Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FRANCA
2008
ZÉLIA DE OLIVEIRA BARBOSA
FRANCA
2008
Barbosa, Zélia de Oliveira
A história do Serviço Social no município de Uberaba / Zélia
de Oliveira Barbosa. –Franca : UNESP, 2008
CDD – 361.981
ZÉLIA DE OLIVEIRA BARBOSA
BANCA EXAMINADORA
Presidente: _________________________________________________________
Profa. Dra. Maria Ângela Rodrigues de Andrade.
2º Examinador: ______________________________________________________
3º Examinador: ______________________________________________________
À tia Ge, pela acolhida em sua casa, por várias vezes, em minhas idas a
Franca;
RESUMO
ABSTRACT
The study at hand has as an objective know the history of the social service in the
city of Uberaba. Through memories of the Social Workers that initiated the
professional work on the city. Therefore, it is proposed to know who were the first
assistants, where they are today and how was their professional work. Our objective
is to tell a story through the mosaics, that the speeches represent. And so, contribute
to the construction of the history of the career in the city, immortalizing the memory of
those who helped built the history told today and materialize this history, through this
study, aiding with the local congeries of the social service career in Uberaba.
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................11
PARTE 1 ...................................................................................................................15
CAPÍTULO 1 O SERVIÇO SOCIAL E AS POLÍTICAS SOCIAIS NO CONTEXTO
SOCIAL BRASILEIRO.......................................................................15
PARTE 2 ..................................................................................................................87
A CARACTERIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE UBERABA NO ANO DE 2007 87
REFERÊNCIAS.........................................................................................................99
APÊNDICES ...........................................................................................................103
Apêndice A - Termo de Consentimento e Esclarecimento ................................ 105
Apêndice B – Questionário...................................................................................106
ANEXOS .................................................................................................................107
Anexo A – Estatuto da Associação dos Assistentes Sociais de Uberaba .......108
Anexo B – Diretorias da Associação dos Assistentes Sociais de Uberaba.....121
Anexo C – Artigo de Jornal “Ao povo de Uberaba” (06/maio/1983)..................125
Anexo D – Documento referente aos Anais do I Encontro dos Assistentes
Sociais em Uberaba – 1990................................................................. 126
Anexo E – Relação dos Profissionais que participaram do I Encontro de
Assistentes Sociais de Uberaba ........................................................ 127
Anexo F – Carta à população – referente à Lei que regulamenta a Profissão.......128
Anexo G – Artigo de Jornal: Prática ilegal da profissão....................................129
Anexo H – Ofício da AASU à Secretária de Trabalho e Ação Social.................130
Anexo I – Carta ao Reitor da UNIUBE ..................................................................131
Anexo J – Carta aos profissionais pelo Dia do Assistente Social .................... 132
Anexo L – Certificado de participação no Plano de Participação Popular.......133
INTRODUÇÃO
Metodologia da pesquisa:
1
Cf. Associação dos Assistentes Sociais de Uberaba on-line.
PARTE 1
2
A respeito consultar Silva, M. G. (1983); Silva, O. S. (1995).
relação com ele estabelecida pela produção brasileira do Serviço Social nos
anos de 1980.
Preliminarmente, deve ser salientado que o movimento de reconceituação
do Serviço Social – emergindo na metade dos anos de 1960 e prolongando-
se por uma década – foi, na sua especificidade, um fenômeno tipicamente
latino-americano. Dominado pela contestação ao tradicionalismo
profissional, implicou um questionamento global da profissão: de seus
fundamentos ídeo-teóricos, de suas raízes sócio-políticas, da direção social
da prática profissional de seu modus operandi. (IAMAMOTO, 2001p. 205,
destaque do autor).
Crescimento Populacional
Ano Nº. Habitantes
2000 252.051(1)
2002 261.457*
*
2003 265.823
2004 274.988*
*
2005 280.060
Aspectos Econômicos
Índices de Infra-estrutura
Saúde
Escolas Profissionalizantes:
Agricultura e Pecuária
3
Fonte: Fazenda Pé Ferro – 2003.
Esta área, compreendida entre os rios Grande e Paranaíba, ficou sob a
jurisdição da Capitania de Goiás – Capital Vila Boa, até 1816, quando passou para
Minas Gerais. O Triângulo Mineiro era uma área escassamente povoada, ao longo
da estrada que conduzia a São Paulo, como também na região de Araxá,
Desemboque e outros pequenos povoados. A região começou a ter importância
quando Bartolomeu Bueno da Silva – um dos mais importantes bandeirantes a
desbravar o interior do Brasil – conhecido como Velho Anhanguera4, descobriu o
ouro, em Goiás, em 1682. Por ser uma das metas administrativas da Coroa
Portuguesa a exploração dos minerais preciosos, os Governadores da Capitania de
São Paulo e de Minas Gerais articularam a abertura da estrada que desse acesso à
região. Esta missão ficou a cargo de Bartolomeu Bueno da Silva Filho (filho de
Anhanguera). A expedição composta por mais de 150 homens, partiu de São Paulo
em 1722, seguindo, com poucas diferenças, o trajeto original da atual BR
Anhanguera, passando pelos rios Atibaia, Comanducaia, Moji-Guaçu, Rio Grande,
Rio das Velhas, até embrenhar-se por Goiás.
Segundo consta, essa expedição passou pelas terras de Uberaba5, deixando
aberta a estrada que ficou conhecida como Estrada Real ou Anhanguera, a qual foi
um importante caminho para a invasão das autoridades portuguesas no período da
colonização e exploração dos minerais preciosos – uma das maiores riquezas do
Brasil – que foram levados para Portugal e utilizados para pagar dívidas com a
Inglaterra.
A exploração e o povoamento do Triângulo Mineiro não foram diferentes de
todo o Brasil-Colônia. Resultou em amansamento e extermínio de populações
indígenas e dos negros nos quilombos. As estradas para Goiás foram verdadeiras
arenas de batalhas entre exploradores dos sertões e os nativos.
Criou-se, em 1766, o Julgado de Nossa Senhora do Desterro do
Desemboque, sob a administração de Goiás até 1781. O local era rico em minas
auríferas e de intensa exploração. A posse desse Arraial por Goiás foi vantajosa aos
moradores, pois ficaram livres do pagamento de impostos sobre minerais, cobrados
por Minas Gerais.
O Governo de Goiás, continuando com a exploração das terras, para
dinamizar a administração dos Sertões, nomeou Antônio Eustáquio da Silva Oliveira
4
Diabo Vermelho em tupi.
5
Palavra de origem guarani, que significa “água brilhante”.
para a função de Comandante Regente dos Sertões da Farinha Podre – O Triângulo
Mineiro - e, em 1811, foi nomeado curador de índios.
Várias expedições passaram pelas terras de Uberaba, como a de Major
Eustáquio, em 1810, que liderou uma Bandeira até o Rio da Prata. Outra, chefiada
por José Francisco Azevedo, alcançou a cabeceira do Ribeirão Lajeado, fundando o
Arraial da Capelinha, aproximadamente a 15 km do Rio Uberaba. Mas este local não
se desenvolveu por falta de água e terras férteis. Por conseqüência, o Regente dos
Sertões comandou outra Bandeira com trinta homens, procurando novas terras para
se estabelecer. Atingiu o Rio Uberaba e fixou-se na margem esquerda do Córrego
das Lages, onde construiu a Chácara da Boa Vista [hoje Fazenda Experimental –
Empresa de Pesquisas Agropecuárias de Minas Gerais (EPAMIG)].
Major Eustáquio atraiu fazendeiros e aventureiros que passaram a produzir e
a comercializar na região utilizando as caravanas que ligavam Goiás a São Paulo.
Tempos depois, Major Eustáquio construiu sua residência na Praça Rui
Barbosa (onde, hoje, se localiza o Hotel Chaves). Grande número de pessoas,
sabendo das condições propícias de Uberaba, do prestígio e segurança que o
comandante Major Eustáquio oferecia, migraram para o novo Arraial. Eram
boiadeiros, mascates, comerciantes, criadores de gado, ferreiros e outros.
Os moradores logo ergueram uma Capela que foi benta, em 1818, pelo padre
Hermógenes Cassimiro de Araújo Brunswick, do Desemboque. Assim, foi
estabelecido o reconhecimento do povoado pela Igreja. Vemos, aqui representado, o
poder de decisão que esta instituição exercia sobre os governantes e sobre o povo.
Em março de 1820, o rei D. João VI decretou a elevação de Uberaba à condição de
Freguesia. Esse Decreto Real significou a emancipação e gerência própria em
assuntos de ordem civil, militar e religiosa para a comunidade. A partir daí, criou-se
um cartório eclesiástico que abrangia uma área com limites definidos. Com a
elevação a Freguesia, o padre passava a residir, permanentemente, na Igreja.
A coroa impunha restrições à criação de Freguesias, evitando instituir novas
paróquias, como medida de economia, já que os vigários colados recebiam salários.
