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Universidade Federal do ABC

Engenharia de Instrumentação, Automação e Robótica

Eletrônica de Potência I
Prof. Dr. José Luis Azcue Puma

 Semicondutores de Potência
 Retificadores a Diodos

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Métodos de Disparo do Tiristor
Um tiristor é disparado aumentando-se a corrente de
anodo. Podemos considerar cinco maneiras distintas de
conseguir isto:

 Térmica: A altas temperaturas, a corrente de fuga


dobra aproximadamente com o aumento de 8 ℃.
Assim, a elevação da temperatura pode levar o
tiristor à condução.

 Luz: Se for permitido que a luz atinja as junções de


um tiristor, os pares, elétrons-lacunas aumentarão; e
o tiristor poderá ser disparado.

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Métodos de Disparo do Tiristor
 Tensão elevada: Se a tensão direta anodo-catodo for
maior que a tensão direta de ruptura Vbo, fluira uma
corrente de fuga suficiente para iniciar o disparo. Esse
tipo de disparo pode ser destrutivo e deve ser evitado.

 Taxa de crescimento da tensão direta (dv/dt): Se a taxa


de crescimento da tensão direta for suficientemente
elevada, a corrente que atravessara a junção pode ser
suficiente para levar o tiristor à condução.

 Corrente de gatilho: Se o tiristor estiver diretamente


polarizado, a injeção de corrente de gatilho pela
aplicação de tensão positiva entre os terminais de
gatilho e catodo irá dispara-lo.

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Tríodo de CA (TRIAC)
O TRIAC pode conduzir em ambos os sentidos
(dispositivo bidirecional). Ele pode ser considerado
como dois SCR conectados em antiparalelo com uma
conexão de gatilho em comum.

Símbolo
Circuito equivalente

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Tríodo de CA (TRIAC)

Curva característica v-i

Os TRIACs normalmente são operados:


• no quadrante I: tensão e corrente de gatilho positivas.
• ou no quadrante III: tensão e corrente de gatilho negativas .

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Tiristores de desligamento pelo gatilho
(GTO)
O GTO pode ser disparado pela aplicação de um sinal
positivo de gatilho e pode ser desligado por um sinal de
gatilho.

As vantagens dos GTOs sobre os SCRs são:

• Eliminação dos componentes utilizados na


comutação forçada.
• Redução no ruído acústico e eletromagnético devido
à eliminação dos indutores de comutação.
• Desligamento mais rápido.
• Melhor eficiência dos conversores.

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Transistor Bipolar de Potência (TBP)
1. O TBP é um dispositivo controlado por corrente.
2. Os transistores de potência são operados na região
de saturação, resultando em uma baixa queda de
tensão em estado de condução.
3. A velocidade de chaveamento e muito maior que a
dos tiristores.
4. São amplamente utilizados em conversores CC/CC
e CC/CA.
5. Operam com tensões e correntes menores que a
dos tiristores.
6. Normalmente utilizados em aplicações de baixa
para média potência.

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Transistor Bipolar de Potência (TBP)
Transistor bipolar é formado pela adição de uma
segunda região p ou n a um diodo de junção pn.

Os três terminais são designados como coletor, emissor


e base.

Transistor NPN Transistor PNP

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Transistor Bipolar de Potência (TBP)
Existem três configurações possíveis de operação:
coletor comum, base comum e emissor comum. Em
aplicações de chaveamento geralmente é utilizada a
configuração emissor comum.

Configuração emissor comum. Curvas características de entrada

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Transistor Bipolar de Potência (TBP)
Há três regiões de operação de um transistor:
• Corte: o transistor está desligado ou a corrente de base não é
suficiente para liga-lo.
• Ativa: o transistor age como um amplificador, no qual a corrente de
coletor é amplificado por um ganho.
• Saturação: a corrente de base é suficientemente elevada para que a
tensão coletor emissor seja baixa e o transistor aja como uma chave.

Curvas características de saída


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Transistor Bipolar de Potência (TBP)

Curva característica de transferência

Relações importantes:

(ganho de corrente)

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Característica Dinâmica do (TBP)

Carga Resistiva

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Característica Dinâmica do (TBP)

Carga Resistiva

(1) Bloqueio
(2) Atraso de entrada em
condução (carga
capacitor base-emissor) .
(3) Tempo de subida da
corrente.
(4-5) Em condução.
(6) Atraso de bloqueio
(descarga do capacitor base-
emissor).
(7) Tempo de descida da
corrente.
(8-9) Bloqueado.

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Conclusões
O TBP tem sido substituído nos últimos anos por interruptores mais eficientes
em determinadas faixas de potência.

