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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO
TOCANTINS CAMPUS PALMAS

PRODUÇÃO E ANÁLISE DE MATERIAS DIDÁTICOS

JACKELINE ARRUDA LIMA

PALMAS/ TO

2022
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO
TOCANTINS CAMPUS PALMAS

PRODUÇÃO E ANÁLISE DE MATERIAS DIDÁTICOS

JACKELINE ARRUDA LIMA

Relatório apresentado ao curso


de Letras da Faculdade IFTO Campus
Palmas, como requisito de nota parcial
para disciplina de Produção e Análise de
material Didático.

Professor: Helén Fernandes Moreira

PALMAS/ TO

2022
INTRODUÇÃO

Este presente relatório tem por objetivo abordar reflexões sobre o tema
“O livro didático de Português” apresentado no dia 9 de novembro de 2022, pelas
acadêmicas do 6 período do curso de Letras do Instituto Federal do Tocantins-
Campus Palmas, Ana Clara, Carine, Clarine e Ellen. Essa atividade foi proposta
pela professora Helén Fernandes Moreira, mediadora da disciplina de Produção
e Análise de material Didático, na qual nos orientou a formarmos grupos e
escolhermos qual texto utilizaríamos como apoio para nosso seminário do
semestre (2/2022).

Assim sendo, compreender e refletir sobre o percurso do ensino de Língua


Portuguesa e as concepções de um dos principais recursos didáticos, o Livro
Didático, é de extrema importância para nossa (acadêmicos de Letras) formação
quanto futuros professores.
O LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS

A princípio, o tema abordado na aula teve como principal foco a ser


discutido, a variação de gêneros textuais no livro didático e a influência desses
no ensino-aprendizagem dos alunos. Desse modo, as principais teorias
apresentadas sobre esse assunto foram dos teóricos Bakhtin, e Marcuschi
interpretadas do ponto de vista de Rojo (2005 e 2008) que abordam de formas
diferentes questões dos gêneros no contexto escolar.

Foram apresentadas duas questões sobre a concepção dos gêneros no


livro didático de português: Discursiva ou Textual. Logo, a partir das ideias de
Rojo (2005 e 2008), o grupo trouxe os paralelos traçados por essa autora a
respeito das teorias dos gêneros discursivos e textuais, com base nas ideias de
Bakhtin e Marcuschi.

De acordo, a abordagem feita na apresentação dos acadêmicos, foi


trazida a ideia de que Rojo (2005 e 2008) defende que a diferença entre as
concepções de gêneros é que uma, a discursiva -teoria bakhtiniana- prioriza o
tema, o significado, a acentuação e a outra, a textual, prioriza a materialidade
linguística do texto e o aspecto funcional/contextual.

Assim, a ideia de “Gênero Textual” é uma teoria defendida por Marcuschi


que apresenta os gêneros textuais como forma de organização para as
atividades comunicacionais. Logo, o aspecto funcional/contextual é preocupação
dessa teoria, visto que cada tipo de gênero deverá ser utilizado de acordo esse
aspecto mencionado.,. Exemplificando, um cardápio tem por função apresentar
as opções de refeições de um restaurante, ou seja, o aspecto
funcional/contextual se dará a partir do ambiente, o restaurante. Nesse sentido,
corroborando com a ideia de Marcuschi, não temos como utilizar um cardápio
em um contexto de um ambiente como o de um escritório médico.

No entanto, uma preocupação é apresentada por Marcuschi, a questão


dos tipos textuais, ou seja, as tipologias injuntivas, descritivas, argumentativas,
narrativas, etc., que também aparecem nos gêneros textuais. Entretanto, a
preocupação se deve ao fato de como os gêneros textuais e tipos textuais são
colocados para os alunos nos livros didáticos, sendo que alguns livros tratam
desses assuntos como sendo da mesma natureza.

Sobre materialidade linguística ela se concretiza a partir de formas,


modelos estruturais de textos, os gêneros textuais e, a partir das tipologias e
normas gramaticais. Para Rojo (2005 e 2008), essa forma de adoção aos
gêneros no contexto escolar é autoritária e prescritiva.