Mesmo assim, muitos povoados foram elevados a Freguesia, pois, diante da
necessidade de atender à população, o bispo criava paróquias, provendo-as de
vigários encomendados, que não tinham direito a salário e se sustentavam com
contribuições de seus fregueses.
O rápido desenvolvimento com que se dava a elevação de um povoado à
condição de Freguesia, era explicado pela mistura da religião –Igreja Católica – com
a vida cívica, sendo, também, um aglutinador do povoado, considerada a base da
existência social e da identidade dos homens de bem. Sem dúvida, a Igreja foi
determinante no controle da moral e dos bons costumes sobre a sociedade.
A elevação do povoado a Freguesia, em 02/03/1820, representou o
reconhecimento oficial perante o Estado e a Igreja, definindo os limites de seu
território e a abrangência do Cartório Eclesiástico. Implicava na sua ascensão,
inclusive do desenvolvimento social e o próximo passo seria a criação do Cartório
Eclesiástico. Essa organização se completaria, administrativamente, quando da
elevação a Vila e instalação da Câmara Municipal.
Uberaba foi crescendo e as terras foram ocupadas, formando-se extensas
propriedades devido ao baixo valor da terra e isenção de impostos sobre elas (bons
tempos!). Porém, em pouco tempo, reuniu-se seleta população de agricultores,
pecuaristas, comerciantes e outras profissões, o que viabilizou ao Governo
Provincial de Minas Gerais, criar o Município de Santo Antônio de Uberaba, em
1836.
Em 1840, Uberaba passou a sediar a Comarca do Rio Paraná que, mais
tarde, mudaria sua denominação para Comarca de Uberaba, disseminando a justiça
na região. A Vila de Santo Antônio de Uberaba era próspera e ascendeu à categoria
de cidade em 1856, consolidando-se como um importante centro comercial.
Em abril de 1889 - ano de transição política da destituição do regime
monárquico para se instalar a República Federativa - chega a Uberaba a Companhia
Mogiana de Estrada de Ferro, inaugurando o tráfego de passageiros e mercadorias.
O movimento comercial multiplicou-se, a população aumentou pois, com a nova
república, vieram muitos imigrantes, dentre os quais europeus, sírio-libaneses e
japoneses, que passaram a compor a população da cidade e que foram de
fundamental importância para a história de Uberaba. Os europeus foram trabalhar
nas lavouras de café os japoneses foram para o plantio de arroz e os sírio-libaneses
iniciaram suas atividades mascateando pelas fazendas e, mais tarde, abriram
diversas lojas na cidade.
Entre os imigrantes italianos, havia músicos e fabricantes de cerveja. Dentre
os colonos italianos, podemos citar algumas das famílias que, até hoje, se fazem
presentes de alguma forma em nosso município, tais como: Frateschi, Martino, Totti.
Quanto aos japoneses, além dos agricultores, havia também fotógrafos, como as
famílias Kazuo e Akira.
Com certeza, a presença desses imigrantes somou novos hábitos e novos
costumes à sociedade uberabense, influenciando-a em vários aspectos.
A riqueza econômica refletiu na estrutura urbana, surgindo requintadas
construções no estilo eclético. A cidade passou a contar, inclusive, com a iluminação
pública e particular que foi inaugurada em 30 de dezembro de 1905, pela Empresa
Ferreira, Caldeira e Cia. Essa estrutura fortaleceu o centro cultural e o centro
comercial que se transformou em importante articulador de negócios. Pelo seu
pioneirismo, Uberaba recebeu, também, o título de “Princesa do Sertão”.
No século XX, a cidade acelerou seu crescimento, inicialmente pela
agricultura e pecuária e, posteriormente, pelo comércio e indústria, atendendo às
demandas nos aspectos econômicos, culturais e de serviços essenciais à
população.
No entanto,dois fatos vieram a modificar a trajetória de crescimento e
expansão da cidade: a ampliação da Cia. Mogiana de Estrada de Ferro e a chegada
do gado zebu.
A extensão dos trilhos da Cia. Mogiana até Uberlândia e Araguari alterou as
rotas comerciais. Muitos comerciantes passaram a fazer negócios em outras
cidades. O comércio uberabense entrou em crise, deixando características
marcantes desse período.
Numa síntese, podemos visualizar a evolução histórica de transformação do
Distrito dos Índios até a denominação de Comarca de Uberaba 6, conforme disposta
abaixo:
- 13/02/1811 – Criação do Distrito dos Índios do Santo Antônio de Uberaba;
- 02/03/1820 - Elevação a Freguesia;
- 22/02/1836 - Elevação a Vila;
- 23/03/1840 - Elevação à condição de Comarca (comarca do Rio Paraná);
- 02/05/1856 - Elevação à condição de cidade, retirando-se parte do nome anterior
para ficar apenas Uberaba;
- 12/11/1876 - Mudança da denominação da comarca do Rio Paraná para Comarca
de Uberaba.
6
Fonte: Dados extraídos da abertura do livro de PONTES (1978).
No final do século XIX e início do século XX, entre 1898 a 1915, os
fazendeiros da região, preocupados em melhorar o gado crioulo e caracu existentes,
começaram a viajar e trazer o gado zebu da Índia. O primeiro touro zebu foi
adquirido pelo Cel. Manoel Borges de Araújo. A primeira exposição de gado zebu
aconteceu em 17 de maio de 1906,na Fazenda Cassu,de propriedade do Cel.José
Caetano Borges.
Esses acontecimentos, somados à crise do País, provocaram uma
paralisação das atividades sócio-econômicas urbanas e o declínio no processo de
urbanização. Parte da população emigrou e muitos ficaram desempregados. Os
fazendeiros passaram a residir apenas na zona rural. A partir daí, Uberaba ficou,por
muito tempo, caracterizada por uma atividade predominantemente pastoril.
Por outro lado, um fato que também coloca a região em destaque é a
descoberta de vários fósseis nela encontrados. Essas descobertas deram origem ao
“Centro de Pesquisas Paleontológicas Llewellyn Ivor Price”, instalado em Peirópolis,
às margens da BR 262, no município de Uberaba, que abriga, também, o Museu dos
Dinossauros, com importante coleção de fósseis.
No que se refere à educação,foram fundadas a Faculdade de Odontologia do
Triângulo Mineiro (1948), Faculdade de Filosofia (FAFI,1949) e a Faculdade de
Medicina do Triângulo Mineiro (FMTM,1954).
Na década de 1960,iniciou-se o ciclo industrial, com destaque para o setor
petroquímico, produtor de fertilizantes e defensivos agrícolas e a usina de açúcar de
Delta. Foram instalados três distritos industriais no município. Contudo, seu
destaque ainda é como capital do zebu, onde se realiza,anualmente,a Exposição
Nacional de Gado Zebu, reunindo toda a elite criadora da raça de todos os países,
evento que mobiliza toda a cidade para receber os turistas.
Hoje, Uberaba representa um centro comercial dinâmico, uma agricultura
produtiva, sendo o maior produtor de grãos de Minas Gerais, um parque industrial
diversificado e uma planejada estrutura urbana.
Dada à importância histórica do dia 02 de março de 1820, quando a cidade foi
elevada a Freguesia, o Município instituiu,oficialmente, a data para comemorar o seu
aniversário.
2.3 A religião como aliada na assistência aos pobres
7
Nascido em 03 de outubro de 1804, na cidade de Lyon. Desencarnou em 31 de março de 1869, aos
65 anos, vítima de um aneurisma. Educado na Escola de Pestalozzi, em Yverdon (Suíça) tornou-se
um dos mais iminentes discípulos, bacharel em Letras e em Ciências. Fundou na França cursos
gratuitos de Química, Física, Anatomia, Astronomia, etc.
ainda promoverem campanhas de mobilização da comunidade para as ações de
caridade aos mais necessitados. Todas essas ações são desenvolvidas pelos
Centros Espíritas sem qualquer tributo ou dízimo por parte dos que deles participam
ou usufruem, diferentemente de outras entidades religiosas que até desenvolvem
ações assistenciais, mas, incentivam doações e contribuições ao seu líder, sob a
pena de não ganharem o perdão divino.
Consta nos documentos históricos da cidade que o espiritismo surgiu,em
Uberaba,em meados de 1865, quando Luiz Olímpio Telles de Menezes fundou o
“Grupo Familiar de Espiritismo”.
Inicialmente, as reuniões eram realizadas nos próprios lares dos
simpatizantes da Doutrina. Na época, poucos eram os que se atreviam a
confessarem-se espíritas, pois a reação católica era imediata aos que se
identificavam como tal. O movimento da Igreja Católica contra o espiritismo
percorreu a nação. Contudo, a Doutrina foi ganhando força. E, em Uberaba, não foi
diferente. Entre os pioneiros do espiritismo,em Uberaba,estão pessoas como Manuel
Felipe de Souza, o jornalista Alceu de Souza Novaes, Antônio Cesário da Silva
Oliveira, Maria Modesto Cravo, João Augusto Chaves, Emanuel Martins Chaves,
Mercedes Chaves, Odilon Fernandes, dentre outros. Em 1911,foi inaugurado o
Centro Espírita Uberabense, tendo João Augusto Chaves como precursor da
organização cuja sede ficou completamente pronta em 1918. Com isso, o ‘Professor
Chaves’, como era conhecido, sofreu várias perseguições, principalmente da
imprensa a serviço da Igreja, que exercia sua hegemonia sobre a cidade.
