o
rompimento da barragem provocou modificações consideráveis na qualidade das águas,
com consequências significativas em várias situações analisadas. Correlaciona a
ocorrência de chuvas com aumento de vazão na calha do rio, propiciando liberação da
massa de rejeitos acumulada, intervenções físicas repentinas e ações antrópicas, com
consequentes variações na qualidade da água do rio Doce. Cita ainda que

[...] nesse contexto, poderão ocorrer novos picos de turbidez, queda de oxigênio
dissolvido, aumento temporário da concentração de metais e prejuízos para os
diversos usos de água da bacia, por períodos indeterminados e, ainda,
imprevisíveis. E que a recuperação da qualidade das águas será, portanto, um
processo longo e persistente, que deverá ser acompanhada por monitoramento
quali-quantitativo consistente e minuciosa investigação dos vários aspectos
envolvidos.

Porém, o Encarte indicado pela ANA faz referência ao “Monitoramento Especial do rio
Doce”, produzido em conjunto com a CPRM, e este, concluiu que os resultados obtidos
não apresentaram alterações significativas após a passagem da lama de rejeitos, quando
comparados a dados históricos de antes do evento. Ressalta-se que esse monitoramento
se refere a sete pontos de monitoramento, sendo apenas um ponto dentro do município
de Colatina.

Em referência ao Igam, ressalta-se que embora não realize monitoramento no trecho


capixaba do rio Doce, os dados de monitoramento por ele apresentados mostraram
aumentos significativos e repentinos nas concentrações dos metais na água, acima das
médias históricas nas estações de monitoramento. Essas ocorrências de aumento foram
coincidentes com a passagem da lama de rejeito proveniente do rompimento da
barragem da Samarco em Mariana/MG (Fls 5687).

As estações em Resplendor (RDO59) e Aimorés (RDO67) apresentaram as menores


variações nas concentrações de metais na água, fato esse explicável pela presença do
Reservatório da UHE Aimorés, e cujo remanso estende-se até a estação Resplendor.

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Cabe considerar, em questão da dinâmica fluvial, que a existência dos reservatórios das
UHE-Aimorés e UHE-Mascarenhas representam ambientes de baixas velocidades de
correntes, o que interferiria no fluxo dos contaminantes para trechos de jusante, em
particular o município de Colatina/ES, a depender das manobras operacionais dessas
usinas. Consequentemente, a magnitude das concentrações nos pontos de jusante, já
no território do Estado Espírito Santo, pode ser de ordem de grandeza diferente se
comparada aos dos trechos de montante, no território de Minas Gerais, devido ao efeito
de amortecimento ou de retenção nos reservatórios. Respeitada a cinética química e o
comportamento dos demais metais na massa da pluma de rejeito, os resultados do
monitoramento indicam que o aporte de metais à calha do rio Doce estava diretamente
relacionado à pluma de rejeito da barragem da Samarco.

Esses documentos apresentaram conclusões contraditórias, portanto, não se faz possível


um parecer acerca das condições dos metais na água logo após a passagem da lama,
considerando-os como fonte.

Para fundamentar a resposta apresenta-se a seguir um resumo das análises e pareceres


das Instituições e os documentos por elas indicados.

Iema – Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

De acordo com as Notas Técnicas GTECCAD – CAIA 004-20016 -- NT GCA – CAIA


029-2016 e a NT GTECAD-CAIA 010-2017, enviadas pelo Iema (Fls 6415), após o
rompimento da barragem de rejeito de minério denominada “Fundão” em Mariana – MG,
o monitoramento do rio Doce, realizado pelo Iema, e iniciado em 09/11/2015, gerou uma
longa série de parâmetros de qualidade de água e sedimentos, além de bentos, na calha
do rio, com base na Resolução CONAMA N°357/2005. Esses parâmetros foram
refinados, a partir de 2016, de acordo com os resultados encontrados e a análise destes,
e continuaram sendo monitorados aqueles que apresentaram valores acima do limite de
detecção da metodologia de análise química utilizada pelo laboratório prestador de
serviço ao órgão. “Em 16/08/2016 o órgão realizou a última campanha com coleta de

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água bruta e encaminhamento para laboratório, e passou, a partir desta data, a


acompanhar as coletas realizadas pela Samarco, que eram realizadas com frequência e
em dias estabelecidos pelo órgão, como forma de fiscalizar as mesmas e acompanhar
os dados mensurados in situ, como turbidez, ph, condutividade e oxigênio dissolvido”.

A análise sobre os dados de qualidade de água bruta e sedimentos do rio Doce nos
pontos monitorados pelo Iema também foi feita pela Samarco (em cumprimento ao AI
N°12345).

A partir de 13 de setembro de 2016 a Samarco continuou monitorando, mas com


acompanhamento do Iema, até 04/01/2017, de acordo com os gráficos apresentados na
análise da nota técnica NT GTECAD-CAIA 010-2017 (Fls 6415). Essa Nota Técnica
apresentou análises e alguns comentários sobre os valores obtidos durante todo o
período de monitoramento (09/11/2015 a 04/01/2017), com apresentação de gráficos
relativos a cada parâmetro para os pontos de monitoramento do Iema (P1, P2, P3, P4 e
P5).

Quanto ao refinamento feito após 02/02/2016, como indicado na nota técnica GTECCAD
– CAIA 004-20016 -- NT GCA – CAIA 029-2016 (Fls 6415) , alguns parâmetros deixaram
de ser mensurados ao longo do monitoramento ambiental realizado para água bruta,
continuando aqueles que apresentaram valores acima do limite de detecção da
metodologia de análise química utilizada pelo laboratório prestador de serviço ao órgão.
No que diz respeito a metais, deixaram de ser monitorados: arsênio, antimônio, bário,
cadmio, lítio, mercúrio, prata e urânio. E os metais que continuaram sendo monitorados
pelo Iema e pela Samarco foram: alumínio dissolvido, boro total, chumbo total, cobre
dissolvido, cromo total, ferro dissolvido, manganês total, níquel total, vanádio total.

Abaixo, seguem as informações citadas referentes aos pontos P2 e P3, que são os
pontos de monitoramento dentro do município de Colatina.

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Após análise apresentada na nota técnica NT GTECAD-CAIA 010-2017 (Fls 6415),


compreendendo todo período de monitoramento e, incluindo os resultados apresentados
na nota técnica GTECCAD – CAIA 004-20016 -- NT GCA – CAIA 029-2016 (Fls 6415),
os peritos puderam concluir, quanto ao atendimento a legislação Resolução CONAMA
357/2205 para Classe II, sobre os valores relativos a metais:

• Alumínio dissolvido: antes da passagem da lama atendia a legislação; após a


passagem apresentou um período contínuo de 25/05/2016 até 08/11/2016 abaixo do
limite CONAMA, e depois voltou a apresentar valores acima da legislação. Os picos
chegavam a, aproximadamente, 30 vezes maior que o limite estabelecido pela
CONAMA. Segundo a análise do Iema, esses picos mostravam relação direta com a
precipitação pluvial, mas não apresentaram esses dados de chuvas. Esses picos
foram maiores quanto mais distante, a jusante, do Ponto1;

• Antimônio total: antes de 09/11/2015 atendia a legislação e depois da passagem da


lama, voltou a atendar com um pico acima da legislação no ponto 3 (no dia
20/11/2015). Depois de 02/02/2016 não foi mais medido no período de análise;

• Arsênio total: antes de 09/11/2015 atendia a legislação e depois da passagem da lama,


voltou a atendar com um pico acima da legislação no ponto 2 e no ponto 3 (no dia
20/11/2015). Depois de 02/02/2016 não foi mais medido no período de análise;

• Bário: antes de 09/11/2015 atendia a legislação e depois da passagem da lama, voltou


a atender (de acordo com os gráficos apresentados em GTECCAD – CAIA 004-20016
-- NT GCA – CAIA 029-2016), mas passou a apresentar flutuações significativamente
maiores em relação a antes da ‘passagem’. Depois de 02/02/2016 não foi mais medido
no período de análise;

• Boro total: atendia antes da passagem da onda e continuou atendendo após. Mas
apresentando flutuações significativas com tendência a estabilização a partir de abril
de 2016 para o ponto 2 e maio de 2016 para o ponto P3;

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• Cádmio total: atendia antes da passagem da onda e continuou atendendo após.


Depois de 02/02/2016 não foi mais medido no período de análise;

• Chumbo total: segundo o Iema, nos estudos apresentados pela Samarco o chumbo
não está entre os constituintes dos rejeitos de fundão. Mas, em comparação com
período de monitoramento anterior a esse, as concentrações aumentaram nos pontos
monitorados, após a chegada da lama e precipitações pluviais. O órgão diz ser
“provável que tal elemento já estivesse presente nos sedimentos ao longo da calha do
rio Doce, e que, com a chegada da lama da Samarco, ocorreu a ressuspensão desses
sedimentos e, consequentemente, aumentou a concentração de chumbo na água”. No
período do monitoramento, apresentou vários picos acima do limite estabelecido pela
legislação, e no tempo monitorado apenas pela Samarco apresentou um pico acima
da legislação em dezembro de 2016;

• Cobre dissolvido: de acordo com a tabela apresentada na análise do Iema, na nota


técnica NT GTECAD-CAIA 010-2017, esse parâmetro “alterou apenas na chegada da
lama” voltando a se normalizar a partir de 08/12/2015;

• Cromo total: sobre este parâmetro o Iema ressaltou que ele não foi identificado nos
estudos apresentados pela Samarco como um constituinte dos rejeitos de Fundão, e
que, provavelmente, foi remobilizado e disponibilizado para a coluna d’água após a
chegada da lama de rejeitos, apresentando flutuações acima do limite CONAMA 357.
Após a “passagem” da lama passou a apresentar flutuações ao longo do tempo, com
alguns picos acima do limite estabelecido pela legislação, voltou a se normalizar a
partir de 23/01/2016. Segundo o Iema os dois valores que se apresentaram acima dos
limites legais após 12/12/2015, em todos os pontos de monitoramento, estariam
relacionados com as chuvas de janeiro de 2016;

• Ferro dissolvido: quanto a este parâmetro, o Iema relatou que as concentrações


possuem relação direta com a chegada da lama de rejeitos e com as chuvas. Os teores

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de Ferro Dissolvido antes da lama de rejeitos eram abaixo do limite estabelecido pela
Resolução Conama N°357/05 para rios de Classe 2, e apenas em junho (no ponto 2)
e julho (no ponto 3) de 2016 este parâmetro passou a atender o padrão legal. E com
as chuvas de janeiro de 2016, as concentrações mensuradas de ferro dissolvido
aumentaram significativamente. Fato também observado para as chuvas de novembro
e dezembro de 2016. Ressaltou que assim, foi observado que há correlação entre as
concentrações de ferro dissolvido com a ocorrência de chuvas e aumento de vazão do
rio;

• Manganês total: segundo o Iema, este parâmetro também teve suas concentrações
aumentadas com a chegada da lama de rejeitos nos trechos monitorados do rio Doce,
assim como nas chuvas de janeiro, novembro e dezembro de 2016. Entretanto, na
maior parte do tempo monitorado” se manteve abaixo do limite estabelecido pela
Resolução Conama N°357/05;

• Mercúrio total: atendia antes da passagem da onda e continuou atendendo após.


Depois de 02/02/2016 não foi mais medido no período de análise;

• Níquel total: foi relatado pelo órgão que “logo após a chegada da lama de rejeitos no
trecho capixaba do rio Doce, o níquel total foi observado em todos os pontos de
monitoramento”; e que “na maioria dos monitoramentos realizados as concentrações
mensuradas estavam abaixo do limite estabelecido pela Resolução Conama
N°357/05”, estabilizando, segundo observação dos gráficos apresentados, a partir de
abril de 2017;

• Prata total: atendia antes da passagem da onda e continuou atendendo após. Depois
de 02/02/2016 não foi mais medido no período de análise;

• Urânio: atendia antes da passagem da onda e continuou atendendo após. Depois de


02/02/2016 não foi mais medido no período de análise;

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• Vanádio total: segundo o Iema este parâmetro teve suas concentrações alteradas,
apresentando valores acima da resolução CONAMA 357/2005, tanto com a chegada
da lama de rejeitos quanto com as chuvas de janeiro de 2016;

• Zinco: o Iema relatou que, “a principal alteração do parâmetro zinco total foi com a
chegada da lama de rejeitos, no qual este teve suas concentrações aumentadas em
todos os pontos monitorados”. Citou ainda que, nas chuvas de novembro e dezembro
de 2015, e janeiro de 2016, nos pontos monitorados (P2 e P3, dentre outros) foi
observado o acréscimo das concentrações deste parâmetro acima do valor limite da
Resolução Conama Nº 357/05.

O Iema, concluiu na nota técnica referenciada (Fls 6415) que, devido à importância
desses parâmetros, deveriam ser observadas as características desses para os próximos
períodos chuvosos, e “com a continuidade do monitoramento, se as concentrações de
alumínio dissolvido, ferro dissolvido e manganês total aumentam no baixo Doce com o
passar do tempo, além do comportamento da série de sólidos no trecho capixaba
(observado os estudos apresentados pela Samarco que apontam que o alumínio, ferro e
manganês estão adsorvidos, principalmente nas partículas finas de sedimento)”.
Finalizou dizendo que o monitoramento deveria ser mantido, até a devida implementação
do Plano de Monitoramento Quali-quantitativo Sistemático, em cumprimento à Cláusula
177 do Termo de Transação de Ajuste de Conduta (TTAC).

