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Jorge Murad
Presidente do Conselho Deliberativo
4 8 17
O Tambor de Calendário
Jorge Babalaô Mina do
Maranhão de Festas
20 23 27
Calendário Anual Glossário
Filhas e Filhos-de-Santos
Tocadores, Cabaceiros e
Ritualista do Ylê Ferreiros
Ashê Yemowá
Documentário
28
Imbarabô
Mina no
Maranhão
JORGE BABALAÔ
Sebastião Cardoso Junior
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Nos terreiros de Mina mais tradicionais vigora o matriarcado: os filhos
homens, não podendo dançar, acabam fundando suas próprias Casas. Foi o que
aconteceu com Jorge Itaci, Manoel de Averequete e Euclides de Oxalá.
Nessa época, seu pai era contrario à iniciação do filho, e não aceitou que o
terreiro fosse implantado em sua residência, na Fé em Deus. Foi então que Jorge,
com ajuda de amigos, iniciou a sua Casa num sítio no bairro do calhau. O acesso até
lá era cheio de obstáculos, feito por canoa e uma longa caminhada.
Jorge também contou com a colaboração de antigas mineiras, oriundas
de outros terreiros famosos, como o de Cota do Barão e Vó Sereva. Dentre elas,
destacaram-se Firmina e Gabina, que assentaram os fundamentos da Casa e
entregaram-na aos cuidados do novo Pai-de-Santo. Com a morte do seu pai, Jorge
transferiu o terreiro para Fé em Deus, onde funciona até hoje. Mãe Dudu, filha de
Iemanjá e chefe da Casa de Nagô, e Mãe Amélia de Doçu, da Casa das Minas também
o introduziram no culto aos voduns e ambas continuaram a lhe dar orientações.
Nesse período inicial, os cultos religiosos africanos eram malvistos, e os
seus adeptos sofriam muita discriminação. A polícia proibia a realização de rituais
de Tambor-de-Mina. Muitas vezes, as festas eram interrompidas e os instrumentos
apreendidos. Para a realização dos toques, era exigida uma licença. Com o passar
o tempo, o preconceito foi diminuindo e houve inclusive, o reconhecimento da
importância dessa manifestação cultural de origem afro-religiosa. Pai Jorge da Fé em
Deus tornou-se bastante conhecido como líder religioso. O Pai-de-Santo e vereador
Cupertino de Araújo fez a ele o convite para coordenar a Federação de Umbanda do
Maranhão, onde desempenhou funções de Secretário-Geral e Presidente da entidade
por vários anos. Através de seus conhecimentos adivinhatórios pelo jogo de búzios,
tornou-se também conhecido como Jorge Babalaô, título dado aos adivinhos da
nação nagô iorubá.
Além das atividades religiosas, Jorge trabalhou como professor de Educa-
ção Física no colégio Henrique de La Roque, sendo posteriormente convidado pelo
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Governo do Estado para administrar a Cafua das Mercês, museu dedicado à cultura
afro-maranhense, onde contribuiu para o crescimento do acervo daquele espaço.
Com talento para a pintura, e inspirando-se nos orixás e voduns, Pai Jorge
realizou varias exposições individuais na Galeria Nagy Lajos, Na Cafua das Mercês
e no Centro de Cultura Popular. Com o apoio da então Secretária de Cultura do Es-
tado do Maranhão, Drª. Laura Amélia Damous Duailibe, escreveu o livro Orixás e
Voduns, onde narra toda sua trajetória na Mina.
Conhecedor profundo das religiões africanas, foi convidado a proferir pa-
lestras na Sociedade Iorubana Teológica de Cultura Afro-brasileira, em 1976, no
Rio de Janeiro. Recebeu da Federação Paranaense de Umbanda e Cultos Afro-bra-
sileiros o Título de Embaixador da Nação Mina e Cavaleiro da Ordem de Ogum
Shoroquê, como representante para assuntos religiosos do Estado do Maranhão.
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Outras condecorações importantes recebidas por Jorge Itaci foral a Meda-
lha do Mérito Timbira, oferecida pela Governadora Roseana Sarney, em 1999, e a
Medalha Simão Estácio, da Câmara Municipal de São Luís, em 2002.
