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FACULDADE OSMAN DA COSTA LINS

NÚCLEO DE SAÚDE

GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

KELMA GONÇALVES DOS SANTOS ARAÚJO

RELATO DE CASO CLÍNICO EM ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE CLÍNICA DE


PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS II

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO – 2018


CURES – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE REABILITAÇÃO, EDUCAÇÃO E SAÚDE

KELMA GONÇALVES DOS SANTOS ARAÚJO

RELATO DE CASO CLÍNICO EM ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE CLÍNICA DE


PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS II

Trabalho apresentado como requisito parcial


de obtenção da disciplina Estágio em Clínica
de Procedimentos Cirúrgicos II, orientado por
Marcela Côrte Real, Ricardo Eugênio Varela
Ayres de Melo e Hudson Augusto Fonseca
Carneiro, professores FACOL.

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO – 2018


Sumário

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 4
2. RELATO DE CASO .................................................................................................................... 4
2.1 Descrição do caso ................................................................................................................ 4
2.2 Procedimentos e técnica .................................................................................................... 6
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 7
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 8
1. INTRODUÇÃO
Os dentes terceiros molares, vulgarmente conhecidos como “sisos” ou
“queiros”, são os últimos dentes a erupcionarem na cavidade bucal, e devido a isso,
muitas vezes não encontram espaço suficiente para a sua erupção e permanecem
retidos, por tecidos moles, ósseos ou ambos (GOMES. Et al, 2004). Encontrados em
90% da população, se encontram impactados em 33% dos casos (MARTINS. et al,
2010).

O tratamento cirúrgico para a remoção dos terceiros molares é uma das


práticas mais comuns realizadas nos consultórios dos cirurgiões buco-maxilo-faciais
(MARTINS. et al, 2010), e como todas as exodontias, além de realizadas com
indicação relevante, devem visar um planejamento protético definido. O procedimento
deve ainda ser o mais indolor, seguro e confortável possível (CAVALHEIRO, 2018).

Para isso, algumas medidas devem ser observadas no manejo pré-operatório,


que compreendem a investigação clínica, os exames de imagem e os de análises
clínicas. As condições de visualização, uma via de acesso sem impedimentos
mecânicos para a remoção do dente e o uso de forças controladas na manipulação
são critérios usados na avaliação das condições necessárias para a exodontia
(MARTINS. et al, 2010).

O objetivo do presente trabalho é relatar um caso clínico vivenciado durante o


estágio supervisionado de Clínica de Procedimentos Cirúrgicos II na CURES.

2. RELATO DE CASO

2.1 Descrição do caso


Paciente A. R. L. S., 19 anos, sexo masculino, chegou ao serviço com queixa
de dor e leve edema na região dos terceiros molares do lado direito, cujos dentes 18
e 48 já estavam semi-erupcionados. Em 13 de setembro de 2018, foi realizada a
anamnese e exame clínico para preenchimento do odontograma e conhecer as
necessidades deste paciente, chegando ao diagnóstico de indicação de exodontia dos
dentes 18, 28 e 48. Foi solicitada a radiografia panorâmica ─ para complementar o
exame físico (identificar a direção da erupção dentária) e auxiliar o planejamento da
cirurgia (anestesia e exérese) ─ e exames bioquímicos de hemograma completo,
glicose de jejum, tempo de sangramento e tempo de protrombina, os quais são
essenciais à segurança do procedimento cirúrgico e prognóstico desejável para o
paciente, mesmo o paciente negando doenças pregressas. O paciente saiu do serviço
com orientação de correta higiene bucal e marcada a volta para exodontia no dia 16
de outubro. De posse dos documentos, em 16 de outubro de 2018, a aluna operadora
realizou a análise dos exames. Os exames bioquímicos estavam todos dentro da
normalidade, conforme demonstrado da tabela 1, não havendo impedimento para
perfeita execução da cirurgia devido a um possível prognóstico de má cicatrização.

Tabela 1: Principais resultados bioquímicos pré-operatórios de importância cirúrgica


Exame Resultado Parâmetro desejável
Hemácias 5,73 mil/mm³ 4,6 – 6,6 mil/mm³
Hemoglobina 16 g% 15,3 – 22,3 g%
Hematócrito 48,7% 48 – 68 %
Leucócitos 4.200/mm³ 4.000 – 11.000/mm³
Plaquetas 177.000/mm³ 150.000 – 400.000/mm³
Glicose de jejum 94mg/dL 70 a 99 mg/dL
Tempo de sangramento 1 minuto 1 a 3 minutos
Tempo de coagulação 6,5 minutos 5 a 10 minutos
Tempo de protrombina 12 segundos Até 15 segundos

Ao exame imaginológico verificou-se três dentes terceiros molares presentes em


estado semi-erupcionaddo, com destaque para o dente 48, cujo desenvolvimento está
incluso, injuriando o dente 47. Neste caso, havendo indicação absoluta pra exérese,
assim como o dente 18 e 28, nestes porém como medida profilática. Desta forma, a
aluna prosseguiu com a cirurgia exodôntica do elemento 18 no dia 16 de outubro e do
elemento 48 no dia 30 de outubro.

