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HISTÓRIA DE ORIGEM E EVOLUÇÃO DE CARROS DE


COMBATE

1. ANTIGUIDADE

O Carro de Combate não foi obra do acaso, surgiu da necessidade do combatente se


proteger dos golpes do inimigo, de ter um meio de se deslocar no campo de batalha e
utilizar melhor as suas armas. À sua origem não está alheia a percepção, por parte do
combatente, das vantagens do combate se travar às alturas.

Nos tempos mais remotos o homem utilizava, para se


proteger, escudos feitos de madeira, couro ou ferro. A
necessidade de se obter maior rapidez levou-o à
utilização do cavalo como meio de obter maior
ímpeto no combate. O desenvolvimento das armas
levou a que tanto o cavaleiro como o cavalo usassem
protecções couraçadas.
O combate a partir
de uma posição elevada permite ao cavaleiro a
percepção de se obter maior comando e pode desferir
golpes com maior facilidade. Permite também obter
maior mobilidade, o que se traduz numa maior
oportunidade de intervenção e numa maior dificuldade
por parte do inimigo para o atingir; e por fim, permite
uma maior protecção, materializada numa menor
vulnerabilidade por estar menos tempo exposto e por
usar armadura, escudo e couraças.

É claro que esta trilogia tem subjacente uma interdependência em que o desenvolvimento
de um dos factos provoca, necessariamente, a evolução dos outros.

A utilização de plataformas móveis no campos de batalha foi,


desde muito cedo empregue, permitindo aos seus utentes a
vantagem de combater de cima para baixo.
Também o seu emprego com o fim de anular ou reduzir essa
natural vantagem ao inimigo, foi explorado, especialmente, nos
cercos a cidades ou fortificações, com o uso de pesadas máquinas
de guerra – as helepolis na antiga Grécia – construídas de
propósito para esse fim.

Ao longo da história houve muitos exemplos do uso de carros de tracção animal, para se
obter vantagem sobre o inimigo. No séc. XVIII A.C, os faraós egípcios utilizavam carros
de guerra construídos em madeira e couro e que transportavam um condutor e um
combatente armado de lança ou arco. No séc. XII A.C, os chineses usavam carros de
quatro rodas que transportavam sob uma cobertura de couro quatro guerreiros.

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Os persas e os assírios utilizavam o carro de


guerra com o intuito de obterem vantagem sobre
os seus inimigos. Alguns desses carros tinham
uma guarnição de 4 homens em que só um
combatia. Os outros desempenhavam as seguintes
funções: 1 condutor e os outro 2 manuseavam os
escudos de protecção. Os persas chegaram a
adaptar lâminas afiadas aos eixos, por baixo e na traseira dos seus carros.

Os elefantes do general cartaginês Aníbal foram usados pela primeira vez e como arma
da decisão na batalha de Cannas, no ano de 216 A.C.
O elefante, com a sua pele rija conferia protecção.
Também possibilitava a mobilidade, o comando e a
acção de choque.
A utilização de armaduras que conferissem maior
protecção ao cavaleiro e à sua montada,
começaram a prejudicar a mobilidade e a rapidez
do combate.
A evolução da protecção impunha e imprimia um desenvolvimento da mobilidade.

NA IDADE MÉDIA

A necessidade de levar rapidamente o combate até ao inimigo,


usando as armas perto deste, mas de uma forma que conferisse
maior protecção e maior eficácia, não se compadecia com o
embaraço provocado pelo peso das armaduras e pela
impossibilidade do cavaleiro poder usar as duas mãos enquanto
combatia.
Leonardo da Vinci engendrou em 1482 um carro blindado,
accionado a manivelas e que utilizava um sistema de transmissão
muito análogo ao que ainda hoje se utiliza – o veio dentado. No fim do século XV
começaram a surgir unidades de Cavalaria dotadas com armas de fogo, confirmando a
crescente importância destas no campo de batalha.

Carro hipo da guerra dos 30 anos (1618-1648)

Até nos princípios do século XVII a Cavalaria perde


a sua tradicional vantagem de mobilidade a favor das outras
unidades providas de armas de fogo (Infantaria e
Artilharia). Foi com Gustavo Adolfo (rei da Suécia) que a
Cavalaria reencontrou a sua essência de emprego no
campo de batalha, através de missões de reconhecimento,
segurança e perseguição.

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Durante a “guerra dos 30 anos (1618 – 1648 na Europa)”,


surgiram carros armados de espingardas e canhões
movimentados por cavalos.

Em pleno século XVII, Frederico II acabou com as acções de fogo a cavalo e fixou a
missão dos cavaleiros, considerando-os “olhos e ouvidos” do exército prussiano.

Napoleão, desenvolveu o mesmo principio empregando a Cavalaria para missões de


reconhecer, cobrir, explorar, perseguir e envolver.

DURANTE E APÓS A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Com o advento da máquina a vapor, James Cowan desenhou em 1854 um vagão de


batalha sob a forma de um capacete. Mas foi talvez com o aparecimento do motor a
explosão que surgiu a maior evolução do CC. O motor em questão era capaz de
desenvolver elevadas potências de tracção, aumentando a mobilidade dos veículos, e
permitindo que se pudesse aumentar a protecção conferida pelas blindagens.
Assim, em 1898 o TCOR Davidson, do exército dos EUA, criou um veículo movido a
motor a explosão e armado com uma metralhadora Colt.

Apesar da grandes potência de tracção desenvolvida por estes motores, esta potência
continuava a não ser suficiente para rebocar a blindagem do veículo desenhado em 1903
por Daimler (Austria). O desenvolvimento dos motores abria portas à concepção de
outros protótipos como; Renault MGE BRN, o veículo francês Charron, Girardot et Voigt
e etc.
Surge, então, a guerra de 1914-18. Esta guerra caracterizava-se por um predomínio das
armas automáticas e que interditavam a manobra apeada; por combates estáticos onde se
procurava o desgaste inimigo; e pela inoperância da artilharia face à guerra das
trincheiras. Cada vez mais se sentia a necessidade de se ultrapassar toda esta estaticidade
para se obter a decisão.

Foi então que o TCor Ernest Swinton


projectou um veículo blindado com a
capacidade de todo o terreno adaptando um
tractor agrícola Holt Catterpiller, conferindo-
lhe capacidade de fogo (2 canhões 57 mm).
Este CC de nome little willie deslocava-se a
uma velocidade máxima de 5,6 km/h, não tendo, contudo, sido aprovado nos ensaios.
Trouxe a vantagem, porém, de incentivar o pensamento de utilizar as lagartas nas viaturas
blindadas.

Em 1916 cria se um CC capaz de ultrapassar vários obstáculos. Por uma questão de


segurança este CC foi empacotado e enviado para França com o rótulo “Tanque para
àgua com destino à Mesopotânia”. Este CC recebeu o nome de Mark 1 - Mother, também
conhecido, inicialmente, por little Willie. Entrou no combate na batalha de Somme no dia
15 de Setembro de 1916. Existiram nove versões destes CC.

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CARRO DE COMBATE T-55


I – INTRODUÇÃO

Na Criação das Forcas Armadas de Moçambique (FPLM/FAM) sentiu se a


necessidade de equipá-las com meios blindados proveniente de URSS. Os primeiros
tanques foram de tipo T-34, e que mais tarde substituídos pelos T-54 e T-55.

Carro de combate T-34/85.

Os Tanques acima referenciados deram o seu contributo durante a guerra de Invasão


do Ian Smith (1976-1980) e o conflito armado envolvendo tropas governamentais e
Rebeldes da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo).

Algumas características do T-
54:
- 36 Toneladas de peso;
- Motor a gasóleo de 520
cavalos;
- 50 km/h de velocidade
máxima;
- Autonomia de 400 km (sem Carro de combate T-54.
depósito auxiliar);
- Armamento: Um canhão estriado de calibre 100 mm, 1 metralhadora de torre de
calibre 12,7 mm para luta antiaérea e uma metralhadora coaxial 7,62 mm;
- 4 Homens como Tripulação.
Este CC, desde que entrou ao serviço em 1949 até ser substituído, tornou-se nos anos
60 o CC mais difundido no mundo socialista, atingindo cerca de 70.000 exemplares.
Em 1958, face à evolução em algumas das suas características, passou a ser designado
por T-55.

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O T-55 é um Carro blindado de combate construído com objectivo de facultar a


realização das Operações ofensivas e
defensivas. A sua aparência externa é
constituída por Torre, Corpo Blindado
e Trem de Rodagem.

Carro de Combate T-55


A Torre é um molde de ferro, por onde são montados canhão, torrinha do
comandante, escotilha do municiador, aparelhos de observação, a alça, rádio de
comunicação assim como o alojamento de uma parte de obuses. Além desses
agregados ainda estão localizados na torre, Mecanismos de circulação da torre,
Indicador do azimute e Fixador da torre.
O corpo apresenta se uma caixa formada por placas soldadas constituindo assim por:
 Parte Frontal – duas placas blindadas superior e inferior soldadas entre si
estendidas obliquamente formando um fundo.
 Partes Laterais – Placas montadas verticalmente.
 Parte Traseira – Três placas; superior, média e inferior.
 Tecto – Composto por placa de sub torre, tampa sobre o motor, tampa e
persiana sobre radiador. A escotilha do Condutor mecânico se encontra na
parte frontal do tecto.

BTR-T/ russa VPCI/ Israel


O Trem da rodagem é constituído pelas lagartas, rodas de apoio, guia e motrizes.
No seu aspecto interior, o T-55 é subdividido em Compartimentos de Condução,
Combativo e o da forca Propulsora.

1.CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS E COMBATIVAS

1.1. Dados Técnicos


Comprimento do Tanque sem canhão – 6,63m
Comprimento do Tanque com canhão – 9,335m
Largura - 3,3m
Altura - 2.395m
Peso - 36000kg
Peso (preparado para o combate) - 40000kg
Sistema de tracção - Lagarta
Motor----- V-55V (B-55B) de 12 cilindros Diesel.

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Potencia - 580 Cavalos.


Velocidade máxima - 50 km/h.
Velocidade em terreno irregular - 35 km/h.
Tanque de Combustível – 960litros dos quais 675litros em depósitos internos
Autonomia máxima - 450 km

1.2. Dados Combativos


Tripulação – 4 elementos
1 Canhão – 100mm
1 Metralhadora antiaérea DSHK (ДШКА) – 12,7mm.
1 Metralhadora PKT – 7,62mm
Alcance Máxima do tiro do canhão – 15.986m ≈16.000m
Sistema de carregamento – Manual.

ARMAMENTO - GENERALIDADE
. 1.Armamento do Carro de combate
Actualmente devido à complexidade do armamento pesado, fala-se em "sistema de
armas" no sentido de uma arma ser um conjunto de partes complexas (órgãos,
aparelhos, mecanismos) e dependentes umas das outras, com o único fim de
realização do tiro. Os elementos essenciais do sistema são:
- Órgão de lançamento
- Sistema de comando de tiro (inclui os aparelhos de pontaria)
- Munições
O armamento dos carros de combate deve ser potente preciso e adequado aos alvos a
destruir. As munições usadas devem ser diversificadas, dependendo dos alvos a ser
abatidos.
a. Tipos de armamento:

(1) Armamento principal:


A grande maioria dos CC da 3ª geração está armada com um canhão/lança-mísseis (T-90
e Merkava Mk 4), e nos outros é montado um dispositivo exterior para lança-mísseis.

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Merkava AMX-13 com peça de 75 mm e mísseis SS-11

(2) Armamento secundário:


- Metralhadora coaxial com um calibre que varia entre 7,62, 12,7 ou 20 mm.
- Metralhadora/s do tecto da torre (por vezes montada numa cúpula) com
calibres que variam normalmente entre 7,62 ou 12,7 mm.
- Morteiro de 60mm (retro carga)

Metralhadora dshka (ДШКА)

(3) Armamento complementar:

- Armamento individual da tripulação: pistolas, pistolas-metralhadoras e


armas brancas.

- Granadas de mão ofensivas e defensivas

- Tubos lança potes de fumos montados no exterior da torre que lançam


artifícios luminosos ou de ocultação.
b. Definição de Armamento principal

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(1) Peça/canhão é uma boca de fogo, de alta velocidade inicial, de trajectória tensa
e grande alcance. O comprimento do tubo é superior a 30 calibres.
(2) Morteiro - é uma boca de fogo, de pequena Vo, pequeno alcance e de
trajectória curva. O comprimento do tubo é inferior a 12 calibres
(a) Representação do calibre e comprimento da boca de fogo: Exemplo:
105/30 mm
Quer dizer que o calibre da peça é de 105 mm e que tem o comprimento de
30 calibres ou seja 105 x 30 = 3150 mm = 3,150 metros.

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2. ESQUEMATIZAÇÃO DO ARMAMENTO E COMPLEXO


COMBATIVO DO TANQUE T-55

2.1. COMPOSIÇÃO DO ARMAMENTO E MUNIÇÕES

Básico ou Principal Secundário Complement Munições


ar/Auxiliar

100mm
Д10Т2С

7,62mm ПКТ (PKT) 12,7mm ДШКА (DSHKA)

7,62mm AKM 9mm PM 26mm Pistola de


Sinalização

43 Munições de Canhão.
-22 De estilhaços
-6 Perfurantes de carga retardada (acumulativos)
-15 Perfurantes sub calibrados.

2500 Munições de 7,62mm


300 Munições de 12,7mm
120 Munições de 7,62/ AK
10 Granada da mão F1
12 Munições de sinalização (4 brancas, 4 verdes e 4 vermelhas)

Legenda
Д10 – Numero do canhão
T – Tanque
2 – Em dois planos (horizontal e Vertical)
C – Estabilizador
O canhão do Tanque com uma Estabilização nos dois planos
superficiais; horizontal e vertical.

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3. APARELHOS DE OBSERVAÇÃO E DE PONTARIA (ALÇA)

3.1. Alça do Tanque ТШ-2Б-22 (ТШ-2Б-32) = [TSH-2B-22 (TSH-2B-32)]


3.2. Alça nocturna – ТПН – 1.(TPN – 1)
3.3. Aparelhos de observação do comandante do tanque – ТКН-1 e ТПКУ-2Б
= (TKN-1 e TPKU-2B)
3.4. Aparelho de observação do Municiador – MK-4.
3.5. Aparelho de observação nocturna do condutor mecânico – ТВН-2 = (TVN-2)
3.6. Prismas de observação do comandante – 4 unidades.
3.7. Prismas de observação do apontador – 1 unidade.
3.8. Prismas de observação condutor Mecânico.

