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Efeito do Plasma Rico em Plaquetas e da Fibrina Rica em

XII Salão de Iniciação Plaquetas na cicatrização de feridas cutâneas em ratos.


Científica PUCRS

Fernanda Osorio Alves1 , Fernanda Ferreira de Camargo1, Carolina Lançanova Duré1, Caroline da
Costa Naujorks1, Martina Wagner1, Vinícius Duval da Silva1,2,Jefferson Braga Silva1,2(orientador).
1
Faculdade de Medicina, PUCRS. Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências de Saúde PUCRS.

Resumo

Ao longo dos anos, muito se tem pesquisado sobre a regeneração cutânea e a aplicação
tópica de substâncias capazes de estimulá-la, principalmente em estudos
experimentais.(Cohen; Mast, 1990). O conhecimento do processo de cicatrização das feridas e
dos diversos fatores que nele podem interferir são condições básicas, atualmente, para que se
obtenha cicatrizes de melhor qualidade. O presente trabalho visa avaliar o efeito do Plasma
Rico em Plaquetas (PRP) e da Fibrina Rica em Plaquetas (PRF) na cicatrização por segunda
intenção de feridas cutâneas em ratos.

Introdução

A constante busca por cicatrizes mínimas ou imperceptíveis norteia os princípios


fundamentais da cirurgia plástica desde os seus primórdios. A possibilidade de manipular a
cicatriz cutânea seja através de medidas cosméticas, adição de substâncias, cirurgia ou
engenharia genética, fascina os cirurgiões plásticos e estimula inúmeras pesquisas.

A reparação da integridade dos tecidos ocorre pela regeneração e cicatrização em


resposta às lesões sofridas. A cicatrização é um processo biológico complexo, cujas etapas,
embora superpostas, podem ser, didaticamente, agrupadas em três fases: inflamatória, de
fibroplasia e de maturação (Salgado Filho, 1992; Silva, 1992; Modolin, 1992; Lorenz;
Longaker, 2006).

A aplicação clínica do plasma rico em plaquetas (PRP) e da fibrina rica em plaquetas


(PRF) na regeneração tecidual tem sido amplamente descrita na literatura, tanto na
odontologia, cirurgia bucomaxilofacial, como na traumato-ortopedia e cirurgia plástica.

XII Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 03 a 07 de outubro de 2011


O plasma rico em plaquetas é uma concentração autóloga de plaquetas em um
pequeno volume de plasma (Marx, 1998), sendo esta concentração 4 a 6 vezes acima dos
níveis fisiológicos, ou seja, aproximadamente 1 milhão de plaquetas por microlitros (Marx,
2001; Gandhi et al., 2006).

A fibrina rica em plaquetas é um concentrado de plaquetas, obtido de uma membrana


de fibrina, com alto potencial de regeneração tecidual. Assim como no PRP, os concentrados
de plaquetas contidos na PRF liberam fatores de crescimento que otimizam o processo de
regeneração, além disso, a matriz de fibrina promove angiogênese, facilitando o acesso ao
local lesionado, com importante papel na cicatrização tecidual (Choukroun et al., 2006).

A obtenção do PRP e da PRF é relativamente simples e de baixo custo. Estes


concentrados plaquetários proporcionam tratamentos autólogos com potencial para estimular
o processo biológico natural da cicatrização e auxiliar na regeneração de diversos tecidos.

Neste contexto, pesquisar os efeitos biológicos do PRP e da PRF na cicatrização


cutânea proporciona subsídios científicos que fundamentam seu uso clínico, permitindo
agregar mais uma importante tática ao arsenal da cirurgia plástica.

Metodologia

Trata-se de um estudo experimental, controlado, comparado e cego na avaliação dos


resultados. Serão utilizados 40 ratos Wistar adultos com aproximadamente 250g de massa
corporal selecionados aleatoriamente do vivário do Laboratório de Habilidades Médicas da
PUCRS. As lesões cutâneas serão realizadas, cirurgicamente, no dorso dos ratos e tratadas
com o PRP ou com a PRF. No mesmo rato será feito o controle através de uma lesão cutânea
que receberá soro fisiológico. Os 40 animais serão divididos, aleatoriamente, em 2 grupos de
20 ratos.

GRUPO I (20 ratos): lesão cutânea com adição de PRP + controle.

GRUPO II (20 ratos): lesão cutânea com adição de PRF + controle.

Cada grupo será novamente dividido em 2 subgrupos de 10 ratos, de acordo com o


período de observação: 14 e 21 dias de pós-operatório.

GRUPO Ia (10 ratos): PRP + controle (biópsia com 14 dias de pós-operatório).

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GRUPOIb (10 ratos): PRP + controle (biópsia com 21 dias de pós-operatório).

GRUPO IIa (10 ratos): PRF + controle (biópsia com 14 dias de pós-operatório).

GRUPO IIb (10 ratos): PRF + controle (biópsia com 21 dias de pós-operatório).

Análise de Resultados

A análise macroscópica será feita por fotografia digital, para avaliação da contração
das cicatrizes, no 14º e 21º dias do processo cicatricial.

A avaliação microscópica das cicatrizes medirá a concentração de colágeno e


fibroblastos presentes no 14º e 21º dias de pós-operatório através da histologia e
imunohistoquímica.

Os dados obtidos serão comparados com os controles e também entre os grupos


experimentais.

Conclusão

Nossa hipótese neste trabalho, é que a cicatrização cutânea das feridas que receberem
PRP e PRF será superior à dos controles, tanto na contração mais acelerada das feridas,
quanto na maior concentração de colágeno e fibroblastos. A PRF poderá ser ainda mais
efetiva que o PRP.

Referências
CHOUKROUN, J, Diss A, Simonpieri A, Girard M, Schoeffler C, Dohan SL, et al. Platelet-rich fibrin (PRF): A
second-generation platelet concentrate. Part IV: Clinical effects on tissue healing. Oral Surg Oral Med Oral
Pathol Oral Radiol Endod. 2006;101(3):56-60.

COHEN, K, Mast BA. Models of wound healing. J Trauma. 1990:30(12):145-55.

GANDHI, A, Doumas C, O’connor P, Parsons JR, Lin SS. The effects of local platelet rich plasma delivery on
diabetic fracture healing. Bone. 2006 Apr;38(4): 540-6.

LORENZ, HP, Longaker MT. Wound healing: repair biology and wound and scar treatment. In: Mathes SJ.
Plastic Surgery. 2. ed. Philadelphia: W. B. Saunders; 2006.

MARKX, RE. The biology of platelet-rich plasma. J Oral Maxillofac Surg. 2001; 59:1120.

SALGADO FILHO, I, Zanini SA. Reparação dos traumas de pele e tecidos moles. In: Mélega JM, Zanini SA,
Psillakis JM. Cirurgia plástica reparadora e estética. 2. ed. Rio de Janeiro: Medsi; 1992. p. 139-45.

SILVA JG. Correção de Cicatrizes. In: Mélega JM, Zanini SA, Psillakis JM. Cirurgia plástica reparadora e
estética. 2. ed. Rio de Janeiro: Medsi; 1992. p. 147-57.

XII Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 03 a 07 de outubro de 2011

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