Por conseguinte, as abordagens de Bakhtin são consideradas para Rojo


(2005 e 2008) como mais significativas para o ensino-aprendizagem, visto que
traz uma abordagem criativa, persuasiva e dialógica. Na abordagem sobre
Bakhtin foi trazido que o autor defende que os gêneros são tipos de enunciados
relativamente estáveis, ou seja, os gêneros discursivos não apresentam um
modelo imutável de texto, uma estrutura determinante para produção de
determinado texto como trazem os gêneros textuais.

Nesse sentido, para a autora Rojo (2005 e 2008) as abordagens de


Marcuschi são inconsistentes, pois não permite que os alunos sejam criativos,
reflexivos e críticos nas leituras dos textos trazidos nos livros didáticos baseados
nas concepções de “Gêneros Textuais”. Enquanto isso, apesar dos gêneros
discursivos não estrem muito presentes no ensino-aprendizagem no contexto
escolar, são eles que permitem o aluno se posicionar na produção de textos de
modo criativo e persuasivo, desenvolvendo assim várias habilidades
sociocognitivas.

Destarte, durante a apresentação do grupo foi abordado o percurso do


ensino de língua portuguesa, sendo colocado os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs) como contribuinte pela reformulação do currículo escolar e
consequentemente a melhoria da qualidade do material didático de português.

O livro didático surgiu em 1938, quando a educação passou a ser direito


universal, antes apenas a elite estudava. Devido a demanda maior de estudantes
os professores não conseguiriam produzir materiais para todos os alunos, daí
surgiu a necessidade do livro didático que passou a ser utilizado com maior
frequência no final da década de 1960 e consequentemente foi criado o
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), a fim de garantir uma política de
regulamentação do livro didático.

Nesse sentido, em 1951 com a reforma do ensino o PCN passa a sugerir


o texto como unidade básica de ensino, passou-se assim a priorizar no ensino
de língua portuguesa produções de textos. Antes, nos anos 60 como haviam
apenas dois tipos de matérias didáticos uma antologia e uma gramatica com
exercícios, o ensino de língua portuguesa era centrado apenas na teoria
gramatical.
CONCLUSÃO

Diante o exposto, foi possível refletir durante e após apresentação do


grupo sobre o tema envolvendo livro didático que o esse é o apoio didático do
professor no contexto escolar. No entanto, a partir do que as integrantes do
grupo abordaram, o livro didático apresentar algumas falhas quanto os
conteúdos, assim, o professor ele deve ter autonomia no momento de selecionar
os conteúdos do livro didático.

Exemplificando, o que foi trazido no inicio da apresentação sobre as


perspectivas da autora Rojo (2005 e 2008), percebe-se que os conteúdos
trazidos nos livros didáticos de língua portuguesa atualmente são embasados na
teoria de Marcuschi sobre os “Genros textuais”. No entanto, ainda hoje a ideia
de gêneros é trabalhada nas salas de aulas de formas descontextualizadas, não
é apresentado para os alunos o sentido daquele gênero textual, a função social
a qual pertence e muito menos que os gêneros são produzidos por nós mesmos
em nossas atividades, assim como defende Bahktin.

Assim sendo, como futuros professores devemos saber que o livro


didático é norteador das leituras realizadas pelos alunos em sala de aula, somos
obrigados a utiliza-lo, mas devemos selecionar os textos a serem trabalhados e
introduzir a importância dos mesmos para o cotidiano desses estudantes,
somente assim estaremos oferecendo uma forma diferente de interpretar,
observar a realidade ou mundo com criticidade. Nesse sentido, deve ser uma
preocupação do professor saber como deve selecionar os gêneros que irão
compor e fazer parte da formação leitora de seus alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

VOLMER, Lovani; RAMOS, Flávia Brocchetto. O LIVRO DIDÁTICO DE


PORTUGUÊS (LDP): A VARIAÇÃO DE GÊNEROS TEXTUAIS E A FORMAÇÃO
DO LEITOR.

ALVES, Sione Pereira. OS GENEROS NO LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS:


CONCEPÇÃO DISCURSIVA OU TETUAL.

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