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Esta cartilha procura, de maneira simples e objetiva, discorrer CLÁUDIO MARTINS NOGUEIRA

sobre a “doença” do alcoolismo. Os temas da substância álcool,


dos primeiros sinais do problema, das consequências físicas,
emocionais, sociais, econômicas e espirituais do consumo
abusivo de bebidas alcoólicas são descritos em uma lin-
guagem voltada para o leigo. Há também informações sobre
os possíveis tratamentos e uma síntese dos doze passos dos
Alcoólicos Anônimos (AA).

É importante ressaltar que o álcool é a segunda droga mais


consumida no mundo, perdendo apenas para o tabaco. Porém,
as consequências do uso dessa substância são devastadoras
E os 12 passos do AA
para a família e a sociedade. Infelizmente, é assustador o
desconhecimento generalizado sobre os malefícios causados

de saúde, educadores e políticos.


Apresentação
Pe. Osvaldo Gonçalves SSCC
Esta obra pretende ser um facho de luz nesta sombria realidade,
visando a desconstruir a ideia de que o álcool não é droga.
Prefácio
Luís Cláudio Rodrigues Ferreira

www.editoraforum.com.br
0800 704 3737
CLÁUDIO MARTINS NOGUEIRA

Prefácio
Luís Cláudio Rodrigues Ferreira

Apresentação
Pe. Osvaldo Gonçalves SSCC

ALCOOLISMO
E OS 12 PASSOS DO AA

Belo Horizonte

2020
© 2007 Cláudio Martins Nogueira.
© 2020 4º edição Fórum Social.

Este livro, ou parte dele, pode ser reproduzido por qualquer meio
sem autorização escrita do editor, desde que citada a fonte.

Luís Cláudio Rodrigues Ferreira


Presidente e Editor

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Aline Sobreira de Oliveira

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Técnica. Empenho. Zelo. Esses foram alguns dos cuidados aplicados na edição desta
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com a AACR2

N778a Nogueira, Cláudio Martins

Alcoolismo: e os 12 passos do AA / Cláudio Martins Nogueira.


4. ed.– Belo Horizonte : Fórum Social, 2020.

61p.; 14,5 cm x 21,5cm


1. Psicologia. 2. Pedagogia. 3. Educação. I. Título.

CDD 341.595
CDU 159.9

Elaborado por Daniela Lopes Duarte - CRB-6/3500

Informação bibliográfica deste livro, conforme a NBR 6023:2018 da Associação


Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):

NOGUEIRA, Cláudio Martins. Alcoolismo: e os 12 passos do AA. 4. ed. Belo Hori­


zonte: Fórum Social, 2020. 61p.
Aos familiares e amigos dos dependentes químicos
que, de forma heroica, lutam com todas as forças
para salvar seus entes queridos dessa terrível
doença.

A todos os profissionais, religiosos e voluntários


que trabalham nas comunidades terapêuticas,
nas clínicas, nos hospitais e nos grupos de apoio,
buscando sempre a sobriedade.

Aos dependentes químicos que, mesmo com a dor


no corpo e na alma, ainda buscam forças para
sobreviver.

In memoriam: Ao meu querido irmão Nivaldo, que


sofreu longos anos da sua vida com esta doença:
o alcoolismo.
AGRADECIMENTOS

Ao Luís Cláudio, editor da Editora Fórum, pelo seu apoio incon­


dicional ao nosso trabalho.
Ao meu irmão Nivaldo, quem me “converteu” a atuar em uma
nobre causa em função do seu “martírio” no “calvário” do alcoolismo.
À minha irmã Maria, que sempre me apoiou nesta caminhada.
Aos meus pacientes, que compartilharam suas dores e expe­
riências, seja nos grupos de apoio ou no “confessionário” do meu
consultório, acreditando na Psicologia como instrumento capaz de
auxiliar na superação dos desafios em suas vidas.
Por fim, ao meu Deus, que, mesmo por linhas aparentemente
tortas, me conduziu e continua a conduzir todo o meu trabalho.
“Portanto, quem pensa estar de pé, veja que não
caia. Não vos sobreveio tentação alguma que
ultra­passe as forças humanas. Deus é fiel: não
permitirá que sejais tentados além das vossas
forças, mas com a tentação Ele vos dará os meios
de suportá-la e sairdes dela”. “Tente, de alguma
maneira, fazer alguém feliz”.
I Coríntios 10: 12-13

“Aperte a mão, dê um abraço, um passo em sua


direção.
Aproxime-se sem cerimônia.
Dê um pouco do calor de seu coração.
Assente-se bem perto e deixe-se ficar, muito
tempo, ou pouco tempo. Não conte o tempo de se
dar. Deixe o sorriso acontecer.
E não se espante se a pessoa mais feliz for você”.

Livro: Construindo a Relação de Ajuda. Clara


Feldman de Miranda e Marcio Lucio de
Miranda
SUMÁRIO

PREFÁCIO
Luís Cláudio Rodrigues Ferreira........................................................................ 13

APRESENTAÇÃO
Pe. Osvaldo Gonçalves SSCC.............................................................................. 15

ALCOOLISMO..................................................................................................... 17
1 Histórico...................................................................................................... 17
2 A substância álcool.................................................................................... 17
2.1 Processo de fermentação........................................................................... 18
2.2 Processo de destilação............................................................................... 18
3 A doença do alcoolismo............................................................................ 18
3.1 Definição...................................................................................................... 18
3.2 Fase inicial: uso “social”............................................................................ 19
A – Sinal nº 1: um prazer terrível!............................................................ 20
B – Sinal nº 2: o último a cair.................................................................... 20
C – Sinal nº 3: velozes e furiosos.............................................................. 20

D – Sinal nº 4: o “deus” grego................................................................... 21


E – Sinal nº 5: haja dinheiro!..................................................................... 21
F – Sinal nº 6: dirige sobre o efeito da bebida?....................................... 21
G – Sinal nº 7: o beber que incomoda...................................................... 21
H – Sinal nº 8: já tentou dar um tempo sem beber?..............................22
I – Sinal nº 9: já faltou ao serviço ou escola por ressaca?......................22
J – Sinal nº 10: a ideia de parar de beber te assusta?.............................22
K – Sinal nº 11: tem costume de beber sozinho?.................................... 23
L – Sinal nº 12: você nega o problema com o consumo de álcool?...... 23
3.3 Fase intermediária: manifestação da doença......................................... 24
3.4 Fase final: dependência total.................................................................... 24
4 Consequências do alcoolismo.................................................................. 25
4.1 Físicas........................................................................................................... 25
4.2 Emocionais, sociais, econômicas e espirituais...................................... 27
5 Alternativa de tratamento......................................................................... 28
5.1 Alcoólicos Anônimos................................................................................ 28
5.2 Atendimento profissional......................................................................... 28
5.3 Grupos de Amor Exigente........................................................................ 29
5.4 A espiritualidade........................................................................................ 29
5.5 As comunidades terapêuticas.................................................................. 30
5.6 Clínicas e hospitais psiquiátricos............................................................ 31

CAMINHANDO COM OS DOZE PASSOS DO AA ............................... 33


1 Histórico...................................................................................................... 33
2 Refletindo sobre os passos........................................................................34
2.1 Primeiro passo: admitir que somos impotentes perante o álcool
e que tínhamos perdido o controle sobre as nossas vidas...................34
Exercícios do primeiro passo................................................................... 35
Anotações.................................................................................................... 35
2.2 Segundo passo: viemos acreditar que um Poder Superior a nós
mesmos poderia nos devolver a sanidade.............................................. 36
Exercícios do segundo passo.................................................................... 37
Anotações.................................................................................................... 37
2.3 Terceiro passo: decidimos entregar nossa vontade e nossa vida
aos cuidados de Deus na forma em que o concebíamos...................... 38
Exercícios do terceiro passo...................................................................... 38
Anotações.................................................................................................... 38
2.4 Quarto passo: fizemos um minucioso e destemido inventário
moral sobre nós mesmos........................................................................... 39
Exercícios do quarto passo....................................................................... 40
Anotações.................................................................................................... 40
2.5 Quinto passo: admitimos perante Deus, perante nós mesmos e
perante outro ser humano a natureza exata de nossas falhas
(e nossas qualidades)................................................................................. 41
Exercícios do quinto passo....................................................................... 41
Anotações....................................................................................................42
2.6 Sexto passo: prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus
removesse todos nossos defeitos de caráter...........................................43
Exercício do sexto passo............................................................................43

Anotações....................................................................................................44
2.7 Sétimo passo: humildemente, rogamos a Ele que nos livre
de nossas imperfeições (e reforce nossas qualidades)..........................44
Exercício do sétimo passo......................................................................... 45
Anotações.................................................................................................... 45
2.8 Oitavo passo: fizemos uma relação de todas as pessoas que
tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos
a elas causados............................................................................................ 46
Exercícios do oitavo passo........................................................................ 46
Anotações.................................................................................................... 47
2.9 Nono passo: fazer reparações diretas aos danos causados
às pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo signifique
prejudicá-las ou a outrem......................................................................... 47
Exercício do nono passo............................................................................ 48
Anotações.................................................................................................... 48
2.10 Décimo passo: continuar fazendo o inventário pessoal e,
quando estamos errados, nós admitimos o erro prontamente........... 49
Exercício do décimo passo........................................................................ 49
Anotações.................................................................................................... 49
2.11 Décimo primeiro passo: procuramos, pela prece e meditação,
melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que
concebíamos, rogamos apenas o conhecimento de Sua vontade
em relação a nós e forças para realizar essa vontade........................... 50
Exercício do décimo primeiro passo....................................................... 51
Anotações.................................................................................................... 51
2.12 Décimo segundo passo: tendo experimentado um despertar
espiritual graças a estes passos, procuramos transmitir esta
mensagem aos nossos companheiros alcoólicos e praticar estes
princípios em todas as nossas atividades .............................................. 52
Exercício do décimo segundo passo....................................................... 53

