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Loja Simbólica Hoje no Brasil – desafios e entraves

(síntese do III Cíclo de Estudos)

lojadeestudossabedoriatriunfante.blogspot.com.br
domingo, 29 de abril de 2012

   Durante muito tempo e até, pelo menos, as cinco primeiras décadas do século
passado as Lojas Simbólicas no Brasil serviram como espaço de aglutinação de
homens voltados para a discussão de problemas relativos ao desenvolvimento da
sociedade onde conviviam. Em geral, as Lojas abrigavam em seu seio pessoas
proeminentes da sociedade, que além do convívio salutar e fraternal, criavam
uma enorme rede de contatos e facilitavam a troca de ideias e a absorção de
novos conhecimentos.
   As Lojas, através das suas Sessões semanais, na maioria das vezes, serviam
como oportunidade de manter seus membros atualizados sobre o que estava
acontecendo na comunidade, no país e no mundo. Temas de interesse histórico,
político e filosófico sempre tiveram o maior enfoque nas Sessões Maçônicas.
   O Maçom tinha então oportunidade de melhoria de sua profissão, da sua
cultura em geral, do seu status, ganhando maior espaço e inserção na sociedade
em que vivia.
   No entanto, chegamos ao terceiro milênio com uma profusão estrondosa de
tecnologia, velocidade e globalização da informação. Estamos vivendo uma
época de grandes atrativos, pressa e utilitarismo. Um mundo cheio de atrações,
como o cinema, a televisão, a internet, teatro, shows musicais, esportes e tantos
outros. A velocidade como tudo se processa, faz com que todos hoje tenham
pressa para tudo. Vivemos como se não houvesse mais tempo a perder. Segundo
o filósofo Mario Sergio Cortella “uma norma principal ganha corpo: é bom tudo
o que for útil, é adequado tudo o que for lucrativo, é moralmente confortável
tudo o que for vantajoso”. Podemos afirmar que essa norma não impera em
nosso meio?
   O grande desafio que temos hoje, particularmente em nosso País, dentre
outros, é o de fazer com que nossas Lojas Simbólicas voltem a ser verdadeiras
escolas de conhecimento e formação, com Sessões atrativas, discutindo temas de
interesse nacionais e internacionais, despertando em seus membros o interesse
na participação intra muros e extra muros e diminuindo o percentual de evasão
maçônica.
   Por outro lado, a maioria das Lojas tem sido administrada, até aqui, de uma
maneira geral, de forma empírica, sem o mínimo senso de administração, sem
observância de critérios técnicos e com ênfase no improviso. Não se vê
propriamente a aplicação de um planejamento administrativo. Urge, portanto,
adequar a nossa estrutura organizacional às modernas técnicas e recursos de
administração, inclusive, com a utilização de mais recursos tecnológicos e
enfoque em conhecimentos de liderança.
   A falta de estudos é o que mais prejudica as Lojas, impede seu crescimento
qualitativo e muito contribui para a evasão maçônica. Estas perdem muito tempo
com assuntos administrativos, quando esses assuntos deveriam passar antes pela
respectiva Comissão, sendo devidamente enxugados. Esta é uma forma para que
possa sobrar mais tempo destinado aos estudos em Loja.
   No entanto, o que leva à evasão maçônica não é apenas a falta de estudos, mas
também uma seleção precipitada e corrida com vistas à iniciação de candidatos.
Há que se aprimorar a indicação, seleção e admissão de candidatos à Ordem.
   É prejudicial às Lojas, também, a ênfase dada pela maioria das administrações
às pompas e circunstâncias inerentes às Sessões Magnas, em detrimento das
atividades imprescindíveis à formação e aperfeiçoamento dos Irmãos.
   Por último, é importante que seja desenvolvido um sistema de capacitação dos
cargos em Loja, especialmente os que compõem a administração, evitando-se
que estes sejam assumidos por Irmãos, quando muito, providos apenas de
conhecimentos empíricos.

Contribuíram para esta síntese os seguintes Irmãos:


Antonio Ruy Vilella, Carlos Alberto da Silva Ribas, Evandro Barros, Francisco
de Paula, Heládio, Newton de Alcantara Filho, Newton Gomes de Oliveira,
Plancácio Lira Diniz, Roberto Ribeiro, Robson Rodrigues da Silva, Sérgio
Wendel e Vinícius Esposel.

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