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ffi%w&ffiffiffiry
DE Dennis Potter
TRADUçÃO DE
Título original: Blue Remembered Hills
Revisão: Marta 0lias
Daniel Jonas
Paginação: BdM
peça deverão ser dirigidos a Judy Daìsh Associates Ltd',2 St Charles Place, London
W1 0 6EG, Êngland. Nenhuma representação pode ter lugar antes de ter sido obtida
a respectiva autorizaçã0.
Nenhumã parte desÌe livro pode ser reproduzida sob qualquer forma (electrónÌca,
mecânica, fotocópia, etc.) sem a prévia autorização da editora e do Teatro Nacional TEATRO
D. Maria Il.0 direito de Dennis Potter ser identiÍÌcado como autor desta obra foi NACIONAL
D, MARIA II
por ele certificado.
www.bicho-do-mato.pt BrcHq}{;MATO
Dennis Potter Em Portugal, Azul Longe nas Collnas estreou na Sala Estúdio do TNDM ll
Dennis Potter nasceu em 1935, na Floresta de Dean, em Gloucester_ a 1 0 de Fevereiro de 201 1, com encenação de BeatÍiz Batarda
shire (lnglaterra). Estudou Filosofia, política e Economia no New College, e interpretações de:
mitidas pela BBC. Entre as suas obras para televisão destacam-se B/ue DONALD Bruno Nogueira
JOHN Dinarte Branco
Remembered Hills (1979), Brimstone and Treacle (produzida em 975, .l
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Nota do autor
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0s pequenos monstros. Não procurei deliberadamente inovação
mas também, ainda que paradoxalmente, como o sismógrafo que
ou complicação na narrativa de uma história muito simples, dado
poderia medir com maior veracidade os terramotos e os tremores
que, no meu ofício, a chamada <originalidade> é, sem dúvida,
das emoções da infância. As personagens de Hemingway podem
encarada como uma maldiçã0, e não como uma bênçã0, exacta_
sentir a terra mover-se no seu orgasmo mútuo, mas uma criança
mente como se um pé aleijado Íosse a consequência e não a causa
consegue senti-la a girar para fora do seu eixo pelo movimento de
de um coxear.
uma sombra na parede.
A nossa cultura reconheceu há muito que a infância não é
transparente com inocência, e que as suas aparentes simplicida_
des são apenas as opacidades das próprias angústias e agressões
de que procuramos ocasionalmente escapar, através de uma nos_
talgia inoportuna por esse <azul longe nas colinas> do pequeno
-n, verso doloroso de Housman. Contudo, apesar de sabermos disto,
sentimos também (graças a Deus) uma bondade compensadora
quando vemos efectivamente crianças numa peça. Os duros
ven_
tos de norte da ansiedade e da desilusão não conseguem apagar
totalmente o giz manchado de um quadrado do jogo da macaca.
Não queria que um <Ahlr complacente de retÍospecção-ate_
nuada interferisse com a visão de duas meninas a brincar com
uma boneca de porcelana ou quatro meninos a decidir que, afinal,
não existia nada melhor do que uma caixa de fósforos para incen-
diarem alguma coisa. O medo de ser assaltado que senti de súbito
quando caminhava estupidamente à noite num dos muitos
locais
perigosos de Nova lorque foi quase igual ao medo, que
sentira
quatro décadas antes, de ser emboscado por um rufia nas ruelas
de vedação alta que se afastavam da minha escola primária na
Floresta de Dean. Eu não queria que estas ou outras emoções
se
distanciassem pela presença de membros jovens, olhos frescos e
vozes em falsete.
Além disso, as crianças numa peça alteram subtilmente o que
fazem quando estão sob o olhar Íixo de adultos, e, uma vez que
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os actores-crianças estão duplamente sob tal censura, parecia =
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F ainda mais necessário utilizar o corpo adulto não só como a lupa z
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Cena 1
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fifdstondo os braços conto asas, e precípitaildo-se
Cotnicarnente, utn paï de pernas resolutas, ctperta-
d correr.
das nas calças cw'tas, desce dq árvore por cirna dele.
E Peter, represerÍado por urn adulto bent corpulento.
Este caça, ora etn voo picnclo, orct etn stbida verti-
Urn pottco rufin, rnas nada esperto. A reacção de
cal, é conhecido eiltre os seus arnigos por Wiltie.
Willíe é uttl pouco cautelosa. Peter balanceía-se tro
ratno tnais baixo.
WILLtE Waaaaaaaooom vroooaaaaaaa ak! (Irnitando
fogo)
Rat-a-tat-tat-tat-tat-tatl Waaaaa-zzzzzzzooooooooom !
PETER Escotilha abertal Escotilha abertal (E deixa-se cair
Rat-a-tat-tat-tat-tat-tat !
tl rar nati c nrn ente n o cltã o)
"asas" inclittadas e <tnotor" uivando. PETER Que tal, hã, Willie? Bom, não?
Aaaaaaaaaaoooooooooooooo..
WtLLtE 0 que é que estás a fazer?
Canta)
És o meu fogo, wltllE Bolas! lsso deve doerl
És o meu fósf'ro,
ptÌER É a primeira coisa que se deve aprendeç o meu tio z
És o meu V' (arrotn) rão o
No frio lnverno. disse. Ele mostrou a mim. Eu vou seÍ pára-quedista, é
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o Não imaginas... (A p'a saberes.
sutt voz .Iinlinui de ilftensidacle) I
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wrLLtE Eu cá vou é pròs comandos.
wtrrtr Calcinhas de menina.