Além da realização dos cultos, foi constituída uma farmácia homeopática, um
ambulatório médico e dentário e o Grupo Escolar Guerra Junqueira, mantido pela
prefeitura, com funcionamento durante o dia. Em paralelo com o Centro Espírita
Uberabense,cogitava-se a abertura de um asilo para doenças nervosas e mentais, o
que gerou o surgimento,mais tarde,do Sanatório Espírita de Uberaba,fundado em
1933, tendo como diretor, desde a sua fundação, o Doutor Inácio Ferreira
(psiquiatra).
Em 1940,foi criada uma instituição em paralelo com o Centro Espírita
Uberabense, a União da Mocidade Espírita de Uberaba (UMEU), fundada por
Manuel Martins Chaves (Lilito).
Destacam-se,na história do município,vários outros nomes como o da Doutora
Amélia de Souza Novaes que,quase analfabeta, desenvolvia ações junto à
comunidade, através de leituras de obras espíritas, além de receitar e tratar as
pessoas com medicamentos homeopáticos. Foi assim que começaram a se formar
grupos de estudo para a divulgação da Doutrina Espírita no município.
Entre vários outros divulgadores da doutrina de Kardec, um que seria o
instrumento de Deus para a consolação daqueles que sofrem: Francisco Cândido
Xavier.
Chico Xavier, nascido em 1910, simples, humilde, irradiando bondade, seria a
continuação de Kardec, trazendo, por meio da psicografia, ensinos complementares
à obra do mestre lionês. Sua atuação foi preponderante na propagação e evolução
mediúnica da Doutrina dos Espíritos, desenvolvendo e desdobrando-se nos mais
variados aspectos do conhecimento humano, cativando todos com sua prosa amável
e amiga, fazendo com que todos o saudassem como líder espiritual.
Mudou-se de Pedro Leopoldo para Uberaba em cinco de janeiro de 1959,
passando a compor a “Comunhão Espírita Cristã”. Não demorou muito para receber
o título de Cidadão Uberabense – em junho de 1969 – por sua presença constante
no campo assistencial e brilhante espírito de solidariedade humana.
Chico Xavier, médium espírita de incontestável mérito, influenciou o
Espiritismo, não só em Uberaba, mas por todo o país. Conseguiu abalar a crença
dos mais céticos, fazendo-se admirado por todas as pessoas de diversas camadas
sociais.
Com sua chegada à cidade de Uberaba, as várias instituições espíritas
buscavam nele apoio e sustentação para continuarem desenvolvendo a missão do
espiritismo. E ele se fazia presente, ou freqüentando periodicamente cada
instituição, ou mandando mensagens de incentivo àqueles que trabalhavam para o
bem da humanidade. Sem qualquer vaidade e com toda a humildade que lhe era
peculiar, movimentou a cidade, dando-lhe destaque nacional. Recebia visitantes de
todos os lugares em busca de aconselhamento e de psicografias de familiares
desencarnados. Com isso, sua presença no município era cada vez mais respeitada,
passando a não mais ser questionada por outros líderes religiosos. Sua presença
deu força aos outros Centros Espíritas da cidade que também pregavam o
evangelho espírita e praticavam ações de caridade aos pobres.
Chico Xavier publicou mais de quatrocentas obras psicografadas de espíritos
diversos, sob a orientação de seu mentor espiritual Emmanuel. Sua primeira obra
psicografada foi “Parnaso de Além-túmulo”,em 1932. É importante salientar que
Chico jamais quis receber qualquer quantia pelos livros publicados.Ele realizava a
doação de seus direitos autorais a instituições beneficentes.
Pela sua admirável conduta humanitária de assistência à população e
exemplo de generosidade e modéstia, foi escolhido, por várias vezes, personalidade
do ano. Dedicou toda a sua vida para ensinar e amenizar o sofrimento do ser
humano.
No campo Assistência Social, além da sopa e alimentos que oferecia às
famílias pobres,semanalmente, promoveu diversos eventos assistenciais. Mas o que
ganhou maior dimensão foi a famosa distribuição anual que fazia à época do Natal,
para os pobres, quando mobilizava milhares de pessoas. As filas começavam a se
formar vários dias antes, tomando várias ruas da cidade. Todos recebiam presentes.
Aos adultos,entregava cestas de alimentos roupas novas, além do prato de comida.
As crianças ganhavam brinquedos, roupas novas e comida. O que garantia a
distribuição de roupas novas era o trabalho de senhoras de classe média que,
durante o ano, confeccionavam as roupas. Chico mantinha nas dependências do
Centro uma oficina de costura em que as voluntárias se alternavam durante a
semana, por todo o ano. Foram distribuídos até hoje, milhares de quilos de arroz,
cestas de alimentos, roupas, cobertores e material escolar para famílias pobres. Aos
recém-nascidos eram distribuídas centenas de enxovais por ano.
Outra ação de destaque era a manutenção de um consultório médico, onde
médicos atendiam, em média, setenta consultas por dia, garantindo, ainda, os
medicamentos gratuitamente. Em tempos em que não existia SUS e que os pobres
que não tinham vínculos com o extinto INAMPS eram excluídos dos direitos de
assistência médica e hospitalar, essa era a única via de acesso.
Chico conseguia fazer-se presente em torno de todas essas ações,
orientando, ajudando e trabalhando em favor dos mais necessitados.
Aos finais de semana, recebia diversas caravanas oriundas de outras cidades
ou do exterior, que procuravam pelo “Grupo Espírita da Prece”, cujas portas ficavam
sempre abertas. Eram pais, filhos, irmãos ou amigos desesperados, em busca de
mensagens do ente querido como consolo para continuar vivendo Chico aliviava o
sofrimento de quem por ele procurava.
Ainda na reportagem de Furtado (2007), sobre Espiritismo e os sinais de
Chico Xavier após os cinco anos de sua morte, encontramos o seguinte texto:
[...] "Chico Xavier foi a própria personificação da fome zero, não por
questões políticas ou para angariar votos, mas pelo coração”, diz
Eurípedes, 57 anos. Como ser humano, Chico estava muito além do
médium.
Cinco anos depois da morte do maior líder espírita do País, os trabalhos
sociais iniciados por ele são levados adiante em Uberaba (MG) pelos
amigos e seguidores mais próximos em vida. Como no título de uma de
suas mais famosas obras infantis, O espetáculo continua. “Antes de partir,
ele pediu para que não deixássemos as obras pararem”, conta Kátia Maria,
43 anos, criada por Chico e nos braços de quem o médium faleceu no
início da noite de 30 de junho de 2002. A refeição semanal, que começou
com uma modesta e disputada sopa e que há 13 anos virou um verdadeiro
jantar, no qual são consumidos 50 quilos de arroz, é oferecida toda a
quinta-feira no novo refeitório, ampliado e reinaugurado há dois anos. Os
adultos ainda levam para casa dois litros de leite e um sanduíche de
presunto; as crianças ganham doces e um pão de rosca. A cada 15 dias,
aos sábados, uma média de 500 cestas básicas, que incluem um frango e
leite, são distribuídas. Grávidas no final da gestação recebem enxoval
gratuitamente. Há também assistência médica e odontológica em
consultórios montados dentro do centro.
8
As informações contidas sobre a religiosidade têm respaldo nas entrevistas realizadas com Fausto
de Vito, revisor de livros e textos espíritas; com o Padre Tomaz de Aquino Prata; e o historiador
Carlos Pedroso, cujo material pode ser encontrado no Arquivo público Municipal de Uberaba.
Em meados de 1900, a Igreja era responsável por manter, em suas
dependências, o cemitério da cidade, ou seja, um cemitério eclesiástico (no
local,hoje,está localizado o Centro Cultural José Maria Barra, na Praça Frei Eugênio
– centro da cidade) mais tarde,foi transferido para a Avenida da Saudade nomeado
Cemitério São João Baptista.
Cabia à Igreja a função de fazer os registros de nascimento, casamento e
óbito, exercendo esse controle por um período de mais ou menos cinqüenta anos,
quando surgiram os cartórios de registros civis. A Igreja exercia funções variadas e
diversas ações no campo da saúde, da assistência social e da educação. Com o
passar do tempo,essas funções foram se transferindo para o Estado, no âmbito das
políticas públicas.
