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Organização:

DIVISÃO DE EXPANSÃO
SECRETARIA DE ENSINO RELIGIOSO DA IMMB

São Paulo - 2019


Copyright © 2019 Igreja Messiânica Mundial do Brasil

P957
Programa de Formação Nível 1 / Divisão de Expansão - Secretaria de

Ensino Religioso da IMMB ( Organizador) .- 2.ed.-São Paulo:

Fundação Mokiti Okada, 2019

84 p.

ISBN: 978-85-8355-148-5


1. Igreja Messiânica Mundial 2. Ensinamentos de Meishu-Sama

3. Doutrina Religiosa I. Título II. Série

CDD 200

Bibliotecária responsável: Zilda Soledade - CRB 8 /9909.

Índices para catálogo sistemático:


1. Igreja Messiânica Mundial: Filosofia espiritualista de origem japonesa

Edição:
IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DO BRASIL

Edição de Arte
Setor de Comunicação e Marketing
Projeto gráfico e diagramação: Kelvin Seiti Taniguchi; Kioshi Hashimoto
Impressão e acabamento: Gráfica

IMMB:
Divisão de Expansão - Secretaria de Ensino Religioso da IMMB
Revisão: Ivna Maia Fuchigami
Agosto de 2019

Endereço para Correspondência:


Rua Morgado de Mateus, 77 - 4º andar - Setor de Comunicação
V. Mariana - São Paulo - SP - CEP 04015-050
Tel.: 11 5087-5000

Direitos autorais reservados.


Proibida a reprodução total ou parcial desta obra.
Apresentação

O
s programas de formação da Divisão de Expansão
– Secretaria de Ensino Religioso – da Igreja Mes-
siânica Mundial do Brasil objetivam o aprendizado
contínuo por meio do estudo e prática dos ensinamentos
de Meishu-Sama. Desejamos que você possa, a cada aula,
refletir sobre os conteúdos propostos e assim adote uma
nova postura no pensar, agir e viver no cotidiano.

Desde o projeto-piloto, ocorrido em 2010, passaram-se cer-


ca de 10 anos da implantação do “Programa de Formação
Nível 1”. Com a revisão da tradução da coletânea Alicerce
do Paraíso, que vem sendo publicada gradualmente desde
o ano de 2017, iniciamos a atualização dos textos dos ensi-
namentos utilizados nas aulas.

Na presente reedição do livro “Programa de Formação Nível


1”, você encontrará trechos dos principais ensinamentos utili-
zados em cada encontro e, além destes, serão sugeridos como
leituras complementares outros textos de Meishu-Sama.

Desta forma, a Secretaria de Ensino Religioso reafirma seu


papel de impulsionar o aprendizado teórico e gerar opor-
tunidades para a prática dos ensinamentos consolidando a
formação de cada messiânico por meio da vivência pessoal.
Por esta razão, o compartilhamento das experiências de fé
em sala de aula constitui também um importante instru-
mento de aprendizado mútuo entre os alunos e o instrutor
de ensino.

Desejamos que o presente livro estimule o contínuo desen-


volvimento e aperfeiçoamento, material e espiritual, que a
prática da fé messiânica nos proporciona viver.
SUMÁRIO
MÓDULO 1 - MISSÃO DO HOMEM
‌Capítulo 1 11

Aula 1 – Lei da natureza 12


1. Doutrina da Igreja Messiânica Mundial 12
2. Ciclos cósmicos 12
3. Lei da Natureza 13
4. Causas do afastamento das Leis da Natureza 14
5. Consequências do afastamento 15
6. Como retornar a viver de acordo com a Lei da Natureza 15

Capítulo 2 19

Aula 2 – Os três espirítos do homem 20


1. Espírito protetor primordial 20
2. Espírito protetor secundário 20
3. Espírito protetor guardião 20
4. O homem em equilíbrio 21
Aula 3 – Matéria e espírito 23
1. Máculas 23
2. Toxinas 23
3. Johrei 24
4. O princípio da cura 24
5. A energia espiritual 25

Capítulo 3 27

Aula 4 – Camadas do mundo espiritual 28


1. Camadas do mundo espiritual 28
2. Yukon 28
3. Elos espirituais 29
Aula 5 – Vida e morte 32
1. O que é a morte 32
2. Diferenças entre os níveis elevado, comum e inferior 32
3. Julgamento no mundo espiritual 32
4. Reencarnação 33
5. Sorei-Saishi 33
6. Culto de Assentamento e Sagração dos Ancestrais e Antepassados 35
Aula 6 – Destino e Predestino 40
1. Destino e Predestino 40
2. É possível mudar o destino livremente 40
3. Etapas de Crescimento 41

Capítulo 4 43

Aula 7 – Horta Caseira 44


1. Poemas de Meishu-Sama 44
2. A prática da Agricultura Natural começa com o 44
reconhecimento da existência de Deus em todos os seres
3. A prática da horta caseira como ferramenta para 45
desenvolver gratidão a Deus em todos os seres.
4. Os pensamentos e sentimentos humanos e o surgimento de pragas 47

Aula 8 – Alimentação Natural 49

MÓDULO 2 - ELEVAÇÃO ESPIRITUAL


Capítulo 5 53

Aula 1 – Caminho da Elevação Espiritual 54


1. Elevação Espiritual 54
2. Purificação 54
3. Espírito de Izunome 54
4. Satisfação e Insatisfação 56
5. Razão e Emoção 56
6. Espírito e Matéria 57
Aula 2 – Inteligência e Fé 59
1. Tipos de Inteligência 59
2. Tipos de Fé 60
3. Ensinamentos 63
4. Fé Messiânica 63
Aula 3 – Polimento da Alma 65

Capítulo 6 67

Aula 4 – Prática de Virtudes 68


1. Makoto 68
2. Caminho da elevação espiritual 68
3. Pequena ação altruísta 69
4. Virtude 69
5. Milagres, Graças e Proteção Divina 70
6. Ação Altruísta: Johrei Encaminhamento 70
7. Virtude oculta 71
Aula 5 – Johrei e Encaminhamento 73
1. Significado do Johrei 73
2. Johrei e Encaminhamento 73
Aula 6 – O Servir 77
1. O Servir 77
2. Retribuição 78
3. Formas de retribuição 79

Capítulo 7 81

Aula 7 – Convite ao Belo 82


1. Poemas de Meishu-Sama 82
2. A arte é a representação do Belo 82
3. A elevação do caráter do homem por meio da arte 83
Módulo 1
MISSÃO DO HOMEM

9
10
Capítulo I - Ciclos cósmicos

Capítulo 1
Ciclos Cósmicos

E
m seus ensinamentos, Meishu-Sama revela a indissociável rela-
ção do ser humano como parte da Natureza dentro do misterioso
Plano Divino. O fundador nos ensina, portanto, a importância de
vivermos nossas vidas em consonância com as imutáveis Leis Divinas
que regem a Criação, posto que toda aparente desarmonia que encon-
tramos em nosso mundo é fruto do desrespeito para com esta verdade.

Neste primeiro capítulo serão apresentados conceitos fundamentais dos


ensinamentos sobre o Plano Divino, as Leis da Natureza e o caminho
proposto pela Igreja Messiânica para que o ser humano volte a viver
em harmonia.

11
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 01
Capítulo I - Ciclos cósmicos

Aula 1 – Lei da natureza

1. Doutrina da Igreja Messiânica Mundial

N ós, messiânicos, cremos em Deus, Criador do Universo. Cremos


que, desde o início da Criação, Deus objetivou estabelecer o Paraíso
na Terra e tem atuado continuamente para a concretização desse obje-
tivo. Com tal propósito, fez do ser humano Seu representante, subme-
tendo a ele todas as demais criaturas e coisas. Cremos, portanto, que a
história da humanidade constituiu estágios preparatórios, degraus para
se concretizar o Paraíso na Terra. Para cada época, Deus faz surgir as
pessoas e as religiões necessárias, cada qual com sua missão.

Cremos que, no presente, quando o mundo vagueia em tão caótica


situação, Deus enviou Meishu-Sama, fundador da Igreja Messiânica
Mundial, com a suprema missão de realizar a sagrada obra de salvação
da humanidade. Por conseguinte, empenhamo-nos de corpo e alma na
erradicação da doença, da pobreza e do conflito, os três grandes infor-
túnios que afligem a humanidade, visando à concretização do mundo
ideal, de eterna paz e de perfeita Verdade, Bem e Belo.
11 de março de 1950
(Doutrina da Igreja Messiânica Mundial, Alicerce do Paraíso, v. 1, 2017, p. 13)

2. Ciclos cósmicos

N ós vivemos num ilimitado e misterioso mas ordenado Universo,


que evolui e reevolui em ciclos. Um ciclo é um período de tempo
em que certos aspectos ou movimentos de corpos celestes se repetem;
um período de anos ou eras; ou períodos recorrentes em que certos fe-
nômenos ocorrem e se inter-relacionam com toda a vida. Há ciclos de
órbitas nos céus, ciclos das estações, ciclos do dia e da noite. Existem
também os ciclos das eras.

As mudanças ocorrem em pequena, média e ampla escala. Ciclos me-


nores ou maiores podem ocorrer cada dez, mil, três mil, dez mil anos e

12
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 01
Capítulo I - Ciclos cósmicos

assim por diante, repetindo-se continuamente dentro da eterna mar-


cha do tempo. Na verdade, o Universo é infinitamente misterioso – tão
misterioso, que o entendimento do homem atual ainda não pode com-
preendê-lo.

Após uma era de aproximadamente três mil anos de relativa obscurida-


de, encontramo-nos agora no alvorecer de uma nova Era de Luz. Trata-
-se de uma mudança tão sem precedentes, que se torna difícil captar sua
integral importância. É um momento decisivo que nenhum dos nossos
antepassados teve o privilégio de experimentar. Como somos afortuna-
dos, nós, que vivemos neste período de tempo por podermos entender,
ainda que parcialmente, o verdadeiro significado desta transformação,
adquirir os meios – através do Johrei -, a fim de tornar esta transição
mais fácil para cada um ao servimos a Deus e à humanidade.
(Ciclos cósmicos, Os novos tempos, 2019, p. 9)

3. Lei da Natureza

A s imutáveis Leis Divinas governam todos os processos, incluindo os


pensamentos e ações de cada um de nós. Quando nossos pensamen-
tos e ações são criativos, benéficos, em harmonia com as leis de nosso
ser e do cosmos, eles promovem o plano da evolução; então, ficamos
felizes e prosperamos. Todavia, quando agimos em desacordo com as
Leis, nós nos tornamos de pouco valor para nós mesmos e para Deus,
uma vez que Suas leis são absolutas. Quando nossa atitude mental não
está de acordo com elas, nós sofremos e pouco pode ser feito por nós.

Antes de eu possuir suficiente compreensão espiritual, quando eu estava


muito doente, eu costumava pensar: “Seria um infortúnio se eu estivesse
para morrer. Eu não poderia servir à causa de Deus. Acredito que Ele
me salvará!” Deus fica contente com a autoestima que não é presunção,
quando ela é motivada pelo desejo de servi-Lo e de cumprir o destino
de alguém durante a vida.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 01
Capítulo I - Ciclos cósmicos

Eu acredito que o que mais agrada a Deus é servir ao fluxo da vida da


humanidade. Devemos ajudar tantas pessoas quanto possível a fim de
conscientizá-las do plano Divino e da Luz que está sendo liberada para a
Era do Dia. Devemos orar pelo bem de todos. Orar apenas para a nosso
bem-estar indica egoísmo. Quando nos tornamos instrumentos eficazes
no avanço do plano cósmico, nós não precisamos nos preocupar com
nossa salvação.
(As leis divinas e a dedicação, Os novos tempos, 2019, p. 63)

4. Causas do afastamento das Leis da Natureza

4.1. Materialismo

A visão materialista está restrita aos cinco sentidos; portanto, é uma


existência limitada, ao passo que a visão espiritualista não conhece
restrições. É como se fosse o tamanho da Terra comparado com o tama-
nho do Universo, que é um espaço sem-fim. (...) É como se a visão espi-
ritualista fosse o oceano, e a visão materialista, o navio que nele flutua.

(...) Pela exposição acima, acredito que entenderam o quanto é errado


analisar os assuntos espirituais do ponto de vista da matéria, pois esta
é finita, enquanto o espírito tem vida eterna e é infinito. É o mesmo que
querer colocar um elefante dentro de um pote ou tentar ver todo o céu
através de um orifício no telhado.
20 de dezembro de 1949
(A luta entre o materialismo e o espiritualismo, Alicerce do Paraíso, v. 1, 2017, p. 93-94)

4.2. Egoismo

O que se deve fazer para ser do agrado de Deus? Saber isso é essencial.
Para ser do Seu agrado é preciso, antes de mais nada, procurar não
fazer aquilo de que Deus não gosta. Ao contrário, deve-se empenhar
ao máximo naquilo que Lhe agrada. Qualquer pessoa sensata sabe que
Deus não gosta de ações que estejam em desacordo com o caminho, ou
seja, mentir, fazer os outros sofrer, causar transtornos à sociedade etc.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 01
Capítulo I - Ciclos cósmicos

Atualmente, é grande o número de pessoas que não se importam com


o próximo e pensam apenas em si, manifestando isso em atos. E não
há nada pior do que isso! Agindo assim, é impossível ser do agrado de
Deus. Por tal motivo, cada um precisa saber se está sendo do agrado
de Deus ou não. E como discernir isso? É algo extremamente simples,
rápido e não dá trabalho.
25 de maio de 1949
(Ser amado por Deus, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 35)

5. Consequências do afastamento

A ntes de mais nada, qual é o verdadeiro objetivo da religião? Sem


dúvida, é o esclarecimento da Verdade.

E o que é a Verdade?

A Verdade é a natureza tal qual ela se apresenta. (...) Preciso insistir so-
bre assuntos tão óbvios porque a atual situação da sociedade é absurda.

Observando os revoltantes acontecimentos deste mundo, o caos reinan-


te na sociedade, os conflitos, a desordem, as más ações etc., é impossível
negar que há mais fatores que contribuem para a infelicidade do que
para a felicidade da humanidade. Precisamos, pois, refletir sobre a ori-
gem disso. Segundo o meu ponto de vista, é evidente que a causa reside
no demasiado afastamento da Verdade, embora não se perceba isso.
30 de janeiro de 1950
(Esclarecimento da verdade, Alicerce do Paraíso, v. 1, 2017, p. 43)

6. Como retornar a viver de acordo com a Lei da Natureza

V ou explicar por meio de situações que são familiares a todos. O ser


humano adoece porque se distancia da Verdade, e a medicina não
consegue curá-lo porque também está fora da Verdade. Política errônea,
má ideologia, sofrimentos decorrentes do aumento de crimes, crise finan-
ceira, inflação e deflação, tudo isso também decorre desse afastamento.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 01
Capítulo I - Ciclos cósmicos

Se não houver nenhum desvio da Verdade, tudo o que for correto cami-
nhará de acordo com o desejo do ser humano, pois Deus criou a socieda-
de humana dessa maneira. Assim, não seria difícil surgir uma sociedade
ideal, virtuosa e bela, em que as pessoas vivem com alegria e felicidade.
Nisto reside a possibilidade do advento do Paraíso Terrestre que venho
propondo.
30 de janeiro de 1950
(Esclarecimento da verdade, Alicerce do Paraíso, v. 1, 2017, p. 43)

6.1. Espiritualismo

P or fim, o ser humano ignorou o espírito e, chegando a convencer-se


de que somente a ciência representa a cultura como um todo, ajo-
elha-se diante dela e se satisfaz com sua condição de escravo. Esta é a
situação do mundo atual. Por acaso, o ser humano não dá provas disso
entregando, sem nenhuma preocupação, nas mãos da ciência, o que ele
tem de mais precioso, que é a vida? Embora a ciência de fato não lhe
garanta a vida, o homem contemporâneo não percebe isso e continua
depositando-lhe cega confiança.

