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As Variações da Língua e

o Preconceito Linguístico
Bernardo Marcondes Zacharias, David Gabriel Alves Dos Santos, Giovana Fazani de Brito.
Introdução
● Matéria: Ciências Sociais.
● Série: 2º Ano - Ensino Médio.
● Quantidade de aulas: 3 aulas de 45 minutos.
Conteúdo
❖ Variação linguística;
❖ Preconceito linguístico;
❖ Exclusão social;
❖ Padrões normativos da língua;
❖ A construção de novas variações linguísticas.
Objetivo Geral
➢ Oferecer um olhar crítico sobre as variações da língua e o preconceito
linguístico no atual cenário do Brasil, combatendo a falsa noção de
unidade linguística em torno da Língua Portuguesa e da Língua Brasileira
de Sinais (Libras).
Objetivo Específico
➢ Discutir sobre o conceito de preconceito linguístico, tendo em vista a
variação linguística presente na língua portuguesa (oral e escrita) e na
Libras, demonstrando como a noção de unidade linguística, construída a
partir dos padrões normativos da língua, é um fator de exclusão social e
de negação da língua materna do indivíduo.
➢ Oferecer exemplos de indivíduos que fogem dos padrões normativos da
língua e que desenvolvem novas variações linguísticas de acordo com a
região, cultura ou classe social de que faz parte.
Recursos Didáticos
● Livros
● Artigos
● Projetor óptico
● Vídeos
● Imagens
Base Teórica
➢ “Quanto à língua falada, fica óbvio que o rótulo de erro é aplicado a toda e qualquer
manifestação lingüística (fonética, morfológica e sintática, principalmente) que se
diferencie das regras prescritas pela gramática normativa, que se apresenta como
codificação da “língua culta”, embora na verdade seja a codificação de um padrão
idealizado, que não coincide com a verdadeira variedade culta objetiva.” (BAGNO,
1999, p. 127)
➢ “(...) questiona que se não há língua portuguesa ‘ideal’ nem falantes ‘puros’, por que
teríamos língua de sinais ‘pura’? Tem-se discutindo a língua de sinais como se fosse
uma língua homogênea – ‘A língua dos Surdos’.” (JUNIOR, 2011. p. 51)
➢ “A linguagem vincula valores que são reproduzidos no meio escolar e, por isso,
presume-se que a maioria dos falantes seja autêntica. Essa perspectiva gera a
ideia equivocada de que a linguagem é uniforme e pura, estando totalmente
representada no sistema tradicional e na obra dos escritores antigos em nossa
literatura. Dessa forma, discursos e palavras que não estejam de acordo com
essa perspectiva tornam-se inapropriados no que diz respeito à uniformidade da
linguagem. Nota-se que a ideia de uma prática linguística inapropriada está
diretamente relacionada ao preconceito linguístico, que de forma sistemática
procura corrigir as estruturas visíveis da fala e da escrita do povo brasileiro,
identificando como erro ou desvio aquilo que, comumente, se denomina um
processo normal, como em palavras e discursos estrangeiros. Nesses casos, a
prática linguística fica restrita ao vernáculo, portanto, cabe à escola
“consertá-la”.” (BARROS & DIAS, 2021, p. 2631-2).
Metodologia
Primeira Aula
➢ Apresentação do vídeo “AMPLIFICA por Emicida - Preconceito linguístico
no dia a dia” (vídeo com legenda) - 3 minutos.
➢ Discussão sobre a primeira
perspectiva que os estudantes
tiveram sobre preconceito linguístico
e se eles sabem o que é variação
linguística - 12 minutos.
https://www.youtube.com/watch?v=QlhsiMWT-eQ
Primeira Aula
➢ Leitura em conjunto de parágrafos selecionados
do livro “Preconceito Lingüístico: o que é, como
se faz”, de Marcos Bagno - 15 minutos.
➢ Verificar quais dúvidas ficaram entre os
estudantes a respeito dos conceitos
apresentados e discussão das perspectivas que
eles tiveram de preconceito e variação linguística
a partir do texto de Marcos Bagno - 15 minutos.
Segunda Aula
➢ Retomar a discussão da aula anterior sobre preconceito e variação
linguística - 5 minutos.
➢ Perguntar se os estudantes conhecem algum tipo de variação linguística
em Libras - 5 minutos.
➢ Apresentação de como a variação linguística está presente na Libras
(variando conforme a região, classe social, cultura…) - 20 minutos.
➢ Leitura de trechos de artigos que tratam da questão da variação
linguística e o preconceito linguístico na Libras - 15 minutos.
Variação Linguística - Cor Verde

➢ Fonte: FERNANDES, S. et al. Aspectos linguísticos da LIBRAS. Secretaria de Estado da Educação.


