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Quilombo: Um estudo sobre arte e cultura afro-brasileira

Pedro Alexandre Aniceto, Prof.ª Dr.ª Rosa Maria Araújo Simões. UNESP, campus de Bauru, FAAC -
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, Arquitetura, e-mail:
pedro.alexandreaniceto@gmail.com, PROEX (Projeto de Extensão “A capoeira angola de Mestre
João Pequeno de Pastinha”)/PIBIC – ISB.

Palavras-Chave: Quilombo, Festa da Santa Cruz, Arte afro-brasileira


Introdução celebração da Festa de Santa Cruz do Quilombo do
Cafundó.
Ao longo dos três séculos de tráfico escravista,
Resultados e Discussão
muitas foram as especificidades do processo de
povoamento das etnias africanas no Brasil. Na Visualizamos uma estreita conexão entre o
condição de escravos, os indivíduos trazidos para o surgimento do quilombo na sociedade brasileira
território brasileiro eram oriundos de diferentes colonial e o desgaste político da estrutura escravista
regiões da África e possuidores de heranças vigente no período, ao mesmo tempo em que
culturais muito diversificadas, configurando um percebemos, ao nos debruçarmos nas análises da
verdadeiro caldeirão étnico transcultural e comunidade Quilombo do Cafundó, uma série de
multifacetado. Distintos graus de exposição ao contribuições significativamente importantes para
colonizador fizeram com que esses africanos preservação e reafirmação da identidade cultural
desenvolvessem alternativas próprias para a sua africana e afro-brasileira no estado de São Paulo. A
sobrevivência, bem como para a manutenção de partir da manutenção de sua religião, de seus ritos
suas tradições étnicas e culturais. Tais alternativas e de língua – a cupóia - os remanescentes de
envolveram processos políticos e culturais que quilombolas da comunidade do Cafundó lutam para
representavam, em seu conjunto, ações de manterem vivos seus traços étnicos e culturais
resistência contínuas e diversificadas. Temos como herdados de seus ancestrais em meio a um intenso
exemplos as negociações econômicas forjadas cenário político permeado por processos de
pelos próprios africanos, os confrontos diretos, grilagem e desapropriação de suas terras.
como fugas e rebeliões, além da manutenção de Conclusões
grupos simbólicos e espaços físicos de
Notamos a pertinência de nossos estudos não
pertencimento, como irmandades, quilombos e
apenas por buscar compreender as estruturas
organizações religiosas.
culturais edificantes dos espaços quilombolas aos
Objetivos
quais recebemos heranças, mas também por
Estudar o espaço do quilombo “Cafundó” e suas coadunar-se com as Ações Afirmativas por meio da
influências sociais e culturais na sociedade Lei Federal 10.639/03, que introduz no ensino
brasileira, bem como compreender em que medida básico o estudo da História da África, da cultura
a manutenção destes espaços foi importante para o afro-brasileira e dos africanos no Brasil, bem como
desgaste do sistema político escravista. Nesse à resolução nº01/04 do conselho Nacional de
sentido, é necessário apreender de que modo a Educação, instituindo Diretrizes Nacionais Para a
formação dos quilombos incentivou a continuidade e Educação das relações Étnico Raciais para o
criação de novas manifestações artísticas, culturais Ensino de História e Cultura Afro-brasileira.
e sociais, presentes ainda hoje na sociedade Referências
brasileira atual.
Material e Métodos
O material empregado na presente Iniciação FREITAS, Décio. Insurreições Escravas. Porto Alegre: Movimento,
Científica consiste no agrupamento dos relatos de 1976.
moradores do Quilombo do Cafundó em bases
GEERTZ, Clifford. Uma descrição densa: por uma teoria
documentais etnográficas e audiovisuais. Tendo interpretativa da cultura, Rio de Janeiro, LTC, 1989
como suportes teóricos a Antropologia da
Performance (Turner, 1974) e a Antropologia LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 15.
ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2002.
Interpretativa (Geertz, 1989), foram realizadas
pesquisas de campo, observação participante, TURNER, Victor. O processo ritual: estrutura e antiestrutura;
entrevistas junto aos moradores da comunidade e tradução de Nancy Campi de Castro. Petrópolis: Vozes, 1974.
registros em áudio e vídeo, para que posteriormente
fosse feita a descrição etnográfica e a interpretação
da performance ritual a partir, principalmente, da

XXVII Congresso de Iniciação Científica

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