Participou de vários encontros internacionais, como o Alaindé Xiré, no Ilê
Axé Opó Afonjá, em Salvador, nos anos de 1999, 2000 e 2001, e a Conferencia Cul-
tura e Desenvolvimento, Racismo e Equidade, promovida pela Fundação Palmares
e pelo Ministério da Cultura, em Porto Alegre e São Luís.
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O Tambor-de-Mina
do Maranhão
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Casa das Minas Jeje
A Casa das Minas teria sido fundada por Maria Jesuína, nome brasileiro
de Nan Agotime, mãe do Rei Guezo, do Daomé. Tendo sido escravizada, recebeu a
missão de implantar o culto aos voduns no Brasil. E assim o fez, dedicando-o aos
voduns da família real do Daomé, sobretudo ao vodum Zomadonu. Por isso a Casa
das Minas também é conhecida como Querebentã de Zomadonu, isto é, Palácio
de Zomadonu. Os voduns são entidades espirituais cultuadas no Tambor-de-Mina
através de oferendas e rituais, quando essas entidades incorporam nos fiéis através
de transe. São considerados antepassados divinizados, que devem ser reverencia-
dos espiritualmente. Na Casa das Minas, eles são agrupados em famílias e, assim,
cultuados e festejados.
Casa de Nagô
A Casa de Nagô, contemporânea da Casa de Minas, foi fundada por duas
malungas, africanas legítimas, Joana e Josefa. Uma, de origem nagô-tapá, e a ou-
tra, cambinda. Dedicaram a Casa ao orixá Xangô, o deus ioruba do trovão, do fogo
e da justiça. Além dos orixás, são cultuados voduns e santos católicos. Ao longo dos
anos, através do contato com os nativos do Maranhão, entidades espirituais de ori-
gens diversas, encontradas na Cura ou Pajelança, foram incorporadas ao culto.
A Casa das Minas conservou de maneira mais austera suas origens, não
modificando ou adaptando seu culto original. Permitiu, apenas, o sincretismo com
o Catolicismo, reverenciando santos católicos nos rituais da Casa, através de missas
e ladainhas. Essa ausência de adaptações fez com que a Casa não desse origem a
outros terreiros. Já a Casa de Nagô tornou-se o grande centro difusor do Tambor-
-de-Mina, dando origem a vários terreiros, como o Terreiro do Justino; Terreiro de
Belém, de Vó Severa; de Nhá Maria Alice; de Rosa Guarda-Mor; de Rosa Bom Piter
e de Dona Santinha, em Belém do Prá. Outros terreiros importantes foram os de
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Manoel Teu Santo, que deu origem ao Terreiro de Cota do Barão e ao da Turquia,
de Mãe Anastácia; e o Terreiro do Egito, fundado a partir de um quilombo no bairro
do Itaqui, que deu origem a grandes Casas, como a de Mãe Denira, no Sacavém, hoje
continuada por Mãe Elzita; a Casa Fanti-Ashanti, no Cruzeiro do Anil, comandada
por Pai Euclides Menezes; e a Casa de Iemanjá, no bairro da Fé em Deus, dirigida
por Pai Jorge Itaci de Oliveira.
Modelo de Mina
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As Casas ou Terreiros de Tambor-de-Mina possuem salas onde se erguem
altares ou oratórios, com santos católicos que são sincretizados com as entidades
ali cultuadas; as fundadas por africanas possuem quartos dedicados â moradia das
dançantes iniciadas no culto; um espaço reservado onde se encontram os assenta-
mentos ou pontos; objetos materiais que representam ou guardam a força ou axé
das entidades cultuadas em cada Casa, chamados de Come (na Casa das Minas),
Vandecó, (na Casa de Nagô), Peji ou Quarto de Segredo. Outro espaço importante é
o da dança, chamado de Barracão ou Guma, onde as filhas-de-santo recebem suas
entidades através do transe. As dançantes iniciadas são geralmente chamadas de
vodunsis ou noviches. Na Casa das Minas, e em alguns outros terreiros de São Luís,
após a primeira iniciação, são chamadas de vodunsi-hê, quando os filhos-de-santo
são dedicados às entidades que regem sua espiritualidade. O maior grau de inicia-
ção e hierarquia é o de vodunsigonjaí, também chamado Ialorixá, ou Babalorixá.
