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ÁGUA FRIA-BA
2022
UARLE DA SILVA CARVALHO
ÁGUA FRIA-BA
2022
Dedicatória: À minha
mãe (in memorian).
LISTA DE IMAGENS
RESUMO __________________________________________________________ 10
INTRODUÇÃO ______________________________________________________11
OBJETIVO GERAL___________________________________________________ 12
METODOLOGIA ____________________________________________________ 13
CAPÍTULO 1 _______________________________________________________ 14
SOCIALIZAÇÃO ___________________________________________________ 28
CAPÍTULO 2 ______________________________________________________ 30
CAPÍTULO 3 ______________________________________________________ 35
PROJETO DE ESCOLARIZAÇÃO______________________________________ 46
PROJETO PROFISSIONAL___________________________________________ 49
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
parte destes, residindo na zona rural, tornando a agricultura uma das principais
atividades econômica do município, apesar de grandes obstáculos como; chuvas
irregulares, estiagem, concentração fundiária, pouco acesso à tecnologia agrícola,
falta de infraestrutura e invisibilidade dos agricultores.
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
METODOLOGIA
CAPÍTULO 1
Este primeiro capítulo tem como objetivo , deixar claro, através de revisão bibliográfica,
que a juventude é um fenômeno social, cultural e histórico, logo não é definida por um dado
natural. Para tanto, sinteticamente, buscamos trazer as contribuições da sociologia da
juventude, recorremos às abordagens da juventude a partir do critério etário, do
enfoque teórico geracional, da juventude como como transição para a vida adulta e
a relação entre juventude e trabalho. Elencamos ainda algumas categorias
operacionais úteis neste estudo. Tudo isso no intuito de oferecer maior precisão
conceitual e analítica à noção de juventude.
Sempre existiram jovens nas sociedades, todavia com os papéis sociais que
estes desempenham atualmente é uma criação bastante recente, que remota
segundo Ariés (1981), o século XII. Já o estudo da juventude enquanto objeto
científico é ainda mais recente iniciado nos primórdios da sociologia em meados do
século XVIII. A sociologia da juventude que, como o nome pressupõe, possui a
juventude como objeto de estudo específico, este entendido como um fenômeno
social, cultural e histórico.
Em sua obra “História Social da Criança e da Família", Áries nos oferece uma
visão panorâmica das transformações que ocorreram ao longo da história a respeito
da conformação da família e a noção de infância e, como nos interessa aqui, a
longa construção social e histórica da juventude.
Segundo este autor dois processos foram cruciais para tal construção, a
nuclearização da família e a universalização do ensino. O primeiro diz respeito às
transformações ocorridas na forma de organização das famílias por volta do séc XII,
período em que a burguesia iniciou sua ascensão. Weisheimer (2013) fazendo
referência à obra de Ariés, tece o seguinte comentário:
Assim, inexiste de certo modo a juventude, visto que o indivíduo deixa de ser
criança e tornava-se imediatamente um adulto, ou melhor dizendo a criança era um
adulto que ainda não teria crescido. Ainda segundo o mesmo autor “quando ela
conseguia superar os primeiros perigos e sobreviver ao tempo da “paparicação", era
comum que passasse a viver em outra casa que não a de sua família” (p10) ou seja,
a criança se encontrava num contexto de relações afetivas fracas num ambiente
familiar amplo.
15
Como dito acima, isto muda em meados do século XII com uma crescente
privatização do núcleo familiar. Neste novo cenário, a família vê-se obrigada a focar
suas energias em prol do futuro dos jovens, deixando assim ainda mais claro os
novos papéis que estes sujeitos começam a desempenhar.
Esta nova ênfase dada à educação para jovens tornou ainda mais visível a
especificidade do fenômeno juvenil em que os jovens sujeitos situados entre a
infância e a vida adulta começam a atuar em novos papéis.
