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Disciplina: Física Experimental III

Prática 01: Ohmímetro


Prof.ª: Gardênia Pinheiro

O multímetro é um instrumento de medida que incorpora pelo menos três


medidores de grandezas elétricas: voltímetro, amperímetro e ohmímetro, que serão
estudados nessa disciplina. Alguns multímetros incluem ainda medidas de capacitância,
frequência, continuidade, temperatura e teste de transistores e diodos.
O objetivo geral desta prática é introduzir as generalidades dos instrumentos
encontrados no laboratório de eletricidade e eletrônica e praticar a utilização de suas
funcionalidades mais básicas no contexto de medidas sobre circuitos simples.

1.1 Introdução teórica


O Ohmímetro é usado para medir resistência elétrica em um circuito ou elemento
de circuito (resistor, diodo, etc). É conectado em PARALELO com os nós a serem
medidos. Sua medição é baseada na medida da tensão desenvolvida no circuito a partir da
aplicação de uma corrente constante e de valor conhecido. Usando a escala apropriada, o
valor indicado no mostrador já é corrigido para indicar a medida correta da resistência.

Características gerais de um ohmímetro:


 Utilizam-se correntes de baixo valor (μA-mA) de modo a minimizar a potência
dissipada no circuito. A corrente aplicada depende da escala utilizada;
 O circuito a ser medido deve estar DESLIGADO, pois correntes externas
introduzem um erro na medida e podem até danificar o instrumento;
 A tensão máxima medida (fundo de escala) é em geral da ordem de centenas de
mV;
 Na medição de resistências de baixo valor (< 10 Ω), a resistência dos cabos do
multímetro e dos contatos com o circuito podem ser significativas, induzindo a erros de
medida;
 Na medição de resistências de alto valor (> 10 kΩ) deve-se evitar tocar o
circuito diretamente com as mãos pois a resistência da pele assim como ruídos induzidos
provocarão erros de medida.

Medindo com o Ohmímetro:


 Conecte a ponta de prova preta ao terminal “COM” (negativo) e a ponta de
prova vermelha ao terminal “V/” (positivo). Embora a utilização do ohmímetro seja
feita sem distinção de polaridade, é importante que você adquira o hábito de obedecer
sempre a esta convenção;
 Escolha a escala adequada ao valor da resistência a ser medida. A escolha da
escala a ser utilizada é de fundamental importância. A escala de 200 Ω deve ser usada
para medir resistências de até 200 . A escala de 2 kΩ deve ser usada para medir
resistências entre 200  e 2 k e assim por diante;
 Ao tentar medir uma resistência cujo valor é maior do que o limite da escala
escolhida, o multímetro fornece a seguinte leitura “1. ”; Neste caso uma escala maior
deve ser utilizada até que se obtenha uma leitura adequada. Quando uma resistência pode

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ser medida em várias escalas, a menor destas escalas deve ser escolhida de modo a obter
um maior número de algarismos significativos;
 Certifique-se que o resistor medido não está associado a nenhum outro resistor
ou fonte;
 Cuide para que haja um bom contato entre as pontas de prova e os terminais do
resistor;
 Durante a medida não toque nas partes metálicas das pontas de prova, pois a
resistência do seu corpo influenciará na medida.

Código de Cores de um Resistor


Os resistores comerciais, popularmente chamados de resistências, trazem o valor
de sua resistência codificado em faixas coloridas e dispostas como mostra a Figura 1.

Figura 1: Um resistor típico comercial.

Estas faixas representam, de acordo com sua cor e sua posição, o valor da
resistência indicado pelo fabricante, conhecido como valor nominal. A Tabela 1
apresenta o valor numérico atribuído a cada cor. As faixas coloridas devem ser lidas da
extremidade para o centro do resistor como indicado na Figura 2. Em geral os resistores
apresentam 4 ou 5 faixas coloridas.

Figura 2: Ordem de leitura e significado de cada faixa para resistores comuns (quatro
faixas) e para resistores de precisão: 1% e 2% (cinco faixas).

Existem também resistores com seis faixas que são lidas como os que tem cinco
faixas, sendo a sexta faixa indicativa do coeficiente de temperatura O coeficiente de
temperatura representa a variação da resistência em partes por milhão por grau Celsius.
Uma especificação importante dos resistores é sua potência máxima de dissipação,
acima da qual eles podem se danificar. A potência máxima é função do tamanho físico do
resistor e é fornecida pelos manuais dos fabricantes. Em geral são fabricados resistores
com potências de 1/8W, 1/4W, 1/2W, 1W e 2W. Os resistores que têm potências maiores
do que 2W trazem o valor da potência gravado em seu corpo.

