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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Departamento de Fonoaudiologia

Medidas aerodinâmicas em cantores nas frequências


habituais, graves e agudas.

Trabalho apresentado para obtenção do


título de graduação em Fonoaudiologia pela
Universidade Federal de Minas Gerais.

Dâmaris Poliana Lacerda Vieira


Orientador: Ana Cristina Côrtes Gama
Coorientador: Bárbara Lopes

Belo Horizonte
2022
Dâmaris Poliana Lacerda Vieira

Medidas aerodinâmicas em cantores nas frequências


habituais, graves e agudas.

Orientador: Ana Cristina Côrtes Gama


Coorientador: Bárbara Lopes

Belo Horizonte
2022
BANCA EXAMINADORA

Ana Cristina Côrtes Gama


(Orientadora - Universidade Federal de Minas Gerais)

Barbara Lopes
(Coorientadora - Universidade Federal de Minas Gerais)

Ualisson Nogueira do Nascimento


(Parecerista - Universidade Federal de Minas Gerais)
AGRADECIMENTOS

À Deus, por toda força, saúde e perseverança para eu ter chegado até aqui,
mesmo com todas as dificuldades encontradas no caminho.

À minha querida orientadora Ana Cristina Côrtes Gama, pela confiança


depositada em mim, desde o início. Muito obrigada por sua paciência, por seu
incentivo e toda a sua ajuda. Você é referência profissional e pessoal para meu
crescimento.

Agradeço, também, a Barbara Lopes e a Patricia pela ajuda e contribuição para a


conclusão desse trabalho. E a todos os professores do curso de Fonoaudiologia
da UFMG, meus colegas de classe e tantos outros dessa universidade, pelos
ensinamentos e exemplos.

À banca, pelo compromisso em contribuir na melhoria deste trabalho.

Ao meu marido, filhos e pais, pela paciência e rede de apoio que fizeram por mim,
para que fosse possível concluir esse jornada.

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RESUMO

Introdução: A pressão subglótica serve como fonte de energia para a vibração


das pregas vocais, com destaque da sua influência na variação da intensidade
da voz e também na variação da frequência, ao passo que essa última é
determinada primeiramente pela musculatura laríngea; a pressão subglótica
tende a elevar a frequência de fonação, mas isso pode não ocorrer se as demais
medidas se mantiverem inalteradas (. Sendo assim, cantores precisam de um
treinamento respiratório sistemático, permitindo-o executar movimentos
precisos, de acordo com seu estilo musical Objetivo: avaliar as medidas
aerodinâmicas em cantores do sexo masculino e feminino, sem alterações
vocais nas frequências habituais, graves e agudas Método: pesquisa do tipo
observacional analítica transversal, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
com o número 1.229.521. Todos os participantes foram informados sobre o
objetivo deste estudo e seus procedimentos, e assinaram o termo de
consentimento Livre e Esclarecido. Foi realizada a medida dos parâmetros
aerodinâmicos de tempo máximo de fonação, pressão aérea, fluxo de ar
expirado e vozeado, volume expiratório, potência e resistência aerodinâmica,
impedância acústica e eficiência aerodinâmica de 30 homens e 30 mulheres,
com idade entre 19 e 48 anos, sendo que destes dois grupos, 70% das mulheres
e 63,3% dos homens declararam ter o canto popular como seu gênero musical
e os demais informaram ser cantores líricos com experiência média de 6 anos.
Os critérios de exclusão para participar da pesquisa foram ser cantores que não
apresentassem nenhum tipo de alteração laríngea ou queixas vocais, definidas
a partir de avaliação otorrinilaringológica e fonoaudiológica, não fossem
fumantes e, no caso das mulheres, não estivessem grávidas ou em período
menstrual. Para a coleta, foi utilizado o programa CSL da Kay PentaxTM, model
6103 por meio da emissão da sílaba /pá/ por sete vezes consecutivas em
frequências habituais, graves e agudas, e em intensidade habitual Resultados:
As modificações nas medidas aerodinâmicas durante a emissão de diferentes
frequências da voz foram mais evidentes em cantores do sexo masculino,
mostrando que a variação de frequência fundamental provoca maiores
modificações nos parâmetros aerodinâmicos em indivíduos deste sexo.
Cantores homens apresentaram, nas emissões agudas, maiores valores de pico