PETER Quê?
pErER Oi, oi. Então não é.5ó medalhas de ouro. Às centenas e
centenas.
wlLLlE É uma maçã ranheta. Muito amarga. Juro-te.
WiIIie ri à socapLt. Peter olha para ele cont suspeí- PETER Nem o queriam ter no exército! Não é homem, não é
çãc,. nada !
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ts errun 0 quê? z
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o wtLLtE (aboffecido) Cala essa matracâ! I
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PEïER 0 teu pai não serve para nada.
Cospe o pedaço da rnaça. Peter subjuga Willie,
rrnrúetando-o corn os ioellns finnaclos no seu peito;
wlLLrE Espera ate eu lhe dizerl Vais ver o que ele te faz.
este clebate-se, arfando e asftxiando, no cltão.
PETER Aisim?
PETER Rendes-te?
WILLIE Sim!
wrLLlE Sai, mas é!
PETER 0 meu pai tem galões. (Aponta para o brnço) Coman_ PETER Olha que eu cuspo.
da centenas de homens. Centenas e centenas.
wltUE Tu.
PETER (gritculdo) Seu porco egoÍsta!
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WILLIE Ei! Ei! Ei! eETER 0h. Um bocado de porcaria nunca fez mal a ninguém.
PETER klpertatulo-lhe os dentes) Quem é maluquinho? Hã? wlLLIE (p,-esserúirtclourn furtclo de clúvida) Vais andar agar-
rado à barriga a contorceres-te de dores. (Srtstérn a
wtLLtE (arfanclo) Eu, eu... Au! Au! respiraçõo) Uma vez um rapaz morreu de comer uma
maçã porca. Ouvi na rádio. Juro-te. Uma trinca, mais
PEIER Quem? Quem é maluquinho? Quem? nada. Uma trinquinha e quinou.
wlLLìE Eul (Corneça a chorar) Sou eu. PEIER (alafinado, cortt a boca ainda cheia) Não digas asnei
ras, mas é!
Só para subliriltar o seu po,tto, Peter cospe-Ilrc rn
tneslnn. Willíe, rnaís t,ivo, apercebe-se da vingarrça que se
wtLLte Germes horríveis e coisas assim. Vai-te doer a barriga, Wtllt (ropidtunente) É verdadel Juro-te. Que eu caia aqui zj
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Peter. Apanhaste-a do chão, vai-te fazer mal. Muito rnorto iá!
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mal.
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Peter olha pora ele, clepois cospe o que nintln tinhn 0 melhor até agora. Eu sei atirar maçãs, é bom que te
PETER
na boca. Mas clepois lernbra-se de utna coistt. alembresl
Willie inspira fundo, depois lança urrt rrcme cle PEÌER Cala essa matraca, mas é.
óbvia relevâncit:r.
PEIÉR (itnpressionado) 0 Wallace? PITER Para a segunda classe! Eh, pois é... É verdade, Willie.
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PETER 0 teu velhote não deixou nenhuma na lareira? Cena 2
wtLLrr Nada.
No rneio do bosque.
prtrR Sacana do velho.
Peter abafa o riso, pega noutra pedra e atira-a. Wil ilt Pra que é que queres lume se não tens uma prisca?
Cotneçatn a entrar no bosque, corn rnovitnentos
totalrtte nte cle se ngon çatlo s.
t't tttr Quero chegarfogo a um arbusto. Não posso?
t'lth (l rlrít,.. ahl ahl... o que... hi! hi!... o que é que ele
rlluo/
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o lllrrc rlup nrltava que o arbusto estava a arder e... e.. I
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PETER Hi hi ho ho ho!
PETER Ele nem tem bola nem nada! 0 mariquinhas.Tem medo
de tudo.
wttttt (sufocando) ... e que ele estava a tentar apagá-lo!
wtLLrE 0h, oWallacel Lá grande barriga tem ele! I'l lrI Aserio?
PETÊR E uma força como sei lá o quê. De buno. wur ( ortou-lhe o lábio e a orelha etudo.
Willie olha-o tle relance, com jnanha l:lttttn (nt silêrtcio. A seguir, cotno se pars escapTr
tt utn(t tt'rtsão que rno soubessern exltlicar, Peter
wtLLrE Pôs-te a bater os dentes, não, Peter?
rlttrrlrt sttbitantente a correr, Pára à fi'ente e cur-
l'r, . l('.
PEÍER (pica(lo) Cala a matraca. A seguir ao Wallace venho eu,
nunca te esqueças disso. t,l lllt V,rtrr0ll
WtLLtE (carrlncurlo)Tenho de ir. ll'llllt tli.slttrttt ú correr, e salta a catalo sobre ele.
I ttttllttlttt,tt.
PETER Aonde?
PEIEa (trocista) Pra quê? pltlil lltto prrrl,t rlo ternpo. Não vão descobrir nada. Já andei
rltôr rh,h'\, J,i nõo há mais nenhum.
wtLLtE (encolherrdo os ombros) Jogar futebol. Sei lá. Qualquer z
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coisa.
tltlttt lttu Ê rltm r,rt rriio sei.0 Donald ganhou nove paus a
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o llllltll,l 1tn$,ttla. I
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PEIER (desdenlnsarnente) Sim, sim...
