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A NBR 9050:2020 é a norma intitulada como 

Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e


equipamentos urbanos.

A NBR 9050 é responsável por estabelecer critérios e parâmetros para o projeto, construção,


instalação e adaptação do meio urbano e rural, e de edificações às condições de acessibilidade. Ou
seja, ela contém regras para uma grande diversidade de acessórios, sinalizações e estruturas cuja
utilização deve ser garantida a todos, de forma autônoma, independente e segura.

Rampas acessíveis

Para a NBR 9050:2020, as rampas são superfícies de piso, longitudinais ao caminhamento, com pelo
menos 5% de inclinação. Embora sejam utilizadas para vencer desníveis, as rampas ainda devem
obedecer às mesmas exigências feitas a qualquer tipo de circulação horizontal comum, além das
exigências específicas das rampas, para serem consideradas acessíveis sob o ponto de vista da NBR
9050:2020.

E o que é uma rampa acessível para a Norma de Acessibilidade?

De acordo com a NBR 9050:2020, uma rampa acessível é aquela que permite sua utilização plena por
qualquer indivíduo, seja ele portador de necessidades especiais ou não, com todas as adaptações
necessárias para a realização desse uso, inclusive e, especialmente, quanto à sinalização tátil e visual.

Critérios de Projeto

Para o dimensionamento das rampas, o primeiro passo é conhecer a inclinação máxima admissível de
acordo com o desnível observado no segmento. Esse desnível (h) é calculado pela distância vertical entre
dois pisos horizontais – inclusive patamares – e tem o objetivo de assegurar a acessibilidade dos usuários.
Em situações normais, segue-se a recomendação da tabela abaixo, conforme a NBR 9050:2020.

No último caso, com inclinação entre 6,25% e 8,33%, é recomendado que sejam inseridas áreas de
descanso entre os patamares de cada segmento. Essas áreas devem permitir a manobra de cadeiras de
roda, e, se possível, incluir bancos para descanso.

Nos casos de reformas, quando esgotadas as possibilidades de soluções que atendam integralmente à


tabela anterior, a norma permite serem utilizadas inclinações superiores a 8,33 % (1:12) e até 12,5 % (1:8),
conforme a tabela abaixo.
A NBR 9050:2020 recomenda também que as áreas de descanso sejam dispostas a cada 50 m, evitando-
se trechos muito longos de rampas íngremes – o que pode prejudicar a mobilidade e a segurança de
idosos, deficientes físicos e outras pessoas de mobilidade limitada.

Além dos patamares entre os segmentos – como mencionado anteriormente – é necessário posicionar
patamares iniciais – na base da rampa – e finais – topo da rampa. 

Em qualquer caso, a NBR 9050:2020 exige que esses trechos tenham pelo menos 1,20 m de
comprimento, com inclinação transversal (perpendicular ao eixo do caminhamento) de até 2% para rampas
internas e 3% para rampas externas.

Além dos patamares, é obrigatório que todas as rampas tenham corrimãos integralmente. Caso não exista
parede lateral, a NBR 9050:2020 exige que sejam construídas guias de balizamento e guarda-corpos
como medida de segurança.

Outro aspecto importante sobre as rampas é que a largura deve se adequar ao fluxo esperado de
pessoas. No mínimo, a norma de acessibilidade exige 1,50 m, mas esse valor pode ser reduzido para 1,20
m ou até 0,90 m em caso de reformas nas quais os valores mínimos são inviáveis construtivamente.

Degraus e escadas fixas em rotas acessíveis

Antes de começarmos falando sobre degraus e escadas, é importante atentar-se aos desníveis, conforme
especificação da NBR 9050:2020.

Desníveis

De modo geral, devem-se evitar desníveis de qualquer natureza em rotas acessíveis. Em casos de
eventuais desníveis, deve-se proceder da seguinte forma:

 desníveis no piso de até 5 mm: tratamento especial é dispensado;


 desníveis superiores a 5 mm até 20 mm: tratamento com inclinação máxima de 1:2 (50%);
 desníveis superiores a 20 mm (quando inevitáveis): consideram-se como degraus.
Nas situações de reformas, o desnível pode chegar, no máximo, até 75 mm, tratado com inclinação
máxima de 12,5%, sem avançar nas áreas de circulação transversal e com proteção lateral através de
elemento construído ou vegetação.