O paciente recebeu prescrição medicamentosa profilático e para dor no seguinte


esquema:

Ampicilina 500 mg 1 comprimido de 6 em 6 horas por 5 dias


Paracetamol 750 mg 1 comprimido de 4 em 4 horas, em caso de dor
Água oxigenada 10 vol Fazer bochechos com 5 col de sopa diluídos em ½ copo
de água morna, 4 vezes ao dia, após as escovações
Chegados 7 dias de cada cirurgia o paciente voltou ao serviço para avaliação da
cicatrização e retirada dos pontos, sem sinais de complicação nos dois eventos.

2.2 Procedimentos e técnica


Para exérese do Terceiro Molar Superior Direito executou-se os seguintes passos:

a. Paramentação dos alunos operadores e distribuição dos instrumentos


esterilizados sobre a mesa;
b. Profilaxia oral do paciente com bochecho de digluconato de clorexidina 0,2%;
c. Anestesia tópica com lidocaína em pomada para dessensibilização da mucosa
à penetração da agulha;
d. Anestesia infiltrativa com Mepivacaína no Nervo Alveolar Superior Posterior ao
nível da prega do dente 18 e anestesia do Nervo Nasopalatino Maior na papila
incisiva;
e. Sindesmotomia das papilas do dente 18 com Descolador de Molt;
f. Luxação do dente com elevador reto em movimentos graduais de alavanca,
sendo suficiente para rompimento dos ligamentos ao periodonto;
g. Remoção do dente do alvéolo e limpeza da cavidade alveolar com a Cureta de
Lucas e soro fisiológico;
h. Retalho da mucosa tipo Neumann suturada com fio de nylon nº 05 e
homeostasia por compressão manual.

Para exérese do Terceiro Molar Inferior Direito executou-se os seguintes passos:

a. Paramentação dos alunos operadores e distribuição dos instrumentos


esterilizados sobre a mesa;
b. Profilaxia oral do paciente com bochecho de digluconato de clorexidina 0,2%;
c. Anestesia tópica com lidocaína em pomada para dessensibilização da mucosa
à penetração da agulha;
d. Anestesia infiltrativa com Mepivacaína nos nervos Alveolar Inferior e Bucal,
mais a técnica complementar de anestesia intraligamentar;
e. Sindesmotomia das papilas do dente 48 com Descolador de Molt;
f. Luxação do dente com elevador reto em movimentos graduais de alavanca,
não sendo suficiente para rompimento dos ligamentos ao periodonto;
g. Iniciou-se o desgaste na região distal com a Broca Carbide 702;
h. Divulsionou-se o dente com o elevador reto;
i. Remoção do dente do alvéolo e limpeza da cavidade alveolar com a Cureta de
Lucas e soro fisiológico;
j. Retalho da mucosa tipo Neumann suturada com fio de nylon nº 05 e
homeostasia por compressão manual.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de ser um procedimento altamente corriqueiro na rotina de um cirurgião
dentista, há relevância na realização da anamnese e exame clínico do paciente,
necessitando também de exames complementares radiográficos para consolidação
do diagnóstico e planejamento da cirurgia. As técnicas empregadas nos tempos da
cirurgia dependerão da avaliação desses exames complementares. Os
procedimentos realizados durante e pós-operatórios obtiveram o resultado desejado
pelo aluno operador e o paciente.
REFERÊNCIAS

1. CAVALHEIRO, Tomas Galves. Comparação de técnica exodôntica


minimamente traumática em relação à técnica de extração convencional:
indicações, benefícios e limitações: resultados parciais. 2018.

2. GOMES, Ana Claudia Amorim et al. Terceiros molares: o que fazer?. Rev.
Cir. Traumatol. Buco-maxilo-fac, v. 4, n. 3, p. 145-153, 2004.

3. MARTINS, Márcio et al. Principais complicações clínicas odontológicas pós-


operatórias da cirurgia de terceiro molar incluso/impactado. ConScientiae
Saúde, v. 9, n. 2, 2010.

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