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Estudo da Queda Livre

Autores:

Pedro Moraes Murari

Ricardo de Melo Caneloi dos Santos

Vinícius Monteiro de Barros Simão

Resumo

O artigo tem como foco o estudo da queda livre, que é o movimento

descendente sob a força da gravidade apenas e seus adjacentes. À medida

que o artigo avança, fica clara a importância deste estudo para a vida cotidiana,

pois a queda livre acontece muito durante os eventos do dia, no entanto, o

experimento que foi feito foi cuidadosamente planejado e feito em um ambiente

controlado com apenas algumas interferências, e mesmo assim não ficou

perfeito, pois não foi feito em laboratório preparado. O objetivo do artigo é

mostrar o experimento que foi feito em relação à queda livre, ao mesmo tempo

em que aponta seus sucessos e seus fracassos, e as razões pelas quais eles

aconteceram.

Palavras-chave: queda livre, gravidade, artigo, laboratório

Abstract

The article focuses on the study of free fall, which is the downward movement

under the force of gravity only and its adjacents. As the article goes on, it

becomes clear the importance of this study to everyday life, because free fall

happens a lot during the events of day, however, the experiment that was done

was carefully planned and done in a contained environment with only a few

interferences, and still it was not perfect, because it wasn’t done in a prepared

lab. The objective of the article is to show the experiment that was done

regarding free fall, while pointing out its successes and its failures, and the

reasons why those happened.


Keywords: free fall, gravity, article, lab

1. Introdução

A queda livre é um movimento unidimensional e uniformemente


acelerado. Esse movimento ocorre quando algum corpo é solto do repouso a
partir de certa altura. Uma vez que a aceleração da gravidade é constante, se
desconsiderarmos a ação de forças dissipativas, o tempo de descida nesse tipo
de movimentos é sempre igual, em condições ideais, como num laboratório, ou
outra área fechada.
Na prática, o movimento de queda livre ideal é bastante próximo daquele
em que um objeto é solto a uma pequena altura em relação ao chão. No
entanto, esse movimento só acontece quando algum objeto é solto no vácuo.
De acordo com as equações do movimento de queda livre, o tempo de queda
não depende da massa dos objetos, mas da aceleração da gravidade e da
altura em que esse objeto é solto.
Um objeto sujeito a uma queda livre possui apenas a força peso atuando
sobre ele, quando se desconsidera a resistência do ar. Dessa forma, temos o
diagrama do corpo livre na figura 1, onde considera-se o eixo y positivo para
cima.

(Figura 1)
Matematicamente, temos a seguinte expressão da força resultante:

F R =⃗
P
Aplicando-se a 2 lei de Newton, obtemos:
m∙ a⃗ =m ∙ ⃗g
Nesse caso, como o movimento ocorrerá apenas na vertical, podemos
reescrever a equação sem a forma vetorial.
m∙ a=−m ∙ g
O sinal negativo do lado direito da equação se deve a gravidade estar
agindo contrária ao eixo y, definido como positivo na direção para cima.
Como a massa m é a mesma nos dois lados da equação, visto que se
trata da massa do mesmo objeto, conclui-se que a aceleração de um objeto em
queda livre independe de sua massa, pois sua aceleração será do mesmo valor
que a aceleração gravitacional.
m∙ a=−m ∙ g → a=−g
Quando se considera a forma diferencial da 2 lei de Newton nesse
mesmo caso, obtemos:
dv
a= =−g
dt
2
d s ds
=−g ; v=
dt
2
dt
Trata-se de uma equação diferencial ordinária de ordem 2.
Sua resolução segue abaixo.
dv
=−g →dv =−gdt
dt
v v0

∫ dv=∫−gdt
v0 t0

v−v 0 =∓ g t 0
ds
=v 0 ∓ g t 0
dt
ds=( v 0 ∓ g t 0 ) dt
s t

∫ dx=∫ ( v 0 ∓ g t0 ) dt
s0 t0
( )
2 2
t gt0 2
s−s 0=v 0 t −g + g t 0 t − v 0 t 0− +gt0
2 2
Considerando-se t 0=0 , resulta:
t2
s ( t ) =s 0 +v 0 t−g
2
Se substituirmos s por h , já que estamos tratando de altura, do inglês
height, podemos reescrever a equação da seguinte forma:
2
t
h ( t )=h0 + v 0 t−g
2
Concluímos, portanto, que um corpo sob a ação de uma aceleração
constante, como a gravidade, seu movimento em função do tempo terá caráter
parabólico, já que se trata de uma função do segundo grau.

