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Plano de Execução BIM

(Template)

Material suplementar do livro


BIM e Inovação em Gestão de Projetos
BIM e inovação em gestão de projetos
(Material complementar)

Sumário
O que é o Plano de Execução BIM e porque o BIM precisa dele?.....................................1

Controle do Plano............................................................................................................... 5

Informações do projeto.......................................................................................................6

Datas marco do projeto......................................................................................................7

Agentes envolvidos no processo........................................................................................8

Objetivos do projeto............................................................................................................ 9

Matriz de responsabilidades pelos usos do BIM...............................................................10

Gestão do processo de projeto.........................................................................................11

Fluxograma do Processo de Projeto.............................................................................13

Ciclo da Coordenação do Processo de Projeto.............................................................14

Procedimentos de colaboração e comunicação............................................................16

Ambiente comum de dados (CDE)............................................................................17

Agendamento de reuniões de trabalho......................................................................19

Trocas de informações e frequência de atualização dos modelos............................20

Trocas de informações: IFC e BCF...........................................................................21

Procedimentos de controle da qualidade......................................................................25

Georeferenciamento e arquivo base de projeto.........................................................26

Estruturação e quebra dos modelos..........................................................................27

Nível de Desenvolvimento (ND)....................................................................................28

Infraestrutura requerida....................................................................................................30

Hardware...................................................................................................................... 30

Ambiente comum de dados..........................................................................................30

Reuniões físicas............................................................................................................ 30

Reuniões virtuais.......................................................................................................... 30

Entregáveis do projeto......................................................................................................31

Bibliografia........................................................................................................................ 33
BIM e inovação em gestão de projetos
(Material complementar)

O que é o Plano de Execução BIM e por que o BIM precisa dele?

Um Plano de Execução BIM, ou PEB, é um documento que descreve quais os objetivos


do BIM em um projeto e quais os procedimentos de trabalho que devem ser executados
para que esses objetivos sejam alcançados.

É um instrumento contratual que define os requisitos das informações do contratante. Ele


deve ser bem definido e sem omissões que venham prejudicar a compreensão dos
objetivos do projeto por parte dos agentes envolvidos.

Como definido na Norma ISO 19650 – parte 2, o PEB possui duas etapas:

 PEB pré-contrato: definido na fase de concorrência, indicando os usos e


objetivos do BIM e o nível de implementação que será entregue pelos contratados
de acordo com os requisitos do contratante.
 PEB pós-contrato: elaborado com a participação e concordância prévias de
todos os agentes envolvidos, incluindo o contratante. Ele deve refletir os
procedimentos e definir claramente os entregáveis dos projetos de acordo com as
fases definidas no cronograma do projeto.
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Controle do Plano

Utilize essas tabelas para identificar a criação do plano e posteriormente controlar as


revisões que ocorrerão durante o projeto.

Lembre-se: o PEB é um documento vivo e um instrumento de apoio da gestão. Ele será


modificado durante o projeto com a descoberta de novas necessidades e situações não
previstas. A metodologia BIM do projeto deverá refletir essas situações e as mudanças
deverão ser documentadas nas revisões do PEB.

Criação do plano

Preparado por

Empresa

Data

Controle de revisões do plano

Número da revisão

Data da revisão

Revisor

Empresa

Comentários
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Informações do projeto

Preencha essa tabela com as informações que irão caracterizar o projeto e permitir a sua
identificação única dentro dos projetos de uma organização.

Nome do projeto

Contratante

Localização e endereço

Breve descrição do projeto

Informações adicionais e específicas

Tipo de contrato

Número do contrato

Número do projeto

Foi feito um PEB pré-contrato?


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Datas marco do projeto

Preencha a tabela abaixo com os marcos importantes do projeto que ocorrerão durante o
ciclo de vida do empreendimento.

Fase/marco Início estimado Término est. Agentes

Estudos
preliminares

Anteprojeto

Executivo

Detalhamento

Licitação da obra

Construção

Entrega

Operação
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Agentes envolvidos no processo

Os agentes envolvidos ou stakeholders são as pessoas e as organizações que participam


de um processo. A definição precisa dos agentes e a definição dos seus papéis dentro do
processo de projeto deve ser feita logo no início visando estabelecer a matriz de
responsabilidades do projeto.