Deus compadeceu-se dessa cegueira e, através de mim, atualmente está


procurando ensinar a humanidade, por meio dos fatos, que a vida não
pertence à matéria, que ela é invisível aos olhos humanos, embora pos-
sua existência inegável e está sob Seu domínio.
30 de julho de 1952
(Nascimento do novo mundo, Alicerce do Paraíso, v. 1, 2017, p. 14-15)

6.2. Altruísmo

N a ocasião em que a pessoa pensa no bem e o pratica, surge-lhe


o sentimento de satisfação em seu íntimo. Por esse motivo, seu
sonen transforma-se em luz e, agregando-se ao corpo espiritual, a luz
aumenta. Ao contrário, pensar no mal e praticá-lo efetivamente gera
nuvens espirituais e aumenta sua quantidade no corpo espiritual. No
relacionamento entre pessoas, na ocasião em que se faz o bem, o sonen

16
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 01
Capítulo I - Ciclos cósmicos

de gratidão do beneficiado transforma-se em luz, que é transmitida ao


praticante do bem por meio do elo espiritual, o que lhe aumenta ainda
mais a luz. Em contraposição, sentimentos como ódio, raiva e inveja
transformam-se em máculas, que retornam a quem provocou tal so-
nen. Consequentemente, o número de máculas se amplia cada vez mais.
Assim sendo, o ser humano deve praticar o bem e alegrar o próximo e
jamais receber o sonen.
5 de fevereiro de 1947
(Aura e ondas espirituais, Alicerce do Paraíso, v. 4, 2019, p. 80,81)

Referência Bibliográfica

Doutrina da Igreja Messiânica Mundial


Ciclos cósmicos
Nascimento do mundo novo (Título anterior: Formação do mun-
do novo)
Esclarecimento da Verdade (Título anterior: Concretização da
verdade)
Aura
Tente agradecer a Deus por tudo o que faz
As leis divinas e a dedicação

Leitura Complementar
Alicerce do Paraíso volume 1
O que é a Igreja Messiânica Mundial
Mundo semicivilizado e semisselvagem (Título anterior: A época
semicivilizada e semisselvagem)

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 01
18
Capítulo II - O ser humano

Capítulo 2
O ser humano

M
uitas vezes, você já deve ter experimentado a sensação de ter
sua vida protegida ou guiada por uma energia superior à sua
existência. Em outros momentos, ter se deparado com situa-
ções difíceis para as quais não encontra uma explicação razoável. Surge,
então, a pergunta: “O que existe além da realidade física?”

A fim de responder a estas e outras questões, na visão messiânica, não


há outro caminho senão compreender a natureza espiritual do ser hu-
mano, ou seja, saber que há uma realidade que precede a matéria e a
governa. Abrindo os estudos sobre o mundo espiritual neste capítulo,
concentramos esforços em apresentar os conceitos fundamentais so-
bre a natureza espiritual do homem e sua relação com a vida material
presente.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 02
Capítulo II - O ser humano

Aula 2 – Os três espirítos do homem


1. Espírito protetor primordial

É dito que o ser humano é filho ou templo de Deus. Como já disse, o


motivo disso é o fato de ele possuir a partícula divina outorgada por
Deus. Esta partícula divina é o espírito protetor primordial.

(...) O espírito protetor primordial a que me referi há pouco, é a bondade


inata do ser humano, é o seu lado bom.
5 de fevereiro de 1947
(Espíritos protetores, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 18)

2. Espírito protetor secundário¹

C omo sempre afirmo, o homem é constituído de espírito protetor primor-


dial, de natureza Divina, e de espírito protetor secundário, de natureza
animal. Este último incorpora-se ao homem por permissão de Deus, pois
comanda todos os desejos materiais indispensáveis à existência humana.
21 de novembro de 1951
(O homem mau é enfermo, Alicerce do Paraíso, v. 5, 2002, p. 95)

3. Espírito protetor guardião²

A lém desses dois espíritos protetores – primordial e secundário –


existe o espírito protetor guardião. Trata-se do espírito de um an-
cestral. Assim que uma pessoa nasce, um espírito que fora escolhido
entre seus ancestrais, recebe a missão de protegê-la. (...)

¹Na publicação do Alicerce do Paraíso, volume 5 de 2002, você encontrará o termo “espírito pri-
mordial”, porém com a revisão da tradução do ensinamento de “Espíritos protetores”, publicada
no volume 3 da coletânea Alicerce do Paraíso em 2018, esta terminologia passou a ser “espírito
protetor primordial”. Por esta razão a adotamos neste livro da secretaria de ensino religioso.
²Assim como mencionado na nota anterior, o termo “espírito secundário” passou a ser “espírito
protetor secundário” o que nos fez adotá-lo neste livro da secretaria de ensino religioso.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 02
Capítulo II - O ser humano

Muitas vezes, diante de um perigo iminente, a pessoa é salva milagro-


samente, recebe sinais, tem avisos por meio de sonhos ou pressenti-
mentos. Tudo isso é atuação do espírito protetor guardião. O mesmo se
pode dizer em relação à inspiração recebida pelos artistas no momento
da criação e pelos inventores quando estão concentrados em seus estu-
dos. Da mesma forma, Deus atua por intermédio do espírito protetor
guardião tanto na realização dos desejos corretos do ser humano quanto
no caso de recebimento de graças por meio da fé.

As antigas expressões, “A sinceridade transmite-se aos céus” e “O co-


ração sincero transmite-se a Deus”, indicam que Deus concede Suas
bênçãos por intermédio do espírito protetor guardião.
5 de fevereiro de 1947
(Espíritos protetores, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 18)

4. O homem em equilíbrio

A s ameaças e os castigos não impedem com eficácia a prática de más


ações. Um alcoólatra provavelmente não deixará de beber apenas
porque lhe dizem que o álcool lhe faz mal. Um meio muito melhor é
dissolver as máculas do seu corpo espiritual, elevando-o a um nível em
que sua Divina natureza possa ser despertada, o que o levará a sentir
uma natural repugnância pelo álcool, ou pela maldade, conforme o caso.

(...) É a tendência para fazer o mal ou agir desonestamente que deve


ser eliminada, pois a pessoa inclinada à prática de ações corruptas tem
prefe­rên­cia por elas. Por exemplo, a essas pessoas parece, por vezes,
que ganhar dinheiro por meios desonestos é mais fascinante do que
adquiri-lo honestamente. Em tais casos, a natureza Divina ou primária
encontra-se num estado enfraquecido, enquanto que a natureza animal
ou secundária está fortalecida, o que significa que a alma está num nível
baixo. Quando a alma está em plano mais elevado, a pessoa é incapaz
de tais ações.
(A Luz de Deus e a doutrina, Os novos tempos, 2019, p. 15-16)

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 02
Capítulo II - O ser humano

Por essa razão, quando o mal vence, cometem-se pecados e gera-se infe-
licidade; quando o bem vence, cria-se felicidade. Isso pode parecer óbvio
e simples de colocar em prática. Embora saiba disso, o ser humano não
consegue fazê-lo, especialmente os descrentes. No entanto, como nos-
sos fiéis são conscientes disso, perdem bem menos para o mal. Mesmo
assim, não é uma tarefa fácil. Naturalmente, quem nos leva à prática
do mal é o espírito protetor secundário, e quem nos leva à prática do
bem, é o espírito protetor guardião. Acima deles, existe ainda o espírito
protetor primordial, que ordena o absoluto bem e, por conseguinte, é
preciso ampliar a força dele, a qual domina o mal completamente.

Assim sendo, o ser humano deve estar sempre atento ao desenvolvimen-


to dessa força, e o único recurso é orar a Deus e viver a fé plenamente.
Não existe outro meio para se tornar feliz.
20 de junho de 1951
(Vença o próprio mal, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 20-21)

Referência Bibliográfica

Espíritos protetores (Título anterior: Os três espíritos do homem)


O homem mau é enfermo
A luz de Deus e a doutrina

Leitura complementar
Alicerce do Paraíso volume 3
Segredo da Felicidade
Vença o próprio mal (Título anterior: Vença seu próprio mal)
Alicerce do Paraíso volume 5
Como acabar com os crimes
É possível solucionar os males sociais?

22
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 02
Capítulo II - O ser humano

Aula 3 – Matéria e espírito


1. Máculas

1.1. Corpo espiritual

N ão só os seres humanos, que são os mais desenvolvidos, mas tam-


bém as demais criaturas, inclusive os vegetais e os minerais − tudo
aquilo que tem forma −, estão constituídos de duas partes: espírito e
matéria.
25 de agosto de 1949
(A existência do mundo espiritual, Alicerce do Paraíso, v. 2, 2017, p. 73)

Em outros termos, o sonen que pertence ao mal, como insatisfação,


ódio, insulto, inveja, ira, mentira, desejo de vingança, apego etc., nu-
blam o Mundo Espiritual.

Vejamos, agora, as palavras. As queixas em relação à Natureza, como


por exemplo, o mau tempo, o clima e a safra ruim; críticas e ataques ver-
bais às pessoas; gritos e vaias; fofocas e intrigas; repreensões, lamúria e
outras expressões desse tipo têm origem no mal e nublam o Mundo do
Espírito das Palavras, que se posiciona logo após o Mundo do Sonen.
13 de agosto de 1949
(As três calamidades maiores e as três calamidades menores, Alicerce do Paraíso, v. 2,
2017, p. 139-140)

2. Toxinas

C onforme eu já explanei, a origem de todas as doenças são as toxinas,


que podem ser de três tipos: hereditárias, urinárias e medicamen-
tosas. Vou expor de forma mais detalhada.

Que são toxinas hereditárias? Pode-se dizer que são toxinas medicamen-
tosas que foram transmitidas geneticamente e que, ao longo de várias
gerações, acabaram se transformando em um tipo de toxina.

23
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 02
Capítulo II - O ser humano

(...) As toxinas urinárias são resíduos de urina gerados pelo enfraque-


cimento da função renal.
5 de fevereiro de 1947
(Os três tipos de toxinas, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 118-119)

3. Johrei

3.1. Máculas e toxinas

O ser humano, enquanto está vivo, é constituído pela união insepará-


vel do espírito com o corpo físico.

(...) O aparecimento da doença em uma parte da alma, a qual tem o for-


mato humano, significa, na verdade, que ali está nublado, ou seja, a luz
dessa parte está mais escassa. Isso se reflete na consciência, no espírito
e, por fim, no corpo físico na forma de doença. Portanto, se não surgi-
rem nuvens em sua alma, a pessoa jamais ficará doente. Então, qual é a
razão para se formarem nuvens na alma? São os pecados e as impurezas.
Para explicar sobre pecados e impurezas, eu teria de entrar no campo
da religião e, por conseguinte, pararei por aqui. Falarei apenas sobre a
manifestação da doença no corpo físico.

Como eu já disse, se surgem nuvens em uma parte do espírito, por


exemplo na parte correspondente à região pulmonar, o sangue dessa
área fica turvo.
1935
(A origem da doença está na alma, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 152-153)

4. O princípio da cura

O princípio da cura está na eliminação das nuvens do espírito. Entre-


tanto, desconhecendo esse princípio, a atual medicina empenha-se
na pesquisa e no tratamento baseado apenas nos sintomas que apare-
cem no corpo físico. Isto se verifica porque ela só tem conhecimento do
efeito e não da causa do problema. Desse modo, mesmo que se consiga

24
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 02
Capítulo II - O ser humano

uma pequena e temporária melhora, não se obtém a cura completa da


doença.

Por meio da Luz de Kannon, o Johrei elimina as nuvens do espírito e,


ao mesmo tempo, dissolve a substância purulenta, fazendo com que a
doença melhore ou até desapareça. Ou seja, a purificação do espírito
reflete-se no corpo físico, proporcionando a cura da doença.
1935
(A origem da doença está na alma, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 152-153)

5. A energia espiritual

E , como existe variação de intensidade no enfraquecimento, o espírito


maligno atua proporcionalmente a esse enfraquecimento. Por exem-
plo, considerando que a plenitude do espírito da pessoa na parte frontal
da cabeça seja 100%, não há possibilidade de encosto; sendo 90%, o
encosto ocorrerá numa proporção de 10%. À medida que essa totalidade
vai diminuindo, a proporção do encosto vai aumentando para 20, 30, 40
50... e quando o encosto chega a 60%, a razão está com apenas 40%, o
que caracteriza sua derrota para a emoção. Nessas condições, o encosto
consegue controlar livremente a pessoa.

Como disse no início, o enrijecimento do pescoço e dos ombros com-


prime os vasos sanguíneos e causa a “anemia espiritual”, propiciando
ao encosto atuar nessa mesma proporção.

(...) Normalmente, as pessoas em geral têm uma deficiência espiritual


em torno de 30 a 40%, mas, por algum motivo, essa porcentagem pode,
a qualquer momento, ultrapassar os 50%. Nesse caso, elas acabam co-
metendo crimes que nem imaginavam. Um exemplo dessa deficiência
é a histeria (...). Assim, as pessoas passam a fazer escândalos ou a dizer
coisas incoerentes, nas quais nem estavam pensando.
20 de abril de 1950
(Os japoneses e as doenças psíquicas, Alicerce do Paraíso, v. 2, 2017, p. 125-126)

25
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 02
Capítulo II - O ser humano

Referência Bibliográfica

O espírito precede a matéria


Os japoneses e as doenças psiquicas
A existência do mundo espiritual
As três calamidades maiores e as três calamidades menores (Tí-
tulo anterior: As três grandes calamidades e as três pequenas
calamidades)
Os três tipos de toxinas
A origem da doença está na alma (Título anterior: A verdadeira
causa da doença está no espírito)

Leitura complementar
Alicerce do Paraíso volume 2
A força da Natureza (Título anterior: O poder da natureza)
Considerações espirituais sobre os incêndios
Alicerce do Paraíso volume 3
Elevação da temperatura corporal (Título anterior: Os elementos
fogo, água e solo)

26
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 02
Capítulo III - O mundo espiritual

Capítulo 3
O mundo espiritual

E
m continuidade aos conteúdos apresentados no capítulo anterior,
aulas 2 e 3, neste estudaremos outras noções messiânicas sobre
o mundo espiritual: planos e camadas do mundo espiritual, e o
processo de reencarnação, em que você encontrará paralelos em outras
visões religiosas, o que poderá grandemente facilitar sua compreensão.

Serão apresentadas algumas terminologias como Yukon e Sorei Saishi,


que possuem uma especificidade particular do pensamento de Meishu-
-Sama e prática da Igreja Messiânica Mundial, o que não significa que
sejam proposições reveladas unicamente pelo fundador. Todavia, com o
pragmatismo de sua doutrina, após estas aulas, você encontrará grande
ânimo ao conhecer o caminho sinalizado por ele para que o homem
mude seu destino livremente.