Sobre as proteções laterais, a NBR 9050:2020 afirma que elas devem ser previstas em áreas de
circulação, a fim de impedir a ocorrência de quedas.

Quando uma área de circulação, plana ou inclinada, é delimitada em um ou ambos os lados por uma
superfície em declive e com a altura do desnível igual ou acima de 0,18 m (com exceção de locais de
embarque e desembarque de transportes coletivos), deve ser adotada uma das seguintes medidas de
proteção:

1. implantação de margem lateral plana, com pelo menos 0,60 m de largura antes do trecho
inclinado, com piso diferenciado quanto ao contraste tátil e visual de, no mínimo, 30 pontos,
aferidos pelo valor da luz refletida (LRV), conforme figura abaixo;

1. adoção de proteção vertical de no mínimo 0,15 m de altura, com a superfície de topo com
contraste visual de, no mínimo, 60 pontos medidos pelo LRV, em relação ao piso do caminho,
conforme figura a seguir; ou
O LRV é medido na escala de 0 a 100, sendo 0 o valor do preto puro e 100, o do branco puro.

1. instalação de proteção lateral com características de guarda corpo em áreas de circulação


elevadas, rampas, terraços sem vedação lateral que estejam delimitadas em um ou ambos os
lados por superfície que se incline para baixo com desnível superior a 0,60 m e inclinação igual ou
superior a 1:2, como apresenta a imagem.

Ademais, as soleiras das portas ou os vãos de passagem que apresentem desníveis de até no máximo
um degrau devem ter parte de sua extensão substituída por rampa com largura mínima de 0,90 m e com
inclinação em função do desnível apresentado. 

Parte do desnível deve ser vencido com rampa, e o restante da extensão pode permanecer como degrau,
desde que associado, no mínimo em um dos lados, a uma barra de apoio horizontal ou vertical, com
comprimento mínimo de 0,30 m e com seu eixo posicionado a 0,75 m de altura do piso, sem avançar
sobre a área de circulação pública. 

Características dos pisos e espelhos

Sobre os pisos e espelhos de degraus e escadas fixas em rotas acessíveis, vale ressaltar algumas
observações importantes.

Esses elementos não podem ser utilizados com espelhos vazados e, quando houver bocel ou espelho
inclinado, a projeção da aresta pode avançar no máximo 1,5 cm sobre o piso abaixo. As imagens abaixo
ilustram essas situações.
Além disso, degraus ou escadas em rotas acessíveis devem estar associados a rampas,
preferencialmente, ou equipamentos eletromecânicos de transporte vertical.

Dimensionamento de degraus isolados 

Considera-se degrau isolado a sequência de até dois degraus (essa utilização deve ser evitada).

Quando utilizado, deve seguir as seguintes condições:

a) pisos (p): 0,28m ≤ p ≤ 0,32m;

b) espelhos (e): 0,16m ≤ e ≤ 0,18m; e

c) 0,63m ≤ p + 2e ≤ 0,65m.

d) conter corrimão;

e) sinalização em toda a sua extensão, no piso e no espelho, com uma faixa de no mínimo 3 cm de
largura contrastante com o piso adjacente, preferencialmente fotoluminescente ou retro iluminado.

As rampas junto aos degraus isolados devem ter largura livre mínima de 1,20 m.

Escadas acessíveis

Segundo a NBR 9050:2020, considera-se escada uma sequência de três ou mais degraus. E o seu
dimensionamento deve seguir as condições citadas no dimensionamento dos degraus isolados nos itens
a), b) e c).

De forma prática, define-se primeiramente a altura dos espelhos, visto que as escadas têm como
finalidade a circulação entre desníveis de uma edificação.

Em seguida, é determinada a largura dos pisos das escadas que, de acordo com a NBR 9050:2020, é
dimensionada com base no fluxo de pessoas. Esse fluxo, por sua vez, é definido conforme as regras
presentes na NBR 9077. Além disso, a largura para escadas em rotas acessíveis é de no mínimo 1,20
m e deve dispor de guia de balizamento quando não enclausuradas. 

Em construções novas, o primeiro e o último degraus de um lance de escada devem distar no mínimo
0,30 m da área de circulação adjacente e devem estar sinalizados conforme figuras abaixo com material
preferencialmente fotoluminescente ou retro iluminado.