4. MECANISMOS DE MOVIMENTAÇÃO DO CANHÃO

O canhão do tanque é movimentado através de dois mecanismos:


- Mecanismo de movimentação vertical do canhão;
- Mecanismo de movimentação horizontal da torre juntamente com o canhão num
ângulo de 360o.

5. MEIO DE COMUNICAÇÃO.

O principal meio de comunicação do T-55 é R – 123 montado em cada tanque. Esse


meio é recepto-emissor em ondas ultracurtas, e trabalham em diapasão fixa e
modulado. Podem assegurar o trabalho em 4 frequências fixas.
Essa estacão de rádio, é controlada pelo comandante/ chefe do tanque e garante a
comunicação interna (entre a tripulação) e externa (com os outros tanques e o
comando).

II. CANHÃO/PEÇA DE TANQUE T-55 DE 100mm Д10T2C


1. DESTINO
O Canhão do tanque é destinado para:
- Aniquilamento de tanques, Peças e artilharia auto propulsora e outros meios
blindados do inimigo.
- Destruição de focos de resistência isolados e fortificações do inimigo.
- Destruição da força viva do inimigo.
- Destruição de meios tácticos nucleares do inimigo.

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2. CARACTERÍSTICAS

2.1. CARACTERÍSTICAS COMBATIVAS


- Cadência do tiro – 7 tiro/min.
- Capacidade de perfuração da blindagem na distância de 1000m – 130mm ângulo
do impacto de 600-900.
- Distancia máxima do tiro directo – 6000-6900m.
- Alcance máxima do tiro – 15880m ≈ 16 km.
- Espaço inatingível (zona sem perigo) – até 20m.
- Tiro directo para o alvo com 2m de altura – 1100.

600-900

20m

1100m

2.2. CARACTERÍSTICAS BALÍSTICAS

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-Velocidade inicial do projéctil de estilhaço com acção de onde de choque.


 Carga cheia – 900m/s.
 Carga diminuta – 600m/s.
- Velocidade inicial do projéctil perfurante – 887m/s
- Velocidade inicial do projéctil perfurante sub calibrado – 1450m/s.
- Velocidade inicial do projéctil Retardado / cumulativo – 600m/s.

2.3. DADOS DO PESO DA MUNIÇÃO

- Peso da munição – 30kg.


- Peso do Projéctil – 15,880kg.

2.4. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS

- Calibre – 100mm
- Estrias e Ranhuras – 40x40
- Comprimento do corpo – 5508mm
- Comprimento Do Cano – 4450mm.
- Comprimento Da Câmara Da Carga – 721mm
- Ângulo de pontaria no plano vertical - -5°±1° até 18°±1°
- Plano horizontal - 360˚
- Carregamento do canhão – Unitário
- Comprimento do Retrocesso – 490 – 550mm (normal).
- limite máximo do retrocesso – 570mm (STOP)
- Peso da culatra – 63kg.

3. PARTES PRINCIPAIS.

 Corpo/Cano – Serve para direccionar o projéctil durante o desenvolvimento da


pressão dos gases provenientes da explosão da carga propulsora, imprimindo-
lhe estabilização através das estrias, definindo a velocidade inicial após a sua
saída da boca do cano. No seu interior e dividido por câmara (destina-se a alojar
o invólucro e nela se dá a explosão inicial) e alma por onde se localizam as
estrias e ranhura num numero de 40. Na parte exterior do cano se encontra o
mecanismo de extracção de gases.

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 Culatra com cunha – Destina-se a abrir e fechar a passagem para o carregamento


da munição e é por onde também é ejectado o invólucro detonado. Na cunha da
culatra aloja se a mola e agulha percurtora que actua sobre a cápsula fulminante
do cartucho.

 Mecanismos de freio e recuperação – Este mecanismo destina-se a absorver a


maior parte da energia cinética do canhão e acessórios que com ele recuam,
transformando-o em calor e depois, normalmente através de um recuperador
hidropneumático, levar o conjunto recuante à posição inicial. É constituído por
cilindro hidráulico de travão ou freio (abastecido com óleo steol – m, 6.4litros) e o
cilindro hidropneumático de recuperação (abastecido com óleo steol – m, 4.6litros
e azoto ou ar comprimido de 53-57 atmosferas).

 Mecanismo de elevação do canhão – Destina se para elevar ou abaixar e


direccionar o canhão no plano vertical em diferentes ângulos num intervalo entre
-5° ±1° à +18°±1°.

 Mecanismo de rearmar agulha de percussão – Serve para rearmar agulha de


percussão quando surgir a falha durante a realização do tiro.

 Mecanismo de segurança – Serve para evitar a realização do tiro acidental do


canhão durante abertura da cunha e movimentação do tanque no terreno altamente
acidentado;

 Munhões de apoio – Servem para suportar o canhão no tanque.

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 Semi-automática – Serve para fechar automaticamente o canal do cano através


da cunha depois de carregar o canhão e abri-lo depois de realização do disparo. É
constituído pelos mecanismo de Fecho e de Abertura.

 Mecanismos de disparo ou lançamento – Serve para efectuar o tiro. Ele está


dividido em 2 regimes: Mecânico e Eléctrico.

 Escudo de protecção – Serve para proteger a tripulação de quaisquer choques


que possam surgir provocados pelos movimentos de recuo do canhão durante o
tiro. E constituído por parte móvel e imóvel.

4. FALHAS PROVÁVEIS DURANTE O TIRO DO CANHÃO

Falha – O tiro não é efectuado


Causas: - A ponta da agulha de percussão pode estar partida;
- Sujidade acumulada na agulha de percussão.
- Cápsula fulminante pode estar estragada.

METRALHADORA PKT

I. BREVE HISTORIAL DA METRALHADORA PKT

 Metralhadora PKT (ПКТ) de calibre 7,62mm foi construída na antiga URSS pelo
Construtor de Armamento Micail Kalashnikov . Kalashnikov serviu o exército
vermelho como comandante de tanque. Em 1941, durante a II Guerra Mundial foi
ferido no combate, e aproveitando se da licença médica, acabou pensando como
construir uma Pistola metralhadora que pudesse responder as necessidades
combativas. Em 1949 é exposta a pistola metralhadora denominada por AK de
7,62mm e mais tarde, com a sua modernização passou a se chamar por AKM.

 A Metralhadora PKT (ПКТ) é montada nos tanques desde1961. Ela é leve e sua
constituição é muito simples. Realiza o tiro em várias condições meteorológicas e
é considerada como a melhor em relação as outras. Ela foi montada nos tanques
desde1961. Serve para aniquilar forças vivas do inimigo, destruir blindagens
leves, fortificações e resistência de fogo na distância de 1000m.

II. CARACTERÍSTICAS TÁCTICAS E TÉCNICAS.

1- Características Combativas (Tácticas)


 Modo do tiro – Rajadas
 Rajadas prolongadas – 30 munições
 Rajadas curtas – 10 munições
 Eficácia do tiro:

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 Alvos Isolados – 400m a 600m


 Alvos grandes e não blindados – 600m a 1000m
 Tiro directo conta alvos blindados – 400m
 Alvos móveis – 650m.
 Capacidade de perfuração:
 Aço (espessura) – 6mm
 Blocos – 150mm
 Montão de Areia – 550mm
 Madeira – 450mm

2- Características Construtivas (Técnicas)


 Calibre – 7,62mm
 Estrias e ranhuras – 4x4
 Velocidade inicial da bala – 865m/s
 Cadência do tiro – 250 tiro/min
 Distância máxima através do aparelho de pontaria diurna – 2200m
 Peso – 10,5kg
 Comprimento1100mm
 Comprimento do cano – 720mm
 Comprimento da parte estriada – 655mm
 Peso da fita (corrente) com munições – 2,4kg
 Capacidade da fita – 250 munições.

III. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA SUA CONSTRUÇÃO


Baseado na automatização do Tiro.
 O disparo:
 É efectuado através de combustão da pólvora donde alguns gases
queimados penetram num orifício especial localizado na alma do cano
pressionando assim o êmbolo localizado no tubo de gás.

 Suporte traseiro:
 É executado através do retrocedimento da armadura da culatra e o seu
encaixe na bloqueador localizado na caixa da culatra.

 Sistema de arrefecimento: Ar.

 Mecanismo de Lançamento (disparo):


 Possui 2 tipos de mecanismos – manual e Eléctrico.

 Sistema de alimentação: Através da fita (Corrente)

IV. CONSTITUIÇÃO

 Cano
 Caixa da culatra

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 Armadura da culatra com êmbolo


 Culatra
 Mecanismo de recuo e recuperação
 Sistema (Rampa) de alimentação da metralhadora
 Mecanismo de lançamento/disparo.
 Tubo de gás
 Manípulo
 Caixa de munições
 Estojo de instrumentos e acessórios - ZIP (ЗИП – зaпасни инструменти и
принадлежности)

V. DESCRIÇÃO DAS PARTE E MECANISMOS

 CANO – Serve para facilitar a realização de tiro, direccionar e dar o


movimento giratório ao projéctil. No meio do cano encontra-se o regulador de
gás que faz comunicação entre o cano e êmbolo de gás. O regulador possui 3
canais com profundidades diferentes:
 2,6mm
 2,9mm
 3,2mm
Depois de efectuar 2500 tiros, o cano da metralhadora deve ser fixado na 2ª
posição (2,9mm). A 3ª posição é fixada quando as condições atmosféricas não são
favoráveis isto é, ventos fortes e temperaturas muito baixas (-30°c a - 40°c). A
pega de madeira colocado na extremidade do cano, serve para colocá-lo ou retirá-
lo da parte cilíndrica que lhe conecta com caixa da culatra através de um fixador
(chave), quando estiver muito quente. Na alma do cano se encontra câmara de
munição e a parte estriada.

 CAIXA DE CULATRA – Serve para alojar os componentes e assegurar o


funcionamento dos mecanismos ou o sistema móvel. Dentro dela se encontra o
eixo de fixação da segurança que contem 2 posições: de Fogo e de Segurança.

 CULATRA – Serve para pressionar a munição para a câmara, realizar o tiro e


extrair os invólucros.

 ARMADURA DA CULATRA COM ÊMBOLO DE GÁS - Serve para


executar os movimentos da culatra e outras partes intervenientes e
providenciar o disparo.

 MECANISMO DE RECUO E RECUPERAÇÃO – Serve para garantir a


movimentação das partes moveis e assegurar automatismo da metralhadora.

 SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DE METRALHADORA – Serve para


colocar a fita de munições, assegura-las e direcciona-las à respectiva câmara. É
composta por: Tampa,

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 MECANISMO DE LANÇAMENTO (Disparo) ELÉCTRICO – Serve para


libertação das partes moveis da metralhadora.

 ESTOJO DE INSTRUMENTOS E ACESSÓRIOS – Serve para assegurar a


manutenção da metralhadora: desmontagem, montagem, limpeza, lubrificação,
reparação das avarias durante ou após o disparo. e preparação para o tiro. Ele
constituído por:

VI. SEQÜÊNCIA DA DESMONTAGEM E MONTAGEM DA PKT


 Desmontagem Incompleta:
1. Faz-se o controlo (revista);
2. Abre-se a tampa da culatra;
3. Extrai-se a mola de recuperação;
4. Retira se a parte móvel e empurra se o manípulo para frente;
5. Tira-se a parte móvel;
6. Separa-se a culatra com armadura de culatra;
7. Liberta-se a chave seguradora do cano e extrai-se o cano;
8. Tira-se o embolo de gás.

 Na montagem, segue-se na mesma sequência, mas no sentido contrário.

Nota importante
Durante o carregamento da metralhadora, é preciso abrir a tampa da culatra
colocando a 1ª bala no receptor e fechar a tampa, deixando a corrente (fita) das
munições ao lado direito.

VII. POSSÍVEIS AVARIAS DURANTE O DISPARO

 Encravamento no disparo automático


Causas: Está gasta a parte entre a culatra e a câmara de munição do cano.
-Pode-se tirar o invólucro cortado, com ajuda do zip da metralhadora;
 As partes móveis da metralhadora não se movimentam livremente ao
extremo frontal.
 Causas:
- As partes móveis da culatra estão sujas ou Mola recuperação está fraca;
- Existem ranhuras no cano ou na câmara de combustão.
 As partes móveis não movimentam até ao extremo traseiro.
 Causas:
- Sujidade das partes móveis da caixa da tampa da culatra;
- Êmbolo de gás está sujo de fumo devido ao disparo.

Modo de eliminação:
-Substituir a mola
-Limpar as partes sujas e pôr massa.

Normativas

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Valor desmontagem montagem


Muito bom 24” 16”
Bom 28” 18”
Suficiente 35” 21”

MUNIÇÕES
I.GENERALIDADES: O factores primordial da potência de fogo é a eficácia do tiro
condicionada pelo tipo de granada utilizada no armamento principal dos tanques.
As munições utilizadas nos carros classificam-se em dois grandes grupos:
 Munições Convencionais - São disparadas pelas peças de alma lisa ou estriada;
constituídas por:
 Caixa de cartucho ou invólucro
 Projéctil

Caixa de cartucho engloba escorva e carga propulsor. Ela e metálica.


Projéctil possui forma e composição muito variável consoante a sua natureza e
facilidade. Há em todos eles alguns elementos comuns que são:

-- Espoleta
- Ogiva
- Faixa de centragem ou engrossamento
- Corpo
- Cinta (ou anel) de rotação
/travamento
- Base – tracejante

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 18


Não classificado

 Espoleta é um artifício de fogo destinado a fazer explodir a carga interior dos


projécteis não maciços. Quanto à sua posição classificam-se em:
- Espoleta de ogiva – quando colocada na ponta da ogiva
- Espoleta de fundo ou de base – quando colocada na base
- Espoleta interior – quando colocada no interior do projéctil.

