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UNOPAR

ARTES VISUAIS

BIANCA FEDESZEN RIBEIRO


CLAUDILENE DE OLIVEIRA LOPES
LUDIMILA DE FREITAS FAGUNDES STOHEL

A COLAGEM COMO PROCESSO CRIATIVO

Barra de São Francisco-ES


2022
BIANCA FEDESZEN RIBEIRO
CLAUDILENE DE OLIVEIRA LOPES
LUDIMILA DE FREITAS FAGUNDES STOHEL

A COLAGEM COMO PROCESSO CRIATIVO

Relatório apresentado à UNOPAR , como


requisito parcial para o aproveitamento da
disciplina de Composição Visual, Modelagem,
Fotografia, Poeticas,Tecnologia e Multimidia,
Ed-Cultura Brasileira, do curso de Artes
Visuais.

Barra De São Francisco-ES


2020
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................6
1 DESENVOLVIMENTO.........................................................................................7
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................11
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INTRODUÇÃO

Muitas das criações experimentais no campo das artes plásticas tiveram seus
recursos incorporados pelas linguagens audiovisuais, mesmo que de maneira
inconsciente, ao longo do século XX. Na segunda metade desse século, em função
do desenvolvimento do design, da publicidade e das tecnologias digitais,
especialmente na animação e na computação gráfica, as linguagens das
vanguardas modernas foram cada vez mais utilizadas na prática experimental,
visando soluções criativas com novos suportes tecnológicos que invadiam o
cotidiano. Representações de figuras humanas em 3D, o uso arbitrário das cores, a
ilusão de movimento e procedimentos de colagem com imagens manipuladas por
softwares de animação tornaram-se muito comuns no campo audiovisual. Na
verdade, de todas essas práticas, a colagem parece ter se tornado a “alma criativa”,
uma das ferramentas básicas nos processos de criação visual e audiovisual.
A Arte Contemporânea reúne expressões e técnicas inovadoras, que incentivam a
reflexão subjetiva sobre a obra, apresentando um rompimento em relação à pauta
moderna, o que pode ser considerado como o início do Pós-Modernismo.
Apesar de ainda preservar alguns valores artístico da Arte Moderna, como o desejo
pelas invenções e experimentações artísticas, a arte da contemporaneidade
apresenta a ruptura com alguns aspectos modernos, ajudando a configurar uma
nova mentalidade no mundo artístico.
As obras contemporâneas articulam uma diversidade de linguagens, desafiando as
classificações convencionais, pondo em questão o caráter das representações
artísticas e a própria definição de arte.
A colagem como técnica tem surgimento datado da história antiga, entretanto teve
seu valor artístico reconhecido a partir do século XX, com sua utilização
no Cubismo, antes disso, era considerada ou brincadeira de criança, ou
manifestação artística popular e desprovida de fundamentação crítica. A utilização
de diversos materiais sobre um suporte, como madeira, pedaços de jornal e objetos,
faz da colagem uma técnica que põe em questão os limites entre pintura e escultura.
A partir da Arte Moderna, a técnica passa a ser empregada em diversos movimentos
artísticos e escolas artísticas, promovendo sentidos muito variados. A utilização de
materiais muito diferentes de papéis cria uma nova gama de possibilidades de
produtos artísticos em três dimensões, como se fossem esculturas em quadros.
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1 DESENVOLVIMENTO

Quando você vai ao shopping, consegue resistir às promoções e aos descontos? Já


comprou aquele produto novinho só porque estava com um preço mais em conta?
Ou você é mais controlado e só compra aquilo que realmente tem necessidade, ou
seja, aquilo que já tinha planejado antes de visitar a loja?
Esses são, basicamente, os 2 perfis que caracterizam a diferença
entre consumismo e consumo.
Apesar de serem termos tão próximos, têm significados bastante distintos e que
podem gerar algumas confusões.
A pessoa consumista pode se caracterizar pelo desenvolvimento de uma conduta
compulsiva, em que a pessoa consome objetos, serviços ou alimentos de maneira
exagerada e sem refletir sobre a real necessidade de fazer uma compra. Assim,
quando se fala em consumismo, refere-se ao investimento em produtos que não são
necessários, ou seja, itens supérfluos.
o consumismo é considerado um dos problemas originados pela existência do
sistema capitalista, estando presente em todas as sociedades contemporâneas.
Outro fator que contribui para o consumismo é a globalização, já que ela faz com
que diferentes produtos sejam facilmente encontrados em todas as partes do
mundo. O fácil acesso a muitos produtos também colabora para o estímulo ao
consumo desenfreado.
Além do crescimento da produção industrial e da expansão do sistema capitalista,
há o surgimento do mercado da publicidade. Juntamente com os meios de
comunicação, que chegam facilmente a todas as pessoas, ela também influenciou o
aumento do consumo.
Com o passar do tempo, o aumento do consumo alterou o estilo de vida das
pessoas. Hoje, sabe-se que o consumismo pode gerar inúmeras consequências,
como o endividamento e o aparecimento de doenças como ansiedade e depressão.
"Quando o ato de comprar está vinculado diretamente à ansiedade e à satisfação,
podemos dizer que se trata de uma compulsão. Em alguns casos, isso pode
representar grandes perdas em termos de relacionamento interpessoal e qualidade
de vida. Para que seja considerado doentio, o consumismo precisa representar uma
parcela significativa da vida e dos pensamentos da pessoa, de forma que sua saúde
emocional, psicológica ou mesmo social e financeira estejam abaladas. Nesses
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casos, a cisão entre necessidade e motivação da compra é completa, ou seja, a