27
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
Capítulo III - O mundo espiritual

Aula 4 – Camadas do mundo espiritual

1. Camadas do mundo espiritual

D e forma idêntica ao Mundo Material, o Mundo Espiritual está cons-


tituído de numerosas camadas: superiores, intermediárias e infe-
riores. A grosso modo, o Mundo Espiritual é formado por três planos.
Cada plano possui sessenta camadas, que se subdividem em três, cada
qual com vinte camadas. Ao todo, são cento e oitenta camadas, mais
uma – acima de todas –, ocupada por Deus. Temos, pois, cento e oitenta
e uma camadas. Qualquer divindade, por mais elevada que seja, acha-se
numa das cento e oitenta camadas.

(...) Ultrapassando-se essas sessenta camadas inferiores, atingem-se as


camadas intermediárias, que correspondem ao Tyu’ ukai³ do budismo e
ao Yatimata⁴ do xintoísmo, ou ainda, à vida no Mundo Material. Acima
das camadas intermediárias, está o Paraíso, e aqueles que aí chegam,
alcançam a posição de entes celestiais e desfrutam de uma vida de ale-
gria e felicidade.
25 de março de 1952
(Johrei e felicidade, Alicerce do Paraíso, v. 1, 2017, p. 153-154)

2. Yukon

D eus, seguindo Seu propósito, emite ininterruptamente ordens ao


ser humano. De que forma isto ocorre? Em uma das camadas do
Mundo Espiritual, existe a matriz de cada indivíduo que denominei de
yukon. Primeiramente, Deus emite ordem ao yukon e este, por sua vez,
a transmite por meio do elo espiritual à alma⁵, que está no centro do
corpo espiritual do ser humano.

³Tyu’ukai: mundo do tyu’u. Tyu’u é um termo de origem budista que se refere ao período entre
a morte e o retorno ao Mundo Espiritual.
⁴Yatimata ou Ama no yatimata, um lugar descrito no livro de mitologia do Japão (Kojiki) locali-
zado logo abaixo do paraíso e dividido em oito (ya) caminhos (timata).

28
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
Capítulo III - O mundo espiritual

(...) de acordo com a camada em que o yukon se encontra no Mundo


Espiritual, há diferença na missão e também no destino, isto é, quanto
mais alta estiver a posição do yukon da pessoa naquele mundo, maior
e mais elevada será a missão recebida de Deus e mais afortunada ela
será. Por outro lado, quanto mais baixa for a posição do yukon, menos
feliz será a pessoa e, quando aquele atingir a última camada inferior,
ela será extremamente infeliz. Isto porque, as camadas superiores cor-
respondem ao Paraíso, um mundo de alegria, onde não existem doença
e conflito, e os recursos materiais são abundantes. Em contraposição,
as camadas inferiores correspondem ao mundo de sofrimentos, repleto
de doença, conflito e pobreza. Nesse sentido, para ser verdadeiramente
feliz, o ser humano deve, antes de mais nada, elevar a posição do seu
yukon no Mundo Espiritual. Então, como conseguir isso? A única ma-
neira é purificar o corpo espiritual.
5 de fevereiro de 1947
(Camadas do mundo espiritual, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 15-16)

3. Elos espirituais

H á elos espirituais grossos e finos, compridos e curtos, corretos e


incorretos, que constantemente exercem alguma influência e pro-
vocam mudanças no ser humano. Portanto, não é exagero dizer que o
homem se mantém vivo graças aos elos espirituais. Entre estes, o mais
grosso é o que existe entre um casal; a seguir, o que existe entre pais e
filhos, entre irmãos, entre tios e sobrinhos, entre primos, amigos, co-
nhecidos etc. tornando-se, nessa ordem, cada vez mais fino. Creio que as
expressões “laços de afinidade” e “vínculos de afinidade”, usadas desde
a antiguidade, referem-se aos elos espirituais.

⁵Alma: Neste caso, Meishu-Sama usou o nome guenkon para alma, diferente do usado comumente
em seus ensinamentos. Guenkon significa literalmente “alma material” e contrasta com yukon,
que literalmente significa “alma espiritual”. O guen de guen-kon é o mesmo de guen-kai (Mundo
Material), enquanto que o yu de yu-kon é o mesmo de yu-kai (Mundo Espiritual). Dessa forma,
é possível concluir que Meishu-Sama empregou esse nome para mostrar que a relação que existe
entre a alma (guenkon) e o yukon é similar à relação que existe entre o Mundo Material (guenkai)
e o Mundo Espiritual (yukai).

29
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
Capítulo III - O mundo espiritual

Os elos espirituais sempre se modificam, tornando-se grossos ou finos.


Quando há harmonia entre o casal, ele é grosso e brilhante; quando os
cônjuges estão em conflito, ele torna-se mais fino e perde o brilho. O
mesmo se verifica entre pais e filhos, entre irmãos etc.

Dessa forma, o elo espiritual entre pessoas que não têm laços de con-
sanguinidade pode ser rompido, mas não é possível romper o que existe
entre parentes consanguíneos.
5 de setembro de 1948
(Elos espirituais, Alicerce do Paraíso, v. 2, 2017, p. 129-130)

3.1. Quantidade de elos que uma pessoa pode ter

A quantidade de elos espirituais varia de acordo com o grau de influ-


ência da pessoa. Vejamos exemplos de pessoas que os possuem em
grande número. Numa família, o responsável possui elos com familia-
res, empregados, parentes e amigos. Tratando-se do presidente de uma
firma, este possui elos com todos os funcionários. Se for pessoa pública,
por exemplo, representante de bairro, subprefeito, prefeito, governador,
primeiro-ministro, presidente ou monarca, todos possuem elos espiri-
tuais com aqueles que estão sob sua administração ou governo. Quanto
maior a influência da pessoa, maior o número de seus elos espirituais.
Sendo assim, o caráter de um líder deve ser nobre, pois, se sua alma es-
tiver nublada, isso se refletirá sobre grande número de pessoas, atuando
maleficamente sobre suas ideias. O primeiro-ministro de um país, por
exemplo, deve ser uma pessoa de caráter ilibado e de muita sabedoria.
Caso contrário, o pensamento dos cidadãos se degrada, a moral relaxa,
o número de criminosos torna-se cada vez maior e a responsabilidade
de tudo isso caberá aos governantes. Os educadores, em especial, cientes
de que seu caráter se reflete sobre os alunos por meio dos elos espiritu-
ais, devem tornar-se pessoas dignas de exercerem com honradez essa
profissão, procurando constantemente polir a alma.
5 de setembro de 1948
(Elos espirituais, Alicerce do Paraíso, v. 2, 2017, p. 133-134)

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
Capítulo III - O mundo espiritual

Referência Bibliográfica

Johrei e felicidade (Título anterior: Sermão, Johrei e felicidade)


Elos espirituais (Título anterior: Elo espiritual)
Camadas do mundo espiritual

Leitura complementar
Alicerce do Paraíso volume 3
O segredo da sorte na vida (Título anterior: O segredo da boa sorte)
Alicerce do Paraíso volume 4
Nós é que traçamos o nosso destino
Alicerce do Paraíso volume 5
O mau comportamento dos filhos

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
Capítulo III - O mundo espiritual

Aula 5 – Vida e morte


1. O que é a morte

N ão só os seres humanos, que são os mais desenvolvidos, mas tam-


bém as demais criaturas, inclusive os vegetais e os minerais − tudo
aquilo que tem forma −, estão constituídos de duas partes: espírito e
matéria. Quando o espírito se separa da matéria, o ser deixa de existir,
seja ele qual for, mas aqui, pretendo falar apenas sobre o ser humano.

Quando o corpo material fica impossibilitado de ser utilizado devido


ao envelhecimento, doença, grande perda de sangue etc., o espírito o
abandona e dirige-se ao Mundo Espiritual, onde passa a viver como
seu habitante. Tal fato é idêntico no mundo inteiro, seja qual for a raça.
25 de agosto de 1949
(A existência do mundo espiritual, Alicerce do Paraíso, v. 2, 2017, p. 73)

2. Diferenças entre os níveis elevado, comum e inferior

P or ocasião da morte, ou seja, no momento em que o espírito se despren-


de do corpo físico, geralmente ele o faz pela testa, pela região umbilical
ou pela ponta dos dedos do pé. Qual é o motivo dessa distinção? O espírito
puro sai pela testa; o de pureza mediana, pela região umbilical, e o impuro,
pela ponta dos dedos dos pés. Isso se deve ao Princípio da Correspondên-
cia. O espírito puro é aquele que praticou o bem enquanto vivia, somou
virtudes e tornou-se purificado; o impuro acumulou muitas impurezas e
pecados durante a vida, e o mediano situa-se entre os tipos mencionados.
5 de fevereiro de 1947
(Vida e morte, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 82)

3. Julgamento no mundo espiritual

N o momento em que o espírito entra no Mundo Espiritual, inicia-


-se, na maioria deles, o processo de purificação das impurezas. A
quantidade destas, logicamente, determina uma vida espiritual em uma

32
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
Capítulo III - O mundo espiritual

posição mais elevada ou mais baixa, e o tempo de purificação, mais


curto ou mais longo. Os períodos mais curtos duram poucos anos, às
vezes dezenas, e os mais prolongados, centenas ou até milhares de anos.
Os espíritos que alcançam certo grau de purificação reencarnam por
desígnio de Deus.
5 de fevereiro de 1947
(Vida e morte, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 84)

Evidentemente, todas as pessoas fazem tanto o bem como o mal durante a


vida. Se a prática do mal for maior que a do bem, o saldo entre elas consti-
tuirá o pecado, que se reflete na alma e se transforma em nuvem espiritual.
15 de agosto de 1951
(O espírito precede a matéria, Alicerce do Paraíso, v. 1, 2017, p. 130)

4. Reencarnação

O ser humano, após a morte, vai para o Mundo Espiritual, isto é,


nasce naquele mundo. No budismo, isso é chamado de “ir para
nascer”. A partir da perspectiva do Mundo Espiritual, isso faz sentido.
Ali se efetua a purificação das impurezas e dos pecados cometidos no
Mundo Material, e os espíritos que atingiram certo grau de purificação
voltam a nascer neste mundo, ou melhor, reencarnam.
5 de setembro de 1948
(Elos espirituais, Alicerce do Paraíso, v. 2, 2017, p. 131)

5. Sorei-Saishi

O Sorei Saishi, Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos An-


cestrais e Antepassados, é um rito litúrgico da Igreja Messiânica
em prol dos espíritos intimamente relacionados com as famílias dos
membros, de acordo com a liturgia messiânica. Realizando-se o Sorei
Saishi, a Luz de Deus abrangerá os ancestrais e antepassados e lhes
serão abertas as portas para sua elevação no Mundo Espiritual. Isto
constitui a maior alegria para eles, pois significa que lhes foi estendida
a tão ansiada escada para o Paraíso. Ao serem registrados e assentados

33
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
Capítulo III - O mundo espiritual

no Santuário dos Antepassados no Solo Sagrado, os ancestrais e ante-


passados ficam imensamente felizes e, com isso, abençoam e protegem
os lares de seus descendentes. Realizar o Sorei Saishi significa registrar
de forma elevada o espírito do antepassado no Mundo Espiritual Mes-
siânico.

Portanto, é nossa missão conscientizar-nos deste propósito em nossas


vidas e realizar o assentamento dos nossos antepassados no Solo Sagrado.

O Sorei Saishi é a forma de expressar nosso amor e gratidão aos nossos


ancestrais e antepassados.
(Sorei Saishi - Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos Ancestrais e Antepas-
sados, 2018, p. 10)

Nós, que estamos vivos, não somos seres surgidos do nada, sem relação
com coisa alguma. Na verdade, somos a síntese de milhares de antepas-
sados e existimos como seres vivos que respiram, na extremidade de
uma sequência infinita de vida. Somos, portanto, uma existência indivi-
dualizada no tempo, como um elo da corrente que une os antepassados
com os descendentes. Em sentido restrito, somos uma peça destinada
a firmar a ligação entre nossos pais e filhos.
1936
(A Causa das doenças, o pecado e as impurezas, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 156)

O fato de uma pessoa ser feliz ou não, desde o seu nascimento, na maio-
ria das vezes, deve-se ao que acabamos de expor. É preciso saber, por-
tanto, que a felicidade ou a infelicidade não são mero acaso, existindo
motivos para tal. Há outra causa para a variação do tempo de reencarna-
ção. Quando familiares, parentes e descendentes do falecido lhe prestam
homenagens póstumas e oferecem cultos de sufrágio, realizando-os com
todo amor e sinceridade, ou quando se empenham em somar virtudes
praticando o bem, ajudando o semelhante com amor e compaixão, ou
ainda, quando trabalham em benefício da sociedade etc., tais práticas
contribuem para a aceleração do processo de purificação daqueles espí-
ritos. Por esse motivo, a expressão do amor e da devoção filial aos pais
não deve se limitar ao período em que estes se encontram neste mundo.
Na verdade, expressar o amor e a devoção após a morte deles, por meio

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
Capítulo III - O mundo espiritual

de cultos e da soma de virtudes, é ainda mais significativo. Em geral,


costuma-se dizer: “Quando os filhos desejam praticar a devoção filial,
seus pais já se foram”, mas isso é porque se desconhece a realidade do
Mundo Espiritual.
23 de outubro de 1943
(A reencarnação, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 97)

6. Culto de Assentamento e Sagração dos Ancestrais


e Antepassados

S olicitar este culto significa estar assentando o espírito do antepassado


no mundo espiritual messiânico. É como se uma escada da salvação
fosse estendida, abrindo-lhe o caminho para o Paraíso. Quando os pe-
didos de Sorei-Saishi são solicitados por seus descendentes, os nossos
antepassados são registrados e assentados pelos oficiantes nos Santuá-
rios dos Solos Sagrados do Brasil e do Japão. Através da realização deste
ofício religioso, onde eles recebem o servir diário (oferendas e orações),
a luz do Supremo Deus é irradiada para os espíritos dos ancestrais e
antepassados, que se elevam no Mundo espiritual.
(Sorei Saishi - Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos Ancestrais e Antepas-
sados, 2018, p. 11)

6.1. Culto de assentamento de pessoa recém-falecida – Shinrei-saishi

S ão denominados “espíritos de pessoas recém-falecidas” aqueles que


ainda não completaram 50 dias de falecimento. Eles são assentados
no Altar de Pessoas Recém-Falecidas, localizado dentro do Santuário dos
Antepassados no Solo Sagrado, pois como ainda não têm uma posição
determinada no Mundo Espiritual, não são considerados antepassados.
(Sorei Saishi - Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos Ancestrais e Antepas-
sados, 2018, p. 13)

Este culto deve ser solicitado logo que a pessoa falecer, antes dos 50
dias de falecimento, para o espírito receber o ofício religioso de cada 10
dias de falecimento.