Diferentes tipos de espoletas. Em cima de percussão, de ogiva e de base. Em baixo,


de tempos mecânicas
Quanto ao funcionamento dos artifícios de fogo de que as espoletas fazem parte
classificam-se em:
- de percussão
- de tempos.

Espoleta Percussao

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 19


Não classificado

Dependendo da rapidez de funcionamento espoletas de percussão são classificadas em:


- Instantâneas (retardamento de 0,001 s)
- Ordinárias (retardamento de poucos milésimos Seg.)
- Retardadas sem atraso (retardamento de 0, 01 Seg.)
- Retardadas com atraso (retardamento desde 0,05s Seg. a 0,30seg)

Espoletas de tempos destinam-se a rebentar o projéctil após um tempo


determinado decorrido o disparo pela boca de fogo. E composta por um
mecanismo de relógio (espoleta mecânica) ou de um cordão de pólvora cuja a
combustão demora um certo tempo. O tempo de funcionamento é marcado por
meio de um regulador.

 Mísseis guiados - São lançados dos carros de combate por canhões, ou a partir de
rampas ou bases de lançamento coexistentes com a peça dos carros.

II. CLASSIFICAÇÃO DE MUNIÇÕES


As munições convencionais de uma peça são classificadas quanto ao seu tipo e quanto à
sua utilização.
Tipo
 Campanha – munição de combate.
 Instrução – munição que tem características de trajectória idênticas à de
campanha , mas sem explosivo no projéctil . usado para instrução da técnica de
tiro.
 Salva – não tem projéctil , usada apenas para promover o ruído de saída
(cerimoniais).
 Simulada – não tem carga propulsora nem explosivo; usada para instrução de
carregamento de peça.

Utilização

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 20


Não classificado

 Anti-carro – granada perfurante sub calibrada de soco destacável tipo flecha


(APFSDS), granada perfurante de soco destacável (APDS) perfurante (AP),
explosiva anti-carro (HEAT); usadas contra todos os carros de combate ou alvos
tipo carro de combate;
 Anti-pessoal - granada anti–pessoal Estilhaçados (APERS), usada contra tropas
em terreno aberto;
 Anti-material - granada explosiva plástica (HEP), explosiva (HE), usadas contra
viaturas não blindadas ou ligeiramente blindadas, tropas em terreno aberto,
construções e fortificações;
 Especiais:
 Fósforo branco (WP) - usada para marcação de objectivos e
para lançar cortinas de fumos;
 Instrução (TP) - usada para substituir a munição de
campanha na carreira de tiro;
 Salva - usada em cerimónias e em exercícios tácticos de
campo;
 Simulada – usada apenas para instrução.

Evolução dos projécteis perfurantes: 1 – Perfurante normal (AP); 2 – Perfurante com falsa ogiva
(APBC); 3 – Perfurante com capacete ou coifa (APC); 4 - Perfurante com capacete e falsa ogiva (APCBC);
5 – Perfurante de alta velocidade (HVAP); 6 – Perfurante sub-calibrado (APDS); 7 – Perfurante sub-
calibrado estabilizado por empenagem (APFSDS)

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 21


Não classificado

III. Efeito do Impacto


 Perfurante sub Calibrados
Os projécteis subcalibrados apresentam as seguintes vantagens:
- Trajectória muito mais tensa
- Maior alcance
- Maior penetração
- Menor Recuo do canhão
- Menor influência do vento

 Perfurantes cumulativos
Este projéctil, depende de uma carga explosiva para provocar efeitos no alvo. É
utilizado contra carros de combate, e o projéctil é de carga oca.

IV. IDENTIFICAÇÃO DAS MUNIÇÕES


 De canhão
 As munições Canhão são identificadas pela forma, cor, marcas em código
e indicações sobre a sua utilização primária.
 A munição é identificada por marcas impressas na parte exterior dos seus
contentores. Quando retiradas dos seus contentores são identificadas pela
cor e marcas impressas na munição.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 22


Não classificado

 O número do lote é necessário para registos, relatórios de empacotamento,


funcionamento e acidentes, em que esteja envolvida essa munição.
 Para obter o máximo de precisão no tiro, as granadas disparadas devem ser
provenientes do mesmo lote, sempre que possível.

 Indicação Da Utilização Primária Por Cores


Preto...........................................Anti-carro
Verde azeitona...........................Anti-pessoal / Material
Verde claro.................................Fumos

 Indicação Por Cores da Carga de Enchimento


Letras brancas............................Inerte
Letras amarelas..........................Explosiva de alta potência
Letras encarnadas.......................Incendiária ( tracejante)
Letras amarela..............................Pequena carga de explosivo de alta
potência
Castanho.....................................Explosivo de baixa potência e/ou motor de
foguete
Importante: Todas as munições de instrução têm marcação azul claro.
 Municoes As Metralhadoras
Identificação
As munições de metralhadora são identificadas pelo tipo, calibre,
modelo e nº de lote. Um código de cores, pintado na ponta do projéctil,
identifica o tipo. Outras marcações também são pintadas no exterior dos
cunhetes.

 Identificação das Munições de Metralhadoras pelo Código das Cores

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 23


Não classificado

ALCANCE DO
COR DA
PROJÉCTIL
TIPO DE MUNIÇÃO PONTA DO
12,7 mm 7,62
PROJÉCTIL
mm
perfurante preto ----- -----
perfurante/incendiária prateada ------ -----
Vermelho e
Perf./incend./tracejante 2.250 m -----
prateado
Tracejante vermelho 1600 m 900 m
Normal Não pintada ----- -----
Franjáveis Verde e branco ----- -----

MEDIÇÃO DE ÂNGULOS

I. INTRODUÇÃO

A unidade de medição de ângulos , na prática do tiro de artilharia e outras armas, é posto


em consideração o ângulo central, limitado pelo arco igual a 1/6000 da circunferência.
Esta unidade de medição de ângulos é denominada por Divisão de Milésimas.
A

Div. milésima

Fig.1 O B

AB ≈ 1 AB
1000

Uma circunferência tem: 360o ou 21600’ ou 6000 divisoes de milésimas. Nisto, uma
divisão de milésimas é igual a

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 24


Não classificado

360o = 21600’ = 3,6’


6000 6000 ;Consequentemente

1º = 6000 = 16,7 milésimas ≈ 17 milésimas.


360º
Ao passar da escala de graus para milésimas é necessário que se deduza o número de
ângulo encontrado em minutos dividindo-o por 3,6’ e se for o contrário, que se
multiplique por17 milésimas.

Nota Importante: Deve se ter em conta que o resultado obtido da relação


1º =17 milésimas é aproximado e não exacto.

Exemplos de deduções
1. O ângulo pelo qual é visto o objecto 1 é de 2°12’. Transforme-o em milésimas.
Solução:
2°12’=132’ → 132 : 3,6’=36,6 ≈ 17 milésimas
2. O objecto 2 é visto num ângulo de 80 milésimas. Deduza o valor de milésimas em
graus.
Solução:
3,6’x 80 = 288’= 4º48’

Forma Escrita e de Transmissão de Ordens de Comando dos Ângulos

Para melhor articulação (Principalmente ao dar ordem de comando) foi aceite que o
valor angular da divisão de milésimas seja dado em dois agrupamento:
- Grupo de Centenas,
- Grupo de Dezenas e unidades.

Exemplo:
Angulo Escrita Transmissão verbal
1 0-01 Zero zero um
10 0-10 Zero dez
100 1-00 Um zero
1000 10-00 Dez zero
3000 30-00 Trinta zero
6000 60-00 Sessenta zero
16 0-16 Zero dezasseis
245 2-45 Dois quarenta e cinco

II. Fórmula da divisão de milésimas


Se na circunferência marcar um raio correspondente a distância do tiro D, o comprimento
dela será igual a 2ПD; enquanto que o comprimento do arco AB existente no ângulo de
uma divisão milesmal será:

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 25


Não classificado

AB = 2ПD =2x3,14xD= 1 .D≈ 1 D


6000 6000 955 1000

Imaginemos que um objecto A que se encontra numa distância D é visto a partir do ponto
0. Deve se definir o ângulo pelo qual é visto o referido objecto. Simbolizemos o ângulo
procurado por Y. No entanto que, o ângulo duma divisão de milésimas existe com o valor
de 1 D. Nisto, o ângulo Y será tantas vezes maior que a divisão milesimal assim
1000 como o objecto A será maior que 1 D, ou melhor:
1000
A 1000 . A
Y= = - Ângulo
1/1000.D D

1 D
fig.2 Y div. milésimas 1000

D=1000.A/Y - distância
A= Y.D/1000 – Grandeza do Objecto (largura, altura ou comprimento)

Através destas formulas, podemos achar a distancia D, ângulo Y e grandeza do objecto


A.
Exemplos:
1. O carro de combate do inimigo com uma altura de 3m é visto num ângulo de 3
milésimas. Calcule a distancia.

3m

Fig.3 0 0-03
D
Solução
D=1000.A/Y = 1000.3/3=1000

2. A trincheira inimiga é vista num ângulo de 15 milésimas. A distancia ate a trincheira


e de 1200m. calcule a dimensão da parte frontal da trincheira.
A

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Não classificado

1200m
0-15 7m

A=Y.D/1000=15.1200/1000=18m
1400
fig.4 Y

fig.5

3. Calcule o ângulo por onde é visto o tanque inimigo de 7m de comprimento numa


distancia de 1400m.

Y=A.1000/D=7.1000/1400=5milesimas

Nota Importante: deve se tomar em conta que todos os resultados obtidos são
relativamente maiores em 5% devido o arredondamento de 1/955 para 1/1000.

Se o cálculo for efectuado se o arredondamento teremos resultados que podem ser


inconfortáveis na divisão do perímetro da circunferência.
Ora vejamos: O perímetro da circunferência é igual a 2пR=2.3,14.R=6,283.R. Se
usarmos as divisões 1/1000.R teremos;
6,283.R =6,283.1000 divisões. Dai .neste sistema, foi concebida que a circunferência
1/1000.R seja dividida em 6000 partes e a unidade de medição de ângulo tenha a
denominação de Ângulo central existente no arco igual 1/6000 de
circunferência. Noutros sistemas as divisões são feitas até 6400 divisões.

Para se relacionar um sistema com outro, é necessário que se ache o coeficiente isto é:
6000 = 15
6400 16

Exemplo: Através do binóculo da escala de 6400, observou se um objecto num ângulo de


1-60. Deduza o ângulo na escala de 6000.
160.15 = 150 div. Milésimas =1-50.
16
Pode se realizar medição de ângulos, distância até tamanho do objecto dentro do tanque
usando alça, aparelho de observação do comandante e aparelho de medição de ângulos
montado na torrinha. Fora do tanque pode-se usar binóculos e outros dispositivos
0-24

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 27


Não classificado

semelhantes, mão ou outros objectos.

- Punho = 0-50
- dedos = 0-20, 0-30, 0-40.
- lápis = 0-12

APARELHOS DE PONTARIA, OBSERVAÇÃO E ORIENTAÇÃO

I. INTRODUÇÃO

Chama-se sistemas de tiro aos sistemas vocacionados para o tiro directo, isto é, utilizam
os aparelhos de pontaria de visão directa. Se existir mais do que um, o mais preciso será o
principal e o outro será o secundário.
Os restantes tipos de tiro são executados com os equipamentos auxiliares de tiro. esses
tipos de tiro são o mascarado, o referenciado e o indirecto.

No tiro directo o apontador vê e aponta directamente ao alvo, através do aparelho de


pontaria, no tiro mascarado o alvo não é visto através do aparelho de pontaria, mas um
dos elementos da tripulação consegue-o ver e conduzir o tiro até ele.

O tiro referenciado é realizado em condições de visibilidade reduzidas. Nele escolhe-se


um ponto de referência perfeitamente visível e a partir dele calcula-se os ângulos de
direcção e de elevação da torre para o alvo, lançando-os numa carta de tiro.

No tiro indirecto o alvo não é visto pelo apontador, sendo o tiro conduzido por um
observador colocado a grandes distâncias do CC e nas proximidades desse alvo. Este tiro
só é realizado excepcionalmente pelos CC.

O sistema principal de tiro mais comum é


constituído pelos seguintes elementos:
 Telémetro
 Periscópio do Apontador
 Guia Balístico
 Calculador balístico ou Computador
de Tiro.

Até aos anos 30 utilizava-se lunetas


telescópicas e periscópios para se observar

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 28


Não classificado

os alvos, estimando-se as distâncias a que aqueles se encontravam unicamente através da


observação.
O problema fundamental é a determinação, com a máxima precisão, da distância a que se
encontra o alvo.
O aparelho mais simples para se conseguir isso é o retículo estadimétrico. Este método
pressupõe o conhecimento do equipamento do inimigo e das suas dimensões. Geralmente
este retículo está colocado na luneta periscópio do chefe de carro. A luneta aqui
representada pertence ao CC LEOPARD 1 e o retículo ao CC T-62. Para além desses CC
também o T 54/55 e o LEOPARD 2 utilizaram este sistema. Ainda hoje se utiliza este
sistema mas como recurso em virtude da sua precisão ser fraca.

Na década de 60 foram construídos os primeiros telémetros a laser. Este Tipo de


periscópio foi montado, nos anos 70 no M551 e no CC M60A2. A emissão laser era
conseguida fazendo passar um raio de luz através de um rubi rosa.

Actualmente funcionam acoplados a um pequeno computador que mede o tempo de


emissão-recepção do sinal, transformando esse tempo em distância CC ao alvo e dando,
de imediato, o ângulo de supra elevação a introduzir no sistema de tiro. Tem como
grande vantagem, proporcionar erros mínimos da ordem dos, mais ou menos, 20 metros
com alvos a 10 km, sendo 90% dos erros inferiores a, mais ou menos, 10 metros.

Como grande inconveniente apresenta os factos de serem detectáveis se os CC inimigos


tiverem dispositivos de detecção de radiação, de poderem ser perigosos para a vista
humana, e de poderem ser reflectidos na nuvens de pó ou fumo, produzindo falsos ecos.

Os aparelhos de pontaria, observação e orientação do T-55 são destinados para garantir o


tiro certeiro e a manobrabilidade do tanque.