Wll.LlE Se eu conseguir arranjar dois ou três frascos dos gran-
wlLLtE (obviatnente evasivo) Sei lá. Pra aí Wrt t tt l)referia a Dandy. Entra lá o Desperado.
prmn Vá. Diz lá. l'l llll ír',r/,,\i(,srtrudo) Vê-me Só! Vê!
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The Dandy e Beanq nomes de revistas de banda desenhada. Desperado está
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F por Desperate Dan, um cowboy que surge nos números da revisla The Dandy. z
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Cena 3
Cena 4
( |I I t t t t t t -se t nunwnente
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WILL|E 0u sobe. Chega mais perto. t),1N (etrcdnta,/o) Ah é? Jura
PEIER Não te esqueças que eles têm dentes afiados. Como tr^yMoND (excitndo) On-onde? Onde? (Saca da sua pistola de
agulhas fininhas e em brasa. E se te apanham nunca clturrtbo)
mais sais, que eu sei como os esquilos sã0.
wtiLtr É verdade! Ainda assim... lr4rrs Roytrtorrtl tern estado a cotttrair a sua cara.
Toclo este ternpo nndarn à volta cla árvore, apa- n^YMoNt) P-p-pobre diabito.
nhando pedras, espreítando os rantos.
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PETER Ouçam sól
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AUDREY Dá-lhe nos beiços, Angela, que ela fica já quieta! rx)N^tD Com quatro colheres de açúcar, 'tá bem?
DoNALD Não, não. Não se pode fazer isso. Nada de bater. Na (írg,?.sslvc) Então és Íua Mamã, és? Porque é que tens
minha casa não se faz isso. ^ilr)rÌ[Y
sempre de ser Íu a Mamã?
loNnt rr Onde está o meu chá, mulher? Onde está o meu chá?
ï AUDREY E o qu\ sabes disso, tu, ó Pato Donald? Nunca tiveste
Quero o meu chá! (Bute cottt os pés rto chao twrna
lr-
um bebé: Dá-lhe no rabo, Angela.
tltra ítrútação de autoridade irritada)
oorunlo Não sou eu o pai aqui, sou ou não sou? E... e... não me
chames Pato Donald.
ANr,t l^ A chaleira está quase a ferver, amorzinho.
oonnro lson'idente) Sim. Estou todo partido, só de trabalhar esteja, é só o que eu espero. Dá-me cá um beijinho.
naquela serração. Já cortei o polegar e ïudo. lhtrita 1lt,la obraça-se contetrte, balançartclo-se ligeira-
wna sen's) Zzzzzzzzzz-chop! Ah! Ah! Ai que cortei o
tttttttc)
meu polegar.
y íi,,.sl,rf ittdo) E eu quem sou, então? Hã? Quero saber!
^utltrt
nruceLn 0h, coitado. Pobre, pobre Donald. 0 meu pobre marido.
ANrrll 0lì, Au-dreyl
DoNALD Ail Ai! Ail E não dói pouco. Sangue na serra toda. Estou
todo cheio de sangue. Sangue por todo o lado. Sangue. Attlllt y I rr vou ficar aqui sem fazer nada, sem ser nada, não é
Sangue! Irrsto.
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ANGELA Não ligues. Já pus a chaleira ao lume. Vou fazer um cha- Atlrrt rrr lÌtrlcs ser a minha outra filha, Audrey. A minha Íilha
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E zinho. rkrsobediente.
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Ê.
AUDREY (batetulo cott o pé) Não. Não quero ser isso. Não! Deixa-me ver o teu polegar. Tenho o meu material no
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meu carro. Eu vou cosê-lo, vais ver.
Donalcl estó o soir do seu devaneio extático.
DoNALD Estás, sim senhora Estragas sempre. Não estraga, Mttito oborrecido, Dortald afasta bruscatnettte a
Angela?
sud ntão de Audre1,.
adultn.
y 0h, céus. 0h, céus. Tenho de lhe dar umas picadelas.
ANGELA Quem queres seç Aud? ^ililrrr
Vais saltar, cuidado.
AUDREy A enfermeira. A enfermeira. Com uma tesourinha. l^ ((',,r resposta) Primeiro vai ter de tomar o seu chá,
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enfermeira. Ele precisa do seu chá bem quente.
DoNALD Ei... Boa ideia.Assim podestÍatardo meu dedo. Do meu
polegar. Depois de beber o meu chazinho.
nrrtrmv Não posso esperar o dia todo. Também era bom que
(,ste sítio estivesse limpo. Não posso esperar.
AUDREY 0 que é que tem o teu polegar?
âNr rt r  Níio, nem vou deixar que o chá dele arrefeça. Não estou
DoNALD Cortei-0, o filho da mãe, não cortei? Zzzzzz. Aaaaaaaghl
l),ìra estar aqui a sacrificar-me o dia todo à espera que
alo chegue a qualquer hora a pensar que o chá tem de
Angekt torce o nariz ern sinal de clesaprovaçã0. r'\lar pronto e à espera. Já estou a ficar é farta disto
lrrtlo,éoqueé.
ancrLn Cuidadinho com a língua, pato Donald
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Ârrtrrrr v ll,rrr, Angie. lsto é que é uma senhora a falar!
ts DoNALD (tocado) Não me chames isso, Angela ! prometeste-me! z
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D0NALD (i,?si?uante)Vâ lá, despacha-te. Daqui a bocado estou ÂN( rt I A Sim, e se ele me bater conto à mãe dele. Ela depena-te
mas é a sair para ir ao filho da mãe do bar, não falta vivo, não te depena, ó Pato Donald? Não te depena? Ela
muito. Para apanhar uma filha da mãe duma piela. bate'te com o ferro do fogã0, não bate?