2. Desenvolvimento
2.1. Problemática
Visto isso, será que a gravidade realmente pode ser considerada
constante numa queda livre?
Se considerarmos a equação da força gravitacional proposta por
Newton, temos a seguinte relação:
M ∙m
F g=G
d2
Aplicando-se novamente a segunda lei de Newton num objeto em queda
livre, desconsiderando a resistência do ar, teremos:
M ∙m
m∙ a=G 2
d
Percebemos que a massa do corpo sob a ação da gravidade pode ser
desconsiderada. Logo, a aceleração gravitacional é:
M
a=G 2
d

A massa da terra é M =5,972 ∙10 24 kg , a distância do centro da terra até


sua superfície (raio médio da terra) é d=6,371∙ 106 m e a constante gravitacional
é G=6,674 ∙10−11 m3 k g−1 s−2 . Portanto, um objeto na sua superfície está sujeito a
uma aceleração de magnitude:
−11 3 −1 −2 24
6,674 ∙10 m k g s ∙ 5,972∙ 10 kg 2
a= 2
→ a=9,82 m /s
( 6,371∙ 10 m)6

Supondo um erro de cálculo aceitável de 5%, a altura máxima seria:

|a−a '|
∙100 %=
|
9,82−
d'
2 |
6,674 ∙ 10−11 m3 k g−1 s−2 ∙5,972 ∙10 24 kg

∙100 %=5 %
a 9,82
' 6
d =6,537 ∙ 10 m
Logo, esse erro ocorre na altura h=d ' −d=165,588∙ 103 m, isto é, a 166 km
de altura. Dessa forma, para quedas menores que essa, pode-se
desconsiderar a variação da aceleração da gravidade.

Mas quando jogamos uma folha de papel e uma anilha de 5kg, é óbvio
que a anilha chega primeiro no chão. Logo, tendemos a concluir que a maior
massa da anilha faz com que a força da gravidade seja maior. No entanto, se
pegarmos duas folhas de papel idênticas, mas uma amassada num formato de
esfera, essa folha amassada chegará primeiro no chão. Nesse caso, porém, as
massas são idênticas. Então, por que há essa diferença?
Isso se deve ao efeito da resistência do ar, que tendemos a ignorar em
exemplos mais simples.
A resistência do ar será uma força contrária ao movimento da queda,
como representado no diagrama do corpo livre na figura ...
...Portanto, a força resultante no sistema será diferente da queda livre
sem resistência do ar.
F=F ar −P
A força de resistência do ar, ou força de arrasto, é calculada pela
relação:
k v2
F ar =
2

2.2 Materiais e Métodos

O experimento foi realizado utilizando duas garrafas plásticas iguais,


porém, com quantidades diferentes de água, de forma que obtivemos massas
de 444,70 g e 936,28 g, e assim mostrar que o movimento de queda livre não
depende da massa do objeto.
Cada garrafa foi solta 3 vezes de uma altura de 2,20 m e as quedas
foram gravadas utilizando-se um smartphone. Com os vídeos obtidos, foi
utilizado o software de edição de vídeos HitFilm Express para obter o tempo de
queda em cada teste e os gráficos da queda em função do tempo. De forma a
relacionar a altura na tela do computador com a altura de 2,20 m, foi utilizada
uma régua de 30 cm com precisão de 1mm, como pode ser observado na
figura ... Assim, era necessário apenas uma operação de proporção para
calcular a altura real do objeto na queda.
Quanto ao tempo, o intervalo menor possível entre os frames no
software era 4 centésimos de segundo. Importante ressaltar que, utilizando o
HitFilm, o segundo é dividido em 25 partes, isto é, na escala da edição, o
segundo é completo com 00:25. Por isso, foi necessária uma outra conversão,
na qual cada 00:01 representa 0,04 segundos.

2.3 Experimento
O experimento foi realizado utilizando duas garrafas plásticas iguais, porém,
com quantidades diferentes de água, de forma a diferenciar as massas,
enquanto uma ficou com 444,70 g, como mostrado na figura 2, a outra ficou
com 936,28 g, e assim mostrar que o movimento de queda livre não depende
da massa do objeto. Cada garrafa foi solta 3 vezes de uma altura de 2,20 m, e
depois calculadas as velocidades e acelerações da gravidade.

(Figura 2)

Graças a imprecisão do experimento (mostrado na figura 3),


houve uma pequena variação das grandezas encontradas, assim como a
gravidade encontrada se distancia um pouco da gravidade esperada, mas
através das médias, ainda se provou que a massa não influencia na aceleração
e na velocidade de objetos em queda livre.
(Figura 3)

Para comparar os resultados obtidos com valores ideais, utilizamos


como base a linguagem matemática básica sobre queda livre encontrada em
diversos livros de física, como Tipler, Moysés e Halliday.