A Assembleia Geral das Nações Unidas entende que jovens constituem o grupo
de indivíduos com idade entre 15 e 24 anos (UNESCO, 2004). No Brasil a partir de
2005, a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) e o Conselho Nacional de
Juventude (CONJUVE), seguem a delimitação de 15 a 29 anos, dividida nos
subgrupos: Jovem adolescente de 15 a 18 anos, jovem-jovem de 19 a 24 anos e
jovens adultos de 25 a 29 anos. De forma semelhante, é jovem para o IBGE,
pessoas entre 15 e 29 anos.
Argumenta, para tanto que foi muito importante o advento nos anos iniciais do
século xx de um “movimento juvenil” e da “cultura juvenil” tendo como resultado
direto o início das “primeiras experiências de institucionalização das pesquisas
sociais de juventude na Alemanha”. Todavia no período entre-guerras e após a
eclosão da segunda guerra mundial as pesquisas sociológicas a respeito da
juventude torna-se sustado na Europa, assim a incipiente produção de pesquisa
social migra para os EUA recebendo especial atenção da Escola de Chicago. Como
importante avanço neste novo momento nota se que:
18
JUVENTUDE E GERAÇÃO
Karl Mannheim sociólogo Hungaro desenvolve sua teoria das gerações num
contexto ainda tenso das duas grandes guerras. Apesar de simpatizar em alguma
medida com a abordagem histórico-romântica de Dilthey, Mannheim possui
objeções às duas perspectivas acima citadas. Busca assim se afastar de uma noção
naturalista das gerações e desenvolve a concepção moderna de geração sendo
portanto um divisor de águas na história sociológica do conceito.
Para além destes, existem outros elementos cruciais nesta teoria que serão
expostos em seguida tais como, situação de geração, geração como realidade,
unidade de geração e grupo concreto.
A geração enquanto realidade vai mais além, uma vez que necessita de um
nexo mais concreto para constituir-se numa realidade. Este nexo, segundo
Mannheim “pode ser descrito como a participação no destino comum dessa
unidade histórica e social” p85. A partir deste ponto o autor fará uma importante
distinção entre os termos geração como realidade e unidade de geração. Fazem
parte da mesma geração real os jovens que experimentam os mesmos problemas
históricos concretos. Já "(...) aqueles grupos dentro da mesma geração real, que
elaboram o material de suas experiências comuns através de diferentes modos
específicos, constituem unidades de geração separadas” (MANNHEIM, 1982. p 87).
21
A transição para a vida adulta pode inclusive não acontecer, devido às altas
taxas de homicídios nas cidades brasileiras que afeta principalmente pessoas na
faixa etaria de 15 a 29 anos, jovens, notadamente homens negros em sua maioria,
que não atingem a idade adulta, resultado do crescente aumento da violência no
brasil registrado nas ultimas decadas.
Além dos homicídios, acidentes dos mais diversos tipos contribuem para que
parcela expressiva dos jovens não complete a transição. Além destes que não
completam a transição há aqueles que por diversas razões acabam atrasando-a.
Os jovens têm passado mais tempo na casa dos pais na condição de dependentes,
em alguns contextos isso pode resultar em conflitos dentro da família, atrasar a
plena autonomia, ou adquirir uma autonomia apenas parcial.
Por isso, a transição para a vida adulta deve ser entendida como um
movimento em que múltiplas transições se interseccionam: as transições
24
JUVENTUDE E TRABALHO
Neste mesmo cenário é sabido que “a taxa de desemprego dos jovens tende a
ser significativamente maior que as registradas para as demais faixas etárias”
(CORSEUIL, 2020 p 504 ) e são estes os mais sensíveis ao ciclo econômico no que
diz respeito à relação recessão econômica, reformas trabalhistas e desemprego.
No processo de transição para a vida adulta, parte dos jovens que deixaram a
escola não necessariamente ingressam imediatamente no mercado de trabalho e
permanecem como dependentes dos pais ou responsáveis, sem trabalhar e sem
estudar. Este fenômeno é chamado de “nem-nem”, nem estudam, nem trabalham.
