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Valorização de Resíduos
Orgânicos
Ficha Técnica
AUTORES
Bruno Aucar Felipe
Christiane Dias Pereira
REVISORES
Antonio Storel
Helinah Cardoso Moreira
Luciane Pansolin
Maria Ottilia Bertazi Viana
Paulo Celso dos Reis Gomes
Rebeca Borges
Tupac Borges Petrillo
Lista de siglas
Abisolo: Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição
Vegetal
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas
CIBiogás: Centro Internacional de Energias Renováveis
CH4: Metano
CO2: Dióxido de carbono ou gás carbônico
Conab: Companhia Nacional de Abastecimento
DBO: Demanda bioquímica de oxigênio
DQO: Demanda química de oxigênio
ETE: Estação de tratamento de esgoto
GEE: Gases de efeito estufa
GIZ: Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit
GNC: Gás natural comprimido
GNL: Gás natural liquefeito
GNV: Gás natural veicular
H2: Hidrogênio
H2O: Água
H2S: Sulfeto de hidrogênio ou gás sulfídrico
i-NoPa: Programa Novas Parcerias Integradas
Lapa/UFSC: Leiras Aeróbio-termofílicas Projetadas para a Aeração
Natural/Universidade Federal de Santa Catarina
N2: Nitrogênio
NOx: Nitratos
O2: Oxigênio
PGIRS: Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
Plansab: Plano Nacional de Saneamento Básico
PNRS: Política Nacional de Resíduos Sólidos
ProteGEEr: Projeto de Cooperação Técnica entre Brasil e Alemanha para
Promover uma Gestão Sustentável e Integrada de Resíduos Sólidos
Urbanos
RSI: Resíduo sólido industrial
RSU: Resíduo sólido urbano
Sisnama: Sistema Nacional do Meio Ambiente
SNIS: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SNVS: Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
Suasa: Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária
TMB: Tratamento mecânico-biológico
Unido: Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial
Lista de figuras
Figura 1 – Valorização de orgânicos e seus subprodutos.............................12
Figura 2 – Refinamento do composto: etapa de peneiramento.....................14
Figura 3 – Procedimentos de aproveitamento do biogás..............................16
Figura 4 – Intervenções de purificação e refino do biogás............................17
Figura 5 – Biomassa gerada pela biossecagem, umidade 25%.....................18
Figura 6 – Biossecagem em leiras envelopadas ...........................................19
Figura 7 – Corte esquemático da camada de oxidação de metano..............20
Figura 8 – Comparativo de teor orgânico em chorume de aterro comum e
aterro de rejeitos bioestabilizados...................................................................20
Figura 9 – Compactação de rejeitos bioestabilizados em aterro .................21
Figura 10 – Leira estática projetada para aeração natural por convecção
térmica: Método Lapa/UFSC............................................................................26
Figura 11 – Leira estática com aeração passiva por difusão: Método da
Chaminé.............................................................................................................26
Figura 12 – Leira com aeração por revolvedor móvel....................................26
Figura 13 – Leira com aeração por revolvedor fixo e forçada por meio de
aeradores no piso.............................................................................................26
Figura 15 – Túnel ou garagem com aeração forçada sendo esvaziado........26
Figura 14 – Leira envelopada estática com aeração forçada........................26
Figura 16 – Tecnologias anaeróbias ..............................................................28
Figura 19 – Sistema seco descontínuo Eggersmann/Bekon.........................31
Figura 17 – Sistema seco contínuo.................................................................31
Figura 18 – Sistema seco contínuo Kompogas..............................................31
Figura 20 – Leira com aeração natural: Método Lapa/UFSC.........................35
Figura 21 – Planta TMB com fermentação e aerobização em túneis...........36
Lista de quadros
Quadro 1 – Subprodutos a partir de tecnologias aeróbias e anaeróbias....... 22
Quadro 2 – Tecnologias aeróbias extensivas e intensivas............................. 25
Quadro 3 – Tecnologias aeróbias e suas características operacionais......... 27
Quadro 4 – Comparativo das tecnologias anaeróbias.................................... 30
Quadro 5 – Indicador de viabilidade econômica............................................. 34
Quadro 6 – Aspectos operacionais: Método Lapa/UFSC................................ 35
Quadro 7 – Aspectos operacionais: planta TMB em Gütersloh...................... 37
Sumário