Importante: logo ao início do projeto o contratante deve verificar a necessidade de todas


as especialidades de projeto envolvidas, bem como a de consultores especializados. A
contratação de toda a equipe deve ser feita desde o início do projeto tendo por objetivo a
integração das inteligências e a busca do processo coletivo e colaborativo de
desenvolvimento do projeto. A contratação tardia de projetistas ou de consultores pode
levar a grandes atrasos no projeto pela introdução de novos conceitos ou a de
interferências não previstas nas fases iniciais!

Função Disciplina Empresa Nome e-mail Telefone


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Objetivos do projeto

Liste as metas e expectativas do contratante para o projeto. Esta tabela ajudará a definir
os usos de BIM necessários para o projeto em alinhamento com os objetivos do projeto.

Importante: “implantar o BIM” não é um objetivo em si! O BIM é uma tecnologia e um


conjunto de processos que existem para melhorar o desempenho das atividades de
engenharia durante o ciclo de vida de um edifício. Ao dimensionar algum objetivo é
sempre importante analisar se a organização está preparada para produzir o processo e
saber trabalhar com os dados que serão gerados através do BIM. Portanto, a medida do
valor agregado deverá levar em conta a relação de custo x benefícios e o grau de
maturidade da equipe. É recomendável começar com objetivos mais simples, porém com
maior chance de ocorrerem. A evolução do BIM em uma organização caminha passo a
passo!

Objetivos do projeto Descrição do objetivo e Usos do BIM


de seu valor agregado
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Matriz de responsabilidades pelos usos do BIM

Esta tabela pode ser preenchida a partir das informações resumidas do projeto e de
documentos contratuais associados. As tabelas ‘Objetivos do Projeto’ e ‘Agentes
envolvidos no processo’ ajudarão na seleção dos usos do BIM com bases nos objetivos,
características da equipe e de sua capacidade de entrega.

Dica: os entregáveis deverão ser bem identificados, inclusive seus formatos de arquivo.
Essa definição precisa ser feita no ato da contratação visando evitar problemas futuros de
ambas as partes!

Uso do BIM Entregáveis Partes responsáveis


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Gestão do processo de projeto

Teoria: a Estrutura Conceitual proposta, Figura 1, baseia-se nos objetivos a serem


atingidos pelo BIM e mensurados nível de desenvolvimento dos elementos do projeto,
que são definidos pelo contratante e projetistas em função do processo do
empreendimento e seus objetivos.

Os domínios do processo do empreendimento, gestão do processo de projeto e gestão


da modelagem da informação são interligados, tendo, como eixo horizontal, o ciclo de
vida do edifício e o processo do empreendimento e, como eixo vertical, os estágios de
evolução do processo, com níveis de maturidade crescente de informação, Figura 1.

O processo de decisão e a condução da gestão são baseados em Indicadores Chave de


Desempenho (ICD), que servem tanto como base para as tomadas de decisão como para
diagnosticar o processo de projeto, atuando como ferramentas de retroalimentação ou de
diagnóstico.

O processo de projeto evolui ao longo do tempo e a ele novos agentes vão sendo
agregados, acumulando mais informações e tornando o processo complexo – o que faz
com que o fluxo de informações necessite ser monitorado e controlado.

São propostas fases para o desenvolvimento do processo de projeto, ao final das quais
um ponto de controle faz a análise crítica a partir das informações extraídas diretamente
do modelo BIM.

Em cada fase do processo, os objetivos são configurados e confrontados com os


resultados obtidos na fase anterior. A análise crítica a partir dos dados dos ICD formaliza
o que acontece e garante a comunicação entre todos os interessados, de forma que a
responsabilidade seja compartilhada com todos os participantes.

Cada ponto de controle é um momento de avaliação e de tomada de decisão,


possibilitando retorno, quando necessário, até que os objetivos da fase sejam alcançados
ou, se for o caso, dando continuidade ao processo. Dessa forma, mantém-se controle do
processo, podendo se evitar desperdícios e tomadas de decisão atrasadas ou em
momentos errados.

A partir do atendimento dos requisitos de validação, o processo segue em frente


agregando as informações necessárias aos modelos BIM alinhando-os ao processo e
refletindo os resultados obtidos. A Figura 1 sintetiza e ilustra a estrutura conceitual
concebida.
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Figura 1: Estrutura Conceitual da Gestão do Processo de Projeto em BIM


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Fluxograma do Processo de Projeto

O processo de projeto deverá ser criteriosamente desenhado utilizando-se para isso de


softwares adequados para desenhos de processos, p.ex.: Bizagi (gratuito). O ponto
principal deverá ser “percorrer” o fluxo de informação entre os agentes envolvidos e as
etapas de decisão e convergência do processo.