Nesta condição o jovem tem menos acúmulo de capital humano. “Os nem-nem são
definidos como aqueles jovens que não estão na PEA e também não frequentam o
ensino formal” (BOTELHO, 2014, p118)
CATEGORIAS OPERACIONAIS
SOCIALIZAÇÃO
Aqui cumpre destacar que a juventude deve ser compreendida na sua relação
com o outro, com o adulto e com o espaço urbano, sendo esta identidade construída
também na relação com diferentes espaços de socialização: a família, a
comunidade, a escola, a igreja, o sindicato etc.
Em termos bem sintéticos pode-se dizer que para Bourdieu (GRENFELL, 2018)
socialização é basicamente a incorporação de um habitus.
CAPÍTULO 2
AGRICULTURA FAMILIAR
Na academia passa a ser usado como um guarda chuva conceitual que abriga
uma diversidade de situações, distinguindo-se da agricultura camponesa e da
agricultura patronal. Ainda sobre a história da formação do conceito, tem papel
decisivo em sua formação o estudo e sua posterior divulgação, realizado pela FAO
(Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) em cooperação
técnica com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). O
estudo define a agricultura familiar através de 3 características principais. São elas:
a) a gestão da unidade produtiva e os investimentos nela realizados são feitos por
indivíduos que mantêm entre si laços de sangue ou casamento; b) a maior parte do
trabalho é igualmente fornecida pelos membros da família; c) a propriedade dos
meios de produção (embora nem sempre da terra) pertence à família e é em seu
interior que se realiza sua transmissão em caso de falecimento ou aposentadoria
dos responsáveis pela unidade produtiva. (INCRA/FAO, 1996, p4). A respeito deste
estudo, Schmitz e Mota (2006), chama a atenção para a seguinte atualização do
termo:
A autora considera ainda, que a agricultura familiar é uma das formas que a
agricultura enquanto prática humana se manifesta na modernidade. Nas suas
palavras:
31
b) Como o próprio nome sugere, diz respeito à agricultura que produz pouco,
seja por causa do tamanho do estabelecimento seja por causa do valor da
32
CAPÍTULO 3
Fonte: IGBE
35
Fonte: AKAISHI (2013), com base no mapa da Agência Nacional de Águas (ANA)/Ministério da
Integração Nacional
Dos 742,775 km² de extensão territorial citado acima 277,22 compõem segundo
o censo agropecuário de 2017 (IBGE) a área dos estabelecimentos voltados para a
agricultura ou pecuária. Logo, 37.32% do território municipal. A agropecuária,
perfazendo um percentual de 17% é a segunda atividade que mais ocupa os
moradores do município, ficando atrás apenas da administração pública que ocupa
75% da população segundo censo do IBGE. Estes dados refletem uma das
características marcantes das cidades pequenas, a exemplo de Água Fria.:
Sabe-se que nem todo jovem rural é agricultor familiar, todavia, no geral,
grande parte dos jovens do município foram ou estão sendo socializados na nesta
atividade econômico-social e iniciam efetivamente o trabalho na UFP a partir dos 10
anos de idade em média. Antes desta idade prevalece uma socialização mais lúdica
com a agricultura.
Fonte: O autor
38
Fonte: O autor
Tabela 2 - Das pessoas que moram com você, elas são o que seu?
Fonte: O autor
Destes dados observa-se uma expressiva presença das mães nas UPF seguido
de filhos homens e um menor percentual de irmãs. Ao longo da pesquisa, notou-se
que as mães desempenham importante papel nos trabalhos e na gestão das UFPs.
39
Já foi dito anteriormente que a situação juvenil trata das diversas formas que a
condição juvenil caracterizada pela subalternidade em relação aos adultos se
manifesta. Este capítulo tem como objetivo, através dos dados empíricos captados
em campo, pôr em evidência a situação juvenil dos jovens agricultores familiares do
município, com base em suas condições materiais e nas relações existentes entre o
jovem e os demais membros da família.
Fonte: O autor
Fonte: O autor
Destas propriedades, no que diz respeito à sua área em hectares nota-se que
92,7% delas possui uma média de 3,47 hectares. Os demais 7,3% correspondem a
exatos 3 entrevistados que declararam possuir, 43, 44, e 100 hectares. Nos cálculos
estes valores fogem demasiadamente da moda e da média, contaminariam portanto
o resultado final dando a falsa ideia de que as famílias dos jovens teriam uma maior
quantidade de terra do que a real.