ANA – Agência Nacional de Águas

De acordo com a folha Fls. 5651 do processo, após o acidente a SPR/ANA publicou em
2016 o Encarte Especial sobre a Bacia do rio Doce, analisando os dados disponíveis até
aquele momento para todo o percurso da lama da Samarco desde Mariana até a foz do
rio Doce, incluindo as séries históricas de dados dos órgãos estaduais (Igam/MG; Iema
– Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e AGERH/ES) e abordando o
trecho em questão. Ainda na folha Fls. 5651, a ANA recomendou que outros dados e

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análises fossem requeridos a AGERH e Igam, e informou que a AGERH aderiu ao


Programa Qualiágua da ANA em 2016.

Na folha Fls 5652 a ANA diz que:

O Iema iniciou o monitoramento emergencial do trecho capixaba do rio Doce no


dia 9 de novembro de 2015 no município de Baixo Guandu; o monitoramento teve
sequência com coletas de amostras a cada dois dias até 30 de janeiro de 2016
em 05 pontos de monitoramento; nos meses de fevereiro a abril a coleta das
amostras de água bruta e sedimentos passou a ser semanal, e em maio, de
acordo com as notas técnicas emitidas, a frequência do monitoramento
emergencial passou a ser quinzenal [...].

Também na folha Fls 5652 a ANA informa que os dados e análises requeridos deveriam
ser buscados juntos à AGERH, Iema e Igam.

O Encarte Especial sobre a Bacia do rio Doce, mencionado anteriormente, cita na página
31 que utilizou apenas dados coletados no rio Doce. Os pontos utilizados para obtenção
dos dados foram localizados nos alto e médio cursos do rio Doce e na parte baixa, o que
corresponde a 12 pontos de monitoramento operados pelo Igam (porção alta e média), e
5 pontos operados pelo Iema. Quanto aos dados do Iema, alguns pontos de
monitoramento têm registros a partir de 2001, e outros só têm série de registros iniciada
em 2012.

O encarte apresenta, na página 32, um mapa com os pontos de monitoramento,


mostrando apenas um ponto dentro do município de Colatina (objeto de análise). Nessa
mesma página 32 do Encarte, cita que

“[...] a partir do dia 6 de novembro de 2015, a ANA e o Serviço Geológico do Brasil


– Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) empreenderam
campanhas especiais de monitoramento no rio Doce. E que além do
monitoramento de parâmetros de qualidade da água, foram coletadas amostras
de sedimentos oriundos do rompimento da barragem”

Os relatórios técnicos elaborados a partir das informações levantadas estão disponíveis


no portal do Monitoramento Especial do rio Doce disponibilizado pela ANA no endereço
eletrônico http://www2.ana.gov.br/Paginas/riodoce. Esse portal disponibiliza os dados do

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monitoramento emergencial, mapas e gráficos com informações sobre à qualidade da


água, e 4 Relatórios Técnicos que foram elaborados pelos técnicos da CPRM e pelo
Igam, além dos boletins emitidos pelo Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do rio Doce,
os volumes do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do rio Doce
(PIRH-Doce).

O encarte também relata que o Iema iniciou o monitoramento emergencial do trecho


capixaba do rio Doce no dia 9 de novembro de 2015 no município de Baixo Guandu. Esse
órgão coletou amostras semanalmente em seus 5 pontos de monitoramento. No tópico
“Análise de Resultados”, na página 34, o encarte cita a utilização do coeficiente de
correlação de Pearson, e que foi encontrado uma correlação forte entre a turbidez e as
concentrações de ferro e manganês na série histórica, passando para uma correlação
moderada quando analisadas somente as amostras coletadas após o evento de
rompimento da barragem. Foram identificados picos de ferro dissolvido, manganês total
e metais pesados, dentre outros, conforme a onda de rejeitos se deslocava ao longo do
curso do rio Doce, e esses picos superaram, significativamente, os valores máximos das
séries históricas de dados anteriores ao evento.

O referido encarte, na página 41, trouxe como resultado final, que mesmo considerando
os picos de concentração medidos durante a passagem da onda de rejeitos, todos os
parâmetros analisados, no monitoramento emergencial realizado pelo Igam,
apresentaram uma forte tendência de queda com valores próximos aos registrados antes
do evento. Contudo, ressaltou que essa tendência não exclui as perturbações impostas
aos ecossistemas aquáticos afetados e deixaram um passivo significativo no rio Doce.

Citou que boa parte do material vazado com o rompimento da barragem, na época desse
monitoramento, se depositou nos corpos hídricos, o que prejudica ou poderia prejudicar
diversos usos da água. Somado a isso, o grande volume de rejeitos acumulados nos
corpos hídricos atingidos teria o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos alterado,
comprometendo fauna, flora e serviços ecológicos como, por exemplo, o processo de
autodepuração. Esse material, e seus subprodutos resultantes de sua lixiviação, tende a

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se deslocar rio abaixo, conforme os eventos hidrológicos (cheias), ou a partir de


intervenções destinadas a remoção e contenção dos rejeitos, com consequências para a
qualidade da água.

Traz também que “[...] isso pode explicar as alterações no aspecto do rio Doce,
principalmente em termos de coloração, turbidez e deposição de sedimentos, ainda
visíveis meses após o rompimento da barragem”. Não há como prever os impactos do
desastre sobre a qualidade da água do rio Doce em médio e longo prazos. Por isso, o
acompanhamento das condições do rio em termos qualitativos requer atenção especial.

Quanto aos relatórios do Monitoramento Especial da Bacia do rio Doce, descritos acima,
os volumes 2 e 3 trazem avaliações da água quanto a metais, entre outras. O Relatório
II foi publicado em dezembro de 2015, e o Relatório III em abril de 2016. Este
monitoramento, foi composto de cinco campanhas de campo, sendo que a primeira
campanha foi realizada de 07 a 23 de novembro de 2015, para acompanhamento da
onda da cheia decorrente da ruptura da barragem até a foz do rio Doce, que gerou o
Relatório - Volume I; a segunda campanha aconteceu de 12 a 23 de novembro de 2015,
para coleta de amostras de água e sedimento de corrente, desde a área da barragem na
bacia do rio Gualaxo Norte até a foz no rio Doce (que gerou o Relatório – Volume II); e a
terceira campanha de campo realizada de 24 de novembro a 10 de dezembro de 2015,
para coleta de amostras diárias simultâneas de água para análise de parâmetros in loco,
a cada dois dias para análise de água (que gerou o Relatório – Volume III), e mais outras
duas campanhas. Ressalta-se que esse monitoramento se refere a sete pontos de
monitoramento, e apenas um ponto dentro do município de Colatina.

No Volume I, página 8, foi citado que a onda de cheia resultante da ruptura passou pela
UHE Risoleta Neves/Candonga, na manhã do dia 06/11/15, se deslocando pela calha do
rio até a foz, foi medido na Estação de Monitoramento em Colatina, na manhã do dia
10/11/15, e em Linhares, na tarde do dia 10/11/15. Neste volume, na página 29, o relatório
cita:

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A ruptura da barragem de rejeitos, ocorrida em 05 de novembro de 2015,


provocou uma onda de cheia monitorada pela equipe de Hidrologia da CPRM/BH
na calha principal do rio Doce, no período de 07 a 23 de novembro de 2015, de
Cachoeira dos Óculos, localizada no Parque Estadual do rio Doce, e Povoação,
foz do rio Doce no Atlântico. Durante o monitoramento verificou-se uma
defasagem entre a onda de cheia e a massa com elevada turbidez,
especialmente a partir do trecho entre Belo Oriente e Governador Valadares,
onde está localizado o reservatório da UHE Baguari. [...] e que a onda da cheia
não provocou inundação nas cidades localizadas na calha principal do rio Doce
e atingiu a foz no dia 11 de novembro de 2015. Já a massa com elevada turbidez
atingiu o mar no dia 21 de novembro de 2015.

No Volume II, página 6, foi citado que a determinação da concentração de metais


dissolvidos (cátions) e ânions nas amostras de água, foram analisadas no Laboratório de
Análise Mineral – LAMIN da CPRM, em Belo Horizonte e no rio de Janeiro. As análises
químicas dos cátions correspondentes a Al, As, B, Be, Ba, Ca, Co, Cd, Cu, Cr, Li, Fe, K,
Mg, Mn, Mo, Na, Ni, Pb, Se, Si, Sb, Sn, Sr, Ti, V e Zn, foram realizadas no laboratório da
CPRM/RJ. Os resultados apresentados, na página 22, citaram que, em estações ao longo
do rio Doce, comparando os resultados obtidos nos anos de 2010 (obtido em registro
histórico) e 2015, não houve diferenças significativas nas amostras de água, exceto no
caso do ferro dissolvido (Fazenda Cachoeira D’Antas e Baixo Guandu) e manganês
dissolvido (Gesteira, Barra Longa, rio Doce e Cachoeira dos Óculos), os quais poderiam
ser tratados em ETA.

No mesmo relatório foi citado também que houve diferenças significativas na composição
dos sedimentos, com diminuição nas concentrações de metais ao longo do trecho da
drenagem que foi afetada pelo rejeito da barragem; e que esses resultados foram
compatíveis com as características químicas do material de rejeito coletado na barragem
de Santarém (ponto Samarco) e Bento Rodrigues, cujo principal constituinte químico é o
Fe.

Quanto as amostras de água, foi concluído na página 22, entre outros, que:

[...] as amostras de água coletadas ao longo do rio Doce não evidenciaram a


presença de metais dissolvidos em quantidades que possam ser consideradas
como contaminadas; e, as concentrações dos metais pesados dissolvidos
arsênio, cromo, cobre, chumbo, zinco e mercúrio nas amostras de água estão
próximas aos limites de detecção do método analítico utilizado. Essas

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535

concentrações reproduzem os valores encontrados pela CPRM em 2010, no


contexto já referido [...].

Quanto ao Volume III, no item Resultados (página 17), apresentaram quais análises de
cátions foram realizadas e o laboratório que fez. Foram estas as informações: as análises
de Al, As, B, Be, Ba, Ca, Co, Cd, Cu, Cr, Li, Fe, K, Mg, Mn, Mo, Na, Ni, Pb, Se, Si, Sb,
Sn, Sr, Ti, V e Zn, foram realizadas no LAMIN-SP da CPRM em São Paulo - SP. Os
resultados analíticos dos elementos As, B, Be, Cd, Co, Cr, Cu, Hg, Li, Mo, Ni, Pb, Sb, Se,
Sn, Ti, V e Zn foram citados como:

[...] abaixo de seus respectivos limites de quantificação do método analítico ou


muito próximos a estes limites, como o Cobre (Cu) na estação de Linhares e o
Zinco (Zn), nas estações de Gesteira, Colatina e Linhares; os elementos Ca, K,
Mg, Na, Si e Sr apresentaram teores sem variações significativas ao longo dos
pontos de amostragem; somente nas estações de Barra Longa, no rio do Carmo,
e nas cidades de rio Doce e Colatina, no rio Doce, o Al foi detectado acima do
valor máximo permitido na Resolução CONAMA 357/2005, para rios de Classe II
(0,1mg/L); todas as concentrações de Ba estavam abaixo do limite máximo
permitido pela legislação, sendo que os teores mais elevados ocorreram nas
cabeceiras no rio Gualaxo do Norte; o Fe apresentou alguns teores acima do
CONAMA para águas Classe II (0,3mg/L), predominantemente até o ponto da
cidade de rio Doce, com os teores decaindo em direção à foz do rio Doce.

Assim como na campanha de novembro de 2015, na terceira campanha não foram


detectados teores de metais, considerados tóxicos, dissolvidos nas amostras de água
coletadas. Apenas o Al, Fe e Mn apresentaram teores acima dos valores máximos
permitidos pela Resolução CONAMA 357/2005 em 05 estações diferentes, em datas
diferentes. Nas conclusões, página 23, foi citado que “os resultados analíticos obtidos
nessa campanha, em geral, são similares aos da segunda campanha do monitoramento,
quando não foram detectados metais tóxicos dissolvidos na água dos rios Gualaxo do
Norte, do Carmo e Doce”. Ou seja, de acordo com o que foi analisado, pela instituição,
no “Monitoramento Especial da Bacia do rio Doce” (volume II), “de forma geral, os
resultados não apresentaram alterações significativas após a passagem da lama de
rejeitos, quando comparados a dados históricos de antes do evento”.

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Concluiu-se que os relatórios desse monitoramento especial não consideraram o que foi
relatado no Encarte Especial sobre a Bacia do rio Doce – Rompimento da barragem em
Mariana/MG em suas conclusões finais.

Igam – Instituto Mineiro de Gestão das Águas

O Igam realizou o monitoramento da qualidade das águas do rio Doce no período do


rompimento da barragem da Samarco em Bento Rodrigues, a partir do dia 7 de novembro
de 2015. Sendo o monitoramento da qualidade das águas uma atribuição desse Instituto
no estado de Minas Gerais, esse trabalho não se restringiu apenas ao período da
passagem da pluma de rejeito, e vários Relatórios Técnicos foram elaborados para o
acompanhamento da evolução da qualidade das águas do rio Doce no domínio mineiro.
Os trabalhos sistematizados nos Relatórios Técnicos – Acompanhamento da Qualidade
das Águas do rio Doce Após o rompimento da Barragem da Samarco no distrito de Bento
Rodrigues – Mariana/ MG, apresentam a evolução temporal de diversos parâmetros que
retratam a qualidade das águas frente ao evento do rompimento da barragem de rejeito.

A relação das estações de monitoramento do Igam, apresentada nos seus relatórios


técnicos segue no quadro abaixo.

