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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA, LITERATURA E ARTES


COLEGIADO DE LETRAS, LÍNGUA FRANCESA E LITERATURAS

A TRANSGRESSÃO DA REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA


MULHER NEGRA NO SÉCULO XVIII EM EU, TITUBA,
BRUXA NEGRA DE SALEM, DE MARYSE CONDÉ

Bruna da Silva Moreira


AUTORA

Destaca-se por sua vasta produtividade como


autora e por sua versatilidade para escrever
ficção histórica, contos, novelas, ensaios, poemas
e outros gêneros.
“[...] pouco a pouco, os escravos se acostumaram
a me ver e vieram até mim, no início
timidamente, depois com mais confiança. Eu
entrei nas cabanas e confortei os doentes e os
moribundos!”
(CONDÉ, 2019, p. 26).

INTRODUÇÃO
Analisar a obra Eu, Tituba, bruxa negra de
Salem, da autora caribenha de língua
francesa, Maryse Condé;
Refletir sobre a elaboração identitária do
sujeito negro, em específico a mulher
negra;
Explorar de que forma a personagem
transgride as representações sociais das
mulheres da sua época.
HISTÓRIA PODEROSA E COM MUITA
DEMONSTRAÇÃO DE LUTA SOCIAL;

TITUBA SEMPRE ESTEVE EM UM PAPEL DE


RESISTÊNCIA;

LUGAR DA MULHER NO MUNDO E NA


HISTÓRIA;

TITUBA E SUA HISTÓRIA SOCIEDADE ESCRAVISTA, RACISTA E


SEXISTA.
TITUBA E SUA
REPRESENTAÇÃO
Nesta análise observa-se, a partir de uma perspectiva sociocrítica, como a autora
aborda questões relacionadas aos discursos feminista e pós-colonial.
Neste contexto, percebe-se como era a representação das mulheres em geral, no
século XVIII, principalmente o da mulher negra. Tendo como ponto de partida a
condição da mulher na sociedade colonial, analisando as diversas obras que apenas
enfocam a supremacia determinada por uma sociedade de traço patriarcal.
Por essa razão, devemos também revelar a participação das mulheres que escapam
da lógica da dominação.
“ELA NÃO É CONSIDERADA UM ELEMENTO
MALÉFICO E EXECRÁVEL, MAS INTERMEDIÁRIO
ENTRE O MUNDO VISÍVEL E O INVISÍVEL”
(CONDÉ, 2019, P. 54)
"Para grande número de mulheres os caminhos de
transgressão estão barrados: como não fazem nada, não
podem fazer nada; perguntam se indefinidamente o que
poderia vir a ser, o que as leva a indagar o que são: é
uma interrogação vã; se o homem malogra em
desenvolver essa essência secreta é muito simplesmente
porque ela não existe. Mantida à margem do mundo, a
mulher não pode definir-se objetivamente através desse
mundo e seu mistério cobre apenas um vazio".
(BEAUVOIR, 1980, p. 304)
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Com tudo visto, a autora pinta o retrato de uma mulher cativante e
corajosa, idealista e generosa, em constante luta contra as convenções
sociais, sempre guiada por seu sonho de paz e liberdade. A existência
de Tituba constitui uma viagem iniciática, pontuada por experiências
que conduzem à realização do seu ser.

Por fim, embora Tituba não seja uma heroína num modelo
convencional, ela continua sendo uma figura histórica, e Maryse Condé
faz dela uma mulher que olha para si mesma e para o mundo de forma
inovadora. Como mestiza, ela cria um novo mundo de tolerância e
abertura que vai além das diferenças (gênero, raça, classe) e quebra
oposições binárias (ela transgride os valores puritanos ao se recusar a
fazer o mal). Ela redefine positivamente a bruxa, inspirando-se no
discurso das ameríndias e feministas. Ela redefine a mulher escravizada
como resistente, a mulher negra das Antilhas como mestiça capaz de
superar a si mesma.
REFERÊNCIAS
Bernardino-Costa, Joaze e Grosfoguel, Ramón. Decolonialidade e perspectiva negra. Sociedade e Estado [online]. 2016, v.
31, n. 1 [Acessado 4 Junho 2022]. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100002.

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. Tradução Sérgio Millet - Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

CONDÉ, Maryse. Eu, Tituba: Bruxa negra de Salem. 8. ed. [S. l.]: Rosa dos Tempos, 2019.

NÓBREGA, Ana. O que é e como surgiu o feminismo negro?. [S. l.], 3 mar. 2021. Disponível em:
https://www.ecycle.com.br/feminismo-negro/. Acesso em: 6 jun. 2022.

OLIVEIRA, Carlos Adriano da Silva; SANTOS, Dyane Brito Reis. NEGRO/A, EU?: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS,
CORRENTES, GRITOS E O REFÚGIO DA COR. Periódicos UFPE, [S. l.], n. 8, p. 32-56, 11 nov. 2020. Disponível em:
file:///C:/Users/souza/Downloads/22375-41489-5-PB.pdf. Acesso em: 6 jun. 2022.

ORAL History Interview: Angela Davis. [S. l.: s. n.], 2009. Disponível em: https://www.c-span.org/video/?328898-
1/angela-davis-oral-history-interview. Acesso em: 20 jun. 2022.

RIBEIRO, Matilde. Vozes insurgentes de Mulheres Negras: do século XVII à primeira década do século XXI. [S. l.], 3 mar.
2021. Disponível em: https://www.fg2021.eventos.dype.com.br/trabalho/view?ID_TRABALHO=6524. Acesso em: 6 jun.
2022.
MERCI BEAUCOUP!
Une excellente soirée à tous !

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