Fonte: O autor
Podemos concluir desses dados que a agricultura familiar praticada pelos pelos
jovens, economicamente proporciona um retorno pequeno, é desta forma
insuficiente para garantir a reprodução da unidade, assim as rendas vindas de fora
da propriedade desempenham um papel importante, seja através do salário dos pais
de família que trabalham fora da propriedade ou do município, ou da aposentadoria
de algum parente próximo, mãe e avós que moram na mesma residência, ou ainda
de trabalhos esporádicos realizados em outras propriedades, além de programas
governamentais de transferência de renda.
Fonte: O autor
Assim, segundo a próxima tabela, 45% dos jovens quando precisam de algum
montante da renda agrícola pedem aos seus pais.
Fonte: O autor
Fonte: O autor
Gráfico 2 - Autonomia
Fonte: O autor
Assim, tal como em Weisheimer (2009), aqui também verifica-se que a situação
juvenil na agricultura familiar é marcada por uma baixa autonomia.
Renda e casa própria, formação de uma nova família e posse de uma UPF, é, a
partir da aplicação do formulário, a exceção neste estudo.
Como foi explicitado na introdução deste trabalho, como hipótese supomos que
os jovens, estes, que desde tenra infância, mantiveram vínculos profundos com a
agricultura familiar e com o modo de vida dos pais e parentes nas UFPs possuiriam
projetos profissionais e educacionais afinados com a sua realidade de agricultor
45
familiar buscando sempre melhorias nas condições materiais. Assim com projetos
ajustados com sua realidade desejariam viver no campo.
Deste modo este tópico tem o objetivo de expor e analisar os dados da pesquisa
no intuito de evidenciar até que ponto a hipótese adotada neste trabalho condiz com
a realidade dos jovens. Começamos pelos projetos educacionais, seguido dos
profissionais e por fim pelo projeto de vida. Todos estes relacionados com sua
condição de jovem agricultor.
Em Velho (2003, p. 101) vemos que este autor define projeto como: “a conduta
organizada para atingir finalidades especificas”, Busca-se neste caso antecipar a
trajetória futura e a biografia do indivíduo. Aqui, na formulação dos seus projetos o
sujeito utiliza-se da dimensão da memória, assim, não considera apenas a ação do
presente mas também as significações impressas nos acontecimentos passados
PROJETO DE ESCOLARIZAÇÃO
14,4% não sabem ou não responderam. O maior percentual ficou com a categoria
Outros perfazendo 28,9% do total. importante destacar que nesta última categoria
nenhuma das opções que foram suprimidas do questionário aplicado dizem respeito
a alguma área agrícola.
Fonte: O autor
Fonte: O autor
No geral as duas tabelas nos permite afirmar com segurança que os jovens
agricultores do município desejam aprofundar seus conhecimentos através da
educação, sejam em cursos básicos e técnicos como informática ou em
agropecuária, sejam mais complexos como o ensino superior. Relativo aos 23,8%
dos jovens que buscam uma formação superior de trabalho não agrícola, é oportuno
observar que a grande maioria do total dos jovens agricultores consideram que o
processo de escolarização pelo qual passaram pouco ou nada os prepara para a
agricultura.
[...] mesmo para as famílias que enviam seus filhos para a escola rural, o
ensino feito através desta escola não os prepara para permanecerem na
terra. Toda a política para a educação rural tem se restringido a oferecer um
arremedo da escola urbana, que nem habilita os filhos dos agricultores para
dar continuidade às lides dos pais, nem os qualifica para os empregos
urbanos. (RIBEIRO, 1985, p3)
48
PROJETO PROFISSIONAL
Fonte: O autor
Dos dados nota-se que o maior percentual diz respeito àqueles que não
desejam se estabelecer profissionalmente na agricultura. Todavia, entre aqueles que
não querem, as mulheres são a maioria, 35,7% e dos que querem os homens são a
maioria com um percentual de 20,5%.