Anotações....................................................................................................54
3 Conclusão.................................................................................................... 55

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 59

SOBRE O AUTOR................................................................................................... 61
PREFÁCIO

Segundo nosso mestre Cláudio Nogueira, o alcoolismo é uma


doença primária, crônica, progressiva e fatal. E é mesmo, pois todas
as melhores famílias possuem casos de alcoolismo e outras drogas, e
todas sabem o quanto isso custa em sofrimentos. É uma luta dura; nossa
cultura inclui o álcool em todas as festas, encontros e esquinas. Por isso
o álcool é a pior das drogas, porque é a mais usada e disponibilizada em
todos os lugares o tempo todo. Sua riquíssima indústria bate recordes
nas bolsas de valores do mundo todo, com alta margem de lucro.
Hoje, com base em diversas pesquisas e análises que comprovam
o aumento de internações e mortes, violência e doenças diversas
relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas, tenho a convicção pro­
funda da nocividade da droga álcool.
Tenho 55 anos e nas pessoas acima dessa idade as internações e
mortes aumentam muito, pois elas estão ainda mais sujeitas ao desem­
prego e à aposentadoria, gatilhos perigosos para a manifestação da
doença do alcoolismo. Ou seja, todos devem se preocupar, pois 66%
dos brasileiros já usaram álcool, 43% no último ano, número muito
superior em relação a qualquer droga.
Usei o álcool durante 40 anos e cheguei à fase inicial da doença.
Enxerguei isso graças à leitura dos 12 sinais (p. 19-23) e a outros sinais
de vida a mim concedidos pelo Poder Superior. Não quis chegar à beira
do precipício nem dar um passo além, que seriam as fases interme­diá­
ria e final da doença.
Tenho uma gratidão profunda por Deus e seus instrumentos,
pessoas através das quais tomei consciência dessa doença, entre elas
Cláudio Nogueira, meu psicólogo, minha amada filha Ana e meu amado
irmão Leandro. Hoje me tornei uma pessoa melhor, com mais saúde
e mais feliz sem álcool. Com meus recursos e dons, graças de Deus,
farei de tudo para amenizar o sofrimento e doar felicidade zero álcool!
Só por hoje! Tamo junto!

Luís Cláudio Rodrigues Ferreira


APRESENTAÇÃO

Muito se tem feito nos últimos tempos para que as pessoas se


previnam contra o uso de álcool e outras drogas. Mas também muito se
tem feito, legal e ilegalmente, para que tais substâncias sejam usadas.
Como seria se não existisse nenhum trabalho de prevenção?
As drogas provocam um prazer que engana o organismo. O prazer
provocado pela droga não é bom, porque mais destrói a vida do que
ajuda na sobrevivência humana.
Sabendo que todo usuário e, principalmente, sua família têm
arcado com as consequências decorrentes desse tipo de busca de prazer,
com carinho venho apresentar esta cartilha com algumas orientações
às escolas, às famílias e à comunidade.
Ao amigo Cláudio, que Deus o abençoe na caminhada, lutando
pela vida e “vida em abundância”.

Pe. Osvaldo Gonçalves SSCC


ALCOOLISMO

1 Histórico
De todas as drogas psicoativas existentes, o álcool é a mais antiga,
já que tem-se indícios do seu uso datados de até 30 mil anos atrás.
Provavelmente, essa substância foi descoberta por acidente,
quando algum fruto foi deixado em um lugar quente, fazendo com
que seu açúcar fermentasse e gerasse álcool.
Na mitologia grega consta a existência de um “deus” oriundo de
uma “família” desequilibrada. Esse deus, chamado de Dionísio, era filho
bastardo de outro deus, que o escondeu em uma gruta de vegetação,
onde pendiam cachos de uvas. Dionísio colheu e prensou essas uvas,
bebeu do “vinho” produzido e se embriagou.
Dionísio se tornou um “deus” alcoólico, desprezado e humilhado.
Sua avó, a deusa Reia, o acolheu em seu altar e ele passou a ser o “Deus
do Prazer”; o vinho passou a ser sagrado. Na Bíblia existem várias
passagens colocando o vinho como sagrado, inclusive na eucaristia
(Santa Ceia). Apenas no século IX, os homens descobriram o processo
de destilação capaz de alcançar alto valor alcoólico nas bebidas. A partir
de então, o álcool conquistou o mundo, provocando uma verdadeira
tragédia em todas as épocas.

2 A substância álcool


Conseguida através de fermentação e destilação, esta substância
tem o nome científico de etanol ou álcool etílico (C2H5OH).
Pode ser extraído das frutas, caules, cereais etc.

17
2.1 Processo de fermentação
O suco de qualquer fruta ou amido de qualquer cereal, quando
colocado ao ar livre sofre uma ação de microorganismos, que digerem
o açúcar, produzindo uma determinada quantidade de álcool (até 15%),
a partir daí é saturado. Para acelerar esse processo, coloca-se o levedo
de cerveja (fermento).

2.2 Processo de destilação
O suco fermentado (vinho), se aquecido, vai evaporar. Como o
álcool irá evaporar primeiro que a água, o vapor passará por tubos, onde
será resfriado, voltando ao estado líquido (bebida destilada até 54%).
Nesse processo para acelerar a destilação serão misturados ao “suco”
fubá azedo e o levedo de cerveja, ou mesmo animais mortos em alguns
alambiques clandestinos. O processo de aquecer e, depois, resfriar irá
destruir todas as vitaminas das frutas ou cereais, permanecendo apenas
o teor calórico do álcool.
O álcool possui algumas propriedades especificas:
1º) o organismo o considera como alimento (caloria), adaptando-
se a ele e dificultando a ingestão de outros (vitaminas, proteí­
nas etc.);
2º) possui temperatura natural acima da temperatura do corpo
humano. Portanto, tende a “cozinhar” todas as células, sem
exceção;
3º) a sua molécula possui estrutura de fácil penetração nas célu­
las e órgãos. Não tem barreiras para o álcool;
4º) atua diretamente no cérebro, queimando muitos neurônios.

3  A doença do alcoolismo
3.1 Definição

Até há alguns anos, o alcoolismo era sinônimo de malandragem,


falta de vergonha e safadeza. Acreditava-se que os defeitos de caráter
induziam ao vício. Os alcoólicos eram (e continuam sendo, muitas
vezes) discriminados e rejeitados pela sociedade.

18
As empresas demitiam os alcoólicos e as famílias os abando­
navam a própria sorte, os hospitais os rejeitavam.
Hoje, esse quadro começou a mudar, graças ao avanço da
Medicina, que provou que o alcoolismo é uma doença com algumas
características específicas, sendo considerada:
primária: porque gera outras doenças;
crônica: porque não tem cura e precisa de cuidados constantes
(como o diabetes);
progressiva: porque se instala lentamente e o seu principal
sintoma é a perda de controle sobre o uso da bebida alcoólica;
fatal: porque provoca danos físico, mental, psicológico, espiritual
e social, com consequências irreversíveis que, se não forem
detidas a tempo, poderão levar à morte.

3.2 Fase inicial: uso “social”


Começa pelo simples hábito de beber socialmente. Na maioria
das vezes, o contato com o álcool é positivo e gratificante. A pessoa
descobre uma mudança de humor, que a torna mais corajosa, alegre,
desinibida e “leve”. Tem uma sensação de ter resolvido os seus
problemas.
O álcool é uma das piores drogas que existem. Além de pro­
vocar dependências física e psíquica muito intensas, ele também
pode provocar uma debilitação física generalizada no alcoolista com
comprometimentos sérios em suas capacidades laboral e social. Os
trans­tornos psiquiátricos não são raros no dependente, sendo o sofri­
mento durante as crises de abstinência simplesmente assustador.
Infelizmente, até hoje a Medicina ainda não encontrou um exame
clínico capaz de fazer um diagnóstico precoce de quem tem a tendência
de desenvolver o alcoolismo. Além disso, o preconceito e a ignorância
das pessoas sobre essa doença ainda é impressionante. Muitos ainda
acreditam que o alcoolista é aquele que não consegue ficar sem a sua
droga e que não dá conta de trabalhar mais. Esses são aqueles que já
estão na fase terminal da doença. Muitos se encontram nas fases inicial
e intermediária.

19
Diante desses fatos, nada melhor do que tentar um diagnóstico
no início da doença. Através dele, é possível evitar o avanço da doença
com todas suas consequências maléficas. Na fase inicial, é impossível
distinguir se uma pessoa desenvolverá ou não a dependência. O má­
ximo que podemos perceber são alguns sinais:

A – Sinal nº 1: um prazer terrível!


Quem bebe socialmente não gosta de beber. A bebida entra como
um adicional dentro de contexto sociocultural. Dificilmente ele vai beber
sozinho. O consumo é sempre em grupo, em uma festa, em um bar etc.
Já quem bebe desenvolvendo a doença do alcoolismo tem um
prazer terrível. O seu sonho de consumo é tomar umas doses. Quando
ele começa a ficar tonto, tem uma satisfação enorme, que alimenta o
desejo de tomar mais uma dose. A bebida alcoólica passa a ser o centro
de suas atenções. Assim, o seu organismo se adapta muito bem ao álcool.
Ele tem um prazer desconhecido por aqueles que bebem socialmente.

