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Mahi
Maio 30, 2011 por Hùngbónò Charles
De um modo geral, a iniciação no Jeje é mais complicada do que a iniciação da Nação Ketu,
a começar pelo tempo de reclusão dos neófitos que no passado durava até um ano. Hoje,
devido ao ritmo de nossas vidas, este tempo caiu para seis meses. Três meses a vodunsi fica
dentro do Hundeme (quarto de santo) e os outros três meses fora dele, mas ainda na roça.
Durante seu período de iniciação a Vodunsi passará por várias etapas, entre as quais pode-
se citar Sakpokàn ou Sarakpokàn, Vivauê, Kán, Duká, Zò, Sanjebé, Grá (ou Grã), etc. Dentre
A iniciação no Jeje Mahi sempre contece com formação de “barcos” ou “ahamas”, pois pela
tradição nunca se recolhe uma única pessoa e nem barcos com números pares de
componentes, levando ao entendimento de que sempre que houver iniciação deve-se ter no
mínimo três Vodunsis em processo, na roça. Em geral cada sacerdote ou sacerdotisa Jeje
Mahi, durante seu comando, não recolhem muitos barcos; a quantidade controlável de filhos
de santo é muito importante, pois há um ditado que diz “é melhor ter poucos filhos bons a
A iniciação da Vodunsi começa com a filha “bolando” (caindo) aos pés da arvore consagrada
a seu Vodun (atinsá), e ali ela permanecerá desacordada durante sete dias e sete noites.
Dizem que já houve casos de vodunsis consagradas a voduns aquáticos que ficaram esse
período na água. A ordem das vodunsis no barco se dá pela ordem conforme elas
Durante o tempo que a Vodunsi permanecer debaixo do atinsá de seu Vodun, será cuidada
pelos Ogãs e Ekedjis. Neste período, a mãe de santo (ou pai) é proibida de ir ver a filha. Isso
por que a(o) zeladora(o) pode sentir pena da Vodunsi e de certa forma pode querer ajudá-la,
afim de aliviá-la de seu estado. Acabando os sete dias, a vodunsi ainda desfalecida será
levada pelos ogans até o zelador, no Hundeme, para que este inicie a feitura. O momento
passar pela morte ritual e acordar numa nova vida, agora como Vodunsi, um compromisso
que deverá carregar consigo por toda sua vida. A partir daí a vodunsi passará por processos
de limpezas, descarregos, banhos de ervas, ebós, e durante uma semana deverá descansar
até o dia do Sakpokàn ou Sarakpokàn. O Sakpokàn é uma cerimônia que acontece sete dias
após o inicio dos rituais de feitura, quartorze dias após o “bolar”, na qual a vodunsi dança
representa a despedida da Vodunsi de seus familiares que forem assistir ao ritual, que só
verão a vodunsi novamente meses depois, no “dia do nome”. No dia do Sakpokàn a Vodunsi
será raspada e catulada. Das etapas de iniciação que a nova Vodunsi deve passar, a mais
O Grá
O Grá é uma divindade ou entidade violenta e agressiva que se manifesta na Vodunsi apenas
na sua iniciação, durante três dias, e próximo ao “dia do nome”. O principal objetivo do Grá
é matar o(a) zelador (a) que deverá permanecer escondido nos aposentos da casa durante
os três dias em que o Grá estiver manifestado. O Grá é acompanhado pelos Ogans, Ekedis e
algumas Vodunsis antigas que farão com que ele realize algumas penitências, fazendo-o
cansar. Há um número certo de pessoas que poderão acompanhar o Grá que durante estes
três dias ficará solto pelo pátio da roça comendo tudo que encontrar como folhas de árvores
e frutos caídos, motivos estes que exigem que a roça seja grande e com bastante árvores.
As pessoas que acompanham o Grá, assim como ele mesmo, carregam um porrete com o
qual ele tenta agredir as pessoas e realiza sua penitência, que tem como objetivo levar todo
mal e toda energia negativa da Vodunsi, e também o objetivo principal de cansar o Grá para
que ele não cause tanto transtorno. Durante os dias de penitência, os acompanhantes
entoam certas cantigas específicas. Após os três dias procurando o(a) zelador(a), o Grá tem
o encontro tão esperado, que acontecerá no Agbasá (salão de dança). Ao som de paó e
adahun, o Grá entra pela porta principal do Agbasá e se deparara com o(a) zelador(a), que
estará sentado(a) em uma cadeira esperando por ele, partindo pra cima do mesmo
para matá-lo. Neste instante todo cuidado é pouco, pois o Grá pode ferir o(a) zelador(a).
Quando o Grá adentra o Agbasá, os Ogans correm para tirar-lhe o porrete que ele luta para
não entregar. É um momento de extase. Nesse instante os tambores tocam com mais força e
o(a) zelador(a), então nervoso e sem poder sair da cadeira, entoa uma cantiga e a Vodunsi
cai desfalecida no chão e logo em seguida é pega pelo Vodun. É um alivio total e o ritual do
Grá chegou ao fim. A quem diga que o Grá é um Erê malvado, outros dizem que é o Exu do
Vodun, outros ainda dizem que é o lado negativo do Vodun ou mesmo da própria Vodunsi,
um lado animalesco e primitivo seu, que está no seu inconsciente, que manifestou-se em seu
renascimento e que foi mandado embora para sempre. O Grá despeja pra fora toda raiva e o
ódio da Vodunsi. Como se depois do Grá não houvesse mais ódio, raiva, rancor dentro da
Vodunsi, somente o que é bom e benéfico. Significa que a Vodunsi nunca mais sentirá fome,
nunca mais vai dormir no relento, nunca mais irá confrontar ou agredirá seu(a) zelador(a),
fisicamente ou com palavras, pois o Grá levou isso com ele. O ritual do Grá envolve muitas
simbologias e interpretações que pelas leis do Jeje não poderei citá-las aqui.
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O Dia do Nome
O Dia do Nome é um dia muito especial, com cerimônia pública (Zandró) no Jeje Mahi. O
Vodum manifestar-se-á em sua Vodunsi e vai dançar na sala. Antigamente, uma única
pessoa era escolhida para tomar o nome particular (Hún ìn) do Vodun de todas no “barco”,
mais de uma pessoa para esta tarefa. Após este dia, a iniciante agora sim é uma Vodunsi.