Quando separado pela pela faixa etária, percebe-se, mesmo que ligeiramente,
que os mais jovens, entre 15 e 24 anos são quem menos pretende fazer da
agricultura familiar uma profissão, somando-se chega a 46,2%. Do lado oposto, os
jovens adultos com um percentual de 15,4% dentre os que querem permanecer na
agricultura perfazem o maior índice.
Fonte: O autor
49
Das duas tabelas concluímos que quanto mais jovem e do sexo feminino for
maiores as chances do sujeito não desejar para si a profissão de agricultor familiar.
Fonte: O autor
Ainda que com diferença leve nos percentuais quando distinguido as idades dos
jovens, os dados indicam que os jovens adolescentes é o grupo que menos tem um
projeto profissional definido com clareza, estes perfazem 18,4% dos que dizem não
possuir um projeto profissional para exercer no futuro, diferentemente dos jovens
adultos que com 18,4% das respostas positiva é o grupo etário que mais possui o
projeto de profissão. Quando cruza-se a variável projeto profissional com o gênero
dos jovens agricultores familiares, constata-se que homens e mulheres
comportam-se de modo diametralmente opostos, enquanto 31,6% dos homens
afirmam possuir um projeto e 18,4% afirma não possuir. Já entre as mulheres 18,4%
diz possuir um projeto de profissão para o futuro, 31,6% afirma que não. O que
talvez explique este diferencial entre mulheres e homens é que estes últimos
possuem uma maior tendência em serem agricultores do que as mulheres.
Tabela 13 - Cruzamento entre a questão você tem um projeto que quer exercer no
futuro? e sexo
Fonte: O autor
Fonte: O autor
51
Do total, 71,8% dos jovens expressam seu desejo de permanecer na zona rural.
Quando cruza-se os dados com a faixa etária, constata-se que entre os que
desejam viver no campo o percentual aumenta de acordo com a idade. Assim, entre
os adolescentes, jovens e jovens adultos os respectivos percentuais são, 17,9%,
20,5% e 33,3%. No sentido oposto, quanto mais jovem, maiores as chances do
indivíduo desejar migrar para a cidade. Ao fazer o cruzamento dos dados com a
variável gênero, não se obteve diferenças significativas.
Dos dados vistos até aqui pode-se pensar que embora não desejem viver do
trabalho agrícola os jovens por outro lado não esperam ter de deixar o campo.
Sendo assim, mostrou-se pertinente cruzar os dados das duas questões, “Onde
você pretende morar” com "Você pretende se estabelecer profissionalmente como
agricultor(a) familiar? resultando na tabela que segue:
Fonte: O autor
Isto pode ser explicado pela representação positiva que estes jovens têm da
zona rural, no geral a consideram como sendo, tranquila, distante do agito de
grandes centros urbanos, mais saudável, com menores índices de violência e maior
contato com a natureza.
Quais projetos não agrícola os jovens possuem? Estes projetos estão afinados às
suas realidades?
Fonte: O autor
Assim, embora a não propriedade da terra seja um fator que impede a execução
de projetos agrícolas, aqui não pareceu ser o caso. É possível que um dos fatores
que explique estes dados seja o tamanho da propriedade, que a cada geração
torna-se cada vez menor quando herdada, e não a sua posse. Por um lado a família
é autônoma em relação à posse da propriedade, mas por outro o jovem não possui
autonomia sobre a propriedade dos pais. E quando vier a herdar as terras dos país
estas terão seu tamanho reduzido, devido à divisão com os demais herdeiros.
Fonte: O autor
Fonte: O autor
Aqui, vemos que 39,5% dos jovens permanecem no máximo até 4 horas por dia
trabalhando na UFP. Destes a maior parte, 28,9%, para ser exato não pretendem
tornar-se agricultores. Conclui-se que entre aqueles que possuem um baixo grau de
socialização, são maiores as chances de não pautarem a agricultura em seus
projetos profissionais.