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de pressão aérea, resistência aerodinâmica, impedância acústica e eficiência
aerodinâmicas enquanto as mulheres cantoras apresentaram maiores valores
de eficiência aerodinâmica na emissão habitual, seguida das emissões agudas.
Discussão: Cantores homens necessitam de um aumento nos parâmetros
aerodinâmicos nas emissões agudas, o que sugere a necessidade de um maior
treinamento respiratório destas frequências, enquanto as mulheres, uma
atenção especial no treinamento de sons graves, já que demonstraram menor
eficiência aerodinâmica nessas emissões. Essa informação poderá auxiliar tanto
na preparação vocal desses cantores, como também na reabilitação
fonoaudiológica e no ensino do canto, buscando estratégias corretas que
favoreçam a performance do cantor e elaborando um planejamento de treino
respiratório que seja eficiente para atender suas demandas. Conclusão: A
variação de frequência fundamental na voz provoca maiores modificações nos
parâmetros aerodinâmicos dos cantores do sexo masculino. As mulheres
cantoras apresentaram maiores valores de eficiência aerodinâmica na emissão
habitual. Os cantores apresentaram, nas emissões agudas, maiores valores de
pico de pressão aérea, resistência aerodinâmica, impedância acústica e
eficiência aerodinâmicas.

Descritores: medidas aerodinâmicas; voz; cantores; disfonia

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ARTIGO CIENTÍFICO

Em conformidade com a Resolução Nº 02/2013, de 04 a abril de 2013

(Anexo 1) do Colegiado do Curso de Fonoaudiologiada Faculdade de Medicina

da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), este Trabalho de Conclusão

de Curso foi elaborado em formato de artigo científico e será submetido à revista

CoDAS.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal de Minas Gerais sob o número 1.229.521 (Anexo 2).

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INTRODUÇÃO

Diversas teorias sobre a produção da voz surgiram no decorrer do

tempo, destacando-se a Teoria Mioelástica Aerodinâmica, de Van Den Berg (1)

que interrelaciona a elasticidade da musculatura laríngea com a força

aerodinâmica da respiração, formando um sistema interdependente.

Ignorar qualquer uma das partes deste sistema pode comprometer sua

homeostase e aumentar o risco para o desenvolvimento de distúrbios vocais

e, sendo assim, se torna cada vez mais comum a utilização da avaliação

aerodinâmica na clínica vocal, uma vez que essas medidas fornecem valiosas

informações sobre a inter-relação entre o sistema fonatório e respiratório e

possibilitam identificar comprometimentos, auxiliando no processo diagnóstico

e no acompanhamento da evolução terapêutica nos quadros de distúrbios

vocais (2) .

A extração de medidas aerodinâmicas pode, por exemplo, nos auxiliar

na diferenciação entre uma voz neutra e uma voz alterada a partir do quociente

de fonação (QP), que utilizará medida de capacidade vital juntamente com a

medida do tempo máximo de fonação (TMF) captadas com uso de um

expirômetro (3). Volumes e capacidades pulmonares, pressão aérea subglótica

(Psub), fluxo de ar laríngeo, resistência laríngea, e relação s/z também são

medidas úteis e disponíveis para uso na clínica vocal uma vez que fornecem

detalhes da fisiologia da fonação, e são importantes na avaliação da qualidade

da produção vocal (4) .

A pressão subglótica é decorrente da compressão pulmonar por meio da

musculatura expiratória, e serve como fonte de energia para a vibração das

8
pregas vocais (5) . Pesquisas apontam o papel preponderante da variação da

Psub sobre a intensidade da voz, como também a sua influência sobre as

variações na frequência da fonação, uma vez que, além de depender do

volume pulmonar, ela também depende da força de fechamento das pregas

vocais (PPVV) que conferirá maior ou menor resistência a esse fluxo de ar

transglótico (5) .

Durante a produção da voz falada, o aumento da intensidade vocal é

acompanhado também pela elevação da frequência de fonação, o que leva a


(6)
supor que quanto maior a Psub maior é a frequência vocal . Entretanto,

tratando-se da voz cantada, cantores treinados compensam, de alguma forma,

por meio dos músculos laríngeos o aumento da Psub, pois essa variação nos

registros é obviamente inaceitável no canto (7) .

A capacidade vital (CV) do individuo é a quantidade máxima de ar que

podemos inspirar e expirar, e se difere da capacidade residual funcional (CRF)

que é o momento em que as forças expiratórias e inspiratórias se encontram


(8) (9)
em equilíbrio . Um estudo [Watson e Hixon (1996)] constatou que, em

cantores líricos, a fonação se inicia com volumes de ar acima da CRF, com

valores próximos a 100% da CV, e isso faz com que as forças elásticas gerem

uma Psub cada vez maior, de acordo com a resistência glótica oferecida ao

fluxo aéreo (1) .