Na Casa de Nagô e na maioria dos terreiros da capital maranhense, o ritu-
al do Tambor-de-Mina é iniciado pelo canto do Imbarabô, onde é feito o pedido de
licença para o orixá Exu abrir os caminhos para os outros orixás. As vodunsis de-
senvolvem diversas coreografias, acompanhadas de cânticos próprios. Os cânticos
em série são dirigidos às entidades em uma sequência ritualística e, aos poucos, as
dançantes vão sendo incorporadas pelos orixás, voduns e outras entidades. No mo-
mento do transe, toalhas bordadas, chamadas de alas, são colocadas sobre as saias,
simbolizando a presença das entidades.
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Entidades Espirituais Cultuadas
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lha de Alcácer Quibir, em Marrocos. No Maranhão, talvez devido à influência de
sermões do Pe. Antônio Vieira, considerados sebastianistas, o Rei apareceu como
encantado, na Praia dos Lençóis, próximo ao Parcel de Manoel Luís, no município
de Cururupu. Ali, ele teria formado sua corte, sendo o Palácio de Queluz transfe-
rido para lá, com toda a sua riqueza e tesouros. O Rei teria se transformado em
um touro negro, que soltava fogo pelas narinas, e o seu encantamento só acabaria
se a estrela que possuía na testa fosse perfurada. Então, o Rei voltaria em sua gló-
ria e esplendor para a Corte de Queluz enquanto a ilha de São Luís afundaria. No
Maranhão, o Rei Sebastião é um nobre que é reverenciado como Xapanã, um dos
nomes do orixá Obaluaiê. Outros nobres importantes são: D. Luís Rei de França
(Dadaho); D. Pedro Angasso (Xangô Agaçu); D. José Floriano; D. João das Minas
(Xangô); D. Miguel da Gama (Xangô); Maria Bárbara Soeira (Yansã); Rainha Rosa
(Oxum); Rainha Madalena; Princesa Luzia; Princesa Linda e outras. Os fidalgos ou
gentilheiros são representados por famílias, como a Família da Turquia, Família
da Bandeira e Família de João de Lima, e não são reverenciados como orixás. Os
caboclos são entidades relacionadas com indígenas, pescadores, caçadores, vaquei-
ros, boiadeiros, agrupados também em famílias, como as de Bahia, de seu Baiano
Grande, e a Família de Codó, de Seu Légua Bogi Buá, que, para alguns, é um vodum
cambinda, um príncipe guerreiro ou um misto de Légua e Poliboji.
Santos e Orixás
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Iemanjá e Oxum são sincretizadas com Nossa Senhora da Conceição, do
Bom Parto e do Carmo. No Maranhão, existe o culto do Oxum, com o nome de Nave
Zuarina, que é sincretizada como Santa Luzia. Possuem características comuns,
como a maternidade, a fertilidade e a beleza, que é reverenciada por todos. Oba-
luaiê, ou Xapanã, orixá da doença, é sincretizado com São Sebastião, São Lázaro
e São Roque, santos que, em sua iconografia, possuem marcas de chagas e feridos
no corpo. Ogum, guerreiro, é representado como São Jorge, soldado romano que
foi convertido ao cristianismo. Oxalá, o orixá criador de tudo, é sincretizado como
Jesus Cristo, a segunda pessoa da Santíssima Trindade do Cristianismo, enquanto
Exu, o orixá mensageiro e brincalhão, é sincretizado em muitas Casas com o demô-
nio, sendo seu culto visto de forma negativa, devido aos preconceitos criados por
essa relação.
Casa de Iemanjá
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-Mina em todo o Brasil, tem filhos iniciados em vários estados e diversas Casas
fundadas a partir da sua.
Suas entidades principais são Iemanjá, Xangô, D. Luís, Rei de França, Po-
liboji, Caboclo da Bandeira, Caboclo Guerreiro e Légua Boji Buá. As festas principais
de sua Casa são feitas para essas entidades. Iemanjá é festejada em 8 de dezembro
e 2 de fevereiro; Xangô e D. Luís são festejados com o Divino Espírito Santo, 25 de
agosto; Poliboji, na festa de Santo Antônio, dia 13 de junho; Caboclo da Bandeira,
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em 15 de fevereiro; Caboclo Guerreiro e os turcos, em 19 e 23 de abril, nas festas
de Santo Expedito e São Jorge; Seu Légua é homenageado com a festa do Boi: do
batizado, em junho, até a morte em outubro.