As vodunsis sempre usam seus nomes religiosos, determinado por sua posição no barco e
seu vodum, assim poderemos ter, por exemplo, Dofona Ongorensi (feita de Gbesén),
Dofonotinha Sogbosi (feita de Sògbò), Fomo Togbosi (feita de Aziri Togbosi), Fomutinha
Òsúnsi (feita de Osún), Gamo Lokosi (feita de Loko), e assim por diante. Se a Vodunsi atingir
um grau sacerdotal apenas acrescentará a frente de seu nome, o cargo, desta forma: Mègitó
Os Voduns de Jeje Mahi
Junho 12, 2011 por Hùngbónò Charles
Os Seguimentos da Nação Jeje
A Nação Jeje compreende as culturas de diversos povos, tais quais os Fons, Ewes, Adjas,
Minas, Popos, Gans, etc. Estes povos tinham e tem em comum sua forma de religião: o culto
ao Vodun. Mas a diversidade no culto varia de povo para povo, de seguimento para
seguimento. Estes povos habitavam o antigo reino de Dahomey, Dahomé ou Daomé, situado
onde hoje é o Benin, mantendo proximidades com a Nigéria, onde situam-se os povos
yorubás, e que mantém em suas regiões fronteiristas, uma mescla de seus cultos, fazendo
com que os “jejis” adotassem alguns orixás em seu panteão (voduns nagôs como Oyá, Òsún,
Yemanjá), assim como os nagôs adotaram alguns voduns em seu panteão (Oxumaré, por
Adjas. Por volta de 1650, os Adjas conseguiram dominar os Fons, e o rei Hwegbajá (1645-
1685) declarou-se rei de seu território comum. Tendo estabelecido sua capital em Abamey,
humanos) aos antepassados do monarca. Toda a terra era propriedade direta do rei, que
coletava tributos de todas as colheitas obtidas. Logo este povo entraria em confronto com
vários outros, alguns pertencentes à própria origem “jeji” (daomeana) como os povos de
Aladá, Mahi, Uidá, e outros povos de origem yorubá, tais como o Reino de Oyó, que acabou
seu território, e começaram a utilizar rifles e outras armas de fogo compradas aos
europeus em troca dos prisioneiros, que foram vendidos como escravos nas Américas.
Popo), os Mahis (povos camponeses de origem Fon, Ewe e Gan), os Savalus (também de
origem Fon, Ewe), povos de Aladá, Uidá e os próprios Adjas. Esses diferentes povos de
diferentes línguas e costumes estabeleceram seu culto no Brasil, sob o nome de Nação Jeje,
destacam:
Jeje Dahomey: é a forma de culto estabelecida pelos povos adjas, seu culto baseia-se
principalmente na reverência aos Voduns Reais (dirigentes do Dahomey), Voduns da
família de Hevioso (voduns do trovão, juntamente com os tòvoduns ou voduns
aquáticos) e Voduns da família de Dan (serpentes). Os dirigentes do Dahomey tinham
um conflito quanto ao culto de Sakpata, que tinha os títulos de Jòholú (“Rei das Joias”,
aludindo ao fato de ser o dono das chagas) e Ayinon (“Dono da Terra”), títulos estes
que o rei também possuia, o que levou ao culto de Sakpata ter sido banido da capital e
não existir no Jeje Dahomey. Orixás/Voduns Nagôs, não são cultuados nesta
ramificação. O terreiro que representa esta nação é o Terreiro do Pinho (Hunkpame
Dahomey) situado em Maragojipe na Bahia. As línguas faladas são o adjagbé e o
ewegbé.
Jeje Mina: o Jeje Mina tem seu culto voltado à adoração real dos voduns de Abomey.
Isso porque a fundadora deste culto (presente unicamente na Casa das Minas, pois nas
demais casas de Tambor de Mina, o culto é Mina Jeje-Nagô, com influências yorubás)
era a Rainha Nã Agontimé. “Adandozan também é retratado como incompetente –
como comandante e guerreiro – e como um traidor da família real, pois teria vendido
sua madrasta, a rainha Nã Agontimé, aos traficantes de escravos. Pesquisas
realizadas por Pierre Verger sugerem que Nã Agontimé teria sido enviada como
escrava a São Luis do Maranhão – onde foi renomeada como Maria Jesuína – e seria a
fundadora da célebre Casa das Minas”. Pierre Verger ainda cita: “A Casa das Minas teria
sido fundada pela rainha Nã Agontime, viúva do Rei Agonglô (1789-1797), vendida
como escrava por Adondozã (1797-1818), que governou o Dahomey após o falecimento
do pai e foi destronado pelo meio irmão, Ghezo, filho da rainha (1818-1858). Ghezo
chegou a organizar uma embaixada às Américas para procurar a sua mãe, que não foi
encontrada.” A Casa das Minas cultua os Voduns dirigentes e nobres do Dahomey,
inclusive Zomadonu, que é chefe da Casa da Minas, juntamente com Nochê Naé, a
ancestral mítica da família Real.
Jeje Mahi: Os Povos Mahi eram camponeses, tinham seu culto voltado, principalmente
a Dan Gbé Sén (Bessém, este termo significa “adorar a vida” e dangbésén significa
“serpente que adora a vida”) e aos voduns de sua família, e também aos voduns da
família de Hevioso ou Kaviono, e os voduns da família de Sakpata. Voduns reais e
Eguns não são cultuados. Tem influências nagôs e em seu panteão adotou-se alguns
Orixás, formando a família Nagô-Vodun, formada principalmente por Ogun ou Gú, Odé,
Oyá, Òsún e Yemanjá. O culto trazido pela africana conhecida como Ludovina Pessoa,
natural de Mahi, iniciada para o vodun nagô Ogun, que foi escolhida pelos voduns para
fundar três templos na Bahia. Ela fundou o “Zoogodo Bogun Malé Hundo”, mais
conhecido como “Terreiro do Bogun”, consagrado a Hevioso e o “Zoogodo Bogun Sejá
Hundê”, mais conhecido como “Kwê Sejá Hundê”, consagrado a Bessém. O templo que
seria consagrado a Azansú Sakpata não chegou a ser fundado. Dizem os antigos que o
Ogun de Ludovina se chamava “Ogun Rainha” ou “Ogun da Rainha”, podendo supor que
ela seria uma integrante da família real ou mesmo uma rainha do território Mahi. No
Rio de Janeiro, o Kpo Dagbá é o grande representante desta nação, fundado pela
africana da cidade de Aladá, Gaiaku Rosena, iniciada para o vodun Bessém.
Jeje Modubi: O Jeje Modubi tinha como representante o “Bitedô” e a chamada “Roça
de Cima”, ambos liderados por Tixareme e também por Ludovina Pessoa. O que difere o
Modubi do Mahi, é que no Modubi o culto a eguns é muito presente e no Jeje Mahi isso
é quizila.
Jeje Savalu: Com forte influência yorubá em seu culto.
Em Jeje Mahi se cultuam Voduns, cujas origens e características se assemelham aos orixás
Yorubás, e alguns tiveram origem de culto dos mesmos (um exemplo é Gú que tem origem
de culto do orixá Ogum). Voduns que tiveram vida terrena e que possuem sepulturas – como
os reais de Dahomey – e Eguns (akútùtós) não são cultuados em Jeji Mahi. A causa disto é
que Gbesén (Bessém), o dono da Nação, ser um vodum estreitamente ligado à vida e à
renovação.
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Os voduns do Jeje Mahi seguem uma divisão por famílias ou panteões, cujos principais são:
Categorias Hevioso
Sogbò, considerado o rei coroado da Nação Jeje no Brasil, é o chefe do
Panteão de Hevioso. Vodum justiceiro que governa os vulcões e o fogo.
Sògbò é quem trás os demais voduns do trovão e é o pai de muitos deles.