Caso existam outros processos BIM, p.ex.: modelagem 4D ou orçamento, os processos


precisarão também ter seus fluxogramas desenhados.
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Figura 1: Macrofluxo do processo de projeto


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Ciclo da Coordenação do Processo de Projeto

É responsabilidade do Coordenador de projetos gerenciar um processo de Clash


detection e coordenação adequados e completos, de modo que todas as principais
interferências entre os sistemas do prédio tenham sido detectadas e resolvidas antes da
construção.

O Gerente do Projeto realizará uma reunião preliminar de coordenação BIM. Cada


projetista deve ser representado pelo profissional que é diretamente responsável pela
coordenação do seu próprio projeto.

A reunião de coordenação preliminar estabelecerá parâmetros que não podem ser


alterados durante o processo, como origem “(0,0,0)”. Uma vez que isso seja acordado,
não poderá ser mais alterado.

A frequência das reuniões de coordenação será determinada pelo progresso do


desenvolvimento do projeto e conforme necessário para manter o cronograma do projeto
em dia.

O Coordenador BIM criará o modelo federado e gerará os relatórios de interferência


usando o Solibri, Navisworks ou similar. Cada contratado revisará seus modelos com
base nas resoluções decididas durante as reuniões anteriores de coordenação, e
concluirá antes das próximas reuniões de coordenação.

Os uploads periódicos dos modelos devem incluir uma breve descrição das alterações.

Importante: Diferentemente do processo convencional, onde as reuniões muitas vezes


existem apenas para se tomar conhecimento de problemas, as Reuniões de
Coordenação em BIM NÃO são usadas apenas como reuniões de Clash detection, pois
esses, em sua maioria, podem ser resolvidos no escritório e postados no CDE. São
reuniões de trabalho onde o projetista deverá levar seu notebook e resolver os problemas
que envolvam tomadas de decisões importantes, durante a reunião. O relatório de Clash
será emitido antes da reunião e estará disponível para conhecimento e análises
PRÉVIOS no CDE.

O trabalho em BIM requer proatividade e antecipação por parte dos projetistas!


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Figura 3: Ciclo da coordenação de projetos


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Procedimentos de colaboração e comunicação

Teoria: existem, segundo Leicht (2009), três elementos que definem a colaboração:

 A colaboração é um processo;
 A colaboração envolve a interação de duas ou mais pessoas;
 As pessoas precisam trabalhar juntas em direção a um objetivo comum.

O projeto colaborativo tem por meta desenvolver o projeto em equipe, de forma


simultânea e com rica troca de informações. As organizações que começam a adotar o
BIM deverão ter em mente que ocorrerá, mesmo que gradualmente, a transição do
paradigma atual de trabalho em 2D, baseado em entregas de desenho, para o paradigma
BIM, baseado em modelos inteligentes que são desenvolvidos continuamente pela
equipe em um processo que envolve simultaneidade e riqueza de troca informações.

Para que isso ocorra será necessário definir a estratégia de colaboração do projeto. Ela
envolve também estabelecer os protocolos de comunicações de maneira a evitar
gargalos que atrasam e deturpam o fluxo da informação.

As tabelas a seguir deverão ser preenchidas prevendo os recursos técnicos e


processuais necessários para o projeto. Deverão ser definidos: os métodos de
comunicação, a gestão dos modelos, os procedimentos de transferência, as aprovações,
a nomenclatura dos modelos e dos arquivos, os procedimentos das reuniões, a
periodicidade de atualização dos modelos, entre outros.
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Ambiente comum de dados (CDE)

O BIM é muitas vezes entendido simplesmente como tecnologia ou modelos. No entanto,


o processo é o aspecto mais importante de qualquer projeto em BIM. Um projeto em BIM
bem-sucedido é aquele que segue um processo definido de forma eficaz e eficiente,
usando a tecnologia para produzir resultados.

Para trabalhar em um ambiente colaborativo a informação precisa estar alinhada com a


ISO 19650-2. Os projetos precisam ser desenvolvidos em conjunto e não isoladamente.
Para possibilitar o fluxo regular de informação é necessário existir um Ambiente Comum
de Dados (CDE).