Alem, destas, são realizadas: A Festa de Santa Bárbara/Iansã/Maria Bár-
baraSoeira/Sogbô (4 de dezembro); Santos Reis/Zomadonu/Doçu/Toy Bendiga de
Sofon/Boçorofanji de Gorofi (6 de janeiro); São Sebastião/Xapanã/rei Sebastião/
Oxossi (19,20 e 21 de janeiro); São Lázaro/Obaluaiê/Acossi (11 de fevereiro); São
Benedito/ Verequete/ Pretos Velhos (13 de maio); São João/ D. João (24 de junho);
São Pedro/Xangô/Badé/D. Pedro Angasso (29 de junho); N. Sª do Carmo/Oxum
(16 de julho); Santana/Nana (26 de julho); São Raimundo/Rei de Nagô/Baiano
Grande (30 de agosto); São Miguel/ D. Miguel da Gama (29 de setembro); Santa
Helena/Caboclo Roxo/Borá (15 de novembro).
São realizados também. Outros rituais, como a Bancada e Meninas, onde
voduns femininos, chamados Tobóssis, distribuem comidas e frutas em tabuleiros,
após o carnaval (quarta-feira de cinzas); o Mocambo ou Pagamento, quando as en-
tidades oferecem presentes e dinheiro aos tocadores e colaboradores da Casa. Há
também o Tambor-de-Choro e uma série de rituais fúnebres, quando da morte de
algum filho-de-santo.
O Maranhão tornou-se, assim, o guardião do Tambor-de-Mina no Brasil,
com suas festas, indumentárias, cânticos, danças, rituais e mistérios.
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CALENDÁRIO
DE FESTAS
TAMBOR-DE-VODUM FESTA DE
(3 DE DEZEMBRO)
SANTA BÁRBARA
Também chamado de (3 E 4 DE DEZEMBRO)
Tambor-de-Branco, o toque é
Considerada a padroeira do
todo dedicado aos voduns
Tambor-de-Mina do Mara-
e entidades nobres. Os
nhão, Santa Bárbara viveu
filhos-de-santo usam branco
nos primórdios do Cristia-
e depois de incorporados,
nismo. Martirizada por seu
são enrolados por toalhas
próprio pai, com um golpe de
bordadas, chamadas de alas.
espada, foi vingada por um
Símbolos dos voduns.
raio, que atingiu o seu exe-
cutor. Os escravos africanos
identificaram-na com o orixá
Iansã, que usa a cor vermelha
e, por ser uma guerreira, car-
rega uma espada nas mãos.
Rege os raios e o vento.
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FESTA DE FESTA DO BOI
IEMANJÁ DE SEU LÉGUA
(8 DE DEZEMBRO) (9 DE DEZEMBRO)
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FESTA DE REIS
(6 DE JANEIRO)
No Tambor-de-Mina, em ho-
menagem à visitação dos Reis
Magos ao Menino Jesus, é rea-
lizado toque em louvor aos vo-
duns jejes e nagôs, dentre eles
Zomadonu, Doçu e Boçoroxanji
de Gorofi.
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CALENDÁRIO ANUAL RITUALISTA
DO YLÊ ASHÊ YEMOWÁ
TERREIRO DE MINA YEMANJÁ
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Zurugama, Pedro Angassu , Pedro
ABRIL Peleja, Pedro Caçador, Pedro Estrela,
23- Ladainha e Procissão de São Pedro da Guia.
Jorge
Tambor de Mina Para Ogum e
Guerreiro de Alexandria.
JULHO
16- Ladainhas Nossa senhora do
30- Ladainha Santa Catarina
Tambor de Mina Família da Turquia, Carmo
Dona Catarina de Alexandrina. Tambor de Mina, Oxum, Apara ,
Éwua, Daniel Lodé.
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31- Ladainha São Raimundo, Rei de
Nagô, Baiano Grande, Raimundinho. DEZEMBRO
Festas das Iabas
SETEMBRO 3- Tambor de Mina para Voduns.
27- Ladainha São Cosme e São 4- Ladainha Santa Bárbara.
Damião Tambor de Mina – Noche Sogbo,
Tambor de Mina - Toy Tossá e Tosse. Ôya, Yansan, Barbara Soeira (roupa
vermelha).
29- Ladainha São Miguel Arcanjo
8- Ladainha a Nossa Senhora da
Tambor de Mina Xangô Alujaguior,
Conceição,
Dom Miguel de Gama e família de
Imbarabo, saída do presente para
Gama.