Apresentação..................................................................................8
Aula 1. Valorização dos resíduos orgânicos.....................................9
1.1. Introdução........................................................................9
1.2. Subprodutos...................................................................11
1.2.1. Composto orgânico...............................................12
1.2.2. Biogás ..................................................................14
1.2.3. Biomassa..............................................................18
1.2.4. Biofiltro.................................................................19
1.2.5. Rejeitos bioestabilizados.......................................20
1.3. Comparativo de potencialidades de mercado dos
subprodutos no Brasil............................................................21
1.4. Repercussões da coleta .................................................23
Aula 2. Tecnologias de valorização de orgânicos ...........................23
2.1. Descrição tecnológica ....................................................24
2.1.1. Tratamento mecânico............................................24
2.1.2. Tecnologias aeróbias.............................................24
2.1.2.1. Comparativo entre as tecnologias aeróbias....27
2.1.3. Tecnologias anaeróbias.........................................28
2.1.3.1. Comparativo entre as tecnologias anaeróbias.29
2.2. Condições de contorno para tomada
de decisão ............................................................................31
2.3. Aplicabilidade das tecnologias........................................33
2.4. Estudo de caso...............................................................34
2.4.1. Leiras aeróbico-termofílicas projetadas para a
aeração natural por convecção térmica – Método Lapa/
UFSC ..............................................................................35
2.4.2. Planta TMB: tratamento aeróbio e anaeróbio em
túneis .............................................................................36
Encerramento................................................................................38
Referências...................................................................................39
Bibliografia complementar.............................................................41
Glossário ......................................................................................42
Apresentação
Desejamos boas-vindas ao Módulo “Valorização de Resíduos Orgânicos” do
Curso EaD Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos.
Neste módulo, você conhecerá a importância da valorização dos resíduos
orgânicos, bem como seus limites e riscos tecnológicos, que permitirão avaliar
as oportunidades, transformando o conhecimento adquirido em suficiente base
para a tomada de decisão. Assim, você conseguirá se planejar e investir melhor
na gestão dos resíduos, de forma eficiente e eficaz.
Ao final deste módulo, você será capaz de:
• Avaliar a aplicabilidade de uma coleta segregada de orgânicos;
• Conhecer as alternativas tecnológicas disponíveis para o tratamento
da fração orgânica presente nos resíduos sólidos urbanos;
• Entender os requisitos e as potencialidades da produção e da
aplicação do composto, do biogás e de outros subprodutos;
• Conhecer os principais critérios de avaliação para a implementação
de um projeto de valorização de resíduos orgânicos.
• Conhecer as limitações das competências do município e a
importância do plano de gerenciamento de resíduos sólidos.
1.1. Introdução
Entre os diversos tipos de materiais que compõem os RSUs, a fração predominante, no Brasil, é a
dos resíduos orgânicos. Mas, afinal, o que seriam os resíduos orgânicos?
Segundo a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) nº 481/2017, resíduos
orgânicos são aqueles representados pela fração orgânica dos resíduos sólidos, passível de
compostagem*, sejam eles de origem urbana, sejam de origem industrial, agrossilvipastoril ou
outra (BRASIL, 2017).
Esses resíduos são classificados pela ABNT NBR 10004 como classe II A – não inertes que podem
ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água,
recebendo especial atenção pela sua capacidade de transformação e de aproveitamento dos
nutrientes (ABNT, 2004).
No “Caderno Temático 4 – Valorização de Resíduos Orgânicos”, do Plano Nacional de Saneamento
Básico (Plansab), há duas colocações fundamentais para o entendimento da complexidade de
gestão destes resíduos, em que a primeira remete à simplicidade de decomposição biológica e
suas potencialidades de uso, e a segunda evidencia os fatores complicadores da decomposição
quando da forma inadequada (RODRIGUES et al., 2019).