A IS0 19650 faz uma distinção entre o fluxo no CDE (isto é, o processo) e a solução
(tecnologia). Existe um equívoco bastante comum que o CDE é apenas uma tecnologia.
Esse equívoco ofusca o aspecto mais importante que é o processo ou fluxo de trabalho.
É esta combinação de tecnologia e fluxo de trabalho que define o CDE.

O Ambiente Comum de Dados (CDE) é simplesmente um local digital onde a informação


se junta. É um único lugar para tudo!

O que pode ser armazenado e gerido em um CDE?

 Arquivos (contêineres de informação): modelos IFC, modelos em formato


nativo, desenhos em .dwg ou .pdf, planilhas, arquivos de texto, imagens.
 Processos de trabalho: aprovações, liberações, solicitação de informações,
comunicações em texto e em formato BCF, compatibilizações de projeto. Além
disso todos os metadados dos processos e dos arquivos podem ser recuperados
para, por exemplo, criar-se painéis de controle da gestão do processo.

Embora o carregamento e o acesso a arquivos seja um requisito essencial para que


qualquer sistema seja considerado um CDE, é necessário que tenha um processo de
conformidade integrado de acordo com a ISO 19650, Figura 4. Em termos mais simples,
envolve quatro núcleos: WIP (que significa work in progress ou trabalho em progresso),
compartilhado, publicado e arquivado.

Isto pode ser tratado por pastas, mas também pode ser tratado por metadados que
permitam que os processos ocorram.
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Figura 4: Os quatro núcleos do CDE. Fonte: adaptado da ISO 19650

Quais são as diferenças que existem entre o CDE e as soluções de mercado como
o Google Drive e outras comerciais conhecidas na AEC?

As soluções mencionadas são denominadas GED, ou Gerenciadores Eletrônicos de


Documentos. Elas gerenciam apenas documentos, mas não gerenciam processos.

O CDE gerencia documentos, modelos e processos, e portanto, as suas funcionalidades


incluem as funcionalidades do GED.

Ou seja, um GED não é um CDE.

Ao você utilizar um GED para gerenciar um projeto em BIM você não gerenciará o
processo de trabalho que é o essencial em BIM.
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Agendamento de reuniões de trabalho

A coordenação e a detecção de conflitos de elementos entre as disciplinas ocorrerão


dentro do modelo federado, o que é complementar à coordenação contínua esperada de
cada disciplina em todo o projeto. O BIM de cada disciplina se desenvolverá conforme o
ND especificado durante o desenvolvimento do projeto. Reuniões regulares de
coordenação e detecção de conflitos proporcionarão uma oportunidade para confirmar o
nível de coordenação dentro do BIM em intervalos de tempo definidos durante o projeto.

Agendamento de reuniões

Tipo de Estágio do Participantes Recursos de Frequência Física ou


reunião projeto TI virtual?
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Trocas de informações e frequência de atualização dos modelos

Os modelos devem ser compartilhados regularmente para permitir que as equipes


progridam em seus respectivos modelos. A tabela abaixo identifica o objetivo, a parte
responsável e a frequência das trocas de modelos. Observe que, se necessário, os
modelos podem ser compartilhados entre as datas previstas, mas o motivo deve ser
comunicado ao Gerente de projetos e ao Coordenador BIM.

Método e frequência da atualização dos modelos

Uso Disciplina Método Frequência


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Trocas de informações: IFC e BCF

Conceitos básicos sobre os padrões de interoperabilidade da buildingSMART: IFC e BCF

O que é o IFC e o que você precisa saber sobre ele?

O IFC é um padrão global para o intercâmbio aberto de dados em BIM.

O IFC é um modelo de dados comum e um formato de arquivo aberto.

Os profissionais da AEC podem utilizar o IFC para partilhar dados independentemente da


aplicação de software que utilizam para fazer o seu trabalho.

Da mesma forma, os dados de uma fase do ciclo de vida do edifício podem ser utilizados
numa fase posterior sem necessidade de reentrada de dados, interfaces de importação
personalizadas ou plugins proprietários.

O IFC, ou "Industry Foundation Classes", é uma descrição padronizada e digital do


ambiente construído, incluindo edifícios e infraestrutura civil. É uma norma internacional
aberta (ISO 16739-1:2018), destinada a ser neutra em relação aos fornecedores, e
utilizável em uma ampla gama de dispositivos de hardware, plataformas de software e
interfaces para muitos casos de uso diferentes. A especificação do esquema IFC é o
principal resultado técnico da buildingSMART International para cumprir sua meta de
promover o openBIM®.