Suas cores são o vermelho e o branco. O dia da semana é a quarta-feira, dia
em que se reverenciam os voduns kavionos. Seu símbolo é o sokpe, um
machado simples de uma lâmina. Na Africa Sògbò também refere-se a um
vodum feminino. muitos filhos de Sògbò se dizem filhos de Sángò, e
também no Benin há sacerdotes que consideram que Sògbò é mesmo
Xangô. É conhecido pelos mahis com a denominação de Sògbò Adan, ou
seja: Corajoso Sògbò, diferenciando-o. Quando Sógbó dança com seu
sokpè, imita os raios caindo sobre a terra, em ligeiras quebradas na dança.
O que é exemplificado por esta toada muito conhecida nos candomblés de
Jeje Mahi no Brasil:
“Sógbó Adan tá nu sá gba owè,
A cabeça do corajoso Sógbó vai até a coxa na quebra da dança,
Sógbó Adan tá nu sá gba o.
A cabeça do corajoso Sógbó vai até a coxa, na quebra.
Averekete, Logun Edé e Ajaunsi – diferenciação
Avlekete ou Averekete é um vodun ligado à pesca e a caça, erroneamente
comparado ao orixá Logun Edé e a um outro vodun chamado Ajaunsi.
Estas divindades são bem diferentes uma da outra, sendo sincretizados,
talvez, pela característica de ambos serem ligados a caça e a pesca, mas a
cosmogonia deles é bem diferente. Logun Edé é um orixá de Ijexá filho de
Oxun e Odé, ligado a caça e a pesca, um dos mais belos Orixás, pois assim
também a beleza é uma característica de seus pais. Suas cores são o azul
turquesa e o amarelo ouro e tem como símbolos a balança, o ofá, o abebè e
o cavalo marinho. Averekete nasceu da união do vodun Sogbo com Naeté
(em outros mitos com Naé Agbé), tornando-se então um elo entre os
voduns do céu (jí-voduns) e os voduns do oceano (tó-voduns). Desempenha
a função de mensageiro entre estes voduns. É visto como um vodun jovem,
com idade semelhante a de um adolescente. Vive na beira do mar e tem
como símbolos o machado simples, o anzol e o punhal. Suas cores são o
azul, o vermelho e o branco. Na Casa das Minas é usado o termo tóquen
( tóqüen ) ou toqueno (toqüeno) para designar Averekete e outros voduns
jovens tidos como adolescentes. No Jeje Mahi, Averekete pertence a família
dos Voduns Kavionos (ou Hevioso), visto como o filho mais jovem de
Sogbo.
Ajaunsi é um vodun masculino, pertencente ao panteão da terra e
extremamente coligado ao universo das Naés (mães d’água). É um exímio
caçador e pescador, e vive na beira dos rios acompanhando as Naés. Rege
os animais que vivem tanto na terra quanto na água, tais como répteis,
anfíbios e alguns pássaros. Divindade da juventude e da alegria, representa
a inocência e a pureza, protegendo as pessoas durante a fase jovem.
Responsável por todo o aprendizado das crianças, desde fala até mesmo o
andar. Suas cores variam entre o azul, o verde e o amarelo.
Cargos no Jeje Mahi
maio 14, 2011Hùngbónò CharlesDeixe um comentárioGo to comments
Sacerdotais:
Vodunnon: Sacerdote do culto ao Vodun.
Toy Vodunnon: Sacerdote dos cultos de Mina Jeje (Tambor de Mina)
Nochê: Sacerdotisa dos cultos de Mina Jeje (Tambor de Mina)
Hundeva (rundêvá) – sacerdote responsável pelas cerimônias de nahunos (iniciação).
Grafa-se: Hùndévà.
Bakonnon: Sacerdote de Fá, adivinhador.
Hùngbónò: Sacerdote do culto ao Vodun, preferencialmente aquele cujo Vodun é um Nagô.
Pode designar o filho mais velho de uma casa de santo, neste caso segue o feminino
Hùngbòna.
Gaiaku: Título sacerdotal, designa a pessoa cujo Vodun é um Nagô e/ou que tenha iniciado
pelo menos um filho para um Vodun Nagô. No Sejá Hundê é o título de todas as
sacerdotisas.
Doné: Título dado às sacerdotisas cujo Vodun pertence à familia de Hevioso e/ou que tenha
iniciado pelo menos um filho para um Vodun desta família. No Bogun é o título de todas as
sacerdotisas. Grafa-se: Donὲ, em fongbé.
Doté: Título dado aos sacerdotes cujo Vodun pertence à familia de Hevioso e/ou que tenha
iniciado pelo menos um filho para um Vodun desta família. Grafa-se: Dotὲ, em fongbé.
Megitó: Título sacerdotal, designa a pessoa cujo Vodun pertence à família de Dan e/ou que
tenha iniciado pelo menos um filho para um Vodun desta família. Alguns definem que todo(a)
sacerdote(a) que tenha iniciado filhos pode ser denominado Megitó. Grafa-se: Mεjitɔ́, em
fongbé.
Obs: Uma mesma pessoa pode usar os vários títulos, por exemplo, um mesmo sacerdote
será Doté para seus filhos iniciados para Hevioso e Megitó para seus filhos iniciados para
Dan, embora prevaleça o título cabível para seu Vodun.
Rodantes:
Vodunsi: filha ou filho de santo que vira com o Vodun, corresponde a Iyawô do Ketu.
Etemi: significa “meu mais velho”, é a vodunsi que completou 7 anos de feitura, o mesmo
que egbomi no Ketu.
Hunsó (runsó): mãe pequena. Grafa-se: Hùnsɔ̀. (pronuncia: Runsó)
Se grafarmos Hùnsò (pronuncia: Runsô) Teremos a tradução: Hùn = Vodún + Sò = Raio. Ou
seja, diríamos Vodún do Raio. Um adjetivo para o vodún Sògbò.
Dehe (deré): vodunsi responsável por todos os atins mágicos usados nos rituais. Grafa-se:
Dεlὲ. (pronuncia: Deré) * No Fongbé a letra “L” tem som de “R”.
Dehe-vitu (deré vitu): cargo que substitui a mãe-pequena. Grafa-se: Dεlὲ vitù.
Abose (abôssé): Responsável pelos carregos e segurança da casa, normalmente é dado a um
filho de Gu, pois o vodum também toma cargo.
Ekedjis:
Gonzegan: Ekedji responsável pelo Grá.
Dogan (dôgan): pessoa responsável pela comida dos voduns. Esse cargo pode ser ocupado
tanto por uma ekedji como por um vodunsi.
Nandevó: Ekeji responsável pelas roupas utilizadas pelos voduns, geralmente
são pertencentes ao vodun Lissá.
Nandokpé: Responsável pela limpeza dos assentamentos e pedras dos
voduns. (Não confundir com Nadopé – despedida dos voduns jeje-mina).
Ogãs:
Pegigan: Responsável por todos os pejis da casa, é quem sacrifica os animais de 4
pata. Grafa-se: Kpεjígán. Significa: Kpεjí = sobre o altar + Gán = senhor. Trazendo a idéia
de ”Senhor que zela o altar”. Ou ainda: Kpεn = pedra + Jí = verbo gerar + Gán = senhor.
