A espiritualidade de um lugar...
renovada e ativa do único sacrifício da Cruz no qual a Redenção
Santuário do Sagrado-Coração de Jesus
Entre 1673 e 1675, em Paray-le-Monial,
Jesus aparece para uma religiosa
visitandina, Santa Marguerite-Marie
Alacoque. Ele lhe revela o seu “Coração
que tanto amou os homens” e lhe faz
entender que o seu Coração expressa a
um só tempo o seu amor pelos homens
e o sofrimento por não ser amado em
contrapartida, em razão dos nossos
pecados. Essa é a razão pela qual ele
lhe mostra um Coração tanto ardente,
símbolo do amor, quanto sofrido, pois
circundado de espinhos.
O coração é o lugar mais íntimo da pessoa, seu centro e onde
se abriga a relação com Deus. Revelando o seu Coração repleto
de amor, Jesus expressa-nos que nos ama com todo o seu ser,
em sua plena humanidade. Ao mesmo tempo, como ele é
verdadeiro homem e verdadeiro Deus, o amor revelado em
seu Coração é próprio amor de Deus para conosco. A Cruz é
o sinal do maior amor. Ele nos amou até morrer na madeira da
cruz e para além da morte. Já morto, um soldado transpassou
o Seu Coração com um golpe de lança. De lá jorrou a vida de
Deus: “Porém um dos soldados traspassou-Lhe o peito com
uma lança e logo brotou sangue e água”; “Do seu interior fluirão
rios de água viva”; “Olharão para Aquele que transpassaram”.
(Evangelho segundo São João)
Santuário da adoração eucarística
Na véspera da sua morte, na noite da Quinta-feira Santa, na
última refeição com os seus apóstolos, Cristo institui a Eucaristia:
“Tomai, comei, isto é o meu corpo. (...) Bebei deste todos, porque
isto é o meu sangue. (...) Fazei isso em minha memória” (São
Mateus 26, 28). Ele anunciava assim o
que Ele iria viver no dia seguinte, com
a sua morte na Cruz: a doação total de
Si mesmo ao amor, até a morte. Desde
logo, todas as vezes em que a Eucaristia
é celebrada no mundo, é o sacrifício da
Cruz que se faz presente.
São João Paulo II, por ocasião da sua vinda
a Montmartre, em 1° de junho de 1980,
expressou este laço profundo entre a
Eucaristia e o Sagrado-Coração: “Na Santa
Eucaristia, celebramos a presença sempre
Visita descoberta da basílica do
é um acontecimento eternamente presente, indissoluvelmente
associado à própria intervenção do Salvador. Na Santa Eucaristia Sacré-Cœur de Montmartre
- onde igualmente reside o sentido da adoração perpétua - Santuário da adoração eucarística
entramos neste movimento de amor de onde deriva toda a e da Misericórdia Divina
progressão interna e toda a eficiência apostólica: “E quando eu
for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim”. (São No topo da colina de Montmartre, a Basílica do Sagrado-
Jean 12, 32) Coração é a realização de uma promessa, feita em 1870, por
Na adoração, colocamo-nos em face da Presença real, repleta dois pais de família ao Sagrado-Coração de Jesus, ocorrida
de amor e atuante do Corpo do Cristo exposto. Podemos olhá- em contexto difícil: a invasão da França após a derrota militar
Lo e nos deixarmos olhar por Ele. É um encontro. Trata-se de diante da Prússia e o fim da unidade italiana, privando o Papa
alcançar à verdade, tal como devemos ser. Assim, podemos nos dos seus Estados. Construída entre 1875 e 1919, ela é de estilo
oferecer em Jesus ao Pai e interceder pelo mundo inteiro. romano-bizantino. Desde 1° de agosto de 1885, o Cristo nela
é adorado sem interrupção no sacramento da Eucaristia, dia
Santuário da Misericórdia divina
e noite.
“Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé
cristã está aqui em sua plenitude”. No Evangelho, “Jesus revela
a natureza de Deus como aquela de um Pai
que nunca se confessa vencido, enquanto
não tiver absolvido o pecado graças à
compaixão e à misericórdia. Ele fica repleto
de alegria, sobretudo, quando perdoa. A
Misericórdia é uma força vitoriosa sobre
qualquer coisa, ela preenche o coração
de amor e consola perdoando”. (Papa
Francisco, Misericordiae Vultus)
O Sagrado-Coração de Jesus expressa
particularmente a Misericórdia. Na Cruz, Jesus se encarregou
de toda a nossa miséria, dos nossos sofrimentos e do nosso
pecado. Abrindo o seu Coração, ele nos abre a fonte da
Misericórdia. Essa é a razão pela qual, ao contemplarmos o
seu Coração, tornamo-nos parte do seu Amor e da sua Vida,
além de sermos convidados a igualmente nos doarmos aos Montmartre : « Monte dos Mártires »
outros, em particular aos pobres e aos mais frágeis. “Sede
misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso”. - No séc. III, os primeiros cristãos de Paris são martirizados nesta
(São Lucas 6, 36) colina: São Denis, primeiro bispo de Paris, São Rústico, padre, São
Com o sacramento de reconciliação, experimentamos o Eleutério, diácono, assim com os seus companheiros. (o lugar do
perdão de Deus, fonte de paz interior. “Cada confessor martírio: o Martyrium, 11 rue Yvonne O Tac, 18° arrondissement)
deverá acolher os fiéis como o Pai na parábola do filho
- Do séc. XII à Revolução Francesa, um grande monastério das
pródigo: um pai que corre ao encontro do filho, apesar de
lhe ter dissipado os bens. Os confessores são chamados a beneditinas ocuparia a colina de Montmartre. Somente subsiste
a atual Igreja de São Pedro, cujo altar era a Capela das religiosas.