ANGELA Vou-te pôr pimenta na boca! t) Pára com isso. Pára com isso.
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ATDREY (agra(/cda) Pomos-l hg Angela? Pomos-l he?
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t I ()ttá I Quá ! Quá !
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Cena 6 r0lN E não ferram pouco, lembra-te. Quando podem. Irnha
de ser. lErtgole) Não tinha?
Uma tnancha cínzenta de esquílo aturdiclo, atilr Ollttrrt tuls lrara os outros, iltcertos
gído por utna pedra, precipita-se da árvore cortra
o chão. t,t tttr Alguém tem uma faca?
Peter, lohn, \\lillie e Rayrnond cercatn ilnetliata- tottru 0 Raymond tem. Uma a sério.
tnetlte o anirnal, calcando-o fi'eneticarnente corn
as suas botas com cravos e coçadas nas pontas dos t't tr tr lens, Ray?
dedos. Ao tnataretn o esquilo vao rindo e grunhíntlo
e arfando, to_r_nados por um delírio irnparóvel. ll^yMilNt) ltrgtrlhosrunerte) Uma f-faca do ex-ército. Dos c-c-c...
Os actos violentos paratn, abruptamente. Afastam- (M(ts leva rruúto tempo)
-se wn pouco, entreolhutdo-se cotn rná consciêrtcia.
O vento muda e suspira rn velho carvalho. tuttN ( onrandos. É dos comandos.
RAYMOND (ao fitn de algutn tetnpo) Está... está m-m-morto? l t tt tr l)oixa-me ver. Onde a arranjaste?
PETER yep. Pois está. Mais do que morto. liltlN l\!o não diz.
JIHN (terneroso) Não podia sobreviver. ll tÍil V'l lá, deixa-me ver. Mostra lá
Pausa r N-nãol
lltHt rltt ( v rl tl I t t t t r e t t te)
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Raymond contorce a cora.
IOHN Ah é?
prrtn Ah é? Porquê?
IAYM(IND 0h, são m-m-muito úteis.
lOtttrt Já disse!
Wllllf (,\,,spi,?trtdo) Dava-me cá um jeitinho ter uma faca das
boas, bem afiadinha. Ai não que não dava.
prren Não te metas. Não metas o nariz
onde não és cha_
mado.
I liiltn Para que é que a queres, Raymond, amigão? Eu sou
Lt'
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lllMttNn P'Pra nada.
PETER Estás mesmo a pedi-la1 ai está1 estás.
F pETER iá vais ver, se não calares o bico. 'lllllll Delxa-me ver; RaY.Vá lá.
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RAYMOND Não! wl r r Não vai sangrar pouco, lembra-te bem. V;i-te sujar
todo.
lolttrt Que foi?
toltru É como quando o meu cão foi abatido.
RerrR Porque não?
wtLLIE Não devíamos.. l't tlr Não arranjam nada. iá não há nenhum. Já andei a ver
em toda a parte.
PEIER Ah, cala-te lá.
JOHN Eu também. Wtt ttt ['le tinha um saco cheio, ontem. Eu vi. (Sacotle tun risi-
rrlto) O Donald não queria mostrar o saco, vai daí eu
PErER Mas eles são selvagens, não são? rlisse-lhe: (Mostra o que está aí dentro senão mando-te
rrm bufardo na cabeça.r
JoHN Mesmo assim não gosto de lhe cortar a cauda. De qual-
quer maneira, é tudo cartilagem e assim. rulN ()ue Ílorzinha, não é?
wtLLtE (engolinrlo as palavrtts) É melhor não lhe tocar! lr n r tjnr bebé chorã0. z
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ts (repugnaclo) Bebezinhos. Eu ananco-a, então. z
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PETER ilrilN tln soco e desiste logo. Um soco, mais nada. I
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PEIER (agitnndo os braços) Quá! Quál Quál lt l u VaÌTìos lá à procura dele. Pato Donald. Rir um bocado.
Toclos rietn
tnttru lá. E saber dos frascos. Onde é que os encontrou.
PEïER Porquê?
lrtrru Nlìo,.. um enterro a sério.Com tumba e tudo.
wrLLrE 0 quê?
l.l ltfi Nôí) sejas mariquinhas.
JoHN Sei lá. A minha mãe diz que os lençóis da cama deles
tinham muito para contar. lilltN llilr r,rìterro a sériolem de ter uma tumba.
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WILLÌE Ela faz chichi na cama? ll'llllr anbnal afincatla- =
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cttrrrcçn a ltisar e a repisar o
,th',tl(. z
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o Riso abafado par pdrte de toda a gente. I
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PETER 0 que é que te deu?
(rna 7
() cclciro.
Riem retwnbantemente, uivando e fazendo <Ltuuu-
uu, de alegria.