Iemajá na praia.
Tambor de Mina Nochê Abe, Yemanjá,
30- Ladainha São Jerônimo
Ôrubarana, Dona Conceição.
Tambor de Mina – Xangô Afonja,
Aganju, Barú, Kaô 12- Tambor de Mina para Família de
Marinheiro, Aluízio e Baiano.
OUTUBRO 13- Ladainha Santa Luzia
4- Ladainha São Francisco Tambor de Mina Nave Zuarina,
Nochê, Dantan, Euwa (roupa rosa).
28- Ladainha Santo Expedito
Tambor de Mina – Bocó Jará, Família
da Turquia, Tabajara, Balanço,
Caboclinho (roupa da Turquia – verde,
amarelo e vermelha)
NOVEMBRO
15- Ladainha Santa Helena
Tambor de Mina - Oxossi, Caboclo
Roxo SHOSSI (roupa verde, vermelho
e branco)
Segundo domingo do mês – Tambor
de Mina e ritual da morte do Bumba-
meu-boi de Seu Légua(roupa
estampada).
Último sábado do mês Tambor de
Mina para Euwa.
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GLOSSÁRIO
B
ACARAJÉ – bolo feito de feijão fradi-
nho, camarão e pimenta, frito em dendê;
oferenda ao orixá Iansã.
BRANCO – o mesmo que vodum.
ACOSSI ou Sapatá – É UM VODUM
BADÉ – vodum masculino da família de
MASCULINO, CHEFE DA FAMILIA DE
Queviossô; corresponde a Xangô, dos Na-
Dambirá. É velho e aleijado, sendo o res-
gôs; É sincretizado com São Pedro.
ponsável pela cura das doenças; corres-
ponde aos orixás Obalauaiê, Omulu e Xa- BARCO – feitura ou feitoria, grupo de ini-
panã. ciados em um terreiro.
AGÊ – águe, agné ou shequerê – instru- BENIN – Republica do Benim, nome atual
mento de percussão; cabaça envolvida do ex-Daomé, origem dos negros mina jeje.
em rede com contas coloridas ou búzios; BETA – nome genérico para terreiros de
afoxé. tambor-da-mata, que não possuem origem
AGOGÔ – ferro ou gã. jeje ou nagô.
AGOTIME – esposa do Rei Agonglo, de
Abomey, mãe do rei Guezo. Escravizada
e trazida ao Brasil, teria sido a fundadora C
da Casa das Minas, com o nome português CABOCLOS – entidades espirituais cul-
de Maria Jesuína. tuadas no Tambor-de-Mina e Umbanda,
AMANSI – líquido preparado com água tendo, geralmente, origem na Cura ou Pa-
e diversas folhas. jelança.
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CAMARINHA – quarto do terreiro dedi- encantou; desaparecimento no mar ou no
cado à reclusão de filhos-de-santo durante mato, transformando-se em entidade.
a feitura ou iniciação. ENCANTARIAS – lugar onde vivem os
CAIXEIRA – mulher que toca caixa, ins- encantados ou invisíveis.
trumento de percussão usado nos festejos
ENVILACAN – conta pequena, nas cores
do Divino Espírito Santo.
escura e amarela, usada em alguns rosários
CAMBINDA – região e povo africanos, lo- ou guias.
calizada próximo à foz do Rio Congo, tam-
bém chamada, no Maranhão, de Caxias ou
Cacheu. F
CASA – terreiro; templo dedicado ao culto
FANTI-ASHANTI – etnia africana locali-
do Tambor-de-Mina.
zada na Costa do Ouro, atual Gana, conhe-
CANJERÊ – reunião de negros com cân- cidas no Brasil como negros mina.
ticos e danças, também chamado tambor-
-de-índio ou Boré/Borá. FERRO – o mesmo que gã, no jeje, e ago-
gô, no ioruba; da o ritmo aos tambores e é
CURA ou Pajelança – nome genérico
tocado por mulheres.
para o ritual afro-ameríndio cujo instru-
mento principal é o maracá, onde o pajé ou FEITURA OU BARCO – o mesmo que
curador tem uma série de transes de diver- iniciação ao culto do Tambor-de-Mina.
sas entidades caboclas e nobres. FUNDAMENTO – tudo aquilo que con-
tém forças, informações e segredos sobre
D divindades.