II. APARELHO DE PONTARIA DIÚRNA - ALÇA TSH2B-32 (ТШ2Б-32)

Os aparelhos de pontaria, observação e orientação do T-55 são destinados para garantir o


tiro certeiro e a manobrabilidade do tanque.

A Alça Tsh2B-22 serve para realizar a pontaria do Canhão e metralhadora coaxial PKT.
Ela é um sistema óptico – telescópico com ampliação mutável. No seu campo visual
encontram se as seguintes escalas:
 Escala „OФ” - Tiro com munição Estilhaçado.
Пoлн

 Escala „Бр” - Tiro com munição Perfurante.


412Б

 Escala „ГТ” – Tiro com metralhadora PKT.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 29


Não classificado

 Escala „Т” – Tiro com munição Perfurante Acumulativa.


БК
As escalas estão enumeradas 1, 2, 4, 6…; significando a distância em metros, isto é, cada
algarismo tem a correspondência de centenas.
Por exemplo: 2 corresponde a distância de 200m.

Dento do campo de visão da alça existe também uma outra escala denominada por escala
de pontaria de longo alcance para os alvos com uma altura até 2,7m.

10
14
18 22
26
30

III. CONSTITUIÇÃO DA ALÇA TSH2B-22 (TSH2B-32)

Protector ocular
Protector Superior
Ocular
Filtro da luz
Lentas retrovisores de x 7
Lentas retrovisores de x 3, 5
Quatro Espelhos retrovisores

Condensador
Escala da alça
Objectiva

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Não classificado

Aquecedor
Vidro da segurança

PROTECÇÃO
I. INTRODUÇÃO
A protecção de um carro de combate é a combinação das suas aptidões para evitar a
detecção, evitar de ser batido pelo fogo inimigo, resistir aos efeitos do fogo inimigo e de
suportar os danos sofridos, de modo a poder continuar a sua missão, ou ao menos
permitir a sobrevivência da sua tripulação.

A protecção dos CC pode ser classificada em:


 Directa – consequência da própria blindagem;

 Indirecta – resultante do aperfeiçoamento e redução da silhueta, da camuflagem,


do emprego de fumos, de contra medidas electrónicas e da mobilidade.

– Medidas Passivas:
• Blindagem
• Camuflagem
• Redução das Vulnerabilidades
- Medidas Activas:
• Fumos
• Contra -Medidas Electrónicas
• Mobilidade (Agilidade do CC)

II. BLINDAGEM

A blindagem destina-se a proteger o carro e respectiva tripulação contra:


• Ameaças Anti-carro (ACar) – granadas e munições convencionais
(perfurantes ou explosivas), mísseis, bombas de avião e minas anti-carro

• Ameaças Gerais – munições ligeiras, estilhaços de granadas de artilharia


e de morteiros, granadas ou bombas não especificamente anti-carro.

• Adicionalmente, também poderá conferir protecção anti-aNBQ - efeito de


choque das armas nucleares, as radiações, e quando vedado e auxiliado
por outros meios, contra agentes químicos persistentes.
Todavia;
– A blindagem reduz a mobilidade pelo aumento de peso que dá ao carro.
– Mas também permite maior agilidade debaixo do fogo inimigo, pela protecção
que confere.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 31


Não classificado

– A agilidade influi na protecção do CC em situações de movimento, já que lhe


permite manobrar sob fogo inimigo, reduzindo a sua eficácia, ao mesmo tempo
que se coloca em posição de o bater também pelo fogo.

A protecção que a blindagem oferece depende essencialmente dos seguintes factores:


 Natureza dos materiais empregues;
 Espessura dos materiais;
 Forma (desenho) aplicada.

1. Características de blindagens:

• Dureza – a blindagem deve ser rija e firme para resistir e rechaçar ou


destruir os projécteis.

• Tenacidade – resistência à perfuração e outras lesões como fracturas e


desagregações.

• Ductibilidade – maleabilidade e flexibilidade

• Resistência – aptidão para suportar os esforços a que está submetida a


blindagem como conjunto estrutural do carro em condições de serviço.

2. Materiais mais usuais na composição de blindagens:

• Aço vulgar, ou ligas diversas (aço, níquel e tungsténio) tratadas.

• O titânio tem maior dureza e menor peso que o aço, mas por ser muito caro, quase
não tem sido utilizado. Em contrapartida, o urânio empobrecido tem-se tornado
numa opção cada vez mais frequente em combinações com outros materiais.

• O alumínio oferece reduzido peso específico, resistência à corrosão e boas


propriedades balísticas.

• Placas de cerâmica dura envoltas em resinas, plásticos reforçados com fibra de


vidro, e outros materiais isolantes intercalados com ligas de aço, são usados em
blindagens compostas.

3. Tipos de blindagens metálicas:

 Homogénea - Composta por aço


normal ou por liga (aço, níquel,
molibdénio, vanádio, tungsténio)
homogénea . Tem certa tendência a
rachar perante impactos directos e
repetidos. A dureza, que requer,

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 32


Não classificado

obtêm-se sacrificando a tenacidade e a ductilidade. Pode soldar-se e reparar-se em


campanha.
Está obsoleta face aos modernos projécteis, tanto de energia cinética como
química.

 Blindagem com Exterior Endurecida - Também chamada de blindagem


“cimentada”. Utiliza um tipo de liga muito semelhante à homogénea.
É obtida através do aquecimento de
uma peça metálica em contacto com
um cimento (cimentação), a fim de
lhe conferir a superfície exterior
endurecida e compacta, sendo a
restante, resistente e tenaz. Em
relação à homogénea, resiste melhor
aos impactos dos projecteis
perfurantes e aos repetidos. Porém
quando perfurada produz estilhaços
muito perigosos para a tripulação.

 Blindagem Fundida – Consta de uma liga de aço tratada termicamente para


melhorar as suas características mecânicas.
Pode ser homogénea ou ter a
superfície exterior endurecida. Pela
fundição obtêm-se formas adequadas
para impedir penetrações.
São muito eficazes contra projecteis
perfurantes.
 Blindagem Espaçada -
Blindagem com camadas de
metal espaçadas entre si e
dispostas em forma angular.
Os projécteis sólidos, ao terminar a
penetração de cada camada, tendem
a perder velocidade e direcção e a
deformar-se ou desintegrar-se. Os
projécteis de energia química
também perdem a sua eficácia, ao detonarem prematuramente numa
camada exterior. Largamente usada
pelos alemães, no início da 2ª Guerra Mundial.

 Blindagem Composta - Blindagem de camadas paralelas de diversos materiais,


como sejam metais, plásticos, cerâmicas, resinas, ou ar. Embora mais leves que as
homogéneas, ocupam mais espaço, excepto se utilizarem materiais que, tornam,
contudo o seu custo proibitivo.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 33


Não classificado

O T-64 soviético terá sido o primeiro CC a utilizar uma blindagem composta por
camadas de plástico reforçado por fibra de vidro, intercaladas com outras de aço.
Posteriormente, os soviéticos introduziram camadas de uma cerâmica extra dura
(carboneto de boro).

 Blindagem Composta - Nos anos 70, britânicos introduziram no CHIEFTAIN


MK5 uma blindagem chamada de CHOBHAM composta, por camadas sucessivas
da aço, de material cerâmico e de ligas metálicas leves, servindo estas de material
de absorção. Esta blindagem seria três vezes mais eficaz contra cargas ocas que a
correspondente de aço, do mesmo peso. Contra projécteis perfurantes não é tão
eficaz. Diversos tipos de blindagens compostas têm sido desenvolvidas e
aplicadas nos CC topo de gama actuais (CHALLENGER, LEOPARD2,
LECLERC, T-90, MERKAVA, etc.).
4. Forma e Espessura

• A espessura da blindagem está distribuída em função da hipóteses mais prováveis


e perigosas da actuação do adversário.
• As espessuras são máximas nas partes onde a probabilidade de receber impactos
é maior – frente da torre e casco – e diminuem nas partes laterais do casco e da
torre e são ainda menores nas partes superiores e fundo do casco.
• Os CC foram concebidos para combater frontalmente, por serem essencialmente
armas ofensivas. Daí que a tripulação tendem a ter os CC, especialmente as
respectivas torres, orientados na direcção de ataque do inimigo mais provável.
• O fundo do casco é concebido para tentar resistir/minimizar os efeitos das minas
anti-carros.
• A parte superior é a mais vulnerável, especialmente às ameaças aéreas, da qual o
CC se defende com medidas evasivas.
• A resistência aos impactos directos é aumentada dispondo as blindagens das
partes mais expostas em planos inclinados ou em superfícies arredondadas.
Grandes ângulos de inclinação favorecem os ricochetes e aumentam a espessura
frontal aos impactos. Tal facto contribuiu, por exemplo, para a elevada
performance do CC T-34 soviético na II GG.

• Alguns carros, com a finalidade de provocar


a explosão dos projecteis de carga oca ou de
plástico, para afectar minimamente os trens
de rodagem, utilizam abas, saias ou fraldões
metálicos, protegendo os bordos do casco,
que podem ser removíveis para efectuar
acções de manutenção.

• Protecção contra Radiações - A atenuação


de raios gamas e a diminuição de neutrões é

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 34


Não classificado

afectada pelo tempo a seguir a uma explosão nuclear e pelos materiais que
atravessa.

A tabela a seguir mostra como materiais diferentes protegem da radiação.

Densidade Metade do valor da espessura


Material (g/cm3) (cm)
Radiação Radiação
inicial residual
Aço 7,8 3,8 1,8
Cimento 2,3 15,2 5,6
Terra 1,62 19,0 8,4
Madeira 0,55 58,4 21,4

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 35


38 mm de aço faz descer o nível de radiação para metade; 76 mm para um quarto e 114
mm para um oitavo.

5. Outras Blindagens

 Blindagem Reactiva Explosiva [Explosive Reactive Armor (ERA)]


É tipo de blindagem que reage ao impacto de um projéctil, de modo a reduzir os
danos por ele causados.

Blindagem Reactiva Explosiva (ERA) e Blindagem Reactiva Explosiva Auto-limitada


(SLERA) – são limitativas para acções de armas combinadas.

 Blindagem Reactiva Não Energética (NERA) e Blindagem Reactiva Não-


Explosiva (NxRA) - Utiliza camadas não explosivas cobertas com forros de
outros materiais (borracha) para fazer deflectir a placa no momento da penetração,
aumentando o percurso a percorrer pelo projéctil ou fogo explosivo.

 Blindagem Reactiva Eléctrica - Em desenvolvimento. Composta de duas ou mais


placas condutoras separadas por espaçamento ou material isolante, criando um
condensador de elevada potência, alimentado por alta tensão. Quando um projéctil
penetra as placas, fecha o circuito, e descarrega o condensador, despejando a
elevada energia ao projéctil, que o pode vaporizar ou transformar em plasma,
difundindo significativamente o ataque.

 Grelhas de Protecção - Uma forma de proteger um CC contra projécteis de carga


oca e mísseis, é dotá-lo com uma blindagem adicional e circundar-lhe parte do
casco ou torre com grelhas ou correntes de protecção

 Protecção Contra Explosão E Incêndio - Para evitar explosões ou incêndios nos


CC, compartimenta-se a armazenagem das munições e do combustível. Nos
carros modernos, as munições estão em caixas blindados, ou em compartimentos
dotados de portas especiais para os isolar da guarnição. Por exemplo, o Merkava,
transporta a maioria das munições no bojo da torre ou fora desta.

Os modernos sistemas de extinção de fogos, actuam por sensores que reagem


automaticamente ao calor detectando qualquer indício de incêndio, no espaço de 3
a 6 milionésimos de segundo, apagando-o num segundo, através de poderoso
extintores.

• Protecção Anti-Minas - Para minimizar os riscos impostos pelas minas anti-


carro, há muito que se utilizam dispositivos do tipo arado e cilindros, agregados
aos CC, para abertura expedita de brechas em campos minados.

 Camuflagem - A camuflagem é fundamental no campo de batalha

• Utilização de Fumos - A utilização de cortinas de fumos é outra forma de


aumentar a sobrevivência no campo de batalha. Actualmente, a maioria do CC
modernos vem equipada com lançadores de potes de fumos. Os CC com motores
diesel também podem gerar fumos, pela combustão de gasóleo nos injectores.
Não classificado

 Contra Medidas Electrónicas - O T-90 é equipado com o sistema CME Shtora-1


(cortina). Este sistema inclui um empastelador de infravermelhos, um detector de
lasers com 4 receptores, e um sistema de lançamento de granadas que produz uma
nuvem de shaff. O sistema de alerta laser adverte tripulação quando o CC é
adquirido por um laser de orientação inimiga. O empastelador electro-óptico
anula o comando semi-automático de mísseis guiados em linha de vista
(SACLOS), telémetros-laser, e designadores de alvos laser.

 Redução da Vulnerabilidade –
- Supressão do lugar do metralhadora da proa, obtendo-se pela fundição uma
forma ovóide do casco.
- Flancos do casco menos verticais.
- Condutor numa posição recostado, para abaixamento e inclinação do casco .
- Suspensão hidropneumático que permite reduzir a silhueta.
- Desaparecimento do cofre de munições debaixo do cesto da torre.
- Motores mais compactos ocupando menos volume, ou à frente.
- Torres arredondadas, boleadas, inclinadas e de menores silhuetas.
- Compartimentos de combate mais exíguos. Nalguns casos até com sacrifício do
conforto das guarnições.
- Redução da altura dos membros de guarnição.
- Limitação dos ângulos de inclinação da peça para tornar as torres menores.
- Carro desprovido de torre

 Silhueta da Torre (Novas tendências)


 Torre «Rachada»
 Torre tipo pedestal
 Peça Montada Externamente
 Perfil frontal reduzido
 Carros sem torre

ESTABILIZADOR
I. INTRODUÇÃO
Ao longo de todas estas sessões temos visto que, cada vez mais, um carro imobilizado, no
campo de batalha, é um alvo fácil. Impunha-se, assim, reduzir ou até, se possível, anular
os períodos de tempo em que um CC se encontre imobilizado para municiar, apontar,
disparar, determinar o grau de eficácia do seu tiro, determinar, se necessário, os factores
de correcção, introduzi-los, e disparar novamente.