Conforme mostra a história do município, em 1856, surge a Santa Casa
Misericórdia para abrigar pessoas doentes, indigentes, desprovidas da cobertura de
assistência médica. Mais tarde, em 1958, passou a pertencer ao Hospital Escola da
Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Em 1905 foi inaugurado o Asilo São
Vicente de Paula, na Rua Pires de Campos. Toda a população pobre que buscava
ajuda era sustentada pelo Asilo que distribuía alimentos guardados em um grande
depósito para mantimentos. Consta também que o atual Colégio Nossa Senhora das
Dores realizava ações de assistência aos pobres, distribuindo cestas básicas.
Com o surgimento da Doutrina Espírita na cidade, as rivalidades entre os
chamados espiritualistas e os católicos foram se tornando acirradas. O Orfanato
Santo Eduardo, um internato para meninas, foi uma resposta ao surgimento do
Orfanato Espírita. O Asilo Santo Antônio, em 1920, era mantido com um grande
número de doações de adeptos católicos, com registros de até oitenta casas doadas
para a Igreja.
Em 1903, foi inaugurado o Colégio Sagrado Coração de Jesus, mantido pelos
chamados irmãos leigos de origem francesa. O projeto surgiu da idéia de dar estudo
aos mais pobres. Mas, depois, o trabalho foi direcionado à burguesia, tornando-se
um internato para meninos, filhos da elite uberabense, passando a se chamar
Colégio Marista Diocesano, não mais um internato. No Colégio Nossa Senhora das
Dores, criado em 1870, também era mantido o regime de internato. Atualmente,este
regime não permanece. Em 1920, criou-se o Externato São José, mantido pelas
freiras dominicanas, com a finalidade de atender, exclusivamente, aos mais
carentes. Foram construídas,a partir de 1960, creches nas periferias,mantidas pelas
irmãs dominicanas. Mais recentemente, fazendeiros da região também fizeram
doações de terras, o que originou a chamada Fazendinha Jerusalém que funciona
como Abrigo e casa de recuperação para dependentes químicos.
Hoje, Uberaba conta com quinze paróquias que oferecem aulas de
artesanato, computação, corte e costura, entre outras. O catolicismo, como primeira
religião da cidade de Uberaba, foi que deu início à filantropia, com total poder
hegemônico, até o início do século XX. A Igreja imprimiu características marcantes
na formação da sociedade uberabense que até hoje se fazem presentes.
9
Dados coletados em pesquisa realizada junto aos arquivos da Secretária de Desenvolvimento Social
(SEDS).
dezembro de 1995, realizou-se a primeira Conferência Municipal de Assistência
Social e criou-se Conselho Municipal de Assistência Social, pelo Decreto lei nº
5.726, visando o fortalecimento da política de Assistência Social no Município. Foi a
partir daí que, na gestão do Prefeito Luís Guaritá Neto, se deu, no período de 1993 a
1996, uma nova roupagem como política pública, com a implementação de
programas do governo federal através da descentralização e municipalização da
gestão das políticas sociais.
Entre o período de 1997 a 2000, na gestão do Prefeito Marcos Montes
Cordeiro, novamente altera-se a nomenclatura da Secretaria, passando de
Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social para Secretaria do Trabalho
Assistência Social, da Criança e do Adolescente, através da lei complementar 085,
no dia 02 de julho de 1997.
O Conselho Municipal de Assistência Social também passou por
modificações, adotando-se medidas para criar e regulamentar o Fundo Municipal de
Assistência Social, em 25 de setembro de 1997, sendo elaborado o primeiro Plano
Municipal de Assistência Social para o biênio 1997/98, que apontou e definiu as
diretrizes para as políticas sociais no Município.
A trajetória das políticas de assistência social do município de Uberaba
mostra algumas marcas da história das políticas sociais no Brasil, como por
exemplo, as mudanças de nomenclaturas, a realização da Primeira Conferência
Municipal de Assistência Social, criação do Conselho Municipal de Assistência
Social e a implementação de alguns programas, como o Sentinela, entre outros.
Para que nossas indagações fossem satisfeitas, no que diz respeito à história
do Serviço Social em Uberaba, a partir dos relatos dos sujeitos indicados no
questionário aplicado, conforme já explicamos, construímos um roteiro para dirigir
nossa entrevista. Tal roteiro, não tinha a pretensão de limitar as informações a
serem dadas, mas garantir que todas as questões fossem contempladas nas
entrevistas com cada sujeito. Ressaltamos que não cerceamos a fala dos
entrevistados, considerando que toda informação poderia contribuir nessa
reconstrução histórica. Portanto, as questões que compuseram o roteiro nas
entrevistas aos sujeitos foram agrupadas em seis temáticas para melhor
compreensão: a primeira, sobre o histórico da formação profissional e antecedentes
ao exercício profissional no município, em que as contribuições dos sujeitos
informaram os motivos que os levaram à escolha pelo curso de Serviço Social na
época; sobre a Instituição de sua formação, as disciplinas cursadas; professores;
bibliografias utilizadas, o tema do Trabalho de Conclusão do Curso; seu estágio
curricular; fatos marcantes do período de sua formação e,por último, como foi o
início do exercício profissional de cada um deles.
A segunda temática foi sobre os pioneiros no exercício profissional no
município de Uberaba. Aqui, perguntamos aos sujeitos sobre o que eles sabem dos
a respeito dos primeiros Assistentes Sociais em Uberaba e onde eles iniciaram o
trabalho profissional no município.
Na terceira temática, que trata das demandas para a profissão e o exercício
profissional dos Assistentes Sociais da época, perguntamos quais eram as principais
demandas para o Serviço Social na instituição, nesse início do Serviço Social no
município; o que eles acham que mudou na profissão daquele período até os dias
atuais e como eles vêem o exercício profissional hoje.
Outra temática foi sobre a organização da categoria, enquanto classe. Aqui,
foi questionado sobre quando e como se deram as primeiras iniciativas de
mobilização da categoria, quais foram os primeiros profissionais a discutirem
assuntos de interesse da classe e como eles vêem o processo de organização da
categoria, nos dias atuais.
Em seqüência, a temática sobre a expansão do serviço social no município,
com as questões sobre como foi a expansão do Serviço Social no município e quais
os campos de atuação tiveram maior demanda para o profissão.
E, para finalizar, chamamos esta última temática de outras questões
pertinentes, em que agrupamos as contribuições não contempladas pelas questões
acima, mas que são de relevância na construção da história, como por exemplo
como eles vêem a questão da religião no município no que se refere à filantropia e a
possível influência na identidade atribuída à profissão.
O Quadro 5 revela, com exceção de um dos sujeitos, que todos tiveram sua
formação na década de setenta, sendo que cinco iniciaram o curso no ano de 1976,
graduando-se em 1979.
O que me influenciou pela escolha do curso foi que eu tinha uma tia que era
Assistente Social e ela me estimulou a fazer o curso. (MJF).
O que me levou a escolha ao curso de serviço social, foi que eu convivi com
uma assistente social, que eu tenho uma grande admiração por ela, a
Nádia. Ela foi a minha inspiradora, e foi por isso que eu fiz, e na época eu
não tinha muito conhecimento sobre o que era Serviço Social, eu já tinha
uma formação como técnica de enfermagem, a minha primeira opção de
faculdade foi de enfermagem padrão, mas depois eu acabei optando por
Serviço Social, e em momento algum eu me arrependi, me identifiquei muito
com a profissão. (MACO).
Eu fui mais sem saber o que era pra falar a verdade, eu morava em
Canápolis, cidade próxima à Uberlândia, e tinha uma colega que foi fazer o
curso, a gente estudou desde o grupo juntas, e ela me convidou pra fazer o
vestibular em Uberlândia. Fui fazer por fazer, por influência de uma amiga.
(OA).
De certa forma, esses relatos exprimem o perfil de quem busca pelo Serviço
Social por ser esta uma profissão que oferece um campo amplo para a inserção
profissional, com uma diversidade de espaços sócio-institucionais.
Todas essas profissionais residem em Uberaba, na atualidade. O mais
interessante é que a maioria ainda está no exercício profissional. Apenas quatro
delas estão aposentadas, sendo que das quatro, uma continuou trabalhando na
área, após sua aposentadoria por tempo de serviço.
Sobre as questões que envolvem o processo de formação, houve
contribuições interessantes, mas também algumas respostas vagas, até porque
muitos dos sujeitos não se lembravam mais de detalhes sobre o curso.
Apresentamos, a seguir, alguns relatos que mostram, claramente, o período de
formação profissional dos nossos sujeitos. Lembrando que os nomes das
instituições já foram citados no quadro 2.
Disciplinas cursadas:
[...] Deve ser bem diferente de hoje, porque foi há 40 e tantos anos atrás.