As escadas com lances curvos devem seguir as recomendações da NBR 9077, porém, é necessário
que, à distância de 0,55 m da borda interna da escada, os pisos e espelhos sejam dimensionados
conforme as condições citadas anteriormente e presentes na figura abaixo.
 As escadas devem possuir no mínimo um patamar a cada 3,20 m de desnível e sempre que houver
uma mudança de direção.

 Entre os lances da escada devem ser previstos patamares com dimensão longitudinal mínima de
1,20 m.

 Os patamares situados em mudanças de direção devem ter dimensões iguais à largura da escada.

 Quando houver porta nos patamares, sua área de varredura não pode interferir na dimensão
mínima do patamar.

 A inclinação transversal dos patamares e degraus não podem exceder 1% em escadas internas e
2% em escadas externas.

Corrimãos e guarda-corpos

Para a NBR 9050:2020, os corrimãos devem ser constituídos de materiais rígidos (geralmente metálicos
ou de madeira) e podem ser acoplados aos guarda-corpos. Além disso, eles devem ser firmemente
fixado às paredes ou barras suportes, a fim de proporcionar utilização segura. 

Os corrimãos devem estar afastados no mínimo 40 mm da parede ou outro obstáculo e devem ter seção
circular com diâmetro entre 30 mm e 45 mm, ou seção elíptica, desde que a dimensão maior seja de 45
mm e a menor de 30 mm. 

A NBR 9050:2020 admite outros formatos de seção, desde que sua parte superior atenda a essas
condições e tenha um arco da seção do corrimão de 270°.

Os corrimãos devem ser instalados em escadas e rampas, em ambos os lados, em duas alturas: 0,92 m
e 0,70 m do piso, medidas da face superior até o bocel ou quina do degrau, no caso de escadas, ou do
patamar, acompanhando a inclinação da rampa. Os corrimãos devem ser contínuos e sem interrupções
em patamares, devendo se prolongar por pelo menos 30 cm nas extremidades, as quais devem ter
acabamento recurvado.
Em escadas e degraus é permitida a instalação de apenas um corrimão duplo e também com as mesmas
duas alturas: 0,92 m e 0,70 m. Sempre respeitando a largura mínima de 1,20 m!

Quando se tratar de escadas ou rampas com largura igual ou superior a 2,40 m é necessária a
instalação de corrimão intermediário – caso não haja corrimãos laterais contínuos, em ambos os lados -,
garantindo a faixa de circulação com largura mínima de 1,20 m. Esses corrimãos intermediários apenas
devem ser interrompidos quando o comprimento do patamar for superior a 1,40 m, garantindo o
espaçamento mínimo de 0,80 m entre o término de um segmento e o início do seguinte.
Se for um degrau isolado, basta apenas uma barra de apoio – horizontal, vertical ou inclinada -, como
comprimento mínimo de 0,30 m e com seu eixo posicionado a 0,75 m de altura do piso.

Em caso de degrau isolado, com dois degraus, deve-se atender às exigências similares às escadas com
mais degraus, como mostra as figuras abaixo.
Quando não houver paredes laterais deve-se incorporar elementos de segurança como guia de
balizamento e guarda-corpo. 

A NBR 9050:2020 indica que os guarda-corpos devem ser dimensionados segundo a NBR 9077 e NBR
14718.

De modo geral, o guarda-corpo é uma barreira vertical, maciça ou não, delimitando as faces laterais
abertas de escadas, rampas, patamares, terraços, balcões, galerias e assemelhados, servindo como
proteção contra eventuais quedas de um nível para outro.

Os guarda-corpos devem ser contínuos e estar presentes sempre que houver qualquer desnível maior
que 19 cm. A sua altura deve ser de, no mínimo 1,05 m e pode ser reduzida para 92 cm em escadas
internas. 

A altura das guardas em escadas externas, de seus patamares, de balcões e assemelhados, quando a
mais de 12,00 m acima do solo adjacente deve ser de, no mínimo, 1,30 m.

https://canteirodeengenharia.com.br/2020/06/24/nbr-9050-acessibilidade-em-rampas-e-escadas/
#:~:text=De%20acordo%20com%20a%20NBR,%C3%A0%20sinaliza%C3%A7%C3%A3o%20t%C3%A1til
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