Você está na página 1de 1

A perspectiva descolonial e a (re)leitura dos conceitos geográficos no ensino de geografia

Rodrigo Capelle SuessI, Alcinéia de Souza Silva


29/05/2019

A perspectiva descolonial é uma abordagem crítica que busca questionar a forma como o
conhecimento é produzido e difundido no contexto do colonialismo e do eurocentrismo. No campo da
geografia, essa abordagem tem sido cada vez mais utilizada para analisar as implicações políticas e
epistemológicas dos conceitos geográficos e do ensino de geografia.

Uma das principais críticas da perspectiva descolonial ao ensino de geografia é a sua tendência a
reproduzir um conhecimento eurocêntrico, que valoriza os saberes ocidentais em detrimento dos saberes
locais e tradicionais. Nesse sentido, a perspectiva descolonial propõe uma (re)leitura dos conceitos
geográficos, buscando incorporar outras formas de conhecimento e perspectivas não-hegemônicas.

Essa (re)leitura pode envolver, por exemplo, a valorização dos saberes tradicionais de povos indígenas
e comunidades quilombolas, que têm um profundo conhecimento das paisagens e dos territórios em que
vivem. Além disso, a perspectiva descolonial também pode questionar a forma como os conceitos geográficos
foram historicamente construídos, muitas vezes como resultado de uma visão ocidental e colonialista do
mundo.

Ao incorporar a perspectiva descolonial no ensino de geografia, é possível contribuir para a formação


de cidadãos críticos e conscientes das implicações políticas do conhecimento geográfico. Isso pode ajudar a
superar as desigualdades e injustiças socioespaciais que caracterizam muitas regiões do mundo, bem como
promover a valorização e o respeito pela diversidade cultural e territorial.

O artigo "A perspectiva descolonial e a (re)leitura dos conceitos geográficos no ensino de


geografia" de Rodrigo Capelle Suess e Alcinéia de Souza Silva é uma contribuição importante para a
discussão sobre a perspectiva descolonial e seu potencial para transformar o ensino de geografia.
Os autores argumentam que a geografia, como disciplina acadêmica e escolar, tem uma longa
história de eurocentrismo e colonialismo, reproduzindo uma visão de mundo dominante que
marginaliza e desvaloriza outros saberes e conhecimentos. A partir dessa crítica, propõem uma
perspectiva descolonial que busca reexaminar e desafiar as estruturas conceituais e metodológicas
da geografia tradicional.
Uma das principais contribuições do artigo é mostrar como a perspectiva descolonial pode
ser aplicada na prática do ensino de geografia, por meio da (re)leitura dos conceitos geográficos a
partir de uma perspectiva não-hegemônica. Os autores apresentam exemplos concretos de como
essa abordagem pode ser utilizada para valorizar e incluir outros saberes e perspectivas, tais como
os saberes tradicionais dos povos indígenas e das comunidades quilombolas.
Além disso, os autores destacam a importância de uma abordagem crítica e reflexiva no
ensino de geografia, que possibilite aos estudantes a compreensão das implicações políticas e sociais
do conhecimento geográfico e sua relação com as desigualdades socioespaciais.
Em resumo, o artigo apresenta uma análise crítica e propositiva do ensino de geografia, que
busca superar o eurocentrismo e o colonialismo por meio da perspectiva descolonial. Sua
contribuição é de extrema importância para a construção de um ensino de geografia mais inclusivo,
diverso e crítico

Você também pode gostar