Nós tivemos, fundamentação do serviço social no primeiro ano, coisa bem
teórica, a origem do serviço social, a história do serviço social desde o início
lá da época de São Vicente de Paula, da época da assistência mesmo;
Tivemos o curso de matéria de psicologia bem completo - professora
excelente me lembro muito bem dela e das aulas dela - psicologia social,
psicologia evolutiva, desde a infância até a vida adulta; Antropologia é uma
matéria muito bonita; Sociologia; Pesquisa e Estatística e as matérias
especificas, na época era Serviço Social de Caso, Grupo e de Comunidade,
bem distintos, sendo que foi assim: Serviço Social de Caso no 2º ano,
Grupo no 3º e Comunidade no 4º. É interessante que as matérias que a
gente tinha nos 4 anos, era muito relacionadas o conteúdo delas ligados a
essa metodologia, então o que implicaria no serviço social de caso, serviço
social de grupo, de comunidade. Tivemos também noção de medicina
social, as doenças consideradas mais sociais, tuberculose, hanseníase,
tivemos também noção de administração, noções de direito, várias áreas,
professor de direito mesmo, filosofia, eram muitas matérias durante o curso
e professores muito bons, o que a gente não aprofundou muito foi com
administração. (MJF).
[...] era Caso, Grupo e Comunidade, eu me lembro que era uma professora
de Grupo a Sueli, tinha a Neide hoje ela é Professora Doutora ela é
professora do INSS em Franca e ela dava comunidade, a Daísa dava Caso,
eu lembro dessas outras matérias tinha um professor de Ética o resto eu
não me lembro. (MAC).
Bom deixa eu tentar. [...], a gente tinha serviço social de caso, serviço social
de comunidade, era aquela fase que era tudo dividido, serviço social de
grupo, eram disciplinas e tinha um professor de cada área, tinha sociologia,
filosofia, psicologia social, direito, estatística, nós tínhamos pesquisa, eu
não lembro o nome exatamente, a parte de métodos de pesquisa, eu tenho
um histórico com as outras coisas, mas eu não lembro agora. (MEDPC).
Fui uma aluna que teve muita dificuldade, não nas matérias específicas,
mas nas outras disciplinas, como sociologia, metodologia e psicologia.
(GCS).
Os professores:
[...] então, Lurdes, Miriam Veras Batista, Marta Gondinho, Maria do Carmo
Falcão, Aldaíza, inclusive alguém me pegou, mas eu tenho a tese da
Aldaíza Spozati, porque eu fiquei com uma cópia dela quando ela defendeu
a tese dela [...]. Quem mais... Erundina, foi minha professora de
planejamento [...] a Miriam, tinha a Márcia. [...] quem ficou com o meu TCC
foi a Miriam, ela que foi minha orientadora de TCC. Ela orientava na casa
dela era uma delícia. Então, eu tive esse privilégio de ter esses professores
excelentes. (MCL).
Eu me lembro que era uma professora de Grupo a Sueli, tinha a Neide hoje
ela é Professora Doutora ela é professora do INSS em Franca e ela dava
comunidade, a Daísa dava Caso, eu lembro dessas outras matérias tinha
um professor de Ética o resto eu não me lembro. (MAC).
Marilene Genari, acho que ela preenchia todos os buraquinhos que tinham
na faculdade, então ainda tive noticia há pouco tempo, dela ainda na
faculdade foi também uma professora muito marcante. E Zulmira que foi a
professora de planejamento e que foi também do TCC ela foi quem orientou
no TCC ela era muito severa, muito brava. (MHFA).
Não tenho nenhum livro não. [...] na época, eu ainda dominava bem o
espanhol, o francês, muitos textos, que nós precisávamos eu traduzi,
inúmeros textos, tanto em espanhol, quanto em francês, hoje eu não sei
mais nada, se der pra mim ler eu leio, mas traduzir não. (MJF).
Na época nós não tínhamos muita teoria de serviço social no Brasil, então a
gente estudava muito daquela editora Argentina, [...], nós não tínhamos
autores no Brasil, tinha alguns, mas não tinha igual tem hoje, nós não
tínhamos nada era tudo buscado lá de fora, então eu tenho muito livro
espanhol, tanto que na época do curso a gente tinha que saber espanhol,
porque, a primeira coisa que nós tivemos que comprar foi um dicionário de
espanhol, eu tinha um dicionário pequeno porque tudo era em espanhol, os
textos eram em espanhol [...] (MCL)
Na minha época tinha livros básicos que eu nem sei se hoje tem mais, era
Caso, Grupo e Comunidade (MAC).
Achamos que seria mais adequado agrupar essas duas questões - o Trabalho
de Conclusão de Curso (TCC) e o estágio supervisionado, pois a maioria relatou que
o trabalho foi relacionado ao campo de estágio.
Meu TCC, foi ligado ao estágio. Foi sobre Grupo. Na área de indústria, de
empresa, no SESI, atuando com industriais e familiares lá no Distrito
Industrial de Belo Horizonte. (MJF).
Olha, na época não tinha o que fazer, o TCC era ligado ao seu campo de
estágio. O objetivo do TCC era você aprender a elaborar um projeto de
pesquisa, esse era o objetivo, ainda que ele fosse fictício, tinha que saber
elaborar as etapas do projeto, então o foco foi o Combate a Deficiência
Mental no estado de São Paulo. Você pensa bem que ousadia, que
idealismo, nós pegamos e mapeamos todo o estado de São Paulo, o que
seria combate? Os aspectos preventivos desde o pré-natal, questão de
habitação, saneamento, todos os aspectos que entravam, foi muito bem
apresentado o trabalho, nós apresentamos oral só, foi a Miriam que me
orientou, ela na época trabalhava na prefeitura eu acho, ela e a Erundina. O
estágio foi na Saúde, no Hospital do Servidor Público Estadual. Na época,
estagiário era por concurso, inclusive minha entrevista foi com o
superintendente do hospital, fato marcante esse dia, o dia que houve o
incêndio no edifício, eu fiz a entrevista com o superintendente e com o
assistente social. (MCL).
Foi sobre Comunidade. Só não lembro o tema ao certo. Acho que sobre
Implantação de um Centro Comunitário que eles estavam tentando
implantar na época. Eu me lembro que depois virou um grande Centro, em
Ribeirão Preto. Depois esse Centro virou um grande Centro Comunitário
que tem praticamente quase de tudo acho que até saúde atende lá, ele era
bem afastado de Ribeirão Preto, um bairro excluído. (MAC).
O meu TCC foi sobre idosos. O estágio foi no Asilo Vicente de Paula lá em
Uberlândia gostei muito dos trabalhos, tive uma excelente supervisora
Conceição Pinheiro, uma pessoa muito dinâmica, ela me deu uma base
muito boa, nesse estágio eu aprendi a atuar como assistente social.
(MACO).
Fizemos o TCC voltado para o tema que uma das alunas definiu, porque ela
trabalhava na Comgaz e decidiu fazer na área de empresa e o grupo
adorou porque também não tinha outra escolha. Meu estágio era no final de
semana, como da maioria dos alunos da época, porque éramos do noturno,
era na periferia de São Paulo, onde tinha um grupo de pessoas que
trabalhavam, em Campo Limpo, eu tinha uma supervisora que eu não me
lembro o nome, foi na área de comunidade, e eu continuei nesta área com a
Jaqueline e ela dizia que era a forma do estagiário falar, que era muito
importante, isto em 1980, eu fazia aos sábados a tarde e aos domingos de
manhã, sem remuneração, no último ano eu passei a integrar junto com a
supervisora Jaqueline, em Taboão da Serra, e ela que era a coordenadora,
então passei a fazer estagio remunerado. (GCS).
Os fatos marcantes no período da formação:
Em 1980 foi meu primeiro trabalho como assistente social, já foi aqui em
Uberaba. Eu vim pro sanatório espírita. Vim, fiz uma entrevista antes, eles
estavam querendo contratar uma Assistente Social, eu vim até através de
uma colega, amiga minha que se formou junto comigo e que veio pra
FEPASA daqui e ela me falou dessa vaga no sanatório e eu estava
interessada em trabalhar na época, pois na época quase não tinha
Assistente Social em lugar nenhum. Assistente Social era um profissional
muito raro, como dizia o Doutor Adroaldo: tinha que ser importado. Então
era raro não tinha quase, nem na minha cidade não tinha campo, era muito
difícil ainda e eu vim pra cá e comecei a trabalhar, então meu primeiro
emprego foi lá, eu trabalhei lá 7 anos no Sanatório que foi o primeiro Centro
Social de lá, fui eu quem implantou o trabalho lá. (MEDPC).
Logo com seis meses que eu formei eu prestei o concurso. O meu único
serviço como Assistente Social foi aqui no INSS e estou até hoje. (OA).
O início do meu exercício foi na Escola para Surdos Dulce de Oliveira, logo
que eu formei. Em Uberaba. Logo que eu formei a Maria Célia me chamou
para atuar junto com ela na Escola de Surdos e o período era muito
pequeno, apenas quatro horas semanais só, então ela começou fundando o
grupo de mães e eu dei continuidade no trabalho dela [...], o trabalho com
as mães com as professoras e incluindo os alunos e os familiares. Foi muito
bom ter continuado e ter esse apoio da Maria Célia no início, porque
quando a gente forma, agente fica tão insegura. E ela nos ajudou, me
ajudou bastante nessa área. (MHFA).