35
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
Capítulo III - O mundo espiritual

6.2. Culto de cada 10 dias de falecimento – Maitokasai

(Ofício Religioso de cada Dez Dias de Falecimento e de Transferência


e Assentamento dos Espíritos que estão completando 50 dias de Fale-
cimento):

Os Ofícios Religiosos de décimo, vigésimo, trigésimo, quadragésimo


e quinquagésimo dias, contando como primeiro, o próprio dia de fa-
lecimento. Ele é de grande importância para a elevação do espírito da
pessoa que faleceu recentemente. Completados os cinquenta dias de
falecimento, é feita a transferência do espírito para o Altar dos Ante-
passados no Santuário dos Antepassados.
(Sorei Saishi - Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos Ancestrais e Antepas-
sados, 2018, p. 14)

6.4. Culto de aniversário de falecimento – Nensai

A pós o quinquagésimo dia de falecimento, o espírito é assentado no


Mundo Espiritual como um dos antepassados da família. A partir
de então, são iniciados os períodos de Nensai, Ofício Religioso de Ani-
versário de Falecimento, que pode ser solicitado a partir do 100º dia de
falecimento. Os cultos anuais são contados do primeiro ano até o quinto
ano de falecimento. Em seguida, os ofícios religiosos são realizados no
décimo, décimo quinto, vigésimo, trigésimo, quadragésimo, quinqua-
gésimo e centésimo ano de falecimento. Cronologicamente, somente a
cada cinquenta anos e, depois, a cada cem anos. Não é bom atrasar o
Ofício Religioso de Aniversário de Falecimento, sem motivos; porém,
se houver alguma inconveniência em realizá-lo no lar nesta data, ele
poderá ser antecipado.
(Sorei Saishi - Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos Ancestrais e Antepas-
sados, 2018, p. 12)

Solicitar na unidade religiosa antes do dia 15 do mês anterior ao mês


em que o espírito está aniversariando. Exemplo: Meu antepassado faz
aniversário de falecimento no mês de abril. Então, até o dia 15 de março,
preciso fazer a solicitação no sistema. Este ofício é realizado no Santu-

36
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
Capítulo III - O mundo espiritual

ário dos Antepassados, no Solo Sagrado, no primeiro domingo do mês


após o Culto Mensal de Agradecimento e no quarto domingo do mês,
às 9 horas.

6.5. Culto de sufrágio – Ireisai

É o ofício religioso realizado em sufrágio dos ancestrais e antepassa-


dos, dos espíritos e linhagens da família. Trata-se de um ofício para
conforto dos espíritos e deve ser realizado, periódica e especialmente,
para todos os antepassados nos anos em que não se realiza o Nensai.
(Sorei Saishi - Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos Ancestrais e Antepas-
sados, 2018, p. 13)

Solicitar na unidade religiosa antes do dia 15 do mês anterior ao mês em


que o espírito está sendo sufragado. No caso de solicitar o Ireisai para
a linhagem familiar pode-se escolher um mês durante o ano para fazer
a solicitação. Este ofício é realizado no Santuário dos Antepassados,
no Solo Sagrado, no primeiro domingo do mês após o Culto Mensal de
Agradecimento e no quarto domingo do mês, às 9 horas.

6.6. Culto Mensal dos antepassados

É realizado no culto Mensal de gratidão, no primeiro domingo de cada


mês, no Solo Sagrado do Brasil. É o momento em que expressamos
aos nossos antepassados gratidão pela proteção recebida, orando para
que eles sejam envoltos pela luz de Deus e nos comprometemos a tra-
balhar em conjunto na concretização da obra divina de salvação.

6.7. Culto às almas dos antepassados

R ealizado anualmente no dia 2 de novembro pela IMMB, nele envol-


vemos com orações e sincero sentimento de gratidão não apenas os
espíritos que estão assentados no Santuário do Solo Sagrado do Brasil,
mas todos os espíritos que têm afinidade conosco.

37
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
Capítulo III - O mundo espiritual

6.8. Ofício Religioso de Sufrágio Perpétuo - Eidai Saishi

D urante sua existência neste mundo, o ideal seria o membro esforçar-se


para conduzir algum de seus familiares à fé messiânica, ampliando
o número de lares de luz. Se o membro não tiver familiares messiânicos,
seria de vital importância tornar-se um messiânico capaz de despertar
profunda gratidão em outro membro a ponto deste, imbuído de carinho
e gratidão pela sua existência, possa cultuá-lo após o seu falecimento.

Na impossibilidade de encaminhar um parente à fé messiânica ou de


despertar em outro membro a gratidão de cultuá-lo, é possível mediante
avaliação de cada situação, dar entrada do pedido de Eidai Saishi junto
à Secretaria do Sorei sob a orientação do ministro responsável. Para
tanto, é necessário preencher um formulário próprio e encaminhá-lo à
Secretaria acima citada.
(Sorei Saishi - Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos Ancestrais e Antepas-
sados, 2018, p. 14-15)

6.9. Como solicitar o Sorei Saishi para cultuar seus antepassados

P ara a pessoa que se torna membro da Igreja Messiânica é concedi-


da a permissão de solicitar o Sorei Saishi, oficializando seu desejo
e responsabilidade de cultuar os antepassados no Santuário dos An-
tepassados no Solo Sagrado. É desejável que os membros sejam bem
instruídos pelo ministro responsável da unidade ou pelo coordenador
do Sorei Saishi em relação à grandiosidade que envolve a realização do
Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos nossos Ancestrais e
Antepassados. Portanto, precisamos algumas instruções:

1) Procurar o setor do Sorei Saishi da unidade religiosa.

2) Preparar relação com os dados referentes aos seus antepassados com


letra legível, sem abreviações.

3) Devem ser incluídos no Sorei Saishi os espíritos de parentes que


tiveram uma relação mais próxima com o solicitante, tais como: avôs,

38
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
Capítulo III - O mundo espiritual

avós, pais, mães, irmãos, filhos, sobrinhos e netos. O mesmo pode ser
estendido ao cônjuge.
(Sorei Saishi - Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos Ancestrais e Antepas-
sados, 2018, p. 17-18)

Referência Bibliográfica

A existência do mundo espiritual


Vida e Morte
O espírito precede a matéria
Elos espirituais (Título anterior: Elo espiritual)
A causa das doenças, o pecado e as impurezas (Título anterior: A
causa das doenças e o pecado
A reencarnação
Sorei Saishi - Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos
Ancestrais e Antepassados

Leitura complementar
Alicerce do Paraíso volume 3
O que é a morte?
Julgamento no mundo espiritual
Morte natural e morte antinatural

39
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
Capítulo III - O mundo espiritual

Aula 6 – Destino e Predestino


1. Destino e Predestino

C omo sempre me fazem perguntas sobre destino e predestino, vou


explicar a seguir.

O predestino é algo atribuído a cada pessoa em caráter definitivo e, de


maneira alguma, pode ser alterado. Já o destino é livre, dentro de um
limite estabelecido e, dependendo do esforço da pessoa, pode atingir o
limite mais alto ou, ao contrário, decair ao mais baixo.
5 de setembro de 1948
(Destino e Liberalismo, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 57)

2. É possível mudar o destino livremente

C omo todos sabem, desde os tempos antigos, o ser humano costuma


resignar-se a tudo – seja a uma situação boa ou ruim – atribuindo o
desenrolar dos acontecimentos ao destino, definindo-o como “algo que
não pode ser mudado”.

Todavia, eu desejo ensinar que todos podem mudá-lo livremente; em


outras palavras, originariamente, o destino foi criado de tal forma que a
própria pessoa possa transformá-lo. A compreensão deste fato nos leva
não só a abandonar a visão pessimista do mundo, mas a encarar este de
maneira extremamente otimista.
27 de fevereiro de 1952
(É possível mudar o destino livremente, Alicerce do Paraíso, v. 4, 2019, p. 57)

É mais do que evidente que basta semear o bem. Desde os tempos antigos,
há a expressão budista: “O bem produz bons frutos e o mal, maus frutos.”
A semente do mal tem origem na concepção egoísta que leva as pessoas a
objetivar benefícios apenas para si e a não se importar com o sofrimento
e o prejuízo que possam causar ao próximo. A semente do bem origina-se
no amor altruísta de querer alegrar e favorecer o semelhante.
27 de fevereiro de 1952
(É possível mudar o destino livremente, Alicerce do Paraíso, v. 4, 2019, p. 57)

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
Capítulo III - O mundo espiritual

3. Etapas de Crescimento

D e acordo com a camada em que o yukon se encontra no Mundo Es-


piritual, há diferença na missão e também no destino, isto é, quanto
mais alta estiver a posição do yukon da pessoa naquele mundo, maior e
mais elevada será a missão recebida de Deus e mais afortunada ela será.
Por outro lado, quanto mais baixa for a posição do yukon, menos feliz
será a pessoa e, quando aquele atingir a última camada inferior, ela será
extremamente infeliz. Nesse sentido, para ser verdadeiramente feliz, o
ser humano deve, antes de mais nada, elevar a posição do seu yukon
no Mundo Espiritual. Então, como conseguir isso? A única maneira é
purificar o corpo espiritual.
5 de fevereiro de 1947
(Camadas do Mundo Espiritual, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 03)

Referência Bibliográfica

Destino e liberalismo
Nós que traçamos o destino
Camadas do Mundo Espiritual

Leitura complementar
Alicerce do Paraíso volume 3
Compreenda a Vontade Divina (Título anterior: Conheça a Von-
tade Divina)
Nós podemos mudar o nosso destino (Título anterior: Nós é que
traçamos o nosso destino)
Alicerce do Paraíso volume 4
Beco sem saída

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 03
42
Capítulo IV - Agricultura e Alimentação Natural

Capítulo 4
Agricultura e alimentação natural

C
ertamente a nocividade à saúde humana e à própria Natureza cau-
sada pelos defensivos agrícolas é um dos temas mais polêmicos
e mais debatidos atualmente. Hoje, há um amplo debate social
sobre a perniciosidade dos agrotóxicos, comprovado, por exemplo, pela
crescente demanda de produtos orgânicos.

Na década de 1930, quando não era massivo o uso deste tipo de recurso
tecnológico no cultivo agrícola, Meishu-Sama já sinalizava que o cami-
nho para a verdadeira salvação do ser humano deve compreender espí-
rito e matéria. Nesta perspectiva, concluindo este primeiro módulo de
estudos do “Programa de Formação Nível 1”, o presente capítulo retoma
o aspecto material (físico) da existência humana trazendo ao debate em
sala de aula sobre um dos temas centrais da filosofia de Meishu-Sama:
a premência de uma alimentação saudável sustentada em um modelo
agrícola baseado no respeito às Leis Divinas que regem a Natureza.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 04
Capítulo IV - Agricultura e Alimentação Natural

Aula 7 – Horta Caseira


1. Poemas de Meishu-Sama

“Quando apanho uma folha seca caída no chão,


Sinto nela a indiscutível Lei do Ciclo da Vida.”
“Pés de arroz frutificam fartamente nas espigas curvadas
Acumulando o suor de muitos dias dos agricultores.”
“Empunhando a enxada, o suor banha suavemente a pele;
Que delícia a brisa que passa por entre as verdes folhas.”

(Agricultura Natural – Cartilha da Horta em casa e vida saudável, 2017)

2. A prática da Agricultura Natural começa com o


reconhecimento da existência de Deus em todos os seres.

D eus, Criador do Universo, assim que criou o homem criou o solo, a


fim de que este produzisse os alimentos para nutri-lo. Basta semear
a terra que a semente germinará, e o caule, as folhas, as flores e os fru-
tos se desenvolverão, proporcionando-nos fartas colheitas no outono.
Assim, o solo, que produz alimentos, é um maravilhoso técnico ao qual
deveríamos dar grande preferência. Obviamente, como se trata do Poder
da Natureza, a Ciência deveria pesquisá-lo. Entretanto, ela cometeu um
grande erro: confiou mais no poder humano. (...) O homem, até agora,
pensava que a vontade-pensamento, assim como a razão e o sentimento,
limitava-se aos animais. Entretanto, eles existem também nos corpos
inorgânicos. Obviamente, como o solo e as plantações estão naquele
caso, respeitando-se e amando-se o solo sua capacidade natural se ma-
nifestará ao máximo. Para tanto, o mais importante é não sujá-lo, mas
torná-lo ainda mais puro. Com isso, ele ficará alegre e, logicamente, se
tornará mais ativo. A única diferença é que a vontade-pensamento, nos
seres animados, é mais livre e móvel, ao passo que, o solo e as plantas
não têm liberdade nem movimento. Assim, se pedirmos uma farta co-
lheita com sentimento de gratidão, nosso sentimento se transmitirá ao
solo, que não deixará de corresponder-nos. Por desconhecimento desse

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 04
Capítulo IV - Agricultura e Alimentação Natural

princípio, a Ciência comete uma grande falha, considerando que tudo


aquilo que é invisível e impalpável não existe.
27 de janeiro de 1954
(O princípio da Agricultura Natural, Alicerce do Paraíso, v.5, 2002, p.28-29)

3. A prática da horta caseira como ferramenta para


desenvolver gratidão a Deus em todos os seres.

D esejo falar a respeito do sabor da fé. Não existe, neste mundo, nada
que seja destituído de sabor. Tudo possui seu sabor, seu encanto:
as coisas, o ser humano e a vida cotidiana.

Se o excluirmos da vida, esta se tornará insípida e o ser humano, cer-


tamente, perderá a vontade de viver. Por conseguinte, creio que não é
exagero dizer que o seu apego à vida decorre do deleite proporcionado
pelo sabor. Evidentemente, também na fé existem aquelas com e sem
sabor. Pode parecer estranho, mas no mundo, há exemplos de fé que
suscitam medo. Seus adeptos temem as divindades e vivem sob fortes
restrições, aprisionados pelos mandamentos e sem nenhuma liberdade.
Denomino de fé infernal esse tipo de fé.

Originariamente, o ideal da fé é um contínuo estado de tranquilidade em


que o ser humano vive com alegria e prazer. Então, ele percebe que a be-
leza da Natureza expressa nas flores, nas aves, na brisa, na lua, no canto
dos pássaros, nas águas e nas montanhas são dádivas de Deus para
confortá-lo. Agradece profundamente por ser abençoado com alimen-
tos, vestuário e moradia. Sente proximidade não apenas dos humanos,
mas de todos os seres vivos da fauna e da flora. É preciso chegar a um
estado de espírito em que, após o máximo esforço em qualquer situação,
a pessoa se entrega a Deus. Isso significa “estar em estado de graça”.

Sempre que me deparo com uma questão difícil de ser resolvida, procu-
ro entregá-la aos cuidados de Deus e aguardo. Numerosas experiências
minhas demonstraram que essa atitude leva a resultados melhores do
que os esperados. Posso afirmar que nenhuma vez ocorreu de os resulta-
dos terem sido da forma como eu temia. Costumo alimentar esperanças
e acho interessante o fato de os resultados superarem as expectativas.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 04
Capítulo IV - Agricultura e Alimentação Natural

Quando surge algo desagradável, momentaneamente me preocupo, mas


logo penso que se trata da premissa para bons acontecimentos. Entrego
o problema a Deus e percebo que a situação ruim, infalivelmente, traz
coisas boas. Já que, por vezes, são preocupações infundadas, não me
contenho de tanta gratidão. Em suma, sou uma pessoa agraciada de
milagres. Eis o que denomino de maravilhoso sabor da fé.
5 de setembro de 1948
(O sabor da fé, Alicerce do Paraíso, v.4, 2019, p.69-70)

Todos sabem que os seres vivos respiram. Na verdade, a respiração é


uma propriedade de todos os seres até mesmo dos vegetais e dos mine-
rais. Se eu disser que o globo terrestre também respira, muitos poderão
achar estranho; todavia, com a explanação que farei a seguir, tenho
certeza de que ninguém irá discordar.