O modo interdependente de funcionamento do sistema fonatório nos

permite compreender como a atividade dos músculos adutores das pregas

vocais (PPVV) pode ser diretamente afetada pelo processo aerodinâmico da

fonação. Esse conceito é muito utilizado pelos pedagogos vocais sendo

conhecido como Modo de Fonação (7) e se refere ao comportamento das PPVV

9
(1)
em seus movimentos de adução e abdução . Os ajustes de fechamento

glótico transitam da hiperconstrição, no qual temos uma grande adução glótica

e consequentemente altos valores de Psub até o modo de hipocontrição, em

que tanto a força de adução como a Psub encontram-se reduzidas ou com


(10)
valores próximos a zero . Obviamente, que os estilos musicais variam a

força de adução glótica o que, consequentemente, irá refletir nas medidas

aerodinâmicas, principalmente a Psub e o nível de fluxo aéreo transglótico (1) .

Cantores treinados desenvolvem habilidades que os permitem

combinar diferentes características de intensidade e de frequência nos

diferentes registros vocais, aprendendo a controlar separadamente cada

dimensão da sua voz,o que torna a avaliação das medidas aerodinâmicas de

grande importância para a pedagogia vocal.

A avaliação dos aspectos respiratórios exigidos durante o canto é

importante para auxiliar na identificação da necessidade do cantor,

entendendo qual a sua real deficiência, o que possibilita elaborar um

treinamento vocal individualizado e eficaz para atender a sua demanda de voz

cantada. Além disso, a compreensão dos mecanismos aerodinâmicos é de

grande valia para a reabilitação fonoaudiológica de cantores disfônicos, já que

alterações na dinâmica respiratória da fonação podem desencadear

comportamentos vocais inadequados e comprometer a carreira do cantor a

curto, médio ou mesmo longo prazo.

MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa observacional analítica transversal aprovada

pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais

10
sob o parecer número 1.229.521.

Para a realização dessa pesquisa foram selecionados 60 indivíduos,

sendo 30 do sexo masculino, com idades entre 19 e 48 anos (média 28,6

anos; DP=7,16) e 30 do sexo feminino, com idade entre 18 e 36 anos (média

26,1 anos; DP=5,59). Todos os participantes foram informados sobre os

objetivos do estudo e seus procedimentos, e assinaram o termo de

consentimento. Livre e esclarecido (TCLE).

O grupo foi selecionado em uma escola de canto e foram divididos de

acordo com sua autorreferência sobre sua experiência como cantor e gênero

musical. Das mulheres, 70% declararam ter o canto popular como seu gênero

musical, com experiência variando de 4 a 12 anos (média de 7,3 anos; DP=2,38)

e as demais informaram ser cantoras eruditas (30%) e possuíam experiência em

torno de 3 a 10 anos no canto erudito (média de 6,6 anos; DP=2,40). Dos

homens, 63,3% declararam-se cantores populares com um tempo de

experiência de 5 a 13 anos (média de 7,5 anos; DP=2,38) e os demais,

informaram ser cantores líricos com experiência variando entre 4 a 15 anos

(média de 6,9 anos; DP=2,94).

Os critérios de inclusão para participar da presente pesquisa foram ser

cantor profissional ou amador; sem queixas e/ou alterações vocais definidas por

avaliação fonoaudiológica; com presença de laringe normal a partir de avaliação

otorrinolaringológica; e com faixa etária de 18 a 55 anos. Foram excluídos os

participantes fumantes, mulheres grávidas ou em período menstrual.

Para avaliação fonoaudiológica os participantes foram orientandos a

emitir a vogal /a/ em frequência e intensidade habituais e foi realizada

avaliação perceptivo-auditiva do grau geral da disfonia (G) em uma escala de

11
quatro pontos, sendo 0 sem alteração e 3 alteração de grau intenso. A

avaliação fonoaudiológica foi realizada por consenso por duas fonoaudiólogas

especialistas em voz com mais de cinco anos de experiência na área. Foram

selecionados os participantes que apresentaram na avaliação perceptivo-

auditiva o grau geral da disfonia igual a zero, caracterizando uma qualidade

vocal neutra. Para determinação da queixa vocal os participantes que

apresentaram autopercepção positiva da qualidade vocal (referiram ter voz

boa ou muito boa) e autorreferiram ausência de sintomas vocais (fadiga e/ou

desconforto) foram incluídos no estudo.