(l l\tto Dorrolcl, sozirrho, está arnontoatlo contra
ilt,ttt pdrede, rttuna posição fetal, chorando tnuito.
PETÊR (retotnando o fôlego) Fogo, Willie. Essa é boal
,lpcrto o< puttltos conh'a os serrs olhos etn desespero.
O clrtsto desolado pára ou dá de si. E, lentarnerte,
O que provoca outra explosão de gargalhadas.
tt lrt'incílrio, cotneÇa a ernbalar-se. Ao tnevno terttpo
tttttt(\'tt wn catlto tttottótotto e pesado.
lilrN^il) ((,,,r/)(tlttttdo-se)Pai-volta-Pai-volta-Pai-volta-Pai-volta-
"Pai-volta... (As palavras desvanecem-se à rnedida
tlttc se vni ernbalartclo cada vez rnaís rápido, e fica
úttld tez tnais rígiclo, ao potlto de quase estãr cata-
Itírrit'o, corn as costcts a martelar na paretle. Pá-pá-
'!'tí-Pá)
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Cena 8 t^ 0lì, sim. De muitas e de muitos. Especialmente de
^ftí't
rrrui tos.
O catninho do celeíro através tlo campo relvatlo em Attt,tl v í s a rnelhor amiga do Wallace Wilson?
direcção ao bosque.
carrinho de bebé ao lortgo tlo caminho. Vão-se ttpr<t- Aillrtil Y lt'tÌt graça
xirnando, acornpanltadas pelo chiar ritmado clo car-
rinlrc. Altr rt t n O rilre ê que queres dizer?
AUDREv ... e ela não me queria contar. Vai daí disse... disse: Atttru y orvl rlizer que ele ia era casar com a Hilary Jones.
<Bem, Betty>, disse eu, <não falo mais contigo>. <Não
es mais a minha melhor amiga>, disse eu.
â[rrt t I lir ô rrruito vaidosa.
ANGELA Nã0, ela é falsa, Aud. lf llrlll Y í' t,tn ililt .sorriso derryoso) Ele não gosta dela nem um
Irur,rrlirtlro.
AUDREY Iu és a minha melhor amiga, Angela
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AUDREY Oooh.Olhem quem fala!
lfftf À rt ln llrr, rì0 nariz, entã0. Acerta-lhe em cheio naquela
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AUDREY E acerto-lhe na cara também Cena 9
Riern
O bosque.
Faço? Faço?
Peter, lohrt, Willie e Rayntortd estão a carregar ímpe-
ANGELA Ela está mesmo a Pedi-las. tuosarnertte etttre as árvores, fazendo o tão farniliar
grito de carga dos índios.
A])DRE\ (manhosamente) Eu sou a tua melhor amiga' Angela?
,,Conetnos,> corn eles, participando da purn exci-
ANGELA És, Aud. És tu' És tu! tação física e do abandono de urna brincadeira
cle criança.Até clrcgannos ao campo de pastagetn
Chiar do caninho. no fitn do bosque.
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Cena '10 PETER Ray?
PEÏER UUf!
procura dele. Ele dá-nos alguns, se o deixarmos brincar
connosc0.
ar, caern pesaclatnerrte tut wtLLIE Podíamos tentar fazer uma faísca de qualquer coisa.
ArfLltlLlo e cont faltn cle
baixo.
wttltE Pode-sel Basta esfregar duas pedras uma contra a
outra.
PEIER (gozilldo) Molengãol
É
I f,rrIl beautìful Katy,lYou're the only g-g-g-gìrl that I adore;lWhen the
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F JoHN Eu muito menos. rt ^u^trt tttoonshines,I)verthecowshed,I l'IIbewaitingatthek-k-k-kitchendoor. g
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wlLLlE (cottorcertclo-se) Para rapariga não está mal.
wtLLtE Nã0, a sério, meu. Pode-se. Esfregas duas pedras uma
contra a outra. Como é que achas que faziam fogo
periR Já lhe deste um beijo?
antes de descobrirem os fósforos, ó espertinho?
PETER Vê lá mas é se não te esfrego as orelhas uma contra a Will ie volta-se, contorcertdo-se.
outÍa I
JOHN Pensava que eram dois paus que se tinha de esfregar' JOHN (i,fer?ssado) Porquê?
Sim. Dois Paus.
prrcR Sabia a compota de morango.
Nenhurna resPosttr
Risos corttirtuados.
Pausa.
G argallt a cl as r rni s e xtravagarúe s.
PETER Não âs queremos por aqui, pois não? Pt:ten Nem nunca ninguém vai dar!
(nurn crescettclo goztt) Oooooohl Ooooooh! r^yMr)ND Chiu! Ainda nos ouv-v-vem.
J0HN cle
e PETER z
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(arreg,anhanclo os tlentes rrtun sorriso) É b-b-bonita' rntttrt Com medinho dela, é, Raymond?
RAYMOND
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ts nã0, Willie? I
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trido s' JOHN A sério?
M t:ús ri si r tlto s reP t i r
os olhtts de
EIe nfasttt-se, torcenclo-se e tet'irarrdo
JOHN Que brincadeira mais mariquinhas.
etnbaraÇo.
nETER As mães e aos filhos das mães dos pais,
coisa, Angela'
prruR Dez nrl.
se és gago'
Peter está a calcnr o solo, cortt as mãos bern enfia-
PÉTER Não te deixam ser fuzileiro
dns nos bolsos.