O globo terrestre respira uma vez por ano. A expiração inicia-se na pri-
mavera e chega ao ponto culminante no verão. O ar que ele expira é
quente, como no caso da respiração do homem, e isso se deve à disper-
são do seu próprio calor. Na primavera essa dispersão é mais intensa,
e tudo começa a crescer; as folhas começam a brotar e até o homem
se sente mais leve. Com a chegada do verão, as folhas tornam-se mais
vigorosas e, atingido o clímax da expiração, o globo terrestre recomeça
a inspirar; daí as folhas principiarem a cair. Tudo toma, então, um sen-
tido decrescente, e o próprio homem fica mais austero. O outro ponto
culminante é o inverno. Essa é a imagem da Natureza.

O ar expirado pelo globo terrestre é a energia espiritual do solo, que a


Ciência denomina nitrogênio; graças a ele as plantas se desenvolvem. O
nitrogênio sobe às camadas mais altas da atmosfera junto com a corren-
te de ar ascendente e lá se acumula, retornando ao solo com as chuvas.
Esse é o adubo da Natureza, à base de nitrogênio. Por essa razão, é um
erro retirar o nitrogênio do ar e utilizá-lo como adubo. É certo que com a
aplicação de adubo químico à base de nitrogênio consegue-se o aumento
da produção, mas seu uso prolongado acarreta intoxicação e envelhe-
cimento do solo, pois a força deste diminui. Como é do conhecimento
geral, o adubo à base de nitrogênio foi elaborado pela primeira vez na
Alemanha, durante a Primeira Guerra Mundial. No caso de ser neces-

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 04
Capítulo IV - Agricultura e Alimentação Natural

sário aumentar a produção de alimentos devido à guerra, ele satisfaz


o objetivo; entretanto, com o fim da guerra e o conseqüente retorno à
normalidade, seu uso deve ser suspenso.

Outro aspecto importante é o que diz respeito às manchas solares, que


desde a antigüidade têm servido de assunto para muitos debates. A
verdade é que essas manchas representam a respiração do Sol. Dizem
que elas aumentam de número de onze em onze anos, mas isso acontece
porque a expiração chegou ao ponto culminante. Com relação ao luar,
considera-se que ele é o reflexo da luz do Sol, mas convém saber que o
Sol arde graças ao elemento água, proveniente da Lua. Esta possui um
ciclo de vinte e oito dias, e isso também constitui o seu movimento de
respiração.
5 de setembro de 1948
(O globo terrestre respira, Alicerce do Paraíso, v. 5, 2002, p. 40-42)

4. Os pensamentos e sentimentos humanos e o surgimentos


de pragas.

A s tempestades e as inundações são ações purificadoras do espaço


entre o Céu e a Terra. E por que elas ocorrem? Porque, no Mundo
Espiritual, se acumulam nuvens espirituais, ou seja, impurezas invisí-
veis. Dissipá-las pela força do vento e lavá-las com a água da chuva é a
finalidade da tempestade. Sendo assim, o que são essas nuvens espiri-
tuais e de que forma se acumulam?

(...) Em outros termos, o sonen que pertence ao mal, como insatisfação,


ódio, insulto, inveja, ira, mentira, desejo de vingança, apego etc., nu-
blam o Mundo Espiritual.

Vejamos, agora, as palavras. As queixas em relação à Natureza, como


por exemplo, o mau tempo, o clima e a safra ruim; críticas e ataques ver-
bais às pessoas; gritos e vaias; fofocas e intrigas; repreensões, lamúria
e outras expressões desse tipo têm origem no mal e nublam o Mundo
do Espírito das Palavras, que se posiciona logo após o Mundo do So-
nen. Quando a quantidade acumulada desses diversos tipos de nuvens

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 04
Capítulo IV - Agricultura e Alimentação Natural

espirituais ultrapassa certo limite, surge um tipo de toxina que causa


distúrbio à vida humana. Por esse motivo, ocorre a purificação natural.
Esta é a lei do Céu e da Terra.

Como já disse, as nuvens do Mundo Espiritual, ao mesmo tempo em


que influenciam a saúde humana, afetam a vegetação e, em especial, os
produtos agrícolas, tornando-se a causa da má colheita e do alarmante
aparecimento de pragas na lavoura.
13 de agosto de 1949
(As três calamidades maiores e as três calamidades menores, Alicerce do Paraíso, v. 2,
2017, p. 139 -140)

Referência Bibliográfica

Príncipio da Agricultura Natural


Sabor da fé
O globo terrestre respira
As três calamidades maiores e as três calamidades menores
Cartilha – Agricultura Natural- Programa Horta em Casa

Leitura complementar
Alicerce do Paraíso volume 5
Introdução à Agricultura natural
A força do Solo

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 04
Capítulo IV - Agricultura e Alimentação Natural

Aula 8 – Alimentação Natural


1. Alimentação que respeita as Leis da Natureza

A ssim, quanto mais saboroso o alimento, mais nutritivo ele é, porque


sua energia espiritual é mais densa e contém maior quantidade de
nutrientes. Pela mesma razão, quanto mais frescos forem os peixes e
as verduras, mais saborosos serão por estarem com energia espiritual
mais forte. Com o passar do tempo, o sabor diminiu porque a energia
espiritual se dispersa.
20 de abril de 1950
(A comédia dos Nutrientes, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 182)

Naturalmente, os alimentos foram criados para manter a vida não só do


ser humano como de todos os seres vivos, sendo atribuídos alimentos
adequados a cada um deles. Por conseguinte, o Criador determinou o
que deve ser consumido como alimento pelo ser humano e o que deve
ser ingerido como alimento pelas diferentes espécies animais. Quais são,
portanto, os alimentos destinados ao ser humano? É muito fácil saber,
pois eles são saborosos. Em outros termos, os alimentos são dotados de
sabor, e o ser humano, de paladar.

Consequentemente, o ser humano, ao degustar os alimentos com prazer,


obtém naturalmente os nutrientes que se tornam elementos essenciais
para a saúde. Assim, devemos entender que não só é equivocado, mas
também prejudicial ingerir substâncias como os suplementos nutricio-
nais, que não possuem sabor, não precisam ser mastigados e dispensam
atividade do aparelho digestivo. Uma vez que as condições ambientais,
profissionais e orgânicas são diferentes, os alimentos necessários para
cada pessoa são aqueles que ela está com vontade de comer naquele
momento. Dessa forma, basta comer aquilo que naturalmente se tem
vontade, sem ficar preso a teorias dietéticas.
5 de maio de 1953
(A Dietética, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 175 )

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 04
Capítulo IV - Agricultura e Alimentação Natural

Referência Bibliográfica

A comédia dos Nutrientes


A Dietética

Leitura complementar
Alimentação com Energia Vital – Visão de Mokiti Okada
Teoria da Harmonia – Alicerce do Paraíso - vol.1 - p.55
O espírito precede a matéria – Alicerce do Paraíso - vol. 1 - p.129
Equilíbrio e moderação – Alicerce do Paraíso – vol. 3 - p.74
A verdade sobre a saúde – Alicerce do Paraíso – vol.3 - p.101
O ser humano é um poço de saúde – Alicerce do Paraíso – vol.3
- p.103
A verdadeira saúde aparente – Alicerce do Paraíso – vol.3 – p.106
Análise das toxinas – Alicerce do Paraíso – vol. 3 – p.110
Os três tipos de toxinas – Alicerce do Paraíso – vol.3 – p. 118
O que é a doença – O resfriado – Alicerce do Paraíso – vol.3 – 132
Alimentação e Nutrientes – Alicerce do Paraíso – vol.3 – p. 167
A dietética – Alicerce do Paraíso – vol.3 – p. 170
A comédia dos nutrientes – Alicerce do Paraíso – vol.3 – p.180
Não transgrida a ordem – Alicerce do Paraíso – vol.4 – p.112
Aguardar o tempo certo – Alicerce do Paraíso – vol.4 – p. 129
Abstinência – Alicerce do Paraíso – vol.4 – p. 145

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 1 - Capítulo 04
Módulo 2
ELEVAÇÃO ESPIRITUAL

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52
Capítulo V - Autoaprimoramento

Capítulo 5
Autoaprimoramento

A
brindo o segundo módulo, que se deterá na explicação dos ca-
minhos propostos por Meishu-Sama para a elevação espiritual
do ser humano, neste capítulo será apresentado um conceito es-
sencial da filosofia messiânica: o espírito de Izunome.

Como agir em equilíbrio entre pulsões e ambições materiais e a busca


pelo crescimento espiritual? Há uma incompatibilidade entre ambos ou
estas são dimensões conjugáveis da vida humana? Qual o limite entre
a resignação e a busca ativa por transformar nosso destino quando nos
confrontamos com problemas e situações aparentemente insolúveis em
nossa vida? Nestas aulas desejamos que você encontre respostas para
estas e muitas outras questões recorrentes da vida cotidiana.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 01
Capítulo V - Autoaprimoramento

Aula 1 – Caminho da Elevação Espiritual


1. Elevação Espiritual

T oda pessoa veio à Terra com a missão de auxiliar na concretiza-


ção das condições ideais do planeta, de acordo com o Plano Di-
vino. Quando vivemos em conformidade com esse Plano, a saúde, a
felicidade e a paz serão atributos intrínsecos da vida cotidiana. Elas
são nossos direitos inalienáveis. Esta é a verdade imutável. Todavia,
ninguém está livre das máculas espirituais transmitidas de geração a
geração, bem como das máculas geradas pelos próprios pensamentos e
atos errôneos. Além disso, existem as substâncias artificiais, consciente
ou inconsciente introduzidas no corpo, que aumentam as máculas e,
consequentemente, os sofrimentos. Enquanto cada um de nós não se
libertar, purificando-se através da compreensão e da sabedoria, conti-
nuaremos sofrendo. Contudo, falando de um modo geral, aqueles cujo
pensamento e atos estão focados na dedicação, não necessitam afligir-se
durante o período de transição da Noite para o Dia, porque são neces-
sários ao Plano Cósmico evolutivo.
(A missão do ser humano, Os Novos Tempos, 2019, p. 61)

2. Purificação

C omo sempre digo, o objetivo da Fé é polir a alma e purificar os sen-


timentos. Existem três maneiras para conseguirmos isso: pelo so-
frimento oriundo não só de abstinência ou penitências, mas também de
danos e catástrofes; pela soma de méritos e virtudes e pela elevação da
alma por influência da arte de alto nível.
6 de maio de 1950
(A respeito da coletânea de poemas “Yama to Mizu”: Monte e Água, Alicerce do Paraíso,
v. 5, 2018, p. 86)

3. Espírito de Izunome

D aijo ilustra o aspecto horizontal da vida; shojo, o vertical. A ativida-


de de daijo é semelhante à da água, que se estende perpetuamente
em nível horizontal. Shojo é a atividade do fogo. Restrito, queima em

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 01
Capítulo V - Autoaprimoramento

profundidade e dirige suas chamas para o alto; une o homem a Deus.


Daijo nos une uns aos outros.

O princípio de shojo é estrito e intransigente. A vida das pessoas com


temperamento shojo é regida por padrões frequentemente rígidos e
restritos. O indivíduo shojo também tende a ser mais crítico do que os
outros e a classificar as coisas como “boas” ou “más”.

O princípio de daijo é inclusivo. As pessoas de temperamento daijo são ge-


ralmente liberais e estão sempre dispostas a mudar. Por outro lado, podem
tender a sê-lo em excesso, faltando-lhes orientação espiritual e profundidade.
(Daijo, Shojo, Izunome,Os Novos Tempos, 2019, p. 79)

Em síntese, izunome tem o sentido de trilhar o caminho do meio, sen-


do imparcial. Não ser apenas shojo nem apenas daijo, mas ser shojo
e daijo, ou seja, não tender aos extremos e nem definir as coisas de
maneira impensada. Obviamente, aquilo que precisa ser definido não
pode ficar sem definição, mas discernir isso é realmente complexo. Tal
como ocorre na culinária, a comida, para ser saborosa, não pode ser
nem salgada nem insossa. O mesmo pode-se dizer a respeito do clima. O
mais agradável é o da primavera e do outono, que não é nem tão quen-
te, nem tão frio. Se o pensamento e a ação das pessoas se tornassem
assim, equilibrados, elas passariam a ter a estima de todos e é evidente
que tudo lhes correria bem. Entretanto, o homem da atualidade mostra
acentuada tendência ao extremo. Temos o melhor exemplo disso na
política. Dizendo-se de direita ou de esquerda, os políticos têm procla-
mado princípios que, desde o início, são extremistas. Além disso, como
seu pensamento é radical e são intransigentes, vivem em conflito. E
tudo isso torna-se extremamente prejudicial ao povo e à nação. Nes-
se sentido, até mesmo a política deveria adotar o estilo izunome. No
entanto, parece-nos que há pouca probabilidade de surgirem políticos
ou partidos com essa consciência. Isso porque, na atual circunstância,
realmente são raros aqueles que conseguem se identificar conosco. A
guerra também tem a mesma origem, ou seja, é o resultado de ambos
os lados quererem impor seus pensamentos extremados.
25 de abril de 1952
(Espírito de Izunome, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 76)

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 01
Capítulo V - Autoaprimoramento

4. Satisfação e Insatisfação

Nem é necessário dizer que todos almejam alcançar um estado em que


tudo lhes seja satisfatório. Todavia, a vida é de tal forma que essa con-
dição não é obtida conforme o desejado. Dependendo da maneira de
encarar, isso é até intrigante.

Pensando bem, uma vez que a evolução da cultura é motivada pelo senti-
mento de insatisfação do ser humano, não se podem interpretar os fatos
do mundo de forma tão simplória, pois, quanto mais insatisfação existir,
maior será o desenvolvimento e o alcance das reformas e avanços. No en-
tanto, a insatisfação excessiva poderá causar complicações. Por exemplo,
pode tornar-se a causa de conflitos e até levar à destruição. No que con-
cerne ao indivíduo, há, às vezes, o perigo de ocorrer problemas como de-
sarmonia no lar, desavença entre amigos e conhecidos, discussões, casos
de polícia, autodestruição etc. Em termos sociais, a insatisfação pode levar
à criação de grupos extremistas que praticam atos de violência, como
o arremesso de coquetéis molotov e outros atos. Às vezes, chega-se até
mesmo à guerra civil; portanto, não podemos menosprezar a insatisfação.

Por outro lado, há pessoas que são tidas como ingênuas e bondosas, que
aparentam não ter muitas insatisfações e estão sempre contentes. Na
verdade, são essas pessoas que nada contribuem, porque são incapazes.