B – Sinal nº 2: o último a cair


Outra característica comum dos alcoólicos começa muito cedo.
Já na adolescência e juventude é possível perceber isto: o garoto ou
garota que demora a cair é exatamente quem tem um processo de
adaptação celular muito desenvolvido, facilitando, assim, o fenômeno
da tolerância ao álcool e à dependência.
Todos os colegas que bebem socialmente caem, mas o alcoólico
normalmente se sustenta por muito mais tempo em pé.

C – Sinal nº 3: velozes e furiosos


Para o dependente alcoólico, a dependência tem pressa. Assim,
em pouco tempo a sequência do consumo alcoólico aumenta. Um copo
atrás do outro. Quando ele percebe já se foram várias latas ou garrafas
de cervejas e de outras bebidas. Eles ficam velozes e furiosos em busca
do próximo gole. São insaciáveis.
Enquanto o bebedor social bebe devagar, o alcoólico tem pressa.

20
D – Sinal nº 4: o “deus” grego
O dependente alcoólico passa a ver a bebida como um “elixir
dos deuses”. Ele não é nada se não beber. A sua droga passa a ser sua
melhor companhia. É nessa fase que o alcoólico não vai mais a festas
que não têm bebidas e começa a fazer uso dela mesmo sozinho.
Por incrível que pareça, essa atitude começa a acontecer desde
muito cedo. Já na adolescência é possível detectar esse fato. Quem bebe
socialmente não consegue ver o álcool dessa maneira.

E – Sinal nº 5: haja dinheiro!


Quem bebe socialmente não gasta fortunas com o consumo de
bebidas alcóolicas. Normalmente, ele faz uso aos fins de semanas ou
em festas sociais. Diferente de quem bebe desenvolvendo o alcoolismo,
que costuma beber com mais frequência e em grandes quantidades.
Esses últimos chegam ao ponto de abrir uma conta em um boteco para
pegar bebidas alcóolicas fiado.
Por causa disso, passam a gastar fortunas em bares, restaurantes
e boates. Haja dinheiro para manter o seu vício.

F – Sinal nº 6: dirige sobre o efeito da bebida?


Se você chega a cometer o absurdo de fazer uso de bebida alco­
ólica e, em seguida, vai dirigir, infelizmente você não bebe socialmente.
É muita irresponsabilidade da sua parte fazer isso.
Quem bebe moderadamente não vai assumir o volante, correndo
os riscos de se envolver em um acidente de trânsito, que pode deixar
marcas para o resto da vida nos seus familiares, em terceiros e nele
mesmo. Além disso, está sujeito a uma multa de quase R$ 3 mil,
apreensão da carteira e do veículo.

G – Sinal nº 7: o beber que incomoda


Se alguém da sua estima já está incomodado com a maneira
dele de beber é sinal que ultrapassou a barreira do beber socialmente.

21
Está iniciando a doença do alcoolismo, pois o que separa um do outro
é o olhar das pessoas mais próximas de nós.
Se sua namorada, amigos, seus irmãos, pais e demais familiares
estão “pegando no seu pé” por causa da bebida, está na hora de ficar
atento.

H – Sinal nº 8: já tentou dar um tempo sem beber?


Ninguém falou a você que está exagerando. Foi você mesmo
quem começou a perceber que sua relação com a droga passou dos
limites do uso social. Você começou a tomar consciência do seu
problema.
Exemplo clássico disso são as abstinências no período da
quaresma. Normalmente, o incômodo acontece também após o uso
abusivo e prolongado da substância.

I – Sinal nº 9: já faltou ao serviço ou escola por ressaca?


Se isso já começou a acontecer é um sinal de alarme. Quando
uma pessoa deixa suas responsabilidades para ir a um boteco, um
barzinho ou mesmo uma festa em busca de mais doses de bebidas
alcóolicas, tal comportamento nos aponta uma possibilidade de um
caso de alcoolismo estar em desenvolvimento.

J – Sinal nº 10: a ideia de parar de beber te assusta?


Se você bebe socialmente, a atitude de parar de beber não é
problema. Já para o alcoolista é uma tortura e um grande desafio,
mesmo no início da doença. Para ele, ir a uma festa e não beber é um
atraso de vida.
Assim, falar com um alcoolista para parar de beber é uma ofensa.
Só de pensar nisso o assusta.
Portanto, o grande risco de beber socialmente consiste em
detectar quem tem tendência ou não ao alcoolismo. Na dúvida, é
melhor não arriscar.

22
K – Sinal nº 11: tem costume de beber sozinho?
Se isso já está acontecendo com você é sinal que não está mais
bebendo socialmente. Para que isso ocorra, o mínimo que precisa ter
é alguém bebendo com você. O beber sozinho nos mostra que a sua
companhia é a própria bebida e não outra pessoa.
Se isso está acontecendo com muita frequência, infelizmente você
já está entrando na fase intermediária da doença, na qual a perda de
controle começa a acontecer. Provavelmente, em eventos especiais e nos
fins de semana, você já deve estar perdendo o controle da quantidade
de bebidas consumida.

L – Sinal nº 12: você nega o problema com o consumo de


álcool?
O alcoolista tende a racionalizar o consumo. Sempre usa um
argumento para tentar justificar a próxima dose. Ele não quer enxergar
que a bebida é um problema na vida dele. A negação é presente, apesar
de idolatrar a cervejinha, de colocá-la na lista do supermercado, de
priorizar o pagamento do “boteco”, muitas vezes em detrimento das
despesas da casa e da família.
O desespero é tão grande que ele tenta amenizar seus problemas
com a bebida, pontuando aqueles colegas que estão mais avançados
do que ele. Essa comparação lhe conforta e esse argumento é muito
utilizado para convencer seus familiares e até ele próprio.
Essa negação costuma acontecer somente depois de muitas perdas
sociais, econômicas e familiares. Os Alcoólicos Anônimos chamam
isso de “fundo do poço”. Só depois disso que alguns dependentes
conseguem ter forças para buscar tratamento e permanecerem sóbrios.

Obs.: você pode acompanhar estes sinais no Youtube:


criartvida – O Canal da Sobriedade – série: Você bebe
socialmente?

23
3.3 Fase intermediária: manifestação da doença
O uso constante do álcool obriga o organismo a se adaptar à
droga, aumentando a sua tolerância, ou seja, torna-se necessário o
aumento da quantidade da droga para se obter o mesmo efeito.
Os estados físico e emocional do usuário começam, então, a se
alterar, apresentando mudanças de comportamento, que se tornam tão
evidentes que o convívio social é afetado.
Essa fase caracteriza-se por:
a) ingestão de quantidade cada vez maior de bebida alcoólica;
b) ressaca cada vez mais frequente;
c) começam os primeiros lapsos de memória (esquecimento);
d) amigos e familiares começam a se preocupar;
e) mecanismo de defesa fica aflorado: “Paro quando quiser...”.
f) queda da produtividade (trabalho e estudos);
g) relacionamentos complicados;
h) busca de novos “amigos”;
i) isolamento da família.

3.4 Fase final: dependência total


A doença está instalada. Sua vida se tornou intolerável com a
bebida, e impossível sem ela. Bebe para viver e vive para beber. Já não
consegue fazer nada sem o álcool. Não consegue evitar a primeira dose,
não para na segunda e não se lembra da última.
O dependente apresenta várias mudanças de comportamento:
a) agressões verbais e físicas;
b) delírio de ciúme;
c) lapsos de memória frequentes;
d) alucinações e tremedeiras;
e) baixa estima, podendo levar à tentativa de suicídio;
f) isolamento social;
g) desleixo com a aparência e com a vida;
h) complicações de saúde (anemias, tuberculose, inchaço etc.);
i) surgimento da “tolerância inversa” (pequena dose faz grande
efeito);

24
j) destruição da família;
k) perda da capacidade de trabalho;
l) internações hospitalares e clínicas psiquiátricas;
m) coma alcoólico e morte.

Infelizmente, a maioria dos alcoólicos ou suas famílias procuram


o tratamento na terceira fase. Dificilmente buscam nas fases anteriores,
quando, então, seria mais fácil a recuperação de ambos.

4  Consequências do alcoolismo
4.1 Físicas

1º – Boca, garganta, esôfago, laringe e estômago


A exposição frequente ao álcool irrita as paredes de certos órgãos,
provocando a morte das células (câncer). No estômago, provoca a
gastrite alcoólica, com muita dor, náuseas e vômitos, podendo ainda
ocorrer hemorragias sérias com vômitos de sangue.
A produção de ácido estomacal é aumentada, resultando em
úlceras no estômago ou duodeno, com possível perfuração e hemorragia
interna.

2º – Fígado
O fígado é considerado a “usina química” do corpo. É lá que o
organismo produz uma proteína capaz de coagular o sangue em caso
de vasos danificados. O álcool no fígado prejudica a produção dessa
substância, dificultando a coagulação. Este fenômeno provoca manchas
pretas na pele do alcoólico, ou seja, esquimoses.
É também a “usina manufatureira” do corpo. O fígado rece­
be a matéria-prima dos intestinos através da corrente sanguínea.
O sangue atravessa rapidamente o fígado graças aos milhares de canais
sanguíneos existentes no seu tecido. Quando o fígado é danificado
pelo álcool, ele se fecha, formando várias cicatrizes (cirrose hepática).
O fluxo de sangue que vem do intestino não consegue passar
pelos tecidos do fígado, então vai “forçar” a passagem pelas veias do

25
estômago e duodeno, que podem se romper em função do grande
volume de sangue, provocando, então, a hemorragia interna, muitas
vezes fatal.

3º) Coração
O álcool reduz o fluxo sanguíneo nas artérias coronárias, dimi­
nuindo a força do músculo do coração, forçando-o a aumentar o ritmo
cardíaco para compensar o baixo fluxo de sangue (arritmia, hipertensão,
angina) podendo provocar o AVC (Acidente Vascular Cerebral ou
derrame).