Trazendo idéia de “O senhor que gera (ou dá a vida) à pedra”.
Bagigan: Ogam responsável pelas folhas. Grafa-se como: Agbajìgán. Agbajì = pátio + Gán =
senhor. Ou seja: o senhor que cuida ou zela do pátio, que por coincidência é onde estão
plantadas as folhas.
Gaimpê: É responsável pelo suporte nas funções de iniciação e pode também ser o
“separador de cabeças”. O que imola os animais ritualisticamente. Acompanha a mãe ou pai
de santo em todos os rituais de preparação de um barco.
Iniciação no Jeje Mahi
maio 30, 2011Hùngbónò Charles1 comentário
De um modo geral, a iniciação no Jeje é mais complicada do que a iniciação da Nação Ketu,
a começar pelo tempo de reclusão dos neófitos que no passado durava até um ano. Hoje,
devido ao ritmo de nossas vidas, este tempo caiu para seis meses. Três meses a vodunsi fica
dentro do Hundeme (quarto de santo) e os outros três meses fora dele, mas ainda na roça.
Durante seu período de iniciação a Vodunsi passará por várias etapas, entre as quais pode-
se citar Sakpokàn ou Sarakpokàn, Vivauê, Kán, Duká, Zò, Sanjebé, Grá (ou Grã), etc. Dentre
estes os de maior destaque o Sakpokàn e o Grá. A iniciação no Jeje Mahi sempre contece
com formação de “barcos” ou “ahamas”, pela tradição nunca se recolhe uma única pessoa e
nem barcos com números pares de componentes, levando ao entendimento de que sempre
que houver iniciação deve-se ter no mínimo três Vodunsis em processo na roça. Em geral
cada sacerdote ou sacerdotisa Jeje Mahi, durante seu comando, não recolhem muitos
barcos; a quantidade controlável de filhos de santo é muito importante, pois há um ditado
que diz “é melhor ter poucos filhos bons a muitos ruins”. Na Casa das Minas também não é
diferente. A iniciação da Vodunsi começa com a filha “bolando” (caindo) aos pés da arvore
(atinsá) consagrada a seu Vodun, e ali ela permanecerá desacordada durante sete dias e
sete noites. Dizem que já houve casos de vodunsis consagradas a voduns aquáticos que
ficaram esse período na água. A ordem das vodunsis no barco se dá pela ordem conforme
elas vão ”bolando” nos atinsás, assim teremos: A primeira será Dofona (o) ( Dòfònun) A
segunda será Dofonotinha (o) (Dòfònuntín) A terceira será Fomo (Fòmò ou Yòmò) A terceira
será Fomotinha (o) (Fòmòtín) A quinta será Gamo (Gàmò) A sexta será Gamotinha (o)
(Gàmòtín) A sétima será Vimo (Vimun) Durante o tempo que a Vodunsi permanecer debaixo
do atinsá de seu Vodun, será cuidada pelos Ogãs e Ekedjis. Neste período, a mãe de santo
(ou pai) é proibida de ir ver a filha. Isso por que a(o) zeladora(o) pode sentir pena da
Vodunsi e de certa forma pode querer ajudá-la, afim de aliviá-la de seu estado. Acabando os
sete dias, a vodunsi ainda desfalecida será levada pelos ogans até o zelador no Hundeme
para que este inicie a feitura. O momento em que a vodunsi acorda do desfalecimento é
considerado como um renascimento, após passar pela morte ritual e acordar numa nova
vida, agora como Vodunsi, um compromisso que deverá carregar consigo por toda sua vida.
A partir daí a vodunsi passará por processos de limpezas, descarregos, banhos de ervas,
ebós, e durante uma semana deverá descansar até o dia do Sakpokàn ou Sarakpokàn. O
Sakpokàn é uma cerimônia que acontece sete dias após o inicio dos rituais de feitura,
quartorze dias após o “bolar” na qual a vodunsi dança manifestada com seu Vodun. A dança
é desajeitada e desordenada. O Sakpokàn também representa a despedida da Vodunsi de
seus familiares que forem assistir ao ritual, que só verão a vodunsi novamente meses depois
no “dia do nome”. No dia do Sakpokàn a Vodunsi será raspada e catulada. Das etapas de
iniciação que a nova Vodunsi deve passar, a mais intrigante e misteriosa é o Grá. O Grá O
Grá é uma divindade ou entidade violenta e agressiva que se manifesta na Vodunsi apenas
na sua iniciação durante três dias e próximo ao “dia do nome”. O principal objetivo do Grá é
matar o(a) zelador (a) que deverá permanecer escondido nos aposentos da casa durante os
três dias em que o Grá estiver manifestado. O Grá é acompanhado pelos Ogans, Ekedis e
algumas Vodunsis antigas que farão com que ele realize algumas penitências, fazendo-o
cansar. Há um número certo de pessoas que poderão acompanhar o Grá que durante estes
três dias ficará solto pelo pátio da roça comendo tudo que encontrar como folhas de árvores
e frutos caídos, motivos estes que exigem que a roça seja grande e com bastante árvores.
As pessoas que acompanham o Grá, assim como ele mesmo, carregam um porrete com o
qual ele tenta agredir as pessoas e realiza sua penitência, que tem como objetivo levar todo
mal e toda energia negativa da Vodunsi, e também o objetivo principal de cansar o Grá para
que ele não cause tanto transtorno. Durante os dias de penitência, os acompanhantes
entoam certas cântigas específicas. Após os três dias procurando o(a) zelador(a), o Grá tem
o encontro tão esperado, que acontecerá no Agbasá (salão de dança). Ao som de paó e
adahun, o Grá entra pela porta principal do Agbasá e se deparara com o(a) zelador(a), que
estará sentado(a) em uma cadeira esperando por ele, partindo pra cima do mesmo para
matá-lo. Neste instante todo cuidado é pouco, pois o Grá pode ferir o(a) zelador(a). Quando
o Grá adentra o Agbasá, os Ogans correm para tirar-lhe o porrete que ele luta para não
entregar. É um momento de extase. Nesse instante os tambores tocam com mais força e
o(a) zelador(a), então nervoso e sem poder sair da cadeira, entoa uma cantiga e a Vodunsi
cai desfalecida no chão e logo em seguida é pega pelo Vodun. É um alivio total e o ritual do
Grá chegou ao fim. A quem diga que o Grá é um Erê malvado, outros dizem que é o Exu do
Vodun, outros ainda dizem que é o lado negativo do Vodun ou mesmo da própria Vodunsi,
um lado animalesco e primitivo seu, que está no seu inconsciente, que manifestou-se em seu
renascimento e que foi mandado embora para sempre. O Grá despeja pra fora toda raiva e o
ódio da Vodunsi. Como se depois do Grá não houvesse mais ódio, raiva, rancor dentro da
Vodunsi, somente o que é bom e benéfico. Significa que a Vodunsi nunca mais sentirá fome,
nunca vai dormirá no relento, nunca mais irá confrontar ou agredirá seu(a) zelador(a),
fisicamente ou com palavras, pois o Grá levou isso com ele. O ritual do Grá envolve muitas
simbologias e interpretações que pelas leis do Jeje não poderei citá-las aqui. O Dia do Nome
O Dia do Nome é um dia muito especial, com cerimônia pública (Zandró) no Jeje Mahi. O
Vodum manifestar-se-á em sua Vodunsi e vai dançar na sala. Antigamente, uma única
pessoa era escolhida para tomar o nome particular (Hún ìn) do Vodun de todas no “barco”,
sendo considerado(a) padrinho ou madrinha do “barco”. Hoje geralmente são escolhidos
mais de uma pessoa para esta tarefa. Após este dia, a iniciante agora sim é uma Vodunsi.