Ora, se tanto a satisfação como a insatisfação apresentam aspectos conde-


náveis, qual delas escolher? A resposta é simples: como os extremos são
condenáveis, é preciso lidar habilmente com ambas. Falar é fácil, e fazer é
difícil: esta é a realidade da vida. O essencial é ter flexibilidade em meio às
diferentes alternativas e alicerçar-se no makoto. Pessoas com tais carac-
terísticas são úteis à sociedade, bem-sucedidas e obtêm boa sorte na vida.
18 de março de 1953
(Satisfação e insatisfação, Alicerce do Paraíso, v. 4, 2019, p. 60)

5. Razão e Emoção

A lém disso, razão e emoção estão sempre em luta no interior do ser


humano. Se a razão predomina, não há erros, mas por outro lado,

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 01
Capítulo V - Autoaprimoramento

reina a insensibilidade; se a emoção for dominante, fica-se à mercê dos


instintos, e isso é perigoso. O ideal seria ambos estarem harmonizados,
sem que nenhum deles prevaleça. Todavia, o ser humano sempre acaba
pendendo para um dos lados. Para manifestar a emoção ou a razão em
ação necessita-se da vontade, independentemente do seu grau de inten-
sidade. A fonte dessa vontade localiza se na região umbilical. Podemos
dizer que este é o local que tem a função de gerar a ação. O trabalho
conjunto da razão, emoção e vontade constitui a trilogia do sonen.
20 de abril de 1950
(Os japoneses e as doenças psísiquicas, Alicerce do Paraíso, v. 2, 2017, p. 124)

6. Espírito e Matéria

P or exemplo, as pessoas tendem aos extremos: ou fazem em excesso


ou não fazem o suficiente; em termos ideológicos, tendem para a di-
reita ou para a esquerda; se têm dinheiro, tornam-se arrogantes; se não
têm, sentem-se desmotivadas. Em muitos casos, parece que esta falta
de equilíbrio é a causa do fracasso. A famosa advertência contida nos
Analectos de Confúcio “busque o caminho do meio” e também as anti-
gas expressões “seja moderado”, “o equilíbrio é sempre bom”, “respeite
o limite”, são exemplos do que estamos falando. Em outras palavras,
significa não exceder os limites das possibilidades.

Explicando do ponto de vista da nossa religião, quando se cruza o vertical


e o horizontal, o shojo e o daijo, no ponto de interseção, ocorre a atuação
de izunome. Em suma, isto também tem o sentido de rodô⁶. Por conse-
guinte, antes de mais nada, o ser humano deve ter equilíbrio e moderação.
Procedendo assim, é óbvio que tudo lhe correrá às mil maravilhas.
8 de agosto de 1951
(Equilíbrio e Moderação, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 74)

⁶A palavra rodô (leitura fonética do ideograma 程 – hodo) tem o sentido de “equilíbrio e


moderação”.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 01
Capítulo V - Autoaprimoramento

Referência Bibliográfica

A missão do Ser Humano (Título anterior: “A missão do


homem”)
A respeito da coletânea de poemas “Yama to Mizu”: Monte
e Água
Daijo, Shojo, Izunome
Satisfação e insatisfação
Os japoneses e as doenças psíquicas
Equilíbrio e Moderação (Título anterior: “O que é limite”)

Leitura complementar
A existência do Mundo espiritual
Alicerce do Paraíso volume 3
Compreenda a Vontade Divina (Título anterior: Conheça
a Vontada Divina)
Espírito de Izunome

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 01
Capítulo V - Autoaprimoramento

Aula 2 – Inteligência e Fé
1. Tipos de Inteligência

É costume referir-se à inteligência como sendo uma coisa única. Con-


tudo, ela pode ser de vários tipos, apresentando diferentes níveis de
profundidade.

Dentre as inteligências, as mais elevadas são: divina, do bem e supe-


rior. Para alcançá-las é preciso praticar fervorosamente a fé, porque tais
inteligências só afloram a partir do sentimento puro e correto, que ad-
mite a existência de Deus. Portanto, se todo empenho e conduta forem
embasados na inteligência do bem, tudo correrá satisfatoriamente, e a
verdadeira felicidade será alcançada.

Em contraposição, estão as inteligências oriundas do mal, como a ar-


dilosa, a astuta, a maligna, entre outras. Todos os criminosos possuem
esses tipos de inteligência. Em especial, aqueles que cometem crimes
intelectuais⁷, como os golpistas, são os que mais se destacam. Assim,
muitos dos ditos heróis da história e daqueles que foram temporaria-
mente bem-sucedidos, eram nada mais do que possuidores, em larga
escala, dessas inteligências do mal.

É interessante notar que, quanto mais a inteligência for do bem, mais


profunda ela é, e quanto mais for do mal, mais superficial ela se mostra.
Por conseguinte, se o ser humano almeja a prosperidade duradoura e
não apenas temporária, é necessária a atuação da inteligência profunda.
E esta aflora proporcionalmente à intensidade do makoto⁸. Portanto, é
imprescindível ser uma pessoa de fé correta.

⁷Crimes intelectuais: delitos cujos autores, premeditadamente, utilizam a inteligência para con-
cretizá-los. Exemplos: hackers, fraudadores.
⁸Makoto: palavra japonesa que possui significado amplo, podendo ser compreendido como:
sentimento sincero e verdadeiro, comprometimento, devoção e amor.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 01
Capítulo V - Autoaprimoramento

Neste sentido, o ser humano deve conscientizar-se de que, se não cultivar a


inteligência do bem e não houver atuação da inteligência superior, nada ocor-
rerá com êxito. Deve igualmente saber que a fé é o único meio para cultivá-las.
30 de janeiro de 1950
(Luz da Inteligência, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 41-42)

2. Tipos de Fé

M esmo em se tratando de fé, existem vários tipos. Em linhas gerais,


temos:

1º - Fé que visa à graça; 2º - Fé exibicionista; 3º - Fé pró-forma; 4º - Fé


interesseira; 5º - Fé mediúnica; 6º - Fé egoísta; 7º - Fé ostensiva; 8º - Fé
ocasional; 9º - Fé volúvel; 10º - Fé inconstante; 11º - Fé aproveitadora;
12º - Fé falsa.

Analisemos cada uma delas.

1º - Fé que visa à graça

Para os seus praticantes basta receber graças: ser útil a Deus ou à so-
ciedade fica em segundo plano. É uma espécie de fé egoísta que visa
somente ao próprio bem e muito comum entre pessoas acima da classe
média. Sabem aproveitar-se da fé religiosa, mas não sabem agradecer
e retribuir as graças que recebem de Deus. Aproveitar-se da fé religiosa
significa colocar o ser humano acima de Deus. Visto que é adorando e
servindo a Deus que se recebem bênçãos, a fé que visa à graça, ao con-
trário, faz com que aquelas desapareçam e, por isso, não é duradoura.

2º - Fé exibicionista

Esta fé é seguida por pessoas que se mostram indiferentes à sua religião


enquanto esta é desconhecida na sociedade. No momento em que ela
se torna famosa e alvo de comentários, aqueles que têm esse tipo de fé,
repentinamente, se lembram de Deus e se aproximam, querendo apa-
recer de alguma maneira.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 01
Capítulo V - Autoaprimoramento

3º - Fé pró-forma

Observando seus praticantes, estes se mostram agradecidos e aparen-


tam ser fervorosos, mas, na realidade, são destituídos de pensamento
amplo, como o de salvação da humanidade – objetivo maior de Deus.
Por ser uma fé extremamente shojo, eles não têm nenhuma atuação. Por
essa razão, trata-se de uma fé de pura formalidade.

4º - Fé interesseira

Esta fé é professada por pessoas bastante astutas que procuram obter


vantagens financeiras ou que acalentam alguma ambição, aproveitan-
do-se da religião. Quando constatam a impossibilidade de tirar tais pro-
veitos, elas abandonam rapidamente a crença.

5º - Fé na possessão por divindades

É o tipo de fé professada pelas pessoas que apreciam os fenômenos de


possessão por divindades e, aprovando sua prática, querem conhecer
a respeito do Mundo Espiritual. Esse desejo não é de todo condenável,
mas não é o rumo ideal, embora seja o trabalho de associações que de-
senvolvem pesquisas espirituais. Além de aquelas pessoas acreditarem
facilmente nas profecias dos espíritos de nível inferior, demonstram
gratidão por suas absurdas e descabidas predições. É, antes de mais
nada, um tipo de fé que se desvia do caminho.

6º - Fé egoísta

Trata-se da fé que visa unicamente satisfazer à ganância. É seguida pe-


las criaturas extremamente egoístas, que fazem romarias e oferendas,
inclusive monetárias, em favor de divindades, com a única finalidade
de obter graças apenas para si. São pessoas totalmente indiferentes aos
infortúnios que assolam seus semelhantes. É o tipo de fé mais difundido
na sociedade.

61
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 01
Capítulo V - Autoaprimoramento

7º - Fé ostensiva

É a fé manifestada por aqueles que gostam de se mostrar importantes,


de se beneficiar, de ser benquistos, reconhecidos, elogiados etc. Trata-se
de uma fé superficial, deplorável, que não consegue se desvincular do
egoísmo. Também pode ser classificada como uma fé de baixo nível.

8º - Fé ocasional

É a fé das pessoas que comparecem à Igreja quando ninguém se lem-


bra mais delas. Pela sua longa ausência, dão-nos a impressão de terem
abandonado a fé. Todavia, semelhantes a fantasmas, repentinamente,
elas aparecem na Igreja meio atordoadas. É preferível que tais pessoas
deixem de seguir a fé.

9º - Fé volúvel

Seus praticantes não conseguem seguir uma única fé. São como as plan-
tas aquáticas, que brotam a cada dia em uma margem diferente, isto é,
jamais alcançam verdadeiramente as graças. Se não professarem alguma
fé, sentem-se desolados e perdidos. Ao ouvirem falar sobre alguma cren-
ça, querem aderir a ela de imediato. São pessoas realmente infelizes.

10º - Fé inconstante

É a fé expressa das pessoas inconstantes e, tal qual as de fé volúvel,


vivem mudando de crença e não conseguem permanecer e devotar-se a
uma só fé religiosa. Isto significa que são andarilhas da religião. Em sua
maioria, os que manifestam este tipo de fé são os intelectuais.

11º - Fé aproveitadora

Os adeptos querem tirar proveito das divindades e da fé para satisfa-


zerem a própria ambição. Assemelha-se à fé egoísta e é muito comum
nas instituições religiosas. Entre as pessoas importantes, como líderes e
intelectuais, é grande o número daqueles que professam esse tipo de fé.

62
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 01
Capítulo V - Autoaprimoramento

12º - Fé falsa

Nesta espécie de fé, os adeptos mostram-se fervorosos; mas, no fundo,


não reconhecem, em absoluto, a existência de Deus. Os que possuem
esse tipo de fé são muito eloquentes e, no início, conseguem enganar
facilmente as pessoas. Todavia, como Deus não permite isso por muito
tempo, chega o momento em que são desmascarados e acabam fugin-
do. Diremos que a fé religiosa é verdadeira quando não corresponde a
nenhum dos tipos que foram citados.
30 de janeiro de 1950
(Tipos de fé, Alicerce do Paraíso, v. 4, 2019, p. 34-38)

3. Ensinamentos

Ler o que eu escrevo é receber Johrei pelos olhos.

A razão está no fato de que todo texto reflete fielmente o pensamento


[sonen] da pessoa que o escreveu. É preciso que tenham pleno conheci-
mento disso. Em termos espirituais, significa que, por meio das letras, o
espírito do escritor se transmite ao espírito do leitor. Da mesma forma,
uma vez que os textos que escrevo são a própria Vontade Divina, o espí-
rito de quem os lê se purifica. Dessa maneira, a leitura poderá influenciar
a alma do leitor positiva ou negativamente. Portanto, evidencia-se quão
grande é a influência que a personalidade do escritor exerce sobre pessoas.
26 de novembro de 1952
(Johrei por meios das letras, Alicerce do Paraíso, v. 4, 2019, p. 41)

4. Fé Messiânica

A verdadeira fé traz serenidade à mente e faz a vida feliz. Quando


atingimos tal estado, vemos o Amor de Deus no Sol e na Lua, nas
estrelas, na beleza da natureza, no canto dos pássaros e na perfeição das
flores. Sabemos da Sua generosidade pela abundância com que atende
às nossas necessidades. Sentimos integração em toda manifestação da
vida não somente com as criaturas, mas com a natureza inteira, com a
vida das plantas e dos animais à nossa volta. É o êxtase religioso. Nesse
sereno e feliz estado de espírito, além de fazermos o melhor em qual-

63
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 01
Capítulo V - Autoaprimoramento

quer situação, sentimos perfeita fé em Deus. Ao enfrentar um difícil


problema, cuja solução parece um desafio, volto-me para Deus, com
plena confiança no Seu auxílio e orientação. Entrego os problemas à
Sua sabedoria e espero Sua resposta. Posso afirmar que os projetos,
inicialmente obscuros, apresentavam resultados muitíssimo melhores
do que o esperado. Tenho, também, grandes ideais e peço a Deus Seu
auxílio, para realizá-los. Ele me abençoa, concretizando-os além da mi-
nha expectativa. É uma maravilha.
(O sabor da fé, Novos Tempos, 2019, p. 52-53)

O que é bom, é considerado bom naturalmente. O que parece desastroso


e calamitoso também é bom, desde que sirva como processo purificador
e quando esse processo terminar, tudo estará melhor. A mesma verdade
se aplica à doença. Quem considerar o sofrimento com esta compreen-
são terá atingido muita iluminação espiritual e muita paz.

Isso, entretanto, só pode ser aplicado a quem tiver muita fé em Deus.


Os sofrimentos de uma pessoa com pouca ou nenhuma fé só podem
dar origem a maiores sofrimentos. Quanto mais impaciente a pessoa,
pior se tornará a situação, atingindo, não raro, proporções desastrosas.
(A Lei da Concordância Espiritual, Novos Tempos, 2019, p. 27)

Referência Bibliográfica

Luz da Inteligência
Tipos de Fé
Johrei através das letras
Sabor da Fé
A Lei da Concordância Espiritual e a purificação

Leitura complementar
Alicerce do Paraíso volume 4
Libertação
Fé é confiança
Verdadeira fé
64
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 01
Capítulo V - Autoaprimoramento

Aula 3 – Polimento da Alma


Desde tempos antigos, há um famoso ditado que diz: “Tolerar o que
é fácil está ao alcance de todos, mas a verdadeira tolerância está em
tolerar o que é intolerável.” Outro ditado aconselha: “Leva sempre o
saco da paciência no pescoço e costura-o toda vez que ele se romper.”
É exatamente isso. Frequentemente, as pessoas me perguntam: “Que
aprimoramentos o senhor realizou para ser o que é hoje? Fez retiro
em montanha e banhou-se em cachoeira? Jejuou ou fez outras práticas
ascéticas?” Então, esclareço-as, dizendo: “Jamais pratiquei tais coisas.
Meus aprimoramentos consistiram em duas coisas: suportar o sofri-
mento das dívidas e saber lidar com a ira.” Quem ouve, fica surpreso,
mas nada posso fazer, por tratar-se da pura verdade. Principalmente,
pelo fato de me deparar, sucessivamente, com fortes motivos para ficar
irado, acredito que Deus agia dessa maneira para aperfeiçoar-me.

