Introdutória: onde se define quem é o Zé Malandro Sugestiva: onde o velho dá quatro pedidos a Zé Malandro Viragem a: em que a morte cai na partida de Zé Malandro Viragem b: em que o Diabo cai na partida de Zé Malandro Viragem c: em que o Diabo e a Diaba caem na partida de Zé Malandro Resolução: em que Zé Malandro não é bem-vindo nem no Inferno nem no Céu, voltando à Terra.
Distinguir o que é dito pelo narrador e o que é dito pelos personagens
Ter atenção se o conto vai ser totalmente narrado, se vai ser narrado e teatralizado, com ou sem improviso entre os cortes de tempo do próprio conto.
FASE 2: TRABALHO AMBIENTE
Trabalhar ambiente rítmico-harmónico para as diferentes partes
Introdutória: pode-se criar algo giocoso; ostinato rítmico-harmónico em tempo de valsa (3/4), 1 compasso em tónica, 1 compasso em dominante); depois podem-se introduzir elementos harmónicos ou rítmicos de segundo plano, que “orquestrem” falas específicas e importantes da narrativa; pode-se ainda acrescentar uma parte melódica, com improvisação instrumental solista, sempre acompanhado do ostinato rítmico-harmónico (caso não exista possibilidade de improvisação melódica, por falta de instrumentistas capazes, fazê-lo com recurso à voz; o formador dá uma deixa de pergunta, e o formando dá uma deixa de resposta, de forma a trabalhar a capacidade de improvisação melódica com uma base rítmico-harmónica) Sugestiva: esta parte está imbuída de mistério e algum humor, já que há 4 pedidos que Zé Malandro pode ver concretizados, mas pede coisas estapafúrdias; pode-se, por exemplo, continuar com o tempo de valsa, mas um pouco mais lento, e agora em modo eólio, a partir da mesma tónica da parte anterior; agora deve-se ter em conta que as linhas secundárias de harmonia e ritmo devem ter expressividade e articulação diferente; também as melodias improvisadas devem conter um caráter de algum mistério sem perder o humor, com linhas mais em legato e notas mais longas, ao mesmo tempo que ritmos pontuados e notas curtas a cortar com os legatos. Viragem a: aqui deve acontecer um contraste a vários níveis; pode-se utilizar uma base mensural quaternária, que promova o aumento das notas a tempo (forte e fraco) cada vez mais em sentido de marcha (marcha para a morte); a base harmónica destas notas pedais e acentuadas a cada tempo podem ser a nota da dominante da primeira e segunda partes, de forma a criar uma sensação de suspensão constante; as melodias improvisadas devem ter em conta a ideia de descida, como a descida ao submundo da morte, cada vez mais graves, que podem sofrer ondulações, com descidas paralelas, como se descesse 3 escadas e voltasse 2 atrás, sempre a tentar impedir a descida, mas sempre a descer; é importante estabelecer um final para a resolução, quando a Morte fica presa na figueira, como uma abertura para o registo médio em todos os instrumentos (continuação na terra do Zé Malandro), com o movimento acentuado do 4/4 a desvanecer, e com uma chegada novamente ao movimento de tónica e dominante do início, mas agora em compasso quaternário (como a constante permanência entre a vida e a morte) Viragem b: deve continuar com o mesmo motivo anterior, dominante, acentuações, improvisação melódica descendente; agora a intensidade deve ser maior, assim como a textura (mais instrumentos, mais vozes, mais movimentação das vozes secundárias; mais do que um improviso melódico) Viragem c: deve continuar com o mesmo motivo anterior, mas agora ainda com mais intensidade, já que é a última viragem Resolução: pode-se voltar ao tempo de valsa (3/4), mais próximo do ambiente da parte sugestiva do que da parte introdutória, de maneira a dar a entender que o Zé Malandro continua aí vivo a jogar o seu baralho, o que cria alguma onda misteriosa sobre o conto; fechar com chegada a nota longa, desvanecendo o tempo de valsa para cada vez mais lento, com resolução à tónica menor, mas com uma sétima maior na harmonia, ou uma segunda maior, ou uma sexta maior, de maneira a criar um final em aberto.