[...] foi a Joaquina. A Joaquina formou um ano antes de mim, em 1965. Ela
trabalhava no SESI, era professora de corte e costura do SESI, e ela
conseguiu bolsa e foi pra Belo Horizonte fazer o curso de serviço social.
Formou em 65 e voltou e assumiu no SESI aqui, já como assistente social,
então ela trabalhou aqui um ano antes de mim. No SESI quando eu vim, ela
já estava trabalhando no SESI e na BEMFAN, lá no Hospital Escola no
ambulatório Maria da Gloria, e eu fui embora pra Belo Horizonte e ela
continuou aqui sozinha, aí eu tive uma história que fui pra São Paulo e
fiquei 10 anos, trabalhando na prefeitura lá, mudei já casada com 2 filhos,
[...], voltei pra Uberaba com o meu marido. Eu fui pra São Paulo em 1969 e
voltei pra cá em 1979. Fiquei e fiz concurso no SESI, passei, até que
quando eu voltei a Joaquina já tinha falecido, ela faleceu em 1973. Foi ela
quem criou, não é que criou o SESC já existia logicamente, ela quem
implantou o novo prédio, a nova sede do SESC. [...] Ela quem ficou
responsável pela direção do SESC, passou a ser responsável e na gestão
dela, é que construiu aquele prédio do SESC, que hoje leva o nome dela,
[...] e eu me lembro bem que ela me disse: Maria José eu estou tentando
conseguir um terreno do lado daquela sede que era pequena a sede, já
tinha piscina, quadra, tudo, mas era só um pedaço, e ela queria conseguir
um terreno do lado e ela falou e se eu conseguir a hora que ficar pronta
toda a estrutura eu vou colocar o nome do doador no prédio, foi a última vez
que eu a vi, eu fui embora e em novembro ela faleceu afogada, colocaram o
nome dela no Centro de Atividades do SESC. (MJF).
[...] O Mendes faleceu. Faleceu depois da Ângela. Não lembro que ano que
foi. Teve câncer no estômago. Ele era vizinho da Ângela e a Ângela faleceu
com câncer também, teve na mama, depois passou pro pulmão, ela faleceu
com 33 anos, deixou duas crianças, era bonita a Ângela... Uma gracinha, foi
muito triste. (MJF).
Foi a Maria Elisa. Não logo em 1979, eu vim em agosto de 78 pra cá, mas
eu fiquei um ano e pouco desligada, cuidando dos filhos, tirei licença sem
vencimento da Prefeitura lá em São Paulo, por 2 anos pra ver se adaptava
aqui, eu sei que em 1980 eu entrei no SESI, fiz concurso no SESI e já tinha
conhecido a Ângela Beatriz, nesse concurso, ela fez o concurso junto
comigo, eu fiquei em 1º e ela 2º, a gente começou a ter contato, ela ia muito
lá no SESI em cima de mim, Maria José eu quero essa vaga pra mim,
brincando né? E nesse meio tempo eu fiz o concurso no Hospital Escola e
passei fui pra lá e ela assumiu lá e eu assumi o SESI. Ela ficou no meu
lugar. E quando eu estava no SESI eu comecei a entrar em contato com as
entidades, as instituições e descobri a Maria Célia lá na APAE, descobri a
Maria Elisa no sanatório espírita. (MJF).
A Maria Elisa, no sanatório espírita, que hoje é uma grande amiga, que nós
trabalhamos juntas, a Ângela que faleceu, eu trabalhei junto com ela
também no Hospital Escola uma excelente profissional, o Mendes, eu tive
contato com ele uma vez que ele estava acompanhando um caso de um
funcionário da FOSFERTIL, ele nos procurou como assistente social da
FOSFERTIL. (MACO).
Eram poucos, uma que era da APAE, Maria Célia, a Vanda do Correio, na
Fepasa tinha um que não me lembro o nome, tinha um na Fosfertil que era
o Mendes, no Hospital Escola tinha a Auxiliadora, a Maria José que hoje é
aposentada, a Cida Félix que também está aposentada, no INSS tinha a
Marcília e a Marli que aposentaram e Ordalita que está ate hoje, no
Sanatório era a Maria Elisa, e então não me lembro de mais, acho que
somente estas. [...] eu fui a primeira Assistente Social do município a
montar o serviço na Assistência. Foi em fevereiro de 1984, e buscamos
ampliar o quadro, as que estavam aqui estavam trabalhando, então vieram
umas pessoas de Uberlândia, me lembro que me marcou muito que o
próprio CRESS me ligou em casa para investigar. Era uma pressão grande.
(GCS).
Para Secretaria eu acho que isso foi bom pra época, isso não tem nem
duvida, a secretaria saiu a partir desse grupinho. Desse documento foi o
inicio foi a proposta do professor Murilo, que foi negada, e nós viemos pra
reforçar essa proposta que foi aceita, então a continuidade do trabalho é
mérito de quem continuou, cada qual é da sua época, agora hoje eu não sei
como é que está, se não está precisa estar. (MJF).
[...] foi um trabalho difícil, porque eu tinha já vivência de serviço social, mas
não tinha experiência de serviço social médico, então a única que tinha
experiência em hospital era a Auxiliadora, mas na área de enfermagem,
então em termos de ação de serviço social em hospital, nós estávamos
empatadas [...] como nós não tínhamos experiência nenhuma, nós fizemos
não sei se pode chamar de projeto, programa, um documento de
implantação de serviço, qual que era a nossa visão. Primeiro a gente
procurou conhecer, e depois escreveu, o nosso objetivo era facilitar o
atendimento médico do paciente, então tudo aquilo que era dentro da área
social estivesse bloqueando o tratamento médico do paciente, nós iríamos
atuar, partimos daí e foi um trabalho muito bonito, no que se refere a alta,
no que se refere a criança do recém nascido que os pais não queriam
assumir, no que se refere ao alcoolismo, foi um trabalho muito bonito,
tivemos resultados muito, hoje eles não atendem alta, mas nós tivemos
casos de atendimento de alta muito bonito, parece coisa boba, mas tinha
conteúdo. (MJF).
[...] isso não é uma crítica, mas comparando eu acho que como no passado,
não tínhamos quase que recurso nenhum, não podíamos contar com quase
ninguém diretamente, uma coisa organizada, tudo que precisava tinha que
ir atrás ficar quase que implorando, então o empenho do passado, me
parece que foi bem maior do que o serviço de agora, porque agora tá muito
mais fácil do assistente social trabalhar, eu trabalho aqui a noite se precisar
encaminhar um paciente, hoje tem casa de apoio, secretaria, se for paciente
com problema de saúde mental, tem a assistente lá no sanatório, então
agora tem o serviço social ele está estruturado em nível de Uberaba, então
são muitos recursos, você atende um paciente no seu local de trabalho,
temos o atendimento, temos a intervenção se precisar de dar continuidade,
você já pode encaminhá-lo, você tem uma colega de referência também pra
poder encaminhar, pra dar continuidade, e antes nós não tínhamos nada
disso, então hoje está muito cômodo, pra quem está chegando e
encontrando esse espaço já estruturado e garantido então eu não sinto que
essa mobilização no momento ela exista dessa forma. (MACO).
Eu acho que não mudou muita coisa não. Continua um cabresto do mesmo
jeito, muito dependente de mudanças estruturais [...] O que eu acho, é que
o usuário ta mais conscientizado dos direitos dele, a diferença é essa, mas
que a gente ainda continua batalhando, o cabresto, a estrutura, porque o
problema principal, eu acho que é a estrutura, de família, de falta de
tolerância, agora, o usuário está mais conscientizado, e conhece o que é
assistência social. (MAC).
O que mudou efetivamente é que a gente tem muita mais informações para
os usuários, eles buscam muito mais os seus direitos O que mudou muito
foram as definições para as áreas de atuação: saúde, educação e percebo
que na questão da assistência as pessoas tem seu ponto de atuação mais
claro e mais delimitado, e posterior a isso veio a criação do curso do
Serviço Social em Uberaba que fortaleceu ainda mais estas definições. [...]
Eu acredito que mudou quando houve um número maior de Assistente
Sociais na cidade, uma oferta maior de profissionais. (GCS).
[...] penso que precisa um pouco mais comprometimento, social mesmo pra
mudar essa realidade, agora pra haver esse comprometimento é
imprescindível a união da classe, reuniões periódicas pra debater, cada um
na sua área, e no conjunto, fazer uma leitura da realidade de Uberaba, em
conjunto, porque você tem a sua leitura, outros têm a leitura deles, então
unir isso aí tem como categoria, no que nós podemos ajudar. Vai ter agora
uma conferência, era muito oportuno se o serviço social de todas as áreas
reunisse mediante, antes da conferência e levantar dados, porque vocês
tem base, tem dados, tem conteúdo que sai lá do trabalho de vocês, o que
está emperrando o trabalho de vocês [...] (MJF).