Mais especificamente, o esquema IFC é um modelo de dados padronizado que codifica,


de forma lógica:

A identidade e semântica (nome, identificador único legível por máquina, tipo de objeto ou
função)

As características ou atributos (como material, cor e propriedades térmicas) e


relacionamentos (incluindo locais, conexões e propriedade) de objetos (como colunas ou
lajes)

Conceitos abstratos (desempenho, custos)

Processos (instalação, operações) e pessoas (proprietários, designers, empreiteiros,


fornecedores

A especificação do esquema IFC pode descrever como uma edificação é usada, como é
construída e como é operada. O IFC pode definir componentes físicos de edifícios,
produtos manufaturados, sistemas mecânicos/elétricos, bem como modelos de análise
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estrutural mais abstratos, modelos de análise de energia, desagregações de custos,


cronogramas de trabalho e muito, muito mais.

Como é utilizado o IFC?

O IFC é tipicamente usado para trocar informações de uma parte para outra para uma
transação específica. Por exemplo, um arquiteto pode fornecer a um proprietário um
modelo de um novo projeto, um proprietário pode enviar esse modelo de construção a um
empreiteiro para solicitar uma proposta, e um empreiteiro pode fornecer ao proprietário
um modelo como construído com detalhes que descrevem o equipamento instalado e
informações sobre o fabricante. O IFC também pode ser utilizado como um meio de
arquivar informações sobre o projeto, quer de forma incremental durante as fases de
concepção, aquisição e construção, quer como uma coleta de informações "as-built" para
fins de preservação a longo prazo e de operações.

Os dados IFC desejados podem ser codificados em vários formatos, tais como XML,
JSON e STEP , e transmitidos através de serviços web, importados/exportados em
arquivos ou geridos em bases de dados centralizadas ou ligadas.

Os fornecedores de software de ferramentas de modelagem BIM - incluindo criação de


modelos, design, simulação e análise, visualização e outros - fornecerão interfaces para
os usuários finais para exportar, importar e transmitir dados em algum formato da IFC.
Cabe aos usuários decidir o que querem compartilhar de suas ferramentas via IFC.

Quem usa o IFC?

Centenas de aplicações de software para utilização por diferentes partes interessadas no


processo podem enviar e receber dados do IFC Desde 1997, o IFC tem sido
experimentado e testado através de muitas iterações, ganhando confiança mundial como
um meio para entregar projetos de todo o mundo.

Fonte: traduzido do original do site da buildingSMART:

https://technical.buildingsmart.org/standards/ifc/
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Utilize essa tabela para a identificação das partes responsáveis; software de criação de
projetos e a versão a ser usada com os usos do BIM associados juntamente com o
formato de arquivo de colaboração que a equipe usará para trocar modelos.

Mapeamento das trocas de informações entre os agentes

Uso do BIM Responsável Software / versão Formato de troca


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O que é o BCF e o que você precisa saber sobre ele?

O BIM COLABORATION FORMAT, ou BCF é um dos mais simples e úteis padrões da


buildingSMART. O BCF existe para acompanhar as questões conforme são identificadas,
relatadas e resolvidas durante o processo de projeto.

A maioria das questões identificadas nas reuniões de coordenação, que está em um


ambiente de colaboração, no entanto, como estamos trabalhando com modelos do IFC
não podemos fazer nenhuma mudança.

O BCF permite que você envie relatórios de markups e comentários gerais entre todos os
membros do projeto.

Cada edição é registrada com um ID único, tornando mais fácil rastrear quando as
questões são abertas, quem é responsável por quais questões e para ver quando as
questões levantadas são resolvidas.

O que é particularmente interessante no BCF é a comunicação entre as ferramentas e o


software de modelagem nativo.

O BCF identificará exatamente quais objetos estão envolvidos em um problema e até


mesmo registrará a visualização da tela, de modo que quando alguém abre um problema
de BCF em seu software de modelagem, é direcionado para a mesma visão exata em
seu modelo, sem necessidade de navegar pelo modelo procurando por detalhes.

