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RESUMO
Este artigo tem como objetivo principal falar sobre as diferentes variações linguísticas
brasileiras entre seus territórios e regiões, causada por fatores geográficos, relatando
os motivos que levaram o Brasil a ter tantas variedades da língua e analisar a
diversidade dos sotaques brasileiros. Pode-se dizer assim, que a escolha desse tema
é justificada pelo fato de ele ser muito importante para entender que assim como
qualquer outra coisa, a língua é viva e possui diferenças entre si, mostrando que além
de letras ou palavras o idioma possui uma marca na cultura e na história de uma
nação, pois o mesmo sempre esteve presente na vida da sociedade.
1 INTRODUÇÃO
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as diferenças e explicar o porquê do modo diferente de falar em cada região, relatará
apenas a variação diatópica que é a variação causada pelo fator geográfico. É
importante ressaltar antes da leitura, que nunca se deve pensar que uma forma de se
falar é melhor que outra, segundo Jacyra Mota professora da Universidade Federal da
Bahia (UFBA) “Não existe o falar certo ou o falar errado, todas as variantes deveriam
ter o mesmo prestígio, e a mesma aceitação”.
2 A VARIAÇÃO DIATÓPICA
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a exclusão da vogal “I” quando está com outra vogal, ou a adição da mesma em
palavras que ela não está presente, fator comum no dialeto baiano.
Além dessas diferenças, pode-se encontrar outras nos diversos sotaques, pois
neles não mudam apenas as pronúncias das frases, mas também o ritmo e o modo
nas quais são faladas. Na região nordeste, por exemplo, as palavras são “cantadas”,
em São Paulo as letras se multiplicam e ao contrário dos paulistas, os mineiros as
cortam ou até mesmo as juntam. Outra variação diatópica muito comum na língua
portuguesa é a utilização de vários nomes, para se referir a um único objeto. Um
exemplo é o sacolé, um tipo de sorvete feito de água e sumo de fruta, que é conhecido
por diversos tipos de nome, como geladinho, juju, saquinho, dindim e muitos outros
dependendo da região do falante.
2.1 ENTREVISTA
Pesquisador — Você já sofreu preconceito por falar com o seu sotaque? e achou que
era uma forma "errada"?
Maurício — Já fui imitado, usaram como um preconceito recreativo, mas seguido de
"admiração"
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Maurício — Algumas palavras bastante locais eu não uso, como, moço. Mas não
percebo a diferença entre o sotaque de Salvador com o do pessoal de Barreiras-BA;
mas sei que existe muita diferença pois todo lugar que eu chego, mesmo sem abrir a
boca as pessoas me perguntam se eu sou de Salvador. Acredito que existe uma
marca corporal, corporeidade, identidade que me denúncia. Vou fazer uma
investigação sobre este tema.
Pesquisador — Fale uma expressão ou gíria que é usada na região onde você morava
e o seu significado.
Maurício — A galera brocou, significa que o grupo desenvolveu um trabalho ou ação
espetacular de excelência. Não vou comer reggae que é o mesmo que dizer: não vou
me deixar intimidar por ninguém que queira me enfrentar…
Pesquisador — Fale: leite quente que dar dor de dente na gente (por áudio)
Maurício — Leiti quenti qui dá dô di denti na genti. (Áudio Digitalizado)
Pesquisador — Você já sofreu preconceito por falar com o seu sotaque? e achou que
era uma forma "errada"?
Marlouve — Não, as pessoas admiram minha cultura.
Pesquisador — Fale uma expressão ou gíria que é usada na região onde você morava
e o seu significado.
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Marlouve — Barbaridade é uma expressão de surpresa ou espanto. Guri significa
menino e guria significa menina. Capaz significa imagina.
Pesquisador — Fale: leite quente que dar dor de dente na gente (por áudio)
Marlouve — Leitê quentê que dá dor de dentê na gentê (Áudio Digitalizado)
Outro fator importante, que não se pode deixar de lado, é o fato de que ambos
os entrevistados moram atualmente na cidade de Barreiras-Bahia, o que significa que
existem locais, como grandes cidades e capitais em que podem-se encontrar uma
diversidade muito grande de dialetos dentro de suas fronteiras, pois nelas existem
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pessoas de diversos lugares. Segundo a Dra. Solange Salete Tacolini Zorzo,
professora de Língua Portuguesa do IFBA, pode-se nomear esses locais como,
caldeirões linguísticos, isto é, um aglomerado de sotaques em uma cidade.
Diante das observações feitas das pesquisas e entrevistas, é possível analisar que a
variação linguística diatópica, caracterizada principalmente pelas diferenças no modo
de falar entre as regiões do Brasil, é algo natural em todo os idiomas, pois não existe
uma linguagem sem variedade, e apesar da diversidade da língua, nenhuma variação
deve ser menosprezada, até porque, apesar das diferenças elas fazem parte da
cultura e das raízes de um povo, é essencial na comunicação da sociedade e sempre
estará em constante evolução, juntamente com a população.
3 CONCLUSÃO
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que, grande parte dos brasileiros, consideram melhor e mais prestigioso um sotaque
das regiões ao sul e ao centro do país, gerando assim um preconceito aos outros
dialetos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico: o que é, como se faz? 48. ed. São Paulo:
Edições Loyola, 1999.
CUNHA. Celso. Uma política do idioma. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1964.