[...] eu fiz vários cursos, sempre voltados pra área onde eu tava atuando na
época, [...], fiz a especialização em saúde pública, depois dessa fase do
sanatório eu sempre trabalhei nessa área de saúde pública, [...] fiz cursos
específicos de hanseníase, de trabalho com paciente com hanseníase os
hansenianos, a pólio-quimioterapia, eu fiz todo o processo em Belo
Horizonte, trabalhei na área voltada pra previdência, [...], sempre voltado
dentro do programa onde eu estava eu sempre busquei trabalhar e
conhecer inclusive o trabalho do profissional dentro dessa área, o assistente
social dessa área, então viajei bastante, busquei na época de saúde mental,
e eu fiquei um mês na Itália fazendo um trabalho, na época já tinha sido
feito, a reforma da saúde mental na época o Doutor Franco Balgário, tive lá
no hospital onde ele iniciou esse processo de reforma sanitária então isso
me ajudou muito dentro da área da saúde. (MEDPC).
Primeiro a necessidade de você buscar uma força junto com alguém, quer
dizer a categoria, o profissional sozinho, ele não tem peso, mas a categoria
tem, nós sempre tivemos, só que nós não tínhamos gente o suficiente, nós
nos uníamos, mas era muito pouca, a partir do momento que foi
aumentando, nós fomos nos buscando... (MEDPC).
[...] tinha a Maria Elisa, a Maria José, porque a Maria José tinha pique total
tinha uma cabeça diferente porque ela veio de São Paulo, mas eu não sei te
dizer quem começou, acho que foi a Maria José que começou com essas
coisas e eu com alguma coisa não sei. (MCL).
[...] eu não vejo mérito nenhum desse grupinho aqui ter sido uma mola
mestra para a coisa continuar hoje não, porque isso é do espírito da
categoria profissional, se esse grupinho aqui não tivesse reunido nessa
época, sem duvida nenhuma em 70 em 90, 92, 94 em alguma época a
categoria sentiria necessidade dessa formação, então isso aqui foi bom pra
essa época aqui. (MJF).
Primeiro a necessidade de você buscar uma força junto com alguém, quer
dizer a categoria, o profissional sozinho, ele não tem peso, mas a categoria
tem, nós sempre tivemos, só que nós não tínhamos gente o suficiente, nós
nos uníamos, mas era muito pouca, a partir do momento que foi
aumentando, nós fomos nos buscando... (MEDPC).
Eu sei que nós tentamos começar aqui em 1983, tentamos, que era um dos
objetivos era formar essa associação, esse sindicato. Depois eu soube que
foi formado, não era associação, até o quanto eu sabia não era associação,
era grupo de assistentes sociais, depois que foi participando de reuniões
um Uberlândia, que formou uma representação se não me engano do
Núcleo do Conselho de Assistente Social, então eu me lembro que quando
eu me aposentei inclusive foi através desse grupo que levou a minha
carteira pra dar baixa, então, depois que formou a associação, até aí eu sei,
depois eu não tô a par de como está. (MJF).
Muito mais forte,está mais coeso, tem um grupo muito maior, eu tenho
participado muito pouco hoje. (MEDPC).
Eu acho o que pessoal, estão fazendo reunião, eu acho que vocês estão
bem envolvidas na história, tem gente nova, que terminou o curso, porque
tem que entrar gente, gente jovem, porque nós estamos afastadas. [...] eu já
estou vendo gente que eu não conhecia, e eu acho que isso é bom, tem
que colocar gente nova, porque um dia nós vamos afastar e todo mundo vai
afastar e acho que tem que continuar, não pode deixar a coisa cair, e agora
ainda tem uma coisa a mais pra proteger, cuidado com as escolas de
serviço social, eu acho que a associação tem que cuidar disso, porque se
você começa a fazer muito em série, a qualidade perde. (MCL)
Eu sinto que seja dessa forma, porque antes a coisa era bem intensa
também a realidade agora é outra, mas existe sim a gente vê que de vez
em quando ouve falar que o pessoal da prefeitura estar fazendo alguma
coisa mas é mais isolado essa mobilização única essa não existe mais ela
agora setorizou. E eu acho até que isso é mais conseqüência da evolução,
do crescimento, da expansão da profissão. (MACO).
Eu acho que evoluiu muito, pela faculdade que tem em Uberaba, pessoas
novas chegando, outras com ânimo pra trabalhar, que a gente já está
cansada, já brigou muito, e já vai deixando pra essas que tão chegando
agora brigar, mas eu acho que ainda falta muito ainda, que pelo número de
profissionais que tem na cidade deveria evoluir mais ainda. (OA).
Eu sinto que seja dessa forma, porque antes a coisa era bem intensa
também a realidade agora é outra, mas existe sim a gente vê que de vez
em quando ouve falar que o pessoal da prefeitura tá fazendo alguma coisa,
mas é mais isolado essa mobilização única essa não existe mais ela agora
setorizou. E eu acho até que isso é mais conseqüência da evolução, do
crescimento, da expansão da profissão. (MACO).
Olha, isso não é uma crítica, mas comparando eu acho que como no
passado, não tínhamos quase que recurso nenhum, não podíamos contar
com quase ninguém diretamente, uma coisa organizada, tudo que precisava
tinha que ir atrás ficar quase que implorando, então o empenho do passado,
me parece que foi bem maior do que o serviço de agora, porque agora está
muito mais fácil do assistente social trabalhar, eu trabalho aqui a noite se
precisar encaminhar um paciente, hoje tem casa de apoio, secretaria, se for
paciente com problema de saúde mental, tem a assistente lá no sanatório,
então agora tem o serviço social ele está estruturado em nível de Uberaba,
então são muitos recursos, você atende um paciente no seu local de
trabalho, temos o atendimento, temos a intervenção se precisar de dar
continuidade, você já pode encaminhá-lo, você tem uma colega de
referência também pra poder encaminhar, pra dar continuidade, e antes nós
não tínhamos nada disso, então hoje está muito cômodo, pra quem tá
chegando e encontrando esse espaço já estruturado e garantido então eu
não sinto que essa mobilização no momento ela exista dessa forma.
(MACO).
Eu sei que nós tentamos começar aqui em 1983 tentamos, que era um dos
objetivos era formar essa associação, esse sindicato. Depois eu soube que
foi formado, não era associação, até o quanto eu sabia não era associação,
era grupo de assistentes sociais, depois que foi participando de reuniões
um Uberlândia, que formou uma representação se não me engano do
Núcleo do Conselho de Assistente Social, então eu me lembro que quando
eu me aposentei inclusive foi através desse grupo que levou a minha
carteira pra dar baixa, então, depois que formou a associação, até aí eu sei,
depois eu não tô a par de como está. (MJF).
Os primeiros profissionais a discutirem assuntos de interesse da categoria
Quando aumentou, que tinha a Maria Elisa, a Maria José, porque a Maria
José tinha pique total tinha uma cabeça diferente porque ela veio de São
Paulo, mas eu não sei te dizer quem começou, acho que foi a Maria José
que começou com essas coisas e eu com alguma coisa não sei. (MCL).
Sim eu participei, eu me lembro até que teve, não fui eu quem organizei, eu
ajudei, participei, foi um seminário não sei, sei que foi uma participação
muito boa, que lembro que eu fiquei na mesinha lá na frente fazendo
inscrição do pessoal, mas não me lembro com sinceridade o ano que foi eu
me lembro bem do local, a frente, foi lá na ACIU na Leopoldino, foi o último
encontrão que eu participei aberto, [...] eu me lembro desse, muito bom por
sinal. (MJF).
Márcia
Eleusa
Quando aumentou, que tinha a Maria Elisa, a Maria José, porque a Maria
José tinha pique total tinha uma cabeça diferente porque ela veio de São
Paulo, mas eu não sei te dizer quem começou, acho que foi a Maria José
que começou com essas coisas e eu com alguma coisa não sei. (MCL).
Sim eu participei, eu me lembro até que teve, não fui eu quem organizei, eu
ajudei, participei, foi um seminário não sei, sei que foi uma participação
muito boa, que lembro que eu fiquei na mesinha lá na frente fazendo
inscrição do pessoal, mas não me lembro com sinceridade o ano que foi eu
me lembro bem do local, a frente, foi lá na ACIU na Leopoldino, foi o último
encontrão que eu participei aberto, [...] eu me lembro desse, muito bom por
sinal. (MJF).
Abaixo as fotos do evento citado no discurso acima.
Grupos de trabalho
AASU
AASU
[...] acho que tem que existir, nós batalhamos por ela, deve ter alguma coisa
em Ata que a gente queria criar uma associação, eu acho que isso faz parte
de toda categoria tem que ter, acho que poderia ter mais empenho, como
que eu vou dizer nós tivemos algum problema com a associação agora já
não tem mais pra você ver como que mudou que você não vê mais ninguém
perguntando, tem alguém atuando como assistente social? Porque antes
isso tinha, acho que isso agora mudou por causa da associação [...]. (MCL).
