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E.

E Italo Betarello
Giulia Reis Pauli

Preconceito linguístico

São Paulo, 2023


Preconceito Linguístico

O preconceito linguístico é todo juízo de valor negativo sobre variedades linguísticas presentes
no nosso idioma. O conceito de preconceito linguístico começou a ser debatido depois que o
livro Preconceito Linguístico: o que é e como fazer, do pesquisador e escrito Marcos Bagno, foi
lançado em 1999.

Na obra, o escritor fala sobre como é comum que seja disseminado o preconceito linguístico em
relação à regionalismos, sotaques e diferenças socioculturais. Neste artigo, nós vamos explorar
o que é o preconceito linguístico, quais são suas causas e consequências, como essa questão cai
no Enem e como estruturar uma redação seguindo essa temática. Ao falar sobre preconceito
linguístico no país, é impossível não voltarmos à formação do Brasil enquanto nação e ao
português brasileiro enquanto língua.

Vivemos em um país de grande extensão territorial, que foi formado por povos de várias culturas
e linguagens. Viemos de povos indígenas, afrodescendentes, latinos e europeus. Tudo isso traz
diversidade social, cultural e regional, mas também traz muitas variações linguísticas. Por essa
razão, muitos estudiosos acreditam ser impossível falarmos sobre uma unidade linguística
brasileira. O que existiria é uma língua em comum com suas variações. Logo, ditar uma única
forma correta de falar português brasileiro esbarra no preconceito linguístico.

A relação entre o preconceito linguístico e a variação linguística se dá no momento em que


apontamos uma variação como erro. Como dissemos acima, em um país tão diversos quanto o
Brasil existe diversas variações linguísticas. Ela se caracteriza como peculiaridades da língua em
determinada região. Por exemplo, quando utilizamos a palavra “guri”, “moleque” e “garoto”
para se referir a meninos. Acusar uma variação linguística de erro revela a crença de que
regionalismos podem ser hierarquizados. Dizer que “macaxeira” está errado e que o correto
seria dizer “aipim ou mandioca” significa acreditar que a variação linguística falada no norte e
no nordeste do país vale menos do que aquela falada no sul e sudeste.

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