A avaliação laríngea foi realizada por um médico otorrinolaringologista

com laringoscópio rígido de 70° com 300 W de luz Xenon (KayPentax®,

Lincoln Park, New Jersey) com sistema de videolaringoscopia de alta

velocidade colorido modelo 9710. A resolução da imagem utilizada foi 512 x

512 pixels com modo de cor de 8 bit RGB. Todos os participantes foram

orientados e emitir durante o exame a vogal /i/ em frequência e intensidade

habituais. Foram consideradas laringes normais aquelas que apresentaram

exames sem lesões na estrutura laríngea e que tinham fechamento glótico

completo ou, no caso das mulheres, que apresentaram fenda triangular

posterior (11).

Determinação da frequência fundamental (f0)

Os indivíduos foram orientados a realizar um aquecimento da voz de livre

escolha, personalizado às suas exigências vocais, com duração total de cinco

minutos antes de iniciar a coleta das emissões vocais. Logo em seguida foram

solicitados a emitir de forma sustentada a vogal /a/ nas f0 habitual, aguda e grave.

12
Para a coleta das emissões vocais nas diferentes f0 utilizou-se o programa

de análise acústica CSL da Kay PentaxTM, model 6103, módulo MDVP instalado

no computador da marca Dell®, modelo Optiplex GX260, com placa de som

profissional marca Direct Sound® e microfone unidirecional, condensador da

marca shure, disponíveis no OSF/UFMG.

Para a emissão da f0 habitual, todos os participantes foram orientados a

sustentar a vogal /a/ na frequência da fala, da forma mais confortável possível.

No grupo de mulheres o valor médio de f0 habitual foi de 197,56 Hz (152,78 a

251,98Hz; DP=19,73), e no grupo de homens foi de 166,75 Hz (96,94 a 221,07

Hz; DP=31,87).

A emissão da f0 aguda foi realizada a partir da orientação para que os

participantes produzissem a vogal /a/ uma oitava acima da f0 habitual. Neste

momento foi dado ao participante um estímulo auditivo, referente à nota musical

correspondente à f0 identificada na emissão aguda, utilizando-se um teclado

musical da marca CxL Key Flexível Roll Up Piano Sintetizador para referência

de tonalidade. O valor da média da f0 aguda das mulheres foi de 449,64 Hz

(287,85 a 590 Hz; DP=63,95) e dos homens foi de 180,71 Hz (121,87 a 246,45

Hz; DP=40,46).

Na emissão da f0 grave, os indivíduos foram orientados a emitir a vogal /a/

em f0 de até três tons abaixo da f0 habitual, também com o auxílio do estímulo

auditivo, utilizando-se o teclado para referência de tonalidade. A f0 grave teve

valor médio no grupo de mulheres de 186,47 Hz (126,43 a 245,71 Hz; DP=32,38)

e no grupo de homens 147,28 Hz (80,95 a 219,77 Hz; DP=39,38).

As pesquisadoras monitoraram a f0 das emissões vocais dos

participantes, utilizando o aplicativo Fine Chromatic Tuner (Figura 1).

13
Figura 1: aplicativo Fine Chromatic Tuner para celulares

Fonte: arquivo pessoal da Fga. Ms. Patrícia de Freitas Lopes Genilhú.

Quando as avaliadoras observaram que os participantes não estavam

realizando a emissão dentro das f0 estipuladas na medida acústica inicial, os

indivíduos foram orientados a repetir a emissão, até manterem as f0 estipuladas.

Avaliação Aerodinâmica

As medidas aerodinâmicas e a medida acústica de f0 da fala foram

mensuradas pelo programa CSL da Kay PentaxTM, model 6103, Lincoln Park

NJ USA – módulo PAS instalado no computador da marca Dell®, modelo

Optiplex GX260, com placa de som profissional marca Direct Sound®. Para a

extração das medidas aerodinâmicas, cada participante foi orientado a emitir a

sílaba /pá/ em frequência e intensidade habituais, sete vezes consecutivas,

conforma orientações do fabricante do aparelho, uma vez que estas emissões

nos possibilitam extrair medida de pressão aérea (obtidas da consoante plosiva

/p/ que estima a pressão glótica), de fluxo aéreo e acústicas da voz (obtidas da

vogal /a/ da sílaba /pá/)

Todas as medidas foram registradas com o auxílio de uma máscara facial

14
de silicone colocada sobre a boca do participante. A máscara foi acoplada a um

dispositivo conectado a um transdutor de pressão, e a pressão intraoral foi

medida por meio de um cateter de polietileno de pequeno diâmetro inserido na

máscara através de um orifício lateral, e posicionado na parte central da língua

do participante. A outra extremidade do cateter foi conectada a um transdutor de

pressão.