pessoa definitivamente não precisa e, muitas vezes, nem se dá conta do que está
comprando."
"As questões acerca do consumismo são bastante amplas e merecem discussões
mais significativas. Todavia, alguns filmes podem ser bastante ilustrativos para
compreender as diferentes dimensões dessa prática alienada. Entre eles, “Amor por
contrato” (The Joneses), de Derrick Borte, que conta a história de uma família criada
para impressionar e vender um estilo de vida. Já o documentário “Criança, a alma do
negócio”, dirigido por Estela Renner, é um exemplo interessante para discutir a
questão do consumismo, com atenção especial aos efeitos deste na infância e
adolescência"
Com o aumento da procura por produtos, mais recursos naturais precisam ser
explorados para atender a essa demanda. Conforme o processo de produção dos
bens e serviços aumenta, a degradação ambiental também cresce, muitas vezes
ocasionada pela emissão de gases poluentes e a contaminação da água e do solo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 92% da população mundial vive
em lugares cujo a qualidade do ar está fora dos padrões indicados para a saúde.
Além disso, estudos da World Wide Fund for Nature (WWF) apontam que são
explorados cerca de 50% de recursos a mais do que o planeta pode repor.
 O consumismo tem se tornado uma prática cada vez mais frequente e perigosa em
uma boa parte do mundo. Assim, ter noção dos impactos causados pelo consumo
exagerado é um primeiro passo para se tornar um cliente mais consciente. Além
disso, buscar informações sobre as causas e o que pode ser feito para evitar esse
tipo de comportamento é primordial para desenvolver novos hábitos de consumo e
pensamento. Assim, você não apenas conseguirá ter uma melhor organização
financeira e pessoal, mas também contribuirá para o menor impacto ambiental.
Pensar o consumismo de forma crítica não significa condenar todo e qualquer tipo
de consumo.
Por mais que a gente esteja vivendo uma época marcada pelo consumo
desenfreado, começam a surgir tendências que vão na contramão desse
pensamento e mostram um caminho mais consciente e sustentável.
Estão surgindo cada vez mais marcas preocupadas com os materiais e processos
de produção de seus produtos, dedicadas em adotar atitudes mais ecológicas e
menos poluentes.
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No processo de colagem, duas ações são fundamentais: primeiro, a fragmentação e,


depois, a junção desses fragmentos. Se a ideia da colagem estava no horizonte de
criação das vanguardas, algumas tecnologias, como a fotografia e o cinema, por se
tornarem novas ferramentas de trabalho, dinamizaram a criatividade dos artistas,
aceleraram a realização de algumas criações e se tornaram elementos
insubstituíveis na produção da obra de arte, como item pertinente na sua reflexão.
A tecnologia digital tornou possível a convergência entre várias mídias e inovadoras
experimentações estéticas, porém, uma boa obra de arte digital não está
necessariamente relacionada às novas tecnologias, já que grandes ideias são
aquelas que surgem da percepção de um tipo de uso inteligente dos recursos
tecnológicos, sejam eles de baixa ou alta tecnologia. Nesse contexto, uma das áreas
que mais representa a possibilidade de experimentação e criação de linguagens
inovadoras é a pós-produção no áudio, televisão, cinema e vídeo, incorporando
também o trabalho de design, computação gráfica, animação e outros efeitos
visuais.
Como uma crítica ao consumismo e à sociedade do consumo, os artistas da pop art
passaram a usar signos estéticos massificados da publicidade e do consumo como
forma de arte. Para isso, utilizavam as principais satisfações visuais das pessoas,
como comerciais de TV, campanhas publicitárias, histórias em quadrinhos, etc., para
aproximar justamente a arte e a vida comum. Entre os materiais artísticos usados,
podemos citar a tinta acrílica, o poliéster, o látex, etc.
No Brasil, artistas se aproximaram da pop art desde a década de 1960. Um exemplo
de produção nacional que se apropriou desta corrente é a de Claudio Tozzi, artista
paulistano. Tozzi produziu trabalhos em diversas linguagens, como, por exemplo,
gravura, pintura, esculturas, instalações, murais e obras em espaços públicos. Se
aproximando das grandes mídias, como jornais e histórias em quadrinhos, o artista
abordava assuntos altamente repercutidos, como as explorações espaciais, assim
como questões políticas, como a ditadura militar.
Outros nomes que destacam-se no Brasil são: Rubens Gerchman, Antonio Dias,
Hélio Oiticica, Wesley Duke Lee, Nelson Leirner. Paralelos podem ser feitos entre a
pop art e o tropicalismo, movimento brasileiro que atingiu seu ápice em 1967, e
provocou um grande abalo às estruturas da música, artes visuais e cênicas, e
poesia, questionando divisões entre cultura de massa e cultura erudita, articulando
novas formas de participação pública. Neste momento os artistas direcionaram suas
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críticas à censura e outros efeitos da ditadura militar instaurada em 1964.