Por natureza, detesto sentir raiva, mas chega a ser estranho o quanto
fico assim.
25 de janeiro de 1949
(Não fique irado, Alicerce do Paraíso, v. 4, 2019, p. 95)

Desde os tempos antigos, para se fazer uma boa espada é necessário


caldear o ferro até a incandescência, batê-lo com martelo sobre uma
bigorna e, em seguida, mergulhá-lo na água. Repete-se várias vezes essa
operação para forjar uma espada. Acho esse processo muito interes-
sante, pois também pode ser aplicado à vida do ser humano. Após sua
instituição, com o decorrer do tempo, nossa religião tem recebido tanto
elogios quanto críticas e ataques. Diversas vezes fomos lançados à água
escaldante e mergulhados na água fria. Muitas vezes, as pessoas me per-
guntam: “Por que ocorrem tais fatos?” Como resposta, apresento-lhes
o exemplo do caldeamento da espada, e elas compreendem facilmente.
Desde os tempos mais remotos, quem realiza um trabalho extraordi-
nário, sem exceção, passa por provações semelhantes ao processo de
forjar uma espada. Analisando sob o aspecto religioso, isso significa que
Deus impõe maiores dificuldades a quem tem maior missão. Portanto,
ao contrário do que pensamos, devemos nos alegrar.
1949
(A parábola da espada, Alicerce do Paraíso, v. 4, 2019, p. 137)
65
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 01
Capítulo V - Autoaprimoramento

Referência Bibliográfica

Não se irrite
A parábola da espada

Leitura complementar
Alicerce do Paraíso volume 3
Renove-se constantemente ( Título anterior: Sejam sempre
homens do presente)
Alicerce do Paraíso volume 4
Bondade e cortesia
Pragmatismo

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 01
Capítulo VI - Soma de Virtudes

Capítulo 6
Autoaprimoramento

M
eishu-Sama, apreciador da filosofia de William James (1842-
1910), deixou evidente seu objetivo de aplicar o Pragmatismo
por este proposto aos preceitos religiosos da Igreja Messiânica
Mundial. Em outras palavras, para o fundador o real valor dos ensina-
mentos está nos frutos que estes são capazes de produzir quando postos
em prática cotidianamente.

Ao longo das próximas três aulas será debatido o entendimento messiâ-


nico acerca da virtude e das ações altruístas e a importância das práticas
messiânicas na elevação da espiritualidade com maior ênfase para o
Johrei e o encaminhamento de pessoas à Obra Divina.

67
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 02
Capítulo VI - Soma de Virtudes

Aula 4 – Prática de Virtudes


1. Makoto

P raticar o makoto é fazer o bem ao próximo, deixando a si mesmo em


segundo plano. Ou seja, é o pensamento altruísta. É a prática do bem
em prol da Humanidade e da sociedade.

Makoto é o contrário de falsidade. É a Verdade. Entretanto, a pessoa


não pode simplesmente ser sincera. É preciso que ela use a inteligência
e se baseie no senso comum. Fazer o bem objetivando o seu próprio país
ou sua classe social, parece ser boa ação, mas não é makoto. Analisada
minuciosamente, deixa de ser makoto, pois é, uma ação limitada.

É necessário avaliar a makoto tendo como base o amor à Humanidade.


25 de maio de 1949
(Pão Nosso de cada dia, 2010, p. 166)

2. Caminho da elevação espiritual

O ser humano deve sempre buscar desenvolver-se e aperfeiçoar-se,


sobretudo aqueles que possuem fé.

(...) Assim sendo, uma vez que tudo na Natureza está em constante desenvolvi-
mento e aperfeiçoamento, o ser humano deve aprender com ela. Esta é a Verdade.

Nesse sentido, eu me esforço ao máximo para não negligenciar meu


desenvolvimento e aperfeiçoamento: este mês, mais do que no mês an-
terior; este ano, mais do que no ano passado.

Todavia, progredir somente na parte material, isto é, nos negócios, na


profissão e na posição social, assemelha-se a algo que flutua como uma
planta sem raiz. Portanto, torna-se indispensável a busca pelo desen-
volvimento espiritual, ou seja, o enobrecimento do caráter.
11 de outubro de 1950
(Renove-se constantemente, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 29)

68
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 02
Capítulo VI - Soma de Virtudes

3. Pequena ação altruísta

P rimeiramente, desejo abrir meu coração, mostrando aquilo que é


uma tônica em meu íntimo.

Desde jovem gosto de dar alegria ao próximo, a ponto de isso se tornar


quase um hobby para mim. Sempre estou pensando no que devo fazer
para tornar as pessoas felizes. Por exemplo, quando acordo pela ma-
nhã, minha primeira preocupação é saber o estado de ânimo dos meus
familiares. Se houver uma só pessoa mal-humorada, já não me sinto
bem. Na sociedade, ocorre justamente o contrário: os familiares é que
se preocupam com o estado de ânimo do chefe da casa. Como procedo
de forma oposta, acho isso estranho e até fico um pouco triste. Portanto,
para mim, é muito penoso escutar xingamentos, gritos de raiva, recla-
mações e lamentações. Também me é difícil ouvir repetidas vezes um
mesmo assunto. Sou sempre pacífico, feliz e abomino o apego. Esta é a
minha natureza.

O resultado do que acabo de expor é um dos fatores determinantes da


minha felicidade. Por esse motivo, eu sempre afirmo: “Se não fizermos
a felicidade do próximo, não poderemos ser felizes.” Acredito que meu
maior objetivo – o Paraíso Terrestre –, estará concretizado quando meu
estado de espírito encontrar ressonância e expansão no coração de todos
os homens.
30 de janeiro de 1950
(Minha natureza, Alicerce do Paraíso, v. 1, 2017, p. 176)

4. Virtude

U ma vez que o ser humano olha só o lado superficial das coisas, fica
preso apenas às formas. Ele pensa: “As pessoas irão pensar assim
ou assado daquilo que eu fiz”. Esse é um problema sério. Por isso eu digo
que não se deve objetivar o homem, e sim, Deus. Não há necessidade
de sermos queridos pelos homens. Devemos ser amados por Deus. En-
tretanto, as pessoas querem ser amadas pelos homens. A sociedade em
geral é assim, mas Deus é diferente. Muitas vezes, nas outras religiões,

69
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 02
Capítulo VI - Soma de Virtudes

quando a pessoa doa dinheiro, por exemplo, ela o faz publicamente,


colocando nome e quantia numa tabuleta. Na nossa Igreja não se fica
sabendo nada sobre essas coisas; não sabemos quem e quanto se ofer-
tou. Aliás, de nada adianta uma pessoa doar determinada quantia para
mostrar-se importante. Nós pensamos no reconhecimento de Deus, e
não no reconhecimento dos homens. No reconhecimento de Deus –
quero ressaltar esse ponto. Logo, devemos ter o pensamento centraliza-
do em Deus, para sermos amados somente por Ele e para sermos do Seu
agrado. Quando temos esse pensamento, a proteção é sempre maior.
15 de abril de 1952
(Pão Nosso de cada dia, 2010, p. 323)

5. Milagres, Graças e Proteção Divina

N esse sentido, para ser verdadeiramente feliz, o ser humano deve,


antes de mais nada, elevar a posição do seu yukon no Mundo Espi-
ritual. Então, como conseguir isso? A única maneira é purificar o corpo
espiritual. Basicamente, conforme a quantidade de nuvens espirituais,
o corpo espiritual pode se elevar ou decair. O espírito purificado sobe
por ser leve, e o espírito nublado desce por ser pesado. Para tornar-se
uma pessoa de espírito purificado é preciso somar boas ações e acumu-
lar virtudes.
5 de fevereiro de 1947
(Camadas do Mundo Espiritual, Alicerce do Paraíso, v. 3, 2018, p. 3)

6. Ação Altruísta: Johrei Encaminhamento

P raticar ações úteis ao próximo e ao mundo torna-se virtude. Somar


virtude significa praticar inúmeras vezes essas ações. A melhor ma-
neira de somar virtude é ministrar Johrei e conduzir pessoas à Fé Messi-
ânica. Dar esmolas e fazer caridade é temporário, não é duradouro. Por
isso, não há forma melhor de somar virtude do que ingressar na Fé que
salva o próximo para sempre. Somando virtude, grande número de pes-
soas sente gratidão pelo seu benfeitor. Essa Luz da gratidão, tornando-
-se um nutriente, fortalece-lhe o espírito. Numa oração xintoísta se diz:

70
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 02
Capítulo VI - Soma de Virtudes

“Mitama no fuyu o sakihae tamae” (Multiplicai a felicidade da alma).


“Fuyu” significa multiplicar e fortalecer. O espírito se fortalecendo, a
sua Luz aumenta, e, consequentemente, ele sobe de nível nas camadas
do Mundo Espiritual; a felicidade e as boas coisas também aumentam.
30 de julho de 1949
(Pão Nosso de cada dia, 2010, p. 324)

7. Virtude oculta

Q uanto à virtude oculta, é a prática de boas ações sem o conheci-


mento de outras pessoas. Geralmente, nos recintos dos santuários
existem placas onde se coloca o valor das contribuições. Aquilo é do
conhecimento de todos; portanto, é virtude ostensiva. Quando o fato é
do conhecimento das pessoas, o benfeitor já estará recebendo a recom-
pensa merecida, mas quando não é, Deus é quem concede a recompen-
sa. Assim, tratando-se de virtude, a oculta é bem melhor. No entanto, o
homem não se sente satisfeito se não aparecer...

Devemos praticar boas ações fazendo o possível para que elas não sejam
do conhecimento das outras pessoas. Se procedermos assim, Deus nos
devolverá o bem multiplicado várias vezes. A soma de virtude oculta é
algo surpreendente. As pessoas da atualidade não estão cientes disso, e
por esse motivo só praticam virtude.
30 de julho de 1949
(Pão Nosso de cada dia, 2010, p. 324)

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 02
Capítulo VI - Soma de Virtudes

Referência Bibliográfica

Makoto
Renove-se constantemente (Título anterior: Sejam sempre
homens do presente)
Minha natureza
Coletânea de Ensinamentos v. 9
O Bem e o Mal
Camadas do Mundo Espiritual
Registro das Palavras de Luz v. 9

Leitura complementar
Alicerce do Paraíso volume 1
Religião criadora de pessoas felizes
Alicerce do Paraíso volume 3
Segredo da felicidade
Ser amado por Deus

72
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 02
Capítulo VI - Soma de Virtudes

Aula 5 – Johrei e Encaminhamento


1. Significado do Johrei

P ude descobrir este magnífico método do Johrei, graças ao conhe-


cimento que tive sobre a existência do espírito. Em outros termos,
trata-se do princípio segundo o qual as doenças do corpo físico se curam
por meio do tratamento do espírito.

Esse princípio deve ser considerado uma grande indicação da cultura do


futuro. Realmente, ele representa uma grande revolução para a ciência
e, se além do tratamento das doenças, nós o aplicarmos a todos os seto-
res da vida, o bem-estar da humanidade aumentará incalculavelmente.
E não é só isso. Posso prever que o aprofundamento da pesquisa desse
princípio atingirá até a essência da própria religião.
5 de feveiro de 1947
(Existem divindades, Alicerce do Paraíso, v. 1, 2017, p. 167)

O método do Johrei que tenho empregado atualmente, consiste em ou-


torgar às pessoas um papel onde está escrita a letra hikari, que significa
“luz”. Os efeitos se manifestam quando esse papel é colocado junto ao
peito, como um objeto de proteção. Isso ocorre porque da letra hikari se
irradiam poderosas ondas de luz, que são transmitidas do corpo, através
do braço pela palma da mão de quem ministra o Johrei.
30 de maio de 1949
(Princípio do Johrei, Alicerce do Paraíso, v. 1, 2017, p. 143)

2. Johrei e Encaminhamento

E mbora possa parecer que o Johrei da nossa religião tem por objetivo a
cura das doenças, na verdade, não é só isso. Ele tem um significado muito
maior, sobre o qual vou escrever. Em poucas palavras, poderíamos dizer que
ele é um método de criar felicidade. Isso porque, simplesmente falando, a
doença, na verdade, é purificação. Nem preciso dizer que a purificação é o
processo de eliminação das nuvens do espírito. E não é só isso: trata-se de
um processo que leva à erradicação de todos os sofrimentos do ser humano.

73
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 02
Capítulo VI - Soma de Virtudes

Costumo ensinar que a doença, a pobreza e o conflito são formas de


purificações. No entanto, dentre os processos purificadores, a doença é
a mais importante, porque ela tem relação com a nossa vida. E quando
conseguirmos resolver o problema da doença, a pobreza e o conflito
serão naturalmente solucionados. Posto que isso é fundamental para
se alcançar a felicidade, está muito claro que a causa da infelicidade
são as nuvens do espírito. O meio mais simples e infalível de solucionar
os problemas é justamente o Johrei, método de eliminar as nuvens do
espírito. Por esse motivo, conforme disse no início, o Johrei não visa
somente à cura da doença.
25 de março de 1952
(Johrei e felicidade, Alicerce do Paraíso, v. 1, 2017, p. 152-153)

Na sociedade, é comum o nosso esforço não ser reconhecido, mesmo


que tenhamos nos esforçados o máximo. Mas não devemos ligar para
isso: o importante é sermos amados por Deus. Mas o que significa ser
amado por Deus? É ajudar o próximo, é ajudar o maior número de do-
entes possível, tornando-os saudáveis. Mesmo que seja uma só pessoa.
Se forem dez, cem pessoas, seremos ainda mais amados por Deus. Bas-
ta continuarmos praticando isso. Se pensarmos de forma complicada,
tudo fica muito complicado; se raciocinarmos de forma simples, tudo
fica muito simples.
1 de abril de 1952
(Pão Nosso de cada dia, 2010, p. 349)

A diferença entre as pessoas de fé “Shojo” e as pessoas de fé “Daijo” é


que as primeiras desejam a sua própria salvação, ao passo que o lema
da fé “Daijo” é “Eu não me preocupo comigo; preciso salvar as pessoas
que estão sofrendo no mundo”. A pessoa deve sempre pensar: “Eu não
me preocupo em ser salvo. Preciso salvar o maior número de pessoas,
pois sinto pena delas e não consigo ficar parado”. Essa é a verdadeira fé.
No entanto, as pessoas sempre desejam ser salvas. Isso é amor-próprio;
portanto, Deus não concede muitas graças a tais pessoas.
25 de abril de 1953
(Pão Nosso de cada dia, 2010, p. 350)

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 02
Capítulo VI - Soma de Virtudes

A essência da verdadeira fé consiste em mover o que é visível pela ação


de um poder invisível. Esta força está sendo manifestada pela nossa
Igreja e, por essa razão, creio eu, poderíamos dizer que ela é a religião
do poder. As religiões tradicionais, em sua maioria, se fundamentam
nos ensinamentos, o que faz com que busquem despertar a alma de
seus fiéis de fora para dentro. Todavia, o ato purificador empregado pela
nossa Igreja – o Johrei – projeta a Luz espiritual diretamente na alma,
despertando-a instantaneamente, isto é, ele transforma a pessoa sem a
intervenção humana, deixando as pregações para segundo plano. Buda⁹
Sakyamuni afirmou que todos têm a essência de buda⁹ em seu interior,
e aqueles que atingirem essa compreensão tornam-se bossatsu¹⁰. Isso
é realmente verdade.