• Para baixas tensões (<500V) o TBP tem sido substituído pelo MOSFET.
• Para tensões acima de 500V o TBP tem sido substituído pelo IGBT.
• O TBP apresenta maiores tempos de comutação em relação ao
MOSFET (operação em baixas frequências). Porém, o TBP apresenta
menores perdas de condução.
• O TBP apresenta maiores tempos de comutação em relação ao IGBT
e menor capacidade de corrente.
• Para aplicações em tensões mais elevadas (>500V), o BPT pode operar
em configuração Darlington.

Configuração
Darlington

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MOSFET de Potência
 O MOSFET de potência é um dispositivo controlado por
tensão e requer apenas uma pequena corrente de entrada.
 A velocidade de chaveamento é muito alta.
 São aplicados em conversores de alta frequência e baixa
potência.
 MOSFET de potência é normalmente do tipo canal N.

Símbolo

Estrutura básica
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MOSFET de Potência

MOSFET em condução
O diodo intrínseco Di apesar de
suportar tensões e correntes nominais,
possui tempos de comutação maiores
que o próprio MOSFET.
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Característica Estática do MOSFET

Curva característica v-i

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Característica Dinâmica do MOSFET
Capacitâncias equivalentes dos MOSFETs:

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Característica Dinâmica do MOSFET
Carga Resistiva

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Transistor IGBT
 O IGBT alia a facilidade de acionamento do MOSFET
com as pequenas perdas em condução dos TBP.
 Permite frequências de chaveamento em dezenas de
kHz, nos componentes para correntes na faixa de
algumas dezenas de amperes.

Símbolo

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Transistor IGBT
 A estrutura do IGBT é similar à do MOSFET , mas com a
inclusão de uma camada P+ que forma o coletor do IGBT.

Construção básica

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Característica Estática do IGBT

22
Característica Dinâmica do IGBT

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Característica de Alguns IGBTs

 As aplicações para IGBT normalmente encontra-se para


elevados níveis de tensão VCE (500 a 1700V) e elevadas
potências (1-1000kW), 1998.
 Circuitagem de controle simples (similar aos MOSFETs).
 Mais lentos do que os MOSFETs, mais rápidos que TBPs,
GTOs e SCRs.
 Frequências típicas de chaveamento até 200kHz.
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Retificadores a Diodos
Retificador monofásico de meia onda

 Carga resistiva Pura

Tensão média na carga


O diodo bloqueia os semiciclos
negativos, portanto, somente os
semiciclos positivos são
aplicadas à carga.
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Retificadores a Diodos
Assim, a tensão média na carga será

A corrente média na carga é calculada através de:

Então: v

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Retificadores a Diodos
A corrente de pico no diodo:

A tensão de pico inversa no diodo:


v

Valor eficaz da corrente:

A corrente eficaz no diodo:

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Retificadores a Diodos
Logo:

Exemplo

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Retificadores a Diodos

 Carga RL

Retificador monofásico alimentando uma carga RL

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Retificadores a Diodos
Formas de onda para o retificador com carga RL
Em quanto a
corrente de carga
não se anula o diodo
se mantem em
condução.

A tensão na carga
torna-se negativa
para ângulo
superiores a pi.

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Retificadores a Diodos
A corrente na carga é obtida através da solução da seguinte equação
diferencial:

A solução da expressão anterior é

Sendo que

Então a corrente na carga tem dois componentes:

Resposta em regime permanente Parcela transitória da corrente


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Retificadores a Diodos
As duas componentes estão ilustradas na seguinte figura

Para tem-se . Assim:

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Retificadores a Diodos
Portanto,

Para calcular o valor médio da tensão é necessário conhecer o ângulo


beta.
De acordo com a Figura anterior quando ,
considerando isto na expressão anterior, tem-se:

Como,

Tem-se:

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Retificadores a Diodos
Simulando numericamente a expressão anterior, tem-se a seguinte
figura.

Conhecido o ângulo beta  tensão média de carga.

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Retificadores a Diodos

Então:

A presença da indutância causa uma redução na tensão média da carga.

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Próxima Aula
1. Retificadores monofásico de onda completa.
2. Retificador trifásico.

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Referências Bibliográficas
1. BARBI, I. Eletrônica de Potência - Florianópolis, 6ta Edição do
Autor, 2006.
2. RASHID, M.H. Eletrônica de Potência - Circuitos, Dispositivos e
Aplicações. Ed. São Paulo: Makron Books, 1999.
3. Pomilio, J.A.; Apostilas da disciplina de Eletrônica de Potência,
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor/
4. Gonçalves, F.A.S., Apostilas da disciplina Eletrônica Industrial
para Controle e Automação I.
http://www2.sorocaba.unesp.br/professor/flavioasg/ei/index.php

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