RAYMOND E tU?
alguma coisa. É obrigatório.
De novo sitrcis de potencinl ltostiliclstle etttre Johrr toHtrt Começas quando eu disser (pronto, a postos, já>.
e Peter.
PÊIER Anda lá com isso!
ao ottvido de Autlrev' Astrtt ctTrtt z(1n!:a(l(l' cttttt óctt- RAYI\40ND De certeza? JJohn?
z
JoHN Seu batoteiÍo duma figa
I
ANGELA 0 que.'.! z
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! =
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65
64
JOHN É.
PETER 0 quê?
JOHN NãO!
lohrt passa a lírtguct pelos lábios. Os ouhos estão
varados, cont os olltos faiscantes. Megno rto
PETER CONTA!
tnotnento ern qtte a tertsão cotneça a arrefecer:
JOHN NãOI I
JoHN Batoteiro.
;i_-.^1. I
à força' ó linguarudo'
PETER Vê lá se não ta Íecho mas é
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PETER Ai é? =
o
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lohn, inseg,tro, Innrbe os lábios' I
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67
66
I
A luta
PEIER ((rrqueÌ(uüo, soluçurtclo) Não me chateies.
Deixa_me
DÕ 69
WtLLtf Vrooooooo-ooo-ooom
loHN (agrarlatlo) Tenho? !
do carrìrtltrt'
Ang,ela vale-se tle utn boctttlo tle trnpo Rnytttotttl ttstl t1 Sua ltistoltt
JoHN Nã0. Deixa estar assim' lCorrr orgulho) Deixa estar wtLLtr Í\em penses! Ninguém bate a RAF. Olha para mim,
como está. como voo. Vrooooooml
ANGELA Vou ser enfermeira' Os olltos cle lolnt estreítaram-se ern especuluc.ão.
Poderit ele bater o grartle I,Vallnce? Decíde, t,ísitel_
pugilista' Há
JOHN Eu vou ser soldado, primeiro' E depois tnettte, qtrc ttão pttsstt de utn sonlto.
meu gancho não falta
muito alemão que vai conhecer o
muito. )1HN (ritulo) Bem, onde quer que esteja, está a tramar
alguma, disso pode-se ter a certeza!
wtLtr E jaPas.
tão bruta!
70 71
Cena 12 Cena í3
t_
DoNALD (4.ss,stado) o-olá, Peter.
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PETER (agressivarnente) Com quem? Com quem? =
o
t Mete_te na
I tua vida! z
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72
73
Peter ollta ern yolttt descottfiatlo.
DoNALD (er7Sol irttilt em seco) Desculpa'
a sério' DONALD
DONALD (rovot"dentente) Oh' deves ter-lhe dado í,reryosütnente) Está a mentir.
DONALD NAdA.
oorunLo Não. Juro.
PETER Lá há frascos de geleia, é? DoNALD 'Tás a ver! Não sou nenhum mariquinhas, pois
não?
os frascos
DONALD Devem ser da loja' E é lá que eles metem Peter aittcla ilão cotlsegue acrecíítrtr.
vazios'
PETER Quer dizer que encheste um saco de frascos
limpos que
PETER 0 quê? a loja já pagou e... fogol Ele compra_te
outra vez os
mesmos... semprel...
DONALD Eh, e onde o senhor Hopkins guarda os frascos vazios
quando os recebe' lSolta utts risitthos) DoNALD Por isso é que não podes
dizer nada a ninguém. íOliia
ortsiostunertte poro peter) Não dizes, peter.
Não dizes,
P etar fi c a atl t t ú rt'ttl Lt, tt c Lt t t t p re et t de r 1' úSL1 t t rc t tt c'
poÌs não?
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PETER Queres dizer.,. PETER Sabes o que vai acontecer, não sabes? o
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77
I
DONALD (íÌ,lsloso) 0 quê? PETER 5e eu fosse a ti ficava a contar que eles o amarrassenr
e o atirassem a um grande monte
de formigas carpin
PETER Vais parar à choldra, ah pois' Oh'Ah, pois vais teiras. É assim que os japas fazem.
Vinha na Capitao.
Tentaram fazer isso ao punhos_de_Ferro*
Por favor! Por e... porque e
oonnLo Não vais dizer nada a ninguém, pois não? que estás a chorar? Hã? O que
foi? O punhos_de_Ferro
favor! conseguiu fugir; não conseguiu?
PErER (ft'iamctrfe) Eo que é que me dás? DONALD í.çollrçÌtrttto) Não g0stavas se fosse o feu pai, gosta-
vas?
Pousa
peren Não sejas
bebezinho.
DONALD (strssr t rrn tulo) Iudo'
oolnLo 0 meu paizinho.
ertrn Consegues arraniar Priscas?
peter ollto
ltntr ele, e ilpíedo_se.
oorunro N-nã0.
prrrR Nã0. Não
digo. Juro. Não digo.
prrrn O teu pai não fuma? 0h, iá me esquecia'
DoNALD Não me importa.
Não me importa.
DONALD POiS.
DONALD Não são mais fortes que o meu pai' 0 meu pai não se
z
rende!
Punhos-de-Ferro está por
receu na revista de banda
Rockfist Rogan, nome de um piloto
cla RAF que apa_
:
o
desenhada Chanpion
Aqui'iup-iíni,em tgjS Era
tambem pugilista, daÍ o seu nome
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78
79
D0NALD Não são nada mansos. ootuL0 Se eu arranjasse
alguns.