Nessa linha de raciocínio, aqueles que ingressam em nossa religião,


em curto espaço de tempo, vão galgando níveis de Iluminação mais
elevados até atingirem a Suprema Iluminação. Além de não precisar
preocupar-se com as próprias tragédias, tornam-se qualificados para
eliminar as tragédias alheias.
11 de junho de 1949
(Eliminação da tragédia, Alicerce do Paraíso, v. 1, 2017, p. 38)

Praticar ações úteis ao próximo e ao mundo torna-se virtude. Somar


virtude significa praticar inúmeras vezes essas ações. A melhor maneira
de somar virtude é ministrar Johrei e conduzir pessoas à Fé Messiânica.
Dar esmolas e fazer caridade é temporário, não é duradouro. Por isso,
não há forma melhor de somar virtude do que ingressar na Fé que salva
o próximo para sempre. Somando virtude, grande número de pessoas
sente gratidão pelo seu benfeitor. Essa Luz da gratidão, tornando-se
um nutriente, fortalece-lhe o espírito. Numa oração xintoísta se diz:

⁹Buda: Em sânscrito, buddha significa “desperto” ou “iluminado”. É um título dado no budismo


àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a
divulgar tal descoberta aos demais seres.
¹⁰Bossatsu: Em sânscrito, bodhisattva. Termo budista utilizado para designar uma pessoa que
já tem um considerável grau de Iluminação e que procura usar sua sabedoria para ajudar outros
seres humanos a se livrar do sofrimento.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 02
Capítulo VI - Soma de Virtudes

“Mitama no fuyu o sakihae tamae” (Multiplicai a felicidade da alma).


“Fuyu” significa multiplicar e fortalecer. O espírito se fortalecendo, a
sua Luz aumenta, e, conseqüentemente, ele sobe de nível nas camadas
do Mundo Espiritual; a felicidade e as boas coisas também aumentam.
30 de julho de 1949
(Pão Nosso de cada dia, 2010, p. 323)

Referência Bibliográfica

Existem divindades (Título anterior: Deus existe?)


Princípio do Johrei
Johrei e Felicidade (Título anterior: Sermão, Johrei e feli-
cidade. Desmembramento do texto)
Registro de Orientações v. 8
Coletânea de Ensinamentos v. 21
Eliminação da tragédia

Leitura complementar
Alicerce do Paraíso volume 2
Religião é milagre
Alicerce do Paraíso volume 5
Paraíso – Mundo da arte

¹²Suprema Iluminação: Em japonês shokaku, em sânscrito samyak-sambodhi: o nível mais alto


de Iluminação segundo o budismo.

76
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 02
Capítulo VI - Soma de Virtudes

Aula 6 – O Servir
1. O Servir

D e acordo com o senso comum, servir em prol do bem-estar da socie-


dade ou fazer feliz o próximo são boas ações e, por isso, apoiá-las e
desejar colaborar é a verdadeira natureza humana.
8 de abril de 1950
(Insensibilidade em relação à Religião, Alicerce do Paraíso, v. 2, 2017, p. 44)

A largura da aura tem uma forte relação com o destino do ser huma-
no. Quanto mais larga ela for, mais feliz ele será. Contudo, se for mais
estreita, menos feliz. As pessoas que possuem aura larga são mais ca-
lorosas e, pelo fato de envolver as demais com sua aura, causam-lhes
sensações agradáveis, o que permite atrair muitas delas. Por outro lado,
no contato com as que têm aura estreita, temos a sensação de frieza, de
desconforto e de isolamento.
5 de fevereiro de 1947
(Aura e ondas espirituais, Alicerce do Paraíso, v. 4, 2019, p. 81)

Se sentirmos gratidão pelas graças Divinas, devemos manifestar este


sentimento através de atos. Por conseguinte, o Servir é uma ação ineren-
te ao homem de fé, que será conduzido a uma fé cada vez mais profunda
e elevada e, sem perceber, começará a acumular virtudes. Conforme este
acúmulo for aumentando, na mesma proporção, os benefícios materiais
também lhe serão concedidos, ao ponto de até os descendentes serem
agraciados.

Se tiver conhecimento deste princípio, qualquer pessoa conseguirá de-


dicar tranquilamente em prol da humanidade e do mundo.
10 de agosto de 1959
(A gratidão deve ser manifestada em ação, Prática da Fé - Fonte da Sabedoria, 2006,
p. 80)

77
PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 02
Capítulo VI - Soma de Virtudes

2. Retribuição

Interlocutor: Como devemos proceder para que sejamos no agrado


de Deus?

M eishu Sama: Salvando o maior número de pessoas. O que quer di-


zer é o seguinte: como o ser humano não possui força para tal, de-
vem encaminhar tais pessoas aos lugares onde poderão ser salvas. Para
isso, o melhor é encaminhar o maior número de pessoas para receber
aulas de iniciação. E a seguir, concentrar forças em coisas que sirvam
para a salvação de grande número de pessoas. Deus, então, considerar
muitas graças, porque este é procedimento que mais lhe agrada. E as
dádivas divinas serão amplas e generosas.
1949
(Coletânea Perguntas e Respostas – v. 1, Ingresso na Fé, 2007, p. 16)

É realmente verdade que gratidão gera gratidão e lamúria atrai lamúria.


Isto ocorre porque o coração agradecido comunica-se com as forças
divinas, e o queixoso, com as forças malignas. Assim, quem vive agra-
decendo, torna-se naturalmente feliz e quem vive lamuriando, torna-se
infeliz. O ensinamento da religião Oomoto: “Alegrem-se que virão coisas
alegres” é, realmente, uma sábia afirmação.
3 de setembro de 1949
(O ser humano depende de seu pensamento, Alicerce do Paraíso, v. 4, 2019, p. 53)

Conhecer o caminho é o início do aprimoramento, portanto, ele é muito


importante. Porém, apenas conhecê-lo não é o suficiente – a prática
é essencial. Então, de onde surge o desejo de dedicar com afinco? Ele
surge da gratidão pelas graças recebidas de Deus. A dedicação existe
porque existe a gratidão. Através da dedicação, nasce mais sentimento
de gratidão que, por sua vez, faz aumentar o desejo de dedicar e assim
por diante. Imperceptivelmente, incontáveis graças Divinas cobre o es-
pírito da pessoa e, finalmente, seu caráter torna-se elevado.
17 de maio de 1960
(Agradecer, dedicar e agradecer, Coletânea A fonte da sabedoria - Prática da fé, p. 77)

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 02
Capítulo VI - Soma de Virtudes

3. Formas de retribuição

À medida que o espírito se eleva, proporcionalmente os sofrimentos


diminuem, e a felicidade aumenta. Isto porque os sofrimentos de-
correntes da purificação se tornarão desnecessários. Por esse motivo,
enquanto o corpo espiritual estiver nas camadas inferiores, é inútil ape-
lar para a inteligência e envidar esforços porque esta é a inexorável Lei
Divina, assim como é a Lei Espírito Precede a Matéria.

Por conseguinte, para que o ser humano alcance a felicidade é impres-


cindível que ele purifique seu espírito a fim de torná-lo mais leve e bus-
que constantemente atingir as camadas superiores. Fora este, não existe
absolutamente outro método para alcançarmos a felicidade. E nisso re-
side o profundo significado do Johrei.
25 de março de 1952
(Johrei e felicidade, Alicerce do Paraíso, v. 1, 2017, p. 154)

Todo trabalho realizado com espírito de alegria é feito com facilidade e


correção. Quando empreendemos alguma tarefa sem disposição, não só
mal percebemos o que estamos fazendo como também pouco progresso
alcançamos. Faço meu trabalho com espírito de recreação, com ale-
gria e sempre com disposição. Espero que os membros da nossa Igreja
adotem esse mesmo espírito em seus empreendimentos: ele é bastante
conveniente.
(A alegria, o tempo e a ordem, Os novos tempos, 2019, p. 49)

Na oferta monetária a Deus, devemos oferecer nosso sentimento sincero.


(...) Sinceridade é oferecer o máximo de si, dentro do que for possível.
(...) Gostaria que fizessem a oferta monetária com o sentimento de que
esse é o momento para agradecer a Deus as graças recebidas com o
máximo de alegria e desprendimento.
23 de outubro de 1958
(Oferecer o sentimento sincero, Prática da Fé - Fonte da Sabedoria, 2006, p. 86-87)

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 02
Capítulo VI - Soma de Virtudes

Referência Bibliográfica

Insensibilidade em relação à Religião (Título anterior: In-


sensibilidade em relação à fé)
Aura
A gratidão deve ser manifestada em ação
O ser humano depende de seu pensamento
Agradecer, dedicar e agradecer
Johrei e felicidade
A alegria, o tempo e a ordem
Oferecer o sentimento sincero

Leitura complementar
Alicerce do Paraíso volume 1
O que é a verdadeira civilização? (palestra) (Título anterior:
Palestra ao público em Tóquio)
Alicerce do Paraíso volume 3
Camadas do Mundo Espiritual
Alicerce do Paraíso volume 4
Aura
Pão Nosso de cada dia
Jornal Eiko nº 210, “A Lógica da Religião e a Repurificação”
(2010, p. 289)

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 02
Capítulo VII - Apreciação do Belo

Capítulo 7
Soma de virtudes

R
eligião e arte desenvolveram-se conjuntamente ao longo da his-
tória humana. As diversas expressões artísticas deram forma ao
sentimento humano de veneração e devoção a Deus além de, in-
discutivelmente, trazerem alegria e satisfação para a vida humana. No
entanto, seria a arte simplesmente um deleite sensorial ou forma de
expressão da natureza humana?

Neste capítulo será apresentado o que denominamos ser a “missão da


arte”, qual seja, proporcionar a purificação do espírito humano de forma
aprazível por meio de uma elevada vibração espiritual. Neste aspecto
reside a responsabilidade social dos artistas e a posição que Meishu-
-Sama define para o Belo como uma das colunas de salvação da Igreja
Messiânica Mundial.

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 03
Capítulo VII - Apreciação do Belo

Aula 7 – Convite ao Belo


1. Poemas de Meishu-Sama

“A Verdade é o caminho, o Bem é a ação, o Belo é o sentimento.


Desejo, ardentemente que todos os cultivem.”
(O Pão Nosso de Cada dia, 1995, p. 120)

“Estejam cientes os messiânicos de que o Bem é o pensamento gerado


pela Verdade, e o Belo é a forma criada pelo Bem.”
(O Pão Nosso de Cada dia, 1995, p. 122)

2. A arte é a representação do Belo

O conceito atual de que Religião está desligada da Arte parece-me um


grande equívoco. Enobrecer os sentimentos do homem e enrique-
cer-lhe a vida, proporcionando-lhe alegria e sentido, é a missão da Arte.
Os entendidos no assunto sentem indizível prazer em apreciar as flores,
na primavera, e as paisagens campestres ou marítimas. Não é exagero
dizer que o Paraíso Terrestre, que temos por ideal, é o Mundo da Arte,
o qual não é outro senão o mundo da Verdade, do Bem e do Belo, a que
costumo me referir.

A Arte é a representação do Belo. Mas por que será que ela foi negligen-
ciada até os nossos dias?

Monges antigos e famosos demonstraram notável genialidade no campo


artístico, esculpindo e construindo templos. (...)

Por outro lado, como houve muitos monges que divulgaram doutrinas
adotando a simplicidade e o ascetismo, certamente nasceu o conceito
de que não há nenhuma relação entre a Arte e a Religião. Aqui impera
a Verdade e o Bem, mas falta o Belo.

Pelas razões expostas, pretendo fazer uma grande divulgação da Arte.


25 de janeiro de 1949
(Religião e arte, Alicerce do Paraíso, v. 5, 2002 p. 54-55)

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 03
Capítulo VII - Apreciação do Belo

3. A elevação do caráter do homem por meio da arte

C ada coisa existente no Universo possui uma utilidade específica para


a sociedade humana, ou seja, uma missão atribuída pelos Céus. Na-
turalmente, a Arte não constitui exceção. Portanto, uma vez que o artista
é um membro da organização social, ele deve conscientizar-se de sua
missão e exercê-la plenamente, pois essa é a Verdadeira Arte e também
a responsabilidade que lhe cabe.

Entretanto, quando observo os artistas da atualidade, não posso deixar


de ficar decepcionado com as atitudes inconseqüentes da maioria. É cla-
ro que existem artistas excelentes, mas a maior parte se esquece da sua
responsabilidade, ou melhor, não tem nenhuma consciência dela. Além
do mais, eles constituem um problema, pois, tendo-se como criaturas
superiores, fazem o que bem entendem sem a menor vergonha. Acham
que, agindo de acordo com sua própria vontade, estão manifestando
sua personalidade e seu caráter de gênio. A sociedade, por sua vez, os
superestima, considerando-os pessoas especiais, e aprova quase tudo
que eles fazem. Por isso, sua mania de grandeza torna-se ainda maior.

É preciso, todavia, que o caráter dos artistas seja muito mais elevado
que o das pessoas comuns. Explicarei isto com base na Religião.

Inegavelmente, nos primórdios da sua história, a humanidade possuía


muitas características animais, mas não há dúvida de que, após a era
selvagem, ela veio progredindo gradativamente, construindo-se, pouco
a pouco, a civilização ideal. Neste sentido, o progresso da civilização
consiste na eliminação do caráter animal do homem. Alcançar esse ní-
vel é alcançar a Verdadeira Civilização. Ainda hoje, porém, a maioria
das pessoas está sujeita ao terror da guerra, prova de que persiste no
homem uma grande parcela de características animais. Assim, cabe ao
artista uma grande missão: ele é um dos encarregados da eliminação
de tais características.

Torna-se necessário, portanto, elevar o caráter do homem por meio da


Arte. Naturalmente, esse objetivo será alcançado através da literatura,
da pintura, da música, do teatro, do cinema e de outras artes. O espírito

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO - NÍVEL 1
Módulo 2 - Capítulo 03
Capítulo VII - Apreciação do Belo

dos artistas, comunicando-se por esses veículos, influenciará o espírito


do povo. Falando mais claro, as vibrações espirituais emitidas pela alma
do artista tocarão a sensibilidade das pessoas através das obras literá-
rias, da pintura, dos instrumentos musicais, dos cantos, das danças,
etc. Em outras palavras: haverá uma sólida ligação entre o espírito do
artista e o espírito de quem apreciar suas obras. Se o caráter daquele
for baixo, o das pessoas também se degradará; obviamente, se for um
caráter elevado, terá o efeito contrário.

Eis a importância da Arte. O artista deve funcionar como orientador


espiritual do povo. Neste sentido, não seria exagero afirmar que uma
parte da responsabilidade do aumento do mal social cabe aos artistas.

Vejamos: erotismo cada vez mais vulgar, literatura cada vez mais gro-
tesca, quadros cada vez mais monstruosos; as opiniões dos artistas,
assim como também a música, o teatro e o cinema, cada vez piores. Se
analisarem minuciosamente tais fatos, certamente compreenderão que
a minha tese não é errada.
15 de outubro de 1949
(A missão da arte, Alicerce do Paraíso, v. 5, 2002, p. 59-60)

Referência Bibliográfica

Religião e arte
A Missão da Arte

Leitura complementar
Alicerce do Paraíso volume 3
Segredo da Felicidade
Alicerce do Paraíso volume 5
Significado da construção do Museu de Belas Artes
A respeito do Paraíso Terrestre
Ciência e Arte

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