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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

GEANE FRANCISCA PEREIRA

RESUMO: GINZBURG, C. SINAIS: raízes de um paradigma indiciário.

PRESIDENTE PRUDENTE
2023
GEANE FRANCISCA PEREIRA

RESUMO: GINZBURG, C. SINAIS: raízes de um paradigma indiciário.

Resumo apresentado como requisito parcial para composição


de nota da disciplina de História da Educação Física da
Professora Dra. Jaqueline Costa Castilho Moreira da
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho".

PRESIDENTE PRUDENTE
2023
GINZBURG, C. SINAIS: raízes de um paradigma indiciário.
Por Geane Francisca Pereira

O texto, Sinais: raízes de um paradigma indiciário, integra o livro Mitos,


emblemas, sinais – morfologia e história, escrito por Carlo Ginzburg e traduzido por
Fernando Carotti.

O autor apresenta neste capítulo o surgimento de um modelo gnosiológico que


surgiu no século XIX e que a análise desse paradigma, amplamente operante de fato,
ainda que não teorizado explicitamente, talvez possa ajudar a sair dos incômodos da
contraposição entre “racionalismo” e “irracionalismo”. (GINZBURG, 1989, p.143).

No início do texto, o autor faz uma comparação direta e explícita entre os


métodos de Morelli, Holmes e Freud e apresenta as pistas que permitem analisar a
realidade de outra forma. Atribui pistas nos casos de Freud, indícios no caso de Sherlock
Holmes e destaca o método do historiador da arte italiano Giovanni Morelli. A proposta
nesses casos é de outra forma de interpretar a realidade. O método está centrado em
detalhes pouco explorados. A relação posta entre os diversos saberes indiciários e a
semiótica médica.

Segundo Morelli, os museus estavam cheios de quadros, cuja as autorias foram


atribuídas de maneira errada, e se fazia necessário devolver ao seu verdadeiro autor. A
proposta dele era não se basear apenas em características mais vistosas, ou seja, para
distinguir a quem pertencia uma obra ele propõe examinar os pormenores, além das
características da escola. Ele destaca a observação para os lóbulos das orelhas, das
unhas e dos dedos dos pés. Embora ele tenha identificado diversas obras ele foi
imensamente criticado, julgado como grotesco, arrogante e positivista e caiu no
descrédito.

Dentro da semiótica médica, Holmes apresenta a Watson e aos leitores


explicações médicas sobre não haver parte do corpo humano que não ofereça maiores
variações do que a orelha e que cada orelha é única e se difere de todas as outras. E
Wind e suas páginas sobre Morelli destaca que o método dele está estritamente
aparentado a técnica da psicanálise médica, por trata-se de uma conexão documentada
e não conjugal, como a maior parte ou dos antecessores ou percussores de Freud. De
acordo com o texto, Freud destaca que muito antes de ouvir falar em psicanálise, ele
soube que um especialista de arte russo, conhecido por Ivan Lermolieff, que mais tarde
ele descobriu que se tratava de um médico italiano, e que usava o pseudônimo russo se
tratava um médico italiano de nome Morelli e que contribuiu de certa forma, com a
cristalização histórica da formação da psicanalise médica.

Ginzburg destaca que aprendeu a farejar, registrar, interpretar e classificar pistas


infinitesimais como fios de barba. Aprendeu a fazer operações mentais complexas com
rapidez fulminante, no interior de um denso bosque ou numa clareira cheia de
ciladas (p.151). No texto há analise de diversos paradigmas indiciários e seus sinônimos:
venatório, divinatório, semiótico e nesse contexto o aparecimento das diversas
disciplinas no modelo epistemológico.

Pode-se constatar (na página p.178-179) que autor questiona sobre um


paradigma ser indiciário ou rigoroso e explica o jogo de elementos imponderáveis, tais
como: faro, golpe de vista e intuição .Ele destaca ainda, que no que concerne o saber
indiciário, o rigor é flexível e intuitivo e a realidade é opaca e existem zonas privilegiadas
– sinais e indícios – que permitem decifrá-la.

Referência:

GINZBURG, C. Sinais – raízes de um paradigma indiciário. In: Ginzburg, C. Mitos,


emblemas, sinais. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 143-179, 260-275.

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