Se o sistema automático de carregamento veio aumentar a rapidez de resposta de um CC


resolvendo o problema da demora nas operações de carregamento, tornava-se necessário
encontrar formas que possam resolver a demora de tempo que levam aquelas restantes
operações e permitissem o tiro em movimento.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 38


Não classificado

Esses sistemas permitiriam, reduzir vulnerabilidades que poderiam ser nefastas para um
CC.

O problema resumia-se ao seguinte: impedir ou no mínimo reduzir o mais possível a


transmissão de movimentos do corpo ao canhão, em especial quando o CC se desloca em
terreno acidentado. Inicialmente a estabilização apareceu somente em plano vertical,
tendo-se utilizado o argumento que os movimentos em direcção eram pouco frequentes e
de menor amplitude.

O T-54 utilizava um sistema deste tipo. Também, os EUA no fim da 2ª GGM possuía um
CC com este tipo de sistema: o M3.

1. FINALIDADE

 Reduzir ou anular os tempos de paragem de um CC durante a preparação e a


execução do Tiro.

2. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

 A estabilização é conferida pela acção de giroscópios que minimizam os


movimentos transmitidos pelo corpo ao canhão, anulando a diferença entre a
inclinação conferida por tais movimentos e a direcção que foi introduzida
inicialmente no sistema principal de tiro.

a. Estabilização da 1ª Geração - Os sistemas mais simples e que inicialmente


surgiram e permitiram a estabilização somente em elevação (vertical). É claro que
essa estabilização limitava-se a manter a direcção inicialmente introduzida no
sistema principal de tiro não executando qualquer rectificação à pontaria que
permitisse seguir o CC para onde ele fosse.

b. Estabilização da 2ª Geração - Uma das grandes limitações dos sistemas de


estabilização da 2ª geração é que o terreno por onde passa o CC provoca movimentos
violentos e bruscos do corpo, nisto, a resposta dada pelo sistema de estabilização é lento
o que dificulta a aquisição e identificação dos alvos por parte dos apontadores.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 39


Não classificado

c. Estabilização da 3ª Geração - Para minimizar este problema, o sistema de pontaria


passaram a ser estabilizados independentemente do sistema de tiro. assim, foram
montados dois giroscópios no periscópio do apontador, por forma a estabilizar o prisma
da cabeça do periscópio tanto em elevação como em direcção. Este sistema confere erros
da ordem de 0,2 milésimo, tanto em direcção como em elevação o que corresponde a um
desvio 20 centímetros por quilómetro. A Suécia e a Inglaterra desenvolveram sistemas
que só estabilizavam a alça. Este sistema bastante simples, permitia ser adaptado aos CC
em que os sistemas ópticos se encontravam solidários à peça. tinham. contudo, a
desvantagem de não permitir a estabilização do campo de observação, dificultando a
aquisição e identificação dos alvos.

O sistema de Estabilização da 3a Geração (Director Type System) permite:

* Aumentar a qualidade da imagem.


* A aquisição e identificação de alvos mais rapidamente e a maiores distâncias.
* Seguir os alvos com maior eficácia e aumento da probabilidade de impacto.
* Maior eficácia.
* Impedir o disparo se o desvio da posição da peça em relação à linha de mira for
superior a determinado valor.
* Subordina a estabilização do canhão à linha de mira.

d. Os sistemas de estabilização actuais estão diferenciados:


* No que respeita aos sistemas ópticos, isto é, existe um sistema para o plano horizontal
e outro para o plano vertical.
* Permitem a compensação dos desvios à pontaria resultantes dos movimentos de
translação do CC em relação ao alvo. O apontador só tem que corrigir a pontaria e seguir
o alvo se este estiver em movimento.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 40


Não classificado

* Possuem sensores que captam a radiação emitida pelo CC e reflectida no alvo, e


possuem, ainda, vários componentes digitais.

II. ESTABILIZADOR DO CANHÃO DO CC T-55 – CTP-2 (СТП-2)

O Estabilizador CTP-2 serve para aumentar a precisão do tiro do tanque realizado em


movimento. Nele engloba a estabilização do plano Vertical e Horizontal.
O CTP-2 apresenta um sistema electro- hidráulico garantindo as seguintes funções:

 Sustentação automática do canhão e metralhadora coaxial na posição traseira em


planos vertical e horizontal;

 Movimentação suave do canhão e metralhadora coaxial nos planos vertical e


horizontal;

 Indicação do alvo pelo comandante através de movimentação independente da


torre.
A movimentação da torre pode ser efectuada por estabilização assim como em regime
semi-automático.
O CTP-2 pode trabalhar continuamente durante 4 horas de tempo e a garantia de
exploração é de 250 horas.
O CTP-2 é alimentado pela corrente eléctrica da rede interna do tanque de 22 – 29V.

1. Partes principais do estabilizador.


 Bloco giroscópico – Serve para alojar os aparelhos giroscópicos que têm
como função, medição de ângulos e velocidades angulares de inclinação
do canhão nos planos vertical ou horizontal numa dada posição de
estabilização.

Bloco de amplificadores electrónicos – Serve para amplificar os sinais


electrónicos que garantem a movimentação do canhão no plano vertical e
horizontal.

 Transformador - Serve para alimentar elementos do sistema com uma


corrente eléctrica de 36V e uma frequência de 400 Hz.

 Amplificador hidráulico – Serve para comprimir o óleo de trabalho do


cilindro executor dando lhe diferentes pressões, proporcionalmente ao
sinal eléctrico induzido.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 41


Não classificado

 Cilindro executor – Serve para manter o canhão na definida posição


estabilizada, medição de ângulos de elevação e a sua fixação hidráulica na
torre.

 Amplificador electromotor – Serve para amplificar o sinal eléctrico


necessário para o trabalho de Motor Executor.

 Motor executor – Serve para movimentação da torre.

 Punho do manejo – Serve para manejar o sistema de estabilização do canhão


e torre, assim como providenciar o disparo eléctrico.

 Limitador de ângulos – Serve para abrir e fechar a corrente eléctrica


durante a movimentação vertical do canhão.

 Aparelho de auto bloqueamento – Serve para interromper a corrente


eléctrica durante o municionamento, retrocesso do canhão e
movimentação vertical e horizontal.

 Caixa de redistribuição – Serve para alojar os elementos reguladores de


disparo e estabilizador.

 Depósito de repleção – Serve para compensar as temperaturas de óleo,


filtrar e reabastecimento do Amplificador hidráulico e Cilindro executor.

 Complexo hidro e electromontagem .– Serve para conectar os cabos da rede


eléctrica.

Aparelho e mecanismo de indicação do alvo – Usado particularmente pelo


comandante para indicação dos alvos no campo da batalha.

DEVERES DA TRIPULAÇÃO DO TANQUE


1. Deveres Gerais

Todos os elementos da Tripulação auxiliam o chefe CC na:


* Aquisição de alvos
* Observação e apreciação de tiro

• Todos devem estar familiarizados com as tarefas dos restantes.

 Trabalho eficaz da Tripulação é fundamental para rapidez de


execução e precisão de tiro.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 42


Não classificado

2. Deveres Individuais.

 Chefe CC – Controla o movimento e o tiro de CC, através das suas acções e


ordens.

 Apontador – Faz fogo e ajusta o tiro da peça e da metralhadora coaxial. É


primariamente responsável pela manutenção da torre.

 Municiador – Selecciona e carrega a munição indicada no canal do canhão. É


primariamente responsável pela manutenção da peça, da metralhadora coaxial e
das munições.

 Condutor mecânico – Conduz o CC no campo de batalha, salvaguardando o


pessoal e o material. É primariamente responsável pelo sistema motriz.

3. Procedimentos do Chefe CC

 Para além das vozes de comando, o chefe CC executa as tarefas específicas sobre
os componentes que estão à sua disposição para a execução de tiro.
 Adquirir o alvo
 Colocar a peça na direcção geral do alvo
 Determinar a distância ao alvo
 Dar a voz de fogo
 Observar e ajustar o tiro
 Mandar cessar fogo após destruição do alvo
 Fazer fogo e ajustar o tiro da sua posição, se o apontador não conseguir
identificar o alvo
 “Fazer fogo com a sua metralhadora”
 “Descarregar, resolver interrupções de tiro e pequenas avarias na sua
metralhadora”.

4. Procedimentos do apontador

 Executa, à voz de comando do chefe CC, e as tarefas específicas sobre os


componentes que estão à sua disposição para a execução de tiro.

 Ligar os interruptores necessários


 Introduzir manualmente dados balísticos ou outros, em caso de avaria do
sistema principal de tiro
 Identificar o alvo, utilizando os vários sistemas de visão
 Apontar correctamente
 Fazer fogo e ajustar o tiro se necessário
 Usar os equipamentos auxiliares de tiro e cartas de tiro, quando em tiro
indirecto.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 43


Não classificado

5. Procedimentos do municiador

 Executa, à voz de comando do chefe CC e as tarefas específicas sobre os


componentes que estão à sua disposição para a execução de tiro.

 Colocação e arrumação das munições

 Municiar a peça e verificar a liberdade de recuo

 Aplicar os procedimentos correctos para falhas de disparo da peça

 Municiar a metralhadora coaxial

 Resolver interrupções de tiro e pequenas avarias da metralhadora coaxial


6. Procedimentos do condutor mecânico

 Executa, à voz de comando do chefe CC, as tarefas específicas sobre os


componentes que estão à sua disposição para a execução de tiro.

 Procurar, permanentemente, itinerários e posições de tiro que forneçam a


máxima protecção dos fogos inimigo.

 Manter um movimento regular que permita o tiro em movimento,

 Parar suavemente à voz de paragem.

PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE ALVOS

1. Generalidade
O campo de batalha moderno exige que as tripulações dos CC se movimentem e se
empenhem com rapidez, espontaneidade e concisas;
O ritmo das operações leva as tripulações de CC se confrontem com cenários irregulares,
em constante e imprevisível mudança, onde potenciais ameaças se misturam com forças e
veículos amigos ou neutrais (civis);
A sobrevivência e eficiência dos CC no campo de batalha depende da eficiência das
guarnições na imediata aquisição das ameaças como alvos, da sua antecipação no
empenhamento pelo fogo e da eficácia na sua destruição;

2. Definição
Aquisição de alvos é série de acções progressivas e interdependentes, pelas quais uma
tripulação de CC adquire alvos inimigos, com vista à sua destruição ou neutralização
através de:
 Observação/Pesquisa;

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 44


Não classificado

 Detecção;
 Localização;
 Identificação;
 Classificação;
 Confirmação.

a. Observação/pesquisa de alvos
 Acto de observar ou monitorizar cautelosamente o campo da batalha,
usando técnicas de vigilância e observação, em sectores de observação,
para adquirir alvos;

 Sectores de responsabilidade são áreas atribuídas a cada membro da


guarnição, para a procura e aquisição de alvos, cobrindo no seu somatório
360o;
 Os sectores variam em função da orientação da torre, excepto o do
condutor;
 Vigilância aérea é primariamente do municiador;

 Com escotilhas fechadas o sector do chefe CC passa para 360o incluindo


também a vigilância aérea.

3. Protecção na Pesquisa de Alvos

Carro desenfiado

Torre desenfiada

Casco desenfiado

Sempre que possível o chefe de carro e o municiador devem manter as suas escotilhas
abertas, permitindo uma melhor observação para adquirirem alvos:

 Contacto improvável – escotilhas abertas;


 Contacto provável – escotilha do condutor fechada;

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 45


Não classificado

 Contacto estabelecido – escotilhas fechadas.

-A observação inicial deve ser feita à vista desarmada, se possível, e só depois com o
auxílio de um sistema óptico (binóculos, periscópio, alça) ou outros;

-Os aparelhos de pontaria são necessários para adquirir alvos a grandes distâncias;

-Os aparelhos da visão nocturna possibilitam a aquisição de alvos à noite.]

4. Classificação dos alvos

a. Mais Perigoso – Tem possibilidade de nos destruir e parece preparar-se para fazer
fogo.

b. Perigoso – Tem possibilidade de nos destruir mas não parece estar a ver-nos.

c. Menos Perigoso – Não tem possibilidade de nos destruir mas pode comunicar a nossa
presença.
 Quando se apresentam vários alvos simultaneamente, devem ser batidos pela
ordem indicada (o mais perigoso primeiro);
 
 Quando estiverem mais de um alvo da mesma classificação,
deve ser batido primeiro o que estiver mais próximo.

5. INDÍCIOS DE ALVOS

A maioria das armas e viaturas apresentam indícios, resultantes da sua configuração ou


do ambiente em que são empregues:

a. Indícios de tropas:

Abrigos/trincheiras; Vegetação quebrada; pegadas; Fogos,


brilhos e luzes, lixos, sons de armas ligeiras.

b. Indícios de viaturas de lagartas:

Rastos de lagartas; ruídos de motores; fumos de


exaustores; nuvens de pó; clarão e fumos de bocas de
fogo; assinatura térmica.

c. Indícios de viaturas de armas ACar:

Ruídos característicos de lançamento de mísseis e de


granadas-foguete; fios de disparos anteriores de mísseis;
tropas com tubos lançadores; assinatura térmica.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 46


Não classificado

d. Indícios de artilharia:

Ruídos; viaturas de munições; posições preparadas e observadores


avançados.

e. Indícios de meios aéreos:

Ruídos; brilhos; fumos; observadores avançados.

 Os alvos potenciais devem ser identificados antes de serem batidos;

 A decisão, de qual arma e munição mais apropriadas para garantir a destruição do


alvo potencial, é tomada em função da sua identificação;

 Qualquer elemento da Tripulação deve ser capaz de reconhecer os materiais e


equipamentos, quer sejam nossos, de tropas amigas ou do inimigo.

DEVERES DA TRIPULAÇÃO DO TANQUE

1. Deveres Gerais

Todos os elementos da Tripulação auxiliam o chefe CC na:


* Aquisição de alvos
* Observação e apreciação de tiro
• Todos devem estar familiarizados com as tarefas dos restantes.

 Trabalho eficaz da Tripulação é fundamental para rapidez de


execução e precisão de tiro.

2. Deveres Individuais.

 Chefe CC – Controla o movimento e o tiro de CC, através das suas acções e


ordens.

 Apontador – Faz fogo e ajusta o tiro da peça e da metralhadora coaxial. É


primariamente responsável pela manutenção da torre.