O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) apresenta que apenas 0,2% dos
resíduos gerados são encaminhados para compostagem e 1,67% para unidades de triagem*.
Apesar de esse levantamento não alcançar a totalidade dos municípios brasileiros, os valores
Você sabia?
Oito a dez por cento das emissões de gases de efeito estufa (GEE) nos
países em desenvolvimento e emergentes são oriundas de processos
relacionados à gestão de resíduos. Uma das principais causas são as
emissões de metano geradas pela disposição de resíduos sólidos urbanos
não tratados, as quais contêm altos teores de compostos orgânicos
degradáveis (FRICKE; PEREIRA, 2015).
1.2. Subprodutos
A gestão dos resíduos sólidos orgânicos pode se dar por meio de um extenso rol de tecnologias que
variam de técnicas simples, as quais demandam baixos investimentos e complexidade operacional,
até sistemas complexos, em que não apenas o investimento e os respectivos custos de operação
determinam sua aplicabilidade, mas, também, a capacidade técnica de gerir de maneira eficiente
essas soluções.
Da mesma forma, a escolha por uma tecnologia, dentre outros fatores, deve levar em consideração a
destinação dos subprodutos a serem gerados e a capacidade de absorção do mercado consumidor,
pois, quando não existe a demanda, estes resíduos, apesar de estabilizados, serão encaminhados
para aterramento.
Outro aspecto relevante durante o planejamento tecnológico é caracterizar os resíduos. Busca-se,
então, conhecer as características quantitativas e qualitativas por meio de ensaios físico-químicos
para radiografar não apenas sua tipologia, mas, também, sua representatividade granulométrica.
Deste modo, conhecendo a matéria-prima, será possível estimar tanto a geração de subprodutos
quanto identificar sua aplicabilidade no mercado.
Esses levantamentos, tanto a caracterização dos resíduos quanto o estudo de mercado para
subprodutos, visam balizar os esforços tecnológicos para que estes garantam o aproveitamento
máximo das frações orgânicas, em detrimento do simples aterramento.
Dependendo das condições locais, a valorização de orgânicos poderá ser direcionada para a
produção de diversos subprodutos, como demonstrados na figura 1.
Saiba mais!
Todavia, em 2018, no Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal
2019, (ABISOLO, 2019), estimou-se que foram vendidos 6,2 milhões de
toneladas entre condicionador de solo e orgânico de solo, representando
apenas 1,63% da potencialidade do mercado apontada por Beltrame
(2018), sendo que, do total comercializado, apenas 1% teve sua origem em
resíduos orgânicos urbanos, ou seja, somente 62 mil toneladas. O restante
dos substratos foi captado em origem natural (34%), resíduos industriais
(33%) e resíduos agropecuários (32%).
1.2.2. Biogás
O biogás é um produto da decomposição anaeróbia da fração orgânica que pode ser gerado a
partir da biodigestão ou do aterramento. Neste módulo, retrataremos somente o biogás gerado por
processos tecnológicos empregados anteriormente ao aterramento.
Via de regra,
o biogás é composto majoritariamente por metano (CH4) e dióxido de carbono ou gás carbônico
(CO2), com outros gases presentes a baixas concentrações, como sulfeto de hidrogênio ou gás
sulfídrico (H2S), hidrogênio (H2), e nitrogênio (N2) (CIBIOGÁS; UNIDO, 2020, p. 11).
Você sabia?
O biogás é apontado como:
[...] mistura de diversos gases que podem ser convertidos em energia
térmica ou elétrica. O principal portador de energia é o metano (CH4),
um gás inflamável que compõe de 50 – 75% do biogás, a depender
do tipo de matéria-prima e condições operacionais. Devido ao teor de
metano inferior, o poder calorífico do biogás é cerca de dois terços do
de gás natural (5,5 a 7,5 kWh/m3) (GIZ, 2017, p. 30).
Boas práticas!
Em relação às dificuldades, deve-se atentar às condições do mercado e
aos valores de comercialização, seja da energia que pode ser gerada pelo
biogás, seja pela comercialização do gás, como, também, a formação de
marcos regulatórios para estabelecer a segurança jurídica dos projetos.