4º – Cérebro e sistema nervoso em geral


A princípio, o álcool irá atuar sobre as funções superiores dos
lobos frontais, relacionados com os valores e a percepção. É a fase inicial,
quando surge, então, uma sensação de prazer, relaxamento e alegria.
À medida que o nível de álcool no sangue vai aumentando,
ele atinge a parte inferior do cérebro, responsável pelo juízo crítico,
coordenação motora etc. Na última fase de embriaguez, o álcool anes­
tesia todo o cérebro, deprimindo todas as funções, atingindo o centro
respiratório, fator capaz de provocar intoxicação aguda, levando ao
coma alcoólico e até à morte.
Felizmente, para a maioria dos indivíduos, antes de atingir o
“estado de anestesia”, como mecanismo de defesa, será acionado o
centro de vômito que ali se encontra, protegendo a vida do usuário.
Por causa de sua característica biológica, o álcool destrói ou
“queima” milhares de neurônios, acelerando o processo de envelhe­
cimento, com perdas progressivas de memória e incapacidade para
trabalhos que exigem grande concentração.
No SNP (sistema nervoso periférico), o álcool provoca inflamação
dos nervos (neurite) com constantes inchações e até mesmo alguma
dificuldade de locomoção.
Os danos causados no cérebro são irreversíveis. Se houver abs­
tenção do álcool, poderá ocorrer uma recuperação, pois as células não
danificadas pelo álcool poderão suprimir a falta das outras destruídas.

26
5º – Órgãos reprodutores
O álcool inibe a produção de hormônios sexuais, dificultando a
ereção no homem e a lubrificação necessária à mulher para que tenham
uma relação sexual satisfatória.
Além de alterar o nível de hormônios sexuais, o álcool, ao atingir
o SNC (sistema nervoso central) o deprime, produzindo um sono pro­
fundo que impossibilita o ato sexual.
Portanto, a impotência e a frigidez sexual são as consequências
diretas do alcoolismo.
Na gestante alcoólica, o álcool atravessa a placenta e atinge o
bebê, que pode nascer com as seguintes sequelas:
a) síndrome fetal alcoólica – a criança nasce com crises de
abstinência (tremores, alucinações, agitação etc.);
b) nascimento prematuro – com baixo peso e estrutura óssea
enfraquecida ou danificada por causa da má alimentação;
c) queima de neurônios – deficiência mental irreversível;
d) tendência alcoólica – filhos de alcoólicos têm maior proba­
bilidade de se tornarem alcoólicos (quatro vezes mais).

4.2 Emocionais, sociais, econômicas e espirituais


As constantes experiências com o álcool irão cada vez mais alterar
o estado emocional do usuário. A sensação prazerosa da bebida ficará
gravada na sua memória e ele tenderá a repetir esse prazer.
No momento em que ele se sentir pressionado por problemas
ou por grandes realizações irá comemorar ou chorar suas mágoas em
companhia da bebida.
A liberação da censura na fase inicial da bebedeira vai alterar
a personalidade do indivíduo, podendo tornar-se inconveniente,
agressivo e sem respeito ao próximo.
Na fase da embriaguez, o usuário coloca em risco a sua vida,
a de sua família e a de todos que estiverem próximos, muitas vezes
acabando com uma festa ou passeio.
Não é rara a família de um alcoólico deixar de ir a uma festa por
receio das “trapalhadas” dele.

27
Emocionalmente, quando está de ressaca o alcoólico passa por
um sentimento de culpa enorme. Promete a todos que agora vai se
con­trolar, que não vai beber mais etc., mas na próxima festa a história
se repete.
Milhões de famílias são destruídas por essa doença. Casais
separados, filhos espancados, mulheres violentadas e agredidas etc.
Milhares de acidentes de trabalho e de trânsito em todo o mundo.
Hospitais com metade de leitos ocupados por alcoólicos.
Grande parte dos aposentados por invalidez por causa do álcool
etc.
Em um turbilhão de problemas, cada vez mais o alcoólico vai
se distanciando do seu “Deus-vivo” e sua vida religiosa praticamente
acaba.
Um homem produtivo fica nas “mãos” do álcool, sendo um
“peso” para a sociedade. Prejuízos econômicos incalculáveis para a
família e para a sociedade.

5 Alternativa de tratamento
5.1 Alcoólicos Anônimos
Fundado nos EUA, no ano de 1935, por dois alcoólicos (Bob e
Bill), a organização Alcoólicos Anônimos fundamenta-se na troca de
experiências, na ajuda mútua entre alcoólicos, e em um programa de
recuperação que consiste nos 12 passos e nas 12 tradições.
O programa 12 passos possibilita recuperação individual,
enquanto as 12 tradições são princípios regulamentares da irmandade.
São milhares de pequenos grupos espalhados em todo o mundo, tendo
mi­lhares de recuperandos. Porém, infelizmente, são poucos que conse­
guem completar o programa, tendo em vista a grande necessidade
mundial.

5.2 Atendimento profissional
O atendimento é realizado por médicos, terapeutas e psicólogos.
Além de oneroso, especialmente para os países em desenvolvimento,

28
são utilizados pela Medicina tratamentos químicos de desintoxicação
do organismo insuficientes para alcançar a sobriedade do paciente.
Os trabalhos terapêuticos, geralmente em âmbito de atendi­mento
individual, não atendem à necessidade do grupo familiar, que também
precisa participar do tratamento. Portanto, não atendem à enorme
demanda da população, principalmente pelos graves problemas que
a área de saúde enfrenta atualmente.

5.3 Grupos de Amor Exigente


Movimento surgido nos anos 1970, organizado por um casal
de terapeutas, com o propósito de estruturar a família, os Grupos de
Amor Exigente têm o objetivo de fortalecê-la para melhor lidar com a
problemática do usuário de drogas.
Baseados em 12 princípios de conduta familiar, o movimento
foi adotado por vários grupos de ajuda mútua e por fazendas de
recuperação de dependentes químicos.
A maior dificuldade desses grupos consiste em mobilizar os pais,
a família e a sociedade para assumirem suas responsabilidades na área
de prevenção e tratamento de dependentes químicos.

5.4 A espiritualidade
A religião é de fundamental importância na vida do homem,
porque o ajuda a buscar valores espirituais capazes de transformá-lo,
possibilitando uma mudança de comportamento necessária, princi­
palmente no caso dos alcoólicos.
As instituições religiosas trabalham com essa problemática, in­
cen­ti­vando o dependente e sua família a buscarem conversão espiritual.
Quando essa abordagem é aceita, o tratamento se dá de forma
mais rápida e mais consistente.
Essa alternativa é pouco procurada tanto pelos alcoólicos que
têm aversão às coisas de Deus quanto pelos seus familiares, porque
a sua prática depende de um trabalho constante, que inclui oração,
estudo da Palavra de Deus, participação em reuniões de apoio e

29
orientação familiar promovida pela instituição, além de outros trabalhos
complementares.
A conversão produzirá uma mudança na rotina e até mesmo
no comportamento familiar, surgindo, então, uma nova realidade, que
proporcionará um ambiente adequado ao tratamento do dependente
químico.

5.5 As comunidades terapêuticas


Comunidades terapêuticas (CTs) são fazendas onde o tratamento
é efetuado basicamente por voluntários, ex-dependentes e com
acompanhamento de psicólogos ou outros profissionais de saúde. As
CTs são dirigidas normalmente por um religioso ou leigo. O processo de
recuperação é baseado nos pilares: trabalho, disciplina, espiritualidade
e ciência.
Vantagens:
1º – retira o indivíduo do ambiente propício ao consumo de
álcool;
2º – o custo individual é baixo, dando acesso às famílias de menor
poder aquisitivo;
3º – possibilidade de agregar profissionais da área de saúde como
voluntários;
4º – resgate de valores básicos, tais como caráter, honestidade,
disciplina, trabalho e a espiritualidade;
5º – permite o tratamento do dependente com maior participação
da família, possibilitando visitas periódicas à comunidade
e participação em reuniões de apoio e orientação familiar.

Desvantagens:
1º – o amadorismo do tratamento dificulta o processo consistente
de recuperação;
2º – o choque ambiental ao sair da fazenda origina dificuldade
de adaptação à sociedade.

30
5.6 Clínicas e hospitais psiquiátricos
Dirigidas basicamente por médicos psiquiatras, as clínicas e hos­
pitais psiquiátricos utilizam medicamentos para reduzir a fissura de
usar as drogas, procurando encontrar ao longo do tratamento algum
outro distúrbio mental no dependente.
Feito esse diagnóstico, a clínica começa a medicar seu paciente
de acordo com a análise que fizer, até controlar as crises e liberá-lo
para a alta.

Vantagens:
1º – internação imediata e compulsória, que muitas vezes pode
salvar a vida de um dependente em crise;
2º – acompanhamento médico diário, viabilizando o tratamento
medicamentoso e de emergência;
3º – maior controle sobre o risco de o paciente misturar a medi­
cação com as drogas.

Desvantagens:
1º – custo elevado do tratamento;
2º – não envolvimento da família no tratamento;
3º – normalmente, não trabalha questões espirituais e de dis­
ciplina;
4º – internação de curto período de tempo, sendo insuficiente
para a superação de maus hábitos antigos e absorção de
novos hábitos mais saudáveis;
5º – riscos de desenvolver dependência de medicamentos.