AASU
[...] com a chegada das outras assistentes sociais aí foi abrindo o leque,
porque cada uma no seu cantinho trouxe uma contribuição muito grande. A
Heloísa Nunes pereira no ambulatório de saúde mental, hoje no hospital
escola, foi um marco na saúde mental de Uberaba; a Vanda de início na
LBA, depois pra prefeitura; a Cátia, na prefeitura; a Luciana Martins na
prefeitura hoje no fórum, a Zélia que vinha da Usina, área empresarial, e
trouxe uma grande contribuição também e não só contribuição, prestativa,
ajudava todo mundo, e ajuda até hoje; a Ângela Beatriz, no SESI, não a
Ângela já era antes, é a Raimunda que na década de 90 trouxe uma
contribuição grande também pra saúde; a Ana Maria já falei; a Dirce
também no Hospital Escola trouxe uma contribuição muito grande, a
Auxiliadora que foi na época, minha colega de turma também, Maria
Auxiliadora que está no Hospital Escola; a Madalena da Prefeitura, a
Mônica da Prefeitura também, todos foram chegando e foram abrindo o
leque dos campos. (MHFA).
Eu acredito que não porque em todo lugar acontece isso, de outras pessoas
assumirem, como as pessoas acham que é fácil mistura assistencialismo
com serviço social, então eu acho que qualquer pessoa pode fazer o
assistencialismo, então como as pessoas são leigas em relação ao serviço
social há essa confusão. Eu não acredito que Chico tenha influência não.
(OA).
A questão da religião, eu acho que isso trouxe muita gente pra cá, então a
demanda aumentou, de certa forma isso também favoreceu a abertura do
campo, quer dizer aumentou o número de profissionais também contribuiu
pra isso, agora eu acho que a demanda assistencialista, ela existe não tem
jeito mas ela existe no Brasil inteiro. (MEDPC)
PARTE 2
A CARACTERIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE UBERABA NO ANO DE 2007.
37,27
25,45
17,27
13,64
6,36
20 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60 mais de 60
46,4
39,1
8,2
4,5
1,8 0,0
Considerando que boa parte dos profissionais está na faixa etária entre 20 e
30 anos, acredita-se que a maioria seja solteira, embora seja expressivo o número
de casados, considerando, inclusive, os novos arranjos familiares, que dispensam o
matrimônio.
38,2
33,6
14,5
8,2
5,5
Gráfico 3 - Religião
41,8
20,0
15,5 16,4
6,4
48,2
21,8
12,7 16,4
0,9
42,7
25,5 22,7
4,5 4,5
42,7
28,2
9,1
5,5 6,4 3,6
1,8 2,7
ão
ão
do
do
. ..
..
..
sã
aç
aç
er
tra
ra
e.
do
en
S
du
to
liz
es
do
ra
Em
ou
t
ia
ra
Ex
/M
to
ra
ec
/D
G
ou
st
d.
de
d.
sp
a
e
/D
ra
d.
ra
um
/M
/E
so
ra
G
d.
ur
d.
d.
G
s-
de
te
ra
ra
ra
C
s-
Pó
en
s
G
G
Pó
ai
s-
m
s-
s-
M
Pó
So
Pó
Pó
Gráfico 7 - Titulações
26,9
15,4
1,9
53,6
25,5
16,4
4,5
28,9 28,1
11,4 9,6
7,9 7,9 6,1
H
al
...
io
a
ão
R
e
ci
ci
ár
úd
dê
/D
aç
So
ên
ci
vi
Sa
uc
di
oc
a
re
a
es
Ju
ci
Ed
(P
pr
ên
s
Em
st
ro
si
ut
As
TOTAIS P/
PERÍODO 5 24 14 33 29 105
4,8 22,9 13,3 31,4 27,6 - -
Quadro 6 – Espaços ocupacionais (por período).
10
Conferência proferida sobre o tema Ética e humanização: o exercício profissional na área de
saúde. 8 de março de 2007, Uberaba,MG.
tiveram sua formação profissional no final década de 1970, iniciando o trabalho
profissional em Uberaba, no início da década de 1980.
A década de 1980 vive ainda o período da ditadura militar, que se estende até
1985. Sobre a segunda metade dos anos 80, encontramos em Silva (1995, p.44):
Na segunda metade dos anos oitenta, vive-se uma conjuntura marcada
pela manifestação de sinais da falência do padrão do Estado
intervencionista e lançamento das bases de minimização do Estado,
assumido como novo padrão nos anos 90. a manifestação mais evidente
dessa crise estrutural se expressa pela profunda crise econômico-político-
social, sendo nesse contexto, cada vez mais evidentes as contradições da
proposta modernizadora do Serviço Social.
AGUIAR, A. G. Serviço Social e filosofia das origens a Araxá. São Paulo: Cortez,
1985.
ANDER EGG, E. Del ajuste a la transformacíon: apuentes para una história del
trabajo social. Buenos Aires: Ecro, 1971.
______. O que é e o que não é centro espírita. 18 nov. 2002. Disponível em:
<http://www.espiritismo.org/oqueeo.htm>. Acesso em: 24 fev. 2008.
MINAYO, M. C. S. Pesquisa Social: Teria, método e criatividade. 22. ed. São Paulo:
Vozes. 1994
______. Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64.
São Paulo: Cortez, 1991.
Nome:_______________________________________________Est. civil_______________
Data Nasc.: ___/____/_____Idade:______ Religião: __________ Naturalid.:_____________
Formação: Período da graduação em Serviço Social: (mês/ano):
Instituição/Cidade (onde graduou): ______________________________________________
_____________Início:_______________________ Término:_________________________
Cidade de Procedência
____________________________________________________
Se de outra cidade, quando e porque veio para Uberaba: ____________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
ESTATUTO SOCIAL
CAPÍTULO I
Art. 3º - A.A.S.U. será administrada por uma diretoria composta por 06 (seis)
membros e conselho fiscal formado por 03 (três) membros titulares e 03 (três)
suplentes, com mandato de três anos, com direito à reeleição.
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS
CAPÍTULO III
DOS ASSOCIADOS
Art. 16º – Os associados de quaisquer das categorias poderão ser notificados e/ou
excluídos do quadro social quando:
I – Estiver ingressado no quadro social com falsas informações;
II – Infringir, caluniar ou desacatar os associados e/ou membros da diretoria
da AASU;
III – Causar dano moral ou material a associação;
IV – Não comparecer as reuniões da associação com regularidade;
V – Servir-se da associação para fins políticos, ou estranhos aos seus
objetivos;
VI – Ficar em débito com a tesouraria da AASU por mais de doze meses, por
não pagamento das taxas ou nensalidades, salvo o previsto na item “e” do artigo 8º
deste estatuto.
Art. 15 – A Assembléia Geral realizar-se-á ordinariamente uma vez por ano para:
a) aprovar a proposta de programação anual da associação, submetida pela
Diretoria;
b) apreciar o relatório anual da Diretoria;
c) discutir e aprovar as contar e o balanço apreciados pelo Conselho Fiscal.
Art. 16 – A Assembléia Geral realizar-se-á extraordinariamente quando convocada:
a) pela diretoria;
b) pelo conselho fiscal;
c) por requerimento de um quinto dos associados quites com as obrigações
sociais.
DO CONSELHO FISCAL
Art. 27 – O Conselho Fiscal será constituído por três membros e seus respectivos
suplentes, devendo ser obrigatoriamente associado efetivo, que será eleito
juntamente com a Diretoria.
CAPÍTULO V
DAS ELEIÇÔES
§3º - A diretoria será formada pela chapa que alcançar a maioria dos votos,
desde que obtido o mínimo de vinte por cento dos votos validos totalizados no
processo eleitoral.
CAPÍTULO VI
DA RECEITA E DO PATRIMÔNIO
Parágrafo Único - Toda receita ou despesa deverá ser aprovada pela diretoria
e nenhum membro de seu quadro diretivo, conselheiros, associados, instituidores
será remunerado, sendo-lhes vedado o recebimento de qualquer lucro, gratificação
ou vantagem.
CAPÍTULO VII
Art. 34 - Este estatuto poderá ser reformulado, no todo ou em parte, por deliberação
da Assembléia Geral Extraordinária, especialmente convocada para este fim, sendo
exigido o voto concorde de dois terços dos presentes à Assembléia, não podendo
esta deliberar, em primeira convocação, sem a maioria absoluta dos associados, ou
com pelo menos de um terço nas convocações seguintes.
CAPÍTULO VIII
DA DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37 – A AASU criará uma sede própria para o seu funcionamento, tendo como
endereço provisório à Rua dos Eucaliptos, 145, Bairro Estados Unidos, Cep:- 38017-
380, nesta cidade de Uberaba, Minas Gerais.
Diretoria:
Conselho Fiscal
Angélica Maria da Silva
Maíla Rezende Villa Luiz
Mirna Nunes da Silveira Souza
Sônia Helena Vitorino Garcez
Valdelaine Cristina Lourenço Borges Ramos
Valquíria Alves Mariano
projeto ético-político”