Quadro 58.1 — Relação das estações de monitoramento avaliadas pelo Igam no rio Doce
Código Descrição Data do início
da coleta diária
RD071 rio do Carmo em Barra Longa 21/11/2015
RD072 rio Doce no munícipio de rio Doce 07/11/2015
RD019 rio Doce entre os municípios de rio Casca e São Domingos Do Prata (MG) 07/11/2015
RD023 rio Doce entre os municípios de Marliéria (MG) e Pingo‐D'água (MG) 07/11/2015
RD035 rio Doce no munícipio de Ipatinga (MG) 08/11/2015
RD033 rio Doce no munícipio de Belo Oriente (MG) 08/11/2015
RD083 rio Doce logo a jusante do município de Periquito (MG) 08/11/2015
RD044 rio Doce na cidade de Governador Valadares 07/11/2015
RD045 rio Doce a jusante da cidade de Governador Valadares 07/11/2015
RD053 rio Doce no munícipio de Tumiritinga (MG) 10/11/2015
RD058 rio Doce no munícipio de CONSELHEIRO PENA (MG) 10/11/2015
RD059 rio Doce no munícipio de Resplendor (MG) 10/11/2015
RD067 rio Doce no munícipio de Aimorés (MG) 10/11/2015
Fonte: Igam (FLS 5687)

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537

Ressalta-se que o monitoramento realizado pelo Igam se restringiu à dominialidade de


Minas Gerais, portanto, não abrangeu o trecho capixaba; por conta disso, os resultados
não são diretamente comparáveis a outros estudos no município de Colatina, ES,
realizados por outras instituições.

Segundo os Relatórios Técnicos, os resultados das campanhas do monitoramento no


período de 7 de novembro de 2015 a 03 de dezembro de 2015 na calha do rio Doce,
período designado por período emergencial, entre os municípios de rio Doce (RD072) e
Aimorés (RD067) mostraram que os metais monitorados nesse primeiro período, e que
coincide com o pico da passagem da pluma de rejeito, tiveram as suas concentrações
aumentadas em todos os pontos, excetos os metais como arsênio, cadmio e mercúrio.
Foram monitorados, segundo o Relatório Técnico: arsênio total, alumínio dissolvido, ferro
dissolvido, cobre dissolvido, cromo total, cádmio total, chumbo total, manganês total,
mercúrio total e níquel total.

O pico de aumento nas concentrações sempre coincidiu com o momento em que a pluma
de rejeito alcançou o ponto de monitoramento, mas o aumento não se mostrou
persistente ao longo do tempo, sofrendo uma depleção nos dias seguintes ao pico da
passagem do rejeito pelos pontos de monitoramento para valores de concentração
abaixo dos limites legal da Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH‐MG
nº 01, de 2008 e do valor máximo da série histórica do Igam.

Alguns gráficos extraídos do Relatório Técnico do Igam mostram o comportamento da


concentração de alguns metais selecionados para o contexto, onde a intensidade da
variação depende do processo de disponibilização do metal na água e da dinâmica do
escoamento em função das características físicas do leito.

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Figura 58.1 — Comportamento da concentração de ferro dissolvido na porção mineira do


rio Doce entre setembro e dezembro de 2015

Fonte: Igam (FLS 5687)

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Figura 58.2 — Comportamento da concentração de alumínio dissolvido na porção mineira


do rio Doce entre setembro e dezembro de 2015

Fonte: Igam (FLS 5687)

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540

Figura 58.3 — Comportamento da concentração de chumbo total na porção mineira do


rio Doce entre setembro e dezembro de 2015

Fonte: Igam (FLS 5687)

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541

Figura 58.4 — Comportamento da concentração de manganês total na porção mineira do


rio Doce entre setembro e dezembro de 2015

Fonte: Igam (FLS 5687)

Os resultados de monitoramento apresentados nos Relatórios Técnicos do período


emergencial (7 de novembro de 2015 a 03 de dezembro de 2015) mostram que houve
uma relação direta de causa e efeito no aumento da concentração de metais pesados na
água do rio Doce devido à passagem da pluma de rejeito da Barragem da Samarco
rompida em 5 de novembro de 2015.

Foi observado que o Ferro dissolvido atingiu uma concentração de 32 mg/ L em Belo
Oriente (RD033) em 08 de novembro de 2015, mas logo nos dias seguintes a
concentração sofreu depleção ficando os valores abaixo de 5 mg/ L Fe. Os valores
monitorados, segundo o Relatório Técnico, ficaram acima do limite para a classe 2 de
enquadramento em todos os pontos da calha do rio Doce. A concentração do manganês
apresentou aumento com a chegada do rejeito em todos os pontos monitorados, sempre
com o pico de concentração coincidente com a passagem do rejeito pela estação de

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542

monitoramento. Por exemplo, foi monitorado em Belo Oriente (RD033) a concentração


de 857 mg/L Mn; 67,2 mg/ L Mn em Governador Valadares (RD044).

Deve-se ressaltar que a existência dos reservatórios nas UHE-Aimorés e UHE-


Mascarenhas representam ambientes de baixas velocidades de correntes, o que
interferiria no fluxo dos contaminantes para trechos de jusante, em particular o município
de Colatina/ES, a depender das manobras operacionais dessas usinas.
Consequentemente, a magnitude das concentrações nos pontos de jusante, já no
território do Estado Espírito Santo, pode ser de ordem de grandeza diferente se
comparada às regiões de montante.

Respeitada a cinética química e o comportamento dos demais metais na massa da pluma


de rejeito, os resultados do monitoramento indicam que o aporte de metais à calha do rio
Doce estava diretamente relacionado à pluma de rejeito da barragem da Samarco.

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1.1.26 Quesito 59 (b13 Sanear)

Quais foram os metais que permaneceram mais tempo em concentração acima do


valor máximo permitido pelo CONAMA 357/2005? Estes metais foram monitorados
na água tratada?

Inicialmente destaca-se que os Peritos consideraram nesse quesito, igualmente no 57,


tanto os metais quanto os semimetais.

Com a avalição realizada em banco de dados dos parâmetros monitorados na água bruta
e na água tratada, entre 06/2012 a 09/2018, na Tabela 59.1 são apresentados os
metais/semimetais que tiveram valores acima do valor máximo (VM) exigido pela
Resolução Conama 357/2005 para água doce, Classe 2 (água bruta), e o ano em que
isso ocorreu. E, na Tabela 59.2, aqueles que foram, também, monitorados na água
tratada. Nas referidas tabelas destaca-se o total de amostras analisadas e as
quantidades com valores acima dos VM exigidos pela legislação pertinente.

Após a Tabela 59.1, são apresentados os detalhes do aparecimento de concentrações


de metais/semimetais acima do VM, durante o monitoramento.

As informações foram extraídas dos gráficos e tabelas apresentados no Quesito 11.

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Tabela 59.1 — Metais/semimetais que apresentaram valores acima dos VM exigidos pela
Resolução Conama 357/2005 para água doce, Classe 2 e o ano em que ocorreram estes
valores
Quantidade
amostra com
Total de Registro de amostra com valor acima VM -
Metal ou valor acima
amostras CONAMA 357/2005, Classe 2
Semimetal VM - CONAMA
analisadas (ano)(*)
357/2005 –
Classe 2
Alumínio
532 336 2014 2015 2016 2017 2018
dissolvido
Antimônio total 405 01 2014 2015 2016 2017 2018
Arsênio total 611 15 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Boro total 544 02 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Cádmio total 469 14 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Chumbo total 554 133 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Cobre dissolvido 650 25 2014 2015 2016 2017 2018
Cromo total 689 42 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ferro dissolvido 560 304 2014 2015 2016 2017 2018
Lítio total 305 03 2014 2015 2016 2017 2018
Manganês total 588 235 2014 2015 2016 2017 2018
Mercúrio total 404 02 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Níquel total 687 19 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Prata total 456 03 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Vanádio total 498 03 2014 2015 2016 2017 2018
Zinco total 688 25 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: anos em que foram monitorados metais/semimetais e em destaque aqueles em que foi registrado
valor acima do VM, para alguns metais/semimetais, exigido pela Resolução Conama 357/2005 para água
doce, Classe 2.

Entre os metais relacionados na Tabela 59.1, antimônio total, lítio total, mercúrio total,
prata total e vanádio total apresentaram poucos valores acima do VM ocorrendo durante
a passagem da pluma pelo município de Colatina. Os demais, são descritos a seguir:

• Alumínio dissolvido: apresentou três amostras com valores acima do VM em 2014 e


2015, antes da chegada da pluma. O maior número de amostras com valores acima
do VM ocorreu durante a passagem da pluma, apresentando nova incidência no
período de novembro/2016 a julho/2017 e de dezembro/2017 a abril/2018,
provavelmente devido à ressuspensão. Segundo informações repassadas aos Peritos,
este parâmetro foi monitorado de junho/2014 a setembro/2018.

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• Antimônio total: a única amostra que apresentou valor acima do VM ocorreu em


19/11/2015. Os dados fornecidos aos Peritos mostram que este parâmetro foi
monitorado de junho/2014 a setembro/2018.

• Arsênio total: o maior número de amostras com valores acima do VM ocorreu durante
a passagem da pluma, em novembro/2015, apresentando nova incidência em
fevereiro/2017. Segundo informações repassadas aos Peritos, este parâmetro foi
monitorado de junho/2012 a setembro/2018.

• Boro total: as únicas amostras que apresentaram valor acima do VM ocorreram em


24/11/2015 e 02/12/2015. Os dados fornecidos aos Peritos mostram que este
parâmetro foi monitorado de junho/2014 a setembro/2018.

• Cadmio total: o maior número de amostras com valores acima do VM ocorreu durante
a passagem da pluma, novembro/2015, mantendo valores acima até julho/2017. Este
parâmetro foi monitorado de junho/2012 a setembro/2018, segundo dados fornecidos
aos Peritos.

• Chumbo total: o maior número de amostras com valores acima do VM ocorreu durante
a passagem da pluma, apresentando nova incidência nos meses de outubro,
novembro e dezembro/2017, provavelmente devido à ressuspensão. Segundo
informações repassadas aos Peritos, este parâmetro foi monitorado de junho/2012 a
setembro/2018.

• Cobre dissolvido: o maior número de amostras com valores acima do VM ocorreu


durante a passagem da pluma, novembro/2015, apresentando nova incidência, com
valores pontuais, em abril/2016, outubro/2017 e março/2018. Os dados fornecidos aos
Peritos mostram que este parâmetro foi monitorado de junho/2014 a setembro/2018.

• Cromo total: o maior número de amostras com valores acima do VM ocorreu durante
a passagem da pluma, novembro/2015, mantendo valores acima até março/2016.

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Segundo informações repassadas aos Peritos, este parâmetro foi monitorado de


junho/2012 a setembro/2018.

• Ferro dissolvido: o maior número de amostras com valores acima do VM ocorreu


durante a passagem da pluma, novembro/2015, apresentando nova incidência no
período de novembro/2016 a maio/2017 e de dezembro/2017 a abril/2018,
provavelmente devido à ressuspensão. Os dados fornecidos aos Peritos mostram que
este parâmetro foi monitorado de junho/2014 a setembro/2018.

• Lítio total: as três amostras com valores acima do VM ocorreram no mês de novembro
de 2015, nos dias 20, 21 e 26. Os dados fornecidos aos Peritos mostram que este
parâmetro foi monitorado de junho/2014 a setembro/2018.

• Manganês total: o maior número de amostras com valores acima do VM ocorreu


durante a passagem da pluma, apresentando nova incidência no período de
novembro/2016 a maio/2018, provavelmente devido à ressuspensão. Os dados
fornecidos aos Peritos mostram que este parâmetro foi monitorado de junho/2014 a
setembro/2018.

• Mercúrio total: as duas amostras com valores acima do VM ocorreram nos dias
25/11/2015 e 02/12/2015. Segundo informações repassadas aos Peritos, este
parâmetro foi monitorado de junho/2012 a setembro/2018.

• Níquel total: o maior número de amostras com valores acima do VM ocorreu durante
a passagem da pluma, apresentando nova incidência em janeiro de 2017,
provavelmente devido à ressuspensão. Segundo informações repassadas aos Peritos,
este parâmetro foi monitorado de junho/2012 a setembro/2018.

• Prata total: das três amostras com valores acima de VM, duas ocorreram em
25/11/2015 e uma em 12/02/2016. Este parâmetro foi monitorado de junho/2012 a
setembro/2018, segundo dados fornecidos aos Peritos.

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• Vanádio total: as três amostras com valores acima do VM ocorreram em 19/11/3015,


21/01/2016 e 22/01/2016. Os dados fornecidos aos Peritos mostram que este
parâmetro foi monitorado de junho/2014 a setembro/2018.

• Zinco total: amostras com valores acima do VM ocorreram durante a passagem da


pluma, 19/11/2015 a 24/01/2016. Este parâmetro foi monitorado de junho/2012 a
setembro/2018, segundo dados fornecidos aos Peritos.

Dos 16 metais/semimetais que apresentaram valores acima do valor máximo (VM)


exigido pela Resolução Conama 357/2005 para água doce, Classe 2 (água bruta), 9
foram monitorados na água tratada: antimônio total, arsênio total, cádmio total, chumbo
total, cromo total, manganês total, mercúrio total, níquel total e zinco total (Tabela 59.2).
Destes, cádmio total e manganês total apresentaram valores acima do VMP, segundo a
Portaria 2914/2011.

O monitoramento na água tratada avaliado refere-se ao momento após a chegada da


lama (18/11/2015 a 21/09/2019) e os valores acima do VMP, segundo a Portaria
2914/2011 ocorreram em:

• Cádmio total: uma das amostras acima do VMP ocorreu em 20/01/2016, contudo, o
maior número de amostras com valores acima do VMP ocorreu em dezembro de 2016.
Este parâmetro foi monitorado de junho/2012 a setembro/2018, segundo dados
fornecidos aos Peritos.