 Municiador – Selecciona e carrega a munição indicada no canal do canhão. É


primariamente responsável pela manutenção da peça, da metralhadora coaxial e
das munições.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 47


Não classificado

 Condutor mecânico – Conduz o CC no campo de batalha, salvaguardando o


pessoal e o material. É primariamente responsável pelo sistema motriz.

3. Procedimentos do Chefe CC

 Para além das vozes de comando, o chefe CC executa as tarefas específicas sobre
os componentes que estão à sua disposição para a execução de tiro.
 Adquirir o alvo
 Colocar a peça na direcção geral do alvo
 Determinar a distância ao alvo
 Dar a voz de fogo
 Observar e ajustar o tiro
 Mandar cessar fogo após destruição do alvo
 Fazer fogo e ajustar o tiro da sua posição, se o apontador não conseguir
identificar o alvo
 “Fazer fogo com a sua metralhadora”
 “Descarregar, resolver interrupções de tiro e pequenas avarias na sua
metralhadora”.

4. Procedimentos do apontador

 Executa, à voz de comando do chefe CC, e as tarefas específicas sobre os


componentes que estão à sua disposição para a execução de tiro.

 Ligar os interruptores necessários


 Introduzir manualmente dados balísticos ou outros, em caso de avaria do
sistema principal de tiro
 Identificar o alvo, utilizando os vários sistemas de visão
 Apontar correctamente
 Fazer fogo e ajustar o tiro se necessário
 Usar os equipamentos auxiliares de tiro e cartas de tiro, quando em tiro
indirecto.

5. Procedimentos do municiador

 Executa, à voz de comando do chefe CC e as tarefas específicas sobre os


componentes que estão à sua disposição para a execução de tiro.

 Colocação e arrumação das munições

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Não classificado

 Municiar a peça e verificar a liberdade de recuo

 Aplicar os procedimentos correctos para falhas de disparo da peça

 Municiar a metralhadora coaxial

 Resolver interrupções de tiro e pequenas avarias da metralhadora coaxial

6. Procedimentos do condutor mecânico

 Executa, à voz de comando do chefe CC, as tarefas específicas sobre os


componentes que estão à sua disposição para a execução de tiro.

 Procurar, permanentemente, itinerários e posições de tiro que forneçam a


máxima protecção dos fogos inimigo.

 Manter um movimento regular que permita o tiro em movimento,

 Parar suavemente à voz de paragem.

PREPARAÇÃO DO TANQUE PARA O TIRO

I. GENERALIDADE
Preparação do Tanque para o tiro prático ou combate, consiste em realização de várias
actividades com objectivo de assegurar a prontidão combativa da tripulação assim como
o veículo e armamento. Porém, preparação técnica e psico-moral do pessoal ou tripulação
é um elemento essencial na execução dessas actividades.
Nisto, a preparação do tanque para o tiro, inclui:
 Preparação do armamento
 Preparação da automotora

A preparação do sistema do armas e Tiro está relacionada com a verificação geral do


estado técnico do tanque e armamento, isto é, sistemas e seus agregados, alça e aparelhos
de observação (prismas), e sistema de estabilização.
As Actividades realizadas durante a preparação do Tanque para o Tiro:

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Não classificado

 Verificação generalizada do funcionamento dos sistemas, agregados e


mecanismos do tanque;
 Repleção dos sistemas de alimentação e arrefecimento; ar e lubrificantes.
 O completamento dos acessórios.
 Regulação dos mecanismos de condução e sistemas de tracção, admitindo que
numa recta, na distância de 100m, o tanque tenha desvio até 2 metros;
 A quantidade das sapatas das duas lagartas deve ser igual;
 Baterias Acumuladores com uma voltagem de 24 a 26v;
 Garantir a iluminação;
 Os assentos devem estar bem ajustados.

Outras actividades:
 Verificação do estado técnico do armamento, munições, aparelhos de observação
e pontaria e estabilizador.
 Ajustamento de alça e armamento.

II. Ajustamento de Alça e Armamento


Ajustamento da alça e armamento é o estabelecimento da relação entre a linha de pontaria
dos instrumentos de controlo de tiro e o eixo do armamento para uma dada distância.

Controlo da alça
 Determina-se o ponto da pontaria (no alvo).
 Coloca-se o tanque no plano horizontal (inclinação lateral ate 2o );
 Coloca-se na boca do canhão a linha preta de forma cruzada;
 No lugar da agulha de percussão, coloca-se o aparelho TBT-57 ou PPL-1;
 Direcciona-se o cano ao alvo (1,5mx1,5m), na distância de 1000m.
 Coloca se a linha de ajustamento da distâncias da alça na escala zero.
 Se o ponto da pontaria observado através da alça coincide com o da pontaria visto
através do canal do canhão, termina se o reajuste.
 Se não coincidir, através do mecanismo de medição dos ângulos e das correcções
laterais, regula se até adquirir o mesmo ponto.

Tiro de controlo (regulação) da metralhadora PKT

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Não classificado

 Tiro de Controlo (regulação) se executa com munições do mesmo tipo;


 A velocidade do vento até 5m/s;
 A distância a partir da boca da metralhadora até ao alvo de controlo 100 +/-0,5m;
 Realiza-se 10 tiros a rajada;
Requisitos:
 O centro da dispersão de tiros no alvo de controlo 11x13cm deve formar ângulo
recto;
 8 dos tiros realizados devem formar o ângulo recto 14x16cm com o centro do
ângulo recto deve estar no centro de dispersão de tiro;
Se a dispersão estiver a cima do normal:
 Muda-se o cano;
 Leva-se a metralhadora para a oficina.
Se a dispersão é normal em relação ao centro de dispersão, então regula-se a
posição da metralhadora; para baixo desapertando a porca de baixo e aperta-se
a porca de cima.

Tiro de controlo(Regulação) da Metralhadora Anti-Aérea (DSHKM)

 Coloca-se o tanque no plano horizontal;


 Na distância de 100m a partir da boca arma, coloca o alvo com as medidas 1x1m;
 Antecipadamente a metralhadora é colocada na escala 400m (ou 4);
 Com aparelho de pontaria realiza 8 tiros não automático (tiro a tiro);
Requisitos:
 Dos 8 tiros disparados, 6 devem atingir o alvo, se assim for, a metralhadora está
preparada para o combate;
 Se for ao contrário regula-se através do aperto e desaperto das ranhuras.

INDICAÇÃO DOS ALVOS E ORDEM DO COMANDO .

INDICAÇÃO DE ALVOS
No tanque a indicação de alvos executada através de:
 Ponto de referência pré seleccionadas ou objectos naturais;
 Direccionar do canhão ao objectivo;
 Através do azimute;
 Através de balas tracejantes.

INDICAÇÃO DE ALVOS ENTRE TANQUES


 Pontos de referência ou objectos naturais;
 Balas incendiárias tracejantes;
 Pistolas de sinalização;
 Através do mapa ou coordenadas.

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Não classificado

Na indicação dos alvos inclui:


 Direcção ou sentido do movimento do alvos;
 Nome do objectivo;
 A distância até ao alvos em metros.

Ordens de combate
Ordens de combate inclui:
Tipo de arma, carga e projéctil;
Indicação do objectivo;
Modalidade do tiro;
Comando de execução (normalmente é “Fogo!”);
Exemplo de ordem de combate para destruir alvos blindados:
Perfurante! [municiador carrega o canhão com projéctil perfurante e declara
a prontidão (perfurante pronto!)].
Ponto de referência 20 tanque, 1500m, em movimento” fogo!”

REGRA DE TIRO DE LUGAR CONTRA OBJECTIVO EM MOVIMENTO


1. Possibilidades do movimento do objectivo
Objectivo se aproxima frontalmente;
Objectivo se afasta frontalmente;
Objectivo se aproxima ou afasta obliquamente.

Determinação dos dados para o tiro


Dados da pontaria são:
Escala da pontaria;
Sinais da pontaria;
Ponto de pontaria (centro de pontaria)

MOBILIDADE

I. Generalidades
Mobilidade é uma sinergia resultante da interacção do aumento da velocidade, com a
capacidade de manobra do CC, vulgarmente conhecida por agilidade, e com as
possibilidades da viatura. O aumento da mobilidade traduz-se numa maior
disponibilidade de emprego e numa maior capacidade de sobrevivência.
Agilidade é a aptidão de CC, em que num curto espaço de tempo, pode executar várias
manobras ou mutação da direcção

1. Tipos de Mobilidades

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Não classificado

1.1 Estratégica/operacional
 Mobilidade Operacional é a possibilidade das grandes unidades de CC, terem
maior ou menor capacidade de se deslocarem no campo de batalha de modo a
influenciar a decisão estratégica, através da aplicação dos princípios da guerra, em
especial a surpresa, a massa, a ofensiva e a segurança.

 Mobilidade Operacional depende essencialmente, da velocidade de cruzeiro, da


autonomia, das possibilidades de transporte (estrada, fluviais, marítimos,
caminhos de ferro ou aéreos), das dimensões, do volume e peso do material.

1.2. Táctica
 Mobilidade táctica é a maior ou menor capacidade que um CC possui para se
deslocar no campo de batalha, em quaisquer condições meteorológicas, de terreno
ou de combate.

 A mobilidade táctica é influenciada pela velocidade, capacidade de manobra,


possibilidades em todo o terreno (TT), rentabilidade, capacidade de transposição
do curso de água, peso, relação potencia/peso, e aceleração.

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Não classificado

1.2.1. Partes do CC que activamente interferem na mobilidade.


 Trem de rodagem - É o sistema montado no carro de combate que
possibilita o seu movimento através de todo-o-terreno. é inseparável da suspensão.
Geralmente é caro, ruidoso e pouco durável. Permite que os carros de combate
exerçam pouca pressão no solo e possam ultrapassar obstáculos intransponíveis para
as viaturas de rodas. É bastante inconveniente nos movimentos por estrada.
Trem de Rodagem é composto por: Trilhos, Rodas de Apoio, Rodas Motoras, Rodas
Tensoras, Roletas Guias e Rodas Compensadoras.

 Suspensão - É o elo de ligação entre as rodas de apoio e o casco do carro.


Tem a finalidade de absorver os choques originados pelo terreno e pela condução
durante o movimento do CC. As vibrações provocam grande desconforto à tripulação
de um CC e podem fazer correr risco de acidentes e limita a eficiência da Tripulação.
Actualmente os CC usam as suspensões Hidráulicas e Pneumáticas ou
Hidropneumáticas.

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Não classificado

A suspensão do futuro será a denominada por suspensão activa, em desenvolvimento


nos EUA desde os anos 60, utiliza o seguinte princípio de funcionamento:
Um sensor detecta e lê as irregularidades do terreno transmitindo essas leituras a uma
unidade de controlo que transmite as correcções a uma ponte hidráulica. Esta, por sua
vez, altera as características da suspensão face ao tipo de terreno.

 Motor – É considerado como o coração do veículo. Os motores de CC trabalham


em condições de esforço, devendo satisfazer, por vezes, condições antagónicas.
contudo, eis requisitos importantes a por em consideração:
• Boa potência específica;
• Facilidade de arranque;
• Bom funcionamento em qualquer ambiente;
• Facilidade de manutenção;
• Boa aceleração;
• Durabilidade.

- Tipos de Motores
 Gasolina
 Diesel
 Turbina a Gás

 Transmissão - É um conjunto de órgãos que tem por finalidade transmitir a


potência do motor às rodas motoras. Modernamente é constituída pela:
 Embraiagem
 Caixa de velocidades,
 Direcção
 Sistema de travagem.

MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA


Os motores de combustão interna utilizados nos veículos automóveis, transformam a
energia térmica gerada pela combustão da mistura ar/gasolina (ou ar/gasóleo) em energia
mecânica.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 55


Não classificado

1. Os diferentes tipos de motores


Os motores apresentam-se sob formas construtivas e de funcionamento muito diversas.

a. Segundo o tipo de movimento, classificam-se em:


 Motores de movimento alternativo
 Motores de movimento rotativo
b. Segundo o tipo de combustível usado classificam-se em:
 Motores de Gasolina
 Motores de Diesel
 Motores de Gás
c. Segundo a forma como se realiza a combustão classificam-se em:
 Motores de explosão
 Motores Diesel

2. Motores de Movimento Alternativo


se num ciclo de 4 movimentos do
Os motores de movimento alternativo, êmbolo (motor de 4 tempos), ou num
vulgarmente utilizados nos veículos ciclo de 2 movimentos do êmbolo
automóveis, têm como princípio de (motor de 2 tempos).
funcionamento, o movimento alternativo
do êmbolo no interior do cilindro que
transmite, através da biela, um
movimento circular à cambota. A
sequência de operações (admissão,
compressão, expansão e escape) realiza-
3. Motor de explosão – mistura ar/gasolina

a. Os ciclos de 4 tempos
1º Tempo - Admissão
O êmbolo ao descer, aspira a mistura gasolina-ar para o cilindro através da válvula de
admissão aberta.
2ºTempo – Compressão
A válvula de admissão fecha-se, o êmbolo sobe comprimindo a mistura e salta uma faísca
na vela.
3ºTempo - Expansão
A mistura inflamada pela faísca da vela, explode e empurra o êmbolo para baixo.
4ºTempo - Escape

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 56


Não classificado

A válvula de escape abre-se, o êmbolo sobe expulsando do cilindro os gases de


combustão.
 Ciclo complete é efectuado por 2 rotações da cambota

Admissão Compressão Expansão Escape

b. O Ciclo de 2 tempos - (motor de explosão)


1ºTempo – Expansão/Admissão
A mistura gasolina-ar explode e empurra o êmbolo para baixo, uma nova mistura entra no
cárter pela janela de admissão. O êmbolo empurra a mistura nova para a janela de
transferência e começa a abrir a janela de escape.

2ºTempo – Compressão/Escape
A janela de transferência é aberta, passando a mistura para a parte superior do cilindro o
que ajuda a expulsar os gases. O êmbolo sobe, fechando a janela de escape e
comprimindo a mistura. Na vela salta a faísca

1ºTempo – Expansão/Admissão 2ºTempo – Escape/Compressão

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 57


Não Classificado

c. Número de cilindros
Os motores de movimento alternativo podem ser constituídos por apenas um cilindro
(mono cilíndricos) ou por vários cilindros (poli cilíndricos).

d. disposição de cilindros.
Os cilindros dos motores de movimento alternativo podem ter disposições diferentes.