Neste capítulo, iremos estudar a biomassa entendida como a fração orgânica que passou por um
processo de biossecagem para redução do seu teor de umidade* e, consequentemente, incremento
do poder calorífico (figura 5). Sua aplicação como fonte alternativa de energia poderá ocorrer em
processos de coprocessamento*, por exemplo, em plantas cimenteiras ou mesmo em fornos,
caldeiras e plantas de força específicas para seu aproveitamento térmico.
No que concerne ao potencial energético, o poder calorífico é frequentemente inferior ao dos
combustíveis convencionais, contudo, superior ao orgânico fresco. O esforço tecnológico e
operacional de biossecagem gera volumes elevados (figura 6). Desta forma, o fornecimento em
longo prazo de biomassa deverá ser assegurado para recuperar os custos de investimento em
equipamento de pré-processamento e os custos adicionais de operação.
Portanto, quando foram esgotadas as possibilidades de emprego das frações orgânicas como
composto, as frações sobressalentes poderão ser transformadas em biomassa para aproveitamento
energético, em detrimento de seu encaminhamento para aterros sanitários, mitigando, assim, os
impactos ambientais de uma possível disposição final. Desde que haja planta de recuperação
energética interessada neste subproduto em um raio de 150 km, visto que se torna inviável
economicamente percorrer maiores distâncias.
Contudo, durante o planejamento, deverão ser avaliados criteriosamente o poder calorífico e a
presença de cloro, principalmente quando a destinação a ser empregada for em coprocessamento
em planta cimenteira (este tema será abordado com maior profundidade no Módulo “Recuperação
Energética com Foco em Combustível Derivado de Resíduo (CDR)” deste curso).
1.2.4. Biofiltro
Após a fase de encerramento dos aterros, temos uma redução
constante da geração de metano. Desta forma, tanto o método
clássico de queima em flare quanto a recuperação energética
tornam-se menos eficazes, principalmente para os aterros
pequenos. Isto acontece porque é impraticável a manutenção
dos sistemas de transformação para pequenas quantidades de
biogás e de baixa qualidade no que se refere ao teor de metano,
resultando em altos custos de operação.
Isto posto, a partir do momento em que as técnicas de captação e
valorização de gases perdem gradativamente sua efetividade após
o encerramento da operação do aterro, passam a ser valorizadas
as técnicas de remediação, como a oxidação biológica do metano decorrente da introdução de
uma camada de biofiltro ou denominada camada de oxidação de metano, que pode atingir até 90%
de taxa de degradação desse gás.
Camada de oxidação de
metano - Biofiltro
> 120 cm
Camada de distribuição de
gases
Corpo do aterro, camada de
cobertura preferencialmente sem
compactação
Figura 8 – Comparativo de teor orgânico em chorume de aterro comum e aterro de rejeitos bioestabilizados
Saiba mais!
Várias publicações sobre a valorização de orgânicos estão disponíveis no
site www.protegeer.gov.br, e discussões sobre rotas tecnológicas poderão
ser encontradas no Módulo Rotas Tecnológicas para uma Gestão Integrada
de Resíduos Sólidos Urbanos deste curso.
Custo de
Complexidade Período de Demanda
Infraestrutura investimento
operacional retenção de área
e operação
Pátios abertos ou
Sistemas
Baixa a média cobertos, porém Baixo a médio 3-4 meses Alta
extensivos
impermeabilizados
Sistemas Baixa a
Alta Galpões fechados Médio a alto 1-2 meses
intensivos média
Elaboração dos autores e autoras.
No que diz respeito ao controle ambiental nos sistemas intensivos, a operação é totalmente
controlada por sistemas informatizados, garantindo mais qualidade ao processo de decomposição
biológica, principalmente no que diz respeito ao teor de umidade, ao controle de temperatura*, à
provisão de oxigênio e à prevenção de impactos ambientais, sobretudo controle de odores.