A medida acústica de f0 foi captada por meio de um microfone, acoplado

na parte posterior da máscara. Todos os sinais dos transdutores e do microfone

foram enviados ao programa CSL para análise.

As medidas aerodinâmicas analisadas foram agrupadas em três

categorias conforme descrito a seguir:

Medidas de pressão aérea:

● Pico de pressão aérea: esta medida é o maior valor de pressão aérea

observado em um ou mais sílabas plosivas, medido em cm H2O.

● Valor médio do pico de pressão aérea: valor médio do Pico de Pressão

Aérea, medido em cm H2O.

Medidas de fluxo aéreo:

● Média do fluxo aéreo durante vocalização: quociente resultante da divisão

do volume total de ar expirado pela duração dos segmentos vozeados,

medido em litros/segundo.

Medidas aerodinâmicas

● Potência aerodinâmica: produto entre o valor médio do pico de pressão

aérea, o fluxo de ar vozeado e o valor de 0,09806, medido em watts.

● Resistência aerodinâmica: quociente resultante da divisão do valor médio

do pico de pressão aérea pelo fluxo de ar vozeado, medido em cm H2O/

15
(litros/segundo). Esta medida é equivalente à medida de Impedância

acústica multiplicada pelo fator de conversão de 0,9806.

● Impedância acústica: quociente resultante da divisão do valor médio do

pico de pressão aérea pelo fluxo de ar vozeado, medido em dyne

segundo/cm5.

● Eficiência aerodinâmica: valor adimensional, definido em partes por

milhão (p.p.m). Representa o resultado da divisão entre a potência

acústica e a potência aerodinâmica.

Para análise estatística primeiramente foi realizada uma análise descritiva

dos dados com medidas de tendência central e dispersão no programa Minitab®

19. Para comparação entre as respostas das medidas aerodinâmicas em

diferentes frequências foi utilizado o Teste paramétrico ANOVA para medidas

repetidas. Quando os pressupostos de distribuição assimétrica dos resíduos e

heterocedasticidade não foram encontrados, usamos o teste não-paramétrico de

Friedman. Consideramos o nível de significância de 5%.

RESULTADOS

As medidas aerodinâmicas encontradas em homens e mulheres

cantores em emissões habituais agudo e grave, estão descritas nas tabelas

a seguir. A variação de f0 na voz provoca maiores modificações nos

parâmetros aerodinâmicos dos indivíduos do sexo masculino (Tabelas 1 e 2).

As mulheres apresentaram maiores valores de eficiência aerodinâmica

na emissão habitual, quando comparada às emissões agudas (p=0,009) e às

graves (p=˂0,000); e as emissões agudas, maiores valores que as graves

(p=0,003) (Tabela 1).

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Tabela 1. Comparações das medidas aerodinâmicas de mulheres cantores em emissões de
frequência habitual, aguda e grave.

MEDIDAS MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA DP P-Valor


ACÚSTICAS

Pico de pressão Habitual 4,82 13,94 9,46 2,88


aérea (cm H2O)
Agudo 4,82 13,9 9,45 2,47 0,334Ɨ

Grave 4,51 13,94 8,60 2,32

Valor médio do Habitual 4,41 13,49 7,86 2,75


pico de pressão
Agudo 4,41 13,49 7,91 2,44 1,000 Ɨ Ɨ
aérea (cm H2O)
Grave 4,11 13,49 7,89 2,19

Média do fluxo Habitual 0,08 0,33 0,19 0,07


aéreo durante a
Agudo 0,08 0,33 0,19 0,06 0,865 Ɨ Ɨ
vocalização
Grave 0,08 0,32 0,18 0,06

Potência Habitual 0,038 0,44 0,16 0,11


aerodinâmica
Agudo 0,038 0,44 0,17 0,091 0,775 Ɨ Ɨ
(watts)
Grave 0,055 0,441 0,15 0,07

Resistência Habitual 19,95 67,47 41,63 12,13


aerodinâmica (cm
Agudo 19,95 89,22 43,39 15,94 0,739 Ɨ
H2O/ (L/S)
Grave 17,95 67,57 40,51 14,993

Impedância Habitual 20,35 68,80 42,53 12,43


acústica (ds/cm)
Agudo 20,35 70,98 43,31 14,33 0,975 Ɨ

Grave 18,3 68,9 42,73 15,809

Eficiência Habitual 90,39 376,30 211,94 76,78


aerodinâmica
Agudo 80,54 343,19 168,34 66,24 0,000 Ɨ
(PPM)
Grave 55,66 201,41 122,04 46,86

Legenda: DP – desvio padrão; Ɨ teste ANOVA; Ɨ Ɨ teste de Friedman.

