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13-20);
Este mes, vamos falar da fé que comunica com Deus, ou com a fé que
agem através de Deus e nos coloca dependentes de Deus, em
comunicação com ele.
O profeta Elias talvez tenha sido um dos homens mais notáveis de sua época.
Seu nome significa "Deus é meu Yahweh" ou "Deus é o Meu Senhor". Assim sendo,
seu nome representa e testifica, o tema central e visceral de seu ministério: Meu
Deus é o Senhor e não existe outro!
Foi esse profeta que profetizou a grande seca sobre Israel ao rei Acabe e que,
durante esse terrível tempo de seca, foi alimentado, no deserto de Querite, por
corvos que lhe traziam carne e que bebeu água de uma das últimas fontes que não
haviam secado, ainda, naquele lugar.
Foi esse profeta que se dirigiu para Sarepta, em Sidom, e que, pelo poder de Deus,
multiplicou o azeite da viúva e ressuscitou o filho da mesma.
Foi esse profeta que, cheio do poder de Deus, enfrentou os profetas de Baal e
revelou quem era, de fato, Deus em Israel ao fazer cair fogo do céu sobre o seu
holocausto!
Foi esse profeta que, sob o comando de Deus, orou, após três anos de terrível
seca, para que novamente houvesse chuva sobre a terra. e assim se fez!
Foi esse profeta que, no Senhor, fez cair fogo do céu sobre dois dos três capitães
enviados pelo rei Acazias (filho do rei Acabe) e que disse que a sua doença não
teria cura e que Acazias se encontraria, irremediavelmente, com a morte!
Meu Deus, que profeta! Que homem de Deus! Que figura imbatível! Sem dúvida
são esses os pensamentos que pululam em nossas mentes, impactadas, por tão
incríveis (e reais!) histórias.
E mais: ao trazer à lume tais narrativas, nos sentimos tão pequenos, tão fragéis, tão
pecadores e inúteis em nossas jornadas de fé, que somos tomados pela dúvida se,
realmente, somos crentes.
Se, de fato, nascemos de novo em Cristo Jesus! Se, de fato, nos tornamos, pelo
poder do Espírito Santo, novas criaturas! É... Parece ser o fim para nós...
No entanto, o apóstolo Tiago, inspirado pelo Espírito Santo, nos traz, em sua
epístola, uma informação por demais importante: Elias, esse homem tão poderoso
em Deus, era um "homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos..."
(Tg 5. 17a).
Meu Deus! Será isso mesmo? É isso mesmo que lemos em nossas Bíblias? Não
terá sido um erro de tradução para a nossa língua? Não, amados e amadas. Mesmo
no grego bíblico, a tradução é esta: Elias era um homem que compartilhava da
mesma natureza que nós; a natureza humana. E, portanto, suscetível à tentações,
quedas, dramas, tristezas, depressões, assim como nós o somos desde a QUEDA!
(trazendo à memória o fatídico, mas não derradeiro, capítulo 3 do Livro de Gênesis).
Elias era GENTE COMO A GENTE!
O profeta, logo após ter derrotado os profetas de Baal, foi ameaçado de morte por
Jezabel. Um mensageiro, enviado pela mesma, o fez saber que ele seria executado
no dia seguinte, assim como os profetas de Baal haviam sido executados (1Rs 19.
1-2). Elias, o grande homem de Deus, temendo pela própria vida, mesmo tendo
experimentado da parte do Senhor uma grande vitória, fugiu para o deserto e
desejou a morte.
Sim, é isso mesmo, a morte. No entanto, o Senhor cuidou dele, alimentando-o e
fortalecendo, através de um anjo lhe levava pão cozido e água. (1Rs 19. 4-7).
Reanimado, o profeta, caminhou até Horebe, e lá o Senhor o comissionou mais
uma vez, deixando-lhe bem claro que ele não estava sozinho na luta contra o mal,
na luta contra as trevas, mas que sete mil, assim como ele, não haviam se rendido a
Baal, não haviam lhe adorado e nem lhe beijado a face! (1Rs 19. 8-18).
Este momento na vida do profeta associado ao texto do apóstolo Tiago, serve como
bálsamo da parte do Senhor a todos os seus filhos e filhas que se encontram por
todo o globo terrestre. Elias (e tantos outros homens e mulheres de Deus), o grande
profeta, poderia ser capaz de realizar, no Senhor, os mais tremendos feitos.
Mas, ainda assim, era homem, era humano, era frágil, era barro, era gente como a
gente e, portanto, alvo da graça e da misericórdia do Senhor, assim como nós o
somos!
Amados, não há nenhum mal em admirar pessoas e até mesmo tê-las como
padrões a serem copiados. No entanto, devemos ter muito cuidado pois as mesmas
são pessoas como nós, passíveis de erros e dramas, como você e eu! Se
quisermos, de fato, ter um padrão, um exemplo a ser imitado e seguido, olhemos,
todos, para Jesus Cristo e, na força do Espírito Santo, corramos a carreira que nos
foi proposta nEle! (Hb 12. 1-2).
Por isso Davi, e os demais salmistas e todo o povo de Deus do AT e do NT, até hoje,
podem orar os salmos, dizendo: “Na minha angústia, clamo ao Senhor, e ele me
ouve” (Sl 120.1), mas também podem cantar os salmos dizendo:”Alegrei-me quando
me disseram:vamos à casa do Senhor” (Sl 122.1).
Maria, a mãe de Jesus, também experimentou momentos de dor e aflição, junto à
cruz, como predito por Simeão: “Uma espada traspassará a tua alma” (Lc 2.35), mas
no seu contentamento exultou e cantou: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o
meu Espírito se alegrou em Deus, meu Salvador” (Lc1.46).