PETER 5e te agarram nunca mais largam' Estás bem feitinho, petln Tu não incendiaste
o teu barraco do carvão?
ai isso estás. Tens fósforos?
DoNALD Um bocado.
oorunLo Fósforos? (Ele olhn corn tltotreirice outro t'ez)
perrR Deve
ter sido fixel
PETER Podíamos pegar fogo a alguma coisa.
Mns Peter está distrttído- oorl,cLo 0h! 0h, se foil Oh, se foil
erren Fogo. O olho está-me a arder' Está inchado? PETER (subitttrnerte) Esïás a esconder-te aquì?
PETER O esquilo saltou-me mesmo para cima dos olhos' perrn Vá lá. que
O fizeste?
Mesmo na cara. Já viste?
DONALD Eu... nada.
Mas não quero ir já para
casa.
oolrnLo A sério?
PETER lsso é estúpido, mas
é.
PETER Tenho soÍte em estar vivo' Da maneira como se atirou a
81
IETER A minha mãe diz que gostava que fosses lá para casa Í
,!
5 Cena 14
Ficar lá, e isso.
DoNALD 0u um alemão!
É
F
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4.
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83
ii
I
ANGETA A minha mãe diz que temos de ir para casa quando wrLLrE Enfiaram_lhe uma
baioneta, mas é.
ouvirmos este barulho.
ANGELA (estridentetttente)Espero
beml Espero bem!
wlLLlE É. E a Professora também.
tonl,i Chhh, Angelal Faz pouco barulhol
nuoRrv Se estivermos juntos não faz mal'
wrLLte 0 ítalo ainda nos ouve!
Mas cotneçartr tt ficnr nssustnclos'
RAyMoND (utgentefitente) Ouçamll
RAYMOND lolltttntlo em t'<tltrt)Ienho a minha
f-f-Íaca' Chega
84
;
1
de escapar
wlLLIE Lá Íora não tínhamos hipóteses
JoHN Não lhe vai acontecer nada
RAYMOND EIEI
Mas ela está o solug'ar
JOHN Yiste-o? toHtrt 0h, vamos lá buscar-lhe o carrinho. Não demora nada
ANGELA QueÍo ir Para casa' J0HN (p(?ssdrríIo a língtttt rttts lábios) Todos. Se estivermos
juntos vai tudo correr bem, não é?
JoHN Temos de esperar
aqui algum tempo' :
z
o
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86
Íicar aqui' isso é o que
wtLLlE Por quanto tempo mais temos de WILLIE (sr/.çst//7.arrdo) Raymond?
O que é?
eu gostava de saber'
I)e olltos abertos, Rrtynotttl agurro_se
oo l)ttt\tt nt,tt
RAyMOND (strsstrrrnntlo) Devem ser ho-horas de l-jantar' próxirtto.
wlLLlE vai ate lá cima dar uma espreitadela' John' RAYM0ND de se s1t erad n r net fte
(
) Oucam!
JOHN (/"stTlütl gttntlo) cala esse trombone' Peter está n clescer cont esforço.
88
89
PEIER (agra(lí1do) Assustado... estavas? ANGELA E fizeste_me
deixar o meu carrinho!
91
wtLLtE (Íi'attzittLlo 11 expressão) Como é que sabes' lohn? Raytnortcl ollto pttrn os orÍros.
Estiveste sempre
wlLLlE Mas estiveste sempre ao pé de nós! tonlr Ninguém te força.
aqui, John.
Peter olln parLt fLtlttt, e cÌecitle alirtltar oo lotlo ,1,1,,
AUDREY Estìveste sempre aqui ao pé de nós!
crren Ninguém vos força!
J0HN Nã0, não estive.
t\NcELA (locrirnejarte) E a minha Dina, coitadinha?
Deve est,il
AUDREY Então não estiveste! a chorar, a chorar e a chorar.
JOHN Mesmo se estive, é mais do que óbvio' não é? wÍtllE Eu não vou sozinho.
rouru Não abrem as portas a um prisioneiro de guerra e o AUDREy Está bem, mas
e então a maldita boneca dela?
deixam fuqir - acham que deixam?
nructin Não fales mal
wtLLlÉ Nã0. Claro que nã0.
JoHN Vamos lá acima
buscá_la, peter?
JOHN Para isso e porque matou alguém - ou não?
PEÌER 0 quê? Eu e tu?
PETER Sim. E.Tens razãol
toHrri Melhor irmos os dois.
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92
93
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Dois?
JoHN Quem é o Número
PETER TU.
a bonita' (Caloroso)
J0HN 0 Petertem razão'Arraniaram-nos
Anda, Peter, amigã0"'
7
PETER Está bem. Vamos lá' então'
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;;
Cena 17 Cena 18
S-trbitorrrettter,,rr'rÏ:::t:r"ï::r:'::Ï:::'r,'::rrr,r,;* j;
fora, virtclo tlns tin<tres.
97
Cena 20
Cena 19
A gruta.
cla grutrt'
As áwores Por tletrás
Precisttm de se alit'iar
com mais wna gargallnda
histérica'
Í:i
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lq
t- À
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90
98
Cena 22
Cena 21
wttttt lgorgott,jutttkt)
O ítalol E tem uma
toHru Boa, Peter! grande facarrona!