Outra característica importante que distingue as tecnologias aeróbias é o processo de aeração,
que pode ocorrer por meio de aeração passiva ou ativa. Os processos passivos possibilitam o
fornecimento de oxigênio por meio de difusão sobre a superfície da leira, e os processos ativos,
também denominados aeração forçada, utilizam equipamentos de ventilação combinados ou não
com revolvedores.
Os processos ativos são, geralmente, empregados em decomposições biológicas intensivas, nas
quais há consumo elevado de oxigênio e altas temperaturas. Estes são diferenciados segundo:
sucção, pressão ou combinação de ambos.
Dentre as vantagens do tratamento aeróbio, a maior é sua flexibilidade operacional. Os ajustes
necessários são, basicamente, maior capacidade de aeração, menor presença de umidade, menor
ou maior tempo de retenção. Portanto, em face da necessidade de adaptar a tecnologia aeróbia,
não há estruturalmente maiores modificações, mas sim maior ou menor aporte de condicionantes
operacionais.
Figura 10 – Leira estática projetada para aeração Figura 11 – Leira estática com aeração
natural por convecção térmica: Método Lapa/UFSC passiva por difusão: Método da Chaminé
Figura 12 – Leira com aeração por revolvedor móvel Figura 13 – Leira com aeração por revolvedor
fixo e forçada por meio de aeradores no piso
Leira com
aeração natural Alta Muito baixo Muito baixo Micro Muito simples
– Método UFSC
Leira com
Média Médio Alto De média a alta Simples
revolvimento fixo
Para fins de esclarecimento, os sistemas por convecção indicados como por aeração natural ou
aeração passiva, é um fenômeno de transferência de calor baseado na difusão.
Boas práticas!
Intervenções de valorização de orgânicos, descentralizadas ou não, já
estão presentes no mercado brasileiro. Visite as plantas de compostagem
da cidade de São Paulo (SÃO PAULO, 2019) nesse link.
Você sabia?
Na Alemanha, há mais de 9.000 plantas de biodigestão, sendo que 100
processam resíduos orgânicos domiciliares. Destas, 80 são sistemas
secos.
Seco Seco
Critério Úmido contínuo
contínuo descontínuo
Muito
Volume do fermentador Neutro Neutro
desvantajoso
Muito
Demanda de energia Vantajoso Neutro
desvantajoso
Muito
Pré-tratamento Neutro Vantajoso
desvantajoso
Mãos à obra!
Que tal verificar alguns editais lançados nos últimos anos que
contemplaram o tratamento de resíduos orgânicos? Temos certeza da
sua capacidade de analisar criticamente o conteúdo tecnológico desses
documentos. Verifique se as condicionantes apresentadas aqui foram
observadas nesses editais. Houve definição prévia da tecnologia a ser
adotada? Houve definição dos subprodutos a serem gerados? E no seu
município, qual tipo de edital seria mais apropriado?
Área 3.000 m²
Custo de investimento em
R$ 126.000,00
obras civis (base: 2016)
file:///C:/Users/terra/Downloads/4.2.2.4_Sep_
Referência
Collection_Design_and_Implementation_Plan.pdf
Elaboração dos autores e autoras.
Bibliografia complementar
ALEMANHA. Bundestag Kreislaufwirtschafts- und Abfallgesetz. Gesetz zur Förderung der
Kreislaufwirtschaft und Sicherung der umweltverträglichen Beseitigung von Abfällen. Bonn:
Bundestag, 2004.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Ministério do Desenvolvimento Regional; ALEMANHA.
Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit. Technische Universität Braunschweig.
Bundesministeriums für Umwelt, Naturschutz und nukleare Sicherheit. ProteGGEr – Projeto de
Cooperação Técnica entre Brasil e Alemanha para Promover uma Gestão Sustentável e Integrada
de Resíduos Sólidos Urbanos. [s.l.]: [s.d.]. Disponível em: www.protegeer.gov.br. Acesso em: 17
abr. 2020.
STEGMANN, R. et al. Deponienachsorge – Handlungsoptionen, Dauer, Kosten und qyantitative
Kriterien für die Entlassung aus der Nachsorge. Dessau-Roßlau: UmweltBundesAmt, 2006.