3.Resultados

Para comparar os resultados obtidos com valores ideais, utilizamos


como base a linguagem matemática básica sobre queda livre encontrada em
diversos livros de física, como Tipler, Moysés e Halliday.

3.1. Tempo de queda

Utilizando-se as adaptações necessárias citadas, adquirimos os tempos


de queda de cada teste e, com isso, foi possível calcular-se o tempo médio
para cada objeto.

Objeto 1 (m = 444,70 g) Tempo de queda [s]


Teste 1 0,66±0,04
Teste 2 0,72±0,04
Teste 3 0,72±0,04
Média 0,70±0,04
Objeto 2 (m = 936,28 g) Tempo de queda [s]
Teste 4 0,66±0,04
Teste 5 0,66±0,04
Teste 6 0,66±0,04
Média 0,66±0,04

Para comparar os valores médios com o tempo ideal, utilizamos a


função horária do movimento uniformemente variado (MUV).
2
at
s=s 0+ v 0 t+
2

( 1)

No caso, consideramos que o objeto foi solto com velocidade inicial nula
( v 0=0 m/s ), sua posição inicial era s0 =2,2m , sua posição final é s = 0 m e a
aceleração é a gravidade de Rio Claro ( a=−9,79 m/s 2). A aceleração é negativa
devido a direção positiva do eixo y adotada, que no caso é para cima. Dessa
forma, obtemos o tempo ideal da queda t=0,67 s.

3.2. Gráficos da queda e valor da gravidade

Massa maior - Média


t^2(s^2) t (s) h (m)
0 0 2,2
0,0256 0,16 2,078144
0,1024 0,32 1,707923
0,2304 0,48 1,01167
0,36 0,6 0,381385

Massa menor - Média


t^2(s^2) t (s) h (m)
0 0 2,2
0,0256 0,16 2,07422
0,1024 0,32 1,646024
0,2304 0,48 0,954711
0,36 0,6 0,205818

Massa maior - Média


2.5

2 f(x) = − 5.0962992688202 x + 2.208060794914

1.5

0.5

0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4

Massa menor - Média


2.5

2
f(x) = − 5.53666587131649 x + 2.21166251776126

1.5

0.5

0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4

4.Considerações Finais
O artigo traz um experimento simples que trata da queda livre, e mais
especificamente da ação da gravidade em objetos em queda livre. A forma com
que o experimento aborda a queda livre, torna ainda mais simples o
entendimento do estudo em questão, e com a construção dos gráficos, o modo
com que queríamos trazer à tona esses conceitos, foi aproveitado de maneira
mais eficiente.
O experimento, apesar de pequenos desencontros com o que se
esperava, trouxe resultados. Provou-se que em queda livre, dois objetos, ainda
que com massas diferentes, tem a mesma aceleração, e consequentemente, a
mesma velocidade quando atingem o solo, já que a aceleração em questão
dada pela gravidade, que por sua vez é uma constante para tudo que se
encontra em mesma altitude ou com diferenças irrelevantes de altura.
Ainda que bons resultados tenham sido obtidos, é inegável que o
experimento em questão poderia ter sido executado de maneira a conseguir
resultados mais precisos, caso tivéssemos tido acesso a equipamentos mais
tecnológicos, como por exemplo sensores de movimento que pudéssemos usar
para medir a velocidade de maneira mais precisa. O experimento foi executado
de maneira simples e com materiais do cotidiano, sendo o menos acessível, a
balança de precisão emprestada pelo laboratório de física da UNESP de Rio
Claro, e alcançamos os resultados mostrados, se realizado com equipamentos
mais complexos e precisos, é fato que os resultados seriam mais acurados.

5.Referências
-HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de
física 1: mecânica. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1996.
-BÁSICA, Bibliografia; TIPLER, Paul. Física. Reverté• TIPLER, Paul “Física
Moderna–Edit. Reverté, 2008.
- NUSSENZVEIG, Herch Moysés. Curso de física básica: Mecânica (vol. 1).
Editora Blucher, 2013.
-Laboratório de Física I; Livro de práticas / compilado por José F. Schneider.
São Carlos: Instituto de Física de São Carlos, 2017. 124p.
-https://www.obaricentrodamente.com/2010/08/edo-queda-dos-corpos-com-
resistencia-do.html
-https://igce.rc.unesp.br/Home/Departamentos47/fisica635/g__fisica_gravid.
pdf

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