31
32
CAMINHANDO COM
OS DOZE PASSOS DO AA

1 Histórico
No dia 4 de novembro de 1934, Bill W. recebeu um convite
de um amigo para participar do grupo evangélico pentecostal de
Oxford – Nova York.
Somente no dia 11 de dezembro de 1934, Bill W. aceitou participar
desse grupo. Bill W. começou a colocar em prática um programa de
seis etapas de recuperação de desvios de comportamento (alcoolismo,
prostituição, violência, drogas etc.). Para surpresa de todos, Bill W.
conseguiu a sobriedade com esse programa.
No mês de maio de 1935, Bill W. procurou seu amigo, o Dr. Bob,
e o convidou para participar do grupo.
Em junho de 1935, os dois amigos resolveram criar um grupo
específico só para o problema do alcoolismo, nascendo, então, os
Alcoólicos Anônimos. A data foi o último dia em que o Dr. Bob bebeu.
Somente em dezembro de 1938 (três anos depois da fundação do
AA), Bill W. escreveu o quinto capítulo do seu livro: Os doze passos do
AA. Ele ampliou as seis etapas do grupo de Oxford e mudou de etapas
para passos, no sentido de que “passos” é um eterno caminhar, diferente
da conotação do termo “etapa”, que indica um final.
Passados mais de 85 anos, os 12 passos continuam intactos, sem
modificações, e o AA ampliou seu trabalho em quase todas as partes
do mundo, formando milhares de grupos de ajuda mútua.
Além disto, grupos como JA (Jogadores Anônimos), NA (Nar­
cóticos Anônimos), NA (Neuróticos Anônimos), Al-Anon e Nar-Anon

33
(grupos para familiares de dependentes) e tantos outros utilizam os
mesmos passos com algumas adaptações.
Inspirados na Bíblia Sagrada, os membros acreditam que esses
passos foram passados pelo Poder Superior amantíssimo que, sensi­
bilizado com o sofrimento da humanidade com o alcoolismo, ins­pirou
seus idealizadores, permitindo que milhares de pessoas pudessem ser
libertadas da prisão que o álcool representa.

2  Refletindo sobre os passos


2.1 Primeiro passo: admitir que somos impotentes
perante o álcool e que tínhamos perdido o controle
sobre as nossas vidas
No primeiro passo, o indivíduo precisa reconhecer sua derrota
diante das drogas. Todos os mecanismos de negação do problema são
eliminados. Ele se encontra diante de uma realidade cruel: “aquilo
que ele mais gosta de fazer, que é usar drogas, está destruindo-o”.
Sua incapacidade de ter uma vida normal e usar drogas está evidente.
Percebe ter perdido o controle de sua vida e que, se ele não parar com
o uso, vai morrer rapidamente.
O primeiro passo derruba a arrogância, a prepotência, a fantasia,
a vaidade, o orgulho, e estimula o surgimento da humildade, da aber­
tura do aprendizado, do interesse pela libertação, da solidariedade e
da verdade.
O sonho de “paro quando quiser...” se esvai, deixando no seu
lugar a realidade: “preciso de ajuda, sozinho eu não consigo”.
Durante esse reconhecimento por parte do dependente, é muito
importante que a sua família também se empenhe em dar o mesmo
passo, isto é, reconhecer a sua incapacidade de resolver o assunto no
âmbito familiar.
Se ela acreditar que o problema é só do dependente e não da
família, irá se colocar na posição de que “o caso dele é diferente”, e que
se arrumar um emprego vai conseguir parar de usar a droga ou usá-la
socialmente ou outra justificativa qualquer.

34
Este é o passo da humildade. Se não abrirmos mão dos nossos
pontos de vista e não reconhecermos a nossa dificuldade diante da
situação, não será possível caminhar.

Exercícios do primeiro passo


a) Ao participar de um grupo de autoajuda, procure ser honesto
e sincero, busque ajuda com bastante humildade. Lembre-se
de que não é vergonha ser um dependente químico.
b) Relate suas experiências, isto é importante para você e para o
grupo.
c) Procure corrigir a mania de buscar desculpas para usar drogas.
d) No grupo de apoio, sempre terá um caso pior do que o seu.
Não discrimine seu colega. Se você não parar de usar a
droga agora, amanhã você poderá estar passando por uma
experiência semelhante.

Anotações
Escreva em um caderno à parte a sua conclusão sobre o seu
“problema”. Você já admitiu sua impotência diante dele? Ou continua
buscando justificativas externas para continuar convivendo com ele?
Você se coloca como portador desse problema ou procura amenizar as
situações constrangedoras pelas quais já teve que passar? Aceita que
perdeu o controle da sua vida por causa do álcool?

35
Autoavaliação do primeiro passo

1 – Você já admitiu sua impotência diante do seu consumo de álcool?


( ) Sim ( ) Não

2 – Tem consciência de que por causa do consumo de bebidas alcoólicas


você perdeu o controle sobre a sua vida?
( ) Sim ( ) Não

3 – Você já entendeu que a única forma de superar essa doença é evi-


tando a primeira dose? E que para isso precisa ficar atendo ao seu
tratamento?
( ) Sim ( ) Não

2.2 Segundo passo: viemos acreditar que um Poder


Superior a nós mesmos poderia nos devolver a
sanidade
Com a humildade do primeiro passo sendo colocada em prática,
ou seja, o reconhecimento da nossa impotência diante da nossa doença,
faz-se necessário acreditar na possibilidade de recuperação e, para isso,
nos apegarmos a um Poder Superior capaz de nos devolver a sobriedade
e a sanidade, além de devolver às nossas famílias a serenidade perdida.
O segundo passo é a luz no fim do túnel. Amplia-se o leque das
possibilidades de solução à medida que começamos a acreditar em
um Poder Superior às nossas vontades, e que é muito maior do que os
nossos vícios, problemas e dificuldades.
Através das próprias experiências, sabemos que somente com o
uso da nossa força de vontade não conseguiremos resolver o problema.
Ficamos no emaranhado de chantagens emocionais e “jogos infantis”
e, com isso, a situação se agrava.
Precisamos, neste momento, reacender a chama da esperança.
Ter a certeza de que existe uma saída, mas só poderemos encontrá-la
se acreditarmos que existe um Poder Superior.

36
Este passo é considerado o passo da fé.
Acreditar naquilo que não se pode ver.
É o passo da esperança, da possibilidade e da ação.

Exercícios do segundo passo


a) Aumentar a nossa fé em um Poder Superior, buscando-o a
todo instante, por meio de orações, cursos bíblicos, retiros
espirituais, grupos religiosos e orações individuais.
b) Muitas pessoas conseguiram obter sucesso com esse programa.
Acredite! Você também vai conseguir.

Anotações
Você acredita que existe uma força superior a você que é capaz
de ajudá-lo?

Autoavaliação do segundo passo

1 – Acreditamos que o poder superior pode devolver-nos a sanidade?


( ) Sim ( ) Não

2 – Estamos buscando conhecer esse poder superior?


( ) Sim ( ) Não

3 – Quanto tempo você está dedicando à oração, estudos e leituras


sobre esse poder superior?

4 – Estamos acreditando que somente com a nossa força de vontade e


potência própria somos capazes de superar as drogas?
( ) Sim ( ) Não

5 – Estamos participando da vivência espiritual com dedicação e amor


ou só cumprindo um ritual ou regulamento?

37
2.3 Terceiro passo: decidimos entregar nossa vontade e
nossa vida aos cuidados de Deus na forma em que o
concebíamos
Reforçamos a nossa fé, viemos a reacender a esperança de uma
possível solução, mas ainda estamos tentando resolver os problemas
com as nossas forças, nossas vaidades e vontades. Não deixamos de
praticar os jogos das chantagens, das preocupações sem fundamento.
Onde está o erro? A nossa falha? A resposta está neste passo.
Não decidimos ainda entregar nossa vida, a vida do nosso filho,
marido etc. aos cuidados de Deus. Ainda temos a ilusão de podermos
controlá-los utilizando os nossos artifícios humanos.
Isso se chama falta de confiança, fruto do nosso desconhecimento
sobre o Poder Superior. Portanto, precisamos aprofundar nossos
estudos, nossas orações, para que possamos perceber a constante pre­
sença da proteção divina em nossas vidas. Agindo assim, ficaremos
mais confiantes e capazes de realizar a entrega total e absoluta.
O terceiro passo é o passo da confiança. Decidirmos entregar tudo
nas mãos de Deus é a grande chave para conseguirmos a serenidade e
a sobriedade que tanto buscamos.

Exercícios do terceiro passo


a) Procure estreitar o seu relacionamento com Deus por meio de
meditação e oração.
b) Mentalizar sempre: “Em Tuas mãos entrego minha vida, faça
de mim o que quiseres”.
c) Leia sobre a vida de pessoas que superaram dificuldades
por intermédio da entrega total e absoluta. Se for possível,
converse com elas pessoalmente.

Anotações
Existe alguém mais preparado para cuidar de você do que Deus?
Por que, então, você não entrega sua vida para Ele?

38
Autoavaliação do terceiro passo

1 – Tomamos a decisão de entregar nossa vida a Deus?


( ) Sim ( ) Não

2 – Por que, então, estamos sempre preocupados com o amanhã?

3 – Por que, então, estamos sempre reclamando de tudo e de todos ao


invés de agradecer?

4 – Por que não acreditar que todas as providências sobre a nossa vida
estão sendo preparadas por Deus?

5 – Qual a minha concepção de Deus?