54
Fonte: O autor
Mais da metade dos jovens inquiridos consideram o modo de vida dos pais
regular, destes 38,5% não planejam ser agricultores familiares. Classificam como
um bom modo de vida, 33,3%. destes 25,6% também não serão, por vontade
própria, agricultores. A totalidade daqueles que percebem o modo de viver dos pais
como sendo ótimo, 7,7%, serão, ou pelo menos desejam ser agricultores familiares.
Quando solicitados que mencionasse as razões pelas quais o jovem não quer
ser agricultor, obteve-se respostas como: “Trabalho pesado”, “Lucratividade incerta,
Trabalho cansativo”, “Difícil acesso a melhorias de vida''. “Falta de políticas públicas
nessa área para incentivar os jovens”, “Não ter reconhecimentos das pessoas e não
ter um salário garantido”.
Resta ,por fim, analisar quais são os projetos profissionais não agrícolas
idealizados pelos jovens e se são afinados com sua realidade sócio-econômica.
Quando feita a pergunta, você tem um projeto profissional que quer exercer no
futuro? 50% afirmaram que sim e os outros 50% não. Cruzando a variável
‘Estabelecer profissionalmente com agricultor com o projeto profissional a ser
exercido no futuro chegou-se na seguinte tabela:
Fonte: O autor
Nesta tabela dois novos dados chamam a atenção, um diz respeito àqueles
jovens que, por um lado não querem ser agricultores, e por outro não possuem um
projeto profissional para o futuro, estes compõem 37,3%. O segundo dado. 29,4%
compõem aqueles que têm um projeto profissional não agrícola. Estes últimos
pretendem se estabelecer profissionalmente através de concurso público, da
assinatura da carteira de trabalho com foco nos direitos trabalhistas e na
estabilidade de renda, atuar no comércio, ou fazer uma graduação em áreas tais
como enfermagem, ciência de dados e pedagogia para expor alguns dos cursos
citados.
56
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Da análise dos dados empíricos foi possível chegar a duas grandes conclusões.
a) Prevalece entre os jovens agricultores familiares do município a ocorrência de
projetos não agrícolas, b) Entre aqueles que possui um projeto definido, notou-se
que estes estão alinhados com a sua condição de jovem agricultor.
Embora os jovens não planejem ser agricultores, notou-se que não vêem
no êxodo rural uma solução para a consolidação da sua autonomia. Mesmo
entre aqueles que não possuem um projeto profissional definido ou que não
almejam a agricultura familiar prevalece a intenção de permanecer morando
no campo em atividades não agrícolas.
REFERÊNCIAS
MANNHEIM, Karl O problema sociológico das gerações. In. FORACHI, Maria Alice
(org). Mannheim, Grandes Cientistas Sociais. n. 25. São Paulo: Ática, 1982. p.
67-95.
ROCHA, Enid. Diferentes vulnerabilidades dos jovens que estão sem trabalhar
e sem estudar. Como formular políticas públicas? Novos estudos. CEBRAP,
São Paulo. 2020, p 545-562
1. E-mail *
2. CIDADE (COMUNIDADE)
3. TELEFONE DO ENTREVISTADO
4. E-MAIL DO ENTREVISTADO
5. NOME DO ENTREVISTADO *
6. SEXO DO ENTREVISTADO
Masculino
Feminino
7. IDADE
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
8. ESTADO CIVIL
Solteiro
Casado
Divorciado
Viúvo(a)
Sim
Não
Rural
Urbano
11. QUAL DESTAS CATEGORIAS MELHOR DESCREVE COMO VOCÊ SE AUTODEFINE?
Jovem
Jovem Assalariado
Estudante
Jovem Operário
NS/NR
Outro:
14. DAS PESSOAS QUE MORAM COM VOCÊ, ELES SÃO O QUE SEU?
Marque todas que se aplicam.
