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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO LOGÍSTICO
DIRETORIA DE MATERIAL

DIEx nº 581-S Mat CL IX Moto/SDir_Mat/DMAT


EB: 64477.002016/2018-71

Brasília, DF, 2 de maio de 2018.

Do Subdiretor de Material
Ao Sr Chefe do Estado-Maior da 1ª, 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª, 8ª, 10ª, 11ª e 12ª RM, e Cmt do 3º e 9º
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Assunto: validade dos pneus das viaturas utilizadas pelo Exército Brasileiro.

1. Versa o presente expediente sobre dados técnicos, análises e considerações,


estudadas por essa Diretoria, quanto a validade dos pneus das viaturas utilizadas
pelo Exército Brasileiro, cuja gestão pertence a Diretoria de Material.

2. Sobre o assunto, solicito a VSa dar ampla divulgação do conteudo abaixo


apresentado, até a expedição do Boletim Técnico Administrativo (BTAMAT) correspondente,
que abordará o assunto de forma mais aprofundada.

3. Dados técnicos, análises e considerações, quanto a validade dos pneus das viaturas
utilizadas pelo Exército Brasileiro:
a. o código DOT, gravado nas laterais dos pneus, permite identificar a data
aproximada de fabricação, onde os quatro últimos dígitos representam a semana e o ano de
fabricação;
b. os fabricantes garantem os pneus por 5 anos após a data constante do DOT,
entretanto, isso não significa que o pneu não possa continuar sendo utilizado, desde que
cumpridas as recomendações de conservação citadas na letra "e" abaixo;
c. a Portaria Nr 554 INMETRO, de 29 OUT 15, aprova o Regulamento Técnico da
Qualidade para Reforma de Pneus, estabelecendo que podem ser aproveitados para reforma da
banda de rodagem, pneus com até 5 anos da data de fabricação, o que garante que a carcaça pode
suportar mais um ciclo de vida de 5 anos, ou seja, um total de 10 anos de validade;
d. o armazenamento prevê a posição vertical, devendo-se girar regularmente os pneus;
e. a conservação dos pneus depende de vários fatores regionais, dentre os quais as
condições de umidade, temperatura e incidência de luz solar e, após a instalação na viatura, que
seja observado o seguinte:
1) usar calibragem adequada com a carga;
2) não ultrapassar os limites de carga, tração e velocidades máximas para evitar

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descolamentos e bolhas;
3) remover corpos estranhos retidos entre os sulcos e rodados duplos para evitar
descascamentos;
4) manter o correto alinhamento, rodízio e balanceamento para evitar desgastes
irregulares;
5) limpar sem aplicar produtos agressivos para evitar ressecamentos;
6) acompanhar os indicadores de desgaste, já que a durabilidade tem razão direta com
o tipo e as condições das vias de circulação; e
7) na situação de indisponibilidade manter a viatura sobre cavaletes para evitar a
deformação dos pneus.
f. Os pneus se adéquam a dois métodos de manutenção:
1) Sob condição (“On Condition”) - Onde os pneus devem ser inspecionados
regularmente conforme previsto no manual T9-2810 – Manutenção Preventiva das Viaturas
Automóveis do Exército; e
2) Tempo limite de vida (“Life limit”) - Onde será adotado o tempo de 10 anos de
validade a partir da data de fabricação, para todas as Regiões Militares.
4. Com base no apresentado tecnicamente acima, essa RM deverá considerar o prazo
de 10 (dez) anos de validade e a inexistência de desgastes ou danos aparentes para que os pneus
possam estar na condição de uso, sendo:
a. o prazo de garantia, definido pelos fabricantes, é de 5 anos e o prazo de validade,
definido pela D Mat, mesmo para os pneus não reformados, é de 10 anos, ambos a partir do
código DOT gravado na lateral do pneu;
b. a substituição dos pneus deve ocorrer devido ao vencimento da validade, desgaste,
envelhecimento prematuro ou danos.
c. os critérios de rejeição que devem ser observados, mesmo dentro do prazo de
validade, são os seguintes:
1) desgaste além do limite do indicador de desgaste da banda de rodagem (Tread
Wear Indicator-TWI). Além do desgaste normal, os desgastes irregulares ocorrem em pneus de
Vtr com problemas de alinhamento, balanceamento, falta de rodízio ou que tenham sofrido
freadas bruscas;
2) envelhecimento prematuro com ressecamento da borracha e apresentação de
trincas. Normalmente essas trincas surgem em pneus de Vtr imobilizadas por longos períodos
sem estar em cavaletes, pneus rodando com pouca pressão ou mesmo vazios, e ainda pelo uso de
produtos químicos agressivos para dar melhor apresentação aos pneus (derivados de petróleo,
tais como óleo diesel, querosene, óleo lubrificante usado);
3) envelhecimento prematuro por uso severo, com descascamento de pedaços da
banda de rodagem. Normalmente ocorrem em pneus de Vtr com carga excessiva, calibragem
incorreta ou presença de objetos cortantes (pedaços de pedras) entre os pneus de rodados duplos
ou nos "gomos" dos pneus;
4) danos como rasgos nas laterais ou na banda de rodagem, bolhas em qualquer área
do pneu ou estrutura exposta (ferragem e lonas, mesmo estando intacta) que resultam na perda
da funcionalidade;

5. Essa RM deverá considerar ainda que os pneus podem sofrer reparos. As técnicas
mais comuns são o uso do "macarrão", o uso de manchão frio e o uso de manchão combinado
(ou plugue, e ainda:
a. o uso do reparo tipo "macarrão" só deve ser aceito como reparo de emergência, uma
vez que permite a infiltração de umidade ao longo do tempo, o que contribui para a

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decomposição da carcaça e diminuição do prazo de validade;
b. no caso de furos acima de 6mm de diâmetro para carros de passeio e de 10mm para
picapes ou caminhões, os fabricantes recomendam a troca do pneu, porém deve-se avaliar caso a
caso, em virtude da multiplicidade de danos encontrados.

JOSÉ ANTONIO GONÇALVES ROSA - Cel


Subdiretor de Material

"SIGAM-ME OS QUE FOREM BRASILEIROS: 150 ANOS DA BATALHA DE ITORORÓ"

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