2.4 Quarto passo: fizemos um minucioso e destemido


inventário moral sobre nós mesmos
Não temos nada a temer. Estamos entregues nas mãos do Poder
Superior.
Precisamos, agora, conhecer esta “dádiva” maravilhosa que Deus
nos concedeu: a nossa vida.
O quarto passo nos permite fazer uma autoavaliação e uma
mudança de enfoque, isto é, passamos a olhar para dentro de nós ao
invés de ficarmos olhando para os outros.
Alguns grupos do AA interpretam esse passo destacando, prin­
cipalmente, os aspectos negativos da personalidade do indivíduo.
Nesse passo, é fundamental também ressaltarmos as qualidades, para
que a pessoa possa explorar os dons e também elevar sua autoestima,
tão importante no seu tratamento.
Assim como ao adquirir um aparelho eletrônico precisamos
ler seu manual, nós precisamos nos conhecer para melhor aproveitar
nossas potencialidades e superar nossas limitações.

39
O quarto passo é considerado, para muitos, o mais difícil. Por
que será? Talvez, por nossa cultura colocar sempre em segundo plano
a importância de nos conhecermos, dando ênfase à vida exterior, ou
seja, aos aspectos materiais.
Esse passo é o passo do autoconhecimento. Por meio dele,
teremos condições de nos vermos diante do espelho. Passamos a olhar
para nós mesmos em contraposição ao vício antigo de estar sempre
observando os defeitos alheios.

Exercícios do quarto passo


a) Relacionar todos os seus aspectos positivos e negativos de
forma honesta e sincera.
b) Pedir ajuda de outras pessoas do seu convívio para ajudá-lo
a conhecer você, passando informações sobre sua maneira de
agir no dia a dia.

Anotações
Você realmente se conhece? Você sabe quais são seus defeitos
e qualidades?
Você acha importante se conhecer? Por quê?

Autoavaliação do quarto passo

1 – Já fizemos uma avaliação sobre todas as nossas atitudes?


( ) Sim ( ) Não

2 – Analise os seus aspectos positivos e negativos.

3 – Como você está se sentindo ao término deste inventário?

40
2.5 Quinto passo: admitimos perante Deus, perante nós
mesmos e perante outro ser humano a natureza exata
de nossas falhas (e nossas qualidades)
No quarto passo, nos dedicamos ao inventário moral sobre nós
mesmos, o que vai nos dar clareza e capacidade para colocarmos este
quinto passo em prática.
Agora, temos o conhecimento de nossas falhas, de nossos de­
feitos de caráter, dos aspectos negativos de nossa personalidade que
necessitam ser transformados, mas também temos conhecimento de
nossas qualidades e do nosso potencial a ser desenvolvido.
Neste passo, admitimos perante Deus a necessidade de remover
os aspectos negativos de nossa personalidade, que ficaram em evidência
no inventário moral.
Admitimos perante nós mesmos a natureza exata de nossas
falhas, possibilitando uma mudança de atitude importante no nosso
tratamento. Deixaremos os mecanismos de “desculpas” e justificativas
pelos nossos erros, bem como o defeito de sempre acusar outras pessoas,
coisas e fatos por nossos problemas e dificuldades. Enquanto estivermos
buscando justificativas para a nossa infelicidade, não conseguiremos
crescer espiritualmente, dificultando, assim, a nossa caminhada.
Admitimos perante outro ser humano as nossas falhas. Essa
atitude de humildade vai abrir uma possibilidade de aprendizado
com o próximo, contribuindo de forma incomparável para o nosso
crescimento.
Ao reconhecermos também nossas qualidades e dons, percebe­
mos a capacidade que nos foi dada e que poderá ser colocada em prática
para nos ajudar e para auxiliar os demais membros da comunidade.
Este quinto passo é o passo da comunicação. Por meio dele
estabelecemos o contato com Deus, com nós mesmos e com outros
seres humanos.

Exercícios do quinto passo


a) Estabelecer um diálogo permanente com Deus por meio de
orações, conversas pessoais com Ele, estudos bíblicos, leituras
espirituais e outras atividades religiosas.

41
b) Estabelecer um contato com nós mesmos, reservando sempre
alguns minutos de silêncio para refletir sobre o que é pos­
sível fazer para cuidar melhor de mim mesmo. Ficar sempre
vigilante sobre a qualidade dos nossos pensamentos, senti­
mentos e ações.
c) Estabelecer um contato com outro ser humano de nossa
confiança para expor nossos defeitos e qualidades. Isto pode
ser feito em um grupo de autoajuda ou individualmente.

Anotações
Como você ora? Como é o seu diálogo com Deus? Você cuida
bem de si mesmo? Isso é importante? Por quê? Procura alguém para
expor seus problemas e dificuldades?

Autoavaliação do quinto passo

1 – Já admiti perante Deus as minhas falhas?


( ) Sim ( ) Não

2 – Já me perdoei das minhas faltas passadas?


( ) Sim ( ) Não

3 – Já consegui expressar minhas qualidades e deficiências diante dos


companheiros? Como?

4 – Assumimos realmente a responsabilidade sobre nossas vidas?


( ) Sim ( ) Não

5 – Acreditamos que somente os outros erraram comigo?


( ) Sim ( ) Não

42
2.6 Sexto passo: prontificamo-nos inteiramente a deixar
que Deus removesse todos nossos defeitos de caráter
Até o quinto passo, nós trabalhamos a humildade, a fé, a con­
fiança, o autoconhecimento, a comunicação, e, se isso foi feito com
dedicação e sinceridade, percebemos que já avançamos no caminho
da nossa recuperação. Já não somos mais os mesmos. Começamos a
perceber que muitos problemas, que antes considerávamos difíceis de
resolver, hoje são considerados até banais.
Conseguimos certo grau de amadurecimento colocando em
prática os passos anteriores. Aprendemos a admitir nossos erros, a
reconhecer nossas dificuldades e a buscar um Poder Superior capaz
de nos dar forças para superar todas as nossas limitações.
Aprendemos também a conhecer nossas qualidades e o potencial
que podemos desenvolver.
No sexto passo, estamos mais conscientes de todos os aspectos
negativos que precisam ser transformados por causa do caminho já
percorrido. Essa conscientização aumenta a necessidade de aprofun­
darmos a entrega da nossa vida a Deus.
Ao deixarmos que a Vontade Superior se manifeste em nossa
vida, os obstáculos que estão impedindo a nossa caminhada serão
facil­mente removidos, nossas qualidades e potencialidades serão
de­senvolvidas ou ampliadas, possibilitando um maior crescimento
espiritual.
O sexto passo é o passo da entrega total e absoluta ao Poder
Superior. Estamos, neste momento, prontos para que seja realizado em
nós o que for necessário, segundo a vontade de Deus.

Exercício do sexto passo


a) Repetir por escrito e mentalmente no decorrer do dia a
seguinte frase:
“Senhor, em tuas mãos entrego a minha vida, seja feita a vossa
vontade”.
b) Reforçar nossa fé no Poder Superior, procurando conhecê-lo
melhor pela prática meditativa, oração e estudos espirituais.

43
Anotações
Confio em Deus o suficiente para entregar minha vida a Ele?
Ou confio desconfiando, apegado aos meus problemas esperando
outras pessoas resolvê-los?

Autoavaliação do sexto passo

1 – Estamos prontos para Deus operar em nossa vida?


( ) Sim ( ) Não

2 – Continuamos presos a “picuinhas” do cotidiano?


( ) Sim ( ) Não

3 – Guardamos segredos de Deus com o mecanismo de proteção?


( ) Sim ( ) Não

4 – Estamos procurando a ajuda de Deus para ficarmos livres das


nossas imperfeições? Como?

2.7 Sétimo passo: humildemente, rogamos a Ele que


nos livre de nossas imperfeições (e reforce nossas
qualidades)
Após termos caminhado pelos passos anteriores, muitos dos
maus hábitos ainda insistem em ficar, já que a vaidade, o orgulho,
a arrogância e a prepotência estão difíceis de sair. Precisamos, neste
momento, reconhecer que ainda temos resquícios desses defeitos e
que a única forma de ficarmos livres deles é por meio da humildade
e da oração.
Humildade porque, por meio dela, manteremos a posição de
submissão ao Poder Superior.
Oração porque, somente assim, conseguiremos forças para
abandonar todas as nossas imperfeições, bem como reforçar as nossas
qualidades.

44
Pela oração cresceremos espiritualmente, adquirindo a paz inte­
rior, a serenidade e, como consequência, a nossa sobriedade.
O sétimo passo é o passo da oração. É a submissão na prática.
É o reconhecimento efetivo do Poder Superior dominando a nossa vida.

Exercício do sétimo passo


a) Criar o hábito de todos os dias, ao deitar e ao levantar, fazer
orações pessoais ao Poder Superior, pedindo humildemente
para que Ele remova os nossos defeitos de caráter e nos dê
sabedoria para utilizarmos as nossas qualidades.
b) Prostrar-se fisicamente diante do Poder Superior, de prefe­
rência de joelhos, para que nossa humildade seja manifestada,
inclusive no mundo material.

Anotações
Faço orações com frequência? Participo de alguma atividade
religiosa com amor? Ou apenas cumpro uma obrigação social? Tenho
o hábito de fazer pedidos a Deus de forma honesta e sincera? Ou deixo
sempre para “um depois” que nunca chega?

Autoavaliação do sétimo passo

1 – Pedimos humildemente para Deus livrar-nos de nossas imperfei-


ções?
( ) Sim ( ) Não

2 – Continuamos orgulhosos e prepotentes acreditando que pedir é


humilhante?
( ) Sim ( ) Não

45
3 – Estamos fazendo orações de entrega a Deus pedindo a Sua inter-
ferência?
( ) Sim ( ) Não

4 – Por quanto tempo você está se dedicando à oração de entrega a Deus?