FURÁ – bebida ritual usada como obriga-
DOUTRINA – cântico ou ponto; musica
ção no Tambor-de-Mina; preparada com
africana não dedicada a uma divindade.
arroz ou milho fermentado em água, ger-
DALSA – pulseira de búzio usada pelas gelim e outros ingredientes.
Tobóssis e pelas vodunsis iniciadas.
DESPACHO – oferenda que deve ser
colocada fora do terreiro, no mar, na mata G
ou encruzilhada.
GONJEVA – pequenas contas, na cor
marrom, usadas no Rosário de Nação Jeje.
E GUIAS – colar de contas e miçangas nas
cores das entidades; mãe pequena da casa;
EGITO – antigo terreiro de Mina no Ita-
qui, cuja mãe-de-santo mais conhecida foi segunda pessoa da hierarquia do tambor-
Mãe Maria Pia Lagos. -de-Mina.
ENCANTADO – ou invisível – sinôni- GUMA – lugar onde se realizam as danças
mo de divindade, vodum ou caboclo que se no terreiro de Mina.
Índice 24 / 36
I Costa do Ouro, de negociantes de escravos.
Termo originado do Forte de São Jorge da
IMBARABÔ – primeira palavra de cânti- Mina, onde escravos aguardavam embar-
co dirigido ao orixá Exu, que inicia o ritual que para o Brasil. O termo passou a ser ge-
do toque do Tambor-de-Mina nagô. nérico, subdividindo-se entre o Mina-nagô,
Mina-jeje, Mina-mahi, mina-fanti e Mina-
INVISÍVEL – o mesmo que encantado,
-popo.
divindade ou vodum.
MOCAMBO – nome de festa de pagamen-
M O
OBRIGAÇÃO – oferenda ou ritual dedi-
MÃE-DE-SANTO – dirigente de Casa de cado às divindades, podendo ser preceito
Culto afro-brasileiro, é chamada de Iálori- ou dever, como agradecimento ou pedido
xá, em Nagô, é Vodunsi-Gonjaí, em Jeje. de uma graça.
MÉDIUM – nome de origem espírita, que ORI – correspondente à cabeça, em Nagô.
é utilizado nas religiões africanas para de- ORIXÁ – divindade de origem iorubana ou
signar pessoas que tem o dom de incorpo- Nagô, corresponde aos voduns, em Jeje,
rar espíritos, orixás, voduns e outras enti- também chamados de santos.
dades espirituais e os fieis, também chama- OTÁ – pedra de assentamento entre os na-
dos popularmente de aparelhos ou cavalos. gôs, como a pedra de raio, dedicada a Xan-
MINA – etnia de origem de Gana, antiga gô.
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P SENHOR (A) – termo utilizado com o
significado de vodum, entidade protetora,
PAGAMENTO – o mesmo que mocam- dona ou senhora de uma pessoa.
bo, festa de obrigação, onde as entidades SINCRETISMO – identificação ou assi-
presenteiam os abatazeiros e os ajudantes milação de divindade africana com outras
da Casa, e oferecem moedas abençoadas à de origem diversa, como, por exemplo,
assistência. santos católicos.
PEGÍ – o mesmo que Vandecó, em Nagô,
e Come, em Jeje; quarto de santo, quarto
privado do terreiro onde se realizam os ri- T
tuais privados do Tambor-de-Mina e onde TAMBOR-DE-MINA – nome genéri-
estão assentados os orixás e voduns da
co dado aos cultos de origem africana no
Casa, sendo ali oferecidas sua obrigações e
Maranhão; culto a voduns, orixás e ca-
comidas.
boclos.