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Categorias:Jeje Mahi
Naê Aziri, Aziri Tolá ou Azli é uma mãe das águas correspondente a Òsún, ligada às águas
doces e considerada uma mãe velha.
Seguindo a variação podemos encontrar diferentes variações do nome como Aziri Kaia ou
Togbosi Kaia (nome como Aziri Tobôssi é conhecida no Jeje Savalu), mas lembramo-nos
que no Jeje não existem qualidades de Voduns, assim sendo, cada nome designa
apenas um vodun ou é variação de um mesmo nome. Assim Aziri Tobôssi e Aziri Tolá
são as correspondentes, respectivamente, de Yemanjá e Osun.
Ainda quanto a Aziri Tobossi, ela pode ser tanto de água doce como salgada dependendo do
seu Hún in (nome particular do Vodun)
Categorias:Jeje Mahi
Cargos no Jeje Mahi
maio 14, 2011Hùngbónò Charles7 comentários
Sacerdotais:
Vodunnon: Sacerdote do culto ao Vodun.
Toy Vodunnon: Sacerdote dos cultos de Mina Jeje (Tambor de Mina)
Nochê: Sacerdotisa dos cultos de Mina Jeje (Tambor de Mina)
Hundeva (rundêvá) – sacerdote responsável pelas cerimônias de nahunos (iniciação).
Grafa-se: Hùndévà.
Bakonnon: Sacerdote de Fá, adivinhador.
Hùngbónò: Sacerdote do culto ao Vodun, preferencialmente aquele cujo Vodun é um Nagô.
Pode designar o filho mais velho de uma casa de santo, neste caso segue o feminino
Hùngbòna.
Gaiaku: Título sacerdotal, designa a pessoa cujo Vodun é um Nagô e/ou que tenha iniciado
pelo menos um filho para um Vodun Nagô. No Sejá Hundê é o título de todas as
sacerdotisas.
Doné: Título dado às sacerdotisas cujo Vodun pertence à familia de Hevioso e/ou que tenha
iniciado pelo menos um filho para um Vodun desta família. No Bogun é o título de todas as
sacerdotisas. Grafa-se: Donὲ, em fongbé.
Doté: Título dado aos sacerdotes cujo Vodun pertence à familia de Hevioso e/ou que tenha
iniciado pelo menos um filho para um Vodun desta família. Grafa-se: Dotὲ, em fongbé.
Megitó: Título sacerdotal, designa a pessoa cujo Vodun pertence à família de Dan e/ou que
tenha iniciado pelo menos um filho para um Vodun desta família. Alguns definem que todo(a)
sacerdote(a) que tenha iniciado filhos pode ser denominado Megitó. Grafa-se: Mεjitɔ́, em
fongbé.
Obs: Uma mesma pessoa pode usar os vários títulos, por exemplo, um mesmo sacerdote
será Doté para seus filhos iniciados para Hevioso e Megitó para seus filhos iniciados para
Dan, embora prevaleça o título cabível para seu Vodun.
Rodantes:
Vodunsi: filha ou filho de santo que vira com o Vodun, corresponde a Iyawô do Ketu.
Etemi: significa “meu mais velho”, é a vodunsi que completou 7 anos de feitura, o mesmo
que egbomi no Ketu.
Hunsó (runsó): mãe pequena. Grafa-se: Hùnsɔ̀. (pronuncia: Runsó)
Se grafarmos Hùnsò (pronuncia: Runsô) Teremos a tradução: Hùn = Vodún + Sò = Raio. Ou
seja, diríamos Vodún do Raio. Um adjetivo para o vodún Sògbò.
Dehe (deré): vodunsi responsável por todos os atins mágicos usados nos rituais. Grafa-se:
Dεlὲ. (pronuncia: Deré) * No Fongbé a letra “L” tem som de “R”.
Dehe-vitu (deré vitu): cargo que substitui a mãe-pequena. Grafa-se: Dεlὲ vitù.
Abose (abôssé): Responsável pelos carregos e segurança da casa, normalmente é dado a um
filho de Gu, pois o vodum também toma cargo.
Ekedjis:
Gonzegan: Ekedji responsável pelo Grá.
Dogan (dôgan): pessoa responsável pela comida dos voduns. Esse cargo pode ser ocupado
tanto por uma ekedji como por um vodunsi.
Nandevó: Ekeji responsável pelas roupas utilizadas pelos voduns, geralmente
são pertencentes ao vodun Lissá.
Nandokpé: Responsável pela limpeza dos assentamentos e pedras dos
voduns. (Não confundir com Nadopé – despedida dos voduns jeje-mina).
Ogãs:
Pegigan: Responsável por todos os pejis da casa, é quem sacrifica os animais de 4
pata. Grafa-se: Kpεjígán. Significa: Kpεjí = sobre o altar + Gán = senhor. Trazendo a idéia
de ”Senhor que zela o altar”. Ou ainda: Kpεn = pedra + Jí = verbo gerar + Gán = senhor.
Trazendo idéia de “O senhor que gera (ou dá a vida) à pedra”.
Bagigan: Ogam responsável pelas folhas. Grafa-se como: Agbajìgán. Agbajì = pátio + Gán =
senhor. Ou seja: o senhor que cuida ou zela do pátio, que por coincidência é onde estão
plantadas as folhas.
Gaimpê: É responsável pelo suporte nas funções de iniciação e pode também ser o
“separador de cabeças”. O que imola os animais ritualisticamente. Acompanha a mãe ou pai
de santo em todos os rituais de preparação de um barco.
Gankutó: Responsável pelo Gã, instrumento de metal que tem a mesma importância que os
atabaques. É utilizado em todas as cerimônias. É o Gankutó quem entoa os cânticos em
todas as funções da Casa. “O malvado que nos faz dançar”
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O Jeje Mahi
maio 10, 2011Hùngbónò Charles1 comentário
PARÉS, Luis Nicolau. A formação do candomblé: história e ritual da nação jeje na Bahia.
Campinas: Editora da Unicamp, 2006.
A literatura sobre os candomblés brasileiros enfatizou a análise do culto dos orixás, dos
povos iorubá-falantes, dos terreiros nagôs. Essa tendência, observada desde Nina Rodrigues,
se consolidou com os trabalhos de Pierre Verger e de outros autores. O livro de Luis Nicolau
Parés analisa o culto dos voduns, dos povos gbe-falantes, dos terreiros jejes. O autor
pretende inverter a ênfase no binômio nagô-jeje.