Cilindros em linha Cilindros em V Cilindros opostos

4. Motor Diesel
Este motor, inventado pelo engenheiro alemão Rodolfo Diesel, é, do ponto de vista
estrutural igual ao motor a gasolina. Nestes motores, de ignição por compressão, a
mistura ar/combustível é feita na câmara de combustão. O ar, que entra na câmara de
combustão na fase de admissão, é submetido a uma elevada compressão, seguindo-se a
entrada de combustível, que inflama, ao contactar com o ar quente comprimido.

1º tempo - O êmbolo ao descer aspira ar para dentro do cilindro através da válvula de


admissão aberta.
2o tempo - A válvula de admissão fecha-se e o êmbolo, ao subir, comprime o ar
aquecendo-o. O combustível é injectado.
3o tempo - O combustível inflamado pelo ar que aqueceu explode e empurra o êmbolo
para baixo.
4º tempo - A válvula de escape abre-se e o êmbolo ao subir, expele do cilindro os gases
de combustão.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 58


Não Classificado

5. Motor de Movimento Rotativo (Motor Wankel)


Este motor, de movimento rotativo, menos usual do que os anteriores, realiza em cada
rotação do rotor uma sequência de quatro operações – admissão, compressão, explosão e
escape.

Admissão Compressão Explosão Escape

BALÍSTICA
  
I. Balística é a ciência que estuda o movimento dos projécteis, especialmente das armas
de fogo, seu comportamento no interior destas e também no seu exterior, como a
trajectória, impacto, marcas, explosão, etc., utilizando-se de técnicas próprias e
conhecimentos de física, química e outros, além de servir a outras ciências.

Fig 1 – Movimento do projéctil dentro do cano

Sendo esta a definição de Balística, então estamos em presença de uma Ciência que
estuda os movimentos dos projecteis que utilizamos nas nossas armas de fogo.    
Para isso, esta Ciência divide-se em quatro grandes áreas:

1. Balística Interna, que estuda  os fenómenos que ocorrem dentro do cano de uma arma
de fogo durante o seu disparo; mais especificamente, estuda as variações de pressão
dentro do cano, as acelerações sofridas pelos projécteis, a vibração do cano, entre outras
coisas.

2. Balística Intermédia, que estuda os fenómenos que acontecem aos projécteis desde o
momento em que saem do cano da arma até o momento em que deixam de estar
influenciados pelos gases remanescentes à boca da arma.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 59


Não Classificado
3. Balística Externa, que estuda as forças que actuam sobre os projécteis e movimentos
correspondentes destes, durante a sua travessia na atmosfera, desde que ficaram livres das
influências dos gases, até aos presumíveis impactos com os seus alvos.

4. Balística Terminal ou de Efeitos, que estuda a interacção entre os vários tipos de


projécteis e os seus alvos.

II. Balística Interna


Passemos então à análise do que acontece ao nosso projéctil, a partir do momento em que
apertamos o gatilho ou qualquer outro comando de disparo.
   
Num primeiro momento o nosso projéctil percorre (instantaneamente) o espaço do cano
da nossa arma, o qual sendo estriado, lhe incute um determinado movimento de rotação,
cujo finalidade principal é a de estabilizar o "voo" da bala (projéctil).
Este fenómeno ocorre durante um curto espaço de tempo (entre 0,002 a 0,06 segundos)
embora o processo em si acontece numa determinada sequência.
Quando a agulha de percussão embate na cápsula fulminante, produz a faísca que
incendeia a pólvora ou a carga propulsora. Durante a queima da carga propulsora,
aumenta - se a temperatura, provocando assim a subida da pressão - entre 30 a 50
atmosferas (atm.)- que obriga a libertação do projéctil do invólucro, iniciando assim o seu
movimento dentro do cano.

1. Curva de Pressões
Curva de pressão é a variação de pressão de gases ao longo do eixo.

1o Período (Pré disparo)- Inicia se a partir do momento em que o produto propulsor se


começa a queimar até ao momento do inicio do movimentação do projéctil. Neste período
é necessário que haja uma pressão suficiente (200 – 500 atm) capaz de impulsionar o
projéctil a se libertar do invólucro. Esta pressão é denominada por pressão de Impulsão.

2o Período – Começa se a partir do momento do inicio da movimentação do projéctil até


a queima total dos gases. Neste período, o projéctil se movimenta na distância de 4 a 10
calibres (dependendo da arma/canhão) e a pressão atinge o seu ponto máximo 2000 –
3000 atm e devido o grande volume ocupado pelos gases (expansão) no tubo do cano, a
pressão começa a baixar.

3o Período – Neste período, o projéctil adquire a aceleração somente sob influência de


dilatação dos gases queimados. Este período tem a continuidade até a saída do projéctil
da boca do cano. A pressão dos gases cai até 500 – 600 atm.

4o Período – Este é o período em que os gases que saem do cano com uma velocidade
superior a do projéctil, ainda exercem sua influência sobre ele, aumentando assim a sua
velocidade. Esta velocidade é conhecida por Velocidade Inicial do projéctil (vo). A
velocidade inicial (vo) é um indicador muito importante da potência do canhão/arma, pois
ela determina a distância do voo, trajectória, alcance máxima e a acção do choque do
projéctil. A pressão dos gases tende a igualar com a de atmosfera. É neste período onde
se regista o fenómeno recuo das armas, devido a saída brusca dos gases que seguem o
projéctil, e a sua expansão na boca da arma.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 60


Não Classificado
Y

IP II P III P IV P.

T3 P

T1 T4 T5 V

TO T2

0 X

Fig.2 – Curvas de pressão e velocidade.

T0 a T1 – Tempo de atraso de ignição ou iniciação da inflamação.


T1 a T2 – Tempo em que a pressão atinge o valor de forçosamente do projéctil.
T3 – Tempo de pressão máxima.
T4 – Tempo em que termina a combustão da carga propulsora.
T5 – Tempo da saída do projéctil da boca de arma.

P1

Pmx2 P2 V2

Pmx1

V1

0 X

Fig.3 – Curvas de pressões e velocidades de cargas de combustão rápida e lenta.

P1 - Curva de pressão da carga de combustão rápida.


P2 – Curva de pressão da carga de combustão lenta.
V1 – Curva de velocidade de combustão rápida.
V2 – Curva de velocidade de combustão lenta.

2. Trabalho dos gases de produto propulsor

A Energia Potencial da carga combativa pode ser determinada com a seguinte formula;

Epot=427ωQ kgf.m.
Onde; Epot - Energia potencial da carga, kgf.m
427 – Equivalente termo-mecânico
ω – Massa da carga, kg

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 61


Não Classificado
Q – número de calorias obtido na combustão de 1kg de pólvora. Este número é
encontrado numa tabela especial dedicado aos vários tipos de substâncias explosivas.

A Energia Térmica resultante da combustão da carga propulsora (pólvora), deriva os


seguintes trabalhos:

- Impulsão do projéctil ao movimento rectilíneo (Trabalho A1). A grande parte de energia


dos gases é absorvida neste trabalho, dai considerado como Trabalho Principal.
- Impulsão do projéctil ao movimento de Rotação (TrabalhoA2);
- Superação do atrito durante a movimentação do projéctil dentro do canal do cano
(Trabalho A3 );
- Mistura de gases queimados com o produto ainda por se queimar (Trabalho A4);
- Movimentação das partes de arma relacionado com recuo e recuperação (Trabalho A5).

Uma parte da Energia desses gases, aquecem as paredes do corpo do cano, invólucro e o
projéctil, para além da acção de dilatação do canal.
O Trabalho Útil dos gases é dado enquanto a realização dos trabalhos A1 e A2.
O outro dado importante é a Energia Cinética (Energia da Boca) achada a partir do
momento em que o projéctil é lançado fora do cano.

qvo²
EB= 2g ;

Onde; EB – Energia da Boca em kgf.m;


vo – Velocidade Inicial em m/s;
q – a massa do projéctil em kg
g – Aceleração da força do peso em m/s²
Quando é conhecido o trabalho útil da acção dos gases e a energia potencial da carga,
pode se achar o coeficiente do trabalho útil (Ctu).

Ctu =EB
Epot

Depois de se realizar muitas experiências relacionadas com o trabalho dos gases,


concluiu-se que, grande parte de energia dada pelos gases (1/3) é consumida durante o
trabalho A1.
O resultado do trabalho A2 depende do calibre da arma, massa do projéctil e inclinação de
estrias. Este resultado apresenta – se de 0,25 até 2,5% do trabalho principal.
Isto é:
A2=(0,0025 a 0,025)A1
A frequência/número de rotações do projéctil pode ser achada através da seguinte
formula:

vo ;
n= ld

onde; n –número de rotações em rot/s


vo – Velocidade inicial em m/s;

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 62


Não Classificado
l – Comprimento de estrias em calibres;
d – Calibre da arma.

O trabalho A3 exercido pela cinta de travamento do projéctil, depende do ângulo de


inclinação das estrias, o estado físico da superfície da parede do canal do cano, o material
pelo qual foi aplicado na cinta de travamento e pressão dos gases.
O resultado do A3 é 1 a 2% do trabalho A1.
Isto é;
A3=(0,01 a 0,02)A1

Durante a movimentação do projéctil dentro do canal do cano, os gases queimados


tendem a se misturar o produto não queimado. Isto acontece devido diferenciamento da
pressão e acção de choque causada pela movimentação dos gases queimados dentro do
cano. Ao ocorrer esta mistura dos gases, acaba resultando no trabalho A 4. Este trabalho é
definido através da seguinte fórmula empírica :

A4= 1 . ω . A1;
3 q

Onde; A4 – trabalho efectuado durante a mistura dos gases e pólvora não queimado em
tf.m;
ω – massa da carga propulsora em kg;
q – massa de projéctil em kg;
A1 – trabalho principal em tf.m

O valor do trabalho A4 depende da relação existente entre a massa da carga e a do


projéctil. A experiência demonstrou que o valor do trabalho A 4 se num intervalo entre 1,5
a 12% do trabalho principal (A1).

O resultado do trabalho realizado durante o movimento de recuo e recuperação da peça


ou arma se encontra num intervalo entre 1 a 1,5% em relação o trabalho principal, isto é:

A5= (0,01 a 0,015) A1

3. Acção Negativa dos Gases

 Durante o disparo, os gases chocam o fundo da cápsula e as paredes do canal do


cano. Nisto, o corpo deve ser suficientemente resistente. Sabe se que acerca de
22% da energia produzida pelos gases é absorvida no aquecimento das paredes do
corpo. Devido a altas temperaturas (até 3000°c) dentro do cano e acção de
aquecimento e arrefecimento numa curta fracção de tempo, a superfície do canal
sofre uma mudança estrutural na espessura de 0,1 a 0,4mm. O resultado disto,
surgem pequenas rachas superficiais.
 As altas temperaturas e maior densidade dos gases, tendem a delatar muito
rapidamente dentro do canal. Resultado disto, pequenas partículas dos gases se
movimentam em alta velocidade provocando a “limpeza” do metal (destruição
erosiva). Esta acção destrutiva é mais notória nos locais onde há mudança ou
diferenciação da secção do canal (parte cónica, no começo das estrias e na boca

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 63


Não Classificado
do cano) e nos locais de embatimento dos gases situados entre a cinta de rotação e
parede do canal.
 Devido a reacção química dos gases, a camada superficial do metal muda da sua
estrutura fragilizando-a.
 Somando todas essas acções isto é; altas temperaturas, pressões, velocidades,
reacções químicas e atrito de gases que exercem sobre o canal, tendem a destruí-
lo, resultando na perca da sua qualidade balística.
 Como consequência disto, a velocidade inicial do projéctil tende a baixar e o
fenómeno dispersão sobe.
 Quanto maior for a pressão e temperatura, mais agressivo e rápido será a
destruição do canal.

Para diminuir a acção destrutiva dos gases, é necessário tomar em consideração algumas
medidas de prevenção:
-Medidas Construtivas (técnica)
 Escolha do metal resistente
 Polimento da superfície do canal
 Escolha da pólvora que resulte temperaturas um pouco baixas durante a sua
combustão.
 Escolha racional das medidas das estrias e ranhuras assim como a cinta de
travamento.
Quanto a escolha do metal, é importante conhecer o valor da sua resistência elástica que é
a função da coesão molecular, pois quanto maior for o seu valor, maiores serão as
pressões internas que o cano pode suportar. O metal deve possuir um limite de rotura
muito superior ao limite de elasticidade. A diferença entre estes dois limites determina o
grau de tenacidade do metal.

- Medidas de Exploração
 Conservação das normas do regime do disparo.
 Manutenção técnica do canhão (Inspecção, lavagem, limpeza, lubrificação).
 Inspecção do canal e munições antes do tiro.
 O uso de munições com cargas diminutas.

III. BALÍSTICA EXTERNA


No estudo da balística externa, tem se centrado em analisar trajectória do projéctil no
espaço (vácuo sem e com força de gravidade e na atmosfera). Nisto, analisa-se actuação
das forças de gravidade e resistência isoladamente e mais tarde em simultâneo.

Trajectória é a curva descrita pelo centro de gravidade do projéctil a partir do seu


abandono da boca do fogo até ao ponto de queda.
Imaginemos que através dum canhão, um projéctil é lançado no espaço em que não actua
nenhuma força; a trajectória seria uma linha recta infinita:

S= vo.t,
onde S – Percurso do projéctil;
vo – Velocidade inicial do projéctil, m/s
t – tempo, s

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Não Classificado
Se tivéssemos que disparar num espaço donde não houvesse a influência de qualquer
força, e que a vo do projéctil fosse de 800m/s, então teríamos o seguinte resultado:
S=800.1=800m localizado no ponto A1 na direcção OM.
S=800.2=1600m localizado no ponto A2 na direcção OM.
……………………………………………………………………………………………
Analisemos o movimento do projéctil quando sobre ele actua somente a força de
gravidade. Quando o projéctil é lançado no espaço, a tendência será de perder altura num
vertical devido a influência da força da gravidade; isto é:

gt2
h= 2 ;
onde, h – depressão do projéctil
g – força da gravidade, igual a 9,81m/s
t – tempo.