Paulo, o apóstolo dos gentios, fala de sua experiência, das alegrias e das
tristezas, das recompensas e das tribulações de uma vida dedicada tão somente à
pregação do evangelho de Cristo. Ele diz: “Tanto sei estar humilhado com também
ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias já tenho experiência, tanto de
fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele
me fortalece” (Fp 4.12-13).
Nas suas próprias fraquezas e limitações, nos ataques dos inimigos de Deus, nas
carências materiais de sua vida e nas contradições da existência humana, motivos de
súplica.
Da mesma forma, nós mesmos encontramos, muitas vezes, dor e não alegria,
fraqueza e não força, necessidade e não fartura, perseguição e abandono em lugar
de amparo, aperto no coração em lugar de felicidade.
Onde Paulo, Davi e todos os crentes encontram motivos de louvor a Deus? Na graça
e no livramento de Deus encontramos motivo de alegria, de contentamento e de
felicidade.
Canta louvores não quem jamais chorou, mas quem foi consolado.
Exulta em alegria não que jamais teve privações, mas que foi saciado.
Canta com alegria e confiança não quem jamais sentiu-se perdido ou abandonado,
mas quem foi resgatado e acolhido.
A oração de súplica e o canto de louvor a Deus brotam da fé, mas não de uma fé
abstrata, teórica, alheia às lutas da vida, mas de uma fé concreta de quem vive cada
dia na dependência de Deus, de quem tudo entrega a Deus e nele confia e, também,
tudo espera e tudo recebe tão somente de Deus.
Por isso Paulo dizia: “Tenho prazer nas fraquezas…. Porque, quando sou fraco, então,
é que sou forte (II Co 12.10).
A alegria nas fraquezas não vem da experiência das fraquezas, mas da fé no poder
de Deus, que socorre o aflito e o necessitado.
Em outro lugar, Paulo escreve “Com tudo, já em nós mesmos, tínhamos a sentença
de morte, para que não confiemos em nós, mas no Deus que ressuscitou os mortos”
(II Co 1.9), logo em seguida, dizendo que os perigos e ameaças que sofria causavam
na igreja, pois um lado, “as vossas orações a vosso favor” e, por outro, “para que,
por muitos, sejam dadas graças a nosso respeito, pelo benefício que nos foi
concedido por meio de muitos (isto é, pela oração de muitos) (II Co 1.11)”.
Primeiro, que a aflição do apóstolo move a igreja a orar Deus em favor dele, e o
livramento move a igreja a dar graças a Deus por causa do apóstolo.
Segundo, que a fé em Deus, o Deus que vive e que faz viver, não é apenas uma
doutrina, é uma experiência em meio aos perigos e ameaças contra a vida, uma
experiência de enfrentamento da morte, com súplicas e orações.
Mas o livramento de Deus também só pode ser vivido pelo cristão por meio da fé e
da oração, da oração que exulta e que canta a Deus com gratidão e alegria nos
corações (Cl 3.16).
É por isso que Paulo, na carta aos Colossenses, faz a mesma recomendação de
Tiago, e diz “Preservarei na oração, vigiando com ações de graça (Cl 4.12)”.
Na fé, somos movidos pelo Espírito Santo, a expressar nossos sentimentos, e não a
escondê-los, somos chamados a “alegrar-nos com os que alegram, e chorar com os
que choram” (Rm 12.15), porque temos todos nós experiência de dor e de pranto e
de riso e de alegria.
No livro de Zacarias (Zc 12.10), o profeta anunciava que Deus derramará sobre
Jerusalém, “o espírito da graça e de súplicas”, pelo qual haverá grande pranto,
porque o enviado de Deus foi traspassado mas, ao mesmo tempo haverá em
Jerusalém, “uma fonte aberta… para remover o pecado e a impureza” (13.1).
No Batismo, não recebemos apenas fé, mas o Espírito Santo que nos guia nas
experiências da fé, nas experiências de sentir-se abandonado por Deus, e nas
experiências, de encontrar o livramento de Deus.
Pedro, na sua 1ª Epístola, nos conforta, dizendo: ”Ora, o Deus de toda a graça, que
em Cristo vos chamou à sua eterna glória, que tendes sofrido por um pouco, ele
mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar” (1 Pe 5.10).
Então, voltamos aos Salmos e cantamos com o coração cheio de júbilo, “Bem
aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperanças estão no
Senhor, seu Deus, que fez os céus e a terra e tudo o que neles há e mantém para
sempre sua fidelidade. Que faz justiça aos oprimidos e dá pão aos que tem fome. O
Senhor libertará os encarcerados. O Senhor abre os olhos dos cegos. O Senhor
levanta os abatidos. O Senhor ama os justos. O Senhor guarda o peregrino, ampara
os órfãos e a viúva, porém transforma o caminho dos ímpios, o Senhor reina para
sempre, o teu Deus, ó Sião, reina de geração em geração. Aleluia”. (Sl 146.5-10).
“Está alguém entre nós sofrendo? Faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores”
(Tg 5.13).
Que nossas experiências de sofrimentos e alegria não sejam vividas de outra forma
senão com súplica e ação de graças movidos pelo Espírito Santo que habita em
nossos corações e nos faz buscar a Deus na hora da aflição e retornar a Deus na
hora da alegria. Amém.
b) O confessar
Vejamos o texto que seu amigo usou para embasar que temos que
confessar os pecados para outros para sermos perdoados: “Confessai,
pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para
serdes curados…” (Tiago 5.16).
Tiago está falando sobre confessar os pecados uns aos outros para
que uns orem pelos outros.
Note que o texto fala que o objetivo do “confessar” é para que uns orem
pelos outros e haja então a cura: “Confessai, pois, os vossos pecados
uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados”.