2.8 Oitavo passo: fizemos uma relação de todas as


pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos
a reparar os danos a elas causados
Ao persistir no caminho, chegamos ao oitavo passo percebendo
que algumas mudanças importantes foram realizadas em nós. A nossa
vida está tomando outra direção, ou seja, estamos buscando centrá-la
em Deus e não em nós mesmos. Sentimos a necessidade de reconstruí-
la com base na Vontade Superior. Porém, temos algo nos impedindo.
O terreno da nossa obra está cheio de entulhos. Precisamos limpar
a área, recolher o lixo para começar uma nova construção.
O oitavo passo consiste exatamente nisto: fazermos uma relação
dos “entulhos”, ou seja, dos prejuízos causados a outras pessoas e
termos a disposição de repará-los.
Neste passo, teremos a oportunidade de colocar em prática a
humildade, a sinceridade, a honestidade, a coragem e a determinação,
fundamentais para a reconstrução de um novo homem.
O oitavo passo é o passo da disposição. Chegou a hora de mudar.
Realizar uma mudança interior para que ela se manifeste no exterior.
Essa é a grande questão.

Exercícios do oitavo passo


a) Devemos fazer uma relação de todas as pessoas que preju­
dicamos e nos colocarmos à disposição para reparar os danos
a elas causados.
b) Devemos pedir a Deus orientação e discernimento para
fazermos isso corretamente.

46
Anotações
Acredito que já prejudiquei alguém? Ou acredito que sou apenas
vítima de uma sociedade cruel? Já assumi as minhas responsabilidades
diante das minhas falhas? Já procurei reparar os danos causados às
pessoas? Ou acho que isso é muito humilhante?

Autoavaliação do oitavo passo

1 – Já fizemos a relação de todas as pessoas que nós prejudicamos?

( ) Sim ( ) Não

2 – Estamos dispostos a reparar os danos a elas causados?

( ) Sim ( ) Não

3 – Ainda acreditamos que não prejudicamos ninguém?

( ) Sim ( ) Não

2.9 Nono passo: fazer reparações diretas aos danos


causados às pessoas, sempre que possível, salvo
quando fazê-lo signifique prejudicá-las ou a outrem
A manifestação exterior do oitavo passo é a remoção do
“entulho”. Ao repararmos os danos causados a outras pessoas estare­
mos assumindo a responsabilidade sobre as nossas vidas, não transfe­
rindo nosso destino para terceiros. Essa atitude é de grande importância
no processo de recuperação. Aprendemos a ser mais responsáveis
pelos nossos atos e a discernir a situação e o momento adequado para
executar esse passo.
Existem circunstâncias em que, se tentarmos reparar nossos
erros, poderemos prejudicar a pessoa envolvida ou até a outras pessoas.
Portanto, é necessário analisar a situação existente no momento em que
vamos executar o oitavo passo.

47
Podemos pedir orientação ao Poder Superior para nos ajudar a
discernir o que é possível ser reparado.
O nono passo é o da responsabilidade. Nós somos responsáveis
pela nossa vida. Ninguém pode ser culpado por nossas “trapalhadas”.

Exercício do nono passo


a) Escolher na relação das pessoas que você prejudicou, pelo
menos duas pessoas, procurá-las e pedir perdão e desculpas,
se possível reparando o seu erro.
b) Fazer sempre a oração da Serenidade, pedindo a Deus sabe­
doria para analisar se, ao reparar os seus erros, você poderá
prejudicar alguém.

Anotações
Você acredita que reparar os seus erros é importante para a
sua recuperação? Ou acha isso bobagem e que a sobriedade pode ser
conquistada sem esse esforço? Você acha muito humilhante pedir
desculpas? Você guarda mágoa de alguém? Ou você tem a capacidade
de perdoar também as falhas dos outros?

Autoavaliação do nono passo

1 – Tivemos a coragem de fazer reparações diretas às pessoas preju-


dicadas?

( ) Sim ( ) Não

2 – Não sentimos forças suficientes para pedir perdão?

( ) Sim ( ) Não

3 – Analisamos se a reparação não ia prejudicar ninguém?

( ) Sim ( ) Não

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2.10 Décimo passo: continuar fazendo o inventário
pessoal e, quando estamos errados, nós admitimos o
erro prontamente
Apesar de termos caminhado até o nono passo, precisamos
reforçar o nosso quarto passo (inventário pessoal). Normalmente,
quando demos o quarto passo não tínhamos maturidade suficente
para fazer nosso inventário pessoal. Agora, chegamos ao décimo passo,
evoluímos espiritualmente e temos condições melhores para fazer um
inven­tário pessoal mais maduro. Aliás, agora devemos admitir pronta­
mente as nossas falhas e procurar corrigi-las imediatamente.
No quarto passo, às vezes, nos esquecemos daquela pessoa que
mais nos magoou, daquela por quem nós nutrimos um sentimento
de ódio insuportável. No décimo passo, devemos nos lembrar dela e
começar um processo de reconciliação com ela.
O décimo passo é o passo da revisão. Revisamos nossos passos,
revisamos nossos valores, revisamos nossas vidas e nossos relacio­
namentos anteriores. Neste passo, tomamos a decisão de nos reconciliar
com todas as pessoas, sem nenhuma restrição.
Essa atitude vai provocar um alívio enorme na nossa alma,
cresceremos espiritualmente, fortalecendo a nossa convicção e a nossa
sobriedade.

Exercício do décimo passo


a) Refazer a relação de pessoas que nós prejudicamos e acrescentar
mais alguém que, por algum motivo, não colocamos na relação
do quarto passo.
b) Procurar o mais rápido possível as pessoas ofendidas e reparar
os nossos erros imediatamente.

Anotações
Existem pessoas por quem você alimenta um ódio tão grande
que você não admite reparar os danos causados a elas? Você não acha
que se conseguir ficar livre desse sentimento negativo você vai crescer
muito como ser humano? Por que, então, você não faz isso?

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Autoavaliação do décimo passo

1 – Continuo fazendo o inventário moral?

( ) Sim ( ) Não

2 – Admitimos o nosso erro prontamente ou ficamos “ruminando”


mágoas pelos cantos?

( ) Sim ( ) Não

3 – Buscamos ajuda de Deus para termos coragem de assumir nossas


falhas diante do próximo?

( ) Sim ( ) Não

2.11 Décimo primeiro passo: procuramos, pela prece


e meditação, melhorar nosso contato consciente
com Deus, na forma em que concebíamos, rogamos
apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a
nós e forças para realizar essa vontade
Feita a revisão geral, percebemos como crescemos espiritualmente.
Não somos mais os mesmos de quando iniciamos o primeiro passo.
Porém, apesar de todo o nosso esforço sincero para crescer, notamos
que precisamos continuar a caminhada. O décimo primeiro passo nos
orienta a procurarmos, pela prece e meditação, melhorar nosso contato
consciente com Deus. Como fazer isto?
Podemos buscar Deus por meio de:
1 – momentos de reflexão pessoal, voluntária e sincera;
2 – estar em ambientes adequados para silenciarmos a nossa
alma e meditarmos nas coisas de Deus.
3 – ler livros espirituais, fazer cursos e retiros espirituais;
4 – fazer mentalizações positivas, pedindo que a vontade de
Deus prevaleça em nossas vidas;

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5 – participar de grupos de oração da sua igreja;
6 – participar de um grupo de ajuda mútua;
7 – participar de algum movimento voluntário.

O décimo primeiro passo é o passo da conversão. A nossa vida


afastada de Deus foi substituída por uma busca constante de Deus.
Agora, a vida sem fé se transforma em uma vida de orações fervorosas,
capazes de transformar o homem velho em um homem novo, cheio de
vitalidade e de amor.

Exercício do décimo primeiro passo


a) Reservar pelo menos 30 minutos por dia para fazer orações,
leituras e estudos sobre a palavra de Deus.
b) Eventualmente, procurar sentir a beleza da natureza, silen­
ciando sua alma e imaginando a grandeza de Deus.

Anotações
O que você está fazendo de concreto para melhorar o seu contato
com Deus?
Você acha isso importante? Por que, então, você não está bus­
cando Deus? Por que você insiste em não ler a Bíblia? Por que você
insiste em não ir à Igreja? Por que você insiste em fazer orações correndo,
pela metade?

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Autoavaliação do décimo primeiro passo

1 – Já criamos o hábito diário da prece e da meditação?

( ) Sim ( ) Não

2 – Estamos melhorando o nosso contato com Deus?

( ) Sim ( ) Não

3 – Pedimos constantemente a Deus que faça a sua vontade sobre a


nossa vida?

( ) Sim ( ) Não

4 – Pedimos força e coragem para realizar a vontade de Deus?