ZEITEN & Anfahrt. Kompotec, [s.d.]. Disponível em: https://www.kompotec.de/zeiten-anfahrt.
html. Acesso em: 17 abr. 2020.
Aterro sanitário: local utilizado para disposição final dos rejeitos, observando normas operacionais
específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os
impactos ambientais adversos.
Biogás: mistura de gases cuja composição depende da forma como foi obtida. De modo geral,
sua composição é variável, sendo expressa em função dos componentes que aparecem em maior
proporção. Assim, o biogás pode conter 50% a 70% de metano (CH4), 50% a 30% de gás carbônico
e traços de gás sulfídrico (H2S). Pode ser obtido partindo-se de diversos tipos de materiais, tais
como resíduos de materiais agrícolas, resíduos orgânicos, vinhaça, casca de arroz, esgoto etc. Nos
digestores, ocorre pelo processo da fermentação anaeróbia (digestão), por meio de uma sequência
de reações que termina com a produção de gases como o metano e o carbônico.
Coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou
composição.
Combustível derivado de resíduos: materiais presentes nos resíduos sólidos urbanos (RSUs)
e nos resíduos sólidos industriais (RSIs) não perigosos, que sofreram segregação das frações
Coprocessamento: termo para o uso de energia alternativa e suas cinzas remanescentes como
composto para a formação de clínquer durante o processamento de queima no forno rotativo.
Demanda bioquímica de oxigênio (DBO): a DBO de uma amostra de água é a quantidade de oxigênio
necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma
inorgânica estável.
Eficiência energética: procedimento que tem por finalidade reduzir o consumo de energia elétrica
necessário à realização de um determinado trabalho, excetuado o uso de energia proveniente de
matéria-prima não utilizada, em escala industrial, na matriz energética.
Gases de efeito estufa (GEEs): substâncias gasosas que absorvem e emitem calor. Esta é a principal
causa do efeito estufa. Embora este processo seja natural, a concentração necessária e elevada
de níveis de certos gases pode causar involuntário aquecimento do ecociclo. Eles são a principal
causa da mudança do clima. Os GEEs emitidos pelo setor de resíduos sólidos são compostos
predominantemente de metano, dióxido de carbono e óxido nitroso.
Metais pesados: metais recalcitrantes, como o cobre e o mercúrio – naturalmente não biodegradáveis
– que fazem parte da composição de muitos pesticidas e acumulam-se progressivamente na
cadeia trófica.
Opex: do inglês operational expenditure, refere-se ao total do custo operacional com a planta em
operação.
Recalques: são denominados de recalques os deslocamentos verticais em aterros sanitários
correspondentes à redução de volume e à perda de massa que ocorrem devido à aplicação de
tensões, à redução dos vazios e à expulsão de descendentes de líquidos percolantes e ascendentes
de gases gerados pela degradação (FARIAS, 2014).
Reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas
propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou
novos produtos, observados os padrões e as condições estabelecidos pelos órgãos competentes
do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa.
Resíduos orgânicos: são aqueles representados pela fração orgânica dos resíduos sólidos, passível
de compostagem, sejam eles de origem urbana, sejam de origem industrial, agrossilvipastoril ou
outra.
Resíduos recicláveis: são aqueles representados pela fração de resíduos passíveis de reciclagem,
com exceção dos resíduos orgânicos, que podem ser reciclados por meio de compostagem (BRASIL,
2017).
Temperatura: é uma medida da quantidade de energia que uma molécula desenvolve com seu
movimento. É o elemento que define o clima; com exceção da gravidade, é o mais importante dos
fatores ecológicos.
Tratamento: qualquer método, técnica ou processo desenvolvido para: (a) alterar a composição ou
as características físicas, biológicas ou químicas dos resíduos; (b) remover, separar, concentrar ou
recuperar um componente tóxico de resíduos; ou (c) eliminar ou reduzir a toxicidade de resíduos, de
forma a minimizar o impacto destes no meio ambiente, antes da sua utilização ou descarte.
Triagem: atividade, manual ou mecanizada, realizada para dividir ou manter separados os resíduos
sólidos urbanos em componentes designados.