• Manganês total: o maior número de amostras com valores acima do VMP ocorreu
durante a passagem da pluma, apresentando nova incidência de agosto a outubro de
2017. Houve também amostras acima do VMP nos meses de janeiro, junho e
dezembro de 2017 e janeiro de 2018. Este parâmetro foi monitorado de
novembro/2015 a setembro/2018, segundo dados fornecidos aos Peritos.

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Tabela 59.2 — Metais/semimetais com valores acima dos VM exigido pela Resolução
Conama 357/2005 para água doce, Classe 2 e que foram monitorados na água tratada
Água Bruta Água Tratada
Total de amostras
Metal ou Total de Total de Total de amostras com
com valores acima
Semimetal amostras amostras valores acima VMP -
VM para Classe 2 -
analisadas analisadas Portaria 2914/2011
CONAMA 357/2005
Antimônio total 405 01 1126 0
Arsênio total 611 15 1127 0
Cádmio total 469 14 1129 08
Chumbo total 554 133 1127 0
Cromo total 689 42 1127 0
Manganês total 588 235 1102 35
Mercúrio total 404 02 1127 0
Níquel total 687 19 1121 0
Zinco total 688 25 1125 0
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

No caso dos metais ferro e alumínio, ressaltamos que estes parâmetros são monitorados
nas águas bruta e tratada, em atendimento às legislações, em formas diferentes. Na água
bruta a Resolução do CONAMA 357/2005 apresenta VM para água doce Classe 2 o
alumínio dissolvido e o ferro dissolvido e na água tratada a Portaria 2914/2011 apresenta
VMP o alumínio total e o ferro total.

As Figuras 59.1 a 59.16 mostram o comportamento dos metais/semimetais na água do


rio Doce, em períodos específicos e as Figuras 59.17 e 59.18 o comportamento de
cadmio total e manganês total, respectivamente, na água tratada.

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Figura 59.1 — Gráfico de alumínio dissolvido na água do rio Doce em Colatina no período de 20

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.2 — Gráfico de antimônio total na água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.3 —Gráfico de arsênio total na água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 20

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.4 — Gráfico de boro total na água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 2018

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.5 — Gráfico de cádmio total na água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 20

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.6 — Gráfico de chumbo total na água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 2

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.7 — Gráfico de cobre dissolvido na água do rio Doce em Colatina no período de 2014

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.8 — Gráfico de cromo total na água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 201

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.9 — Gráfico de ferro dissolvido na água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.10 — Gráfico de lítio total na água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a 2018

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.11 — Gráfico de manganês total na água do rio Doce em Colatina no período de 2014

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.12 — Gráfico de mercúrio total na água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.13 — Gráfico de níquel total na água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 20

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.14 — Gráfico de prata total na água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 20

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.15 — Gráfico de vanádio total na água do rio Doce em Colatina no período de 2014 a

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.16 — Gráfico de zinco total na água do rio Doce em Colatina no período de 2012 a 20

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.17 — Gráfico de cádmio da água tratada em Colatina no período de 2012 a 2018

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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Figura 59.18 — Gráfico de manganês da água tratada em Colatina no período de 2015 a 2018

Fonte: Elaborado pelos peritos (2019)

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567

1.1.27 Quesito 60 (b14 Sanear)

A concentração de ferro e manganês permitida segundo a OMS é maior que a


da Portaria 2914/2011? A Portaria 2914/2011 estabelece uma concentração para
estes metais bem inferior à da OMS devido apenas à estética da água? Existe
alguma condição na Portaria 2914/2011 que aumenta a concentração limite de
ferro e manganês?

A Organização Mundial de Saúde – OMS (WHO, 2018) não propõe nenhum valor
padrão para ferro e manganês em água potável. No entanto, baseado em efeitos à
saúde, apresenta um valor de referência para o manganês de 0,4mg/L.

A Portaria 2914/2011, em seu Anexo X - Padrão organoléptico de potabilidade,


apresenta o VMP para o Ferro e o manganês de 0,3 mg/L e 0,1 mg/L,
respectivamente, que nos leva a entender que o objetivo de tal medida seja garantir
características (cor, odor e sabor) ideais para a água potável.

WHO (2018) apresenta relatório sobre padrões de qualidade da água potável de 104
países e territórios nos 5 continentes, a saber:

• Para o ferro: 99 países estabelecem diretrizes para a presença desse elemento


químico na água potável, sendo valor máximo: 2 mg/l; valor mediano: 0,3 mg/l; valor
mínimo: 0,2 mg/l.

• Para o manganês: 34 países estabelecem diretrizes para a presença desse


elemento químico na água potável, sendo: valor máximo: 0,5 mg/l; valor mediano:
0,1 mg/L; valor mínimo: 0,05 mg/l.

Observa-se que a Portaria 2914/11 adota como VMP para o Ferro e Manganês o valor
mediano, entre os máximos e mínimos, encontrados nos países que estabelecem
diretrizes.

Ambos os elementos químicos são essenciais ao homem e nas concentrações que


normalmente estão presentes na natureza em corpos d’água, não são tóxicas.

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Destaca a OMS que na ocorrência de altas concentrações destes elementos há o risco


de afetar a aceitabilidade da água potável pela população em decorrência de alteração
da cor e/ou sabor da água. Orienta ainda que, caso haja alteração significativa nesses
parâmetros pela presença excessiva desses elementos, em um suprimento de água
potável, devem ser realizadas investigações sobre as causas da ocorrência.

Especificamente em relação ao Manganês, a OMS (WHO, 2017) sugere que há novas


evidências de que altos teores na água potável podem ter um impacto adverso na
capacidade de aprendizagem de crianças, embora ainda existam muitas incertezas.
Nesse sentido, estabelece um valor máximo para Mn na água potável de 0,4 mg/L,
assumindo que 20% da dose diária tolerável ingerida de Mn vem do consumo de 2
litros de água por dia por uma pessoa de 60 kg. De qualquer forma, mesmo sem ter
um valor formal limite de orientação não significa que o manganês não seja motivo de
preocupação em concentrações elevadas.

A Portaria 2914/2011, no Art. 39, § 4, ainda estabelece situações em que estes valores
podem ser superiores aos VMP.

Para os parâmetros ferro e manganês são permitidos valores superiores ao VMP


estabelecidos no Anexo X desta Portaria, desde que sejam observados os seguintes
critérios:
I – os elementos ferro e manganês estejam complexados com produtos
químicos comprovadamente de baixo risco à saúde, conforme
preconizado no art. 13 desta Portaria e nas normas da ABNT;
II – os VMPs dos demais parâmetros do padrão de potabilidade não
sejam violados; e
III - as concentrações de ferro e manganês não ultrapassem 2,4 e 0,4
mg/L, respectivamente (Portaria 2914/2011).

Em Colatina, foi verificado que, durante o período de novembro de 2015 a agosto de


2018, em relação às situações previstas na Portaria 2914/2011 no Art. 39, § 4, a água
tratada apresentou as seguintes situações:

• Os laudos analíticos aos quais os Peritos tiveram acesso apresentaram as


concentrações totais de ferro total e manganês total, não sendo possível afirmar se
os elementos estavam complexados ou não.

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• Ocorreram 03 situações em que o ferro esteve acima do VMP, sendo a maior


concentração encontrada de 0,472 mg/L, abaixo do valor limite permitido (2,4mg/L).
No entanto, nos dias em que a concentração do ferro estava maior que o VMP,
outros parâmetros também se apresentaram acima do VMP, conforme
demonstrado na Tabela 60.1.

Tabela 60.1 — Parâmetros que estavam acima do VMP em situações em que o ferro
estava fora dos padrões de potabilidade, por data e ponto de interesse
Cor
Data da Ferro Alumínio
Ponto de interesse aparente Turbidez (uT)
amostragem (mg/L) (mg/L)
(uH)
VMP
0,5 no SAA comp. FD
0,3 0,2 15
1,0 na F Lenta e desinf.
ETA I e II COLATINA 22/12/2015 0,347 62 8
ETA I e II COLATINA 29/01/2016 0,472 0,259
ETA IV - Colatina 15/01/2018 0,422 0,45 15 17,93
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

• Ocorreram 35 situações em que o Manganês esteve acima do VMP, sendo a maior


concentração encontrada de 0,740 mg/L, acima do valor limite permitido (0,4mg/L).
Ainda, em 24 situações em que a concentração do Manganês estava maior que o
VMP, outros parâmetros também se apresentaram acima do VMP, conforme
demonstrado na Tabela 60.2.

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Tabela 60.2 — Parâmetros que estavam acima do VMP em situações em que o manganês estav
por data e ponto de interesse
Data da Manganês Alumínio Cor aparente Gosto e Odor Triha
Ponto de interesse
amostragem (mg/L) (mg/L) (uH) (Intensidade) Tot
VMP
0,1 0,2 15 6
ETA I e II COLATINA 19/12/2015 0,13
ETA I e II COLATINA 22/12/2015 0,14
ETA I e II COLATINA 23/12/2015 0,105
ETA I e II COLATINA 30/12/2015 0,103 8
ETA I e II COLATINA 30/12/2015 0,108
ETA I e II COLATINA 02/01/2016 0,175 0,
ETA I e II COLATINA 03/01/2016 0,147
ETA I e II COLATINA 04/01/2016 0,104 22
ETA I e II COLATINA 04/01/2016 0,165 12 0
ETA I e II COLATINA 05/01/2016 0,221 12
ETA I e II COLATINA 12/01/2016 0,113
ETA I e II COLATINA 04/09/2017 0,16 31
ETA I e II COLATINA 08/09/2017 0,115
ETA IV - Colatina 03/12/2015 0,163
ETA IV - Colatina 03/12/2015 0,449
ETA IV - Colatina 24/01/2016 0,251
ETA IV - Colatina 25/01/2016 0,196
ETA IV - Colatina 25/01/2016 0,553
ETA IV - Colatina 26/01/2016 0,112
ETA IV - Colatina 08/08/2017 0,251 64
ETA IV - Colatina 12/08/2017 0,497
ETA IV - Colatina 27/10/2017 0,74 20
ETA IV - Colatina 18/12/2017 0,189 0,746 73
ETA IV - Colatina 19/01/2018 0,159

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Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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1.1.28 Quesito 61 (b15 Sanear)

É verdadeira a afirmação de que elementos como zinco, ferro, manganês,


cromo, níquel, cobalto são nutrientes essenciais à saúde humana?

Sim. Diversos elementos minerais conhecidos são considerados essenciais ou


suspeitos de serem essenciais para o adequado funcionamento do organismo
humano, dentre eles o zinco, ferro, manganês, cromo, níquel e cobalto.

O zinco participa de vários processos enzimáticos relacionados ao metabolismo de


proteínas, carboidratos e gorduras. Está também envolvido na formação da estrutura
de proteínas e enzimas e na regulação da expressão gênica.

O ferro é um componente crítico de várias proteínas, citocromos, mioglobina e


hemoglobina. Quase dois terços do ferro do corpo são encontrados na hemoglobina,
que está presente nos eritrócitos circulantes e está envolvida no transporte de
oxigênio para os tecidos do corpo humano.

O manganês é essencial na formação dos ossos e em reações específicas


relacionadas ao metabolismo de aminoácidos, colesterol e carboidratos. Este mineral
também faz parte da constituição de algumas enzimas. O cromo potencializa a ação
da insulina e pode melhorar a tolerância à glicose.

O níquel pode servir como cofator ou componente estrutural de enzimas específicas


de várias funções, incluindo reações de hidrólise e redox e expressão gênica. O níquel
também pode servir como cofator, facilitando a absorção ou o metabolismo do ferro.
O cobalto é um mineral que faz parte da composição da vitamina B12 (WHO; FOOD
AND AGRICULTURAL ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, 2004; WHO,
2005; INSTITUTE OF MEDICINE, 2005, 2006).

Ressalta-se que os minerais essenciais devem ser ingeridos em quantidade adequada


para atender às necessidades nutricionais do organismo humano, normalmente
conseguida pela ingestão de alimentos, e não causar efeitos tóxicos. A ingestão
insuficiente de minerais pode prejudicar o funcionamento do organismo e levar ao

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573

surgimento de doenças, assim como a ingestão em excesso, por exemplo pela


ingestão de água contaminada, pode causar efeitos tóxicos à saúde humana (WHO;
FAO, 2004).

Valores de ingestão diária de minerais são recomendados para atender às


necessidades nutricionais em diversos países. Para a população dos Estados Unidos
e Canadá, por exemplo, são recomendados o consumo diário para adultos do sexo
masculino de 11 mg de zinco, 8 mg de ferro, 30 µg de cromo, 2,3 mg de manganês e
1 mg de níquel (INSTITUTE OF MEDICINE, 2005, 2006). No Brasil, a ingestão diária
recomendada para adultos (sexo masculino e feminino) é de 7 mg de zinco, 14 mg de
ferro, 2,3 mg de manganês e 35 µg de cromo. Não há recomendação para a ingestão
diária de níquel e cobalto no Brasil (BRASIL, 2005). Por outro lado, para evitar a
ocorrência de efeitos tóxicos, valores máximos de ingestão diária (µg) de alguns
minerais por peso corporal (kg) têm sido estabelecidos, como exemplo para zinco (300
µg/Kg/dia), cromo (3 µg/Kg/dia) e níquel (20 µg/Kg/dia) (UNITED STATES
ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY, 2018).

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1.1.29 Quesito 62 (b16 Sanear)

É correto afirmar que a maior parte do ferro, manganês e alumínio ingerido pelos
seres humanos vem da ingestão de alimentos e não do consumo de água?