estreitar a si aquele filho arrependido que volta à casa e a
exprimir a alegria por tê-lo reencontrado”. (Papa Francisco,
Misericordiae Vultus) Basílica do Sacré-Cœur de Montmartre
Ele nos torna capazes de dizermos: «Jesus, eu tenho 35 rue du Chevalier de la Barre
confiança em ti!» 75018 PARIS - (+33)1 53 41 89 00
sacre-coeur-montmartre.com
 Uma basílica
Em 1872, o Cardeal Guibert, Arcebispo de Paris, aprova a
promessa de Alexandre Legentil e de Hubert Rohault de
Fleury e escolhe Montmartre como lugar do santuário:
“É aqui que estão os mártires, é aqui que o Sagrado-
Coração deve reinar, a fim de atrair tudo para si... no topo
da colina, onde o Cristianismo nasceu”. E foi a obra do
arquiteto Paul Abadie que venceu o concurso envolvendo
78 projetos expostos nos Champs Elysées.
A primeira pedra foi colocada em 16 de junho de 1875.
As obras foram financiadas por pequenas oferendas
(eram recusadas as quantias mais altas) provenientes de
particulares, dioceses, ordens, congregações, paróquias
ou associações. Os nomes dos doadores estão gravados
na pedra.
Algumas datas :
- Dez. 1870: Voto ao Cristo em seu Sagrado-Coração.
- 24 de julho de 1873: Votação do projeto pela Assembleia
Nacional em prol da construção de uma igreja dedicada
ao Sagrado-Coração
- 16 de junho de 1875: Colocação da primeira pedra
- 1° de agosto de 1885: Início da adoração perpétua (em
uma capela provisória)
-16 de outubro de 1919: Consagração da Basílica
(inicialmente prevista para 1914)
Alguns números : (Duração das obras: 40 anos)
- Altura do domo: 83,33 m
- Altura do campanário: 84 m
- Sob a edificação, para se obter uma fundação estável:
83 pilares cravados a 33m de profundidade
A ser descoberto :
Os vitrais do nártex : Eles representam 4 Santos associados
à devoção do Sagrado-Coração: Santa Gertrudes e São João
Eudes; Santa Margarida Maria e o Beato Charles de Foucauld.
A estátua do Sagrado-Coração : de prata
maciça, obra de Eugène Benet. O Sagrado-
Coração, Coração do Cristo verdadeiro
Deus e verdadeiro homem, testemunha
do amor eterno de Deus para com os
homens. O coração, na Escritura, expressa
o centro da pessoa, sua vida profunda onde
se unem a sua inteligência, sua vontade e
a sua sensibilidade. No séc. XVII, no relato
das suas aparições, Santa Margarida Maria
enfatiza o Amor deste Coração por todos
os homens: “Eis aqui este Coração que
tanto amou os homens”, bem como acerca do chamado a lhe
responder com Amor.
O grande órgão : com 78 tubos
e 4 teclados manuais, ele é o 3°
instrumento de Paris. Construído ao
final do séc. XIX por Aristide Cavaillé-
Coll, instalado na Basílica em 1914.
Classificado como monumento
histórico.
A grande cúpula : 16 m de diâmetro.
Fecho da abóbada a 55 m do solo. Ela está assentada sobre
esculturas em que quatro anjos carregam instrumentos da
Paixão (1896-97).
As capelas :
1 Pórtico 4 Altar
O altar : Aqui são celebrados os
grandes ritos litúrgicos (missa e
ofícios divinos). Acima do altar
principal, o Santo Sacramento
exposto constitui o centro e
o coração de toda a Basílica.
A totalidade do Santuário foi
concebida como um recanto para abrigar este dom: a presença
real do Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, no
sacramento da Eucaristia.
O grande mosaico do Cristo em glória : Realizado por Merson,
Magne e Martin, em 1923. Superfície de 475 m2, uma das
maiores do mundo. Ele representa o Cristo ressuscitado. Ao seu
redor, adoradores estão representados, dentre os quais os Santo
protetores da França: a Virgem Maria, São Miguel e Santa Joana
d’Arc, assim como a França simbolizada, oferecendo a sua coroa
e o Papa Leão XIII oferecendo o mundo. De cada lado, nos dois
corredores, temos a homenagem a toda a Igreja: embaixo, a
Igreja da Terra, no alto a Igreja do Céu. Na base deste mosaico,
um escrito ilustra a construção da Basílica como um dom de toda
a França ao Coração do Cristo: “Ao Coração Sagrado de Jesus, a
França fervente, penitente e reconhecedora”.

- Número anual de visitantes e peregrinos: 11 milhões 2 Nártex 5 Nave lateral oeste

3 Nave 6 Deambulatório
7 Nave lateral leste
8 Capela de Nossa Senhora do Mar
9 Capela das Rainhas da França
10 Capela São Vicente de Paula
11 Capela Santa Úrsula
12 Capela Santo Inácio de Loyola
13 Capela São Lucas
14 Capela da Santa Virgem O domo : No seu cume, a lanterna é acesa todas as noites.
15 Capela São José Ela significa a presença diuturna e permanente das preces
16 Capela São João Batista no santuário.
17 Capela São Francisco de Assis
18 Capela de Santa Margarida Maria O campanário : Ele abriga a “Savoyarde”, sino de mais de 19
19 Capela São Luís toneladas, oferecido e proveniente da região de Savoie. Um
20 Capela São Miguel carrilhão de quatro sinos foi adicionado em 1969.