Dinâmicas de consumo se atualizam constantemente nas mais variadas áreas,
incluindo as vertentes do entretenimento. Trabalhos contemporâneos como os
de Alê Jordão, Daniel Melim e Jaca, evidenciam a pertinência da pop art e seus
questionamentos dentro de uma sociedade de consumo imageticamente saturada.

Uma forma de ilustrar tais fatos , foi a criação da colagem : CUIDADO ! OU O


CONSUMISMO VAI TE CONSUMIR . Segue abaixo a colagem:

A base para essa colagem foi o jogo Pac Man, onde no jogo o jogador controla essa
bolinha que passa por um labirinto eliminando tudo que estiver na sua frente ate
chegar ao seu destino final. A intenção de utilizar essa ilustração , e que o
CONSUMISMO foi representado pelo pac man e que assim como no jogo nos
perdemos o controle das nossas vontades, e assim nos tornamos consumistas.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a Modernidade o mundo sofreu diversas transformações. A Revolução


Industrial, por exemplo, contribuiu com a produção em larga escala e com os
avanços nos meios de transportes. Mas foi na pós-modernidade que a diminuição do
espaço-tempo ficou mais acentuado. Isso porque a Terceira Revolução Industrial fez
surgir novas tecnologias da comunicação, isso permitiu que pessoas em pontos
distintos do globo conversassem em tempo real. 
Além da informatização das relações sociais, o mundo avançava cientificamente
com o desenvolvimento da nanotecnologia e biotecnologia. As relações tornaram-se
fluidas, voláteis, transitórias. Os meios de comunicação são usados tanto para
informar quanto para ampliar o consumo. 
O mundo pós-moderno mescla os estilos, o real e imaginário, além de explorar as
pluralidades sociais. É desta forma que as artes desse movimento acabam por se
desenvolverem. Algumas das características da arte pós-moderna são: 
• Exploração do humor, do lúdico e da metalinguagem;
• Ligação entre linguagem artística com realidade multifacetada;
• Fragmentada, híbrida, sem hierarquia;
• Desconstrução de valores e pluralização dos gêneros;
• Espetacularização social, ou seja, transformar todos os aspectos do cotidiano um
espetáculo;
• Abandono de suportes tradicionais;
• Uso das mídias e tecnologias para a composição de peças.
A organização de uma associação coordenadora e estimuladora da arte da colagem
é uma iniciativa de enorme importância cultural, tanto por aproximar os artistas que
se dedicam à colagem como pela organização de exposições de colagem na Capital
e no interior do Estado de São Paulo, e já agora no Exterior.
Um dos aspectos mais importantes da colagem está na possibilidade de abrir
amplíssimas possibilidades de manifestação artística sem exigir a aprendizagem de
técnicas delicadas e complexas, como todas as formas de arte tradicional do
Ocidente: pintura, escultura, gravura, desenho, etc. A colagem tem assim o caráter
de um meio mais democrático de criação artística, aberto a todos sem exceção. É
também democrático por não exigir obrigatoriamente o emprego de materiais de alto
preço, como as formas tradicionais de expressão artística.
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REFERÊNCIAS

BUCHLOH, Benjamin. “Procedimentos alegóricos: apropriação e montagem na


arte contemporânea.” In: Arte & Ensaios. Revista do Programa de Pós-Graduação
em Artes Visuais. Rio de Janeiro: EBA/UFRJ, 2000.

MARTINS, Luiz Renato. Manet: Uma mulher de negócios, um almoço no parque


e um bar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.

ADORNO, Theodor W.. Indústria cultural e sociedade. Trad. Julia Elisabeth Levy.

BRADLEY, Fiona. Surrealismo. Coleção Movimentos da Arte Moderna. São Paulo:


Cosac & Naify, 2004.

CADENA, Nelson Varón. Brasil – 100 Anos de Propaganda. São Paulo: Edições
Referência, 2001.

ECO, Umberto. Os movimentos pop. Salvat Editora do Brasil S.L., 1979.

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