Sim. Os alimentos geralmente representam a principal fonte de ingestão de


minerais para os seres humanos, incluindo ferro, manganês e alumínio. Para a maioria
dos elementos minerais, considerando uma dieta normal, a ingestão de água não
contribui com teores significativos para a ingestão diária total (WHO; FAO, 2004;
WHO, 2005).

O ferro está presente em vários alimentos, sendo encontrado em maiores quantidades


em carne, aves, peixes, cereais, leguminosas, legumes, frutas e vegetais. O
manganês é encontrado com maiores teores em chás, seguido de nozes, cereais e
frutas secas. Esse mineral também é encontrado em carne, aves e peixes. Alimentos
naturalmente ricos em alumínio incluem batatas, espinafre e chás (KEEN,
ZIDENBERG-CHERR, 2003; WHO; FAO, 2004; MARLES, 2017).

Ressalta-se que em algumas situações específicas, a água potável pode contribuir


significativamente para a ingestão diária recomendada de minerais. Maiores
contribuições para a ingestão de minerais pela ingestão de água podem ser
observadas em regiões com características geológicas que favorecem maior
concentração de minerais na água. Em algumas regiões, a ingestão de água pode
fornecer a quantidade necessária ou até ultrapassar os valores recomendados de
ingestão diária para alguns minerais (ROSBORG, 2015; AZOULAY, GARZON,
EISENBERG, 2001).

As contribuições potenciais da água potável para a ingestão de minerais também


dependem do consumo de água, que é variável dependendo dos fatores
comportamentais e das condições ambientais. Indivíduos com o maior consumo
relativo de água incluem bebês, residentes em climas quentes e indivíduos engajados
em atividades físicas extenuantes. Atletas ou pessoas envolvidas em trabalho pesado
e aqueles que vivem em um clima quente consomem quantidades de água maiores
que o normal. Quando as pessoas consomem dietas incomuns, por exemplo, as dietas

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575

veganas que não consomem alimentos de origem animal ou laticínios, a ingestão de


certos elementos pode ser significativamente diferente da média. Nesses casos, a
contribuição da água para a ingestão total de minerais pode ser significativamente
diferente que a contribuição média (WHO, 2005; MAHAM; ESCOTT-STUMP;
RAYMOND, 2012; MARLES, 2017).

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1.1.30 Quesito 63 (b17 Sanear)

A utilização de panelas e talheres com revestimento de metais, como por


exemplo, ferro e alumínio influenciam no aumento do consumo destes metais?

Sim. Além da ingestão diária de elementos minerais diretamente pelos alimentos,


alguns elementos minerais, incluindo ferro e alumínio, podem migrar dos utensílios
metálicos, como exemplo de panelas e talheres, para os alimentos durante o preparo
e acondicionamento dos mesmos podendo influenciar no aumento da ingestão de
elementos minerais (QUINTAES, 2000; QUINTAES et al., 2004; WHO; FAO, 2004;
DANTAS et al., 2007).

O ferro é usado em uma grande variedade de utensílios de cozinha. É encontrado em


latas, tampas para garrafas de vidro e frascos. O ferro fundido também é usado para
panelas e frigideiras. O alumínio é amplamente utilizado em materiais que entram em
contato com alimentos, como panelas, utensílios de cozinha, bandejas e embalagens
para armazenamento de alimentos. Os principais fatores que afetam a migração de
elementos minerais dos utensílios metálicos incluem a acidez da preparação, o tempo
de contato entre o alimento e o recipiente e o teor de água da preparação. A área de
contato, temperatura, agitação, presença de agentes quelantes no alimento e a
própria qualidade da liga metálica, também são fatores que influenciam na migração
dos minerais para o alimento (KATAN, 1996; DANTAS et al., 2007; QUINTAES et al.,
2006).

A maioria dos estudos tem demonstrado que a migração de elementos minerais de


utensílios metálicos não representa uma fonte de exposição relevante quando se
considera o teor de minerais provenientes dos alimentos e de outras fontes de
ingestão não representando assim risco para a saúde humana. A migração de
elementos minerais presentes nos utensílios metálicos pode ter interesse nutricional
em situações de carência nutricional pela alimentação (WHO; FAO, 2004; QUINTAES
et al., 2004; DANTAS et al., 2007; QUINTAES et al., 2007).

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1.1.31 Quesito 64 (b18 Sanear)

Os alimentos possuem naturalmente diversos metais em sua composição?

Sim. Os alimentos possuem em sua composição diversos elementos minerais,


incluindo os elementos classificados como metais.

Os minerais estão presentes naturalmente nos alimentos já que os seres vivos utilizam
os minerais presentes na natureza para o funcionamento adequado do seu
metabolismo, sendo repassados na cadeia alimentar. Essas substâncias são
encontradas nos alimentos principalmente no estado iônico, na forma de íons positivos
ou íons negativos. Os minerais também existem como componentes de compostos
orgânicos, tais como fosfoproteínas, fosfolipídios, metaloenzimas e outras
metaloproteínas, como a hemoglobina (MAHAM; ESCOTT-STUMP; RAYMOND,
2012).

As leguminosas, legumes (incluindo vegetais de folhas verdes) e frutas são os


alimentos com as maiores densidades de minerais (WHO; FAO, 2004).

Os minerais são normalmente classificados como macro ou micronutrientes, com base


na concentração relativa de cada nutriente nos alimentos. Em condições normais as
quantidades de minerais encontradas nos alimentos são adequadas para atender as
necessidades nutricionais dos seres humanos. No entanto, em algumas condições
específicas, como em casos de contaminação ambiental e teores de minerais no solo,
as quantidades de minerais presentes nos alimentos podem ser alteradas
(WOJCIECH et al., 2009; MAHAM; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2012; MARLES,
2017).

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1.2 QUESITOS DA RÉ - SAMARCO

1.2.1 Quesito 65 (1 Samarco)

Qual a condição de tratabilidade das águas do rio Doce, após a ruptura da


Barragem da Samarco, posto que as condições de enquadramento para Classe
2 estabelecidas pela Resolução 357 do CONAMA não foram obedecidas

O rio Doce não apresenta condições compatíveis com o enquadramento Classe 2,


estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05 tanto antes como após a passagem
da pluma. As estações de tratamento estavam atendendo ao padrão de potabilidade
antes da ruptura da barragem da Samarco, condição não observada após a passagem
da pluma, sendo por diversos momentos violados os valores máximos permitidos
(VMP) definidos pela Portaria 2914/11.

A análise apresentada abaixo indica dificuldade na tratabilidade da água do rio Doce


com a tecnologia do tipo convencional presente nas ETA I, II e IV. Tal condição pode
estar associada a qualidade da água bruta; a mudança no coagulante (sulfato de
alumínio/Tanfloc) e dificuldade de ajuste na dosagem ótima; bem como, a própria
condição de tratabilidade de estações do tipo convencional.

Para melhor fundamentar a resposta é relevante lembrar que, conforme apresentado


no Quesito 3 não há enquadramento para o rio Doce, em toda sua bacia no Estado
do Espírito Santo, sendo suas águas consideradas classe 2, segundo Resolução
CONAMA 357/05. Ainda segundo esta resolução, no seu Capítulo II, Seção I, Art. 4,
III, as águas doces – classe 2 podem ser destinadas “ao abastecimento para consumo
humano, após tratamento convencional” (CONAMA,2005).

As três estações de tratamento localizadas na área de interesse desta perícia são do


tipo convencional, como apresentado no Quesito 22. A Estação do tipo convencional,
segundo literatura e norma técnica brasileira, tem capacidade para tratar água bruta
com as características, apresentadas na Tabela 65.1, definidas como valores de
referência (VR).

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579

Tabela 65.1 — Valores de referência (VR) para qualidade da água a ser tratada em
unidades do tipo convencional
Parâmetros Kawamura (2000) NBR 12.216/92
Alcalinidade (mg/L) <500
Algas (UPA/mL) <104
Cor aparente (uH) <1.000 -
Coliformes Totais (NMP/100mL) <10.000 < 20.000
COT (mg/L) <7,0
Cloretos < 600
Cryptosporidium (100L) <10
DBO5 (mg/L) - <4
Dureza (mg/L) <700
Ferro (mg.L-1) < 2,0 -
Giardia (100L) <20
Manganês (mg.L-1) < 0,5 -
pH - 5a9
Sabor e odor <10
Turbidez de água bruta (uT) < 3.000 -
Fonte: Adaptado de Kawamura (2000) e ABNT (1992)

Para responder este quesito foram utilizados os laudos laboratoriais fornecidos pelas
instituições ANA, Iema, Samarco e Sanear, via processo judicial (FLS 3995 a 4004),
considerando os seguintes períodos de análise:

• Antes da passagem da pluma (dados até 17/11/2015);

• Durante a passagem da pluma (18/11/2015 a 31/03/2016 após o período chuvoso


de verão);

• Após a passagem da pluma (01/04/2016 a julho/2017) e;

• Atual quando se iniciou Programa de Monitoramento Quali-Quantitativo Sistemático


de Água e Sedimentos - PMQQS (agosto/2017 a setembro/2018).

Os Quadros 65.1 e 65.2 apresentam os parâmetros em desconformidade com os


valores máximos (VM) definido pela resolução CONAMA 357/05 para a classe 2 e, os
valores máximos permitidos (VMP) pela PORTARIA 2914/11, nos diversos períodos
em análise de onde pode-se concluir que:

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580

• Antes da chegada da pluma a qualidade da água do rio Doce apresentava


parâmetros com valores acima do VM e as estações apresentam boa condição de
tratabilidade com apenas uma amostra do parâmetro trihalometano total acima do
VMP na ETA I.

• Durante a passagem da pluma a condição do rio Doce piora consideravelmente,


apresentando parâmetros em desconformidade com a CONAMA 357/05, sendo a
maior parte desses, relacionados de forma direta ou indireta ao rejeito, como
apresentado no quesito 16. Neste período a captação de água para abastecimento
teve que ser interrompida totalmente por pelo menos uma semana (18/11/2015 a
24/11/2015) como apresentado no quesito 12. Ao retomar o tratamento pode-se
observar a dificuldade das estações em atender a Portaria 2914/11, tendo 6
parâmetros em desconformidade na ETA I, 12 na ETA II e 14 na ETA IV em algum
momento.

• Após a passagem da pluma o rio Doce ainda apresentava parâmetros com valores
acima do VM e as estações de tratamento ainda apresentavam dificuldades na
potabilização da água, com 5 parâmetros acima do VMP na ETA I, 8 na ETA II e 12
na ETA IV.

• No período atual (ago/17 a set/18) o rio Doce apresentou ainda parâmetros em


desconformidade com a CONAMA 357/05 além dos apresentados antes da
passagem da pluma com destaque para o chumbo e cobre dissolvidos e as
estações de tratamento ainda apresentaram dificuldade em algum momento de
atender a Portaria 2914/11 com 6 parâmetros em desconformidade na ETA I, 12
parâmetros na ETA II e ETA IV.

A tabela 65.2 apresenta para os dois pontos de captação (ETA I/ETA II e ETA IV), os
parâmetros com valores médio e máximo que extrapolam os valores de referência,
apresentados na literatura e norma técnica, condições máximas para tratabilidade em
estações do tipo convencional, em algum momento do monitoramento.

Pode-se observar que os valores em destaque extrapolam os valores de referência


algumas vezes, como por exemplo: coliformes totais que chegam em algum momento

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581

a 80 vezes o valor de referência; DBO, 4,5 vezes; cor aparente, 7,5 vezes; ferro total,
67 vezes; manganês, 2,6 vezes; turbidez, 2,7 vezes e COT, 1,9 vezes.