Os homens apresentaram maiores valores de pico de pressão aérea na

emissão aguda quando comparada com a grave (p=0,008). As emissões agudas

provocam uma maior resistência aerodinâmica quando comparada às emissões

17
habituais (p=0,031) e graves (p=0,001). Os parâmetros aerodinâmicos de

impedância acústica e eficiência aerodinâmicas são influenciados pela f0 aguda,

que apresentam maiores valores quando comparadas às emissões graves

(p=0,001 e p=˂0,000) e às emissões habituais (p=0,011 e p=˂0,000) (Tabela 2).

Tabela 2. Comparações das medidas aerodinâmicas de homens cantores em emissões de


frequência habitual, aguda e grave.

MEDIDAS CÚSTICAS MÍNIMO MÁXIMO MÉDIA DP P-Valor

Pico de pressão Habitual 4,41 13,94 8,56 3,06


aérea (cm H2O)
Agudo 5,4 21,02 9,19 3,62 0,035 Ɨ Ɨ

Grave 4,41 13,94 8,31 2,67

Valor médio do pico Habitual 3,81 13,49 8,94 2,82


de pressão aérea
Agudo 5,15 19,99 9,54 3,39 0,139 Ɨ
(cm H2O)
Grave 3,81 13,49 8,03 2,52

Média do fluxo Habitual 0,08 0,42 0,17 0,075


aéreo durante a
Agudo 0,05 0,35 0,16 0,074 0,241 Ɨ
vocalização
Grave 0,08 0,32 0,19 0,058

Potência Habitual 0,038 0,44 0,15 0,09


aerodinâmica
Agudo 0,031 0,533 0,15 0,118 0,498 Ɨ Ɨ
(watts)
Grave 0,038 0,44 0,15 0,07

Resistência Habitual 12,76 67,75 45,25 13,51


aerodinâmica (cm
Agudo 18,67 113,25 58,25 26,755 0,001 Ɨ
H2O/ (L/S)
Grave 12,76 89,22 39,35 16,039

Impedância Habitual 13,02 69,12 42,53 14,303


acústica (ds/cm)
Agudo 19,04 134,89 57,00 31,609 0,001 Ɨ

Grave 13,02 128,92 41,75 22,834

Eficiência Habitual 101,09 324,12 167,00 76,26


aerodinâmica
Agudo 131,32 1206,55 470,40 311,82 0,000 Ɨ Ɨ
(PPM)
Grave 42,31 800,32 167,03 164,16
Legenda: DP – desvio padrão; Ɨ teste ANOVA; Ɨ Ɨ teste de Friedman.

18
DISCUSSÃO

A respiração sempre foi apontada como um dos pilares da voz cantada


(12)
pelas maiores e mais conceituadas escolas e metodologias de canto . Ela

também é a base da nossa produção vocal, tanto na voz falada como na voz

cantada, e os diferentes comportamentos respiratórios podem resultar nas mais

diversas qualidades vocais, devido a interação deste com as demais estruturas

envolvidas nos processos da fala e do canto e, especificamente neste último,

pela expertise do cantor em controlar esses mecanismos (13-14).

Ao iniciar sua vibração, as pregas vocais, transformam a energia

aerodinâmica em energia acústica: por meio da adução das mesmas na linha

média somada a resistência que estas oferecem ao fluxo de ar expiratório,

obtem-se uma interação complexa entre essas forças que garantem a emissão
(1, 12)
da fala ou do canto . Dessa forma, a pressão aérea existente nos pulmões

após a inspiração e o fluxo de ar que será expirado, influem diretamente nas


(1, 5, 12)
condições de vibração das pregas vocais, alterando a qualidade vocal .

Além disso, tratando-se da voz cantada, as escolhas das estratégias

respiratórias como também dos ajustes de contração da musculatura envolvida,

irão variar de acordo com estilo musical do cantor e suas preferências estéticas
(1, 5, 12)
.