Quando o problema é resolvido no software de modelagem o BCF é atualizado e isso é


comunicado de volta ao coordenador de projeto.
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Procedimentos de controle da qualidade

As verificações a seguir devem ser realizadas para garantir a qualidade dentro dos
modelos BIM para eliminar erros e alcançar os resultados desejados do projeto. Essas
verificações devem ser realizadas pelo Gerente de Projetos, Coordenador BIM e
Projetistas.

Tipo de verificação Definição Responsável Frequência

Verificação visual Inspeção visual com o Gerente do projeto / A cada atualização do


objetivo que não existam Coordenador BIM modelo no CDE
componentes do modelo
não intencionais e que as
diretrizes técnicas do
projeto foram seguidas
Clash detection do Inspeção eletrônica, com Projetista da disciplina A cada atualização do
modelo individual por o software de escolha do modelo no CDE
disciplina projetista, com o objetivo
de verificação de colisões
entre elementos da
própria disciplina
Clash detection do Inspeção eletrônica, com Coordenador BIM A cada atualização do
modelo federado software específico, com modelo no CDE
(combinação das o objetivo de verificação
disciplinas) de colisões entre
elementos de disciplinas
diferentes
Check de completude Verificação com o objetivo Coordenador BIM / A cada atualização do
das revisões de constatar se as Gerente do Projeto modelo no CDE
revisões solicitadas foram
atendidas prontamente
Análise crítica de Análise do modelo Gerente do Projeto Ao início e término de
projetos confrontando-o com os cada fase ou após
objetivos técnicos do rodadas de tomadas
cliente. Trata-se de uma de decisões
análise da qualidade importantes
técnicas das soluções
propostas.
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Georeferenciamento e arquivo base de projeto

A equipe de Arquitetura deve criar um arquivo de base do projeto que possa ser utilizado
pelo resto dos parceiros do projeto para facilitar a coordenação. Essa responsabilidade é
exclusiva da arquitetura e o projeto não poderá iniciar sem a base de referência. Se a
base não estiver configurada e compartilhada não será possível a montagem do modelo
federado.

O arquivo base é um template específico do projeto. Ele consiste das configurações


básicas do projeto como Localização (latitude e longitute), Orientação em relação ao
Norte, Eixos e Níveis.

Esse procedimento é indispensável e independentemente da ferramenta de modelagem


BIM selecionada. Em projetos trabalhando em fluxo OPEN BIM, onde são utilizados
softwares de diferentes fabricantes, é necessário ter a configuração em todas as
ferramentas de modelagem BIM selecionadas. As configurações também devem ser
trocadas através do IFC.
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Estruturação e quebra dos modelos

Descrever e desenhar um diagrama simples para mostrar como o modelo é separado,


por exemplo, por edifício, por andares, por zona, por tamanho do modelo, por áreas e/ou
disciplina.
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Nível de Desenvolvimento (ND)

ND = Geometria + Informações
O Nível de Desenvolvimento (ND) é o grau em que a geometria do elemento e as
informações anexadas foram pensadas de forma progressiva – o grau em que os
membros da equipe do projeto podem confiar nas informações ao usar o modelo.

A ISO 19650 adota uma nova terminologia: Nível da Informação Necessária

Não existe um “modelo ND ###”

O ND é característica de um elemento e não de um projeto.

Os sistemas construtivos progridem desde o conceito até a definição precisa em


diferentes taxas, de modo que, a qualquer momento, diferentes elementos BIM estarão
em diferentes pontos ao longo dessa progressão. Na conclusão da fase de Anteprojeto,
por exemplo, o modelo incluirá muitos elementos em ND 300, mas também incluirá
muitos em ND 200, bem como alguns em ND 400.

A definição do ND deve ser feita entre o contratante e os projetistas. Muito embora


possam ser utilizados diferentes manuais de referência será necessário que o contratante
reflita se as informações são realmente necessárias e como ele irá utilizá-las.

A numeração que varia de 100 até 400 é meramente convencional.