Pai
Mãe
Irmão
Irmã
Avô
Avó
Filho
Filha
Cônjuge
Sogro
Sogra
Entrevistado
Outro:
15. ESCOLARIDADE
Pai
Mãe
Irmão
Irmã
Avô
Avó
Filho
Filha
Cônjuge
Sogro
Sogra
Entrevistado
Outros
16. TRABALHO NA UNIDADE DE PRODUÇÃO FAMILIAR
Marcar apenas uma oval por linha.
Pai
Mãe
Irmão
Irmã
Avô
Avó
Filho
Filha
Cônjuge
Sogro
Sogra
Entrevistado
Outros
Sim
Não
NS/NR
Herança
Compra de parentes
Compra de terceiros
Por assentamento
NA
NS/NR
Outro:
Arrendamento
Chacreiro ou inquilino
Meeiro
Parceria
Posse
NA
NS/NR
Outro:
Autoconsumo
Comercialização
Ambas Igualmente
NS/NR
Através de intermediário
Direta ao consumidor
Integrada a Cooperativa
Venda na CEASA
NS/NR
Outro:
24. TENDO COMO REFERÊNCIA O ÚLTIMO ANO INDIQUE A ORIGEM E O VOLUME DA RENDA
MENSAL DE SUA FAMÍLIA
Marque todas que se aplicam.
Renda Agrícola
Líquida
Salários
Transferências e
benefícios sociais
Beneficiamento de
produtos na UPF
Outras rendas
Rendas eventuais ou
sazonais
ENTRE R$ ENTRE R$
ABAIXO DE ACIMA DE
12.000,00 E 36.000,00 E
R$ 12.000,00 R$ 72.000,00
R$35.999,00 R$71.999,00
Renda Agrícola
Bruta
Renda Agrícola
Líquida
Salários
Transferências e
benefícios sociais
Beneficiamento de
produtos na UPF
Outras rendas
Rendas eventuais
ou sazonais
NS/NR
Outro:
27. COMO É FEITA A DIVISÃO DAS RENDAS PROVENIENTES DE ATIVIDADES NÃO
AGRICOLAS?
NA
NS/NR
Outro:
28. ENTRE OS ITENS ABAIXO RESPONDA SIM OU NÃO CONFORME SUA SITUAÇÃO:
Marcar apenas uma oval por linha.
Sim Não
Trabalho em parceria com meus pais e fico com uma parte pré-definida dos resultados.
NS/NR
Compro ou pago bem de consumo durável (carro, moto, computador, celular, etc.)
Estou guardando.
NA
NS/NR
Outro:
31. SE VOCÊ TIVESSE DINHEIRO EM QUE INVESTIRIA?
Compraria caminhão.
NS/NR
Outro:
Sim Não
PRONAF
PRONAF Jovem
PRONAF Mulher
33. DESTAS LINHAS DE CRÉDITO QUAIS VOCÊ JÁ TENTOU TIRAR EM SEU NOME?
PRONAF
PRONAF Jovem
PRONAF Mulher
PRONAF
PRONAF Jovem
PRONAF Mulher
Sim
Não
Grupo A
Grupo A/C
Grupo B
Grupo C
Grupo D
Grupo E
PRONAF Jovem
PRONAF Mulher
NA
NS/NR
38. COMO VOCÊ OCUPA SEU TEMPO AO LONGO DA SEMANA?
Trabalho agrícola na
UNIDADE DE
PRODUÇÃO FAMILIAR
Trabalho doméstico na
UNIDADE DE
PRODUÇÃO FAMILIAR
Trabalho doméstico
fora da UNIDADE DE
PRODUÇÃO FAMILIAR
Estudo
Atuação Sindical,
Política e Comunitária
NS/NR
Sim
Não
40. QUAL A SUA ESCOLARIDADE?
Não escolarizado
Fundamental Incompleto
Fundamental Completo
Médio Incompleto
Médio Completo
Técnico Incompleto
Técnico Completo
Superior Incompleto
Superior Completo
Pós-Graduação
NS/NR
41. NA SUA OPINIÃO EM QUE MEDIDA A ESCOLA AJUDA OS(AS) JOVENS A PREPARAREM-
SE PARA SER AGRICULTOR (A)?
Muito.
Mais ou menos.