Departamento de Educação Especial. Estado do Paraná, 1998.
Terceira Aula
➢ Retomar a discussão da aula anterior sobre preconceito e variação linguística
na Libras - 5 minutos.
➢ Apresentação da artista e
intérprete de Libras Nzambi
Brito, demonstrando como o
dialeto periférico da língua de
sinais também é uma variação
linguística - 15 minutos.
Foto: @nzambiapongo_oficial/Reprodução
➢ “A discussão sobre a variação linguística em LSB não pode se resumir a apenas
utilizar uma comparação dos processos de variação linguística que promove
uma diversidade linguística e o enriquecimento do vocabulário. A organização
de estudos da variação linguística em LSB está relacionada à percepção do
mundo e à construção de significados. Podemos dizer que, na LSB,
encontramos uma condição linguística de grande complexidade, em decorrência
dos processos de aquisição de língua, dos aspectos culturais e do impacto
político e social desses aspectos na vida dos Surdos. E esses fatores
dependem ainda de outras variáveis: usos da língua, interlocutores proficientes,
possibilidade de adquirir uma segunda língua, métodos formais ou informais de
aprendizagem de segunda língua e a relação de cada sujeito com a LSB e a
Língua Portuguesa.” (XAVIER, 2010, p. 58)
Terceira Aula
➢ Apresentação do vídeo de tradução em Libras da música “Rap é
Compromisso”, produzida pelo rapper Sabotage e traduzida por Nzambi
(vídeo em anexo) - 5 minutos.
➢ Discussão do vídeo e conclusão da sequência didática - 15 minutos.
➢ Explicação da avaliação - 5 minutos.
Avaliação de Aprendizado
➢ Pesquisa e apresentação, em grupo de até 4 pessoas, sobre variações
linguísticas. O trabalho consiste na pesquisa de ao menos 3 sinais que
tenham algum tipo de variação linguística (seja em função da região,
cultura ou classe social).
Bibliografia
➢ BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico: o que é, como se faz. São Paulo: edições Loyola,
1999.
➢ Dias, Rayssa Araujo Naves; Barros, Adriana Lúcia de Escobar Chaves de. Variação Linguística na
Libras. Revista Philologus, Ano 27, n. 81, Rio de Janeiro, 2021.
➢ CASTRO JR, Glaúcio de. Variação linguística em língua de sinais brasileira – foco no léxico.
Instituto de Letras. Departamento de linguística, português e línguas clássicas. Programa de
pós-graduação em linguística. Universidade de Brasília – UNB, 2011.
➢ Machado, Vanessa Lima Vidal; Weininger, Markus Johannes. As Variantes da Língua Brasileira
de Sinais – Libras. Revista Transversal, Fortaleza, v.4, n.7, p.41-65, 2018.
➢ OLIVEIRA, Reany; C. A; MARQUES, Rodrigo Rosso. Uso da variação linguística na língua
brasileira de sinais. In.: Revista Diálogos: linguagens em movimento. Caderno Estudos
Linguísticos e Literários. Ano II, N. I, 2014. Cuiabá: 2014.Reany OLIVEIRA1
Bibliografia
➢ ORSELLI, Renata Alves. As Variações Linguísticas da Língua Brasielira de Sinais.
Revista Acadêmica Integra/Ação, [S.l.], v. 1, n. 1, 2017.
➢ Silva; Simone Gonçalvez de Lima da. Variação Sociolinguística na Língua Brasileira de
Sinais: O Caso dos Sinais Mãe e Pai em Florianópolis. Revista Linguasagem, v. 22, n. 1,
2015.
➢ Sousa, Marcio Jean Fialho de; Monção, Bruno Lutianny Fagundes. Preconceito Linguístico
e a Língua de Sinais. Revista Interfaces, Vol. 10 n. 2, 2019.
➢ XAVIER, A. N. Variação fonológica na libras: um estudo-piloto da alternância no
número de articuladores manuais envolvidos na produção dos sinais. In: Seminário de
Teses em Andamento, 16, 2010, Campinas. Caderno de resumos. Campinas: Unicamp,
2010. p. 66-67.
Anexo
Aula 3
Vídeo de tradução em Libras
da música “Rap é
Compromisso”, produzida
pelo rapper Sabotage e
traduzida por Nzambi.

Instagram:
@nzambiapongo_oficial

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