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Quadro 65.1 — Parâmetros acima do VM (CONAMA 357/05) e acima do VMP (PORTARIA 2
interesse entre 04/2010 a 09/2018 para as ETA I e II
Períodos Parâmetros acima do VM – Conama 357/05 – classe 2 – ETA I Parâmetros acima do VM
e II – Portaria 2914/11 na ETA
Antes alumínio dissolvido, coliformes termotolerantes, cor verdadeira, Trihalometanos Totais (em
(até DBO, ferro dissolvido, fósforo total, manganês total, surfactantes, uma amostra)
17/11/2015) oxigênio dissolvido, sulfeto e turbidez
Durante alumínio dissolvido, arsênio total, boro total, chumbo total, dicloreometano, cor
(18/11/2015 a cloro residual total, cobre dissolvido, coliformes aparente, gosto e odor,
31/03/2016) termotolerantes, cor verdadeira, corantes de fontes antrópicas, tetracloreto de carbono,
cromo total, ferro dissolvido, fósforo total, lítio total, manganês Trihalometanos Totais e
total, surfactantes, níquel total, nitrito, óleos e graxas visíveis, turbidez
oxigênio dissolvido, resíduos sólidos objetáveis, sólidos
dissolvidos totais, sulfeto, turbidez, e zinco total
Após alumínio dissolvido, arsênio total, chumbo total, cianeto livre, alumínio, cádmio, cor
(01/04/2016 a cobre dissolvido, coliformes termotolerantes, cor verdadeira, aparente, Trihalometanos
julho/2017) ferro dissolvido, fósforo total, manganês total, oxigênio Totais e turbidez
dissolvido, sulfeto e turbidez
Atual alumínio dissolvido, chumbo total, cobre dissolvido, cor bactérias heterotróficas,
(agosto/2017 a verdadeira, ferro dissolvido, fósforo total, manganês total, cloro residual livre, cor
setembro/2018 oxigênio dissolvido, e turbidez aparente, surfactante,
Trihalometanos Totais e
turbidez
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: Em destaque valores acima do VMP além dos já identificados antes da passagem da pluma

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Quadro 65.2 — Parâmetros acima do VM (CONAMA 357/05) e acima do VMP (PORTARIA 2
interesse entre 04/2010 a 09/2018 para as ETA IV
Períodos Parâmetros acima do VM – Conama 357/05 – classe 2 Parâmetros acim
Antes alumínio dissolvido, cor verdadeira, DBO, ferro dissolvido,
(até 17/11/2015) fósforo total, manganês total, oxigênio dissolvido, pH e
sulfeto
Durante alumínio dissolvido, arsênio total, chumbo total, cianeto ácidos haloacéticos, alum
(18/11/2015 a livre, cobre dissolvido, coliformes termotolerantes, cor cloreto total, cloro residu
31/03/2016) verdadeira, corantes de fontes antrópicas, cromo total, manganês, pH, surfactant
DBO, fenóis totais, ferro dissolvido, fósforo total, manganês
total, surfactantes, níquel total, nitrito, prata total,
resíduos sólidos objetáveis, sólidos dissolvidos totais,
sulfeto, turbidez e zinco total
Após (01/04/2016 alumínio dissolvido, arsênio total, cádmio total, chumbo ácidos haloacéticos, alumí
a julho/2017) total, cianeto livre, cobre dissolvido, coliformes cloro residual livre, colifor
termotolerantes, cor verdadeira, DBO, ferro dissolvido, pH, Trihalom
fósforo total, manganês total, surfactantes, níquel total,
oxigênio dissolvido, sólidos dissolvidos, sulfeto e turbidez
Atual alumínio dissolvido, cobre dissolvido, cor verdadeira, ferro alumínio, cloro residual l
(agosto/2017 a dissolvido, fósforo total, manganês total, oxigênio dissolvido nitrato, pH, Triha
setembro/2018
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: Em destaque valores acima do VMP além dos já identificados antes da passagem da pluma

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584

Tabela 65.2 — Parâmetros em desconformidade com os valores de referência para


tratamento em estação do tipo convencional, por período, no ponto de captação da
ETA I e II e ETA IV
Ponto de captação Ponto de captação
ETA I e ETA II para ETA IV
Período Parâmetros
Valor Valor Valor Valor
médio máximo médio máximo
Coliformes Totais
Antes 56.200 81.640
(NMP/100mL)
(até 17/11/2015)
DBO 3,5 6,5 4,0 6,0
Cor aparente (uH) 779,9 1.095,0
Coliformes Totais
110.865 350.000 240.326 1.600.000
Durante (NMP/100mL)
(18/11/2015 a DBO 5,9 18,0
31/03/2016) Ferro total 68,7 122,1 46,4 133,5
Manganês 0,4 1,03 0,4 1,08
Turbidez 2299,0 5520,0 1421,6 5420,0
Cor aparente (uH) 2044,0 2320,0 700,7 7520
Após Coliformes Totais
87.700 170.000
(01/04/2016 a (NMP/100mL)
julho/2017) DBO 3,9 5,0 5,2 7,6
Ferro 9,7 10,2 2,2 14,2
Atual COT 4,9 13
(agosto/2017 a Ferro 5,2 20
setembro/2018) Manganês 0,2 1,3
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)

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1.2.2 Quesito 66 (2 Samarco)

A Portaria nº 2914 pode ser considerada como referência para a qualidade de


água de consumo mesmo em situações anômalas como a decorrente da ruptura
da Barragem da Samarco

Sim. A Portaria 2914/11, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de


vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade
é utilizada como referência inclusive em situações anômalas, desde que seja
cumprido o que está previsto no Capítulo VIII, Art. 44, 46 e 48 a saber (BRASIL, 2011):

• que em eventuais riscos à saúde da população, as autoridades de saúde pública e


os responsáveis pelos sistemas de abastecimento de água devem elaborar um
plano de ação e tomar medidas cabíveis para correção da anormalidade, incluindo
alterações nos parâmetros analisados e na frequência de monitoramento.

• verificadas características desconformes com o padrão de potabilidade da água ou


de outros fatores de risco à saúde, a autoridade de saúde pública competente
determinará ao responsável pela operação do sistema de abastecimento de água
para consumo humano que: I - amplie o número mínimo de amostras; II - aumente
a frequência de amostragem; e III - realize análises laboratoriais de parâmetros
adicionais.

• o Ministério da Saúde promoverá a revisão desta Portaria no prazo de 5 anos ou a


qualquer tempo, mediante solicitação justificada, sujeita a análise técnica da
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)/Ministério da Saúde (MS).

O que pode ser observado é uma inércia por parte das autoridades de saúde, dos
responsáveis pelo sistema de abastecimento de água e dos responsáveis pela
Barragem, na tomada de decisões e registros dos fatos.

A Samarco e o Sanear, apesar de terem realizado monitoramento da qualidade da


água e do sedimento, inclusive, com testes de ecotoxicidade ao longo do rio Doce,
não apresentou um plano de monitoramento. A primeira iniciativa para este plano só

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foi apresentada em abril/2017 com início do monitoramento em agosto/2017, sob a


coordenação da Fundação Renova.

Reitera-se ainda que o Sanear não apresentou documentos suficientes que


comprovassem os critérios utilizados para definição e dosagem ótima do
coagulante/floculante nas ETA de Colatina durante o período de uso do mesmo,
conforme apresentado e discutido no Quesito 26. Tais documentos são importantes
para a garantia de que tais produtos, ao serem usados no processo de tratamento da
água, não vão deixar resíduos que representem riscos à saúde da população.

Ainda com referência aos Art. 44 a 46 acima citados, cabe reiterar que o Sistema de
Vigilância à Saúde do Município de Colatina não sofreu qualquer modificação ou
reforço, tanto em relação às suas atribuições sobre a vigilância de qualidade da água,
quanto em relação às consequências deste evento sobre a saúde da população,
conforme explicitado nos Quesitos 32 e 33.

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1.2.3 Quesito 67 (3 Samarco)

O que caracteriza a robustez das estações de tratamento de água de Colatina

Para o adequado desempenho de uma estação de tratamento de água três


características fazem-se necessárias: robustez, resiliência e confiabilidade. A
primeira pode ser definida como a capacidade da estação de manter a produção
de água tratada com qualidade estável, independente das variações que possam
ocorrer nas características da água bruta. Esta característica explica – e em muitos
cenários justifica – a prevalência da tecnologia convencional de potabilização no Brasil
e no mundo. Já a resiliência expressa a velocidade com que a estação retorna ao seu
desempenho normal após algum distúrbio, geralmente causado pela deterioração da
qualidade da água bruta ou problemas operacionais como, por exemplo, interrupção
da adição de coagulante. Por fim, a confiabilidade avalia a probabilidade com que a
estação atinja as metas de qualidade em um determinado período de tempo, metas
impostas pela legislação vigente ou definidas pelo próprio prestador de serviço de
abastecimento de água (ZHANG et al., 2012).

Conforme apresentado no Quesito 65 pode-se observar que as estações de


tratamento de água analisadas estavam atendendo ao padrão de potabilidade antes
do rompimento da barragem, condição não observada após a passagem da pluma.

Com o descumprimento do padrão de potabilidade, estabelecido pela Portaria


2914/11, em alguns momentos, há um indicativo que as estações não conseguiram
tratar a água do rio Doce, com o grau de alteração da qualidade da água bruta captada
devido à passagem da pluma de rejeito. Para essas condições de água bruta observa-
se robustez insuficiente das estações. Essa condição, pode ser associada à qualidade
da água bruta; à mudança no coagulante (sulfato de alumínio/Tanfloc); à dosagem
ótima; bem como, às condições operacionais das unidades.

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1.2.4 Quesito 68 (4 Samarco)

O que assegura a potabilidade da água distribuída à população de Colatina.

O que assegura a potabilidade da água distribuída, a população de Colatina, assim


como para todo o Brasil, é o atendimento ao Padrão de Potabilidade (Portaria
2914/113), a análise e verificação de risco envolvendo todo o sistema de
abastecimento de água que pode ser realizada com a implantação de um Plano de
Segurança da água.

No caso específico de Colatina não houve o atendimento a frequência de


monitoramento, especificada na Portaria 2914/11(Quesito 14 e 37), alguns parâmetros
apresentaram valores acima do VMP recomendado (Quesito 31), além de não cumprir
o determinado nos Art. 44 e 46 onde prevê-se que o responsável pelo sistema de
abastecimento de água e as autoridades de Saúde Pública devem, em conjunto,
elaborar um plano de ação e tomar medidas cabíveis para a correção de
anormalidades em eventuais riscos à saúde da população. Além disso não foi
apresentado pelo Sanear o Plano de Segurança da Água para o sistema.

Para fins de fundamentar as considerações, foram utilizadas as bases teóricas e


legais apresentadas abaixo.

Segundo a Portaria 2914/11 (BRASIL, 2011) água potável é a água que após passar
por um processo de tratamento atenda ao padrão de potabilidade, e que não ofereça
riscos à saúde da população até as ligações prediais, em condições normais de
operação. Para tal é fundamental que o sistema de distribuição composto por
reservatórios e rede mantenha sua integridade sem apresentar intermitência ou
interrupções no abastecimento. As ações de controle e vigilância da qualidade da
água visam garantir, via monitoramento em pontos estratégicos, o atendimento à
Portaria.

3 Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011 foi revogada e integrada, em 2017, à Portaria de consolidação nº
5, de 28 de setembro de 2017 – Anexo XX, sem nenhuma alteração

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O Plano de segurança da água (PSA) é uma ferramenta metodológica de avaliação e


gerenciamento de riscos à saúde, associados aos sistemas de abastecimento de
água, desde a captação até o consumidor, facilitando a implementação dos princípios
de múltiplas barreiras, boas práticas, análise de perigo e risco. Sua implantação vem
suprir uma limitação do controle e vigilância da qualidade da água focados apenas em
análises laboratoriais (BRASIL, 2012).

O Princípio de Múltiplas Barreiras constitui-se de etapas do sistema onde se


estabelecem procedimentos para prevenir, reduzir, eliminar ou minimizar a
contaminação. Entende-se por Boas Práticas as medidas de controle que possibilitem
a eficácia de cada uma das barreiras, com o objetivo de prevenir risco. Análise de
Perigos e de Risco visa identificar pontos críticos que podem gerar perigos e estimar
os riscos que podem afetar a qualidade da água visando sua gestão e comunicação
(BRASIL, 2012).

No PSA também são elaborados os planos de gestão que visam à gestão do controle
dos sistemas de abastecimento para atender a condições em operação de rotina e
excepcionais (Planos de contingência), em que uma perda de controle do sistema
pode ocorrer. Na ocorrência de um desastre de caráter natural ou operacional, quando
o sistema possui um Plano de Contingência, integrado a planos de ação e
documentado, são identificados os recursos humanos para tomada de decisões nos
diversos setores envolvidos (prefeitura saúde, serviços de água, energia, telefonia,
defesa civil e policias militar, civil e federal) (WHO, 2011; BRASIL, 2012).

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1.2.5 Quesito 69 (5 Samarco)

Como se realiza a vigilância e o controle da qualidade da água distribuída à


população de Colatina?

Segundo a Portaria GM/MS n° 2.914/2011 (BRASIL, 2011; BRASIL, 2017) em seu Art.
3°, toda água destinada ao consumo humano, distribuída coletivamente por meio de
sistema de abastecimento de água, deve ser objeto de controle e vigilância da
qualidade da água. O Art. 12 define que compete às Secretarias de Saúde dos
Municípios exercer a vigilância da qualidade da água em sua área de competência,
em articulação com os responsáveis pelo controle da qualidade da água para
consumo humano. O Art. 13 determina que compete ao responsável pelo sistema de
abastecimento de água para consumo humano manter e controlar a qualidade da
água produzida e distribuída.

No contexto da abordagem desta perícia, destacamos a seguir questões indicadas na


referida Portaria, quanto a vigilância e controle da qualidade da água distribuída à
população de Colatina.

No que tange à vigilância da qualidade da água distribuída à população de Colatina,


a Secretaria Municipal de Saúde, conta com serviço de Vigilância à Saúde que se
ocupou, em decorrência do desastre, de coletar e enviar amostras à Secretaria de
Estado da Saúde, quando solicitado. Neste caso, não foram realizados quaisquer
estudos dos resultados obtidos nas análises. A equipe da Secretaria é pequena e os
equipamentos necessários ao Programa de Vigilância da Qualidade da água para
consumo Humano - Vigiágua (BRASIL, 2006), não são suficientes, conforme
declarado em visita técnica (Fls 6974). Cabe ressaltar que este Programa é atribuição
prioritariamente municipal e que, caso necessário, pode ser solicitado auxílio técnico
às demais instancias.

Destaca-se que a Vigilância à Saúde/SEMUS Colatina não implantou qualquer ação


dirigida às possíveis consequências sobre a saúde da população abastecida com
água tratada pela Sanear, após o desastre ambiental, ou mesmo dos usuários de água
de qualquer origem, tratada ou não, conforme discutido no Quesito 33.

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Para o controle da qualidade da água distribuída à população de Colatina, no que se


refere ao monitoramento, o Sanear apresenta relação de parâmetros monitorados no
manancial de captação, durante o tratamento e na rede de distribuição, por intermédio
de Relatório Técnico, Planilhas de Controle Operacional e Laudos laboratoriais
fornecidos pelo Sanear e pela Samarco (pós passagem da pluma). No Quesito 14 são
apresentadas informações relativas às condições do controle na Saída das ETA e na
Rede de Distribuição, a partir de novembro de 2015. E, no Quesito 11, Tabela 11.1,
foram apresentados os dados compilados a partir das informações encaminhadas por
diferentes instituições, ANA, Iema, Samarco e Sanear, (Fls 3995 a 4004),
considerando o período de 11/2010 a 09/2018.