O sistema respiratório é dividido em vias aéreas superiores e inferiores,

separados pela laringe, abaixo da qual temos a traqueia e os pulmões, aonde se

encontram os brônquios, bronquiolos e alveólos e ocorrem as trocas gasosas


(15)
através da inspiração e expiração . Além da musculatura instrínseca da

laringe, diversos outros músculos atuam nesse processo respiratório e são

essenciais para a produção vocal considerando que irão interferir diretamente

19
nas medidas aerodinâmicas, que por sua vez determinarão a atividade fonatória
(12)
. Na inspiração vemos a contração do maior músculo da respiração, o

diafragma, assim como dos intercostais externos e das forças elásticas

existentes no pulmão, acarretando a suspensão da caixa toráxica e no aumento

do volume de ar ali presente (15). Todo esse processo ocorre a partir da entrada

de ar pela cavidade oral e/ou nasal e abdução das pregas vocais, por meio da

contração do músculo cricoaritenóideo posterior, também denominado músculo

da vida exatamente por seu papel fundamental na respiração (12, 16).

Após a inspiração, com o aumento da pressão no interior dos pulmões,

uma condição de equilibrio precisa ser reestabelecida, processo conhecido como

homeostase, onde temos que, o ar proveniente dos pulmões é expulso por meio
(12, 16)
das forças musculares dos intercostais internos e abdominais . A partir de

então, tem-se a atuação das forças elásticas ali existentes e, na medida em que

o ar vai sendo expirado, ocorre novamente a variação do volume pulmonar e,

uma vez reduzida a pressão anteriormente citada, inicia-se a repetição de todo

o ciclo (12, 16). A fonação ocorre exatamente ao longo deste processo expiratório,

por meio da adução das pregas vocais visto que, quando estas se aproximam,

ocorre um aumento da pressão subglótica, suficiente para colocá-las em

vibração e o relaxamento da musculatura inspiratória produzindo assim o som


(12, 16)
glótico que será modulado ao longo de todo o trato vocal . Por isso, esta

interdependencia sistêmica, ou seja, esta associação respiração-voz é tão

passível de valorização e pode impactar expressivamente o resultado vocal do

sujeito

Neste estudo foi possível observar, que as mulheres apresentam maior

eficiência aerodinâmica nas emissões habituais, ou seja, são capazes de

20
converter uma maior quantidade de som a partir de uma menor quantidade de

energia aerodinâmica, nas emissões habituais, seguidas das agudas. É lícito

supor, portanto, que as mulheres são mais eficientes na produção de sons

habituais e menos eficientes na produção de sons graves, apresentando uma

menor exigência aerodinâmica na variação de frequência,quando comparadas

aos homens, o que não anula a necessidade de um treino respiratório adequado

à sua demanda estilística que auxilie sua produção vocal em regiões graves.

Já os homens apresentam maiores modificações aerodinâmicas quando

realizam variações de frequência da voz para o agudo, com aumento da pressão

aérea (Psub), resistência aerodinâmica e impedância acústica. Vale destacar

que o aumento da pressão aérea pode ser o aspecto que influenciou as medidas

de resistência aerodinâmica e impedância acústica, já que estes dois parâmetros

aerodinâmicos são dependentes da Psub. Também foi possível observar que

apesar da emissão em frequência aguda nos homens demandar maiores

esforços aerodinâmicos, com o aumento da Psub também ocorre um aumento

concomitante dos valores da eficiência aerodinâmica, sugerindo que os homens,

ao produzirem sons agudos, convertem de forma eficiente a energia

aerodinâmica em energia acústica. Por isso, sugere-se que uma maior atenção

seja dada ao treino de cantores do sexo masculino, objetivando auxilia-los na

variação da frequência e permitindo adequar a qualidade da sua voz ao seu estilo

musical sem compensações ou flutuações vocais.

Tais diferenças nos parâmetros aerodinâmicos entre homens e mulheres

podem estar relacionadas com as características anatômicas da laringe e do

sistema respiratório entre os sexos. Como causa anatômica, podemos destacar

a cartilagem tireóidea, que é a maior cartilagem da laringe e possui angulações

21
diferentes em homens e mulheres, acarretando importantes diferenças na

fisiologia vocal de ambos, uma vez que nos homens, as uniões entre essas

lâminas formam um angulo de 90° enquanto nas mulheres esse angulo é mais

aberto, com cerca de 120°(1). Isso influencia no tamanho das pregas vocais que

determinam a frequência vocal e a faixa de fonação de ambos os sexos (1).

Esse estudo mostrou que a variação da frequência fundamental em uma

escala ascendente gera uma demanda aerodinamica muito maior em homens

do que em mulheres, sendo que nos homens, conforme já descrito na literatura,

é necessário que a Psub aumente consideravelmente, quando comparado às

mulheres, para que seja possível a execução de notas agudas; o que também

levará ao aumento de outras medidas que se relacionam com a Psub, como a

resistência e a impedância (17) .