M
A5
A4
A3
A2 h4 h5
h3
A1
h2
h1 B2 B3
B1 B4
O B5
Fig.4 – Formação de trajectória

Olhando a figura acima ilustrada concluiremos que;


nos vários segundos do voo, o projéctil terá os seguintes resultados de depressão:

h1= g.12 = 4,905m


2
h2= g.22 = 19,62m
2
h3= g.32 = 44,145m
2
h4= g.42 = 78,48m
2
h5=
g.52 = 122,625m
2
Consequentemente, o projéctil estará praticamente localizado nos pontos B1, B2,…B5;
consoante vertical da depressão.

1.As diferenças entre as três Trajectórias:

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 65


Não Classificado

a. A trajectória de projéctil no vácuo sem força da gravidade é infinita.


b. O vértice no vácuo com a força da gravidade está a meia distância entre a origem e o
ponto de queda (divide a trajectória em duas partes iguais).
c. Na atmosfera o vértice está mais próximo do ponto de queda.
d. O ângulo de queda do projéctil no vácuo com a força da gravidade é igual ao ângulo de
tiro β = βI.
e. Na atmosfera, o ângulo de queda é maior do que o ângulo de tiro (αI>α ).

A diferença mais significativa entre a trajectória na atmosfera padrão e a trajectória no


vácuo com a força de gravidade, é a diminuição do alcance.

Trajectória no
vácuo e sem força
da gravidade
Trajectória no vácuo com
força de gravidade

Trajectória na
atmosfera
α β αI βI
O Q1 Q2
Fig.5 – As diferentes trajectórias no espaço.

1. Elementos da Trajectória
Os elementos da trajectória são os pontos característicos encontrados na trajectória do
projéctil a partir da sua origem ou ponto de partida até ao seu ponto da queda.
μ

B
γ A V D1
Obj.
hs θc1 C1
α θo μ Q D
φ ε θC
O H C
Fig.6 – Elementos da trajectória.

O – Ponto de lançamento - Localização do centro de gravidade do projéctil no momento


em que ele abandona o tubo;
OC=H – Horizontal do canhão/peca - Plano horizontal que passa pela arma;
OV/VC - Ramo ascendente e ramo descendente - São os dois troços da trajectória
compreendidos, respectivamente, entre a origem e o vértice e entre este e o ponto de

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 66


Não Classificado
queda. No ramo ascendente a inclinação da trajectória é sempre negativa aumentando em
valor absoluto à medida que se aproxima do ponto de queda.
OB – Linha do tiro;
OA – Linha do lançamento;
OObj. – Linha da pontaria;
BOA (γ) – Ângulo de lançamento
BOObj.(α) – Ângulo de pontaria;
BOC (φ) – Ângulo de elevação;
COA (θo) – Ângulo de lançamento;
Obj.OC (ε) – Ângulo do sitio do objectivo;
OC1D1 (θc1) – Ângulo da queda ;
OCD (θC) – Ângulo da queda de Tabela;
μ – Ângulo de impacto;
Q – Ponto do Impacto;
C1 – Ponto da queda;
C – Ponto da queda de tabela;
V – Vértice da trajectória;
hs – Altura da trajectória/flecha ou ordenada máxima.

III.Balística dos efeitos


a)Generalidade
Este ramo da balística estuda os efeitos produzidos pelos projécteis como consequência:
- Das duas características (peso da carga explosiva e natureza do corpo do projéctil);
- Do tipo de espoleta;
- Das condições de chegada ao objectivo.

b) Projécteis explosivos
Os projécteis carregados com explosivos químicos podem actuar:
A massa de gases libertados pela expansão da carga, para além de provocar
estilhaçamento do projéctil; produz uma onda de choque com efeitos demolidores
principalmente nos espaços fechados ( trincheiras, abrigos, etc.). Além desta onda de
choque temos ainda a considerar os efeitos dos gases.
• Pelos efeitos dos estilhaços
Quando o projéctil explode, os estilhaços são projectados quase perpendicularmente as
parede do corpo a que pertenciam.

Fig.7 – as projecções de feixes.

• Efeitos de um projéctil explosivo

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 67


Não Classificado
Os estilhaços formam 3 conjuntos:
- Feixe de ogiva pouco denso e projectado para a frente;
- Feixe lateral, o mais importante, é perpendicular ao eixo do projéctil;
- Feixe de fundo, pouco denso é projectado para a retaguarda.

Desde que o projéctil expluda no ar, o feixe lateral provoca no terreno, a machadada.

Os efeitos dos estilhaços dependem essencialmente das suas dimensões e velocidades, e a


sua eficácia é:
- Muito grande contra pessoal;
- Importante contra material;
- Apreciável contra blindados.

A eficácia de um projéctil explosivo é diferente conforme a explosão, se der no


solo ou no ar.

Rebentamento no solo

Quando o projéctil explode no solo, a sua eficácia depende:


- Do ângulo de chegada;
- Da natureza do solo.

A variação do ângulo de chegada vai principalmente influenciar profundamente da zona


batida já que a frente quase não é afectada.

O formato da zona batida varia entre uma elipse até a um quase círculo se o ângulo de
chegada for quase recto.
Os valores médios das zonas batidas para alguns calibres consta do seguinte quadro:

Calibre, mm Profundidade, m Frente, m


105 20 30
122 30 40
155 30 50
175 30 80
203 30 95

Rebentamento no ar
Quando o projéctil explode no ar , a sua eficácia depende:
- Da sua inclinação;
- Da altura de rebentamento.

Altura de 20m e com pequena inclinação, obtém se a máxima eficácia.


Abaixo desta altura, a eficácia é pequena porque o feixe é muito concentrado e se for
acima dela, os estilhaços perdem força. Num rebentamento acima dos 50m a eficácia é
praticamente nula.

Nota se que, se podem obter rebentamentos no ar (tiros de tempo):


- Usando espoletas de tempo

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 68


Não Classificado
- Usando espoletas de percussão mas em tiro de ricochete.
- Usando espoletas de percussão em zonas arborizadas.

c) Projecteis de rotura e perfurantes

- Estes projécteis formados por paredes espessas e ogivas maciças tem pequenas cargas
explosivas e espoleta de fundo.
- São utilizados contra couraças e actuam principalmente pelo choque.

d) Projécteis de carga oca

São destinados a romper couraças mas em vez de actuarem pelo choque actuam por
acção da carga explosiva de formato especial com que são carregados.

e) Projécteis químicos e biológicos

Actuam essencialmente pela acção da carga tóxica.

f) Projécteis de fumos

Contêm um composto fumígeno e são utilizados:


- Para cegar a observação inimiga;
- Para mascarar os nossos movimentos
- Para sinalizar os objectos ;
- com fins incendiários (carregados com fósforo branco)

g) Projécteis iluminantes

Destina se a iluminar o campo de batalha. São armados de espoleta de tempo e expelem


uma mistura iluminante dentro de um recipiente que desce de paraquedas.

h) Projecteis nucleares

A explosão de um destes projécteis produzem efeitos:


- mecânico, pela onda de choque;
- Térmico, pelas altas temperaturas desenvolvidas;
- Radioactivo, pela acção das radiações produzidas

A importância destes efeitos depende:


- da potência do projéctil;
- da altura de rebentamento;
- da distância a que o objectivo se encontra.
- Há ainda a considerar o efeito psicológico que embora não mensurável, é
importante.

i) Projécteis especiais

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 69


Não Classificado
os efeitos produzidos depende fundamentalmente da carga especial que o projéctil
comporta

j) Importância da balística
A importância do estudo da balística externa é para elaboração de tábuas de tiro.
A finalidade de uma tábua de tiro é a de fornecer os elementos de tiro necessários para
bater os objectivos com precisão, em quaisquer condições.

Tábua de tiro indica correcções métricas em distâncias para um aumento (diminuição) de


cada um dos seguintes factores :-
• Velocidade inicial;
• Distância;
• Vento;
• Temperatura do ar;
• Densidade do ar ;
• Peso do projéctil.

Os elementos da tábua de tiro definem o comportamento de um projéctil de


características conhecidas, em determinadas condições padrão de velocidade inicial e
atmosféricas, não considerando o movimento da rotação da terra.
Em termos práticos a distância padrão é tomada como a distância horizontal desde a
origem até ao ponto de queda.

Na prática , denomina se alcance, a distância correspondente a elevação com que deve ser
efectuado o disparo para atingir o objectivo.
Há necessidade de calcular correcções para compensar os desvios verificados a partir das
condições padrão visando a precisão do tiro.

Alguns dos elementos padrão que podem afectar o alcance:


- Ângulos de levantamento ou abaixamento;
- Velocidade inicial;
- Peso do projéctil;
- Resistência do ar;
- Superfície do projéctil;
- Coeficiente balístico do projéctil;
- Temperatura do ar;
- Densidade do ar
- Vento;
- Rotação da terra.

Os elementos que podem afectar a direcção são:


- Vibração lateral;
- Derivação;
- Vento;
- Rotação da terra.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 70


Não Classificado
N.B. Uma trajectória é definida desde a velocidade inicial (vo), o ângulo de projecção e
coeficiente balístico que engloba parte de influência do peso do projéctil e as devidas
suas formas, calibre e densidade do ar.

REGRAS DE TIRO DO TANQUE

O fogo providenciado pelos tanques modernos é o meio mais seguro para


enfraquecimento e aniquilamento do inimigo no campo de combate. Os tanque dirigem o
seu fogo para vários tipos de objectivos (alvos) tais como: veículos blindados, meios de
fogo de infantaria, força viva, meios de defesa, fortificações e etc.
Para atingir o alto nível de efectividade do fogo de tanque, é necessário que haja
uma preparação combativa adequada da tripulação e aperfeiçoamento das regras
fundamentais de tiro de tanque. Conhecendo com profundeza as regras do tiro; facilita a
resolução dos problemas relacionados com o tiro e economiza as munições.

I. Regras do Tiro desde lugar contra Alvos em Movimento


Tipos de movimento de alvos:
- Alvo aproxima-se frontalmente;
- Alvo afasta-se frontalmente;
- Alvo aproxima-se obliquamente;
- Alvo afasta-se obliquamente;
- Alvo movimenta-se nos flancos;
- Alvo movimenta-se da esquerda a direita ou vice versa.

1. Determinação de dados iniciais


Escala de Pontaria –Esp
Sinal da Pontaria - Sp.
Ponto de Pontaria - Pp

P2 Dpobj. P1

Dpobj.- Distância percorrida pelo objectivo (alvo) durante a introdução de dados iniciais
do tiro.
P1- Posição inicial do objectivo.
P2 – 2a posição do objectivo.
d – Distância inicial.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 71


Não Classificado
Se a distância percorrida pelo alvo for menor ou igual a 50m, a escala não se altera, isto
é; Dpobj. ≤ 50 --- Usa se a escala inicial sem alteração de dados.
Se a distância percorrida pelo alvo for maior que 50m, a escala inicial é adicionada por
uma divisão de milésimas, isto é;
Dpobj.> 50 --- +1 milésima.

Dpobj.= vobj . t . cosqobj.; em metro (m).


vobj – velocidade do objectivo
t – tempo gasto
cosqobj – Ângulo pelo qual se movimenta o objectivo em relação a nossa posição.

Transformação de km/h para m/s - km/h . 1000


3600
Exemplo 1:

Objectivo – Tanque
Vobj.- 10km/h
qobj - 0º → cos0° =1
t – 15s

10.1000 = 100 = 2,77m/s


3600 36

Dpobj.= vobj . t . cosqobj = 2,78m/s . 15s . cos0o= 2,78m/s . 15s . 1


Dpobj.= 41,5m < 50 – permanece os dados iniciais.

Exemplo 2:
Objectivo – Tanque
Vobj.- 20km/h
qobj - 0º → cos0° =1
t – 15s

20.1000 = 200 = 5,56m/s


3600 36

Dpobj.= vobj . t . cosqobj = 5,56m/s . 15s . 1


Dpobj.=83,4m > 50 – adiciona-se 1divisao da milésima.

Consequentemente;
- Os alvos que se movimentam frontal ou obliquamente com uma velocidade ate 15km/h,
a Dpobj. é menor que 50m, logo os dados iniciais não se alteram.
- Os alvos que se movimentam frontal ou obliquamente com uma velocidade acima de
15km/h à 30km/h, a Dpobj. é maior que 50m, logo adiciona-se 1 divisão de milésima.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 72


Não Classificado
2.CORRECÇÃO DO TIRO.

a. Correcção pelo sentido

Esta correcção e feita em três formas:


 Através da mudança do ponto da pontaria(escolhendo outro sinal);
 Através de método de figuras do objectivo(até duas figuras);
 Através de observação de pontos de impactos (explosões).

0-09 0-09

 Correcção da direcção do tiro através da alteração de dados é feita quando o


impacto do projéctil é observado a um erro até duas figuras do alvo:

1o tiro 2o tiro

 Correcção por Escolha do outro sinal de pontaria é feita quando o impacto do


projéctil é observado a um erro de mais de duas figuras do alvo:

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 73


Não Classificado

Observação do ponto do impacto (explosão)

0-18
A determinação do outro sinal viável.

0-18
A utilização do outro sinal de pontaria

 A correcção do tiro pode ser feita também através da mudança do ponto da


pontaria mas considerando o erro até duas figuras.

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 74


Não Classificado

Ex:

Pontaria 1

Pontaria 2

 Correcção através da mudança dos dados iniciais.

no de Escala Sinal da Ponto de Observação


tiro pontaria pontaria

1 14 +
(longo)

2 12 -
(curto)

3 13 Objectivo

 A regra estabelecida rege o seguinte:


1- Depois do tiro curto, deve se mudar a escala aumentando duas (2) divisões de
milésimas;
2 – Depois do tiro longo, deve se mudar a escala diminuindo duas (2) divisões de
milésimas;

 Correcção do tiro desde posição fixa contra objectivos moveis.


- Correcção frontal;

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 75


Não Classificado

Pontaria 2 Pontaria 1

Adaptado por Major T.A.Nampele Não Classificado 76

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