Para o tratamento da água, as ETA adotam o Tratamento Convencional, composto


pelas etapas de coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção,
fluoretação e correção de pH, construídas em concreto armado (detalhes das ETA
estão descritos no Quesito 22). Para tanto, são utilizados diferentes produtos químicos
como coagulante/floculante, desinfetante, corretor de pH e fluoreto.

Com relação ao controle dos produtos químicos utilizados, as exigências estão


contidas na Portaria GM/MS n° 2.914/2011, na ABNT NBR n° 15.784/2014 (ABNT,
2014) e na Nota Informativa n° 157/DSAST/SVS/MS/2014 (BRASIL, 2014) conforme
explicitado no Quesito 26. A Nota Informativa define que o responsável pelo sistema
de abastecimento deve encaminhar o LARS e a CBRS (o fabricante deve entregar ao
usuário junto com o produto fornecido), com o Declas (Documento de
Encaminhamento do CBRS e LARS à Autoridade de Saúde Pública) à autoridade de
saúde pública, confirmando seu compromisso com aplicação correta da Dosagem
Máxima de Uso (DMU) informada pelo fabricante. No entanto, o LARS, a CBRS e o
Declas dos produtos químicos utilizados nas ETA de Colatina foram solicitados ao
Sanear que não forneceu os documentos relativos aos anos de 2015 e 2016 (ver
Quesito 27, Tabela 27.1). Ainda, em nenhum caso foi encaminhado o respectivo
Declas dos produtos utilizados.

Desta forma, como apresentado no Quesito 27, o Sanear não cumpriu as exigências
referentes ao uso de produtos químicos, sendo este fato confirmado pela ausência

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destes documentos na Secretaria Municipal de Saúde de Colatina (Fls 6743 a 6752 e


Fls 6972 a 6975) e reafirmado em visita técnica (Fls 6974). Não houve indicação do
Sanear de que os documentos foram encaminhados para outra autoridade de saúde
pública responsável.

A Portaria define, também, que compete ao responsável pelo sistema de


abastecimento de água para consumo humano proporcionar mecanismos para
recebimento de reclamações e manter registros atualizados sobre a qualidade da
água distribuída, disponibilizando-os para pronto acesso e consulta pública. No
entanto, em visita ao sítio eletrônico do Sanear foi constatada a publicação de
informações sobre a qualidade da água distribuída à população a partir de 30/11/2015,
sem apresentação de comentários que fossem acessíveis à compreensão dos
consumidores. Observou-se, também, ambiente para apresentação de reclamações.

Por outro lado, quanto ao encaminhamento às autoridades de saúde pública dos


relatórios das análises dos parâmetros mensais, trimestrais e semestrais com
informações sobre o controle da qualidade da água, o Sanear realiza esta ação
conforme estabelecido pela autoridade competente - Programa Vigiágua (plataforma
Siságua do Ministério da Saúde).

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1.2.6 Quesito 70 (6 Samarco)

Qual o risco à saúde da população de Colatina pelo consumo da água captada


no rio Doce?

Foram avaliados os riscos de efeitos crônicos à saúde não carcinogênicos por metais
e trihalometanos e de efeitos carcinogênicos à saúde por trihalometanos pela ingestão
da água de abastecimento pela população do Município de Colatina, ES. O estudo
teve como base os resultados das análises da água de abastecimento entre junho de
2012 e setembro de 2018.

Os resultados encontrados indicam baixo potencial do risco de ocorrência de efeitos


tóxicos crônicos não carcinogênicos à saúde pela ingestão de água considerando
exposições individuais de cada substância avaliada bem como à exposição
simultânea aos metais avaliados.

Em relação aos efeitos carcinogênicos à saúde, os resultados obtidos indicam que


não é possível descartar a possibilidade de um incremento do risco de efeitos tóxicos
carcinogênicos à saúde pela ingestão de água devido à contaminação por
trihalometanos. No entanto, para uma avaliação mais precisa, descartando ou
confirmando essa possibilidade, são necessários dados das concentrações
individuais de cada trihalometano (não disponíveis nos laudos e planilhas fornecidas
pela Sanear e Samarco) para realizar os cálculos.

Ressalta-se que os resultados obtidos refletem a probabilidade do risco de potencial


ocorrência de efeitos tóxicos à saúde pela ingestão de água e que a metodologia
utilizada nos cálculos possui incertezas associadas. Já a potabilidade da água, ou
seja, se a água é própria ou não para o consumo humano, é avaliada com base nos
valores máximos permitidos regulamentados na norma de potabilidade. Pela
avaliação dos dados fornecidos das análises das amostras de água foi verificado que
para vários parâmetros, como exemplo trihalometanos totais, os valores máximos
permitidos têm sido excedidos sistematicamente, indicando uma perda da qualidade
da água para consumo humano.

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Para fins de fundamentar as considerações, foram utilizadas as bases teóricas e


legais apresentadas abaixo.

Com base nos resultados das análises de água (junho de 2012 e setembro de 2018)
fornecidos pela Sanear e Samarco foi realizado um estudo para avaliar o risco de
ocorrência de efeitos adversos crônicos à saúde da população de Colatina/ES a
trihalometanos e a metais pela ingestão de água potável fornecida pela Sanear
captada do rio Doce. Todos os metais que têm sido encontrados nas amostras de
água foram incluídos no estudo. Os trihalometanos foram incluídos no estudo pois têm
sido encontrados com grande incidência e em níveis de concentração que excedem o
padrão de potabilidade em diversas amostras. Entre as possíveis rotas de exposição
(ingestão, inalação e dérmica), para todas as substâncias apenas a ingestão foi
considerada no estudo.

Os riscos à saúde podem ser caracterizados como riscos carcinogênicos e riscos não-
carcinogênicos, de acordo com os efeitos tóxicos de cada substância. O método
determinístico foi utilizado para avaliar a exposição diária dos indivíduos com base em
documentos da USEPA (USEPA, 1992; USEPA, 2005) e estudos publicados na
literatura científica (CHROSTOWSKI,1994; MAIGARI et al., 2016; KAVCAR,
SOFUOGLU A., SOFUOGLU S., 2009), utilizando a equação a seguir.

𝐶 × IR
CDI =
BW

onde, CDI (chronic daily intake) é a ingestão diária crônica da substância (µg/kg/dia),
C é a concentração da substância na água ingerida (µg/L), IR (ingestion rate) é a
ingestão média de água por dia (L/dia), and BW (body weight) é o peso corporal dos
indivíduos (kg). Nesse estudo foram considerados uma IR de 2 L/dia e BW de 60 kg
(WHO, 2011, página 164). Os dados das análises de água reportados como não
detectados (< limite de detecção) foram substituídos pela metade do valor do limite de
detecção do método analítico ou por zero, conforme o percentual de dados
censurados (GLOBAL ENVIRONMENT MONITORING SYSTEM - FOOD
CONTAMINATION MONITORING AND ASSESSMENT PROGRAMME, 1995). Para
evitar a influência de valores extremos e inconsistentes, foi utilizado o percentil 95 dos

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valores das concentrações das substâncias encontradas na água para a avaliação da


exposição e dos riscos à saúde (KAVCAR, SOFUOGLU A., SOFUOGLU S., 2009).

O risco não-carcinogênico foi avaliado com base nos valores encontrados para o
quociente de risco (HQ, hazard quotient) e o índice de risco (HI, hazard index) (USEPA
1999). O HQ foi calculado usando a equação a seguir.

CDI
HQ = 𝑅𝑓𝐷

onde o CDI é a ingestão diária crônica da substância (µg/kg/dia) e o RfD (reference


dose) é a dose de referência de exposição oral diária que não apresenta um risco
apreciável de efeitos deletérios à saúde ao longo da vida.

O HI tem sido utilizado para estimar o risco à saúde pela exposição simultânea a
diferentes substâncias. O índice de risco é a soma dos quocientes de risco de cada
substância avaliada considerando uma exposição simultânea a diferentes
contaminantes. Essa estimativa assume que a magnitude do efeito adverso será
proporcional à soma das exposições múltiplas de cada substância (USEPA, 1986;
MAIGARI et al., 2016). Nesse estudo, o HI foi calculado considerando todos os metais
avaliados individualmente de acordo com a equação a seguir.

HI = 𝛴𝐻𝑄

onde, ΣHQ é o somatório dos quocientes de risco de todos os metais avaliados. O HI


foi calculado para o somatório dos HQs dos metais (alumínio, bário, cádmio, cobre,
ferro, manganês e zinco).

Na avaliação dos resultados do risco de efeitos não-carcinogênicos à saúde, valores


de HQ ou HI < 1 indicam baixo potencial de ocorrência de efeitos tóxicos crônicos não
carcinogênicos à saúde e valores de HQ ou HI > 1 indicam que o contaminante pode
representar importante potencial de efeitos não-carcinogênicos à saúde.

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596

A avaliação do risco carcinogênico fornece informações sobre o potencial de risco


carcinogênico da substância em questão e estimativas quantitativas de risco de
exposição oral. Considera-se que os contaminantes classificados como
carcinogênicos não possuem limiar de exposição para causar um efeito. O potencial
de causar efeitos carcinogênicos é tipicamente expresso por um fator de potencial de
carcinogenicidade (SF, Slope Factor). O risco carcinogênico (CR) associado à
exposição pela ingestão é calculado usando a equação a seguir (CHROWTOSKI,
1994).

CR= CDI x SF

onde CR é o incremento da probabilidade de desenvolver câncer ao longo da vida


como resultado da exposição a um contaminante (ou risco carcinogênico), CDI é a
ingestão diária crônica (µg/kg/dia) e SF (slope factor) é o fator potencial de
carcinogenicidade do contaminante (µg/kg/dia)-1. Valores de risco de câncer (CR) ≤1
x 10-6 são considerados aceitáveis pela agência de proteção ambiental dos Estados
Unidos (USEPA, 1991). No entanto, valores maiores (≤1 x 10 -4) podem ser
considerados aceitáveis por outros organismos, como pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) (WHO, 2011). O risco de efeitos carcinogênicos foi estimado a partir
das concentrações fornecidas para trihalometanos totais, ou seja, assumindo que
estes valores representassem o bromofórmio ou bromodiclorometano ou dibromocloro
individualmente, para os quais existem valores de SF na literatura.

Valores de RfD e SF foram obtidos das monografias dos efeitos tóxicos (USEPA,
2018; AGENCY FOR TOXIC SUBSTANCES AND DISEASE REGISTRY, 2018) e
artigos publicados na literatura científica. Para os trihalometanos os valores RfD são
estabelecidos individualmente para cada substância que compõem esse grupo
(clorofórmio, bromofórmio, bromodiclorometano e dibromoclorometano). Enquanto
que os valores de SF são estabelecidos apenas para bromofórmio,
bromodiclorometano e dibromoclorometano (USEPA, 2018).

Com base no período total dos dados de análises de água recebidos (04/06/2012 a
21/09/2018), os resultados encontrados para as concentrações das substâncias
considerando o percentil 95, a exposição e a avaliação de risco não carcinogênico são

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apresentados na Tabela 70.1. Os valores de concentração encontrados variaram de


2,1 µg/L (cádmio) a 137,7 µg/L (alumínio). A concentração encontrada para os
trihalometanos totais (130,9 µg/L) foi considerada para cada trihalometano
individualmente de forma conservadora para avaliação da exposição e dos riscos à
saúde. Os valores de CDI obtidos variaram de 0,07 µg/kg/dia (cádmio) a 4,59 µg/kg/dia
(alumínio). Os valores de HQ variaram de 0,0031 (cobre) a 0,4364 (clorofórmio). Para
todas as substâncias avaliadas os valores de HQ encontrados foram inferiores ao
valor unitário, indicando baixo potencial do risco de ocorrência de efeitos tóxicos
crônicos não carcinogênicos à saúde pelos metais avaliados e trihalometanos pela
ingestão de água.

As contribuições percentuais para o risco à saúde de cada substância pela ingestão


de água foram 0,3% (cobre), 0,5% (alumínio), 0,7% (zinco), 1,2% (ferro), 1,8% (bário),
14,0% (cádmio), 17,6% (manganês), 21,8% (bromofórmio, bromodiclorometano e
dibromoclorometano) e 43,6% (clorofórmio). Um valor de HI de 0,3612 foi obtido para
o somatório dos HQs dos metais. O valor de HI foi inferior ao valor unitário, indicando
baixo potencial de ocorrência de efeitos tóxicos crônicos não carcinogênicos à saúde
pela ingestão de água considerando o somatório dos efeitos tóxicos individuais dos
metais avaliados.

Tabela 70.1 — Quantificação do risco de efeitos tóxicos não carcinogênicos para as


substâncias avaliadas pela ingestão de água
CDI RfD Referência
Substâncias Nº amostras C µg/L HQ
(µg/kg/dia) (µg/Kg/dia) (RfD)
Alumínio 1108 137,7 4,588
0,0046 1000 ATSDR, 2018
Bário 1148 106,7 3,555
0,0178 200 IRIS/EPA, 2018
Cádmio 1150 2,100 0,070
0,1400 0,5 IRIS/EPA, 2018
Cobre 1147 3,71 0,124
0,0031 40 Wu et al., 2009
Ferro 1107 111,0 3,700
0,0123 300 Wu et al., 2009
Manganês 1107 74,0 2,467
0,1762 14 IRIS/EPA, 2018
Zinco 1146 65,0 2,167
0,0072 300 IRIS/EPA, 2018
aClorofórmio 845 130,9 4,364
0,4364 10 IRIS/EPA, 2018
aBromofórmio 845 130,9 4,364
0,2182 20 IRIS/EPA, 2018
aBromodiclorometano 845 130,9 4,364
0,2182 20 IRIS/EPA, 2018
aDibromoclorometano 845 130,9 4,364
0,2182 20 IRIS/EPA, 2018
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: C (µg/L): concentração encontrada para as substâncias (percentil 95); n= número de resultados
de análises de amostras usados no cálculo; CDI: ingestão diária crônica da substância (µg/kg/dia); HQ:
quociente de risco; aConcentração assumida como igual ao valor encontrado para os trihalometanos
totais.