O livro pode ser dividido em duas partes. Os quatro primeiros capítulos estabelecem um
panorama macro-histórico que analisa o processo de formação da etnicidade jeje, da África
até a Bahia, e destaca a importância dos cultos de voduns na formação do candomblé
brasileiro. Os quatro capítulos seguintes se dedicam à micro-história de dois terreiros jejes
baianos (o Bogum de Salvador e o Seja Hundé de Cachoeira) e procuram fazer uma
etnografia do panteão e do ritual vodum. Entre a macro e a micro história, o autor analisa a
articulação das identidades, das dinâmicas associativas e das relações de poder, tripé
fundamental para entendermos o processo de colonização do Atlântico e seus
desdobramentos contemporâneos. Parés enquadra seu estudo entre a história e a
antropologia da religião afro-brasileira, estabelecendo um cruzamento crítico na utilização de
fontes escritas e orais.
Os “jejes” não se deixam fixar em uma nação, etnia, tradição, ou matriz africana. A
historicidade dessa identidade deve ser analisada na longa duração do colonialismo ou na
particularidade de suas apropriações históricas. Quando Parés se debruça sistematicamente
sobre essas dinâmicas históricas, particularmente as políticas, ameaça romper com a
naturalização da identidade e da matriz africana. Mas seu ponto de partida, o nagocentrismo,
e o ponto de chegada, o candomblé jeje, dependem da construção dessa etnicidade. A
ambivalência em relação ao termo “jeje” representa o problema central do livro e das
relações entre as ciências humanas e as sociedades afro-ameríndias: como descolonizar a
relação com as sociedades negras e suas manifestações culturais, econômicas e políticas?
Esse é o desafio enfrentado por Luis Nicolau Parés
A memória do primeiro Candomblé da Nação Jeje Mahi no Rio de Janeiro, ficou registrada
pelo saudoso professor, babalorixá e Oluwo Agenor Miranda Rocha (1994: 32) em seus mais
de 90 anos de idade:
“As comunidades Jeje encontradas no Rio de Janeiro à época eram as de Rozena de Bessein
(azinossibale); a de Domotinha de Oiá (Vodun Zevode) e a de Natalina de Oxum. Todas
também no centro da cidade, região da Saúde.
A vinda para o Rio de Janeiro, de Tata Fomotinho, que aqui vai fundar seu terreiro e originar
uma extensa linhagem, somente vai ocorrer muito mais tarde, por volta de 1950.” Cita José
Flávio Pessoa de Barros (1999: 31).
O saudoso Pai Agenor, como era conhecido em todo os candomblés do Brasil, teve o
privilégio de presenciar todo este fato, pois fora iniciado por mãe Aninha, a época de Oba
Sanyia. Anteriormente a fundação do Terreiro da Cruz Santa do Opo Afonjá, em Salvador,
Bahia, Aninha tinha casa da nação Ketu no bairro da Saúde, e onde tinha por filho-de-santo
o saudoso João Alabá de Omolú, que tinha terreiro na rua Barão de São Felix, e que foi Pai-
de-santo da famosa Tia Ciata de Oxum e de Maria Adamastor, que foi a 1º Mestre-sala
mulher quando se introduziu Mestre-Sala e Porta-Bandeira em ranchos na formação do que
hoje conhecemos como Escola de Samba. João Alabá foi sucessor de Aninha, porém, mais
tarde a roça foi transferida para o bairro de Coelho da Rocha na Baixada Fluminense, onde
até hoje se situa o Opo Afonjá do Rio de Janeiro (Nação Ketu).
Pai Agenor deixa claro que à partir da segunda metade do 19° século, ou seja: Desde o início
do Jeje no Rio existiam 3 casas de Jeje Mahi no Rio de Janeiro.
Sabemos que Natalina de Oxum foi iniciada por Mèjitò Adelaide (Domotinha de Oya), ambas
naturais da Bahia, e que Mèjitò foi herdeira do Kpo Dagba, a “matriz”, o terreiro da africana
Gayaku Rosena (natural de Allada), o qual mais tarde foi transferido para o bairro de
Piedade, próximo a Cavalcante, à época de Egbomi Dila que foi filha de Mèjitò por
falecimento de Mãe Aninha que foi quem lhe tirou a mão ritualística de seu, então, finado
pai-de-santo o africano Cipriano Abedé de Ogun. Abedé, na época, tinha terreiro de Nagô na
rua João Caetano, e título de Doutor em Ciências Ocultas expedido por uma universidade
Norte-Americana, sendo muito respeitado pelas autoridades.
Categorias:Jeje Mahi
A beleza física de Ewá encantava a todos que olhassem em seus olhos, mas essa nunca se
encantava com ninguém pois era o símbolo da virgindade e da pureza. Muitos homens se
apaixonaram por ela e todos foram punidos pelos deuses pois sabiam que era proibido amar
a grande Virgem.
Ewá adorava ver o por do sol e sempre saía a passear pelos campos floridos acompanhada
por dois bravos guardiões que não permitiam que ninguém se aproximasse dela. Era um
casal de gansos branco, lindos e majestosos. Certo dia, estava Ewá a apreciar o por do sol,
quando uma galinha, se aproveitando da distração dos gansos, aproximou-se e ciscou muita
terra sobre as vestes brancas de Ewá, essa se enfureceu e amaldiçoou a galinha e daí para
frente nunca mais quis ver uma em sua frente como também resolveu mudar suas roupas
para as cores do por do sol.
Certo dia, Yewa avistou um belo homem, um guerreiro e se encantou por ele.
Ewá enfrentou e desafiou todos os deuses por amor a esse homem e teve como castigo o
exílio. Foi expulsa da família de Dan e considerada a cobra má. Durante seu exílio, Ewá teve
que fugir e esconder-se da fúrias dos deuses.
Em sua primeira fuga, Ewá contou com a ajuda de um grande caçador e guerreiro, Odé, que
a escondeu nas profundeza das matas escuras, em terras yorubanas.
A beleza de Ewá encantava e perturbava Odé e aos demais que viviam nas matas, pois eles
sabiam que não podiam se apaixonar por ela, temiam a fúrias dos deuses. Odé então, fez
para Ewá uma coroa de dans e folhas de palmeiras desfiadas. Mandou que ela a coloca-se,
assim ninguém se aproximaria dela com medo das dans e as folhas desfiadas da palmeira
esconderiam sua beleza contagiante. Ewá gostou do presente pois viu nesse, a possibilidade
de esconder-se dos deuses e livrar-se de sua fúria.
Com o uso dessa coroa Ewá pode sair da escuridão das matas e ir apreciar o que mais ela
amava e representava … o por do sol. Faltava-lhe seus guardiões, pediu ajuda a Odé e esse
caçou para ela um casal de gansos negros, pois foram os únicos que encontrara. E assim,
Yewa passou a ver e a viver o por do sol novamente em seu exílio.
Passado um tempo, Azansu foi aos deuses pedir por sua amada Ewá que já tinha sido por
demais castigada. Depois de muitos pedidos e oferendas aos deuses, esses concederam a
Azansu a guarda de Ewá que deveria morar com ele. Azansu embrenhou-se nas matas a
procura de sua querida e a encontrou junto a Odé.