Pouco
Nada
NS/NR
42. NA SUA OPINIÃO O CONHECIMENTO QUE VOCÊ ADQUIRIU NA ESCOLA É MUITO, MAIS OU
MENOS, POUCO OU NADA IMPORTANTE PARA:
Marcar apenas uma oval por linha.
Conseguir Entender a
um Ser realidade Ser
Fazer Conseguir
emprego agricultor social e valorizado(a) NA NS/
amigos. namorado(a).
fora da familiar. econômica pelos pais.
agricultura. do país.
Muito
Mais ou
Menos
Pouco
Nada
Importante
Não trabalha
Parcial (4 a 5 dias)
Parcial (2 a 3 dias)
Parcial (1 dia)
NS/NR
45. NORMALMENTE QUANTAS HORAS POR DIA VOCÊ TRABALHA NA AGRICULTURA
FAMILIAR?
Até 4h
mais de 4h a 6h
Mais 6h a 8 hs
mais de 8h a 10 h
mais de 10 h99.
NS/NR
Decidir
Fazer
o que Decidir Decidir Decidir sobre Depositar Falar com
Comprar compras
comprar o que onde os dinheiro Técnico
Insumos para a
para plantar plantar investimentos no banco agrônomo
casa
casa
Pai
Mãe
Irmão(a)
Avô(a)
Filho(a)
Cônjuge
Sogro(a)
Entrevistado
Toda
Família
Contratados
NA
NS/NR.
47. QUEM REALIZA AS SEGUINTES TAREFAS NA UNIDADE DE PRODUÇÃO FAMILIAR?
Marcar apenas uma oval por linha.
Família Contratados
Beneficiamento de produtos
Capina
Colheita
Embalar produtos
Limpeza da casa
Plantio
Tirar leite
Trabalho no pomar
Transformação de alimentos
Tratar do gado
48. DAS TAREFAS QUE REALIZA QUAL A QUE MAIS GOSTA DE FAZER?
Dançar em bailes ou
danceteria.
Festa ou quermesse na
comunidade.
Ir jantar em restaurante.
Ir a igreja.
Ir a lanchonetes e
sorveteria.
Ir a praia de mar.
Ir a shoping center.
Ir ao cinema.
Ir a estádio de futebol
Passear em parques e
praças.
Praticar esportes
coletivos.
Sim Não
Gosto Muito
Mais ou menos
Não gosto
NS/NR
Muito importante
Importante.
Pouco importante.
Nada importante.
NS/NR
57. QUE FRASE SE APROXIMA MAIS DO QUE VOCÊ PENSA SOBRE O TRABALHO FAMILIAR
AGRÍCOLA?
NS/NR
58. QUE FRASE SE APROXIMA MAIS DO QUE VOCÊ PENSA SOBRE O TRABALHO
ASSALARIADO E NÃO AGRÍCOLA?
Trabalho mais leve com direito a descanso nos fins de semana e férias.
NS/NR
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
NS/NR
Sim
Não
NS/NR
61. CITE UMA RAZÃO PARA UM(A) JOVEM QUERER SER AGRICULTOR:
62. CITE UMA RAZÃO PARA UM(A) JOVEM NÃO QUERER SER AGRICULTOR:
63. NA SUA OPINIÃO QUAIS DESTES FATORES SÃO OS DOIS MAIS IMPORTANTES PARA A
PERMANÊNCIA DOS JOVENS NA AGRICULTURA FAMÍLIAR?
Marque todas que se aplicam.
1 2
NS/NR
Sim
Não
Sim
Não
Meio Rural
Meio Urbano
NA
NS/NR
Sim
Não
NA
NS/NR
Ótimas
Boas
Regulares
Ruins
Péssimas
NS/NR
Opção 7
74. COMO VOCÊ AVALIA SUAS CHANCES DE SE ESTABELECER EM UMA PROFISSÃO NÃO
AGRÍCOLA?
Ótimas
Boas
Regulares
Ruins
Péssimas
NA
NS/NR
Ser Homem
Ser Mulher
Tanto faz
NS/NR
Formulários