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Os resultados encontrados para a avaliação do risco carcinogênico à saúde para os


trihalometanos são mostrados na Tabela 70.2. Os valores de CR obtidos para
bromodiclorometano e dibromoclorometano, assumindo nos cálculos uma
concentração igual ao valor encontrado para os trihalometanos totais, foram maiores
que os valores de 1 x 10-6 e 1 x10-4, recomendados respectivamente pela USEPA e
OMS. Para bromofórmio o valor de CR, assumindo nos cálculos uma concentração
igual ao valor encontrado para os trihalometanos totais, foi superior apenas ao valor
de 1 x 10-6.

Esses resultados indicam que não é possível descartar a possibilidade de um


incremento no risco de efeitos tóxicos carcinogênicos à saúde pela ingestão de água
devido à contaminação de trihalometanos. No entanto, para uma avaliação mais
precisa, descartando ou confirmando essa possibilidade, seria necessário dispor dos
dados de concentração individuais de cada trihalometano para realizar os cálculos.

Tabela 70.2 — Quantificação do risco de efeitos tóxicos carcinogênicos para as


substâncias avaliadas pela ingestão de água
CDI SF
Substâncias Nº amostras C µg/L CR Referência (SF)
(µg/kg/dia) (µg/kg/dia)-1
aBromoformio 845 130,9 4,364 3,4E-05 7,9E-06 IRIS/EPA, 2018
aBromodiclorometano 845 130,9 4,364 2,7E-04 6,2E-05 IRIS/EPA, 2018
aDibromoclorometano 845 130,9 4,364 3,7E-04 8,4E-05 IRIS/EPA, 2018
Fonte: Elaborado pelos Peritos (2019)
Nota: C (µg/L): concentração encontrada para as substâncias (percentil 95); n= número de resultados
de análises de amostras usados no cálculo; CDI: ingestão diária crônica da substância (µg/kg/dia); CR:
risco carcinogênico; SF: fator potencial de carcinogenicidade; aConcentração assumida como igual ao
valor encontrado para os trihalometanos totais.

Cabe ressaltar que esse estudo foi realizado tendo como base valores de consumo e
peso corporal médios obtidos na literatura e, portanto, pode não representar a
exposição para todos os indivíduos e condições específicas. Diferenças nas
condições de exposição, como na ingestão de água e no peso corporal, podem
contribuir para diferenças na exposição e no risco à saúde.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho desenvolvido nessa Perícia reveste-se de um caráter de alta complexidade,


especialmente porque envolve diferentes especialidades técnicas e um denso volume
de dados e informações de monitoramento de qualidade de água em Colatina/ ES.

Justamente por isso, algumas considerações precisam ser elencadas quanto às


informações encaminhadas aos Peritos, vez que houve dificuldades de convergência
imediata das respostas da quesitação.

Os pontos que mais dificultaram a análise dos dados e a extração de informações que
atendam aos quesitos foram: (a) o grande volume de dados e laudos remetidos pelas
instituições, em formato não sistematizado, muitos em PDF, não prontamente
utilizáveis; (b) os prazos de remessa de dados e informações muito dilatados e
prorrogações legais; (c) o levantamento de dados não sistematizado, com coleta de
amostras em períodos diferentes, não permitindo uma caracterização analítica, pela
dificuldade de comparação temporal e espacial; (d) os diferentes laboratórios
contratados ao longo do período para realização das análises, laboratórios localizados
em diferentes estados brasileiros, com métodos e valores de referência distintos.

Soma-se a esses pontos o fato de não ter sido encaminhada para a perícia a
caracterização conclusiva do rejeito que encontrava-se na barragem e que escoou.
Para que fosse ultrapassada tal dificuldade, adotou-se como caracterização uma
composição a partir de informações, laudos fornecidos pela Secretaria de Estado de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, apresentando as
análises de lama/rejeito conforme a ABNT NBR 10004/2004 (classificação de
resíduos), com os resultados dos parâmetros específicos na norma. Ainda assim,
deve-se considerar que a descrição das amostras ficou bastante vaga e não consta
onde foram coletadas. Também, foram consultados laudos de análise do sedimento
que permaneceu dentro da barragem do Fundão, após o rompimento da mesma,
fornecidos pela Samarco. Por fim, ressalta-se que o material que ficou sedimentado
na barragem não necessariamente tem a mesma composição que o rejeito que
chegou ao rio Doce.

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Mesmo diante dos percalços encontrados e do prejuízo para análise dos dados, foi
possível aos Peritos, a partir da estratégia adotada e já explicitada acima, atuar ante
aos questionamentos propostos pelo Parquet, pelo Sanear ou pela Samarco, de modo
a apresentar conclusões, ponderações e interpretações conforme os dados gerais do
processo e os dados secundários coletados em razão do contexto da perícia.

Frise-se que tais conclusões, ponderações, interpretações específicas quanto às


questões apresentadas, estão devidamente indicadas em cada quesitação.

Por isso, não são necessários esclarecimentos adicionais, uma vez que ficou claro e
desvelado o que se pretendeu.

Neste sentido, encerram os trabalhos periciais, lavrando o presente Laudo Pericial


que contém 612 páginas, numeradas seqüencialmente, com 14 anexos, sendo esses
encaminhados como parte integrante em mídia pen drive, abaixo relacionados.

São anexos deste Laudo:

Tabela 1.1 – Comparação entre legislações nacional e internacional

Tabela 5.1 – Caracterização dos dados da coleta de água do rio Doce em Colatina no
período de 042010 a 092018

Tabela 7.1 — Caracterização dos dados da coleta de água do rio Doce em Colatina

Tabela 9.1 – Concentração de sólidos em suspensão no rio Doce em Colatina/ES a


partir de 08/11/2015 a 14/09/2018

Tabela 10.1 – Vazões sólidas obtidas a partir de 09/11/15 até 13/09/2018 para o rio
Doce em Colatina/ES – Estação fluviométrica Cód. 56994500, nas proximidades das
ETAs I e II

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Tabela 10.2 – Vazões sólidas obtidas a partir de 08/11/15 até 24/07/2017 para o rio
Doce em Colatina/ES – Estação fluviométrica Cód. 56994500, nas proximidades da
ETA IV

Tabela 11.1 – Caracterização dos dados da coleta de água do rio Doce em Colatina
no período de 04/2010 a 09/2018

Tabela 14.1 — Caracterização dos resultados das análises da água tratada em


Colatina

Tabela 15.1 — Caracterização dos resultados das análises da água do rio Doce

Tabela 38.2 – Monitoramento do parâmetro Nitrato (como N) (mgL)

Tabela 38.3 – Monitoramento do parâmetro Alaclor (μgL)

Tabela 38.4 – Monitoramento do parâmetro Atrazina (μgL)

Tabela 38.5 – Monitoramento do parâmetro Ácido Haloacéticos Totais (mgL)

Tabela 49.2 – Comparação entre legislações brasileiras

Firmamos o presente,

Vitória, 11 de junho de 2019.

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

INSTITUTO FEDERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

FUNDAÇÃO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

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REFERÊNCIAS

ABE, Y. T.; RUTKOWSKI, E.W.; ISAAC, R.L. Lodo de Estação de Tratamento de


Água. 2019. Disponível em:
<http://www.fec.unicamp.br/~bdta/modulos/saneamento/lodo/lodo.htm>. Acesso em
20, de maio de 2019.

AGENCY FOR TOXIC SUBSTANCES AND DISEASE REGISTRY. Toxic


Substances Portal. 2018. Disponível em: <https://www.atsdr.cdc.gov/ >. Acesso em
27 dez. 2018.

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Substances Portal. 2018. Disponível em: <https://www.atsdr.cdc.gov/ >. Acesso em
27 dez. 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004. Resíduos


sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004. Resíduos


sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12.216. Projeto de


estação de tratamento de água para abastecimento público – Procedimento. Rio de
Janeiro, 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12.216. Projeto de


estação de tratamento de água para abastecimento público – Procedimento. Rio de
Janeiro, 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12.648. Ecotoxicologia


aquática – Toxicidade crônica – Método de ensaio com algas (Chlophyceae). Rio de
Janeiro, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12.713. Ecotoxicologia


aquática – Toxicidade aguda – Método de ensaio com Daphnia spp (Crustacea,
Cladocera). Rio de Janeiro, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.373. Ecotoxicologia


aquática – Toxicidade crônica – Método de ensaio com Ceriodaphnia spp
(Crustacea, Cladocera). Rio de Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14725-4. Produtos


químicos — Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente Parte 4: Ficha de
informações de segurança de produtos químicos (FISPQ) Chemicals – Information
about safety, health and evironment Part 4: Safety data sheet for chemicals (SDS).
Rio de Janeiro, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.088. Ecotoxicologia


aquática — Toxicidade aguda – Método de ensaio com peixes (Cyprinidae). Rio de
Janeiro, 2016.

Protocolada por MARIANGELA DUTRA DE OLIVEIRA em 11/12/2019 19:20:06 (Processo 0135334-09.2015.4.02.5005)


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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.411-3 (2012).


Ecotoxicologia aquática – Determinação do efeito inibitório de amostras aquosas
sobre a emissão da bioluminescência de Vibrio fischeri (ensaio de bactéria
luminescente). Parte 3: Método utilizando bactérias liofilizadas. Rio de Janeiro, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.469. Ecotoxicologia


– Coleta, preservação e preparo de amostras. Rio de Janeiro, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.470. Ecotoxicologia


aquática – Toxicidade aguda e crônica – Método de ensaio com Hyalella spp
(Amphipoda) em sedimentos. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.638. Ecotoxicologia


aquática – Toxicidade aguda – Método de ensaio com anfípodo marinhos e
estuarinos em sedimentos. Rio de Janeiro, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.784. Produtos


químicos utilizados no tratamento de água para consumo humano — Efeitos à saúde
— Requisitos. Rio de Janeiro, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.784. Produtos


químicos utilizados no tratamento de água para consumo humano — Efeitos à saúde
— Requisitos. Rio de Janeiro, 2014.

AUSTRÁLIA. National Health and Medical Research Council. Natural Resource


Management Ministerial Council. Australian Drinking Water Guidelines 6.
Canberra, 2003. 615. p. Disponível em:
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AZOULAY, A., GARZON, P., EISENBERG, M. J. (2001). Comparison of the mineral


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BASTOS, R. K. X. Revisão da Portaria MS nº 2914/2011 - Tema II - Padrão de


Potabilidade e Planos de Amostragem Fundamentação e Linhas Norteadoras.
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Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a Joao Antonio Moschen
Documento No: 16802452-824-0-7036-167-124933 - consulta à autenticidade do documento através do site https://eproc.jfes.jus.br/
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Geral de Vigilância em Saúde Ambiental. Comentários sobre a Portaria nº
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Ministério da Saúde, 2004. 62 p.

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Ministério da Saúde, 2004. 62 p.

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de construção e revisão da Portaria n.º 36/MS/1990. Brasília: Ministério da Saúde,
2006. 108 p.

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Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Plano de segurança da
água: garantindo a qualidade e promovendo a saúde: um olhar do SUS.
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controle da qualidade da água para consumo humano. Brasília: Ministério da
Saúde, 2006. 212 p.

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controle da qualidade da água para consumo humano. Brasília: Ministério da
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Informativa no. 157/DSAST/SVS/MS 2014: ABNT NBR 15.784 – Produtos químicos
utilizados no tratamento de água para consumo humano- Efeitos à saúde –
Requisitos. Brasília, DF, 09 dez. 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária. Nota


Informativa no. 157/DSAST/SVS/MS 2014: ABNT NBR 15.784 – Produtos químicos
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Requisitos. Brasília, DF, 09 dez. 2014.

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procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da
água para consumo humano e seu padrão de potabilidade e dá outras providências.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2000.

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procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da
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Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2000.

BRASIL. Portaria nº 36, de 19 de janeiro de 1990. Dispõe sobre normas e padrão


de potabilidade destinada ao Consumo Humano. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1990.

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de potabilidade destinada ao Consumo Humano. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1990.

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responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para

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Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO. 104p. Disponível em:
<https://www.who.int/water_sanitation_health/publications/national-regulations-and-
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WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for Drinking-water Quality. 4. ed.

Protocolada por MARIANGELA DUTRA DE OLIVEIRA em 11/12/2019 19:20:06 (Processo 0135334-09.2015.4.02.5005)


Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a Joao Antonio Moschen
Documento No: 16802452-824-0-7036-167-124933 - consulta à autenticidade do documento através do site https://eproc.jfes.jus.br/
612

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for Drinking-water Quality. 4. ed.


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2005. 196 p.

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Hídricos, 20., 2013, Bento Gonçalves. Anais eletrônicos... Bento Gonçalves:
Associação Brasileira de Recursos Hídricos, 2013. Disponível em:
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887>. Acesso em: 13 jan. 2019.

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Protocolada por MARIANGELA DUTRA DE OLIVEIRA em 11/12/2019 19:20:06 (Processo 0135334-09.2015.4.02.5005)


Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a Joao Antonio Moschen
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