Definições comumente aceitas:

 ND 100: Os elementos do ND 100 não são representações geométricas. Eles


podem ser símbolos ou outras representações genéricas de informações que
podem ser derivadas de outros elementos do modelo. Qualquer informação
derivada dos elementos do ND 100 deve ser considerada aproximada.
 ND 200: os elementos com ND 200 são representados graficamente, mas são
modelos genéricos. Qualquer informação derivada dos elementos do ND 200
deve ser considerada aproximada.
 ND 300: os elementos com ND 300 são representados graficamente como
sistemas, objetos ou conjuntos específicos, a partir dos quais a quantidade, a
forma, o tamanho, a localização e a orientação podem ser medidas diretamente,
sem precisar se referir a informações não modeladas, como anotações ou cotas.
 ND 350: os elementos com ND 350 são mais aprimorados que o do ND 300 pela
adição de informações sobre interfaces com outros sistemas de construção. São
modeladas as partes necessárias para a coordenação do elemento com
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elementos próximos ou conectados. Essas partes incluirão itens como suporte e


conexões. A quantidade, o tamanho, a forma, a localização e a orientação do
elemento, conforme projetado, podem ser medidos diretamente do modelo sem se
referir a informações não modeladas, como anotações ou cotas.
 ND 400: os elementos com ND 400 são modelados com detalhes e precisão
suficientes para a fabricação do componente representado.

Para maiores informações, consulte o conhecido manual do BIM Forum:


https://bimforum.org/LOD/

Esse é um guia bastante detalhado e que serve como referência para definições.
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Infraestrutura requerida

Hardware

Os projetistas deverão especificar o hardware a ser utilizado de maneira a garantir o


desempenho necessário para os objetivos do BIM.

Uso do BIM Disciplina Computador Especificações

Ambiente comum de dados

Descreva qual será o Ambiente Comum de Dados (CDE) a ser adotado.

Reuniões físicas

Descreva qual o local preferencial das reuniões presenciais. Relacione as necessidades


físicas, tais como, internet wi-fi, data show, computadores, mesas e cadeiras.
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Reuniões virtuais

Descreva qual será a solução a ser adotada para as reuniões virtuais: Skype, Google
Hangout, Goto Meeting etc.

Entregáveis do projeto

Os entregáveis são o cerne do fornecimento dos serviços de projeto e devem estar


claramente definidos e especificados por disciplina e por fase do projeto com o objetivo
de evitar litígios contratuais.

Resumimos a seguir os diferentes tipos de modelos BIM que podem ser desenvolvidos
ao longo do projeto, cada qual com uso específico:

 Modelo BIM de autoria: aquele onde o projetista de cada disciplina desenvolve


seu projeto e dele extrai a documentação gráfica. Não se constitui como um
produto (ou um entregável) de nenhuma etapa, salvo se isto estiver
expressamente definido em contrato.
 Modelo BIM compartilhado ou para coordenação: é o modelo de uma
disciplina destinado ao uso na coordenação entre as disciplinas e que será
inserido no modelo federado.
 Modelo federado: constituído pela integração dos diferentes modelos de cada
disciplina, sob responsabilidade da coordenação do projeto.
 Modelo BIM de construção: constituído pelos elementos para execução da obra,
tais como logística, andaimes, formas, equipamentos móveis em geral, com a
finalidade de desenvolvimento do planejamento 4D, usualmente sob
responsabilidade do especialista desta disciplina.
 Modelo de “As built”: elaborado a partir da confirmação de posicionamento na
obra dos diferentes elementos, equipamentos e componentes incorporados na
construção. Se for um uso previsto, deve incluir os dados necessários para a
gestão da operação e manutenção da edificação através de sistemas de FM –
Facilities Management.
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Matriz de entregáveis do projeto

Uso do BIM Disciplina Fase do projeto Formato de arquivo


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Bibliografia

ABDI. Processo de projeto BIM: Coletânea Guias BIM


ABDI-MDIC/Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Brasília,
2017.

BIM FORUM. Level of development specification part I. December 2020.


Disponível em: https://bimforum.org/lod/. Acesso em: 16 abr. 2021.

BUILDING SMART. Disponível em:


https://technical.buildingsmart.org/standards/ifc/. Acesso em: 16 abr. 2021.

LEICHT, R. M. A framework for planning effective collaboration using


interactive workspaces. The Pennsylvania State University, 2009. p. 277.

INTERNATIONAL ORGANISATION FOR STANDARDISATION. ISO


19650 – Organization of information about construction works – Information
management using building information modelling, 2018.

NBS NATIONAL BIM LIBRARY. Object Standard, Versão 2.1. March


2019. Disponível em: https://www.nationalbimlibrary.com/en/nbs-bim-
object-standard/. Acesso em: 16 abr. 2021.

THE NEW ZEALAND BIM HANDBOOK. Third Version, 2019. Disponível


em: https://www.biminnz.co.nz/nz-bim-handbook. Acesso em: 16 abr. 2021.

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