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Tabela 1: Código de Cores.
FAIXA COEF. DE
DÍGITO MULTIPLICADOR TOLERÂNCIA
COLORIDA TEMP.
Preta 0 100
Marron 1 101 1% 100 ppm
Vermelha 2 102 2% 50 ppm
Laranja 3 103 15 ppm
Amarela 4 104 25 ppm
Verde 5 105 0,5%
Azul 6 106 0,25%
Violeta 7 107 0,1%
Cinza 8 108 0,05%
Branca 9 109
Dourada 10-1 5%
Prateada 10-2 10%
Sem faixa 20%

Exemplo: - A primeira faixa corresponde ao primeiro


Figura 3: Um resistor comum (com dígito do valor nominal: vermelho = 2;
quatro faixas). - A segunda faixa corresponde ao segundo
dígito do valor nominal: violeta = 7;
- A terceira faixa corresponde a potência
de dez pela qual devemos multiplicar o
número formado com os dois dígitos
acima: preto = 0, isto é, multiplicar por
100;
- A quarta faixa representa a tolerância no
valor da resistência: ouro = 5%.
- Então, R = 27  com tolerância de 5%.

1.2 Objetivos
 Identificar resistores;
 Determinar o valor da resistência pelo código de cores;
 Utilizar o Ohmímetro para medir resistências;
 Identificar associação de resistores em série, em paralelo e mista;
 Determinar o valor da resistência equivalente de uma associação;
 Verificar o funcionamento de um potenciômetro.

1.3 Material Utilizado no Software Proteus


 Resistores;
 Potenciômetro de 10 kΩ;
 Ohmímetro.

1.4 Procedimentos
1.4.1 Identificação do Valor da Resistência pelo Código de Cores: Identifique as cores
das faixas de cada resistor e preencha a Tabela 2 de acordo com a ordem em que devem

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ser lidas, determine o valor nominal e a tolerância de cada resistor. Anote também a
escala utilizada do ohmímetro (apresentado durante a aula) em cada caso.

Tabela 2: Identificação da resistência pelo código de cores.


Escala
Rnominal Tolerância Rmedido Erro
R Cores Ideal do
(Ω) (%) (Ω) (%)
Ohmímetro
1
2
3
4
5

1.4.2 Associação de Resistores:


Ao associarmos resistores, podemos interligá-los de duas formas principais: em
série ou em paralelo.

 Numa associação de resistores em série, Figura 4, o terminal de saída do primeiro


resistor deve ser ligado ao terminal de entrada do segundo; o terminal de saída do
segundo deve ser ligado ao terminal de entrada do terceiro e, assim, sucessivamente.

Figura 4: Resistores em série.

A resistência elétrica equivalente de uma associação em série, Req., é igual a soma das
resistências elétricas dos resistores associados:

Req =R1 + R2 + R3 +…+ R n . (Equação 1)

 Numa associação de resistores em paralelo, os terminais de entrada de todos os


resistores devem ser ligados a um mesmo ponto A, e os terminais de saída de todos os
resistores devem ser ligados a um mesmo ponto B, como mostra a Figura 5.

Figura 5: Resistores em paralelo.

O inverso da resistência elétrica equivalente de uma associação em paralelo, Req., é igual


à soma dos inversos das resistências elétricas dos resistores associados:

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1 1 1 1 1 (Equação 2)
= + + +...+ .
R eq . R1 R 2 R 3 Rn

1.4.2.1 Associe dois resistores de 1000  em série e meça a resistência equivalente.

1.4.2.2 Associe três resistores de 1000  em série e meça a resistência equivalente.

1.4.2.3 Associe dois resistores de 1000  em paralelo e meça a resistência equivalente.

1.4.2.4 Associe três resistores de 1000  em paralelo e meça a resistência equivalente.

1.4.2.5 Associe os três resistores de 1000  em uma associação mista, conforme a Figura 6, e
meça a resistência equivalente.

Figura 6: Associação mista de resistores.

1.4.5 Potenciômetro:
Um potenciômetro consiste basicamente em uma película de carbono, ou um fio
que percorrido por um cursor móvel, altera o valor da resistência entre seus terminais. A
Figura 7 mostra um potenciômetro e sua estrutura interna. Comercialmente, os
potenciômetros são especificados pelo valor nominal da resistência máxima, impresso em
seu corpo.

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Figura 7: Potenciômetro e sua estrutura interna.

1.4.5.1 Insira um potenciômetro de 10 kΩ e ligue suas extremidades a ohmímetros de


forma a obter a medida AB e BC. Ajuste a resistência do potenciômetro variando a
posição do cursor de modo a obter os valores indicados na Tabela 3. Meça a resistência
complementar em cada caso e efetue a soma para obter a resistência total.

Tabela 3: Medidas das resistências nos terminais de um potenciômetro.


Resistência entre os
Resistência entre os Soma das Resistências
terminais A e B, RAB
terminais B e C, RBC (W) RAB + RBC (W)
(W)
1k
7k
5k
6k

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