Como agradecimento por tudo que fez por Ewá, Azansu deu a Odé um par de chifres e o
poder de chamá-lo e aos espíritos da caça quando assim precisasse.
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Ewá foi morar no reino dos mortos junto com Azansu e com esse passou a exigir o
cumprimento da moral e dos bons costumes. Em sua nova morada Ewá recebeu o
caracolo/aracolê onde guarda os segredos dos ancestrais e os invoca quando é necessário, e
o eruxim com o qual espanta os Akututos (eguns) para o caminho de Oyá. Sempre que
possível, Ewá engana Iku (a morte) e salva uma vida.
Ewá é um Vodum raríssimo de ser encontrado na cabeça de alguém. A feitura de Ewá deve
ser sempre em cabeças de virgens e nunca em homens.
Por ter o poder da vidência, Ewá tem o poder de nos livrar do “olho grande” e das invejas.
Quem sabe cuidar desse Vodum, se livra facilmente dos invejosos.
Encontramos Ewá tanto nas águas quanto nas matas e mundos subterrâneos (aquático e
terrestre), mas seu local preferido é sempre o horizonte, onde o por do sol faz o encontro
dos dois mundos e o céu se encontra com a terra, “Isso é Ewá” dizem os antigos.
Ojiku ou Dan Jikun é um Vodum Dan que sempre é muito confundido com Yewa, assim como
Boçalabê que é sua irmã. Ojiku é considerado a Cobra branca e Boçalabê é uma Vodum das
água doces, muito confundida com Oxum.
Para muitos Ewá é também representada pela figura de uma serpente
Categorias:Sakpata
Seu domínio sobre o mundo dos mortos é íntegro, sendo ele o senhor do desencarne. É o
deus da humildade, regendo todos os desprovidos de riqueza porém ricos de espírito. Seu
poder é muito presente na sociedade e dentro do candomblé muitos são seus mistérios e
mitos. Para os mais antigos, pronunciar seu nome sem tocar o chão é um sinal de
desrespeito, podendo causar a fúria dessa divindade. Dentro das casas de Jeje, os vòdúns da
família Sakpata são responsáveis pela doutrina e por toda a organização do ásé. São eles
que normalmente cobram o neófito caso aja de forma incoerente as regras.
Sua mãe é Nanã Buruku, que o abandonou logo após o nascimento, tendo sido encontrado e
criado por Yemanjá. Azansu está ligado a Ewá, sua companheira. É irmão de Bessém e Loko,
e também de Agué.
Ayinon significa “dono da terra” e é o nome pelo qual este vodum é reverenciado.
Categorias:Sakpata
Dan
maio 3, 2011Hùngbónò Charles3 comentários
Dans são os símbolos da continuidade. Simbolizam também a força vital, o movimento, tudo
o que é prolongado. Sustenta a Terra e impede que se desintegre ou saia de órbita. Vivem
no arco-íris. Nos arcos-íris da lua e do sol também encontramos Voduns Dan. Dan seve de
protetor e auxiliar a outros voduns, em especial a Hevioso. No Brasil encontramos cerca de
40 Voduns Dans, na África encontramos muito mais que isso. Essa família é muito grande. O
Dangbê é a serpente sagrada que representa o espírito de Vodum Dan. Dan é um Vodum
muito exigente em seus preceitos, muito orgulhoso e teimoso. Quando tratado corretamente,
dá tudo aos seus filhos e a casa de santo, mas se tratado de maneira errada ou se for
esquecido castiga severamente. Vodum Dan é muito fiel a casa e a mãe/pai de santo que o
fez. Dan tanto pode ser um Vodum masculino quanto pode ser um Vodum feminino, porém
para tratá-lo, fazê-lo ou assentá-lo temos que cuidar sempre do casal. Como dizem os
antigos “cobra não anda sozinha, seu parceiro está sempre por perto”. Ao se iniciar um filho
de Dan, preceitos são feitos para que esse Vodum venha sempre em forma humana e nunca
em forma de serpente, pois entendemos que na forma humana ele é menos perigoso e
entende melhor os homens, podendo assim atender suas necessidades e suprí-las. Na forma
de serpente torna-se muito perigoso. De modo geral os filhos de Dan são muito chegados a
doenças, principalmente de olhos. São pessoas vaidosas, ambiciosas, “perigosas”, espertas e
inteligentes. São muito dedicados ao santo e dificilmente saem da casa onde foram feitos.
Vestem branco em sua grande maioria. Alguns usam cor verde bem clarinho, prateado, ou
tecido liso com o arco-íris estampado. Seus fios de conta variam de acordo com cada Vodum,
não existe um modelo padrão. A cor representativa da maioria dos Dans é o verde e o
amarelo. Sua louvação principal é: Aho bo boy = “Salve o rei cobra” ( Hho = rei, bo boy =
Dans, serpentes, cobras). Os símbolos de Dan são: o arco-íris, a serpente pithon, o traken
ou draka, patokwe, o dahun, a takara. E o assôm. Seu principal atinsá dentro de uma casa
de Santo é denominado Dan-gbi, que é onde o arco-íris se encontra com a terra (“panela
lendária do tesouro!”). Dan usa muitos brajás feitos de búzios. As aigri (escrementos de
Dan) são importantíssimas em seus assentamentos e atinsás. No Brasil as Voduncis iniciadas
para Dan recebem o cargo ilustre de Megitó (Nação Jeje-mahi).
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Para alguns é uma unica divindade andrógina (Dambala é macho, Aido Wedo é femea,
imagem de Dambala refletida na agua formando o arco-iris), sendo Dambala representado
pela serpente e Aido Wedo pelo arco-íris, são muito importantes no Vodu Haitiano. Dambala
e Aido Wedo foram quem auxiliou Nanã Buruku na tarefa de criar o mundo (mito do povo
Fon): segundo a narração Dambala levava Nanã nas costas enquanto ela criava a terra, a
flora, os minerais e os animais, depois ele deu uma volta ao redor da Terra fazendo ela girar.
Bessém (Gbèsén)
Rei das tradições Maxi no Brasil, vodun da fecundidade e da vida, seu assento (assen) é o
Dangbe, moticulo de barro com uma panela de barro em cima ornamento com cacos de
louça de cor branca. Vodun adorado pelos Maxí como seu Ako vodun (Vodun Principal).
Representado pela Piton sagrada.
OUTROS
-Frekwen: Feminina, guardiã do arco-íris em volta do sol. Também conhecida como
Frekenda. Representada pelas cobras venenosas.
-Bosalabe: Toquem feminina, irmã gêmea de Bosuko e irmã de Yewá. Muito alegre e faceira
vive nas águas doces. É conhecida também como Vodum Bossá.
-Bosuko: Masculino, toquem e gêmeo de Bossá.
-Ojiku ou Dan Jikun: Junto com Yewá, vive na parte branca do arco-íris e no arco-íris da
lua. É quem trás as chuvas e é uma das esposas de Bessém.
-Dan-Ko ou Dan Ikó: Ligada e confundida com Oxalá.
Categorias:Dan
Sògbò
maio 3, 2011Hùngbónò Charles2 comentários
Sogbò, considerado o rei coroado da Nação Jeje no Brasil, é o chefe do Panteão de Hevioso.