Horror parolisiutte.
PETER Rendes-te? Desistes?
WlIiE Apanhei_tel
Apanhei-tel
JOHN 0h, vá lá. Foi a brincar.
JaHN (só
l)oro ter tt certeza) Não viste
PErER (ofegante) Desistes? Audrey? Eu cuspo-te, vê lá! (Ftrr- nada, pois não?
O r.ellto celeirc.
IOHN (frnnzintlo o ollurr) Fizemos uma grande barulheira,
não fizemos?
O pato Dottaltl,
d e f(t s r o
PÉTER Pode ter ouvido.
s r,,, r;,':::: l';U
fo
outro, protege cortt
:::,:, r: :"'
::;, : ;,,, :;: :,::: : :::
tt rnão a crtatna, e
o t'ëtto. Não pore,ce futlt(t (lt(,ir
wtLLtE ( cotúorcer ulo-se ) Podi a ter. ter sitlo a prittteiro
algttrn do fetto rtrais tuttntittu:
lrúrnído^ est,i cltstnusc,trlo.
E a Cltatntt ytlcilt1,
nncELn Oh, vamos para casa. Vamos embora daqui! ret,e!(bse, (tpoga_Se.
D]NALD (ordettternertt,)
PETER 'Tá. É melhor. Vamos, John? Ah, vá Iá. Vá Iá. (Acenrta ouúo
Ílro, t,
não pegar âgora os japas fli.s_
ganham. 0s mal_
ditos dum raio do
wrLLrE Não é melhor; John?
filhos da mãe de
ganhamr 1sr,g,,rr-t nojo dos japas
o- aPt'oxitnartclo-o
do ferto' [Jrtrtr
r)equetto crtartttt
JOHN (sussrlrt4rrdo) Mais baixo. qtnse se extirtgue,
toso depois,r,,rn,,i,'.1!ll"'io' mns
rertte se ettrola
e latnbe a s,perfície
ríoferc. Crepito.
Olltnttt ttttlos trtts pdra os olttros
partdonosrrrrrrrr,;:r:nt':U:,i,rt:::ir';;:;:,'"r::"::,r;:::^
ett t r.l t óvt, t to, tt I í t t t e,
PETER Vamos. Não vou parar. Vamos dar à sola! ct fogacho ctttrt olgtttrt do
seco. Êxtose)urro'r"" fì'ttrt
i, vamos, vá, vamos, vamos.
E setn nnis delotry4trs raspo-se dtúi- ()s seis, tttutttT
E o yir estó.
fatturye tlescoortlertad(l, precipitütil-se sobre fetos
e
t)eget]çao.
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104 N
í05
PETER Será que o Pato Donald ainda está
Cena 24 leiro?
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lohn desacelera'
JoHN A terceira é de vezl
mais!
JoHN UuÍl Não Posso
todos embaciados'
(arfattdo) Tenho os óculos PEÍER (itnpressionado) lmitas bem, Willie, parece mesmo,
^uDRí\
No exterior.
O velho celeiro'
co,n o tamanho do S*
.fogo .ryo-tou' tada ainda por seís pares de mãos .ll,t, t
octr'
a grande massa de feno' fechada.
As chamas devoram labaredas
pando wn quarto clo celeiro' e algwnas 'rl
wtLLtE (gritaildo)
cresce.rn atê ao tecto'
Quem_a_está_a_lá? Tenho a faca pn ll
tar a garganta!
Deolhosespantaclos,bocaabefta,Donaldcotneçí
De dentro, Dortald empurra a pofta, qtrc
arecuíremdirecçãoàporta,queunagrandepedra litt ll$
ruídos secos.
mantétn semi-aberta'
z
ô II
*
108
ele que me disse que não
tinha fósforos! Ouçam só' Cena 27
eETER E
Fixe, não?
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9
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110 lil
Cena 28 l)ottaltl é breyetnetÍe t,ìsltttttbrotltt
utt ttt, ),, ,t ,
t,t.t (-1 s, Sestic t r I on do,
lts rtr s c r. co t ì t
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)I t. l, t tt t, t, í
lido. O celeiro estri tt
l" ' ' t""
set
No exterior. t't
eas terttts iresrizort
,,o'rr'íl))!,',,',."'tltt
Os seLs ftryt,nt rttert.ot.izttdos
Expressões cle cortstennção tttts seis fctces' Willie ce.leiro írnplotle. Corretn,
qtttttttlo ,, 11,1,,,, ,
112
ltr
Cena 29 wrLLrr 0 quê?
nrucrLn É verdade,
estáva mos! Nas
árvores,
O catnpo foi?
Sentam-se, obsau'ecidos pela erva alta, ntriosa' tonrrr pois foi. Não
vimos nada
rnente distanciados urts dos outros, muito obala-
dos. PETER (aldententente)
Não sabemos nada
de
não?
RAYMoND P-Pobre Donald!
RAyMoND Coitado
do Quá_Quá.
nuoREv Não foi culPa nossa!
eETER Eu não tenho culpa nenhuma. Não fiz nada' Nem estava
a forçar a Porta.
Pausa
nrucrLl A milhas!
L Pausa.
o
Iz
z
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114
Cena 30
Eu vejo-a cintilar.
Pano.
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116