POLIBOJI – vodum da Família de Dam-
birá, filho de Acóssi, é sincretizado com TOBÓSSI OU TOBOSSA – vodum fe-
Santo Antonio. minino infantil recebido, na minha jeje,
por vodunsis-gonjaí; no ritual Nagô, o
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FILHAS E FILHOS-DE-SANTO Fernando de Verequete
Ângelo de Ogum
Mãe Zeca de Toy Jotim Maria da Glória de Oxumaré
Mãe Florência de Toy Agongô Zequinha de Toy Setó
Mãe Zeca de Bocó Voderigide Francelino de Toy Xapanã
Mãe Dudu de Zomadono Brasil de Lissá
Mãe Abília Verequetinho Rosângela de Abe
Marlene de Xangõ Tânia de Oxum
Wender de Xangô Serginho de Oxossi
Neto de Toy Azile Elvira de Ogum
Eliane de Ogum Adilson de Dom Carlos
Marcos de Vangô Miguel de Boço Voderegé
Joana Dar´c de Ogum Emília de Lissá
Heberte de Badé Ivaneide de Xangô
Vicência de Lissá
Gilberto de Xangô
Euzamar de Toy Odossú
Leci de Oxóssi
Carlinho de Xangô
Dedé de Boçó Co Dilma Aranha de Oxum
Leni de Toy Alogeb Maria de Jesus de Ogum
Elissa de Vô Missan Magno de Ogum
Benedite Bocó Orofange de Gorôgi
Iracema de Oxóssi
Osvaldina de Xangô TOCADORES, CABACEIROS
Maria de Xangô Afongá
Magali de Xangô Dá E FERREIROS
Aldilene de Toy Abrojur
Márcio de Toy Xapaná Leandro de Iemanjá
Maria Caxias de Toy Acosse Pedro
Mirian de Boço Lauro das Mercês Josenilson de Oxossi
Junior de Tou Runjur José Luís
Rosilene de Ogum Xoroque Luís de França
Natanael de Ogum Xoroque Alderedo
Merícia de Badezinho Terezinha Jansen
Juraci de Toy Verequete Maria Teresa Fernandes (Chinoca)
Auzeni de Ogum Cacilda Natividade Ferreira
Maria Raimunda de Ogum Marina da Glória Trindade (D. Mocinha)
Ana Maria de Xardatan Benedita Santos Nascimento
Iara de Oxossi Djalma Gaioso (Deco)
Odina de Ode Pedro Paulo Vieira e Souza (Pedrão)
Rosa de Azaca Claudenice Conceição Campos
Lélia de Lepon Dona Joana Rezadeira
Farailde de Oxossi Osvaldina Rodrigues
Rosa Maria de Ogum Maria da Graça
Antoninha de Boço Dá Maíra
Roberto de Zorogama Francisca
Mãe Cotinha de Rainha Rosa Copinho
Antonio de Toy Abidigá Shirley
Aírton de Ogum Chaiene
Zezé Toy Xapanã Lucas
Maria França de Toy Acosse Renata
Caçula de Boço Memea Vinicius
Arizete de Badé Júnior
Margarida de Toy Jotim João Vitor
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IMBARABÔ
MINA DO MARANHÃO
JORGE DA FÉ EM DEUS
01 - Abertura do Tambor de Mina Kopokô misséu, misséu
(Exu-Ogum) Croanã misséu, misséu!
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Shangô nin, oh nin, oh nin, oh nindé Verequete ô dá, ô dá! Amadolô mamãe!
13 – Kaô Ananairê
21 – Verequetinho
Kaô Ananairê Kaô, Agogon Gelé
Verequetinho, Verequetinho sualá
Shangô Alodô, Agô Irô Misselé!
Ewá mando sualá!
14 – Faraê
22 – Verequete na croa di loro
Faraê, Faraê Aê
Verequete na croa di loro
Shangô é uma velê faraê, epá!
Pombo douro ê Pombo do ar!
É pra mariolé, É pra mariolé oké
Orisá Ori Shangô! 06 - Cânticos para Nana Vó Missã
É mio keché keché
Oiá Messan Orubajô Kaiê! 23 – Janda Maramadã
Kabiecile Kaô Janda Maramadã,
Kabiecile Kaô Aê Janda Maramadã
E di pá Epá É Badé di Abakossu, V
Epa Epa Ep Ep Ep! ó Missa Oruarina
Uma Obatala du cessideo Avereço
04 - Cânticos para Badé Janda Maramadã êpá!
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Fará Oxum Zeguiô shô! 36 – Obaíla ô
Fará Oxum Zeguiô! Obaíla oricô, alaá missé kereré!
Kokorokô aiko, A uma veô nanaicô ó missé um kereré
fará Oxum Zeguiô! Ô mina zaca ô,
Ô missã um ké oreô arokô!
30 – Kirielé Olodô
Ô mina zaca ô
Kirielé Olodô,
Ô vodum ê mina beô!