Já se sabe que, o recrutamento correto da musculatura somado ao padrão

respiratório adequados proporcionam maior coordenação das medidas


(18)
aerodinâmicas durante o canto . Um desequilíbrio no fluxo de ar ou qualquer

outro problema pulmonar subjacente podem afetar gravemente o controle

fonatório adequado e a qualidade do som de cantores (19).

Um problema comumente encontrado em cantores é a hiperfunção vocal

que pode levar a formação de nódulos na prega vocal e a tensões musculares

excessivas (2) . Por esse motivo, é de extrema importância o conhecimento sobre

o funcionamento do sistema respiratório e da influência das medidas

aerodinâmicas na fonação, pois o domínio técnico dessas estruturas retardará a

fadiga vocal, mantendo o bem estar do cantor (2, 13).

Tensões laríngeas e paralaríngeas excessivas e frequentes, normalmente


(2)
são acompanhadas de distúrbios vocais e é função do fonoaudiólogo avaliar

22
e reabilitar cantores que apresentam tais compensações, com foco na melhora

da qualidade e redução de impactos negativos sobre a voz de seus pacientes. O

sucesso terapêutico é obtido por meio do equilibrio da interação das forças

respiratórias e laríngeas e do professor de canto realizar de modo acertivo,

exercícios que visem o controle da musculatura respiratória para a manutenção

adequada das medidas aerodinâmicas (13).

A variação das medidas aerodinâmicas encontradas nesse estudo nos

confirma o que já foi relatado na literatura (17) no que concerne a diferença entre

os sexos e a grande importância de um treinamento respiratório voltado para as

especificidades de cada cantor.

Ressalta-se também que uma postura e movimentos adequados, que

permitam uma distribuição correta da carga nas articulações e nos pés,

melhoram o desempenho diafragmático, reduzindo a tensão na região laríngea


(20)
, o que poderia favorecer uma melhora na variação da frequência e impactar

diretamente na qualidade vocal e na performance, principalmente tratando-se da

população masculina, conforme resultados do presente estudo.

Além do mais, a habilidade em controlar o fluxo aéreo permitirá ao cantor,

manter o nível ideal de pressão sonora, já que o controle da cavidade abdominal

e torácica, durante a performance do cantor, contribui para a maior eficiência da

Psub e distribui melhor o volume de ar nessas cavidades (20) . Controlar de forma

hábil o fluxo aéreo também evita o recrutamento da musculatura acessória; cuja

ativação pode gerar uma série de compensações musculares indesejadas que

aumentam a fadiga vocal ocasionando disfonias (13).

Com base nessas informações e compreendendo todo o contexto no qual

o cantor está inserido, sugere-se que o professor de canto ou o preparador vocal

23
possa levar o cantor não apenas ao controle do fluxo de ar durante o canto, mas

também ao aumento de sua capacidade vital e ao controle de um volume

pulmonar adequado durante a inspiração. Embora a pesquisa tenha se limitado

ao processo aerodinâmico dos cantores, compreender que a voz é resultado da

interação entre respiração, fonte e filtro é crucial para o processo de

apredizagem do aluno, no caso dos professores de canto, ou da

habilitação/reabilitação dos pacientes, nos casos dos fonoaudiólogos.

Como limitações desta pesquisa destacamos o fato dos estilos musicais

entre cantores não terem sido controlados na amostra para a determinação das

medidas aerodinâmicas. Pesquisas futuras são necessárias para analisar a

relação entre os estilos musicas e os aspectos respiratórios na emissão de

diferentes frequências em ambos os sexos, visando não apenas estabelecer um

padrão ideal que auxilie esses indivíduos a usarem o máximo de seu potencial

vocal durante suas performances, mas também promovendo longevidade e

saúde de todo o aparato fonador. Estudos com cantores, especialmente do sexo

masculino, que visem auxiliar o treinamento vocal e reduzir as variação das

medidas aerodinâmicas como as encontradas no presente estudo, também

contribuirão expressivamente no que se refere a esta população.

CONCLUSÃO

A variação de frequência fundamental na voz provoca maiores

modificações nos parâmetros aerodinâmicos dos cantores do sexo masculino.

As mulheres cantoras apresentaram maiores valores de eficiência aerodinâmica

na emissão habitual. Os cantores apresentaram, nas emissões agudas, maiores

valores de pico de pressão aérea, resistência aerodinâmica, impedância acústica

e eficiência aerodinâmicas.

24
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ANEXO 1

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29
30
ANEXO 2

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