( ) Sim ( ) Não

2.12 Décimo segundo passo: tendo experimentado


um despertar espiritual graças a estes passos,
procuramos transmitir esta mensagem aos nossos
companheiros alcoólicos e praticar estes princípios
em todas as nossas atividades
Ao colocarmos em prática cada um dos passos anteriores, expe­
rimentamos gradativamente um despertar espiritual. Se caminharmos
com sinceridade e com a entrega total da nossa vida ao Poder Superior,
chegaremos ao décimo segundo passo com importantes transformações
em todas as áreas de nossa vida.
A partir de então, seremos instrumentos do serviço de Deus.
Portanto, capazes de ajudar a outras pessoas. Podemos relatar nossas
experiências com os doze passos, de forma positiva, levando ao outro
a motivação para também praticá-los.
Este momento é de fundamental importância: permanecer nos
grupos de apoio, prestando o nosso depoimento como serviço aos
demais que estão iniciando a caminhada. Assim, nos manteremos

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sóbrios e firmes diante das mudanças que realizamos com a prática
dos doze passos.
O contato frequente, por meio de reuniões nos grupos de droga­
dictos, estará sempre alertando e reforçando a decisão do ex-dependente
de lutar pela sua sobriedade, na medida em que constantemente ele se
deparará com os “estragos” que as drogas provocam.
Os ex-dependentes, na ânsia de tentar recuperar o tempo per­
dido, muitas vezes se dedicam apenas ao trabalho, aos estudos e ao
lazer, esquecendo-se dos grupos de apoio, da religião e da Palavra de
Deus. “Não tenho tempo...” é uma justificativa muito comum entre eles.
É comum também alguns ex-dependentes se recusarem a participar
das reuniões com os drogadictos, justificando com a afirmação de que
“é sofrer de novo ficar recordando o passado...”. Outros até discriminam
os drogadictos, esquecendo-se de que também já foram como eles.
Com o tempo, eles esquecem o seu passado, enfraquecem
espiritualmente, e, aos poucos, ou muitas vezes de forma muito rápida,
começam a ter uma vida muito parecida com a antiga, correndo o risco
de acontecer a famosa “recaída”.
Essas atitudes nos mostram apenas que a recuperação ainda não
foi concretizada, porque ainda possuem dificuldades de doarem a si
próprios para ajudar ao próximo. Eles ainda não compreenderam que
ao se doarem para esse serviço, receberão bênçãos espirituais que vão
acelerar seus processos de recuperação.
O décimo segundo passo é o passo da perseverança, da doação,
do amor, do serviço, da paciência, da solidariedade e do crescimento
espiritual, ou seja, é o passo da sobriedade.

Exercício do décimo segundo passo


a) Participar ativamente de um grupo de autoajuda, levando
nossa experiência para os que estão procurando ajuda.
b) Dar nosso testemunho, sempre que possível, em escolas,
empresas e comunidades sobre a nossa recuperação.
c) Procurar ser útil em nossa comunidade, ajudando escolas,
creches, asilos etc.

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Anotações
Você recebeu uma dádiva de Deus. Está levando essa dádiva a
outras pessoas? Ou acha que isso é perda de tempo? Você não tem mais
paciência com seus irmãos, que estão sofrendo do mesmo mal que você
sofria? Você se acha melhor do que eles? Você não tem muito tempo
mais para participar de reuniões? Está trabalhando muito?

Autoavaliação do décimo segundo passo

1 – Já sentimos o prazer do despertar espiritual?

( ) Sim ( ) Não

2 – Estamos procurando transmitir esta mensagem a outros depen-


dentes químicos?

( ) Sim ( ) Não

3 – Procuramos praticar esses princípios em todas as nossas atividades?

( ) Sim ( ) Não

4 – Estamos conscientes de que a salvação de muitos dependentes está


relacionada à minha dedicação e amor?

( ) Sim ( ) Não

5 – De que forma me comprometo a ajudar?

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3 Conclusão
Percebe-se que os métodos de tratamentos apresentados ainda
são ineficazes diante de uma problemática tão grave.
O que fazer então? Como enfrentar o problema do alcoolismo
quando ele diretamente ou indiretamente faz parte da minha vida?
A princípio, temos que estabelecer prioridades.
1º – Reconhecer e aceitar o problema de forma imediata: “Sou
um alcoólico ou tenho alguém na família com a doença do
alcoolismo”.
2º – Buscar ajuda para si, para o dependente e para toda a família.
É preciso ter consciência de que todos necessitam de ajuda
e que devem procurar os métodos de tratamento oferecidos
pela sociedade, atentando para perceber o mais adequado
para cada fase da doença e do doente.
3º – Perceber que o problema do alcoolismo atinge muitas famí­
lias e que elas precisam se apoiar mutuamente. Ao constatar
que outras pessoas convivem com as mesmas dificuldades,
procure se unir a elas em grupos de ajuda mútua, para que
a troca de experiências possa ajudar no processo de recu­
peração.
4º – Estar aberto ao trabalho voluntário. Isso significa apresen­tar
ideias, sugestões e estar disponível para contribuir com o
próprio trabalho nas atividades da instituição que estiver
lhe oferecendo ajuda, a qual também precisa de volun­tários
para ampliar o trabalho, tendo em vista a grande demanda.
5º – Mostrar que você pode contribuir com um mundo melhor.
Ao participar ativamente da sua associação do bairro, da
igreja, da política, de grupos de ajuda mútua e outros, você
estará ajudando a conscientizar a sociedade sobre a neces­
sidade de se fazer algo para salvar as crianças, adolescentes,
jovens e adultos das garras do alcoolismo e outras drogas.
Mostre que você pode fazer algo!
Ao analisarmos essas prioridades percebemos que o processo de
recuperação de um dependente de droga é muito mais do que parar
de usar drogas. Ele consiste em um processo de reforma de vida, de
conceitos e de costumes.

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Também notamos que o dependente deverá ter muita paciência,
perseverança e determinação para conseguir caminhar por cada um dos
passos indicados. Porém, os frutos que nascerão da dedicação farão com
que o esforço valha a pena, pois, além de parar de usar drogas, ele terá
a oportunidade de corrigir os seus defeitos de caráter, melhorando o
relacionamento com seus familiares e demais pessoas.
Os 12 passos ainda vão proporcionar um crescimento espiritual
importante, sendo, na verdade, um programa de conversão espiritual
capaz de construir um novo homem.
Normalmente, quando é lançado algum produto novo no
mercado as pessoas ficam apreensivas se esse produto funciona ou
não. No caso dos doze passos do AA, não é um “produto” novo. Há
quase 70 anos eles estão salvando vidas, e, com certeza, poderão salvar
também a sua, depende exclusivamente de você.
Podemos concluir após a leitura desta cartilha que não é possível
realizar os doze passos sozinhos. Precisamos dos nossos semelhantes
para que possamos trocar experiências e nos fortalecer como grupo e
individualmente.
Que Deus possa nos dar forças suficientes para dar os doze
passos e que, juntos, possamos conquistar a nossa serenidade e a nossa
verdadeira liberdade.

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Deixamos aqui mais algumas dicas para os leitores.
1 – Leia os livros do mesmo autor: O outro lado da droga e Prepa­
rando seus filhos para a vida.
2 – Visite e assine o nosso canal do YouTube: Criart Vida: O Canal
da Sobriedade
3 – Visite o nosso site: jornalcriartvida.com.br
4 – Contato com o autor:
projetocriar@yahoo.com.br / (31) 4109-1192 / (31) 99206-2492
5 – Acompanhe-nos nas redes sociais: (Instagram e Facebook)
@claudiomartinspsicologo / @jornalcriartvida

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REFERÊNCIAS

Guias dos Grupos Familiares Al-Anon do Brasil. Disponível em:


http://www.al-anon.org.br/guias.html.

LAZO, Donald M. Alcoolismo, o que você precisa saber. São Paulo: Paulinas,
1989.

MURAD, José Elias. Drogas, o que é preciso saber. São Paulo: Editora
Formato, 1990.

RAHM, Haroldo. Espiritualidade no Amor exigente. São Paulo: Loyola,


2012.

RAHM, Haroldo. Doze passos para os cristãos. São Paulo: Loyola, 2009.

ROSEMBERG, Lídia. Doces venenos: Conversas e desconversas sobre


drogas. São Paulo: Melhoramentos, 2015.

SILVA, Mara. O que é amor exigente. São Paulo: Loyola, 1992.

TWERSKI, Abushan J. Como proceder com o alcoólatra. São Paulo:


Paulinas, 1986.

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SOBRE O AUTOR

Cláudio Martins Nogueira

Graduado em Administração de Empresas pela PUC Minas (1989). Pós-


graduado em Prevenção e Recuperação ao Abuso de Álcool e outras
Drogas na Sociedade Contemporânea pela PUC Minas (2003). Gra­
duado em Psicologia pela PUC Minas (2006). Trabalho voluntário como
palestrante e coordenador de grupos de apoio ao dependente e seus
familiares, na Associação Família de Caná, desde 1990. Sócio-diretor
da empresa Criar-T Vida Promoções, desde 2000. Editor do jornal
Criar-T Vida, desde 2001. Experiência clínica no consultório particular
atendendo a familiares e dependentes de álcool e outras drogas, desde
2006. Trabalho voluntário como coordenador do grupo de apoio Amor
Exigente Caná, desde janeiro de 2019.

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Esta obra foi composta em fonte Palatino Linotype, corpo 10
e impressa em papel Offset 75g (miolo) e Supremo 250g (capa)
pela Laser Plus Gráfica, em Belo Horizonte/MG.
Esta cartilha procura, de maneira simples e objetiva, discorrer CLÁUDIO MARTINS NOGUEIRA
sobre a “doença” do alcoolismo. Os temas da substância álcool,
dos primeiros sinais do problema, das consequências físicas,
emocionais, sociais, econômicas e espirituais do consumo
abusivo de bebidas alcoólicas são descritos em uma lin-
guagem voltada para o leigo. Há também informações sobre
os possíveis tratamentos e uma síntese dos doze passos dos
Alcoólicos Anônimos (AA).

É importante ressaltar que o álcool é a segunda droga mais


consumida no mundo, perdendo apenas para o tabaco. Porém,
as consequências do uso dessa substância são devastadoras
E os 12 passos do AA
para a família e a sociedade. Infelizmente, é assustador o
desconhecimento generalizado sobre os malefícios causados

de saúde, educadores e políticos.


Apresentação
Pe. Osvaldo Gonçalves SSCC
Esta obra pretende ser um facho de luz nesta sombria realidade,
visando a desconstruir a ideia de que o álcool não é droga.
Prefácio
Luís Cláudio Rodrigues Ferreira

www.editoraforum.com.br
0800 704 3737

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