Kirielé Olodô,
Kirielé Olodô, 37 – Sekereré
Agacecila Massideô epô! Sekerere Obaíla é maior
Sekerere Vodum é maior
09 - Cânticos para Ewá
13 - Cânticos para Voduns Gêges
31 – Ewá Mina Boboca
Ewá, Ewá, Mina Boboca Ewá 38 – Kakagibê
Ewá, Ewá, Ewá Mina Boboca Ewá! Kakagibê, Kakagibê épa hotó
Vodum maió Danumé!
32 – Ewá ô quielé
Ewá ô quielé, Ewá ô quielé 39 – Banha êh
Orixá ô quero guia Ewá ô quiieié! Banha êh,
Tambalá Jon di Araúna, Banha êh vodum no kabê du manuê!
Tambalá Jarum vevéu Atire a Nochê Sogbô! No Kabê du Manuê
Baraúna Tombarauna, Banha êh,
Tombalá Jarum vevéu Banha êh vodum no kabê du manuê!
Ewá ô quiieié, Ewá ô quiieié 40 – Ala vodum nauê
Orixá ô quero guia Ewá ô quiieié Ala vodum nauê, Ala vodum nauê
Agongon chegô na taquera
10 - Cânticos para Navê Zuarina
Ala vodum nauê!
33 – Navê oh kao kao
Ô Navê ô kao kao, kao kao kao 41 – Pina Pina
Ô Navê ô kao kao, kao kao kao! Pina, Pina, Pina na Bacila Matossange
Pina, Pina, Pina na Bacila Matossange
11 - Cânticos para Yansã - Oiá Boçocó Girijó érum Dam Daomé
Boçocó Girijó érum Dam Daomé!
34 – Oiá ta na deinha Umcó, Boçocó érum Dam Daomé
Oiá ta na deinha, deixa lá cumo tá
Pina, Pina, Pina na Bacila Matossange!
Deinha minha deinha, deixa lá cumo
ta! 42 – Ariê uma ilô
35 – Oiá dê akadeô Ariê, Ariê uma ilô
Oiá dê akadeô, akadeô di mokororó Doçu Epovessá
Ariê, Ariê uma ilô
12 - Cânticos para Todos os Ori- Doçu Epovessá!
xás
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14 - Cânticos para Toy Zezinho de 17 - Cânticos para fechamento do
Maramadã Tambor de Mina
(Exu-Elegbara)
43 – Eleguma Elemailô
Eleguma Elemailô, 49 – Ê Bara Vodum idô
Celeguma Elemailô É Bara vodum idô
Celeguma Elemailô, Acundirê Jaladana
Ora Toya Zezinho Elemailô! É Bara ê Bara Vodum idô
44 – Toya Maramadã Toya Maramadã Dada Missô! 50 – Elegbara Vodum
Zezinho, Toya Maramadã Elegbara Vodum Azequerequerê
Elegbara Vodum Azequerequerê!
15 - Cânticos para Oxumaré -
Dam
45 – Dam aê
Ê Itam, Itam, Itam aê
Vodunso na mina di Tam aê
Oi Dam, oi Dam, oi Dam aê
Vodunso na mina di TAM aê
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AGRADECIMENTO
(In memoriam)
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REFERÊNCIAS Ficha Técnica - Documentário
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FICHA TÉCNICA - CD
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Jorge Itaci de. Orixás e voduns Masterização: Proáudio Studio, Rua Eduardo
no Tambor-de-Mina do Maranhão. São Luís: Bezerra, 1352, Dionísio Torres - Fortaleza-Ce
VCR, 1989. (85) 3257 4040
Fotografias e Projeto Gráfico: Albani Ramos e
SANTOS, Maria do Rosário C.; SANTOS Jorge Murad
NETO, Manoel dos. Boboromina. São Luís: Patrocínio: Fundação Cultural do Maranhão
SECMA/SIOGE, 1989.
Terreiro de Yemanjá: Travessa Fé em Deus, 45
– Monte Castelo (98) 3222 7034 / 9119 6459 /
9119 1305
Tambor: Leandro Yemanjá, Jocenilsom de
Oxossi
Ferro (Agogô): Wender de Shangô
Cabaças: Josenilsom de Oxossi
Voz Solo: Babalorixá Jorge de Yemanjá
Coro: Ana Maria de Xadatan, Euzamar de Oba,
Rosa de Ogum, Osvaldina, Toy Zezinho, Eliane
de Ogum, Audilene de Obaluaiê, Audilenede
Obaluaiê, Wender de Shangô, Leandro de
Yemanjá
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