Vodum justiceiro que governa os vulcões e o fogo. Sògbò é quem trás os demais voduns do
trovão e é o pai de muitos deles. Suas cores são o vermelho e o branco. O dia da semana é
a quarta-feira, dia em que se reverenciam os voduns kavionos. Seu símbolo é o sokpe, um
machado simples de uma lâmina. Na Africa Sògbò também refere-se a um vodum feminino.
muitos filhos de Sògbò se dizem filhos de Sángò, e também no Benin há sacerdotes que
consideram que Sògbò é mesmo Xangô. É conhecido pelos mahis com a denominação de
Sògbò Adan, ou seja: Corajoso Sògbò, diferenciando-o. Quando Sógbó dança com seu
sokpè, imita os ráios caindo sobre a terra, em ligeiras quebradas na dança. O que é
exemplificado por esta toada muito conhecida nos candomblés de Jeje Mahi no Brasil:
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O que é um Ebó?
São rituais que visam corrigir várias deficiências na vida de um ser humano
(saúde, amor, prosperidade, trabalho profissional, equilíbrio, harmonia
familiar, etc.) A composição de cada Ebó depende da sua finalidade, e os seus
componentes vão desde bebidas a frutas, folhas, velas, adornos, alimentos
secos, mel, óleo de palma, louças, artefactos de barro ou ágata., etc..
O que é uma Oferenda?
Chamamos oferendas aos rituais compostos de frutas, alimentos, carnes,
bebidas, flores, louças e adereços que servem para oferecer aos Orixás, como
uma súplica para se alcançar uma graça, bem como para homenagear e cultuar
um Orixá, de forma a fortalecer o nosso vínculo com o mesmo.
Cada Orixá tem os seus respectivos alimentos, as suas flores, as suas cores, as
suas bebidas e a sua forma particular de culto, orações e invocações.
Conselhos: Ao fazer um Trabalho/Ebó, além da fé você deve:
1. Só utilizar material novo.
2. Nunca substituir um material por outro.
3. Usar somente o que a receita pede.
4. Ao fazer o trabalho, mantenha o pensamento firme no que você realmente
deseja.
Atenção: Nunca faça um Trabalho/Ebó para desejar o mal de alguém, pois um
pensamento negativo atrai para si essa má vibração. E, sempre que tiver o seu
desejo realizado, lembre-se de agradecer, dessa forma, um universo de boas
energias passará a “conspirar” por si.
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O primeiro Orixá cultuado também é o primeiro a comer, Exu ele come tudo que
a nossa boca come, as oferendas dadas ele mais comumente são os padês a base
de farinha de mandioca branca (paki), combinada com azeite de dendê ou mel
de abelha, água, bebida alcoólica e acaçá vermelho feito com farinha de milho
amarelo e enrolado em folha de bananeira. em algumas ocasiões também são
utilizados pimenta, cebola, bife e moedas nas oferendas a este Orixá.
Nas oferendas a Ogum são dados inhame (isu) assado com azeite de dendê e
feijoada.
Oxossi come axoxó feito com milho vermelho (àgbado) cozido decorado com
fatias de coco. Ele também aprecia frutas e feijão fradinho torrado. As comidas
devem ser colocadas sob o telhado ou aos pés de uma árvore.
A oferenda dada a Obaluaiê é a pipoca. Utilizando areia da praia para estourá-
las e enfeitando com fatias de coco.
Oxumare prefere que sejam dados em oferenda a ele, bata doce amassada e
modelada em forma de cobra e também farofa de farinha de milho com ovos,
camarões e dendê.
Ossaim prefere acaçá, feijão (ewa), milho vermelho (àgbado), farofa e fumo de
corda.
O acarajé de forma arredondada com dendê é a oferenda consagrada a Iansã,
mas também é do agrado de Obá.
Obá também tem preferência por um bolinho de nome abará que consiste em
uma massa de feijão fradinho temperado com dendê enrolado em folha de
bananeira e cozido em banho-maria.
O omolocum, feijão fradinho cozido com cebola, camarões e azeite de oliva e
decorado com ovos cozidos e descascados é de Oxum.
Iemanjá prefere peixe de água salgada, regados ao azeite e assados, milho
branco cozido e temperado com camarões, cebola e azeite doce, manjar com
leite de coco e acaçá.
A Nanã é oferecido efó, mungunzá, sarapatel, feijão com coco e pirão com
batata roxa.
O amalá pertence a Xangô. O amalá (pirão de inhame) deve untar o fundo da
gamela e sobre ele é colocado o caruru decorado com pedaços de carne,
camarões, acarajé e quiabo (ilá), doze unidades de cada e enfeitado com um
orobô. É válido lembrar que a oferenda deve ser servida quente.
Oxalufã só aceita comidas brancas e tem preferência por milho branco cozido e
sem tempero.
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ORIXÁS PRATOS
Tudo branco, Ebô de milho branco sem sal, (canjica branca), clara de ovos, Acaçá
OXALÁ branco, rodelas de inhame cozido com mel, ebo e Eko
Inhame, feijoada (em algumas nações), fígado, coração de boi, feijão fradinho, feijão
OGUM preto, bagre com molho de camarão, Eko, e Asoso.
Amalá, acarajé longos, rabada com camarão seco, cebola ralada, quiabos e azeite de
XANGÔ dendê, caruru e Eko.
Aberem, pipocas, feijão preto, feijão fradinho, bisteca de porco, ewa dudu, buruku e
OBALUAIE Eko.
Aberem, pipocas, feijão preto, feijão fradinho, bisteca de porco, ewa dudu, buruku e
OMULÚ Eko.
Axoxó (milho de canjica vermelha cozida com mel enfeitado com fatias de coco),
OXOSSI frutas, espiga de milho cozido, pamonha, olelé-ewa-akará e Eko.
Ebô de milho branco com azeite doce ou mel, peixe cozido com pirão de farinha de
mandioca, arroz cozido doce enfeitado com fatias de maça, manjar de maizena, canjica
cozida branca e refogada com camarões e cebola com azeite de oliva, peixe de água
YEMANJÁ salgada, ebo pupá, Eko e acaçá.
OXUM Omolocum, xinxim de galinha, ipeté, ovos cozidos, milho com coco e Eko.
Acarajé redondo frito no dendê, rodelas de inhame cozido refogado com dendê e
IANSA cebola, amalá, feijão fradinho e Eko.
Acaçá, arroz, inhame, feijão fradinho, omolocum de feijão branco enfeitado com ovos
cozidos cortados ao meio; efó, mungunzá, sarapatel, feijão com coco, Eko e pirão com
NANÃ batata roxa.
Aberem, feijão com milho, feijão fradinho com ovos, inhame, Eko, gaari pupa ni eyin
OXUMARE adie, etc.
OSSAIM Feijão preto, farofa, mel, acaçá, Eko, ewa Osain e fumo.
Pipocas, farofa de farinha de dendê, farinha com pinga, farinha com mel, bife no azeite
de dendê, bofe, fígado, coração de boi, acaçá amarelo, carne assada, vinho, mel, Eko e
EXU Gaari Pupa.