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A topología e o tempo

Seminario 1978-1979
Jacques Lacan

Tradução, organização e notas de


Frederico Denez e Gustavo Capobianco Volaco

Um seminário da ausência, da hiância e do silêncio, é como poderíamos chamar


esse A Topologia e o Tempo. Marcado desde o início por longas pausas e urdido por
frases soltas e mal construídas, o que se testemunha, aqui, entre 1978 e 1979, é um
Lacan já carcomido pela doença e bem longe da famosa enunciação de um père-
severe que siderou todo um mundo.

Aqui, tudo parece ir na direção do silêncio fatal – que chegará, definitivamente,


daqui a dois anos. Na terceira aula até o som resolve se ausentar. Na nona, Lacan
desaparece depois de uma curta frase e deixa lugar para as atrapalhadas
elucubrações de Didier-Weill. E fará o mesmo na última, pois serão Nasio e
Vaperreau que tomarão a palavra (com menos tagarelice)

Para alguém que vinha falando tanto em cadeias, em cadeinós e tranças o que temos
é um desencadeamento constante, um cadê nós e um destrançamento que entristece
sem parar. Talvez a única saída fosse, mesmo, sair!

Lacan está confuso e embaralhado – ele mesmo nota isso mais de uma vez – frente
aos nós que tece ora em suas mãos, ora no quadro negro. As aulas são curtas,
curtíssimas – 1 hora, em média – mas algumas duram menos que isso. Já não temos
os jogos de palavras que caracterizaram seu ensino desde L’étourdit e a afasia toma
conta do debilitado mestre francês.

É, verdadeiramente, o t.... e.....m.......p............ o d......e u...m....                       a


t........o.......po...... l..o.....g..................................i a

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Revista de Psicoanálisis y Cultura
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