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“Recital” final de II

Semestre
Trombone

Programa:
Concerto para Trombone e Orquestra, Launy Grondahl
Ballade for trombone, Frank Martin

Francisca Firmino nº 45168

Licenciatura em Música

Ramo de interpretação- Trombone

Junho 2020
Launy Grondahl
Launy Grondahl nasceu a 30 de junho de 1886 em Ordrup, Dinamarca e faleceu a 21 de janeiro
de 1960, Copenhaga, na Dinamarca.

Grondahl teve uma carreira notável, foi aluno de composição de Niels Gade e Carl Nielsen.
Além de ter escrito muitas obras, foi maestro durante três décadas da Orchestra of the Danish
Broadcasting Corporation, o que lhe ocupou bastante tempo.

Grondahl é principalmente conhecido por uma obra: o Concerto para Trombone. Os ouvintes
costumam ficar surpreendidos pelo seu trabalho como compositor, praticamente
desconhecido fora da Escandinávia. Também escreveu concertos para fagote e violino, obras
orquestrais, música de camara, peças para piano, entre outras. O seu estilo de música é muito
melódico, mas não evita técnicas modernas e harmonias irregulares. A combinação fantástica
dos estilos tradicionais e modernos cria a base musical para algo muito interessante.

Concerto para Trombone e Orquestra 


O concerto de Grondahl foi escrito durante umas férias em Itália em 1924 e é bastante
desafiante e dramática acabando por ser tão gratificante para o músico como para os ouvintes.
Dedicado ao trombonista dinamarquês Vilhelm Aarkrogh, foi inspirado na secção de
trombones da orquestra que dirigiu, onde Aarkrogh era chefe de naipe e Grondahl fora
violinista desde os seus 13 anos. E acabou por ser premiado em Copenhaga pela Orchestra of
the Casino Theater e, claro, com Vilhelm Aaekrogh a tocar a solo.

Foi gravado por Joseph Alessi, Massimo La Rosa, Christian Lindberg, Branimir Slokar, entre
outros.

O concerto tem uma duração de aproximadamente 15 minutos e é dividido em três


andamentos:

1. Moderato assai ma molto maestoso

2. Quasi una Leggenda: Andante grave

3. Finale: Maestoso – Rondo

A peça começa com um registo grave da orquestra com acordes que fazem lembrar os trovões
ou uma tempestade, á qual se junta a parte de trombone solo muito dramática e
declamatória. Repete novamente o tema, mas noutra tonalidade e existe uma secção mais
livre para o trombone. Entra, então, num segundo tema muito mais melancólico e lírico, em
contraste com o tema principal. Intercala novamente o primeiro tema alterado com o segundo
tema também modificado para acabar com a reexposição do tema principal apresentado no
início, apenas alterando o final. A parte solista é muito virtuosa e impressionante em termos
de técnica.
O segundo andamento é um andante que se afunda na beleza e na emoção. Tem a forma
ABA’B’. Os dois temas doces e de amor são interrompidos por um clímax no meio do
andamento (após a reexposição do primeiro tema), que culmina com um sib agudo. Enquanto
existe um movimento ondulado de acordes nas cordas, o trombone apresenta novamente o
segundo tema numa outra tonalidade mais aguda e, assim, acaba o andamento de forma
calma e serena.

O terceiro andamento começa com uma secção introdutória, num maestoso baseado no
primeiro andamento, mas mais tarde surge, de súbito, um leve rondo. Esta secção, que tem a
forma ABA´B´A’, está recheada de staccato e de leveza. Com a marcação do tempo pela
orquestra lembra-nos um ambiente de guerra, mas triunfante. Um segundo tema, em
contraste é mais lírico e calmo. Ao longo deste andamento existe um aumento da importância
da orquestra pela repetição de temas e pelo aumento de dramatismo. Nos últimos compassos,
e com a reexposição do tema principal, mas mais alongada, o compositor testa a capacidade
do trombonista colocando uma passagem aguda e aumentando o drama. Acaba o concerto
com um fortíssimo mostrando apenas o lado vitorioso de uma batalha.

Frank Martin
Frank Martin nasceu a 15 de setembro de 1890 em Genebra e faleceu a 21 de novembro em
1974, foi um compositor suiço que viveu nos países baixos. Foi o décimo e último filho do
pastor calvinista Charles Martin.

Ele começou a improvisar e a tocar piano mesmo antes de ir para a escola, com 9 anos já tinha
composto algumas músicas para crianças mesmo sem ter aprendido nada sobre harmonia ou
formas. Ele considerava J.S. Bach um verdadeiro mestre desde um concerto que ouviu
anteriormente.

Enquanto estava na universidade de Genebra a estudar matemática e física ele começou a


estudar piano e composição com Joseph Lauber. Entre 1918 e 1926 Frank Martin viveu em
Zurique, Roma e Paris à procura de um estilo próprio musical

Em 1926, fundou a Société de Musique de Chambre de Genève. Ele ensinou improvisação e


formação musical no Institut Jacques-Dalcroze” e música de câmara no Geneva Conservatory
of Music. Foi diretor artístico do Technicum Moderne de Musique de 1933 a 1940 e presidente
da Swiss Association of Musicians entre1942 e 1946.

Em 1932, começa a interessar-se pelo serialismo de Arnold Schönberg, isto é a utilização dos
12 tons de uma escala. Utiliza alguns destes elementos, criando a sua própria linguagem
misturando também o cromatismo mas nunca perdendo o sentido de tonalidade, ou seja, a
hierarquia entre notas.

Por volta da década de 60 deixa a área do ensino e prefere ficar por casa a trabalhar, além
disso fez algumas tours com o violoncelista Henri Honegger e aceitou dirigir algumas obras da
sua autoria em diversos palcos, incluindo nos Estados Unidos. Recebeu muitos prémios por
todo mundo. A sua composição continuou viva e energética desde o início da sua vida até ao
final. Dez dias antes de morrer trabalhava numa Cantata, Et la vie l’emporta .

Tem diversas obras de vários géneros como sinfonias, pecas breves, pequena sinfonia
concertante, requiem, concertos.

Ballade for trombone


A obra “Ballade” para trombone (ou saxofone tenor) e piano foi escrita em 1940. Começa com
um secção com apenas o trombone a tocar com carácter dramático, mesmo angustiante.
Quando o piano entra, dá novas cores, mas serenando, em parte, para logo a seguir, transmitir
a mesma tensão, num andamento muito lento.

A segunda parte torna-se bastante contrastante no andamento (Allegro Giusto) e também no


carácter, sonoridade muito viva, dinâmica, mexida, mas com direção para algo novo que se
aproxima. O compositor brinca com as dinâmicas, articulações e sensações auditivas
diferentes, cria tensão e relaxamento, reproduzindo um carrocel de sensações, tornando-se
num mar de emoções.

A terceira fase desta obra é um Vivace Assai, ainda mais energético do que o andamento
anterior, agora focando-se num novo motivo. Cria a sensação de sufoco, ou mesmo de revolta.

Segue-se um Grandioso, que tal como o nome indica, mostra-nos o poder e a grandiosidade da
música. Já quase a terminar surge um Più Mosso que, apesar de o piano estar com bastante
movimento, o trombone relaxa para criar tensão, crescendo e acelerando para terminar num
Molto Largamente, onde o andamento é mais lento, mas intenso, cheio de vida e nos últimos
quatro compassos torna-se completamente “soft” e meigo, para no último compasso crescer e
terminar em forte com tremolo no piano.

http://data.instantencore.com/pdf/1005682/grondahl.pdf

https://www.frankmartin.org/

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